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Estudo da prática regulatória, vantagens competitivas e oferta e demanda de carga entre os países signatários do Acordo da Hidrovia Paraguai Paraná

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(1)

regulatória,

vantagens

competitivas e

oferta e demanda de

carga entre os países

signatários do Acordo

da Hidrovia Paraguai -

Paraná

produto 1b

ANÁLISE DOS CUSTOS DE

TRANSPORTE, LEVANTAMENTO

DAS EMPRESAS DE NAVEGAÇÃO

E ESTALEIROS

(2)

PRODUTO 1B

Análise dos Custos de Transporte,

Levantamento das Empresas de

Navegação e Estaleiros

Dezembro

(3)

Hidrovia Paraguai-Paraná: Produto 1B -Análise dos Custos de Transporte, Levantamento das Empresas de Navegação e Estaleiro / Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura. - Curitiba: UFPR/ITTI, 2017.

208 p., 7v.: il. color.; 30 cm.

Documento elaborado como parte integrante do Termo de

Cooperação TERM-SAF-ANTAQ/Nº01/2015, celebrado entre a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Conteúdo: V1 – Produto 1A – Matriz Origem-destino e Market Share da Hidrovia Paraguai-Paraná ; V2 – Produto 1B - Análise dos Custos de Transporte, Levantamento das Empresas de Navegação e Estaleiro; V3 – Produto 2 – Diagnóstico da Infraestrutura da Hidrovia; V4 – Produto 3 A – Eixo Regulatório; V5 – Produto 3B – Eixo Regulatório: estudo de caso; V6 – Produto 4 – Matriz e Oportunidades; V7 – Produto 5 – Resumo Executivo.

(4)

FIGURA 2.1 – LOCALIZAÇÃO DA HIDROVIA PARAGUAI-PARANÁ NA AMÉRICA DO SUL. ... 18 FIGURA 2.2 – FLUXO DE MERCADORIAS A PARTIR DA AMÉRICA DO SUL. ... 20 FIGURA 4.1 – EXEMPLO DE TABELA DISPONIBILIZADA MENSALMENTE PELA NTC & LOGÍSTICA ... 49 FIGURA 5.1 – CUSTO FIXO TOTAL MENSAL CONFORME A CARGA TRANSPORTADA E O PAÍS ... 123 FIGURA 5.2 – CUSTO VARIÁVEL TOTAL POR QUILÔMETRO PARA VIAGENS DE MIL KM, CONFORME A CARGA TRANSPORTADA E O PAÍS DE ESTUDO ... 125 FIGURA 5.3 - CUSTO DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO POR TONELADA QUILÔMETRO ÚTIL, CONFORME O PAÍS E O TIPO DE CARGA, PARA UMA DISTÂNCIA DE MIL KM ... 128 FIGURA 5.4 – CUSTO BRASILEIRO DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO POR TONELADA QUILÔMETRO ÚTIL POR FAIXA DE DISTÂNCIA ... 129 FIGURA 5.5 - CUSTO FIXO TOTAL HIDROVIÁRIO MENSAL CONFORME A CARGA TRANSPORTADA. ... 131 FIGURA 5.6 - CUSTO VARIÁVEL HIDROVIÁRIO (R$/KM) CONFORME O TIPO DE CARGA... 133 FIGURA 5.7 - CUSTO DE TRANSPORTE HIDROVIÁRIO POR TONELADA QUILÔMETRO ÚTIL, CONFORME O TIPO DE CARGA E DISTÂNCIA ANALISADA ... 135 FIGURA 5.9 – CUSTO DE TRANSPORTE FERROVIÁRIO POR TONELADA QUILÔMETRO ÚTIL, CONFORME O PAÍS E O TIPO DE CARGA, PARA DISTÂNCIAS DE MIL KM ... 143 FIGURA 5.10 – CUSTO DE TRANSPORTE FERROVIÁRIO BRASILEIRO POR TKU POR FAIXA DE DISTÂNCIA. ... 144 FIGURA 6.1 – COMPARATIVO INTERMODAL DOS CUSTOS DE TRANSPORTE DE GRANEL SÓLIDO AGRÍCOLA POR FAIXA DE DISTÂNCIA (RODO E FERRO BRASIL; HIDRO REFERENTE À HPP) ... 146 FIGURA 6.2 – COMPARATIVO INTERMODAL DOS CUSTOS DE TRANSPORTE DE GRANEL SÓLIDO POR FAIXA DE DISTÂNCIA (RODO E FERRO BRASIL; HIDRO REFERENTE À HPP) .. 147 FIGURA 6.3 – COMPARATIVO INTERMODAL DOS CUSTOS DE TRANSPORTE DE GRANÉIS LÍQUIDOS POR FAIXA DE DISTÂNCIA (RODO E FERRO BRASIL; HIDRO REFERENTE À HPP) 147 FIGURA 6.4 – COMPARATIVO INTERMODAL DOS CUSTOS DE TRANSPORTE DE CARGA GERAL POR FAIXA DE DISTÂNCIA (RODO E FERRO BRASIL; HIDRO REFERENTE À HPP) ... 148 FIGURA 7.1 – DISTRIBUIÇÃO DAS EMPRESAS DE NAVEGAÇÃO ATUANTES NA HPP, CONFORME O PAÍS DE INSTALAÇÃO. ... 158 FIGURA 7.2 – DISTRIBUIÇÃO DE ESTALEIROS NOS PAÍSES, CUJAS EMBARCAÇÕES ATUAM NA HPP. ... 161

(5)

LISTA DE TABELAS

TABELA 2.1 - DISTRIBUIÇÃO DOS TRECHOS DE INTERESSE DO ESTUDO ENTRE OS PAÍSES.

... 19

TABELA 4.1 - VALOR AGREGADO DA MERCADORIA POR CATEGORIA DE CARGA ... 26

TABELA 4.2 - VALORES REFERENTES ÀS COMPRAS DE EQUIPAMENTOS DA COMPOSIÇÃO RODOVIÁRIA ... 29

TABELA 4.3 - SEMIRREBOQUE ADOTADO CONFORME E O PAÍS DE ESTUDO ... 29

TABELA 4.4 - VALORES REFERENTES ÀS COMPRAS DOS SEMIRREBOQUES ... 30

TABELA 4.5 - SALÁRIOS DOS MOTORISTAS EM CADA PAÍS DO ESTUDO. ... 30

TABELA 4.6 - ENCARGOS SOCIAIS CONFORME O PAÍS DE ESTUDO ... 32

TABELA 4.7 - SALÁRIOS DOS MECÂNICOS EM CADA PAÍS DO ESTUDO ... 33

TABELA 4.8 – TAXA DE DESVALORIZAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DA COMPOSIÇÃO RODOVIÁRIA E SEU TEMPO DE VIDA ÚTIL CONFORME O PAÍS DE APLICAÇÃO ... 33

TABELA 4.9 – TAXAS INCIDENTES SOBRE O VEÍCULO ... 36

TABELA 4.10 - GASTOS RELACIONADOS AO SEGURO DO VEÍCULO CONFORME O PAÍS DE APLICAÇÃO. ... 37

TABELA 4.11 - IMPOSTO INCIDENTE NAS OPERAÇÕES FINANCEIRAS CONFORME O PAÍS DE APLICAÇÃO. ... 37

TABELA 4.12 - OUTRAS DESPESAS FIXAS DO MODAL RODOVIÁRIO (R$/MÊS) ... 38

TABELA 4.13 – COTAÇÃO DO COMBUSTÍVEL CONFORME O PAÍS ... 40

TABELA 4.14 - COTAÇÃO DOS ÓLEOS DE CARTER E DE CÂMBIO CONFORME O PAÍS ... 41

TABELA 4.15 – PREÇO DE LAVAGEM E LUBRIFICAÇÃO DA COMPOSIÇÃO RODOVIÁRIA CONFORME O PAÍS ... 42

TABELA 4.16 – VALOR UNITÁRIO DO PNEU E QUANTIDADES UTILIZADAS EM CADA PAÍS, CONFORME A CARGA MOVIMENTADA ... 44

TABELA 4.17 – ÍNDICES DE CUSTOS FADEAC ARGENTINA ... 45

TABELA 4.18 – ÍNDICES DE PREÇOS AO CONSUMIDOR BOLÍVIA; DIVISÃO: TRANSPORTES. . 47

TABELA 4.19 – ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR PARAGUAI. ... 51

TABELA 4.20 – ÍNDICE DE CUSTOS DE TRANSPORTE AUTOMOTOR DE CARGA - ICTAC URUGUAI. ... 52

TABELA 4.21 – HORAS TRABALHADAS MENSAIS DE ACORDO COM O PAÍS DE REFERÊNCIA 52 TABELA 4.22 – ESPECIFICAÇÕES DAS CAPACIDADES DAS COMPOSIÇÕES RODOVIÁRIAS ADOTADAS NO ESTUDO ... 54

TABELA 4.23 – ESPECIFICAÇÕES DAS COMPOSIÇÕES HIDROVIÁRIAS CONFORME O TIPO DE CARGA MOVIMENTADA. ... 61

TABELA 4.24 – PREMISSAS ADOTADAS PARA A VALORAÇÃO DO CUSTO DE REPOSIÇÃO DOS EQUIPAMENTOS... 63

TABELA 4.25 – RENDIMENTO DO COMBUSTÍVEL CONFORME A CATEGORIA DE CARGA MOVIMENTADA ... 66

(6)

TABELA 4.27 - COMPARATIVO DO CUSTO ENTRE BITOLA MÉTRICA E BITOLA LARGA PARA

DIFERENTES DISTÂNCIAS E TIPOS DE CARGA NO BRASIL (R$/TKU) ... 72

TABELA 4.28 - PREÇO DA GASOLINA UTILIZADO CONFORME O PAÍS DE APLICAÇÃO ... 77

TABELA 4.29: EQUIPAMENTOS PESADOS PARA A MANUTENÇÃO DA VIA PERMANENTE ... 80

TABELA 4.30 – EQUIPAMENTOS PESADOS PARA A MANUTENÇÃO DA VIA PERMANENTE ... 85

TABELA 4.31 – VALORES DOS CUSTOS DE TRANSBORDO CONFORME AS MOVIMENTAÇÕES. ... 116

TABELA 4.32 – TARIFAS DE ARMAZENAGEM E POTUÁRIAS CONFORME O PORTO DE APLICAÇÃO ... 117

TABELA 5.1 - CUSTO DO ESTOQUE EM TRÂNSITO POR MÊS ... 119

TABELA 5.2 - CUSTOS FIXOS MENSAIS RODOVIÁRIOS CONFORME O PAÍS DE ESTUDO ... 121

TABELA 5.3 - CUSTOS VARIÁVEIS MENSAIS RODOVIÁRIOS CONFORME O PAÍS DE ESTUDO PARA UMA DISTÂNCIA DE VIAGEM DE MIL KM ... 124

TABELA 5.4 – PREMISSAS ADOTADAS FIM DE COMPOR UM CUSTO FINAL RODOVIÁRIO .... 126

TABELA 5.5 - VALORES FIXOS E VARIÁVEIS POR QUILÔMETRO, PARA VIAGENS DE MIL KM ... 126

TABELA 5.6 – VALOR E CAPACIDADE DE MOVIMENTAÇÃO EM UMA VIAGEM DE MIL KM POR CATEGORIA DE CARGA E POR PAÍS ESPECÍFICO ... 127

TABELA 5.7 – CUSTO DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO POR TONELADA QUILÔMETRO ÚTIL, CONFORME O PAÍS E O TIPO DE CARGA, PARA UMA DISTÂNCIA DE MIL KM ... 128

TABELA 5.8 - CUSTOS FIXOS MENSAIS HIDROVIÁRIOS POR TIPO DE CARGA ... 130

TABELA 5.9 – DISTÂNCIAS HIDROVIÁRIAS PERCORRIDAS POR VIAGEM ... 132

TABELA 5.11 – PREMISSAS ADOTADAS A FIM DE COMPOR UM CUSTO FINAL HIDROVIÁRIO. ... 133

TABELA 5.12 – NÚMERO DE VIAGENS E DISTÂNCIAS PERCORRIDAS MENSALMENTE NO TRANSPORTE HIDROVIÁRIO DE CARGAS. ... 134

TABELA 5.13 - CUSTOS FIXOS E VARIÁVEIS DE TRANSPORTE HIDROVIÁRIO POR TIPO DE CARGA. ... 134

TABELA 5.14 – VALOR E CAPACIDADE DE MOVIMENTAÇÃO DAS VIAGENS ESPECIFICADAS POR CATEGORIA DE CARGA. ... 135

TABELA 5.15 – CUSTO DE TRANSPORTE HIDROVIÁRIO POR TONELADA QUILÔMETRO ÚTIL, CONFORME O TIPO DE CARGA, A DISTÂNCIA E A QUANTIDADE DE CARGA MOVIMENTADA. ... 135

TABELA 5.16 – PREMISSAS ADOTADAS PARA O MODAL FERROVIÁRIO. ... 138

TABELA 5.17 – DIMENSIONAMENTO DOS CUSTOS DE TRANSPORTE FERROVIÁRIO BRASILEIRO PARA GRANEL SÓLIDO. ... 140

TABELA 5.18 – DIMENSIONAMENTO DOS CUSTOS DE TRANSPORTE FERROVIÁRIO BRASILEIRO PARA GRANEL LÍQUIDO. ... 140

(7)

TABELA 5.20 - COMPONENTES DOS CUSTOS FERROVIÁRIOS DE ACORDO COM A CARGA MOVIMENTADA, PARA CADA PAÍS DO ESTUDO, PARA DISTÂNCIAS DE 1.000 KM (R$/TKU) . 142 TABELA 5.21 – CUSTOS DE TRANSBORDOS INCIDENTES NO EXEMPLO PARA A MOVIMENTAÇÃO E GRANEL SÓLIDO. ... 145 TABELA 5.22 – CUSTOS PORTUÁRIOS INCIDENTES NO EXEMPLO PARA A MOVIMENTAÇÃO DE GRANEL SÓLIDO. ... 145 TABELA 6.1 - COMPARATIVO INTERMODAL DOS CUSTOS BRASILEIROS TOTAIS DE TRANSPORTE DE GRANEL SÓLIDO AGRÍCOLA CONFORME A QUANTIDADE CARREGADA E DISTÂNCIA PERCORRIDA ... 149 TABELA 6.3 - COMPARATIVO INTERMODAL DOS CUSTOS BRASILEIROS TOTAIS DE TRANSPORTE DE GRANÉIS LÍQUIDOS CONFORME A QUANTIDADE CARREGADA E DISTÂNCIA PERCORRIDA... 151 TABELA 6.5 – COMPARATIVO DOS CUSTOS DE TRANSPORTE POR MODAL, PAÍS E TIPO DE CARGA ... 153 TABELA 7.1 – PRINCIPAIS EMPRESAS ATUANTES NA HPP ... 156 TABELA 7.2 - CARACTERÍSTICAS DA FROTA ATUANTE NA HIDROVIA, SEGUNDO MENNA. .. 158 TABELA 7.3 - QUANTITATIVO E DEADWEIGHT DA FROTA ATUANTE NA HIDROVIA, SEGUNDO O BANCO MUNDIAL ... 159 TABELA 7.4 – FROTA ATUANTE NA HIDROVIA PARAGUAI-PARANÁ IDENTIFICADA ... 159 TABELA 7.5 – RELAÇÃO DOS ESTALEIROS ATUANTES NA HIDROVIA PARANÁ-PARAGUAI .. 160

(8)

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ... 11

1.1 IDENTIFICAÇÃO DO CEDENTE ... 13

1.2 IDENTIFICAÇÃO DO COOPERANTE ... 13

1.3 DADOS DA EQUIPE TÉCNICA MULTIDISCIPLINAR ... 14

2 INTRODUÇÃO ... 17

PARÂMETROS DE ENTRADA PARA O MODELO LOGÍSTICO ... 22

METODOLOGIA E COLETA DE DADOS ... 25

3.1 ESTOQUE EM TRÂNSITO ... 25

3.2 PARÂMETROS OPERACIONAIS RODOVIÁRIOS ... 26

3.2.1 Custos Fixos ... 27

Remuneração de capital ... 28

Gastos com motorista de caminhão ... 30

Gastos com o mecânico encarregado da manutenção ... 32

Reposição/depreciação da composição rodoviária ... 33

Gastos com licenciamento do veículo (Mensal) ... 35

Gastos com seguro do veículo (mensal) ... 36

Outras despesas fixas ... 38

3.2.2 Custos variáveis ... 39

Gastos com a manutenção do veículo ... 39

Gastos com combustível ... 40

Gastos com óleos ... 41

Gastos com lavagem e lubrificação ... 42

Gastos com pneus ... 43

3.2.3 Índices de reajustes ... 44 Argentina ... 45 Bolívia ... 47 Brasil ... 48 Paraguai ... 50 Uruguai ... 51

3.2.4 Cálculo do Custo Final ... 52

Tonelagem efetiva ... 53

Distância percorrida mensal efetiva ... 55

(9)

Custo total por quilômetro... 56

Custo total por tonelada ... 57

Custo por tonelada quilômetro útil (TKU) ... 57

3.3 PARÂMETROS OPERACIONAIS HIDROVIÁRIOS ... 57

3.3.1 Custos Fixos ... 58

Remuneração de capital ... 59

Gastos com salário da tripulação ... 61

Reposição (espécie de depreciação) da embarcação ... 62

Gastos com seguro ... 63

Outras despesas fixas ... 64

3.3.2 Custos Variáveis ... 64

Gastos com manutenção ... 65

Gastos com combustível ... 65

Gastos com lubrificantes ... 66

3.3.3 Cálculo do custo final ... 67

Tonelagem efetiva ... 67

Distância percorrida mensal efetiva ... 68

Custo total por viagem ... 69

Custo total por quilômetro... 69

Custo total por tonelada ... 70

Custo total por tonelada quilômetro útil (TKU) ... 70

3.4 PARÂMETROS OPERACIONAIS FERROVIÁRIOS ... 71

3.4.1 Via permanente ... 73 Superestrutura ... 73 Infraestrutura ... 85 3.4.2 Operação ... 92 Trens ... 92 CCO ... 93 Insumos ... 94 Gestão ... 96 Pessoal ... 99 3.4.3 Mecânica ... 100 Locomotivas ... 100 Vagões ... 106

(10)

3.4.4 Tecnologia informatizada e embarcada ... 110 Locomotiva ... 111 Vagão ... 112 Via permanente ... 113 Operação ... 114 3.5 OUTROS PARÂMETROS ... 115 3.5.1 Parâmetros de transbordo ... 115 3.5.2 Parâmetros portuários ... 116

ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 119

4.1 ESTOQUE EM TRÂNSITO ... 119

4.2 PARÂMETROS OPERACIONAIS RODOVIÁRIOS ... 119

4.2.1 Custos fixos ... 120

4.2.2 Custos variáveis ... 124

4.2.3 Cálculo do custo final ... 125

4.3 PARÂMETROS OPERACIONAIS HIDROVIÁRIOS ... 130

4.3.1 Custos fixos ... 130

4.3.2 Custos variáveis ... 132

4.3.3 Cálculo do custo final ... 133

4.4 PARÂMETROS OPERACIONAIS FERROVIÁRIOS ... 137

4.4.1 Premissas ... 137

4.4.2 Cálculo do custo final ... 139

4.5 OUTROS PARÂMETROS ... 144

COMPARATIVO INTERMODAL ... 146

5.1 CUSTOS DE TRANSPORTE POR TKU ... 146

5.2 VALORES TOTAIS DE TRANSPORTE ... 148

LEVANTAMENTO DAS EMPRESAS DE NAVEGAÇÃO E ESTALEIROS . 155 6.1 LEVANTAMENTO DAS EMPRESAS DE NAVEGAÇÃO E A FROTA OPERANTE NA HPP ... 155

6.2 ESTALEIROS ... 160

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 162

REFERÊNCIAS ... 164

(11)

11

APRESENTAÇÃO

O presente documento, denominado “Análise dos custos de transporte e levantamento das empresas de navegação e estaleiros”, contempla o acompanhamento das atividades referentes ao Produto 1B, que integra o rol de documentos a serem entregues à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) no âmbito do “Estudo da prática regulatória, vantagens competitivas e oferta e demanda de carga entre os países signatários do Acordo da Hidrovia Paraguai-Paraná”.

Este estudo é fruto do Termo de Execução Descentralizada TERM-SAF-ANTAQ/Nº01/2015, celebrado entre a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR), que desenvolverá os trabalhos por meio do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (ITTI), desta Universidade.

O Termo de Execução Descentralizada nº 01/2015 objetiva a elaboração do estudo a respeito das práticas regulatórias, vantagens competitivas e oferta e demanda de cargas que se verificam no âmbito do transporte longitudinal na Hidrovia Paraguai-Paraná, entre Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai.

A estrutura geral do trabalho manteve o alinhamento com o Plano de Trabalho presente no Termo de Referência, o qual divide-se em cinco produtos de entrega:

• Produto 1A – Matriz Origem-Destino e Market Share da Hidrovia Paraguai-Paraná

• Produto 1B – Análise dos custos de transporte, levantamento das

empresas de navegação e estaleiros;

• Produto 2 – Diagnóstico da Infraestrutura da Hidrovia Paraguai-Paraná da Base de dados georreferenciada;

• Produto 3 A – Diagnóstico da prática regulatória da Hidrovia Paraguai-Paraná;

• Produto 3 B – Estudo de Caso;

• Produto 4 – Matriz de Oportunidades da Hidrovia Paraguai-Paraná; • Produto 5 – Resumo Executivo.

(12)

12

• Levantamento dos custos de transporte nos países comercialmente influentes à Hidrovia Paraguai-Paraná;

• Levantamento dos estaleiros de navegação nos países comercialmente influentes à Hidrovia Paraguai-Paraná.

Sendo assim, este documento apresenta as atividades desenvolvidas em relação aos custos de transporte da Hidrovia Paraguai-Paraná, constituindo versão preliminar de acompanhamento dos trabalhos.

_____________________________

Prof. Dr. Eduardo Ratton

Coordenador-geral CREA 7657-PR

(13)

13

Empreendedor: Agência Nacional de Transportes Aquaviários — ANTAQ CNPJ: 04.903.587/0001-08

Telefone: (5561) 2029-6500

Endereço: SEPN - Quadra 514 - Conjunto "E" - Edifício ANTAQ CEP 70.760-545 - Brasília/DF

1.2 IDENTIFICAÇÃO DO COOPERANTE

Nome: Universidade Federal do Paraná - UFPR CNPJ: 75.095.679/0001-49

Endereço: Rua XV de Novembro, 1299. 80.060-000 CURITIBA - PR

Telefone: (041) 3360.5012 Representantes legais:

Prof. Dr. Ricardo Marcelo Fonseca - Reitor

CPF nº 729.663.519-34, RG 4.188.589-0/ SSPPR

Pessoa de contato: Prof. Dr. Eduardo Ratton – Coordenador CPF: 354.092.589-91 RG 1.037.832-SSPR

Endereço: Departamento de Transportes - UFPR Telefone: 41 3226-6658

E-mail: ratton.eduardo@gmail.com

(14)

14

1.3 DADOS DA EQUIPE TÉCNICA MULTIDISCIPLINAR

Os estudos foram realizados pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), por meio do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (ITTI), do Departamento de Transportes/Setor de Tecnologia, com a equipe técnica composta pelos profissionais apresentados no QUADRO 3.1.

QUADRO 1.1 - EQUIPE TÉCNICA MULTIDISCIPLINAR.

NOME

REGISTRO PROFISSIONAL FORMAÇÃO PROFISSIONAL FUNÇÃO

EDUARDO RATTON CREA: PR 7657/D IBAMA: 274192 Eng. Civil MSc. Geotecnia Dr. Geotecnia Coordenação-geral CARLOS A. NADAL CREA: PR 7108/D IBAMA:274358 Eng. Civil MSc. e Dr. em Ciências Geodésicas Coordenação dos Estudos Cartográficos

GILZA FERNANDES BLASI CREA: PR 9279/PR IBAMA: 3281110 Eng. Civil MSc. Infraestrutura e Gerência Viária Diagnóstico de Infraestrutura

EDU JOSÉ FRANCO CREA: PR 25802/D

Eng Civil

MSc. Eng de Recursos Hídricos e Ambiental Esp. Infraestrutura Urbana, Planejamento Urbano e Sistemas de Transporte

Estudo de Custos

JOSÉ GERALDO MADERNA LEITE CREA: PR 3041/D IBAMA: 1741772 Eng. Civil MSc. Desenvolvimento Econômico Dr. Eng. Florestal Estudos Econômicos

RUY ALBERTO ZIBETTI OAB 17951/ PR IBAMA: 5361722

Direito

Dr. Direito Internacional Assessoria Jurídica

ANDRÉ FURTINI SILVA CRA: PR 28827 IBAMA: 6243097

Adm. de Empresas Esp. Gestão de Projetos Cursando Esp. em Gestão Empreendora

Estudos do Eixo

Regulatório e Gestão de documentos

FLÁVIA ALINE WAYDZIK CREA: PR 141030/D

IBAMA: 608000

Eng. Civil

Cursando Esp. em Eng. Logística Coordenação dos Estudos do Eixo de Mercado RENATA CORREIA CREA: PR 144081/D IBAMA: 6166842 Eng. Ambiental

MSc. Eng. de Rec. Hídricos e Ambiental

Coordenação dos Estudos do Eixo de Infraestrutrura e Matriz de Oportunidades

RODRIGO DE CASTRO MORO CREA: PR 137790/D IBAMA: 5782659 Eng. Cartográfica e de Agrimensura Mestrando em Eng. Cartográfica Estudos Cartográficos e Base de dados georreferenciada

(15)

15

MARCOS AUGUSTO MENDES MARQUES CREA: PR 71294/D Eng. Elétrica MSc e Dr. em Métodos Numéricos Projeções Econômicas HENRIQUE GUARNERI CREA: PR 150.339/D IBAMA: 4752282 Eng. Ambiental

MSc Eng. de Rec. Hídricos e Ambiental

Estudos do Eixo de Mercado, Infraestrutrura e Navegabilidade

GUSTAVO PACHECO TOMAS CREA: SC 107305-9

IBAMA: 3900461

Eng. Civil

MSc. Eng. de Rec. Hídricos e Ambiental

Doutorando Eng. de Rec. Hídricos e Ambiental Estudos do Eixo de Mercado PHILIPE RATTON CREA: PR 108.813/D IBAMA: 3616532 Eng. Civil

MSc. Eng. de Rec. Hídricos e Ambiental

Doutorando Eng. de Rec. Hídricos e Ambiental

Estudos do Eixo de Mercado, Infraestrutrura e Navegabilidade

MURIEL SZYMANSKI PATRICIO IBAMA: 274192

Eng. Ambiental

Esp. em Eng. Segurança do Trabalho

Estudos do Eixo de Mercado

LUIZ FELIPE SIMIONI DITZEL CREA: 128928/D

IBAMA:6579032

Eng Civil e de Produção Esp. em Gestão de Negócios MBA em Gestão Ambiental

Estudos do Eixo de Mercado ROBSON SELEME CREA: 168282/D Eng. Civil MSc. Eng. de Produção Dr. Eng. de Produção Projeções Econômicas

THAIS NOGUEIRA DE REZENDE CREA: PR 162437/D

IBAMA: 6442123

Eng. Civil

Mestranda em Eng. de Rec. Hídricos e Ambiental

Estudos do Eixo de Mercado

FELIPE JOSÉ GASPARIN CREA: PR 162002/D IBAMA: 6166858 Eng. Civil Cursando Esp. em Gerenciamento de Obras Estudos do Eixo de Infraestrutura e Matriz de Oportunidades

JONATAN RAFFO DA SILVA CREA: PR 162332/D

IBAMA: 6166860

Eng. Civil

Cursando Esp. em Gestão Financeira

Estudos do Eixo de Infraestrutura

ARINEI CARLOS LINDBECK DA SILVA Matemática MSc. Métodos Numéricos em Engenharia Dr. Eng. de Produção Projeções Econômicas VILMA MACHADO Biblioteconomia

Esp. Gestão da Informação Mestre em Gestão de Políticas Públicas

Revisão de Texto

DYEISON MLENEK

Eng. Cartográfica e de Agrimensura

Cursando Esp. em Eng. Segurança do Trabalho

Estudos cartográficos e Base de dados

georreferenciada

FABIO ANDRE STEFFLER

(16)

16

NOME

REGISTRO PROFISSIONAL FORMAÇÃO PROFISSIONAL FUNÇÃO

JOSE PAULO FILIPPIN

CREA: RS 101119/D Eng. Civil Consultor ferroviário

ESTAGIÁRIOS – GRADUANDOS

FLÁVIA CRISTINA ARENAS Eng. Cartográfica e de

Agrimensura

Estudos cartográficos e Base de dados

georreferenciada

DENILSON DIONISIO Eng. Cartográfica e de

Agrimensura

Estudos cartográficos e Base de dados

georreferenciada

EDUARDO CHIARANI Eng. Cartográfica e de

Agrimensura

Estudos cartográficos e Base de dados

georreferenciada

JESSICA DAUDT. O. JUNGLOS Eng. Civil Estudos do Eixo

Regulatório

LUCAS MONTEIRO DILDEY Direito

Eng. Civil

Estudos do Eixo Regulatório

NÍCOLAS RAFAEL DA SILVEIRA Eng. Cartográfica e de

Agrimensura

Estudos cartográficos e Base de dados

georreferenciada

CRISTINA FIGUEIREDO VALENTE Eng. Cartográfica e de

Agrimensura

Estudos cartográficos e Base de dados

georreferenciada FONTE: UFPR/ITTI, 2016.

(17)

17

2 INTRODUÇÃO

Um dos principais objetivos do sistema logístico de transportes de cargas de um país reside na escolha do modal de transporte mais eficiente, na simplificação e na praticidade do escoamento da produção para o mercado interno e externo, ocasionando a redução dos custos associados e aumentando a competitividade do país no cenário nacional e internacional. Nesse contexto, os custos logísticos tornam-se elementos de análitornam-se estornam-senciais para o estabelecimento de cenários econômicos, ambientais, de infraestrutura, de organização do território e de planejamento do próprio sistema logístico de transporte.

Com relação aos modais de transporte, as vantagens da utilização do sistema hidroviário para o transporte de cargas, em comparação ao ferroviário e, sobretudo, ao rodoviário, incluem: baixo custo de transporte, principalmente em se tratando de grandes volumes de cargas e distâncias; baixos custos de manutenção da via, uma vez que o transporte é realizado em trechos naturais pré-existentes; aspectos ambientais, por se tratar de um sistema de transporte com impactos ambientais mais moderados quando comparado aos demais modais. Com uma maior utilização do sistema hidroviário a utilização da multimodalidade é impulsionada, diversificando a matriz de transportes.

O fato de a Hidrovia Paraguai-Paraná (HPP) ser a maior hidrovia internacional da América Latina, passando pelos cinco países signatários (Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai), sua análise é ainda mais peculiar, visto que, além das diferenças físicas ao longo de sua extensão, existem divergências regulatórias entre os países e não uniformidade do sistema de transporte. Dessa forma o estudo do sistema da HPP possui nível superior de dificuldade quando comparado aos demais sistemas hidroviários.

A identificação e a análise dos custos de transportes relacionados à Hidrovia Paraguai-Paraná são elementos que podem atuar como subsídio aos estudos e investimentos econômicos, logísticos e de infraestrutura, fortalecendo a integração econômica entre os países signatários e com o mercado internacional.

De acordo com o Termo Execução Descentralizada, os trechos hidroviários de interesse para esse estudo estão compreendidos entre Cáceres (BRA) e Nueva Palmira (URY), nos rios Paraguai e Paraná (extensão de 3.442 km), além do trecho

(18)

18

do Rio Paraná entre Foz do Iguaçu (BRA) e a confluência dos rios Paraguai e Paraná (680 km). A Figura 2.1 ilustra a localização da Hidrovia.

FIGURA 2.1 – LOCALIZAÇÃO DA HIDROVIA PARAGUAI-PARANÁ NA AMÉRICA DO SUL.

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A Hidrovia Paraguai-Paraná é um dos mais extensos e importantes eixos de integração política, social e econômica da América do Sul, estendendo-se por cinco países: Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai. Com isso aumentou o interesse de utilização do transporte hidroviário em relação aos outros modais. Na extensão total da Hidrovia, a Argentina conta com cerca de 30% em seu território, contra 22% em território brasileiro e 14% em território paraguaio. Adicionalmente, sob jurisdição compartilhada entre os países, têm-se uma extensão aproximada de 34%, excetuando-se o trecho do rio Paraná entre a cidade de Foz do Iguaçu (BRA) / Ciudad del Este (PRY) e a confluência entre os rios Paraguai e Paraná. A Tabela 2.1 apresenta a distribuição territorial dos trechos de interesse deste estudo.

TABELA 2.1 - DISTRIBUIÇÃO DOS TRECHOS DE INTERESSE DO ESTUDO ENTRE OS PAÍSES.

Hidrovia Paraguai/Paraná Extensão (km)

Brasil 890 Brasil/Bolívia 48 Brasil/Paraguai 332 Paraguai 557 Paraguai/Argentina 375 Argentina 1240

Rio Paraná (Foz do Iguaçu-BRA

à Confluência Paraguai/Paraná) Extensão (km)

Paraguai/Argentina 680

Total 4122

Fonte: AHIPAR, 2010.

Configurando-se como uma das principais artérias fluviais da região entre Brasil, Bolívia, Argentina, Paraguai e Uruguai, a Hidrovia Paraguai-Paraná apresenta representa uma alternativa para o isolamento marítimo de alguns desses países, facilitando o escoamento de cargas e o acesso entre os mercados.

Entretanto, ainda é uma área que não está plenamente desenvolvida e consolidada em termos de eficiência e confiabilidade. Dessa maneira, a consolidação do eixo da HPP fortalece a integração dos países e das regiões envolvidas com os mercados globais mediante uma conexão eficiente com os oceanos Atlântico e Pacífico (ver Figura 2.2).

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FIGURA 2.2 – FLUXO DE MERCADORIAS A PARTIR DA AMÉRICA DO SUL.

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Origem-Destino e Market Share da Hidrovia Paraguai Paraná”, o atual volume

apresenta uma análise dos custos dos diferentes modais para os cinco grupos de cargas definidos pelo Plano Nacional de Integração Hidroviária (PNIH), a saber:

1) Granel Sólido (GS);

2) Granel Sólido Agrícola (GSA); 3) Granel Líquido (GL);

4) Granel Líquido Agrícola (GLA) e 5) Carga Geral (CG).

Também foram levantados os custos de transbordo e as tarifas praticadas em portos e terminais.

No modal rodoviário e hidroviário, quantificaram-se separadamente os custos fixos e variáveis. Já para o modal ferroviário quantificaram-se os custos referentes a: via permanente, operação, mecânica e tecnologia informatizada e embarcada. Também foram levantados os custos de transbordo e aqueles associados aos terminais portuários.

Após as composições dos custos de todos os modais, foram presentados gráficos comparativos das curvas de variação dos custos de cada categoria de mercadoria por faixas de distância. Assim, foi possível analisar as faixas de distância em que cada modal é potencialmente mais competitivo. A fim de padronizar e poder comparar os custos de transporte por quantidade de mercadoria e por distância percorrida, os custos dos três principais modais foram quantificados por tonelada quilômetro útil (TKU).

Posteriormente, os custos por tonelada quilômetro útil (R$/TKU) podem ser utilizados para simulações logísticas. Estes valores foram inseridos no software Sistema de Informações Geográficas do Transporte Aquaviário (SIGTAQ), para simular alternativas logísticas de transporte de cargas para diversos pares Origem/Destino. Estas simulações foram desenvolvidas para o cenário atual e também utilizadas para um cenário futuro, este último correspondendo às projeções econômicas que deram origem à matriz de oportunidades, apresentada no Produto 4

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PARÂMETROS DE ENTRADA PARA O MODELO LOGÍSTICO

O Sistema de Informações Geográficas do Transporte Aquaviário (SIGTAQ) é um software de análise logística multimodal. É uma ferramenta que permite a simulação, a análise, a geração de mapas temáticos e a importação de camadas simbióticas, entre outros recursos. Assim, pode ser utilizado para auxiliar nas atividades de regulação da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ, 2013).

Buscando a integração metodológica e a continuidade de trabalhos anteriores, o SIGTAQ foi a ferramenta escolhida pelo contratante, para subsidiar os estudos e desenvolvimentos deste projeto.

O sistema é dividido em dois grandes módulos: o primeiro refere-se ao Sistema de Informação Geográfica (SIG), por meio da produção de mapas, ao passo que o segundo se trata do módulo de Transporte e Logística, no qual estão disponíveis ferramentas para estudos e análises do potencial de escoamento de carga por hidrovias, rodovias e ferrovias brasileiras e seus terminais (ANTAQ, 2013).

São três os métodos implementados no SIGTAQ para a definição do potencial de escoamento de carga e definição de caminhos mínimos, a saber:

• Menor distância – Define o melhor caminho como o de menor distância de transporte de uma carga;

• Menor tempo – Define o caminho mais rápido para o transporte da carga; • Menor custo – Define o caminho com o menor custo logístico para o

transporte da carga.

Para o Estudo foi utilizado o método dos caminhos mínimos. O modelo exige como entrada uma malha de transporte, pares origem/destino da carga a ser simulada, além de parâmetros de custos de transporte, parâmetros operacionais e portuários para os três modais de transporte: Velocidade média da via (km/h); Estoque em trânsito (R$/t); Frete (R$/TKU); Perda de carga (%); Tempo de operação (h); Alíquota de Seguro (%); Custo de Transbordo (R$/t) e Custo de Armazenagem (R$/t.dia).

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Estes elementos compuseram os custos de transporte para as cinco categorias de carga e para os cinco países signatários, e estão explicitados neste documento da seguinte forma:

I. Parâmetros Operacionais Rodoviários; II. Parâmetros Operacionais Hidroviários; III. Parâmetros Operacionais Ferroviários; IV. Parâmetros de Transbordo;

V. Parâmetros Portuários.

O software foi elaborado para estudos em território brasileiro e não permite a inserção de diferentes parâmetros, tampouco que um mesmo parâmetro receba valores distintos conforme um trecho ou um país.

Devido às restrições do sistema, os parâmetros detalhados do transporte não poderão ser incorporados em sua totalidade para todos os países. Visto isso, as entradas de dados no SIGTAQ deverão ser adaptadas para englobar os demais países que compõem a área de estudo deste projeto. A Organização Internacional para Padronização (ISO) define códigos de três letras para as moedas correntes. Para uniformização da nomenclatura monetária foi adotado o padrão ISO 4217, como mostra o QUADRO 3.1, neste também estão apresentados os respectivos símbolos monetários adotados no presente relatório.

QUADRO 3.1 – NOMENCLATURA MONETÁRIA PADRÃO, SEGUNDO ISO 4217 E SÍMBOLOS ADOTADOS.

Símbolo

monetário Código Número

Casas

Decimais Moeda Locais em circulação

$ ARS 032 2 Peso Argentino Argentina

Bs. BOB 068 2 Boliviano Bolívia

R$ R$ 986 2 Real Brasil

US$ USD 840 4 Dólar dos Estados

Unidos

Estados Unidos da América

₲ PYG 60 0 0 Guarani Paraguai

$U UYU 858 2 Peso Uruguaio Uruguai

FONTE: ISO, 2015

No atual produto os valores pesquisados e calculados serão todos apresentados na moeda brasileira – Real (R$) – por questão de padronização para a

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melhor comparação dos custos de transporte entre os países estudados. As cotações usadas foram referentes ao ano de 2015 (QUADRO 3.2).

QUADRO 3.2 – COTAÇÃO MÉDIA DAS MOEDAS NO ANO DE 2015.

Brasil País Cotação da moeda referente ao real

R$ 1,00

Argentina $ 2,79

Bolívia Bs. 2,08

Estados Unidos da América US$ 0,3041

Paraguai ₲ 1.567

Uruguai $U 8,24

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METODOLOGIA E COLETA DE DADOS

Este capítulo apresenta o processo utilizado para os cálculos de todos os itens que quantificaram o custo final do transporte. A data base adotada no presente estudo é de dezembro de 2015. Sendo assim, todos os valores monetários e cotações referem-se a esse período.

Os custos de todos os componentes estão apresentados no Capítulo 4, juntamente com os resultados quantitativos. Assim, será possível atender às solicitações do SIGTAQ, especificamente na composição dos dados de entrada para o método caminhos mínimos.

3.1 ESTOQUE EM TRÂNSITO

O estoque em trânsito representa a mercadoria movimentada desde a sua origem (região produtora) até o destino final. O tempo em que a mercadoria está em trânsito gera um custo pela imobilização do capital referente. Este custo é calculado em função do valor agregado da mercadoria (unidade monetária por toneladas), da taxa de imobilização do capital (anual) e do tempo de transporte (dias).

O valor agregado é distinto conforme a categoria da mercadoria e foi estimado com base nos produtos mais movimentados em cada categoria de carga na área de influência da hidrovia em estudo (Tabela 4.1). Os valores agregados adotados para cada categoria de carga foram definidos a partir: de valores do PNIH (ANTAQ, 2013); do relatório sobre a competitividade das cidades globais portuárias, elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE, 2014); dos mercados internacionais que regulam os preços de mercado das commodities agrícolas e agropecuárias e dos principais produtos que trafegam pela Hidrovia, a exemplo da Bolsa de Chicago (CBOT, 2017) e da Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBOVESPA, 2017); dos relatórios de mercado da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEC, 2017); do banco de dados do Monitoramento Global do Preço das Commodities do Banco Mundial (BANCO MUNDIAL, 2017).

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TABELA 4.1 - VALOR AGREGADO DA MERCADORIA POR CATEGORIA DE CARGA

Categoria de carga Valor agregado (R$/t)

Granel Sólido Agrícola 565

Granel Sólido 71

Granel Líquido Agrícola 69

Granel Líquido 49

Carga Geral 155

FONTE: Elaborado por UFPR/ITTI.

Para a taxa de imobilização do capital foi adotado o valor de 8,5% ao ano, o mesmo utilizado no relatório de metodologia do Plano Nacional de Integração Hidroviária (PNIH) (ANTAQ, 2013). Considera-se que há movimentação de mercadoria em 360 dias no ano. Para que seja representado o gasto mensal do estoque em trânsito, seu custo será calculado proporcionalmente ao período de um mês, como a seguir:

𝐶𝐶𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸 = 𝑉𝑉𝑎𝑎×100 × 365 ×𝑇𝑇𝑖𝑖𝑖𝑖 𝑑𝑑𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚12

Onde:

𝐶𝐶𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸𝐸: Estoque em trânsito (R$/t.mês);

𝑉𝑉𝑎𝑎: Valor agregado por tonelada (R$/t);

𝑇𝑇𝑖𝑖𝑖𝑖: Taxa de imobilização do capital em um ano (%);

𝑑𝑑𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚: Dias de movimentação de mercadorias no ano.

Sendo assim, para cada categoria de carga será utilizado o valor de custos com estoque em trânsito referente a um mês, pois a maioria dos dados presentes na composição foram pesquisados mensalmente.

3.2 PARÂMETROS OPERACIONAIS RODOVIÁRIOS

Atualmente o modal rodoviário é o de maior participação na movimentação de cargas dentro do continente sul-americano, contudo para diversas situações este não é o mais vantajoso. Uma vez que a capacidade de carga transportada em um caminhão é consideravelmente menor do que nos demais modais, a movimentação por rodovias geralmente torna-se onerosa quando utilizada em grandes quantidades de mercadoria e em grandes distâncias.

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Na presente seção serão valorados os custos de transporte por rodovias em diferentes faixas de distâncias, onde serão calculados os custos para os cinco países signatários à Hidrovia Paraguai-Paraná.

O valor do transporte tende a variar conforme o tipo de carga movimentada. Para que essa variável seja contemplada, de forma simplificada, os tipos de cargas serão divididos em três grupos: Granel Sólido (englobando as classes “Granel Sólido” e “Granel Sólido Agrícola”), Granel Líquido (englobando as classes “Granel Líquido” e “Granel Líquido Agrícola”) e “Carga Geral”.

Para cada um dos cinco países e dos três tipos de carga será calculado um custo de transporte rodoviário específico, totalizando 15 diferentes custos, os quais são compostos por um “Custo Fixo” e por um “Custo Variável”. No primeiro é avaliado o custo independente da rodagem da unidade rodoviária no período de um mês. No segundo são contabilizados os gastos por quilômetro rodado, ou seja, quanto maior a distância percorrida, maior será a participação do custo variável no custo final.

3.2.1 Custos Fixos

Os custos fixos são caracterizados por não ter variação de acordo com a distância percorrida, logo, independentemente do percurso a ser realizado, este item sempre terá o mesmo valor, só variando de acordo com a classe de carga e com o país de aplicação. O custo fixo será o resultado do somatório de oito diferentes elementos, conforme a fórmula:

𝐶𝐶𝑓𝑓 = 𝑅𝑅𝑖𝑖+ 𝐺𝐺𝑚𝑚𝐸𝐸+ 𝐺𝐺𝑚𝑚𝑖𝑖+ 𝑅𝑅𝑖𝑖𝑚𝑚+ 𝐶𝐶𝑅𝑅𝑠𝑠𝐸𝐸+ 𝐺𝐺𝑙𝑙𝑖𝑖𝑖𝑖+ 𝐺𝐺𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠+ 𝐺𝐺𝑚𝑚𝑜𝑜𝐸𝐸𝐸𝐸𝑚𝑚𝑠𝑠

Onde:

𝐶𝐶𝑓𝑓: Custo fixo mensal (R$/mês);

𝑅𝑅𝑖𝑖: Remuneração do capital (R$/mês);

𝐺𝐺𝑚𝑚𝐸𝐸 : Gastos com motorista (R$/mês);

𝐺𝐺𝑚𝑚𝑖𝑖: Gastos com mecânico (R$/mês);

𝐶𝐶𝑅𝑅𝑖𝑖𝑚𝑚: Custo de reposição do cavalo mecânico (R$/mês);

𝐶𝐶𝑅𝑅𝑠𝑠𝐸𝐸: Custo de reposição do semirreboque (R$/mês);

𝐺𝐺𝑙𝑙𝑖𝑖𝑖𝑖: Gastos com licenciamento do veículo (R$/mês);

𝐺𝐺𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠: Gastos com o seguro do veículo (R$/mês);

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A fim de quantificar o custo mensal, o cálculo de cada item é proporcional aos gastos em um mês. As definições destes serão apresentadas detalhadamente nos próximos itens.

Remuneração de capital

Os gastos relacionados à remuneração de capital estão associados ao ganho no mercado financeiro caso o capital necessário para os bens adquiridos (os veículos rodoviários) não tivesse sido utilizado. Segundo a Caixa Econômica Federal, as rendas fixas têm rendimento em torno de 10% ao ano, valor adotado no presente estudo.

A Remuneração de capital é calculada pela fórmula a seguir:

𝑅𝑅𝑅𝑅 = (𝑉𝑉𝑖𝑖𝑚𝑚+ 𝑉𝑉𝐸𝐸𝑚𝑚𝑟𝑟+ 𝑉𝑉𝑠𝑠𝐸𝐸) × ��1 +100�𝑇𝑇𝑎𝑎 1/12

− 1�

Onde:

𝑅𝑅𝑅𝑅 : Remuneração do capital (R$/mês); 𝑉𝑉𝑖𝑖𝑚𝑚: Valor do cavalo mecânico (R$);

𝑉𝑉𝐸𝐸𝑚𝑚𝑟𝑟: Valor da Unidade do Rodoar (R$);

𝑉𝑉𝑠𝑠𝐸𝐸: Valor do semirreboque (R$);

𝑇𝑇𝑎𝑎: Taxa Anual de remuneração do capital (R$).

Para a composição do custo de remuneração de capital foi necessário selecionar uma marca e um modelo de cavalo mecânico que fosse comercializado em todos os países e que tivesse as especificações necessárias para o transporte de todas as mercadorias. Assim, foi selecionado o cavalo mecânico Volvo FH 460 6x2, o qual possui um eixo isolado, com dois pneumáticos, mais um conjunto de dois eixos em tandem, com quatro pneus cada eixo, totalizando dez pneus e mais um de reserva. Com o cavalo mecânico tipo definido, foram realizados orçamentos nas concessionárias presentes nos países do estudo.

A unidade de rodoar também foi cotada nas concessionárias e inclui o equipamento para dentro da cabine, para o cavalo mecânico e para o semirreboque.

Os valores dos cavalos mecânicos e do rodoar praticados no estudo em cada país estão expostos na Tabela 4.2.

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TABELA 4.2 - VALORES REFERENTES ÀS COMPRAS DE EQUIPAMENTOS DA COMPOSIÇÃO RODOVIÁRIA

País Valor do cavalo mecânico Valor do rodoar

Argentina R$ 450.948,34 R$ 7.686,62

Bolívia R$ 537.464,17 R$ 6.518,66

Brasil R$ 352.282,67 R$ 2.702,44

Paraguai R$ 621.502,08 R$ 7.220,60

Uruguai R$ 577.001,21 R$ 9.705,87

FONTE: Elaborado por UFPR/ITTI.

Observa-se que o Brasil apresenta valor de revenda expressivamente menor do cavalo mecânico e do rodoar quando se comparado aos outros países. Isso se dá ao fato de que o cavalo mecânico em questão é fabricado em território brasileiro e exportado para Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai. Esta transação é feita em dólares, onerando ainda mais o custo das aquisições dos equipamentos. Além disso, estes países, com exceção da Argentina, possuem apenas um representante Volvo autorizado a revender, fator influente na especificação na cotação do equipamento.

Os valores dos semirreboques também variam de acordo com o país de aquisição, além de se alterarem conforme a carga transportada. Sendo assim, para cada país foram cotados os valores para três tipos de semirreboques.

Visando representar o mais usual em cada trajeto, o número de eixos da composição rodoviária varia conforme o país. No Brasil e na Argentina é permitido, e usual, o transporte de granéis sólidos e líquidos por caminhões “bitrens”. Já para os demais países o semirreboque considerado foi do tipo simples. A Tabela 4.3 expõe os semirreboques adotados conforme o país estudado.

TABELA 4.3 - SEMIRREBOQUE ADOTADO CONFORME E O PAÍS DE ESTUDO Carga movimentada Semirreboque Países segundo o semirreboque adotado Quantidade de eixos em tandem Quantidade de pneus

Granéis Bitrem Argentina e Brasil 4 16

Simples Bolívia, Paraguai e Uruguai 3 12

Carga Geral Baú Todos os 5 países 3 12

FONTE: Elaborado por UFPR/ITTI.

Após definido o semirreboque por tipo de carga e por país, foram pesquisados seus valores (Tabela 4.4):

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TABELA 4.4 - VALORES REFERENTES ÀS COMPRAS DOS SEMIRREBOQUES

País Granéis sólidos Granéis líquidos Carga Geral

Argentina R$ 132.412,98 R$ 234.919,96 R$ 116.988,30

Bolívia R$ 105.620,04 R$ 147.091,71 R$ 157.503,57

Brasil R$ 104.237,06 R$ 171.798,12 R$ 71.421,69

Paraguai R$ 117.207,99 R$ 212.795,09 R$ 132.015,58

Uruguai R$ 139.348,18 R$ 366.233,71 R$ 202.589,08

FONTE: Elaborado por UFPR/ITTI.

Assim como os cavalos mecânicos, todos os semirreboques são produzidos no Brasil e posteriormente vendidos, em dólares, para os demais países do estudo, gerando a discrepância das cotações entre os países. No semirreboque tanque do Uruguai a variação é ainda maior. Segundo informações das concessionárias do país, isso se explica pela baixa procura e baixa utilização desse tipo de semirreboque no território nacional.

Gastos com motorista de caminhão

O gasto com motorista de caminhão é composto pelo seu salário, acrescido de gastos com encargos sociais conforme o país de atuação. Sendo assim o gasto com o salário dos motoristas pode ser calculado segundo a fórmula:

𝐺𝐺𝑚𝑚𝐸𝐸= 𝑆𝑆𝑚𝑚𝐸𝐸× (1 + 𝐺𝐺𝑠𝑠𝑠𝑠)

Onde:

𝐺𝐺𝑚𝑚𝐸𝐸: Gastos com salário do motorista de caminhão (R$/mês);

𝑆𝑆𝑚𝑚𝐸𝐸: Salário do motorista de caminhão (R$/mês);

𝐺𝐺𝑠𝑠𝑠𝑠: Gastos com encargos sociais (%);

Os salários utilizados na pesquisa são de referências dos sindicatos dos motoristas e/ou sites de oferta de emprego dos respectivos países (Tabela 4.5).

TABELA 4.5 - SALÁRIOS DOS MOTORISTAS EM CADA PAÍS DO ESTUDO.

País Salário Fonte

Argentina R$ 3.121,90 Sindicato de Choferes de Camiones

Bolívia R$ 1.204,72 Site de oferta e procura de empregos: buscojobs - Bolívia

Brasil R$ 1.684,05 Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários (SINCOVER)

Paraguai R$ 1.219,24 Portal de notícias paraguaio: ABC Color

Uruguai R$ 2.756,32 Ministério de Trabajo y Seguridad Social

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Dentre os cinco países, observa-se que a Argentina é o país com maior custo neste item. O país que possui os menores salários praticados é a Bolívia, seguida do Paraguai.

Os encargos sociais foram acrescidos aos salários visando obter o real custo de cada empregado. Ele representa os direitos dos trabalhadores como décimo terceiro salário, férias, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), Previdência Social, entre outros, variando de acordo com cada país, conforme detalhado a seguir:

• Brasil

No Brasil os encargos sociais aplicados ao cálculo dos gastos com o motorista e com o mecânico, foram retirados do Detalhamento dos Encargos Sociais de Mensalistas (DNIT, 2016), compreendendo a 84,04%.

• Argentina

Para a composição de encargos sociais na Argentina, foi consultado o Instituto para el Desarrollo Social, que quantifica os encargos sociais em 43,00% (IDESA, 2016).

• Bolívia

Na Bolívia, a taxa de encargos sociais aplicada foi retirada de um escritório de advocacia, o VI-LEGAL, o qual calcula um valor de 16,71% sobre o salário do empregado.

• Paraguai

A taxa de encargos sociais para o Paraguai foi retirada do Manual del/la Asegurado/a do Instituto da Previdência Social do governo do país. Essa taxa é de 23%.

• Uruguai

No Uruguai, segundo a simulação de contribuições (BPS, 2016), o valor final de encargos sociais para um salário de 22.717 pesos uruguaios é de 3.731 pesos uruguaios, o que representa uma taxa de 16,42%.

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A Tabela 4.6 resume os encargos sociais utilizados em cada país do Estudo para o cálculo do gasto com motoristas e mecânicos. Os gastos com salários dos mecânicos serão abordados na sequência.

TABELA 4.6 - ENCARGOS SOCIAIS CONFORME O PAÍS DE ESTUDO

País Encargos sociais

Argentina 43,00%

Bolívia 16,71%

Brasil 84,04%

Paraguai 23,00%

Uruguai 16,42%

FONTE: Elaborado por UFPR/ITTI.

Com aproximadamente 84% de encargos sociais incidente nos salários, o Brasil é o país que recebe maior interferência destes. Quando comparados aos demais países todos possuem encargos sociais próximos ou menores que a metade do brasileiro, o que torna o custo de mão de obra consideravelmente maior.

Gastos com o mecânico encarregado da manutenção

Seguindo a mesma metodologia de cálculo para os gastos com o motorista de caminhão, utilizou-se os mesmos encargos sociais já citados, sendo possível calcular o gasto com o mecânico responsável pela manutenção do veículo. Considera-se que o mecânico pode atender mais de um veículo no mês, desse modo deve-se dividir o gasto com salário e encargos sociais pela média de veículos atendidos por um mecânico. Com base em composições de custos de transporte rodoviário elaboradas pela Empresa de Planejamento e Logística (EPL), estipulou-se que em média um mecânico faz a manutenção de três veículos em um mês. O gasto com os mecânicos pode ser valorado pela seguinte fórmula:

𝐺𝐺𝑚𝑚𝑖𝑖 =𝑆𝑆𝑚𝑚𝑖𝑖 × (1 + 𝐺𝐺𝑁𝑁 𝑠𝑠𝑠𝑠) 𝑚𝑚

Onde:

𝐺𝐺𝑚𝑚𝑖𝑖: Gastos com salário do mecânico encarregado da manutenção (R$/mês);

𝑆𝑆𝑚𝑚𝑖𝑖: Salário do mecânico (R$/mês);

𝐺𝐺𝑠𝑠𝑠𝑠: Gastos com encargos sociais (R$);

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Os valores dos salários cotados para os mecânicos de veículos pesados está presente na Tabela 4.7.

TABELA 4.7 - SALÁRIOS DOS MECÂNICOS EM CADA PAÍS DO ESTUDO

País Salário Fonte

Argentina R$ 3.740,34 Sindicato de mecanicos y afines del transporte automotor

Bolívia R$ 2.115,43 Empresa profissionalizante: Simonbolivar

Brasil R$ 2.125,73 Site nacional de empregos (SINE)

Paraguai R$ 1.571,49 Portal de notícias paraguaio: ABC Color

Uruguai R$ 2.869,21 Site de oferta e procura de empregos: cuantocobro - Uruguai

FONTE: Elaborado por UFPR/ITTI.

Assim como nos salários para os motoristas, os salários dos mecânicos são mais altos na Argentina e no Uruguai, enquanto o Paraguai se apresenta com a mão de obra mais barata.

Reposição/depreciação da composição rodoviária

Esse item tem a finalidade de quantificar a renda mensal necessária a ser arrecadada para a aquisição de um novo cavalo mecânico e de um novo semirreboque, ao final do ciclo de vida útil econômica do existente.

A taxa de desvalorização e o tempo de vida útil, tanto do cavalo mecânico como do semirreboque, variam de acordo com o país em questão. Esses dados foram retirados de tabelas da economia de cada local. Na Tabela 4.8 apresentam-se as taxas de desvalorização anuais para o cavalo mecânico, para o semirreboque e para o rodoar, bem como o tempo de vida útil dos mesmos.

TABELA 4.8 – TAXA DE DESVALORIZAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DA COMPOSIÇÃO RODOVIÁRIA E SEU TEMPO DE VIDA ÚTIL CONFORME O PAÍS DE APLICAÇÃO

País Taxa anual de desvalorizaçã o do cavalo mecânico e do rodoar Tempo de vida útil em anos do cavalo mecânico e do rodoar Taxa anual de desvalorizaçã o do semirreboque Tempo de vida útil em anos do semirreboqu e Fonte

Argentina 20,00% 10 20,00% 10 Tribunal de Tasaciones

de lá Nación

Bolívia 20,00% 5 20,00% 5 Impuestos Nacionales

Brasil 25,00% 4 20,00% 5 Receita Federal

Paraguai 20,00% 5 20,00% 5 Ministerio de Hacienda

Uruguai 20,00% 10 20,00% 10 Dirección General

Impositiva FONTE: Elaborado por UFPR/ITTI.

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Pode-se observar que as taxas de desvalorização do semirreboque estão valoradas em 20% ao ano para todos os países. Quanto à taxa incidente sobre o cavalo mecânico, o Brasil é o único diferenciado e considera que o equipamento desvaloriza 25% ao ano. O tempo de vida útil é bastante discrepante entre os países. O Brasil é o que considera menor tempo de vida útil para o cavalo mecânico, quatro anos, enquanto na Argentina e Uruguai, o valor é mais que o dobro desse tempo, dez anos. Similarmente ocorre para a vida útil do semirreboque, variando em cinco e dez anos entre os países.

Para o cálculo da reposição do cavalo mecânico deve-se desconsiderar o valor gasto nos dez pneus utilizados, mais um reserva, e do rodoar. Multiplica-se o resultado pela taxa de desvalorização, referente a um mês, e por fim divide-se pela vida útil do cavalo mecânico, conforme explicitado na fórmula a seguir:

𝑅𝑅𝑖𝑖𝑚𝑚 =�𝑉𝑉𝑖𝑖𝑚𝑚 − 𝑁𝑁𝑝𝑝𝑁𝑁𝑐𝑐𝑐𝑐 × 𝑉𝑉𝑝𝑝− 𝑉𝑉𝐸𝐸� 𝑚𝑚𝑐𝑐𝑐𝑐

× �𝑇𝑇𝑟𝑟𝑐𝑐𝑐𝑐�

100 × 12 Onde:

𝑅𝑅𝑖𝑖𝑚𝑚: Reposição do cavalo mecânico (R$/mês);

𝑉𝑉𝑖𝑖𝑚𝑚: Valor do cavalo mecânico (R$);

𝑁𝑁𝑝𝑝𝑐𝑐𝑐𝑐: Quantidade de pneus no cavalo mecânico;

𝑉𝑉𝑝𝑝: Valor do pneu (R$);

𝑉𝑉𝐸𝐸: Valor do rodoar (R$);

𝑇𝑇𝑟𝑟𝑖𝑖𝑚𝑚: Taxa de desvalorização do cavalo mecânico ao ano (%);

𝑁𝑁𝑚𝑚𝑐𝑐𝑐𝑐: Vida útil, em meses, do cavalo mecânico.

Seguindo a metodologia para o cálculo da reposição do semirreboque deve-se desconsiderar o valor gasto nos pneus e multiplicar o resultado pela taxa de desvalorização e dividir pela vida útil do semirreboque.

𝑅𝑅𝑠𝑠𝐸𝐸 = �𝑉𝑉𝑠𝑠𝐸𝐸− 𝑁𝑁𝑁𝑁𝑝𝑝𝑠𝑠𝑠𝑠× 𝑉𝑉𝑝𝑝� 𝑚𝑚𝑠𝑠𝑠𝑠 × �𝑇𝑇𝑟𝑟𝑠𝑠𝑠𝑠� 100 × 12 Onde: 𝑅𝑅𝑠𝑠𝐸𝐸: Reposição do semirreboque (R$); 𝑉𝑉𝑠𝑠𝐸𝐸: Valor do semirreboque (R$);

𝑁𝑁𝑝𝑝𝑠𝑠𝑠𝑠: Quantidade de pneus no semirreboque;

𝑉𝑉𝑝𝑝: Valor do pneu (R$);

𝑇𝑇𝑟𝑟𝑠𝑠𝑠𝑠: Taxa de desvalorização do semirreboque ao ano (%);

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Os valores dos semirreboques já foram expostos para o cálculo da remuneração de capital. Os valores dos pneus, também cotados nos cinco países, estão apresentados adiante no Item 4.2.2.6 “Gastos com pneus”, na Tabela 4.16.

Gastos com licenciamento do veículo (Mensal)

Foram abordadas neste item as taxas e impostos necessários para a circulação de um veículo. Os custos de cada componente foram analisados pelos gastos equivalente por mês, diferenciando de acordo com o país do Estudo, sendo representados da seguinte forma:

𝐺𝐺𝑙𝑙𝑖𝑖𝑖𝑖 = 𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑚𝑚𝑠𝑠í𝑖𝑖𝑜𝑜𝑙𝑙𝑚𝑚+ 𝐼𝐼𝑚𝑚𝑠𝑠í𝑖𝑖𝑜𝑜𝑙𝑙𝑚𝑚+𝑇𝑇12 +𝑙𝑙𝑖𝑖𝑖𝑖 𝑇𝑇24𝐸𝐸𝑎𝑎𝑖𝑖

Onde:

𝐺𝐺𝑙𝑙𝑖𝑖𝑖𝑖: Gastos mensais com licenciamento do veículo (R$/mês);

𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑚𝑚𝑠𝑠í𝑖𝑖𝑜𝑜𝑙𝑙𝑚𝑚: Seguro obrigatório sobre o veículo (R$);

𝐼𝐼𝑚𝑚𝑠𝑠í𝑖𝑖𝑜𝑜𝑙𝑙𝑚𝑚: Imposto sobre o veículo (R$);

𝑇𝑇𝑙𝑙𝑖𝑖𝑖𝑖: Taxa de licenciamento (R$);

𝑇𝑇𝐸𝐸𝑎𝑎𝑖𝑖: Taxa do tacógrafo (R$).

Em todos os países contabilizou-se o seguro obrigatório, representado pelo DPVAT no Brasil, pelo “SOAT” na Bolívia e no Paraguai e pelo “SOA” no Uruguai. Na Argentina o valor do seguro obrigatório foi estimado a partir dos demais países. O imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA), aplicado no Brasil, é considerado nos demais países com a seguinte nomenclatura: “Patente única sobre vehículos” na Argentina e no Uruguai; “Impuesto a la propiedad de vehículos automotores” na Bolívia; “Impuesto de patente de rodados” no Paraguai. A taxa de licenciamento (anual) brasileira é equiparável à “verificación técnica vehicular” na Argentina, e à “inspección técnica vehicular” na Bolívia, Paraguai e Uruguai. A taxa do tacógrafo só se aplica no Brasil e, segundo o cronotacógrafo, com custo de R$209,00 a cada dois anos.

Os valores adotados foram uniformizados em reais (R$) e são apresentados discretizados por mês, conforme o país de aplicação (Tabela 4.9).

(36)

36

TABELA 4.9 – TAXAS INCIDENTES SOBRE O VEÍCULO

Seguro obrigatório Imposto sobre o veículo Taxa de licenciamento

País Valor mensal Fonte Valor mensal Fonte Valor mensal Fonte

Argentina R$38,06 Estimado a partir dos demais países R$692,31 Governo de Santa Fé R$292,20 Portal de notícias: transito Buenos Aires

Bolívia R$11,47 Diário EJU! R$2.347,63

Ministério de Economia y Finanzas Públicas R$14,44 Policia Boliviana Brasil R$10,01 Portal de notícias: Nvalores R$496,31 Jornal Globo R$6,02 Portal de notícias: TranspoOnli ne Paraguai R$30,88 Colegio de escribanos del Paraguay R$650,04 Constitución de la República Paraguaya R$22,70 Empresa Ivesur Paraguay Uruguai R$34,76 Brignoni Seguros R$534,01 Comisión de Aforo Vehículos Unificados R$34,53 Empresa de transporte: Sucta FONTE: Elaborado por UFPR/ITTI.

Em todos os países a tarifa de maior representatividade é o imposto sobre o veículo, que em território brasileiro é o de menor custo comparado aos demais países. A Bolívia possui o total de taxas incidentes sobre o veículo mais onerosas, somando R$2.373,55 mensais.

Gastos com seguro do veículo (mensal)

Neste item foram calculados os gastos com seguros para as composições rodoviárias. Independente da carga movimentada e do semirreboque adotado, o cavalo mecânico utilizado foi o mesmo, sendo assim foi considerado um único valor para o prêmio mensal do seguro para todos os tipos de cargas, diferenciando de acordo com o país de aplicação, onde foram feitas cotações com seguradoras ou utilizadas pesquisas de órgãos atuantes no ramo. Foram contabilizados todos os prêmios mensais (do cavalo mecânico, do semirreboque e de responsabilidade civil), os quais são multiplicados pelo imposto sobre operações financeiras do referente país, conforme a fórmula:

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37

Onde:

𝐺𝐺𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠: Gastos com seguro do veículo (R$);

𝑃𝑃𝑖𝑖𝑚𝑚: Prêmio mensal do seguro do casco do cavalo mecânico (R$);

𝑃𝑃𝑠𝑠𝐸𝐸 : Prêmio mensal do seguro do casco do semirreboque (R$);

𝑃𝑃𝐸𝐸𝑓𝑓: Prêmio mensal do seguro de responsabilidade civil facultativa (R$);

𝑇𝑇𝑖𝑖𝑚𝑚𝑓𝑓: Imposto sobre operações financeiras (%).

A Tabela 4.10 e a Tabela 4.11 apresentam, respectivamente, os valores das somas dos prêmios do seguro para cada país em estudo e os impostos sobre operações financeiras incidentes nos mesmos, bem como as fontes utilizadas para os levantamentos.

TABELA 4.10 - GASTOS RELACIONADOS AO SEGURO DO VEÍCULO CONFORME O PAÍS DE APLICAÇÃO.

País

Prêmio mensal do seguro da composição e da

responsabilidade civil facultativa

Fonte para os custos de seguro

Argentina R$11.393,15 Asociación de Transportistas Argentinos de

Carga Internacional (ATACI)

Bolívia R$1.226,59 Estimado a partir dos demais países

Brasil R$3.859,18 Seguradora Porto Seguro

Paraguai R$1.450,46 Dirección Nacional de Transporte

Uruguai R$1.002,71 Organization of American States (OAS)

FONTE: Elaborado por UFPR/ITTI.

TABELA 4.11 - IMPOSTO INCIDENTE NAS OPERAÇÕES FINANCEIRAS CONFORME O PAÍS DE APLICAÇÃO.

País Imposto sobre operações

financeiras

Fonte para os impostos sobre operação financeira

Argentina 0,60% Banco Central de La República Argentina

Bolívia 0,15% Diário de notícias La Razón

Brasil 0,38% Banco Central do Brasil

Paraguai 5,22% Banco Central del Paraguay

Uruguai 17,90% Banco Central del Uruguay

FONTE: Elaborado por UFPR/ITTI.

Observa-se que o gasto com seguro na Argentina é expressivamente maior do que nos demais países, estando o Brasil em segundo lugar, com custo mais de três vezes menor do que o argentino. Os demais países possuem valores aproximados, na ordem R$1 mil mensais, contudo vale destacar que o Uruguai e o Paraguai têm a maior taxa de operação financeira, discrepantes dos outros países.

(38)

38 Outras despesas fixas

Despesas indiretas também devem entrar no cálculo do custo fixo de transporte. Neste caso, foram avaliados os gastos relacionados a aluguel, água, luz, telefone, internet, outros funcionários e despesas bancárias. Para o Brasil foram adotados valores anteriormente estipulados em estudos da EPL, aos demais países foram utilizadas pesquisas1 já existentes que apresentavam as tarifas de cada subitem

dessa composição. A partir destas considerou-se custos proporcionais para que fosse possível quantificar tais gastos:

𝐺𝐺𝑚𝑚𝑜𝑜𝐸𝐸𝐸𝐸𝑚𝑚𝑠𝑠 = 𝑉𝑉𝑎𝑎𝑙𝑙+ 𝑉𝑉𝑎𝑎𝑠𝑠+ 𝑉𝑉𝑙𝑙𝑜𝑜𝑙𝑙+ 𝑉𝑉𝐸𝐸𝑠𝑠𝑙𝑙+ 𝑉𝑉𝑖𝑖𝑖𝑖𝐸𝐸+ 𝐶𝐶𝑚𝑚𝑓𝑓 + 𝑉𝑉𝑟𝑟𝑑𝑑+ 𝑉𝑉𝑚𝑚𝑟𝑟

Onde:

𝐶𝐶𝐶𝐶𝑟𝑟𝑓𝑓: Gasto com outras despesas fixas (R$/mês);

𝑉𝑉𝑎𝑎𝑙𝑙: Aluguel (R$/mês);

𝑉𝑉𝑎𝑎𝑠𝑠: Água (R$/mês);

𝑉𝑉𝑙𝑙𝑜𝑜𝑙𝑙: Luz (R$/mês);

𝑉𝑉𝐸𝐸𝑠𝑠𝑙𝑙: Telefone (/mês);

𝑉𝑉𝑖𝑖𝑖𝑖𝐸𝐸: Internet (R$/mês);

𝐶𝐶𝑚𝑚𝑓𝑓 : Custo de outros funcionários (R$/mês);

𝑉𝑉𝑟𝑟𝑑𝑑: Despesas bancárias (R$/mês);

𝑉𝑉𝑚𝑚𝑟𝑟: Outras despesas (R$/mês).

O gasto referente à parte administrativa do transporte rodoviário está exposto na Tabela 4.12, a qual apresenta os insumos considerados para a composição desse item e os valores calculados para os cinco países.

TABELA 4.12 - OUTRAS DESPESAS FIXAS DO MODAL RODOVIÁRIO (R$/MÊS)

País Aluguel Água Luz Telefone Internet

Funcio-nários Despesa bancária Outras despe-sas fixas Argentina 555,74 25,06 8,76 32,20 113,47 1.140,54 177,72 38,06 Bolívia 887,23 40,39 36,50 136,31 24,25 491,09 153,18 11,47 Brasil 1.000,00 50,00 80,00 100,00 80,00 800,00 200,00 10,01 Paraguai 751,14 27,23 7,77 100,33 87,36 403,89 130,61 30,88 Uruguai 1.354,56 104,00 155,88 95,24 36,96 761,87 237,87 34,76

FONTE: Elaborado por UFPR/ITTI, conforme fontes citadas no rodapé.

1Fontes: Tarifas de água: “Agua Potable y Saneamiento en América Latina y el Caribe: metas

realistas y soluciones sostenibles”, - Banco de Desarrollo de América Latina; Tarifas de luz: “Análisis comparativo de las tarifas eléctricas en Argentina y Sudamérica” - Universidad de Belgrano; Tarifas telefônicas: Diário de notícias El Pais, do Uruguai; Tarifas de internet: Diário RedUsers, da Argentina.

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Quanto às despesas administrativas os gastos de maior incidência são aluguel e gastos com funcionários. O Paraguai se apresenta com o menor custo mensal administrativo, somando R$1.539,21 por mês, e o Uruguai com o maior, somando R$2.781,25 mensais neste item.

3.2.2 Custos variáveis

Os custos variáveis representam os gastos que dependem diretamente da distância percorrida, como consumo de combustíveis, óleo e desgaste dos pneus, e serão apresentados em reais por quilômetro percorrido. Cinco itens incidem sobre os custos variáveis, os quais foram presentados detalhadamente a seguir.

𝐶𝐶𝑚𝑚= 𝐺𝐺𝐸𝐸𝑖𝑖+ 𝐺𝐺𝑖𝑖+ 𝐺𝐺𝑙𝑙𝑜𝑜𝑑𝑑+ 𝐺𝐺𝑙𝑙𝑎𝑎𝑚𝑚+ 𝐺𝐺𝑝𝑝𝑖𝑖

Onde:

𝐶𝐶𝑚𝑚: Custo variável por quilômetro (R$/km);

𝐺𝐺𝐸𝐸𝑖𝑖: Gastos com a manutenção do veículo (R$/km);

𝐺𝐺𝑖𝑖: Gastos com combustíveis (R$/km);

𝐺𝐺𝑙𝑙: Gastos com óleos (R$/km);

𝐺𝐺𝑙𝑙𝑙𝑙: Gastos com lavagem e lubrificação (R$/km);

𝐺𝐺𝑝𝑝𝑖𝑖: Gastos com pneus (R$/km).

Assim como nos custos fixos, por questão de padronização e para facilitar a comparação dos custos entre os países, os valores pesquisados foram convertidos para a moeda brasileira Real (R$), independente da moeda utilizada na coleta dos dados. Sendo assim, apresentam-se os cálculos na moeda padrão do estudo.

Gastos com a manutenção do veículo

Este item simula os gastos com peças e acessórios decorrentes da rodagem mensal dos veículos. A Empresa de Planejamento e Logística estima que o gasto em peças, acessórios e manutenção é de cerca de 1,00% sobre o valor líquido da composição rodoviária. Sendo assim, foi adotada esta taxa, multiplicando-a pelo valor do cavalo mecânico, do semirreboque e do rodoar de cada país. Como trata-se de um

(40)

40

custo mensal, a distância percorrida mensalmente também é considerada, sendo seu cálculo explicitado adiante nos próximos itens. A presente componente dos custos variáveis pode ser valorada pela seguinte fórmula:

𝐺𝐺𝑚𝑚𝑚𝑚 = �𝑉𝑉𝑖𝑖𝑚𝑚 − (𝑁𝑁𝑝𝑝× 𝑉𝑉𝑝𝑝) + 𝑉𝑉𝐸𝐸+ 𝑉𝑉𝑠𝑠𝐸𝐸� ×100 × 𝐾𝐾𝑚𝑚𝑇𝑇𝑝𝑝𝑎𝑎𝑚𝑚 𝑠𝑠

Onde:

𝐺𝐺𝑚𝑚𝑚𝑚: Gasto com a manutenção do veículo (R$/km);

𝑉𝑉𝑖𝑖𝑚𝑚: Valor do cavalo mecânico (R$);

𝑁𝑁𝑝𝑝: Número de pneus do Cavalo mecânico;

𝑉𝑉𝑝𝑝: Valor da unidade do pneu (R$);

𝑉𝑉𝐸𝐸: Valor do rodoar para o caminhão (R$);

𝑉𝑉𝑠𝑠𝐸𝐸: Valor do semirreboque (R$);

𝑇𝑇𝑝𝑝𝑎𝑎𝑚𝑚: Taxas sobre peças, acessórios e manutenção;

𝐾𝐾𝑚𝑚𝑠𝑠: Distância percorrida mensal efetiva.

Os valores levantados para esses itens foram expostos anteriormente nos custos fixos, com exceção dos valores dos pneus que serão apresentados no Item 4.2.2.5 “Gastos com pneus” e da distância percorrida mensal efetiva, exposta no mesmo item.

Gastos com combustível

Este item é o de maior incidência nos custos variáveis e remete ao gasto com combustível (diesel) em cada país. Para isso, foi necessária a cotação média nos postos nacionais a fim de quantificar o real custo incidente sobre o transporte rodoviário (Tabela 4.13).

TABELA 4.13 – COTAÇÃO DO COMBUSTÍVEL CONFORME O PAÍS

País Preço do litro do combustível

Argentina R$4,23

Bolívia R$1,77

Brasil R$3,13

Paraguai R$2,55

Uruguai R$4,53

FONTE: Elaborado por UFPR/ITTI.

Observa-se que o preço do combustível mais oneroso dentre os países advém do Uruguai, seguido da Argentina, com valores acima de quatro reais o litro. A Bolívia

(41)

41

se mostra expressivamente mais barata nesse item, tendo o preço por litro abaixo de dois reais.

Por meio de pesquisas em sites de caminhoneiros e de estudos já existentes, considerou-se o rendimento do caminhão de 1,90 quilômetro por litro, conforme informações da concessionária. Assim, os gastos com combustíveis são calculados conforme a fórmula:

𝐺𝐺𝑖𝑖 =𝑃𝑃𝑅𝑅𝑟𝑟

𝐺𝐺𝑖𝑖: Gastos com combustíveis (R$/km);

𝑃𝑃𝑟𝑟: Preço do litro do combustível (R$/l);

𝑅𝑅: Rendimento (km/l).

Gastos com óleos

Para os gastos totais com óleos serem quantificados, foi feita uma pesquisa de preços dos óleos de cárter e de câmbio/diferencial nos cinco países do Estudo (Tabela 4.14).

TABELA 4.14 - COTAÇÃO DOS ÓLEOS DE CARTER E DE CÂMBIO CONFORME O PAÍS

Preço do óleo do cárter por litro Preço do óleo do câmbio/diferencial por litro

País Valor Fonte Valor Fonte

Argentina R$22,51 Site de vendas:

mercado libre R$41,18

Site de vendas: mercado libre

Bolívia R$14,04 Diário EJU! R$23,21 Estimado a partir dos

demais países

Brasil R$12,22 Média de sites de

venda2 R$18,82

Site de vendas: Anchieta peças

Paraguai R$6,69 Média de sites de

venda3 R$9,98

Estimado a partir dos demais países

Uruguai R$19,65 Site de vendas: Ducsa R$18,73 Site de vendas: Ducsa

FONTE: Elaborado por UFPR/ITTI.

O valor por litro de cada óleo deve ser multiplicado pela capacidade do recipiente e dividido pela quilometragem de troca. Para o caminhão Volvo FH 460 a capacidade para o óleo de cárter é de 33 litros, necessita receber reposição de 9 l antes da troca e deve ser trocado a cada 30 mil quilômetros. Já para o óleo diferencial

2 Média dos preços cotados nos sites de venda: Mercado Livre; Walmart; Autopeças Brasil.

(42)

42

a capacidade é de 47,20 l e deve ser trocado a cada 53 mil km. A expressão que expõe os gastos com óleos consta a seguir:

𝐺𝐺𝑙𝑙𝑜𝑜𝑑𝑑 = �𝑃𝑃𝑚𝑚𝑖𝑖𝑎𝑎𝐸𝐸× (𝑁𝑁𝑁𝑁𝑖𝑖𝑚𝑚𝑖𝑖𝑎𝑎𝐸𝐸+ 𝑁𝑁𝐸𝐸𝑖𝑖𝑎𝑎𝐸𝐸)

𝑘𝑘𝐸𝐸𝑖𝑖𝑎𝑎𝐸𝐸 � + �𝑃𝑃𝑚𝑚𝑟𝑟𝑖𝑖𝑓𝑓×

𝑁𝑁𝑖𝑖𝑟𝑟𝑖𝑖𝑓𝑓

𝑁𝑁𝑘𝑘𝑟𝑟𝑖𝑖𝑓𝑓�

Onde:

𝐺𝐺𝑙𝑙𝑜𝑜𝑑𝑑: Gastos com lubrificantes (R$/km);

𝑃𝑃𝑚𝑚𝑖𝑖𝑎𝑎𝐸𝐸: Preço do óleo do cárter por litro (R$);

𝐶𝐶𝑚𝑚𝑖𝑖𝑎𝑎𝐸𝐸: Capacidade do óleo de cárter (l);

𝑁𝑁𝐸𝐸𝑖𝑖𝑎𝑎𝐸𝐸: Reposição do óleo do cárter antes da próxima troca (l);

𝑁𝑁𝑘𝑘𝑖𝑖𝑎𝑎𝐸𝐸: Quilometragem de troca do óleo do cárter (km);

𝑃𝑃𝑚𝑚𝑟𝑟𝑖𝑖𝑓𝑓: Preço do óleo do câmbio/diferencial por litro (R$);

𝑁𝑁𝑚𝑚𝑟𝑟𝑖𝑖𝑓𝑓: Capacidade do óleo do diferencial (l);

𝑁𝑁𝑘𝑘𝑟𝑟𝑖𝑖𝑓𝑓: Quilometragem de troca do diferencial (km).

Gastos com lavagem e lubrificação

Este item remete à lavagem e lubrificação externa do veículo, cujos preços médios também foram pesquisados em cada país (Tabela 4.15).

TABELA 4.15 – PREÇO DE LAVAGEM E LUBRIFICAÇÃO DA COMPOSIÇÃO RODOVIÁRIA CONFORME O PAÍS

País Preço da lavagem Fonte Preço da lubrificação Fonte

Argentina R$304,81 Empresa de lavagem de automóveis: Eyna R$242,81 ATACI Bolívia R$224,65

Estimado a partir dos demais países R$503,00 Empresa de manutenção de veículos: Widman International SRL Brasil R$173,73 Empresa de lavagem de caminhões: Tietê R$70,00 Sindicato dos Condutores Autônomos de Paranaguá Paraguai R$255,31

Estimado a partir dos

demais países R$123,98

Estimado a partir dos demais países

Uruguai R$407,87 OAS R$126,24 OAS

FONTE: Elaborado por UFPR/ITTI.

Por estes valores deve-se dividir a quilometragem média entre uma lavagem e outra. Com base em um estudo anterior de composições de custos de transporte rodoviário efetuado pela EPL, estipulou-se periodicidade de 4 mil km. A fórmula utilizada é:

Referências

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