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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO INSTITUTO SAÚDE E SOCIEDADE CAMPUS BAIXADA SANTISTA CARLA ROBERTA MIRANDA FERNANDES

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

INSTITUTO SAÚDE E SOCIEDADE – CAMPUS BAIXADA SANTISTA

CARLA ROBERTA MIRANDA FERNANDES

JUVENTUDES E TRABALHO: aproximações teóricas

SANTOS/SP 2022

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

INSTITUTO SAÚDE E SOCIEDADE – CAMPUS BAIXADA SANTISTA

CARLA ROBERTA MIRANDA FERNANDES

JUVENTUDES E TRABALHO: aproximações teóricas

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Serviço Social da Universidade Federal de São Paulo, Campus Baixada Santista, como requisito parcial para obtenção de título de bacharel em Serviço Social, sob a orientação da Prof.ª Dra. Terezinha de Fátima Rodrigues.

SANTOS/SP 2022

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CARLA ROBERTA MIRANDA FERNANDES

JUVENTUDES E TRABALHO: aproximações teóricas

Banca de Apresentação Pública, ___/___/2022.

_________________________

Fabrício Gobetti Leonardi

________________________

Heloise Helena Pereira Nunes

_________________________

Terezinha de Fátima Rodrigues Docente – Orientadora

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AGRADECIMENTOS

Com a finalização deste Trabalho de Conclusão de Curso, encerro um ciclo de suma importância em minha jornada. Posso dizer que realizei um grande sonho de infância e de vida:

ocupar este espaço que é a universidade pública, espaço este que por muito tempo não foi destinado aos meus, a população jovem, preta e periférica. Mas resistimos!

E neste momento tão importante, não poderia deixar de agradecer a pessoa mais importante da minha vida: minha mãe (in memorian), Dona Claudete, que na infância sempre apoiou e acreditou em meus sonhos. Obrigada mãe! Dedico este momento à senhora, conseguimos!

Não poderia deixar de agradecer também a minha família, minha irmã Patrícia e meu pai do coração, Leonel, pelas broncas, conselhos, apoio e por acreditar nos meus sonhos! Sem vocês eu não conseguiria! Obrigada pelo presente lindo, nascimento da tão esperada Maria Eduarda, eu amo vocês! Obrigada tio Dani e tia Cida pelo apoio e carinho depositados em mim.

Agradeço minha irmã postiça e companheira de profissão, Tatiane! Gratidão mana, por me apresentar essa profissão maravilhosa, pelas trocas, vivências compartilhadas, conselhos e por todo apoio, amo você.

Gostaria de agradecer ao meu companheiro Natan, por compartilhar a vida e por me apoiar nestes anos de graduação. Por me incentivar a continuar, sem o seu apoio não teria conseguido, te amo meu preto!

A minha sogra, Dona Zilma, por todo apoio e incentivo até aqui, te amo sogrinha.

Gostaria de agradecer ao meu amigo, Fernando Góis, por todo apoio que me deu durante este percurso! Pelos cafés e diálogos nos momentos difíceis, momentos em que pensei em desistir. Obrigada pelo companheirismo do dia a dia e paciência, te amo parça !

Agradecer aos Lo Palosos: Eduardo, Elis, Kidauane e Márcio pelas trocas, apoio e momentos de descontração ao longo desses anos. Estamos juntos, parças !

Não poderia deixar de agradecer à minha orientadora, Terezinha, pela paciência, apoio e dedicação neste momento tão importante. A senhora teve papel fundamental neste processo.

Agradecer ainda aos professores, meus colegas de turma e equipe do NAE ao longo da vivência acadêmica, contribuindo significativamente em minha evolução pessoal e profissional nestes anos.

Também à minha supervisora de campo, Heline, pelas experiências e grande aprendizado. Pela paciência e compromisso por me orientar neste momento importante de

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minha formação profissional, por todo apoio e conselhos. Obrigada por me apresentar a melhor área do Serviço Social, a Saúde Mental. Deixo aqui, meu muito obrigado!

Às minhas Psicólogas Glaucia e Aurélia, pelo apoio, cuidado e por me fazerem acreditar que posso alcançar meus objetivos. Vocês foram de extrema importância neste processo.

Por fim, agradeço aos jovens do CAMP de São Vicente, por me inspirarem nesta pesquisa tão atual, necessária e importante!

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Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério O jovem no Brasil nunca é levado a sério

Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério, não é sério

[...]

O que eu consigo ver é só um terço do problema É o Sistema que tem que mudar

Não se pode parar de lutar Senão não muda

A Juventude tem que estar a fim Tem que se unir

O abuso do trabalho infantil, a ignorância Só faz destruir a esperança

Na TV o que eles falam sobre o jovem não é sério Deixa ele viver!

É o que liga!

(Charlie Brown Jr. e Negra Li)

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RESUMO:

Este Trabalho de Conclusão de Curso traz como tema as juventudes e a relação com o mercado de trabalho, em um cenário de grandes transformações e incertezas acirradas no contexto da pandemia da Covid-19. Momento que impôs grandes desafios aos jovens e de uma maneira geral, a todos/as trabalhadores/as na inserção no mercado de trabalho. No percurso metodológico foram realizadas pesquisas e revisão temática buscando os embasamentos teóricos sobre a categoria trabalho no sistema capitalista, fazendo um recorte na relação com as juventudes e mercado de trabalho.

Palavras-chave: juventudes; mercado de trabalho; Covid-19.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 10

CAPÍTULO 1. JUVENTUDES E MERCADO DE TRABALHO: aproximações à realidade brasileira ... 12

1.1 Juventudes ... 12

1.2 Juventudes e mercado de trabalho ... 15

1.3 Programas de formação para o trabalho de jovens ... 20

CAPÍTULO II. JUVENTUDES E TRABALHO NO CONTEXTO DA PANDEMIA DA COVID-19 ... 23

2.1 Jovens no contexto da pandemia da Covid-19 ... 23

2.2 Jovens e os desafios atuais da inserção no mercado de trabalho ... 29

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 34

REFERÊNCIAS ... 36

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INTRODUÇÃO

Eu não queria estar aqui, mas minha mãe me matriculou. Não me sinto pertencente a este espaço. Tem muitas regras: vista-se assim, fale assim. Parece que estou no exército! Não posso me vestir da maneira que quero, não posso cortar o cabelo do jeito que gosto. Todo mundo aqui se veste igual porque a regra é: se não cumprirmos as regras, somos desligados! (Fala de um Jovem inserido em uma instituição que prepara jovens para inserção no mercado de trabalho).

Falas como estas são as instigadoras deste Trabalho de Conclusão de Curso. Quando do estágio no Centro de Assistência Social e Mobilização Permanente (CAMP) em São Vicente, instituição que tem por objetivo a capacitação de jovens para inserção no mercado de trabalho, observei várias destas falas. Jovem como alguns deles, me reconheci, sendo que o interesse em aprofundar o estudo se fortaleceu nas discussões propiciadas na Unidade Curricular Oficina de TCC I, no Curso de Serviço Social, realizada no primeiro semestre de 2019. Como destacado, a escolha do tema vincula-se à inserção, enquanto estagiária no CAMP no município de São Vicente, onde realizei o estágio supervisionado I e por pesquisas e aulas acerca deste tema no decorrer do curso.

Durante o processo de estágio foi possível aprender e compreender a realidade do trabalho profissional da/o assistente social e os desafios do cotidiano por meio da observação e acompanhamento do trabalho e também me aproximar de jovens, que, como eu, vivenciavam as ansiedades iniciais na inserção no mercado de trabalho. Assim, nasce o interesse em aprofundar os estudos sobre juventudes e trabalho.

No projeto inicial do TCC, a intenção era realizar pesquisa de campo ouvindo jovens nas experiências de inserção no mercado de trabalho, porém, por questões de saúde e, posteriormente, com a pandemia da covid-19, a proposta foi alterada, passando a constituir-se apenas de revisão bibliográfica sobre a temática e aproximações teóricas sobre juventudes e mercado de trabalho.

A inserção dos jovens no mercado de trabalho é um dos grandes desafios da agenda das políticas públicas de emprego voltadas a esta categoria. Refere-se a um público que possui muitas dificuldades de inserção no mercado de trabalho principalmente pela baixa experiência e/ou qualificação profissional.

As mudanças no suporte legal que possibilitam aos jovens maior tempo para estudos e qualificação profissional para inserção no mundo do trabalho são insuficientes para garantir

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emprego e melhor remuneração salarial e sua ascensão. A busca precoce de jovens por ofertas de trabalho, envolve diferentes particularidades de suas vidas social com interesses e necessidades distintas, a quais podemos citar, a busca por independência, por maior autonomia, pelo acesso a bens de consumo, na complementação da renda familiar, no acesso à cultura e lazer, dentre outros.

Neste estudo, para aproximarmos desta realidade, no percurso metodológico realizamos a revisão temática e pesquisa bibliográfica e em fontes públicas (Scielo, dentre outras) sobre juventudes e mercado de trabalho, visando trazer ao campo da reflexão, também os impactos da pandemia da Covid-19 na juventude.

Com isto, no primeiro capítulo abordamos a contextualização histórica da criação do conceito de “juventude”, a relação juventudes e mercado de trabalho e os programas e políticas voltadas à inserção de jovens no mercado de trabalho. No segundo, a reflexão das transformações no mercado de trabalho e os impactos da pandemia da Covid-19, na vida e trabalho de jovens. Nas considerações finais, apresentamos sínteses do estudo ressaltando as dificuldades de inserção de jovens no mercado de trabalho.

Este estudo parte da observação e diálogos com jovens durante a inserção no campo de estágio, que, apesar do desejo, se deparavam com dificuldades de inserção no mercado de trabalho. Consideramos importante ampliar o debate acadêmico sobre tema e refletir, no campo profissional, as demandas e especificidades das juventudes em sua inserção profissional, bem como, identificar de que forma estes desafios se expressam. Esperamos contribuir com a reflexão trazendo alguns elementos aproximativos nesta relação juventudes – trabalho.

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CAPÍTULO 1. JUVENTUDES E MERCADO DE TRABALHO: aproximações à realidade brasileira

1.1 Juventudes

Juventude, mocidade, adolescência, puberdade, “flor da idade”, novo, nubilidade, muitos são os termos e conceitos utilizados para caracterizar esse período da vida. Entretanto, existem dois termos muito utilizados em nosso cotidiano: adolescência e juventude. Suas semelhanças e diferenças nem sempre são elucidadas e suas concepções ora se superpõem, ora constituem campos distintos, mas complementares, ora traduzem uma disputa por abordagens distintas.

O conceito “juventude” foi constituído por diferentes áreas do conhecimento, como a Psicologia e a Sociologia, dentre outras. Segundo Coimbra (2005), podemos entender a juventude como uma construção social. Etapa da vida que se caracteriza por muitas mudanças, uma vez que compreende também uma parte da adolescência, com questões específicas, na qual as/os indivíduos refletem sobre a escolha da carreira profissional, o primeiro emprego, vivenciam a formação de sua própria identidade, emitem posicionamentos políticos e é também uma fase marcada pelo sentimento e desejo de maior liberdade e independência.

Os jovens vivem uma crise de identidade e uma crise de pertencimento, devido a uma contradição entre o crescimento individual e o crescimento da sociedade. O jovem é um exilado de sua própria pátria e de suas próprias comunidades e, por isso, perde o senso de continuidade e de história ( GUIMARÃES e SOUSA; 2009, p.30).

A juventude “perpassa ainda por um período demarcado por um estilo de vida que vai além da definição de idade, evocando a transgressão, o anticonformismo” (GRAZIOLI, 1984, p.63). É sinônimo de criação e é nesta fase, de forma latente, que estão presentes novas descobertas e perspectivas para o futuro que se transformam e se renovam.

O jovem se dimensiona individualmente e sob a influência de aspectos psicossociais, num percurso de (in)definições vivencia diferentes momentos e movimentos: busca identitária, tendência a estar em grupo, deslocamentos constante de situações e vínculos, atitudes de descontentamentos e insatisfação sociais, intelectualização dos fatos, mudanças de humor, separação do universo familiar, questionamento dos valores sociais, fatores que se desenvolvem em pleno vigor na adolescência (SOUSA;

2006, p.11)

Quando pensamos sobre as juventudes, devemos considerar as historicidades e como se criou o conceito pois em cada época o conceito sofreu mudanças. Durante o século XIX, na Europa, com a influência da eugenia e do racismo, o caráter repressivo se colocava, com forte disciplinamento principalmente de jovens negros/as marcados socialmente como “desviantes”.

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Essa orientação no campo do disciplinamento impôs práticas repressivas e violentas. As pequenas contravenções dos jovens eram mais preocupantes do que as ações mais graves dos adultos, o que reforçava a ideia da repressão neste período histórico (AQUINO, 2009).

O conceito tem sido disputado e não consensual, principalmente no quesito faixa etária.

Para a Organização Mundial de Saúde (OMS) jovens são as pessoas entre 15 a 24 anos, em condições biológicas para ter filhos. No Brasil, a partir da aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em 13/07/1990, Lei 8.069 esta faixa abarca o que se considera adolescente, como podemos verificar em seu art. 2º : Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. (ECA, 1990). Dentro deste escopo legal, crianças e adolescentes são sujeitos de direitos, conforme art. 4º.

É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária (ECA, 1990).

Segundo Coimbra (2005), “a noção de adolescência emerge vinculada a lógica desenvolvimentista, sendo uma etapa de desenvolvimento em que todos passariam obrigatória e simultaneamente”, em outras palavras, adolescência é definida por permear diversas questões acerca da descoberta de identidade dos indivíduos, posicionamentos ideológicos e políticos, escolha profissional, dentre outros.

Com essas referências, articulando conceitualmente adolescências e juventudes, podemos apreender juventudes como uma construção social, de acordo com Coimbra (2005)

“o conceito de juventude nos faz pensar no sujeito como um ser constituído e atravessado por fluxos, devires, multiplicidade e diferenças.”

No contexto brasileiro do século XX, apoiado e influenciado também, pelo movimento higienista, é idealizado o conceito dos “bandidos de nascença” onde os jovens de periferia estão relacionados ao "perigo", logo, devem ser vigiados e excluídos. Diante deste cenário, os jovens periféricos que escapam desse genocídio social, representam a parcela excluída da sociedade por primazia, onde sequer conseguem alcançar o mercado de trabalho formal caracterizando- se então, como um perigo social a ser controlado, consolidando o modelo dominante das práticas repressoras voltadas a esta população. Essa

vinculação da juventude com a desordem social é uma concepção que contribui fortemente até os dias atuais para reforçar a relação entre vadiagem – ociosidade - pobreza, bem como entre pobreza e periculosidade – violência - criminalidade”

(Coimbra & Nascimento, 2003, p.25)

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Diante deste contexto, é de suma importância destacar que na construção do conceito sobre juventude, prevaleceu uma certa tendência de generalização dos processos que perpassam a vida cotidiana dos jovens, onde todos, independente do contexto sociocultural, passariam pelas mesmas oportunidades e adversidades.

Assim, a definição de juventude pode ser articulada em função de dois conceitos: o de juvenil e o de cotidiano. O juvenil nos remete ao processo psicossocial de construção da identidade; e o do cotidiano, ao contexto de relações e práticas sociais nas quais tal processo se realiza, com ancoragem em fatores ecológicos, culturais e socioeconômicos (GUIMARÃES e SOUSA; 2009, p.55).

Com essas questões se coloca o Estatuto da Juventude - Lei n 12.852 de 05 de agosto de 2013, que dispõe sobre os direitos dos jovens, os princípios e diretrizes das políticas públicas de juventude e o Sistema Nacional de Juventude - SINAJUVE.

O Estatuto da Juventude reitera o ECA, definindo a população jovem como pessoas entre 15 (quinze) e 29 (vinte e nove) anos de idade, sendo estes detentores de direitos cobertos pelo Estado, assim como o reconhecimento de que jovens/adolescentes até os 17 (dezessete) anos são inculpáveis de encarceramento em regime fechado no mesmo cenário de adultos. O Estatuto da Juventude possibilita a visibilidade política a esse segmento ao

reconhecer o papel estratégico da juventude no desenvolvimento do país e aponta os direitos que devem ser garantidos de acordo com a especificidade dessa população''.

São eles: direito à cidadania, à participação social e política e à representação juvenil;

direito à educação; direito à profissionalização, ao trabalho e à renda; direito à diversidade e à igualdade; direito à saúde; direito à cultura; direito à comunicação e à liberdade de expressão; direito ao desporto e ao lazer; direito ao território e à mobilidade; direito à sustentabilidade e ao meio ambiente; direito à segurança pública e o acesso à justiça (BRASIL; p. 7 e 8).

Os jovens se constituem em uma categoria societária de suma importância, é considerada uma categoria sociológica que implica a preparação dos indivíduos para o exercício da vida adulta.

A juventude tem sido identificada como uma fase intermediária, de transição da adolescência para a idade adulta. Devido a sua complexidade, essa fase etária, geralmente caracterizada pela dependência econômica associada à educação e formação, próxima da constituição de uma vida familiar e profissional própria, cada vez mais vem deixando de ser um espaço de decisão privada para se transformar em agenda de intervenção pública. (POCHMANN; 2007, p.19)

Nos últimos anos, pesquisadoras/es chamam a atenção para outras dimensões fundamentais que perpassam as juventudes, como raça, classe, gênero, etnia, condições de saúde e deficiências; em uma crítica à visão generalizante sobre juventudes. Dimensões que têm sido consideradas em pesquisas nacionais sobre a juventude.

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É comum também observar a combinação de categorias identitárias, não somente de gênero, mas de classe social, territorialidade e, em muitos casos, raça/etnicidade e orientação sexual, o que implicaria perfilhações juvenis diferenciadas em relação a sexualidades. (GUIMARÃES e SOUSA; 2009, p.77)

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2020), em relação à juventude no Brasil: são pessoas negras que correspondem a soma de “pardos” e negros: 51% pardos; 10% negras (os); 38% brancos; 0,5% amarelos e 0,4% indígenas.

No Censo Demográfico do IBGE em 2010, constatou-se que 7,8 milhões de jovens brasileiros, entre 15 e 29 anos, residiam na zona rural, porém passado 12 anos essa situação se alterou, estando a maioria nas áreas urbanas, conforme podemos observar na proporção de jovens por regiões do país: uma maior proporção de jovens nas regiões Norte e Nordeste: 28%

Norte; no Nordeste, com 26%; no Centro -Oeste com 24%; no Sudeste e Sul, com 21% (IBGE, 2020).

1.2 Juventudes e Mercado de Trabalho

A inserção no mercado de trabalho é uma transição importante no contexto das juventudes, uma transição para o mundo adulto, etapa de grande significado enquanto ser social. Entretanto, a inserção no mundo do trabalho não é tão simples, não sendo esta eficiente para plena autonomia e emancipação dos indivíduos, em especial, jovens de periferia que buscam no trabalho uma forma de ajudar a complementar a renda familiar para SOBREVIVER neste sistema desigual.

A entrada ou busca do trabalho para uma parcela grande de jovens, está voltada muito fortemente às necessidades de sobrevivência. Assim, “a decisão de entrada está associada diretamente às dificuldades de sobrevivência financeira da família. Geralmente, quanto menor a renda familiar, maior a proporção de jovens que precisam trabalhar. (POCHMANN; 2007, p.

62-63).

Durante este processo, estes indivíduos tendem a assumir novas responsabilidades, dentre estas, a escolha da carreira por meio de um processo de formação profissional. Como na maioria das famílias brasileiras, vinculadas à classe trabalhadora, conseguir um emprego possibilita complementar a renda familiar. Para grande parte dos jovens e destes, majoritariamente os da classe trabalhadora, a inserção no mercado passa por processos de formação.

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No Brasil, a participação do jovem no mercado de trabalho tem sido arduamente discutida nos últimos anos. Entretanto, para alguns autores e no discurso empresarial, a qualificação e experiência profissional tem aparecido como principais. Essa situação tem sido considerada um obstáculo para a inserção dos jovens no mercado de trabalho.

Mas, de que mercado estamos falando? Obstáculos estão presentes no contexto do mercado de trabalho e não somente para os jovens.

O debate do mercado de trabalho envolve a compreensão das grandes transformações ocorridas no mundo do trabalho ao longo dos últimos anos, e, em específico na produção fordista, modelo que se efetivou no Brasil, conforme Antunes (2006), durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961) com a forte presença das empresas multinacionais, com capital estrangeiro.

A produção do Brasil se voltou para bens de consumo permanentes, visando o mercado de consumo interno com baixo desenvolvimento e produção primária voltadas ao mercado externo, colocando o país em posição de subalternidade e dependência em relação aos países mais desenvolvido economicamente, com baixos salários e superexploração da força de trabalho (ANTUNES, 2006).

No decorrer dos anos 1980 inicia-se no Brasil, a chamada reestruturação produtiva com consequente maior demanda por competitividade no mercado internacional. A década de 1990 será marcada pela flexibilização das leis trabalhistas, informatização e terceirização de mão de obra, trazendo profundas mudanças nos direitos da classe trabalhadora que passa a viver o desemprego estrutural.

As transformações no mundo do trabalho e dentre essas, a incorporação das tecnologias nos processos produtivos impactam significativamente as relações de trabalho, com a precarização do trabalho - gerando um aumento nas desigualdades sociais, maiores índices de pobreza e dificuldades mais ampliadas a uma vaga formal no mercado de trabalho que se conforma marcado pela insegurança e rotatividade da mão de obra.

O mercado de trabalho, marcado pela reestruturação produtiva e por discursos gerenciais, classifica o ideal de trabalhador flexível e competitivo. Este mercado, de uma forma geral, apresenta várias questões como o desemprego estrutural, a precarização e novas formas e exigências de contratação (ANTUNES, 2006).

Diante deste quadro, quais os desafios da juventude na inserção no mercado de trabalho? Qualificação e experiência são exigências que se colocam. Porém, devemos refletir quais ofertas de trabalho estão disponíveis para os jovens? Quais as condições de trabalho e renda?

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O funcionamento do mercado de trabalho é desfavorável ao jovem. Diante da constante presença de um excedente de mão-de-obra no mercado, o jovem encontra as piores condições de competição em relação aos adultos, tendo de assumir, na maioria das vezes, funções de qualidade inferior na estrutura das empresas (POCHMANN; 2007, p.41).

Para o jovem, as dificuldades são ampliadas pois o mercado de trabalho solicita uma maior/melhor capacitação profissional para estar apto a concorrência por vagas no mercado.

Entretanto, na maioria das vezes, os jovens brasileiros não possuem preparo e experiências suficientes que atendam a essas exigências. Com isso, a inserção no mercado de trabalho é marcada, para grande parcela dos jovens, pela inserção precária, isto quando conseguem essa inserção.

A maior parte dos novos problemas do jovem no mercado de trabalho emerge das profundas transformações ocorridas na economia brasileira desde 1990. Por isso, torna-se importante destacar o papel do novo modelo econômico na inserção passiva e subordinada na globalização e suas implicações no movimento interno de estruturação do mercado de trabalho. (POCHMANN, 2007, p.43)

A pesquisa acerca da inserção da juventude no mercado de trabalho deve estar entrelaçada ao contexto excludente no processo de desenvolvimento socioeconômico ao longo da história, tornando-nos uma das nações com maiores índices de desemprego, desigualdade social, pobreza e outras desigualdades sociais que assolam a sociedade. Dadas as expressões da questão social e o ensino educacional defasado, a maior parcela dos jovens se inserem no mercado de trabalho de forma subalterna e precarizada, com baixos salários.

Com o avanço econômico e a globalização no Brasil, as empresas passam a ter novas exigências, com ênfase na preparação para o mercado de trabalho e neste sentido, habilidades que possam estar no contexto da educação profissional. Muitos destes jovens se lançam na expectativas desta formação pois quanto maior o investimento do/a “candidato/a” em educação e experiência na área almejada, maior serão suas chances de ser contratado/a. Porém, a grande questão é: como ter uma capacitação profissional e experiência ao mesmo tempo? Como conciliar escola x trabalho?

Como já sabemos, a realidade dos jovens não é favorável, com grande parcela que não conseguiram concluir o ensino médio.

O esforço do jovem, especialmente daquele pertencente às famílias de baixa renda, não é pequeno, considerando que somente 17% dos estudantes que ingressam na escola conseguem completar o ensino fundamental (oito anos de estudos) e ainda só 11% terminam o ensino superior. Como se pode notar, este verdadeiro funil que é a escola brasileira produz e reproduz desigualdades (POCHMANN; 2007, p.37).

Pensando no ensino público brasileiro, percebemos que este não prepara os jovens para o mundo do trabalho, com um sistema de aprovação automática, sucateado e defasado onde

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muitos concluem o ensino fundamental e médio mal sabendo ler e escrever, o que amplia as dificuldades na inserção no mercado de trabalho.

De acordo com o IBGE, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) em 2019, no Brasil a taxa de jovens entre 15 e 25 anos analfabetos chegou em 6,6%, aproximadamente 11 milhões de jovens, como verificamos no quadro que segue:

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2012-2019.

Os dados demonstram que o jovem tende a ocupar cargos informais e precários com vínculos empregatícios de curta duração, retornando ao desemprego em um curto período, ou seja, o grau de formação tem grande impacto nas chances de inserção em emprego formal.

De acordo com o levantamento feito pelo Instituto de Pesquisas Aplicadas - IPEA (2020), a taxa de ocupação de pessoas entre 15 e 29 anos era de 54% entre 2012 e 2014, sofrendo uma queda significativa a partir de 2015, como veremos no gráfico a seguir.

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Ainda de acordo com a mesma pesquisa, a taxa de desemprego entre jovens no período de 2015 a 2017 subiu para 25%, como demonstra o gráfico a seguir

Percebemos que a taxa de desemprego entre os jovens é bem expressiva, e em sua maioria, de jovens de comunidades periféricas. Destarte, a inserção do jovem no mercado de trabalho tem sido marcada por incertezas, sem vínculos empregatícios formais com baixa remuneração salarial e de curta duração, impossibilitando sua ascensão no mercado.

Como vimos até aqui, as juventudes possuem uma multiplicidade de situações que se diferenciam pela trajetória de vida, classe social e etnia, portanto, fica claro que a precarização e inserção no mercado de trabalho não são experienciadas por todas as camadas sociais de

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jovens da mesma forma mas que esses determinantes estão diretamente ligados às condições sociais destes indivíduos.

A ascensão no mercado de trabalho está também, diretamente associada ao grau de formação profissional onde, indivíduos com baixo investimento em educação tendem a ocupar cargos menos favoráveis e com menor piso salarial, geralmente caracterizado pelo sistema informal, tornando mais distante o acesso ao ensino de qualidade, saúde, bens de consumo, criando um ciclo que se renova de desigualdades sociais.

1.3 Programas de formação para o trabalho de jovens

No contexto brasileiro, a temática acerca da inserção do jovem no mercado de trabalho vem sendo discutida amplamente no âmbito das políticas públicas, caracterizada por aspectos históricos de vulnerabilidade social que permeiam grande parcela da população, ressaltando questões como desemprego estrutural, a dificuldade de acesso e a competitividade. Todavia, é a partir de 1940, durante o governo de Getúlio Vargas, que a juventude se torna pauta de intervenção e preocupação na agenda pública.

Devemos nos atentar a dois fatores que tornaram a juventude como pauta de intervenção pública. Em primeiro lugar, a preocupação política e social, que atrela o jovem à marginalidade, violência e criminalidade, sendo estes majoritariamente de segmentos familiares pauperizados;

sem esquecer os impactos do processo histórico escravocrata e excludente que refletem o campo social, político, econômico e cultural ainda hoje. Em segundo lugar, o entendimento da juventude como uma fase de transição para a vida adulta, de modo a impor que a sociedade busque formas de educar/preparar estes indivíduos socialmente.

Na dimensão da inserção profissional com as exigências de formação, a educação profissional passa a fazer parte da agenda das políticas públicas com extrema importância para a formação e inserção dos jovens no mundo do trabalho.

Em uma breve retomada sobre alguns marcos importantes neste campo, temos, em 1940, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que salientava em seu texto, alguns cuidados voltados à juventude, como a definição da faixa etária para contratos de trabalho, a definição da categoria jovem aprendiz, as jornada de trabalho e a remuneração salarial.

Nos anos 1990, a aprovação do ECA, com destaque para o art. 60, onde se coloca a proibição de qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz”. No entanto, nos anos 2000, durante os governos de Fernando Henrique Cardoso

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(1995-2003) a CLT sofreu alterações, apoiada e aprovada pela Lei nº 10.097 de 19 de Dezembro de 2000, conhecida como Lei da Aprendizagem, com foco principal na inserção do jovem no mercado de trabalho e, reformulada pelo Decreto nº 5598/2005, tratando sobre a formação técnico-profissional, especialmente em seu art. 428.

Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de quatorze e menor de dezoito anos, inscrito em programa de aprendizagem, formação técnico-profissional metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar, com zelo e diligência, as tarefas necessárias a essa formação (BRASIL, 2000).

O Programa Jovem Aprendiz foi elaborado por meio de atividades técnicas e práticas sob a supervisão de organizações como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI); o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC); o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SENAT) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), bem como, contou com a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica integrada ao Governo Federal e ao Ministério da Educação, reunindo instituições profissionalizantes como as Escolas Técnicas de Educação (ETECs), as Organizações Não- Governamentais (ONGs) ou entidades sem fins lucrativos espalhadas pelos estados e municípios do país, tendo como função fornecer ao aprendiz, conhecimentos teórico-práticos de um determinado ofício, cujo exercício exige uma pré-qualificação.

Art. 429. Os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem número de aprendizes equivalente a cinco por cento, no mínimo, e quinze por cento, no máximo, dos trabalhadores existentes em cada estabelecimento, cujas funções demandem formação profissional.(BRASIL, 2000).

Em 2003, o governo federal implementou o Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego para jovens (PNPE) por meio da Lei nº 10.748, visando a necessidade de inserção dos jovens no mercado de trabalho, direcionado a jovens entre 15 e 24 anos com ensino médio completo ou, ainda em atividade escolar, pertencentes a famílias em situação de vulnerabilidade social e sem registro formal de trabalho. Seu art. 1º aponta:

Fica instituído o Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego para jovens - PNPE, vinculado a ações dirigidas à promoção da inserção de jovens no mercado de trabalho e sua escolarização ao fortalecimento da participação da sociedade no processo de formulação de políticas e ações de geração de trabalho e renda, objetivando, especialmente, promover: I - a criação de postos de trabalho para jovens ou prepará-los para o mercado de trabalho e ocupações alternativas, geradoras de renda; e II - a qualificação do jovem para o mercado de trabalho e inclusão social.

O Programa foi revogado em 2008 pela Lei nº 11.692, denominado Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem), destinado a jovens entre 15 e 29 anos, visando promover a

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reintegração dos jovens ao sistema de ensino, qualificação profissional e humano, desenvolvido em quatro modalidades. O primeiro sendo Projovem Adolescente - Serviço Socioeducativo, apoiado pela Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e pela Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social (NOB/SUAS)

Art. 1º Projovem Adolescente - Serviço Socioeducativo tem como objetivos gerais : I - complementar a proteção social básica à família, criando mecanismos para garantir a convivência familiar e comunitária; e II - criar condições para a inserção, reinserção e permanência do jovem no sistema educacional.”

A segunda modalidade refere-se ao Projovem Urbano, destinado a jovens entre 18 e 29 anos, alfabetizados e que não tenham concluído o ensino fundamental, visando sua conclusão por meio da modalidade:

Educação de Jovens e Adultos Integrada à qualificação profissional e o desenvolvimento de ações comunitárias com exercício da cidadania, na forma de curso, conforme previsto no art. 81 da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996.”

A terceira modalidade refere-se ao Projovem Campo - Saberes da Terra tem por finalidade oferecer qualificação profissional e escolarização de jovens agricultores familiares de 18 a 29 anos sem ensino médio concluído.

Projovem Campo - Saberes da Terra visa ampliar o acesso e a qualidade da educação à essa parcela da população historicamente excluídas do processo educacional, respeitando as características, necessidades e pluralidade de gênero, étnico-racial, cultural, geracional, política, econômica, territorial e produtivas dos povos do campo.

O curso, com duração de dois anos, é oferecido em sistema de alternância — intercalando tempo-escola e tempo-comunidade.

A quarta modalidade refere-se ao Projovem Trabalhador destinado a brasileiros com idade entre 18 e 29 anos, pertencente às famílias cuja renda per capta seja de até um salário mínimo, não podendo estar/ter cursado ensino superior. Oferta de cursos profissionalizantes de preparação para a inserção de jovens no mercado de trabalho e/ou outras ocupações geradoras de renda, com possibilidades de uma bolsa-auxílio financeiro por até seis meses.

Podemos observar que desde a década de 1940 até o presente momento, a preocupação no que tange a inserção do jovem no mercado de trabalho, ganha força e espaço na agenda pública. Entretanto, apesar das políticas públicas voltadas à formação de jovens, permanecem as desigualdades sociais com altas taxas de desemprego, ampliadas com a Covid-19.

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Capítulo II. JUVENTUDES E TRABALHO NO CONTEXTO DA PANDEMIA DA COVID-19

2.1 Jovens no contexto da pandemia da covid-19

Em 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que o surto da Covid-19 se tornara uma emergência de saúde pública de importância internacional (ESPII), considerado pelo Regulamento Sanitário Internacional (RSI) como o mais alto nível de alerta da Organização. Em 11 de março de 2020, a OMS caracteriza a Covid-19 como uma pandemia (OPAS/OMS, 2020).

Este novo cenário impôs, dentre outras medidas, o isolamento social, trouxe impactos significativos na rotina, no trabalho e na interação social da população. As interações passaram de presenciais para remotas; as mídias sociais tornaram-se ferramentas de comunicação de extrema importância, tanto para a comunicação quanto para o trabalho.

Durante a pandemia da Covid-19, o agravo na crise sanitária torna-se parte de um cenário com consequências socioeconômicas que impactam o presente e futuro dos jovens e toda a população brasileira com consequências na saúde mental, na vida profissional e econômica, com situações de insegurança alimentar, fragilidades no ensino educacional e forte instabilidade política.

Uma das consequências que mais assolaram e ainda assolam o país - o que não é novidade – é o desemprego. Dentre outras características do período tem-se a rápida informatização do mercado de trabalho, o aumento da terceirização/flexibilização da força de trabalho e a alteração dos contratos de curta duração.

Em 2020, a população jovem no Brasil estava na faixa de 47,2 milhões de pessoas, conforme dados do Conselho Nacional de Juventude (CONJUVE) que realizou uma importante pesquisa sobre a juventude no período.

A CONJUVE lançou a primeira edição da pesquisa Juventudes e Pandemia do Coronavírus em 2020, com o objetivo de analisar os impactos da pandemia na vida dos jovens e entrevistou cerca de 34 mil jovens no Brasil. Foram analisados dados relativos à identificação:

como, gênero, raça/cor, ocupação, composição familiar e aspectos de saúde, dentre outros.

Apontamos alguns de seus resultados. De uma forma geral, as condições física e emocional tiveram grande impacto desde o início do isolamento social.

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Fonte: CONJUVE, 2020.

A fala de um jovem na Oficina de perguntação demonstra um grande impacto da pandemia na saúde mental. Como observamos no gráfico acima, mais da metade dos jovens tiveram piora na qualidade do sono, destes 73% alegaram não possuírem atividades de lazer e cultura, quase 60% dos jovens tiveram seus recursos financeiros abalados.

De todas as perguntas, uma coisa ficou muito evidente, que é a parte emocional (...).

O que é diferente de outros momentos de crise de saúde pública, como epidemia de meningite, epidemia de H1N1, essa agora está sendo muito isso, porque acho que tá o Brasil inteiro e todo mundo tendo que realmente se isolar, as notícias estão chegando, e o mundo está todo globalizado... Agora as emoções estão muito mais evidentes. (CONJUVE, 2020).

Dentre os principais receios dos jovens, 75% informaram o medo de perder alguém próximo e 48% temiam pela saúde e de serem infectados pelo vírus, como podemos observar no gráfico 2

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Fonte: CONJUVE, 2020.

Em relação às condições de trabalho, a pesquisa apontou que cerca de metade dos jovens entrevistados/as tiveram seu emprego afetado.

Em parte, a perspectiva dos jovens hoje reflete as condições gerais em que se encontram as famílias, embora possa ser, na maioria das vezes, a reprodução da atual situação econômica e social. (POCHMANN, 2007, p.15)

No contexto econômico, em especial, no mercado de trabalho, o panorama mundial foi de grande depressão, consequências da significativa redução da demanda e oferta de trabalho, resultantes das medidas de distanciamento social. De acordo com dados da PNAD Contínua (IBGE), cerca de 8,9 milhões de brasileiros perderam seus empregos no segundo trimestre de 2020. Observou-se também, uma queda de 7,2% na taxa de ocupação entre os jovens durante o segundo trimestre de 2020, como podemos observar no gráfico 3.

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Fonte: PNAD Contínua/IBGE 2020

Ao longo das últimas décadas caminhamos em uma árdua batalha para a inserção dos jovens no mercado de trabalho, sempre que há uma crise econômica, esta categoria social é uma das que mais sofre com o desemprego.

De acordo com a pesquisa da CONJUVE (2020), dos 34 mil jovens entrevistados, cerca de 27% pararam de trabalhar. Conforme dados divulgados pelo IBGE (2021), a taxa de desemprego entre jovens de 14 anos ou mais no primeiro trimestre de 2020 chegou a 81,9%, uma alta significativa em comparação aos últimos anos. Se fizermos a comparação entre o primeiro trimestre de 2012, observamos uma elevação de 2,9%, que mantém um curso de crescimento de mais 1,5% em relação ao primeiro trimestre de 2021, como explicitado na tabela, a seguir.

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Fonte: IBGE, PNAD Contínua 1º Trimestre 2021

A pesquisa evidenciou ainda que as mulheres representam a maior parcela de jovens com idade para trabalhar. Enquanto os homens representam 46,7%, as mulheres compõem 53,3%, mais da metade do percentual com idade para trabalhar, com podemos observar no gráfico

Distribuição percentual das pessoas de 14 anos ou mais de idade, por sexo – Brasil - 1º trimestre de 2015-2021

Fonte: IBGE, PNAD Contínua 1º Trimestre 2021

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Em relação aos jovens entre 14 anos ou mais, inseridos/as no mercado de trabalho, observou-se uma queda de 4,9% entre 2019 e o primeiro trimestre de 2021, conforme o gráfico a seguir,

Distribuição percentual das pessoas de 14 anos ou mais de idade, segundo a condição na força de trabalho, na semana de referência - Brasil - 2012-2021

Fonte: IBGE, PNAD Contínua, 1º Trimestre 2021.

Em 2021, a CONJUVE realizou a segunda edição da Pesquisa, com mais de 68 mil jovens buscando uma melhor compreensão dos efeitos da pandemia no mercado de trabalho para os jovens.

Ao comparar a participação de jovens na vida econômica do domicílio no início da pandemia (maio/20) com um ano depois (abril/21), nota-se pouca variação, com uma tendência à redução dos independentes financeiramente e ao aumento dos totalmente dependentes. Elevadas parcelas desses jovens, em todas as faixas de idade, se declaram totalmente dependentes financeiramente, mas chama atenção que são 40%

de jovens entre 18 a 24 anos (em 2020 eram 37%) e 21% entre 25 a 29 anos (em 2020 eram 14%) (CONJUVE, 2021).

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Fonte: CONJUVE, 2021.

Podemos observar que entre 2020 e 2021, houve uma queda de 3% na taxa de jovens que detinham independência financeira, saltando de 37 para 40% o número de jovens dependentes financeiramente, evidenciando a vulnerabilidade dos/as jovens no mercado de trabalho. Em relação à situação de trabalho, observou-se que entre 2020 - início da pandemia- e 2021- um ano após - a taxa de jovens fora mercado de trabalho chegou a marca de 53%, um aumento de 3% em relação ao primeiro ano de pandemia, o que evidencia que os jovens constituem categoria vulnerável quanto à inserção no mercado de trabalho.

2.2 Jovens e os desafios atuais da inserção no mercado de trabalho

A pandemia gerou um cenário de crise em escala global, escancarando de vez a desigualdade social. A crise econômica atingiu as classes mais vulneráveis, na qual as juventudes pertencem.

Segundo dados divulgados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 2020, um a cada seis jovens deixou de trabalhar desde o início da pandemia, enquanto os que mantiveram o emprego sofreram uma redução de 23% na carga horária de trabalho.

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Entendemos que a inserção no mercado formal de trabalho não é acessível a todos, há anos lutamos por direitos trabalhistas, melhora das condições de trabalho, melhor remuneração, todavia, os jovens são muito afetados neste campo, ora por falta de experiências, ora por falta de qualificação profissional.

Em nosso atual contexto, as dificuldades enfrentadas pelos jovens têm sido cada vez maiores, trazendo um mar de incertezas quanto ao futuro e ascensão no mercado formal de trabalho.

Durante a pandemia, as capas de matérias discutiam o quanto o cenário era preocupante em relação à juventude já apontando o aumento do desemprego e a falta de ofertas de trabalho.

A pandemia causou um triplo choque na população jovem. Não só destruiu o emprego, mas também fragilizou as políticas formativas para o trabalho com grandes obstáculos no caminho de quem procurou e/ou procura entrar no mercado de trabalho ou mudar de emprego (OIT,2020). Essa situação foi apontada como preocupações em 2020, pela OIT.

Se não tomarmos medidas imediatas e significativas para melhorar a situação, o legado do vírus poderá nos acompanhar durante décadas. Se seu talento e energia são marginalizados devido à falta de oportunidades ou à falta de habilidades, isso prejudicará o futuro de todos nós e tornará muito e mais difícil reconstruir uma economia melhor pós-covid (OIT, 2020).

Kee Kim, Especialista em Políticas Macroeconômicas e de Emprego da OIT e Susana Puerto, Pesquisadora e Especialista em Emprego de Jovens da OIT (OIT, 2020), apontaram, em 2020, cinco razões para os impactos da pandemia se voltarem mais fortemente aos jovens na relação com o emprego formal, destacando:

1- Uma recessão afeta mais as(os) trabalhadoras(es) jovens do que trabalhadoras(es) mais velhas(os) e com vivência profissional [...]. A falta de redes e de experiência torna mais difícil encontrar outro emprego (decente), e a situação pode levá-las(os) a empregos com menos proteção legal e social [...].

2- Três em quatro jovens trabalham na economia informal (particularmente em países de baixa e média renda) [...]. Com pouca ou nenhuma poupança, eles não podem se permitir praticar o auto isolamento.

3- Muitas(os) jovens trabalhadoras(es) têm uma “forma atípica de emprego” [...].

Esses empregos tendem a ser mal remunerados, ter horas irregulares, contar com pouca segurança no trabalho e pouca ou nenhuma proteção social [...].

Frequentemente, não permitem que a pessoa receba benefícios de desemprego e, em muitos países, as instituições do mercado de trabalho que poderiam ajudar, como escritórios de emprego, são ineficazes.

4- Geralmente, as(os) jovens trabalham em setores e indústrias especialmente afetados pela pandemia de COVID-19 [...]. Em particular, as mulheres jovens serão, provavelmente, afetadas porque representam mais da metade das pessoas com menos de 25 anos empregadas nesses setores [...].

5- Comparado com outros grupos etários, o grupo de jovens trabalhadoras(es) é o mais ameaçado pela automação. Um estudo recente da OIT indica que é mais

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provável que os tipos de trabalhos que as(os) jovens executam sejam total ou parcialmente automatizados.

O aumento do desemprego juvenil não prejudica apenas os/as jovens, mas também acarreta um grande custo de longo prazo. Entrar no mercado de trabalho em recessão pode levar a perdas significativas e persistentes de ganhos que podem durar toda a carreira profissional. Conforme a OIT (2020), ignorar os problemas específicos de jovens trabalhadores/as é arriscar desperdiçar talento, educação e treinamento, o que significa que o legado do surto da COVID-19 pode durar décadas.

Dentre outros dados da Pesquisa CONJUVE (2021) destaca-se que cerca de 36% dos jovens entrevistados ingressaram no mercado de trabalho durante a pandemia,

As principais atividades de trabalho exercidas continuam sendo empregos com carteira assinada (principalmente os mais velhos) e aprendizes. Trabalhos autônomos são mais comuns na faixa dos 25 a 29 anos e em áreas urbanas. A ajuda doméstica sem remuneração é mais comum na faixa dos 15 a 17 anos e em áreas rurais (CONJUVE, 2021).

Fonte: CONJUVE, 2021

De acordo com a respectiva pesquisa, o auxílio emergencial1 - aprovado pelo Congresso Nacional em 2020 - foi de suma importância para a complementação da renda,

1 O auxílio emergencial, aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pela Presidência da República foi um benefício para garantir uma renda mínima aos brasileiros em situação mais vulnerável durante a pandemia do Covid-19 já que muitas atividades econômicas foram gravemente afetadas pela crise. (BRASIL, 2020)

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sendo que 60% dos jovens entrevistados responderam que receberam o auxílio; 1 em cada 10 teve essa como única fonte de renda

Fonte: CONJUVE, 2021.

Em 2021, com a finalização do auxílio emergencial, aumentou a proporção de jovens que buscou a complementação de renda por necessidade: de 23% em 2020, passou para 38%

em 2021. Foi ainda maior entre jovens pretos/as, o complemento de renda por necessidade (47%). A complementação de renda por oportunidade também aumentou, de 10% em 2020 para 17% em 2021 (CONJUVE, 2021).

Fonte: CONJUVE, 2021.

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Das atividades realizadas para complementação da renda, a principal apontada foi a prestação de serviços para outras pessoas, sendo principalmente realizadas por homens. Já a venda de produtos foi a mais realizada por mulheres, seja de próprios ou de terceiros. Jovens brancos/as realizaram mais as atividades totalmente online e jovens negros/as realizaram mais as atividades presenciais, estando mais expostos à pandemia (CONJUVE, 2021).

Fonte : CONJUVE, 2021.

Os dados indicados nas duas edições da Pesquisa (CONJUVE, 2020/2021) apontam as dificuldades de jovens no acesso ao mercado formal de trabalho. Nos dois anos da pandemia ocorreram mudanças significativas nas lógicas do trabalho com impactos aos trabalhadores, a exemplo da informatização do trabalho e a consolidação do “home office”.

Consideramos que se antes da pandemia a inserção do jovem no mercado já enfrentava grandes obstáculos, com a pandemia tudo se complexificou. Tem-se ainda a história vinculada aos jovens: jovens precisam se inserir no mercado formal porém se deparam com as exigências da solicitação de experiência e qualificação dos empregadores. Muitas vezes só lhes sobram (se sobram) os empregos precarizados, na informalidade, sem renda fixa e com baixas remunerações, como evidenciado nas pesquisas.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

É evidente que a juventude, ao longo da história, enfrenta diversas dificuldades em relação à inserção no mercado de trabalho. Todavia, podemos observar a contradição do mercado ao exigir certas condições aos jovens para sua inserção neste mercado.

A partir da pesquisa e reflexão da temática, foi possível compreender as juventudes como um dos segmentos mais vulneráveis diante da lógica do mercado capitalista.

A pandemia da Covid-19 teve impactos significativos nas relações sociais e no mercado de trabalho afetando diretamente trabalhadores/as com menor escolaridade e proteção social, sobretudo, a juventude. Segundo Pochmann (2007), estudos realizados em outros países identificaram a juventude como um dos principais segmentos sociais a sofrer as pressões resultantes das atuais transformações econômicas, sociais e culturais. Verifica-se que neste período, a juventude enfrentou grandes impactos tanto na saúde mental, quanto no meio profissional.

De acordo com a pesquisa da CONJUVE, durante os anos de 2020 e 2021, cerca de 60% dos jovens tiveram sintomas de ansiedade, com maior incidência nas mulheres; o uso exagerado das redes sociais chegou a marca de 56% devido ao isolamento; crises de insônia afetaram 40% dos jovens, dados estes desesperadores.

Quanto à inserção e manutenção dos jovens no trabalho, muitos caminharam para a informalidade, como forma de complementação de renda pela perda de seus postos de trabalho.

Sabemos que a relação do jovem no mercado de trabalho é complicada, sobretudo em tempos de recessão. Neste cenário de privação e isolamento, devemos enquanto sociedade e cientistas sociais, mudar a narrativa e percepção de nossas juventudes, desvinculando a ideia de juventude despreocupada e marginalizada, categorizar a juventude desta maneira traz um falso entendimento desta como uma faixa etária irresponsável e enfatiza o estigma sofrido por estes jovens.

Neste cenário, retomando a pesquisa feita pela CONJUVE, metade dos jovens tiveram seus empregos afetados - diminuição da carga horária; término de contrato - , 72% dos jovens pensaram em parar os estudos e mais de 800 mil jovens foram obrigados a desistir do ensino superior, trazendo a necessidade de ganhar dinheiro como principal causa de evasão, evidenciando mais um fator de exclusão na entrada no mercado de trabalho formal. Diante disto, a busca por complementação de renda também aumentou, 55% dos jovens buscaram formas de complementar a renda pessoal e/ou familiar, em sua maioria prestando serviços para

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outras pessoas ou empresas, onde 60% dos jovens informaram a inscrição no auxílio emergencial como forma de sobrevivência.

Contudo, é explícito os impactos da pandemia no mercado de trabalho com o aumento exponencial do desemprego atrelado ao isolamento social, novas formas de contratação, levando as empresas a adotarem estratégias de home office, mascarando ainda mais a precarização e a exploração da mão de obra, consequentemente, exacerbando o índice de empregos informais.

Os dados analisados nos permitem a reflexão de que a juventude pobre e periférica é a que mais sofre no mundo do trabalho, seja pelos desafios de inserção/permanência, falta de experiência/qualificação profissional, precarização das condições de trabalho e/ou baixa remuneração salarial.

Encontramos dificuldades em dados oficiais e pesquisas atualizadas acerca da juventude em um recorte de jovens LGBTQIA+ e jovens com algum tipo de deficiência e sua inserção no mercado de trabalho, impossibilitando uma melhor compreensão acerca das juventudes. O que evidencia uma urgência em identificar e trazer ao debate desta parcela da juventude tão importante e que merece destaque. As buscas por dados desta parcela das juventudes, em sua maioria, levaram a dados sobre violência e preconceito, o que não exclui sua importância no campo do debate. Entretanto, os dados obtidos nos desafiam a ampliar a reflexão sobre a temática das juventudes brasileiras em suas diversidades e conformações.

Por fim, destacamos a importância das políticas públicas de formação, emprego e renda para os jovens que ainda se mostram pouco efetivas e insuficientes. Diante disto, faz se necessário ampliar os debates científicos e sociais, visando a criação de políticas públicas de trabalho - para esta categoria - que atendam, de fato, as demandas das juventudes, buscando identificar as potencialidades e dificuldades para o desenvolvimento profissional e que ressaltem as juventudes como detentoras de direitos e não como instrumento de exploração.

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