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Manual Básico do Policial Militar M4

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Academic year: 2018

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MANUAL BÁSICO DO POLICIAL MILITAR (M-4)

1ª PARTE - INTRODUÇÃO

TÍTULO I - GENERALIDADES

CAPÍTULO I - FINALIDADE E OBJETIVO

Art. 1º - O Manual Básico do Policial-Militar tem por finalidade regular providências, ordenar seqüências de ações e padronizar comportamentos de Policiais-Militares empenhados nas diversas atividades do Policiamento Ostensivo, baseado nas Leis, Regulamentos, Diretrizes, Normas e Instruções já existentes sobre a matéria.

Parágrafo único - Este Manual complementa a Instrução Policial Básica ministrada nos diversos cursos de formação, aperfeiçoamento e especialização.

Art. 2º - O objetivo principal deste Manual é auxiliar o Policial-Militar na condução de ocorrências e na execução do serviço, visando a unidade de doutrina e procedimentos nas mais variadas ações policiais-militares.

CAPÍTULO II - CÓDIGO DE ÉTICA DO POLICIAL MILITAR

Art. 3º - O sentimento do dever, o pundonor policial-militar e o decoro da classe impõem, a cada um dos integrantes da Polícia Militar, a conduta moral e profissional irrepreensível, com observância dos seguintes preceitos da ética policial-militar:

I - amar a verdade e a responsabilidade como fundamento da dignidade pessoal;

II - exercer com autoridade, eficiência e probidade as funções que lhe couberem em decorrência do cargo;

III - respeitar a dignidade da pessoa humana;

IV - cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as instruções e as ordens das autoridades competentes;

V - ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na apreciação do mérito dos subordinados;

VI - zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual e físico, e também pelo dos subordinados, tendo em vista o cumprimento da missão comum;

VII - empregar todas as suas energias em benefício do serviço;

VIII - praticar a camaradagem e desenvolver, permanentemente, o espírito da cooperação;

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X - abster-se de tratar, fora de âmbito apropriado, de matéria sigilosa de qualquer natureza;

XI - acatar as autoridades civis; XII - cumprir seus deveres de cidadão;

XIII - proceder de maneira ilibada na vida pública e na particular; XIV - observar as normas da boa educação;

XV - garantir assistência moral e material a seu lar e conduzir-se como chefe de família modelar;

XVI - conduzir-se, mesmo fora do serviço ou quando já na inatividade, de modo que não sejam prejudicados os princípios da disciplina, do respeito e do decoro policial-militar;

XVII - abster-se de fazer uso do posto ou da graduação para obter facilidades pessoais de qualquer natureza ou para encaminhar negócios particulares ou de terceiros;

XVIII - abster-se, na inatividade, do uso das designações hierárquicas: 1) em atividades político-partidárias;

2) em atividades comerciais; 3) em atividades industriais;

4) para discutir ou provocar discussões pela imprensa a respeito de assuntos políticos ou policiais-militares, excetuando-se os de natureza exclusivamente técnica, se devidamente autorizado; e

5) no exercício de cargo ou função de natureza não policial-militar, mesmo que seja da Administração Pública;

XIX - zelar pelo nome da Polícia Militar e de cada um de seus integrantes, obedecendo e fazendo obedecer aos preceitos da ética policial-militar.

TÍTULO II - A CONDUTA DO PM EM SITUAÇÕES DIVERSAS

CAPÍTULO I - PROCEDIMENTO PADRÃO SEÇÃO I - PREPARAÇÃO PARA O SERVIÇO

Art. 4º - O PM deve considerar que o serviço de Policiamento Ostensivo é a atividade-fim da Polícia Militar.

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§ 2º - O Policial-Militar deve manter-se sempre mentalmente alerta, de modo que tanto a população ordeira como seus possíveis opositores sintam que ele está preparado para executar sua missão.

§ 3º - O Policial-Militar, em complementação a sua preparação, deverá adotar os seguintes comportamentos:

1) portar, obrigatoriamente, documento de identidade, apito, armamento, equipamentos regulares, caneta, bloco para anotações, relógio e relação atualizada de endereços e telefones úteis, bem como, Caderneta de Serviço com orientação relativa ao serviço em execução;

2) trazer o revólver sempre carregado, no coldre, preso à guia;

3) manter o bastão policial no porta-bastão, sempre que estiver patrulhando; 4) sempre que transportar metralhadora, fazê-lo com o uso da bandoleira própria, mantendo a arma no dispositivo (trava) de segurança;

5) não demonstrar insegurança em suas atitudes, como ameaçar pessoas ou fazer menção de sacar a arma;

6) jamais brincar com sua arma, ainda que estando a mesma descarregada, por caracterizar-se uma atitude de total irresponsabilidade;

7) não exibir, desnecessariamente, o armamento;

8) só disparar sua arma em legítima defesa ou no estrito cumprimento do dever legal;

9) para carregar seu revólver: voltar a boca do cano para onde não oferece perigo; abrir o tambor; introduzir os cartuchos; fechar o tambor, sem violência;

10) para descarregar seu revólver: voltar o cano para o alto, abrir o tambor, retirar os cartuchos ou cápsulas deflagradas, fechar o tambor sem violência ou introduzir novos cartuchos. Para recarregar o revólver, proceder como no item 9; e

11) para evitar acidentes, usar apenas 05 (cinco) cartuchos no tambor, deixando vazia a câmara que se alinha ao cano;

12) nunca usar arma partucular, quando estiver de serviço.

SEÇÃO II - PRIMEIROS SOCORROS

Art. 5º - O Policial-Militar, em presença de qualquer acidente, leve ou grave, deverá proceder da seguinte forma:

I - nunca perder a calma;

II - trabalhar com rapidez, mas com cuidado e segurança;

III - manter a vítima deitada, em posição confortável, até certificar-se de que a lesão não tem gravidade;

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V - dar prioridade ao atendimento dos casos de hemorragia abundante, inconsciência, parada cardiorrespiratória, estado de choque e envenenamento, pois exigem socorro imediato;

VI - verificar se há lesão na cabeça, quando o acidentado estiver inconsciente ou semiconsciente; havendo hemorragia nasal ou pelos ouvidos, pensar em fratura de crânio;

VII - não dar líquidos a pessoas inconscientes;

VIII - recolher, em caso de amputação, a parte seccionada, envolvendo-a em um pano limpo, para entrega imediata ao médico;

IX - certificar-se de que qualquer providência a ser tomada não venha a agravar o estado da vítima;

X - chamar o médico ou transportar a vítima, se necessário, fornecendo as seguintes informações:

1) local e condições em que a vítima foi encontrada; 2) quais os primeiros socorros a ela dispensados; XI - inspirar confiança - evitar o pânico; e

XII - comunicar a ocorrência à autoridade policial.

SEÇÃO III - ACIDENTE DE TRABALHO

Art. 6º - O Policial-Militar, nos casos de Acidente de Trabalho, além de fornecer informes circunstanciados à autoridade policial, deverá anotar os seguintes dados:

I - nome do acidentado; II - residência;

III - estado civil; IV - filiação; V - nacionalidade; VI - idade do acidentado;

VII - nome e localidade da firma empregadora; VIII - onde e em que circunstâncias ocorreu o fato; e

IX - nomes e residências das pessoas que presenciaram o acidente.

SEÇÃO IV - OCORRÊNCIA

Art. 7º - O Policial-Militar, ao deparar com ocorrência de crime, deverá adotar os seguintes procedimentos:

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II - socorrer a vítima (primeiros socorros) ou providenciar atendimento médico;

III - interditar o local; IV - preservar o local;

V - comunicar o fato ao Centro de Operações ou à Sala de Operações, e à Delegacia Policial da área;

VI - arrolar testemunhas do fato;

VII - anotar todo e qualquer dado a respeito do fato, para posterior consulta, caso seja chamado a depor; e

VIII - aguardar no local a chegada da Autoridade de Polícia Judiciária e da Perícia Criminal.

CAPÍTULO II - PROCEDIMENTOS ESPECÍFICOS

SEÇÃO I - EM LOCAL DE CRIME (INTERNO OU INTERIOR) Art. 8º - O Policial-Militar, em local de crime interno ou interior, adotará os seguintes procedimentos específicos:

I - AO PRENDER O CRIMINOSO:

1) agir com a cautela necessária, revistando-o, desarmando-o e colocando-o sob custódia, até a chegada da Autoridades Policial ou, se possível e necessário, conduzindo-o até à Delegacia Policial da área;

2) tendo que optar entre o socorro à vítima e a prisão do criminoso o socorro tem a prioridade.

II - AO SOCORRER A VÍTIMA:

1) utilizar os conhecimentos de “Primeiros Socorros”, usando a técnica adequada no sentido de minorar sofrimentos e salvar vidas;

2) no caso de impossibilidade ou inconveniência da utilização de “Primeiros Socorros”, providenciar com urgência o atendimento médico (Ver manual de Primeiros Socorros da PMERJ).

III - PARA INTERDITAR O LOCAL:

1) ao interditar o local, visando protegê-lo, obstar, principalmente na “área imediata”, o ingresso de estranhos, curiosos, interessados, parentes ou outras pessoas que não sejam a Autoridade Policial competente ou seus agentes e, conforme o caso, não permitir a retirada de qualquer pessoa que se encontre no recinto, assim como qualquer coisa, objeto, etc.;

2) se o fato houver ocorrido dentro de um prédio, este deve ser interditado, parcial ou totalmente;

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4) se o Policial-Militar não dispuser dos meios já citados, fará o isolamento utilizando-se de tábuas, folhas de zinco, sacos de aniagem, madeira, arame, enfim, qualquer material disponível; e

5) o Policial-Militar poderá solicitar o auxílio das pessoas presentes, para obtenção do material necessário.

IV - PARA PRESERVAR O LOCAL:

1) evitar que se arrume o que está fora dos respectivos lugares, principalmente na “área imediata”, considerando que o aspecto de desordem, a posição dos móveis desarrumados ou desviados de suas posições normais, roupas de cama em desalinho, armas e instrumentos vários caídos no assoalho, constituem elementos valiosos para orientar a Polícia Técnica na elucidação do fato criminoso;

2) no caso de existência de cadáver, permanecer nas proximidades não tocando no corpo nem permitindo que outras pessoas o façam, mantendo a posição do mesmo e dos objetos que o cercam, o que é fundamental;

3) o próprio Policial-Militar deve ter sempre em mente que o local de crime é intangível, não devendo tocar em nenhum objeto nem mudar sua posição;

4) nos casos de incêndio, auxiliar na retirada das pessoas que estiverem dentro do prédio e conservá-las nas adjacências, isto é, retirá-las da “área imediata”, procurando informar-se da possível existência de outras pessoas no interior do prédio. Havendo cadáveres na área onde estiver ocorrendo o incêndio e não havendo nenhuma outra alternativa, deverão ser retirados;

5) nos casos de acidente por gás, ao entrar no ambiente deverá ter em mente que o local poderá estar saturado de gás, não devendo, portanto, acionar dispositivos elétricos ou acender fósforos ou velas; providenciar o fechamento do registro geral; retirar as vítimas da “área imediata”; abrir as portas e janelas, de modo a ventilar completamente o ambiente, tendo, entretanto, o cuidado de realizar todo este trabalho na presença de testemunhas;

6) nos casos de furto ou arrombamento de imóveis deverá ser observado o seguinte:

a) as portas não devem ser fechadas com a chave que lhe é própria porque as fechaduras podem ter sido abertas por meio de chaves falsas, gazuas ou canetas de bomba e, nestes casos, seriam destruídos os vestígios de emprego desses artifícios;

b) as janelas e portas não deverão ser fechadas antes do exame pericial porque nos batentes, parapeitos e nas folhas podem ser encontrados diversos vestígios que orientem os trabalhos da Perícia, permitindo chegar a uma conclusão certa;

c) os cadeados que tenham sido violados por qualquer processo não devem ser fechados antes do exame pericial; e

d) os ferrolhos que tenham sido destruidos no arrombamento não devem ser fechados ou reparados antes do exame pericial.

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1) O Policial-Militar deve arrolar testemunhas que tenham presenciado toda ou parte da ocorrência;

2) inexistindo, arrolar pessoas que dela tenham tido conhecimento e escolher as que forem mais capazes de prestar, à Autoridade Policial, informações fiéis, precisas e completas sobre o ocorrido.

VI - AO COMUNICAR O FATO:

- O Policial-Militar deve comunicar, imediatamente, o fato ao Centro de Operações da PMERJ, ou à Sala de Operações de sua Unidade, e à Autoridade Policial da área ou, se puder, solicitar que alguém o faça, usando o meio mais rápido de que dispuser.

VII - AO AGUARDAR NO LOCAL:

- Permanecer no local até a chegada da Autoridade de Polícia Judiciária e da Perícia Criminal, entregando-o àquela Autoridade e transmitindo-lhe as informações já obtidas.

SEÇÃO II - EM LOCAL DE CRIME (EXTERNO OU EXTERIOR) Art. 9º - O Policial-Militar, em local de crime, externo ou exterior, adotará os seguintes procedimentos específicos:

I - PARA INTERDITAR O LOCAL:

- O Policial-Militar deverá interditar apenas a “área imediata” ao fato, que contenha vestígios, procurando, tanto quanto possível, não interromper o trânsito (se for o caso de fato ocorrido em via pública), adotando as demais providências preconizadas para o local do crime interno ou interior (Art. 8º, inciso III).

II - PARA PRESERVAR O LOCAL:

1) resguardar os indícios porventura existentes, como sulcos, pegadas, etc, bem como manter a posição original dos objetos, instrumentos e armas encontrados;

2) o Policial-Militar, observando a existência de vestígios (manchas de sangue, pegadas ou outros) passíveis de serem inutilizados por agentes de difícil controle (vento, chuva, água corrente ou outros) deverá protegê-los, utilizando, para isso, qualquer material disponível (panos, tábuas, caixas ou outros), cuidando, entretanto, para não inutilizá-lo; e

3) adotar as demais providências preconizadas para o local de crime interno ou interior, no que couber (Art. 8º, inciso IV).

III - “ao prender o criminoso”, “ao socorrer a vítima”, “ao arrolar testemunhas do fato”, “ao comunicar o fato”, “ao aguardar no local”, o Policial-Militar deverá proceder de acordo com o estabelecido para o “Local de Crime Interno ou Interior”, em relação ao inciso correspondente o procedimento desejado (Art. 8º).

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Art. 10 - O Policial-Militar, quando em local de crime, deverá adotar uma conduta de total isenção, observando os seguintes procedimentos:

I - não fumar nem permitir que outras pessoas presentes fumem, uma vez que os palitos de fósforos, cinzas e pontas de cigarros, que, muitas vezes, constituem-se em elementos de esconstituem-sencial importância para o Perito em constituem-seu trabalho, depositados no local, após o comparecimento do policial-militar, e misturados aos outros que lá estiverem, antes de sua chegada, poderão causar dúvidas quanto à sua origem, confundindo o Perito.

II - evitar ser fotografado no local da ocorrência.

III- não prestar qualquer informação a quem quer que seja, sob qualquer pretexto, reunindo tudo o que tiver conseguido sobre o caso para informar aos seus superiores hierárquicos e à Autoridade de Polícia Judiciária, bem como para orientar seus futuros trabalhos;

IV - não emitir o seu ponto de vista sobre o caso, a qualquer pessoa a quem não deva obediência em razão da função;

V - principalmente nos casos misteriosos, só relatará suas conclusões à Autoridade Policial competente ou a seus superiores hierárquicos, guardando inteiro sigilo sobre os fatos de que tenha conhecimento em razão de função, quanto à autoria ou causas de delito, para qualquer outra pessoa. Deve estar sempre presente no espírito do Policial-Militar a preservação da ética profissional;

VI - permitir o trabalho dos órgãos de comunicação social, adotando, todavia, todos os cuidados necessários no sentido de que seus agentes não alterem, inconscientemente ou não, os indícios deixados pelos autores do crime. .

SEÇÃO IV - NA DELEGACIA POLICIAL

Art. 11 - O Policial-Militar, ao chegar à DP conduzindo uma ocorrência, deverá apresentar-se ao Delegado de serviço e proceder da seguinte forma:

I - relatar o fato de maneira calma e serena, não se esquecendo do local, da hora do fato e das providências tomadas;

II - apresentar a vítima e/ou acusado, dependendo do caso;

III - apresentar as testemunhas do fato ou as pessoas que testemunharam a apresentação do acusado;

IV - aguardar a solução da Autoridade Policial;

V - não discutir as decisões tomadas pela Autoridade Policial;

VI - recorrer ao Oficial-de-Dia da sua OPM, ou ao Oficial de Supervisão, quando a situação assim o exigir; e

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SEÇÃO V - NO TRATO COM PROFISSIONAIS DE IMPRENSA Art. 12 - O Policial-Militar, no trato com os profissionais de Imprensa, deve ter em mente o seguinte:

I - a missão da Imprensa é informar e, para tanto, jornalistas e fotógrafos têm de ouvir, registrar e filmar, para bem informar a opinião pública;

II - em local de ocorrência, o PM deve ter calma e não exasperar-se com a impertinência dos repórteres e a imprudência dos fotógrafos, procurando, na medida do possível, orientá-los de modo a permitir o seu trabalho, sem prejudicar a preservação do local, das provas e demais elementos necessários à apuração dos fatos; e

III - o Policial-Militar deverá abster-se de divulgar notícias aos jornais, ao rádio ou à televisão, transferindo o encargo à Autoridade Policial e, quando for solicitado a dar informações sobre a Polícia Militar, encaminhará o solicitante à Seção de Relações Públicas da PMERJ ou da sua OPM.

SEÇÃO VI - EM LOCAL DE INCÊNDIO

Art. 13 - O Policial-Militar, se for o primeiro a chegar a um local de incêndio deflagrado, em início ou iminente, deve proceder da seguinte maneira:

I - em veículos:

1) retirar as vítimas do veículo; 2) desligar o cabo da bateria; 3) usar o extintor de incêndio;

4) tomar a iniciativa de solicitar ou pedir a alguém que solicite a presença do Corpo de Bombeiros; e

5) se o incêndio for em conseqüência de vazamento de combustível, afastar todos os transeuntes do local.

II - em edificações:

1) solicitar, imediatamente, o Corpo de Bombeiros; 2) evitar o pânico público;

3) ajudar na evacuação do prédio; 4) descer os elevadores ao andar térreo; 5) desligar a luz e a força;

6) isolar o local;

7) procurar as mangueiras e extintores;

8) impedir a entrada, sob qualquer pretexto, de pessoas no prédio, podendo, apenas, autorizar a entrada do síndico, se não houver perigo de vida; e

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SEÇÃO VII - QUANDO DE FOLGA

Art. 14 - O Policial-Militar, quando de folga, fardado ou em trajes civis, procederá da seguinte maneira:

I - quando encontrar uma ocorrência, agirá normalmente, adotando os procedimentos que o fato requerer;

II - para atuar deve, antes de tudo, exibir sua Carteira de Identidade e citar, em voz alta e clara, seu nome e Unidade, identificando-se e tornando claras, a todos no local, sua condição e função;

III - sempre que um companheiro seu encontrar-se em apuros, procederá de forma idêntica, de maneira a mais facilmente poder auxiliá-lo;

IV - sempre que necessário, pedir auxílio através do Centro de Operações; e V - logo que for possível, comunicar ao seu Quartel a sua participação no evento.

Parágrafo único - Pela legislação vigente, o Policial-Militar que atuar em defesa da ordem pública, mesmo estando de folga, estará amparado e se vier a sofrer acidente, este será considerado como em ato de serviço.

SEÇÃO VIII - PROCEDIMENTOS COM RELAÇÃO A MENORES Art. 15 - A atuação do PM com relação a menores deve buscar sempre revestir-se de características educativas.

Art. 16 - O Policial-Militar no trato com menores deve ter em conta as condições biopsíquicas da criança, cuja personalidade, ainda em formação, não resiste sequer a uma única intervenção inadequada, o que a marcará para sempre.

Art. 17 - A intervenção do Policial-Militar isoladamente dar-se-á nos casos de infração penal cometida por menores, sempre em flagrante delito. O trato da questão dos menores abandonados, perambulantes, etc (Art. 2º, I, II, III, IV e V Código de Menores) deverá obedecer as normas específicas existentes na Corporação.

I - O PM deverá estar preparado para sofrer assédio do público em geral através da solicitação do recolhimento de menores abandonados. Sua ação neste caso será educativa, inclusive quanto ao solicitante que deverá ser alertado sobre sua própria responsabilidade na questão e quanto à total ineficiência da ação de recolhimento.

II - O uso da algema é dispensável e deve ser considerado como último recurso para condução.

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CAPÍTULO III - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS DIVERSAS

Art. 18 - Ao abordarmos os procedimentos a serem adotados pelo Policial-Militar em ocorrências diversas, torna-se necessário recordar o texto legal do CPP, sobre certos aspectos de suma importância a serem considerados, tais como:

I - PRISÃO:

“Artigo 282 - À exceção do flagrante delito, a prisão não poderá efetuar-se senão em virtude de pronúncia ou nos casos determinados em lei, e mediante ordem escrita da autoridade competente”.

II - FLAGRANTE:

“Artigo 302 - Considera-se em flagrante delito quem: I - está cometendo a infração penal;

II - acaba de cometê-la:

III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser ele autor da infração; e

IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração”.

SEÇÃO I - EM CASOS DE PRISÃO

Art. 19 - O Policial-Militar, ao efetuar uma prisão, adotará os seguintes procedimentos:

I - ao dirigir-se à pessoa que vai prender, deverá dar voz de prisão, nos seguintes termos:

- “O SENHOR ESTÁ PRESO EM NOME DA LEI”.

II - a prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à inviolabilidade do domicílio (Art. 283, CPP);

III - deverá proceder a uma minuciosa revista, retirando do preso todos os seus pertences, de modo a evitar qualquer tipo de reação. É importante lembrar que inúmeros policiais têm pago com a vida, ao se descuidarem dessa medida;

IV - não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso (Art. 284, CPP), devendo, portanto, utilizar-se dos meios necessários, a fim de caracterizar a legítima defesa, usando corretamente a força física e, se necessário o bastão-policial, inclusive nos casos decorrentes de desobediência e desacato;

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VI - arrolará testemunhas que hajam assistido ao fato ou que dele tenham tomado conhecimento, ou que hajam assistido à prisão do acusado, para, juntamente com o preso, acompanhá-lo à Delegacia Policial;

VII - deverá fazer uso de todos os meios ao seu alcance para a garantia e a proteção da integridade física do acusado, dos transeuntes, bem como a sua própria, utilizando de equipamentos, tais como, camisa-de-força, algemas e outros disponíveis;

VIII - deverá estar consciente de que suas ações extremas só serão consideradas como isentas de criminalidade quando forem praticadas:

1) em estado de necessidade; 2) em legítima defesa; e

3) em estrito cumprimento do dever legal ou no exercício regular do direito. IX - na Delegacia Policial a Autoridade competente ouvirá o condutor e as testemunhas que o acompanharam e interrogará o acusado sobre a imputação que lhe é feita;

X - o Auto de Prisão em Flagrante será lavrado pela Autoridade competente e será por todos assinado;

XI - a falta de testemunhas do fato não impedirá a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante mas, nesse caso, com o condutor deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à Autoridade; e

XII - quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o Auto de Prisão em Flagrante será assinado por duas testemunhas, que lhe tenham ouvido a leitura, na presença do acusado, do condutor e das testemunhas.

§ 1º - Caso as testemunhas, por circunstâncias especiais, não possam comparecer, no momento, à Delegacia, o policial solicitará e anotará os seus respectivos nomes e endereços, exigindo ainda que comprovem a veracidade dos informes dados, com a apresentação de documento idôneo, como por exemplo: carteira de identidade, carteira profissional expedida pelo Ministério do Trabalho, certificado de reservista, etc, intimando-as a que compareçam à sede da Delegacia Policial, tão logo cessem os impedimentos alegados.

§ 2º - O policial deverá entregar à Autoridade as armas, instrumentos, objetos, etc, apreendidos, na presença de testemunhas, em poder do acusado, no local em que ocorreu a infração, ou nas suas proximidades.

SEÇÃO II - PRISÃO EM ESTRADAS DE FERRO

Art. 20 - As estradas de ferro, as estações e suas dependências estão sujeitas a policiamento próprio.

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§ 2º - Quando executar prisão em flagrante delito nas áreas das estradas de ferro, em diligência ou não, deverá levar o fato ao conhecimento da administração ou da segurança do local onde se deu a ocorrência.

SEÇÃO III - PRISÃO DE MILITARES

Art. 21 - Partindo do pressuposto de que o militar que for encontrado em flagrante delito de ilícito penal ou em decorrência de ordem judicial deverá ser preso, muito embora seja de posto ou graduação superior à do autor da prisão, o Policial-Militar deverá adotar os seguintes procedimentos:

I - na prisão de militar de mesmo posto ou graduação, em flagrante delito, este deverá ser conduzido à Delegacia Policial, onde caberá à autoridade policial solicitar a escolta.

II - caso o autor da prisão seja inferior hierárquico ao militar infrator deverá ser providenciado, no local da ocorrência, um superior hierárquico ao infrator, que poderá ser da própria PM, para conduzi-lo à DP. Deverá, contudo, opor-se, de maneira eficaz, a qualquer tentativa de fuga, ensaiada por ele.

III - o autor da prisão poderá conduzir o superior hierárquico desde que este não se oponha. Deverá acompanhá-lo a alguns passos de distância, à retaguarda.

IV - deverá sempre respeitar a condição de superior hierárquico, dispensando o tratamento devido.

§ 1º - Quando se der o caso previsto neste artigo, a autoridade policial fará entrega do preso imediatamente à escolta, só podendo retê-lo na Delegacia durante o tempo necessário à lavratura do flagrante.

§ 2º - A autoridade policial que maltratar ou consentir que seja maltratado qualquer preso militar, ou não lhe der o tratamento devido ao seu posto ou graduação, será responsabilizada por iniciativa da autoridade militar competente.

§ 3º - Se surgirem, no local, militares que se ofereçam para conduzir o criminoso até a Delegacia, o policial não dispensará seus préstimos, desde que obtenha deles as respectivas identidades. Comparecerá na mesma ocasião à presença da autoridade juntamente com as testemunhas arroladas, a fim de que possa ser lavrado o auto de flagrante delito.

§ 4º - Deverá ser evitada a condução de militar envolvido em ocorrência não criminosa para Quartel da PM, procurando solucioná-la no local.

SEÇÃO IV - PRESOS INCOMUNICÁVEIS

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§ 1º - Define-se como incomunicabilidade a proibição de comunicar-se o preso com qualquer pessoa, salvo com a autoridade quando tiver de interrogá-lo.

§ 2º - Deve haver por parte do policial uma constante e cuidadosa vigilância ao preso incomunicável, pois se assim não proceder, a incomunicabilidade tornar-se-á ineficaz.

§ 3º - O policial que estiver de guarda a um preso dessa categoria deverá encontrar-se sempre alerta para evitar o emprego de estratagemas, e assim que desconfiar que um deles está sendo usado, deverá levar o fato ao conhecimento da autoridade policial.

Art. 23 - O Código de Processo Penal preceitua:

“Art. 21 - A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir.

Parágrafo único - A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da Autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público respeitando, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei 4215, de 27 Abr 63)”.

Art. 24 - Apesar da existência da incomunicabilidade, a autoridade que a decretou poderá consentir, em casos excepcionais e urgentes, que alguma pessoa da família se comunique com o preso, por escrito, sob a fiscalização da mesma Autoridade.

Parágrafo único - Sem a devida autorização da Autoridade competente não poderá o preso receber ou restituir objetos de qualquer natureza.

Art. 25 - O Policial-Militar, sob cuja guarda estiver o preso incomunicável, deverá ter especial atenção para evitar que, burlando a vigilância exercida sobre ele, e prescindindo de falar ou escrever ostensivamente, comunique-se com os seus parceiros, soltos ou presos, utilizando-se de processos secretos, dos quais se destacam os seguintes:

I - no mesmo ou no próximo compartimento, por meio de pancadas sobre algum móvel ou objeto, pancadas essas que representam letras, de acordo com o código previamente combinado;

II - em lugares próximos por meio de gestos ou sinais luminosos, feitos com fósforos acesos e apagados com menos ou mais rapidez, consoante código secreto, anteriormente combinado;

III - escrevendo com fósforo de cera no fundo de pratos ou marmitas, ou nos papéis que os envolvem, com palitos ou fósforos molhados em urina, saliva ou leite. As palavras assim escritas são imperceptíveis, porém, com facilidade o destinatário as tornará legíveis.

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Art. 26 - Considerando-se que deve existir o respeito mútuo entre polícia e povo é de se esperar que o acusado acate a “voz de prisão” sem reagir, e faça entrega ao executante da mesma, das armas ou instrumentos que se acham em seu poder. No entanto, algumas vezes, o preso resiste à prisão, podendo fazê-lo de dois modos diferentes:

I - passivamente; II - agressivamente.

§ 1º - Diz-se que a resistência é passiva quando o indivíduo desobedece a ordem de prisão, negando-se a andar, agarrando-se a postes e grades, deitando-se no solo, etc. Neste caso, o Policial-Militar usará de força física exclusivamente necessária a obrigá-lo a obedecer. Se não for bem sucedido com este recurso, solicitará, por meio de apito ou de populares presentes, o auxílio de outros policiais.

§ 2º - A resistência é agressiva quando o preso, além de resistir à ordem de prisão, agride o executor. Aqui, então, o Policial-Militar defende-se, empregando os meios necessários para dominá-lo. Se o preso lançar mão de armas, o policial fará uso da sua procurando não ultrapassar os limites da legítima defesa.

§ 3º - Quer se trate de resistência passiva, ou agressiva, o Policial-Militar poderá solicitar, ao Centro de Comunicações, transporte para conduzir o preso e, ao entregá-lo à Autoridade, juntamente com as testemunhas arroladas, o executor da prisão mencionará a resistência, que, por si só, constitui caso de autuação (Art. 329 do Código Penal.

SEÇÃO VI - FUGA - PERSEGUIÇÃO - CAPTURA

Art. 27 - O Policial-Militar procederá de maneira a evitar que o preso tenha a possibilidade de tentar a fuga. Porém, caso ocorra, não deverá atirar no preso e sim persegui-lo, a fim de prendê-lo.

§ 1º - A perseguição pode ser: 1) contínua;

2) seccionada ou descontínua.

§ 2º - A perseguição é contínua quando o acusado é perseguido pelo policial, ininterruptamente, e é perdido de vista, apenas por instantes.

§ 3º - A perseguição é descontínua ou seccionada, quando o executor persegue o acusado ininterruptamente, porém o faz, somente, por meio de informações seguras, obtidas nos lugares em que ele tenha passado momentos antes, pois não o vê.

§ 4º - Se porventura o policial não conseguir impedir a fuga do acusado, anotará os nomes e endereços das testemunhas e do ofendido, levando tudo ao conhecimento da autoridade.

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Art. 28 - É crime a condução de elementos que não estejam em flagrante delito ou com ordem de prisão através de mandado judicial.

Art. 29 - O crime do artigo anterior está previsto na Lei n.º 4898, de 09 de dezembro de 1965 e no Código Penal.

SEÇÃO VIII - INTIMAÇÃO E CONVITE

Art. 30 - Só se intimam pessoas que tenham infringido posturas municipais, ou então alguém que deva prestar declarações relativas a fatos ocorridos ou na iminência de ocorrerem.

Parágrafo único - Aquele que se intima está obrigado a comparecer à presença da Autoridade policial, que o receberá em audiência previamente marcada.

Art. 31 - Todas as vezes que se tornar necessário que determinada pessoa, a bem da ordem pública, do decoro, da decência, se retire de um lugar, seja um teatro, um cinema, uma praça, etc, o policial utilizará o convite, forma verbal de solicitar ao cidadão o seu afastamento.

CAPÍTULO IV - PROCEDIMENTOS COM PRIVILÉGIOS E IMUNIDADES

SEÇÃO I - PRIVILÉGIOS E IMUNIDADES DIPLOMÁTICAS

Art. 32 - Os privilégios e as imunidades são outorgadas aos membros das missões diplomáticas, não para benefício pessoal, mas em salvaguarda de sua independência e da garantia do eficaz exercício de suas funções nas missões diplomáticas, em seu caráter de representante dos Estados.

Parágrafo único - De conformidade com os acordos internacionais sobre privilégios e imunidades, o Estado membro deve renunciar aos privilégios e imunidades conferidos aos membros de suas missões diplomáticas nos casos em que o gozo dos mesmos, segundo seu próprio critério, dificulte o curso da justiça e essa renúncia não prejudique os fins para os quais forem outorgados.

Art. 33 - Consideram-se, como privilégios e imunidades, os seguintes: I - imunidade contra detenção ou prisão pessoal; contra embargo de sua bagagem; contra todo procedimento judicial a respeito dos atos executados e das expressões emitidas no desempenho de suas funções, sejam estas orais ou escritas;

II - direito de usar classes e de receber e expedir documentos e correspondências por mensageiro ou em malas carimbadas;

III - isenção das restrições de imigração - registro de estrangeiros e de todo serviço de caráter nacional;

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V - aqueles outros privilégios, imunidades e facilidades de que gozam os enviados diplomáticos, exceto no que se refere a isenção de impostos de renda e ao consumo ou de direitos de aduana sobre mercadorias importadas que não sejam as assinaladas no inciso precedente.

Art. 34 - De acordo com a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, estabeleceu-se o seguinte:

I - “Chefe de Missão” é a pessoa encarregada pelo Estado acreditante de agir nessa qualidade;

II - “membros da Missão” são o Chefe da Missão e os membros do pessoal da Missão;

III - “membros do pessoal da Missão” são os membros do pessoal diplomático, do pessoal administrativo e técnico e do pessoal de serviço da Missão;

IV - “membros do pessoal diplomático” são os membros do pessoal da Missão que tiverem a qualidade de diplomata;

V - “agente diplomático” é o chefe da Missão ou um membro do pessoal diplomático da Missão;

VI - “membros do pessoal administrativo e técnico” são os membros do pessoal da Missão empregados nos serviços administrativo e técnico da Missão;

VII - “membros do pessoal de serviço” são os membros do pessoal da Missão empregados no serviço doméstico da Missão;

VIII - “criado particular” é a pessoa do serviço doméstico de um membro da Missão que não seja empregado do Estado acreditante;

IX - “locais da Missão” são os edifícios, ou parte dos edifícios, e terrenos anexos, seja quem for o seu proprietário, utilizados para as finalidades da Missão, inclusive a residência do Chefe da Missão.

Art. 35 - Os Chefes de Missão dividem-se em três classes:

I - Embaixadores ou Núncios acreditados perante Chefes de Estado, e outros Chefes de Missão de categoria equivalente;

II - Enviados, Ministros ou Internúncios, acreditados perante Chefes de Estados;

III - Encarregados de Negócios, acreditados perante Ministros das Relações Exteriores.

Art. 36 - Os locais da Missão são invioláveis. Os agentes do Estado acreditados não poderão neles penetrar sem o consentimento do Chefe da Missão.

§ 1º - O Estado acreditado tem a obrigação especial de adotar todas as medidas apropriadas para proteger os locais da Missão contra qualquer intromissão ou dano e evitar perturbações à tranqüilidade da Missão ou ofensas à sua dignidade.

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§ 3º - Os arquivos e documentos da Missão são invioláveis, em qualquer momento e onde quer que se encontrem.

Art. 37 - A correspondência oficial da Missão é inviolável. Por correspondência oficial entende-se toda correspondência concernente à Missão e suas funções.

§ 1º - A mala diplomática não poderá ser aberta ou retida.

§ 2º - Os volumes que constituam a mala diplomática deverão conter sinais exteriores visíveis que indiquem o seu caráter e só poderão conter documentos diplomáticos e objetos destinados a uso oficial.

§ 3º - O correio diplomático, que deverá estar munido de um documento oficial que indique sua condição e o número de volumes que constituam a mala diplomática, será, no desempenho das funções, protegido pelo Estado acreditado. Gozará de inviolabilidade pessoal e não poderá ser objeto de nenhuma forma de detenção ou prisão.

§ 4º - O Estado acreditante ou a Missão poderá designar correios diplomáticos ad hoc. Em tal caso, aplicar-se-ão as disposições do parágrafo 5º deste artigo, mas as imunidades nele mencionadas deixarão de se aplicar, desde que o referido correio tenha entregado ao destinatário a mala diplomática que lhe fora confiada.

§ 5º - A mala diplomática poderá ser confiada ao comandante de uma aeronave comercial que tenha de aterrissar num aeroporto de entrada autorizado. O comandante será munido de um documento oficial que indique o número de volumes que constituam a mala, mas não será considerado correio diplomático. A Missão poderá enviar um de seus membros para receber a mala diplomática, direta e livremente, das mãos do comandante da aeronave.

Art. 38 - A pessoa do agente diplomático é inviolável. Não poderá ser objeto de nenhuma forma de detenção ou prisão. O Estado acreditado tratá-lo-á com o devido respeito e adotará todas as medidas adequadas para impedir qualquer ofensa à sua pessoa, liberdade ou dignidade.

§ 1º - A residência particular do agente diplomático goza da mesma inviolabilidade e proteção que os locais da Missão.

§ 2º - Seus documentos, sua correspondência e seus bens gozarão igualmente de inviolabilidade.

§ 3º - O agente diplomático não é obrigado a prestar depoimento como testemunha.

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Art. 39 - Os membros da família de um agente diplomático que com ele vivam gozarão dos privilégios e imunidades, desde que não sejam nacionais do Estado acreditado.

§ 1º - Os membros do pessoal administrativo e técnico da Missão, assim como os membros de suas famílias que com eles vivam, desde que não sejam nacionais do Estado acreditado nem nele tenham residência permanente, gozarão dos privilégios e imunidades, com a ressalva de que a imunidade de jurisdição civil e administrativa do Estado acreditado não se estenderá aos atos por eles praticados fora do exercício de suas funções.

§ 2º - Os membros do pessoal de serviço da Missão, que não sejam nacionais do Estado acreditado nem nele tenham residência permanente, gozarão de imunidades quanto aos atos praticados no exercício de suas funções.

§ 3º - Os criados particulares dos membros da Missão que não sejam nacionais do Estado acreditado nem nele tenham residência permanente, estão isentos de impostos e taxas sobre os salários que perceberem pelos seus serviços. Nos demais casos só gozarão de privilégios e imunidades na medida reconhecida pelo referido Estado. Todavia, o Estado acreditado deverá exercer a sua jurisdição sobre tais pessoas de modo a não interferir demasiadamente com o desempenho das funções da Missão.

Art. 40 - Foi considerada como básica para a abordagem do presente assunto a seguinte legislação:

I - Convenção de Viena Sobre Relações Diplomáticas, promulgada pelo Decreto n.º 56.435, de 08 Jun 65;

II - Acordo Sobre Privilégios e Imunidades de Associação Latino-americana de Livre Comércio no Território dos Estados Membros, promulgado pelo Decreto n.º 57.784, de 11 Fev 66;

III - Acordo Sobre Privilégios e Imunidades da Organização dos Estados Americanos, promulgado pelo Decreto n.º 57.942, de 10 Mar 66.

SEÇÃO II - PRIVILÉGIOS E IMUNIDADES PARLAMENTARES Art. 41 - Os privilégios e imunidades parlamentares, por analogia às diplomáticas, são outorgadas aos membros das câmaras legislativas estaduais e federais, não para benefício próprio, mas em salvaguarda de sua independência e da garantia do eficaz exercício de seus mandatos parlamentares, em seu caráter de representantes eleitos do povo.

Art. 42 - Os parlamentares são invioláveis no exercício do mandato, por suas opiniões, palavras e votos, salvo no caso de crime contra a honra.

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§ 2º - As prerrogativas processuais dos parlamentares arrolados como testemunhas não subsistirão, se deixarem eles de atender, sem justa causa, no prazo de trinta dias, ao convite judicial.

Art. 43 - Os privilégios e as imunidades dos parlamentares de representação federal abrangem todo o âmbito do território nacional, de vez que seus mandatos constituem-se na expressão da soberania nacional.

Parágrafo único - Os representantes estaduais têm seus privilégios e imunidades restritos ao âmbito do território estadual que os elegeu.

Art. 44 - Entende-se como parlamentares os membros das câmaras legislativas dos países constitucionais a saber:

I - Investidura Federal:

- membros do Congresso Nacional: - Senadores;

- Deputados Federais. II - Investidura estadual:

1) membros da Assembléia Legislativa estadual:

- Deputados Estaduais, no âmbito dos Estados ou Territórios onde exercem o mandato.

SEÇÃO III - PROCEDIMENTO PADRÃO

Art. 45 - O Policial-Militar, nos casos de prisão de pessoas com privilégio ou imunidades, adotará o seguinte procedimento padrão:

I - NOS CASOS DE CRIME AFIANÇÁVEL:

- deverá adotar os procedimentos preconizados nos Art. 7º e 16 deste manual, atentando contudo para o fato de que, tão logo haja a identificação do preso e sendo constatada a prerrogativa do gozo de privilégios e imunidades, suspenderá a voz de prisão, cuidando para que todos os dados sobre a ocorrência sejam fielmente relacionados, para posterior comunicação à Autoridade Policial da Delegacia da jurisdição, o que fará de imediato, logo após dar ciência ao privilegiado sobre suas dependências.

II - NOS CASO DE CRIME INAFIANÇÁVEL:

- deverá adotar os procedimentos preconizados nos Art. 7º e 16 deste manual, mantendo a voz de prisão, mesmo após identificar o preso como privilegiado, devendo contudo adotar uma atitude compatível com a transmitida pelo privilegiado, sem no entanto deixar de exigir o respeito mútuo.

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SEÇÃO I - PROCEDIMENTOS GERAIS

Art. 46 - Em qualquer tipo de acidente de trânsito o Policial-Militar deverá adotar os seguintes procedimentos:

I - sinalização do local:

- alertar os demais usuários da via pública, para o acidente ocorrido e orientar o trânsito.

II - desimpedimento do local:

1) remover os veículos, quando estiverem no leito da via pública, prejudicando o trânsito;

2) providenciar a limpeza da pista, retirando objetos provenientes do acidente (pára-lamas, rodas, combustível, etc), a fim de evitar que novos acidentes sejam provocados.

III - preenchimento do Boletim de Registro de Acidente de Trânsito (BRAT):

1) detalhar e iluminar o croqui; 2) descrever sucintamente o acidente; 3) arrolar, se possível, testemunhas; 4) especificar as infrações verificadas. IV - pertences:

1) quando houver no local pessoas responsáveis pelos pertences em condições de recebê-los, estes deverão ser relacionados e entregues, porém, mediante recibo;

2) caso contrário, deverão ser os pertences relacionados e entregues à Autoridade Policial competente, também mediante recibo.

V - encaminhamento à Delegacia Policial: 1) acidente de trânsito com vítima:

a) os condutores e as vítimas, quando não hospitalizados em conseqüência do acidente, deverão ser conduzidos à presença da Autoridade Policial da jurisdição, para as providências legais;

b) no caso de o condutor socorrer a vítima, o fato deverá ser relatado à Autoridade Policial, de modo a orientar sua decisão;

c) no caso de o condutor não socorrer a vítima e evadir-se, deverão ser encetadas diligências visando, se possível, apresentá-lo preso em flagrante delito à Autoridade Policial.

2) acidente de trânsito sem vítima:

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VI - solicitação de perícia criminal: 1) acidente de trânsito com vítima:

- será feita pela Autoridade Policial da jurisdição, a seu critério, cabendo ao Policial-Militar aguardar no local do acidente, quando isto ocorrer, não sendo a falta desta, todavia, impedimento à remoção de veículos e cadáveres, para o desimpedimento da via pública (Lei n.º 5.970, de 11 Dez 73, Lei n.º 6.174, de 09 Dez 74, Dec n.º 4.118, de 18 Mai 81).

2) acidente de trânsito sem vítima:

a) envolvendo veículos de categoria oficial ou de missões ou representações diplomáticas de Estados acreditados junto ao governo brasileiro:

- o Policial-Militar deverá verificar junto ao condutor do veículo da exigência de exame pericial e, em caso positivo, deverá providenciar junto ao Centro de Comunicações ou Sala de Operações da UOp a solicitação da perícia criminal à Autoridade Policial da jurisdição aguardando no local, sua chegada.

b) envolvendo veículos de outras categorias: - não será solicitada perícia criminal.

VII - liberação dos veículos e local, das partes e do Policial-Militar: 1) ocorrência encaminhada à Delegacia Policial:

a) as partes serão orientadas pela Autoridade Policial;

b) os veículos e o local serão liberados pela Autoridade Policial;

c) o Policial-Militar, após a liberação dos veículos e do local e satisfeitas as exigências do BRAT, estará, automaticamente, liberado da ocorrência, voltando às suas atividades normais.

2) ocorrência não encaminhada à Delegacia Policial:

a) as partes serão orientadas pelo Policial-Militar, para comparecerem à UOp, de acordo com suas conveniências, a fim de recebimento de cópia do BRAT;

b) os veículos e o local serão liberados pelo Policial-Militar, após satisfeitas as necessidades legais;

c) o Policial-Militar após a orientação das partes, da liberação dos veículos e do local e de satisfeitas as exigências do BRAT, estará, automaticamente, liberado da ocorrência, voltando às suas atividades normais.

VIII - destinação do BRAT: 1) acidente de trânsito com vítima:

a) 1ª e 3ª vias - deverão ser entregues, mediante recibo nas demais vias, à Autoridade Policial;

b) 2ª e 4ª vias - deverão ser entregues, devidamente recibadas, à UOp do Policial-Militar, para fins de estatística, consultas e cópias.

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a) 1ª e 3ª vias - deverão ser entregues, mediante recibo nas demais vias, ao perito;

b) 2ª e 4ª vias - deverão ser entregues, devidamente recibadas, à UOp do Policial-Militar, para fins de estatística, consulta e cópias.

3) acidente de trânsito sem vítima e perícia:

- todas as vias deverão ser entregues à UOp do Policial-Militar, para fins de estatística, consulta e cópias.

SEÇÃO II - ATENDIMENTO ÀS VÍTIMAS

Art. 47 - No acidente de trânsito com vítimas, estas se tornam o ponto principal da atenção do Policial-Militar, que envidará esforços no sentido de preservar a vida humana, observando os seguintes procedimentos:

I - removerá as vítimas para o hospital ou casa de saúde mais próxima, caso seja possível;

II - providenciará atendimento médico no local para as vítimas, caso haja impedimento à sua remoção por lesões graves, aguardando, no local, as providências médicas;

III - caso as vítimas se encontrem presas nas ferragens, deverá providenciar o auxílio do Corpo de Bombeiros e o atendimento médico, de imediato, envidando esforços no sentido de confortar as vítimas de modo a evitar que, no desespero, possam agravar seus ferimentos;

IV - enquanto aguarda a chegada do atendimento médico, deverá utilizar-se de seus conhecimentos de primeiros socorros, evitando contemplar inerte que uma vida se esvaia.

Art. 48 - Se do acidente de trânsito resultar morte, o Policial-Militar, agindo com o respeito que os mortos merecem, deverá adotar os seguintes procedimentos:

I - deverá remover o cadáver, se este estiver na via pública, obstando o trânsito;

II - o local onde o cadáver estiver deverá ser demarcado, antes da remoção, para futura reconstituição;

III - o cadáver deverá permanecer na “área imediata” ao acidente de trânsito.

SEÇÃO III - RECOMENDAÇÕES ESPECIAIS

Art. 49 - O correto cumprimento dos procedimentos preconizados nesta seção permitirá, além de uma adequada fluidez no tráfego, melhores condições para a apuração das responsabilidades administrativa, civil e penal do condutor do veículo.

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Resoluções do CONTRAN e do CETRAN, Portarias e Ordens de Serviço do DETRAN e do DER, etc.

§ 2º - Entende-se como responsabilidade civil aquela que será atribuída ao condutor de veículo, quando infringir as normas previstas no Código Civil, principalmente no que concerne aos prejuízos materiais causados, dos quais lhe cabe reparação.

§ 3º - Entende-se como responsabilidade penal aquela que será atribuída ao condutor de veículo, quando infringir as normas previstas no Código Penal e na Lei de Contravenções Penais.

Art. 50 - A atuação do Policial-Militar não se encerra diante de um dos aspectos da responsabilidade apenas, devendo, ao desempenhar sua função, considerar os três aspectos a que está sujeito o condutor de veículo.

§ 1º - Em um acidente de trânsito com vítima, o Policial-Militar poderá, simultaneamente, infracionar o condutor de veículo por violação das normas de trânsito, orientar as partes, sem obrigá-las ou coagi-las, quanto à reparação dos prejuízos materiais e apresentar a ocorrência à Autoridade Policial, para as providências cabíveis.

§ 2º - Quanto ao aspecto de reparação dos prejuízos materiais causados principalmente no caso de acidente de trânsito sem vítimas, as partes envolvidas serão orientadas pelo Policial-Militar para que, se julgarem conveniente, compareçam à UOp, para recebimento de cópia do BRAT.

§ 3º - O Comando da UOp ao fornecer cópia do BRAT certificará, nas cópias fornecidas, sua fidelidade ao documento original.

CAPÍTULO VI - DOS CRIMES - DA AÇÃO POLICIAL

Art. 51 - Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa.

Art. 52 - Doutrinariamente cogita-se de três tipos de conceitos para crime: I - CONCEITO FORMAL:

“Crime é toda ação ou omissão proibida pela lei, sob ameaça de pena”. II - CONCEITO MATERIAL:

“Crime é a ação ou omissão que, a juízo do legislador, contrasta violentamente com valores ou interesses do corpo social, de modo a exigir seja proibida sob ameaça de pena, ou que se considera afastável somente através de sanção”.

III - CONCEITO ANALÍTICO

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Art. 54 - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.

Art. 55 - Compreende-se como elementos essenciais do crime: I - o sujeito ativo;

II - o elemento subjetivo; III - o elemento objetivo; IV - o sujeito passivo.

Art. 56 - Entende-se por sujeito ativo do crime o agente que, quer por ação quer por omissão, pratica o ato delituoso.

Art. 57 - Entende-se por elemento subjetivo do crime a caracterização da existência ou não da intenção do agente em cometer o delito, ou ainda se ele assume ou não a responsabilidade pelo risco de produzir o resultado criminoso.

Parágrafo único - Constituem-se em elementos subjetivos o dolo, a culpa e sua variações.

Art. 58 - Compreende o elemento objetivo o conjunto de fragmentos que reunidos deram causa ao resultado, isto é, ao crime.

§ 1º - Tudo que concorre para o resultado é causa dele.

§ 2º - Reunindo os fragmentos componentes do elemento objetivo poder-se-á traçar o itinerário do crime, através das seguintes fases:

1) cogitação; 2) preparação; 3) execução; 4) consumação.

Art. 59 - Para que se caracterize a existência de crime é necessário que haja, pelo menos, o início da execução que exteriorize, inconfundivelmente, a atividade subjetiva.

Art. 60 - Diz-se que o crime é:

I - CONSUMADO, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;

II - TENTADO, quando, iniciada a execução, não se consuma, por circunstâncias alheias à vontade do agente.

Art. 61 - Diz-se que o crime é:

I - DOLOSO, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;

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Art. 62 - Diz-se que o crime é FALHO quando o agente, através de uma tentativa perfeita e acabada, faz tudo quanto está ao seu alcance para consumar o crime, mas o resultado não ocorre por circunstâncias alheias a sua vontade.

SEÇÃO I - DA AÇÃO PENAL

Art. 63 - Ação Penal é o direito de inovar-se o Poder Judiciário no sentido de aplicar o Direito Penal objetivo.

§ 1º - A ação penal classifica-se tendo em vista o objetivo jurídico do delito e o interesse do sujeito passivo em ver movimentada a máquina judiciária no sentido de aplicar o Direito Penal objetivo ao fato cometido pelo agente.

§ 2º - A ação penal classifica-se de acordo com a titularidade do direito de exercê-la:

1) ao Estado:

a) ação penal pública incondicionada; b) ação penal pública condicionada. 2) ao particular:

a) ação penal exclusivamente privada; b) ação penal privada subsidiária da pública.

§ 3º - Denomina-se ação penal pública incondicionada quando o seu exercício não se subordina a qualquer requisito, podendo ser iniciada sem a manifestação da vontade de qualquer pessoa.

§ 4º - Denomina-se ação penal condicionada quando o seu exercício depende do preenchimento de certos requisitos, como se segue:

1) ação penal pública condicionada à representação - quando não pode ser iniciada sem a representação;

2) ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça - quando não pode ser iniciada sem a requisição ministerial.

§ 5º - Denomina-se ação penal exclusivamente privada quando o seu exercício depende exclusivamente do ofendido ou de seu representante legal.

§ 6º - Denomina-se ação penal privada subsidiária da pública quando o seu exercício, embora de ação pública, permite-se que o particular a inicie quando o titular não a propõe no prazo legal.

§ 7º - Do exposto nos parágrafos anteriores, compõem-se o seguinte quadro sinótico:

a) Incondicionada

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AÇÃO PENAL

a) Exclusivamente privada 2) PRIVADA

b) Privada subsidiária da pública

Art. 64 - Quando o crime tem sua ação penal definida como de natureza pública, condicionada ou incondicionada, cabe ao Ministério Público, por meio da denúncia, dar início a ação.

§ 1º - A denúncia é a peça inicial do processo judicial, segundo a qual, o Ministério Público, formada sua convicção, expõe, por escrito, fato submissível em um tipo, com a manifestação expressa da vontade de que se aplique a lei penal a quem se suspeita seja o autor, e indica as provas em que se alicerça a pretensão punitiva.

§ 2º - A denúncia apresentada pelo Ministério Público tem sua convicção formada com base na queixa apresentada pelo ofendido (nos casos de ação privada subsidiária da pública), ou no inquérito policial apresentado pela Autoridade de Polícia Judiciária.

Art. 65 - Quando o crime tem sua ação penal definida como de natureza privada, exclusivamente privada ou privada subsidiária da pública, cabe à parte interessada, por meio da queixa, dar início à ação.

§ 1º - A queixa, nos casos de crimes de ação penal privada, tem o mesmo efeito da denúncia, nos crimes de ação penal pública.

§ 2º - Os crimes cuja ação penal seja de natureza privada terão, no Código, expressamente referenciado este tipo de ação.

§ 3º - O inquérito policial, nos crimes de ação penal de natureza privada, terá seu início originado pela queixa apresentada pelo ofendido ou seu representante legal, e deverá acompanhá-la.

SEÇÃO II - DA AÇÃO POLICIAL Art. 66 - O inquérito policial tem início: I - com a notitia criminis;

II - com a delatio criminis;

III - por requisição da Autoridade Judiciária; IV - por requisição do Ministério Público; V - por representação do ofendido;

VI - por requerimento do ofendido (nos casos de ação privada - pode ser verbal ou escrito);

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§ 1º - Notitia Criminis é o conhecimento que a Autoridade Policial tem de um fato aparetemente criminosos: encontro de corpo de delito, flagrante, comunicação de funcionário, publicação da imprensa, informação de qualquer povo, etc.

§ 2º - Delatio Criminis é o conhecimento do fato delituoso, pela Autoridade Policial, através do próprio ofendido ou de seu representante legal, podendo ser simples, se se constitui apenas da comunicação do fato, ou postulatória, se pede também que se instaure o inquérito policial.

§ 3º - Por requisição do Ministro da Justiça, quando o CP faz referência expressa ao crime contra brasileiros no exterior ou contra a honra de chefe de governo estrangeiro.

§ 4º - Por requisição do Ministério Público, nos crimes de ação penal de natureza pública, ou sempre que a lei não especificar a natureza da ação penal.

§ 5º - Por representação do ofendido ou de seu representante legal, sempre que a lei mencionar a exigência da representação, nos casos de crimes de ação penal de natureza pública condicionada.

§ 6º - Por requerimento do ofendido ou de seu representante legal, podendo este requerimento ser escrito ou verbal, mas, sempre que possível, contendo a narração do fato, com todas as circunstâncias; a individualização do indicado ou seus sinais característicos, e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer; a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.

§ 7º - Por ordem de Autoridade Policial superior, quando, após requerimento feito à Autoridade Policial, sendo o mesmo indeferido, foi feito recurso à Autoridade Superior.

§ 8º - O inquérito, sob o aspecto formal, inicia-se com a portaria da Autoridade ou com o auto de flagrante e termina com o relatório do Delegado.

§ 9º - O inquérito é elaborado pela Polícia Judiciária, órgão auxiliar da Justiça, e servirá de fundamento para a ação penal.

§ 10 - A ação penal pode ser iniciada sem o inquérito, apoiada em outros elementos de convicção.

Art. 67 - A atuação da autoridade policial judiciária no crime é editada pela natureza da ação penal.

§ 1º - Se a natureza da ação penal é pública incondicionada, cabe à autoridade policial agir de ofício, mandando instaurar o inquérito policial, independentemente da manifestação da vontade de qualquer pessoa, a fim de reunir os elementos necessários à apuração da infração penal e da sua autoria, tais como o auto de flagrante, exames periciais, declarações dos envolvidos, etc, de modo a permitir ao Ministério Público formar sua convicção e oferecer a denúncia.

(29)

Ministério Público, ou ao próprio Delegado de Polícia, sendo que, nos dois primeiros casos, aquelas autoridades a farão chegar ao Delegado de Polícia, para o início do inquérito.

§ 3º - Se a natureza da ação penal é condicionada à requisição do Ministro da Justiça, a autoridade policial judiciária só dará início ao inquérito policial após receber o referido requerimento.

§ 4º - Se a natureza da ação penal é exclusivamente privada, a autoridade policial judiciária só poderá dar início ao inquérito policial após a apresentação da queixa pelo ofendido ou por seu representante legal, o que poderá ser feito diretamente ao Delegado de Polícia, ou então, ao Ministério Público que, se a achar suficiente para sua convicção, apresentará a denúncia nela baseado; caso contrário, remetê-la-á ao Delegado de Polícia solicitando a instauração do inquérito, que acompanhará a queixa.

§ 5º - Se a natureza da ação penal é privada subsidiária da pública, compreende-se que a autoridade policial judiciária deixou de tomar as providências normais num fato de ação penal pública, isto é, não o fez dentro do prazo legal, dando margem à exigência do particular, cabendo, então, a instauração do inquérito policial, como na ação penal de natureza pública incondicionada.

CAPÍTULO VII - DAS CONTRAVENÇÕES

Art. 68 - A contravenção é falta leve, em que existe somente a expectativa de, através dela, chegar-se a um resultado danoso. Ocorre que os penalistas denominam com admirável justeza, “perigo do perigo”. A punição dos atos contravencionais tem aspecto mais preventivo do que propriamente repressivo, de vez que, ao puni-los, a lei visa, acima de tudo, evitar mal maior. As penas cominadas às contravenções são mais leves do que as impostas aos crimes. O simples fato de um cidadão portar uma arma, sem estar devidamente autorizado a fazê-lo, por si só, não traz nenhum dano, mas a lei, com muito acerto, o considera contravenção, porque, inegavelmente, constitui um perigo. De posse da arma em apreço, ele pode facilmente ferir, ou mesmo eliminar a vida de um seu semelhante, ocasião em que consumar-se-á um fato danoso.

Parágrafo único - A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional. Para a existência da contravenção, basta a ação ou omissão voluntária. Não é punível a tentativa de contravenção. As penas principais são:

I - prisão simples; II - multa.

As penas acessórias são a publicação da sentença e as seguintes interdições de direitos:

I - a incapacidade temporária para a profissão ou atividade, cujo exercício dependa da habilitação especial, licença ou autorização do poder público;

(30)

A ação penal é pública, devendo a autoridade proceder de ofício.

CAPÍTULO VIII - DOS CRIMES AFIANÇÁVEIS E INAFIANÇÁVEIS - FIANÇA

Art. 69 - No que concerne à liberdade das pessoas os crimes podem ser: afiançáveis e inafiançáveis. Comecemos por definir fiança.

Fiança é a faculdade concedida ao réu de se livrar solto debaixo de certa caução. É a permissão dada ao réu, em certos crimes, de conservar a sua liberdade, para, no gozo dela, tratar de seu livramento, mediante uma caução legal.

O crime é afiançável quando a lei permite que seu agente se defenda em liberdade, mediante prestação de fiança.

O Código de Processo Penal determina o seguinte:

Artigo 322 - A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração punida com detenção ou prisão simples.

Parágrafo único. Nos demais casos do Art. 323, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em quarenta e oito horas.

Artigo 323 - Não será concedida fiança:

I - nos crimes punidos com reclusão em que a pena máxima cominada impeça a concessão da suspensão condicional da pena aplicada;

II - nas contravenções tipificadas nos artigos 59 e 60 (Vadiagem e Mendicância) da Lei das Contravenções Penais;

III - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade, se o réu já tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado;

IV - em qualquer caso, se houver no processo prova de ser o réu vadio; V - nos crimes punidos com reclusão, que provoquem clamor público ou que tenham sido cometidos com violência contra a pessoa ou grave ameaça.

Artigo 324 - Não será, igualmente, concedida fiança:

I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se refere o Art. 350;

II - em caso de prisão por mandado do juiz do cível, de prisão disciplinar, administrativa ou militar;

III - ao que estiver no gozo de suspensão condicional, salvo se processado por crime culposo ou contravenção que admita fiança;

IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva.

(31)

o juiz que o houver expedido, ou a autoridade judiciária ou policial a quem tiver sido requisitada a prisão.

Portanto são inafiançáveis os crimes aos quais a lei não faculta ao acusado possibilidade de livrar-se solto durante o desenrolar do processo, devido à possibilidade dele perturbar as diligências.

2ª PARTE - TÉCNICA POLICIAL BÁSICA

CAPÍTULO I - O USO DO BASTÃO POLICIAL

Art. 70 - O bastão policial, quando usado de forma adequada, permitirá ao PM:

I - defender a sua vida e de outras pessoas; II - desarmar um indivíduo;

III - deter um suspeito que tenta fugir; IV - conter um preso.

§ 1º - Para segurá-lo corretamente:

1) passador sobre o polegar e dorso da mão, ajustado corretamente (fig. 1); 2) girar a palma da mão sobre o cabo do bastão (fig. 3);

3) o polegar paralelo à longitude do bastão policial (fig. 4). § 2º - Nunca aplicar golpes na cabeça das pessoas.

§ 3º - A eficiência do bastão policial aumenta com o treinamento adequado. § 4º - As partes do corpo humano em que poderão ser aplicados golpes com o bastão policial:

1) pescoço, clavículas 2) ombro

3) braço

4) plexo solar (peito) 5) costelas

(32)

13) cotovelo

14) região renal (rins)

15) atrás do joelho (oco popítleo) 16) barriga da perna (panturrilha) 17) tendão-de-aquiles (calcanhar)

§ 5º - O bastão policial pode também ser usado em substituição às algemas, (fig. 5 e 6):.

CAPÍTULO II - A BUSCA E A REVISTA SEÇÃO I - A BUSCA PESSOAL

Art. 71 - “É o meio coercitivo pelo qual é, por lei, utilizada a força do Estado para apossar-se de elementos de prova, de objetos a confiscar, ou da pessoa do culpado, ou para investigar os vestígios de um crime”.

Art. 72 - A busca pessoal visa encontrar instrumentos ou objetos de crime ou impedir que o suspeito alcance alguma arma escondida e possa agir contra os policiais.

§ 1º - Ela deve ser efetuada em local se possível discreto, quando houver fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos (coisas achadas ou obtidas por meios ilícitos) ou para apreender cartas abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando houver suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato.

§ 2º - A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar em retardamento ou prejuízo da ocorrência. No caso de não haver policial feminino, o PM deve convidar outra mulher, que inspire confiança, à qual dará instruções sobre como efetuar a revista.

§ 3º - Para ser feita uma boa revista é necessário que o suspeito esteja desequilibrado e imobilizado.

§ 4º - O PM deverá primeiro revistar o lado esquerdo do suspeito, sempre com a arma na mão direita, depois o lado direito, com a arma na mão esquerda. A arma deverá estar junto ao corpo do policial, na altura da cintura.

§ 5º - Para que o policial mantenha a atenção no suspeito, existem duas boas técnicas:

1) uma é manter o olhar fixamente na cabeça e no ombro do suspeito;

2) outra técnica, quando existir cobertura, é revistar com uma das mãos e com a outra fazer um apoio no corpo do suspeito, pois qualquer movimento será logo percebido.

§ 6º - Quando em dupla, o policial não deve passar entre o colega que está fazendo a cobertura e o suspeito.

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1) nunca deixar o suspeito colocar as mãos nos bolsos porque poderá pegar uma arma;

2) não deve revistá-lo pela frente, porque esta posição é bastante perigosa; 3) recomenda-se fazer uma busca completa, no local da prisão ou detenção.

SEÇÃO II - COMO EXECUTAR A REVISTA

Art. 73 - Na revista contra a parede, recomenda-se ao PM que a efetua aplicar as seguintes ações (fig. 7, 8, 9 e 10):

I - retirar o chapéu do preso e examiná-lo, para verificar se há alguma arma oculta no mesmo, ou apalpar cabelo, tipo “Black Power”.

II - apalpar entre suas omoplatas, indo até a cintura e o lado direito debaixo do braço;

III - apalpar os braços, até o pulso e toda a extensão em volta dos braços; IV - apalpar a garganta, o peito, a cintura e passar os dedos entre o cinto e o corpo para soltar qualquer arma que ali esteja escondida;

V - esvaziar todos os bolsos da calça;

VI - revistando todos os bolsos do paletó, esvaziando-os; VII - procurar falsos bolsos ou saliências;

VIII - apalpar o colarinho e as lapelas e golas do paletó; IX - revistar cuidadosamente a região da virilha;

X - apalpar as partes internas das pernas, até o tornozelo, verificando as dobras da calça;

XI - examinar as meias e o lado interno da parte superior dos sapatos; XII - revistar a parte interna da calça;

XIII - seguir o mesmo processo em relação a ambos os lados do corpo; XIV - revistar ataduras, para verificar a existência de armas ocultas. Parágrafo único - Quando o PM revistar a vestimenta do suspeito: 1) não deve limitar-se a dar pancadinhas;

2) deve apertar os objetos com a mão; 3) deve correr a mão por toda a roupa;

4) deve lembrar-se de que uma arma poderá ser escondida em qualquer lugar, como pode ser o caso de uma faca bem chata, uma lâmina de barbear, uma pequena pistola, um alfinete e uma série de outros instrumentos que poderão produzir ferimentos mortais.

Referências

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