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A PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA A DISTÂNCIA UAB/ IFMT SOBRE O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

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Academic year: 2021

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A PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA A DISTÂNCIA UAB/ IFMT SOBRE O PROCESSO DE ENSINO E

APRENDIZAGEM

Andréia Andreóli Silvestre Sandra valéria Limonta Rosa

RESUMO

Os cursos de ensino a distância oferecem oportunidades de formação em nível superior para estudantes que se encontram no interior do país, ajudando-os a superar limites geográficos e até mesmo financeiros. O objetivo deste trabalho é apresentar uma análise sobre a percepção sobre o processo de ensino e aprendizagem de alunos do curso de licenciatura em Química a distância da Universidade Aberta do Brasil do Instituto federal de Mato Grosso (UAB/IFMT). Foram propostos 30 questionários para os alunos dos polos das cidades de Juara, Ribeirão Cascalheiras, Primavera do Leste, Barra do Bugres, objetivando conhecer quem são os alunos, suas expectativas de formação e principalmente como veem o processo de ensino e aprendizagem no curso que realizam. Os resultados aos quais chegamos apontam para uma contradição importante no processo formativo: a maioria dos estudantes decidiu fazer o curso por ver neste uma boa oportunidade de ter uma graduação e não porque queriam ser professores de Química da Educação Básica. O processo de ensino e de aprendizagem é percebido como regular e a avaliação dos estudantes aponta para os principais problemas estruturais e pedagógicos do polo: a falta de aulas práticas em laboratório, considerado fundamental para a aprendizagem dos conteúdos do curso; o fato de os tutores presenciais não serem formados na área e a internet irregular nas cidades do interior. Pensar a docência seja a distância ou não, requer reflexões mais profundas uma vez que por esta ser um processo complexo que supõe uma compreensão da realidade da sociedade, da educação, da escola, do aluno, do ensino, aprendizagem e do saber. Palavras-chave: Educação a distância. Formação de professores. Processo de ensino e aprendizagem.

INTRODUÇÃO

A Educação a Distância é considerada pelo FORGRAD (Fórum de Pró-Reitores de Graduação das Universidades) como um importante meio de satisfazer as amplas e diversificadas necessidades de formação e de qualificação profissional que a sociedade contemporânea impõe assim, como um importante instrumento para a democratização do acesso à educação em nível técnico e superior (LÜCK, 2008).

Segundo Leitinho (2008), quando nos referimos de modo específico a formação pedagógica do professor universitário, afirmamos que o seu propósito maior é estimular a inovação, o sentido crítico e a criatividade e por essas razões ela deverá ser ofertada de forma diversificada nas diferentes instituições universitárias, possibilitando respostas

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efetivas às demandas e problemáticas pedagógicas dos professores ao longo do exercício profissional docente.

Pesquisas sobre a formação de professores em cursos a distância têm apontado que a evasão dos estudantes é o maior obstáculo para o sucesso da Educação a Distância (EAD), mas apontam também para outros fatores desafiadores, como a resistência dos formadores e dos próprios alunos à modalidade e as dificuldades de adaptação de atividades cotidianas no ensino presencial à modalidade EAD. Somando-se a estas questões, percebe-se que sempre há uma comparação entre o processo de ensino e aprendizagem da modalidade presencial com este processo na modalidade a distância, o que nos levou a investigar a percepção dos alunos sobre a sua formação num curso de Licenciatura em Química da UAB/IFMT nos polos de Juara, Ribeirão Cascalheiras, Primavera do Leste e Barra do Bugres.

O objetivo geral da investigação foi identificar e analisar a percepção dos alunos sobre o processo de ensino e aprendizagem e como objetivos específicos, buscamos conhecer o perfil dos alunos do curso de licenciatura em Química da UAB/IFMT que estão em polo do interior do estado do Mato Grosso e também identificar os processos de ensino vivenciados pelos alunos durante o curso.

A pesquisa fundamenta-se numa abordagem qualitativa e a metodologia adotada foi a pesquisa bibliográfica sobre a formação de professores em cursos de licenciatura a distância e a aplicação de um questionário visando o levantamento de dados quantitativos e qualitativos, tendo sido recolhidos um total de 30 questionários respondidos. Os dados dos questionários foram agrupados em categorias a partir da frequência das respostas e posteriormente categorizados e analisados quantitativamente buscando realizar esses procedimentos fundamentando-nos na análise de conteúdo (BARDIN, 2004).

RESULTADO E DISCUSSÕES

Dos 30 alunos que responderam ao questionário, 5 alunos (16,6 %) já possuem graduação e 25 alunos (83,3%) realizavam seu primeiro curso de graduação. Os cursos realizados pelos alunos que já possuíam uma graduação são licenciatura em Matemática, licenciatura em Pedagogia, Engenharia de Alimentos, Fisioterapia e licenciatura em Letras. Sobre a percepção do processo de ensino e aprendizagem do

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curso, 15 alunos (50,0%) consideram-no regular, 8 alunos (26,6%) consideram-no bom, 6 alunos (20,0%) consideram-no muito bom e 1 aluno (3,33%) consideram-no ruim.

Em alguns relatos, vimos que alguns escolheram o curso por ver neste uma oportunidade para ter uma graduação e não porque se tornariam professores. O que mostra como a formação para professores é complexa como, afirma Lima (2007), que diz que a formação de professores é um fenômeno complexo e multifacetado, sobre o qual existem várias conceitualizações, e pouco consenso quanto a suas dimensões e às teorias mais relevantes para sua análise. Por isso, é notória a falta de um quadro teórico e conceitual orgânico que ajude a esclarecer e ordenar essa área de conhecimento, investigação e prática.

Ao categorizarmos as justificativas para as respostas acima, encontramos as seguintes categorias entre os respondentes que consideraram o curso ruim e regular: a dificuldade para tirar dúvidas com os professores; a estrutura física dos polos, principalmente a falta de laboratórios; o curso foi considerado de maneira geral um curso “difícil”; poucas aulas presenciais; falta de material e inadequação das apostilas; dificuldade de acesso à internet. Entre os respondentes que consideraram o curso bom e muito bom, elencamos as seguintes categorias: boa qualidade do curso em geral: oferta de materiais diversificados (apostilas, vídeos, sites); mais autonomia para o estudo; o curso leva o aluno a dedicar-se mais; uso de metodologias de ensino adequadas. No quadro 1 reproduzimos algumas justificativas dadas pelos respondentes.

Uma das respostas frequente, entre os alunos é que a separação física entre o professor e aluno é uma dificuldade que deve ser superada, assim como a dificuldade em utilizar os meios técnicos de comunicação fazendo uso de tecnologia. Para isso se torna necessário que os professores tenham conhecimento sobre os elementos fundamentais presentes nos diversos conceitos existentes sobre o ensino a distância. Como Cornachione e Silva (2002), que diz que a separação física entre professor e aluno, que o distingue do presencial e assim, pode-se verificar que existem entraves ao desenvolvimento do Ensino a Distância (EAD), no que tange ao grau de socialização de seus participantes, aspecto este bastante explorado no ensino presencial, que já data de milênios.

Em relação às respostas sobre os maiores problemas do processo de ensino e aprendizagem, exemplificamos algumas em seguida: “Apostilas com muitas teorias e pouca prática; trabalhos propostos sem objetivos claros, provas individuais [...].” (Aluno 1). “Problema no sistema, internet ruim, falta auxílio dos professores, ausência de

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conhecimento da realidade do discente, falta de comunicação, materiais inadequados [...]”. (Aluno 2).“Falta de fórum no início da disciplina, avaliações que não condizem com a realidade, apostilas incompletas [...]” (Aluno 3).“ Diversas disciplinas ao mesmo tempo, falta de formação de grupos de estudos, falta de vídeos aula, falta de cobrança e clareza de alguns professores, muito cálculo nas disciplinas [...]” (Aluno 4).“ Falta de tutor presencial que seja da área no polo, dificuldades na tecnologia, internet ruim e na compreensão do material didático, falta de estrutura física e de aulas práticas [...]” (Aluno 5).“Falta interação direta com o professor e mudanças na plataforma e de organização, demora no retorno das dúvidas [...]”. (Aluno 6).

Outra questão vista nas respostas, se refere à maneira de superar a distância que separa a formação pedagógica da formação específica, os alunos reclamaram muito com a falta de aulas práticas e no ensino a distância parece que isso ficou mais evidente. Maldaner (2000 p.45) argumenta que esta atitude impede de pensar os cursos de formação de professores como um conjunto, pois o que se espera é a formação prática do professor. Ele explica que essa desagregação teoria-prática descende dos “currículos de formação profissional com base na racionalidade técnica derivada do positivismo”, pois o objetivo era justamente separar o mundo acadêmico do mundo prático, assim o monopólio da pesquisa (Maldaner, 2000).

CONSIDERAÇOES FINAIS

É a partir das experiências dos alunos é que podemos tornar aparentes as mudanças e influências na educação. Apesar de alguns problemas estruturais, físicos e pedagógicos o curso foi considerado regular na visão dos alunos, sem dúvida a educação a distância por sua experiência de ensino com metodologias não presenciais, pode vir a contribuir para a transformação dos métodos de ensino e da aprendizagem.

Portanto, pensar a docência seja a distância ou não, requer reflexões mais profundas uma vez que por esta ser um processo complexo que supõe uma compreensão da realidade da sociedade, da educação, da escola, do aluno, do ensino, aprendizagem e do saber. Assim, concordamos com Mortimer e Machado (1997), que explicam que as concepções prévias do estudante e sua cultura cotidiana não têm que, necessariamente, ser substituídas pelas concepções da cultura científica. A ampliação de seu universo cultural deve levá-lo a refletir sobre as interações entre as duas culturas, mas a construção de conhecimentos científicos não pressupõe a diminuição do status dos

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conceitos cotidianos, e sim a análise consciente das suas relações (MORTIMER e MACHADO, 1997).

REFERÊNCIAS

BARDIN, L., A Categorização. In: BARDIN, L., Análise de conteúdo, 3º edição, Ed. Edições 70, 2004, p. 111-125.

CORNACHIONE, E. B. ; SILVA, L. B. Educação a Distância e seu Emprego no Ensino Contábil no Brasil. Artigo. Disponível em: http://www.abed.org.br. Acesso em: 1 maio 2011.

LEITINHO, M. C. A formação pedagógica do professor universitário: dilemas e contradições. Linhas críticas, Brasília, v. 14, n. 26, p. 79-92, jan./jun. 2008.

LIMA, S. M. Aprender para ensinar, ensinar para aprender. Aprende-se a ensinar no curso de Pedagogia? Cuiabá: Ed. UFMT, p. 37-83, 2007.

LÜCK, E. H. Educação a distância: contrapondo críticas, tecendo argumentos. Educação, Porto Alegre, v. 31, nº 3, p. 258-267, set./dez., 2008.

MALDANER, O. A formação inicial e continuada de professores de química. Professores/Pesquisadores. Injuí: Unijuí, 2000.

MORTIMER, E. F. e MACHADO, A. H. Anais do Encontro sobre Teoria e Pesquisa em Ensino de Ciências: linguagem, cultura e cognição. Belo Horizonte, 1997.

Quadro 1- Justificativas dos alunos de Licenciatura em Química a distância sobre a percepção do processo de ensino e aprendizagem

“...dificuldade de acesso, internet lenta, alunos tem pouco tempo para estudar, o aluno passa muito tempo estudando sozinho, separação física barreiras tecnológicas.”

“Estrutura dificulta o aprendizado dos alunos; deveria ter mais interação entre aluno e assunto estudado, demora para responder as dúvidas.”

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usando a tecnologia, dificuldade de não ter aulas práticas.”

“Porque tem que se buscar o aprendizado em materiais fora da apostila e isso dificulta o aprendizado, ensino mal ministrado; falta organização no curso.”

Referências

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