Informativo nº 195
De 28/09/2017 à 05/10/2017
AMÉRICA/EUROPA OCIDENTAL
ATIRADOR MATA 59 PESSOAS E DEIXA DIVERSOS FERIDOS EM LAS VEGAS
Pelo menos 59 pessoas vieram a óbito quando um homem aposentado abriu fogo em um festival de música country em Las Vegas. O aposentado, que se suicidou após o crime, estava armado com vários fuzis e atirou de um quarto de hotel, próximo ao evento, da janela do 32º andar. O atirador foi identificado pela polícia como Stephen Paddock e era morador de uma comunidade em Nevada. A razão do crime ainda não foi identificada, porém o grupo terrorista Estado Islâmico reivindicou responsabilidade pelo ato. Mesmo assim, a polícia estadunidense afirmou que não há motivos para acreditar que Paddock possa estar ligado a grupos militantes internacionais. De acordo com portais de notícia internacionais e agência de notícias do grupo, a AMAQ, o Estado Islâmico disse que o atirador havia se convertido recentemente ao islã. O comunicado não incluía o nome do atirador e não apresentou nenhuma prova. No passado, o grupo já reivindicou responsabilidade por outros ataques sem fornecer evidências.
Fontes: 58 killed in Las Vegas attack. Oman Daily Observer, Mascate, p. 01, 3 out. 2017 e
LÍDER DO ELN É MORTO EM COMBATE E GRUPO SE PREPARA PARA INICIAR TRÉGUA
O líder da guerrilha colombiana Exército de Libertação Nacional (ELN), Jose Amin Hernandez Manrique, conhecido como Marquitos, foi morto em combate na província de Antioquia – região marcada pelo tráfico de armas e drogas – pelas forças armadas da Colômbia. Marquitos é considerado responsável pelo sequestro de um avião em 1999, que levava 46 passageiros a bordo, além de liderar a última guerrilha ativa do país. Paralelamente, o ELN decidiu que iniciará uma trégua com o governo colombiano através de um cessar-fogo marcado para começar dia 9 de outubro e é previsto para durar até pelo menos 9 de janeiro de 2018.
Fontes: http://www.bbc.com/news/world-latin-america-33129613 e COLOMBIA’S last rebel group
begins truce with govt. Hindustan Times, Nova Delhi, p.12, 2 out. 2017.
REFERENDO CATALÃO APROVA SEPARAÇÃO DA ESPANHA
A Catalunha realizou um referendo para votar sua separação do restante da Espanha. Como resultado mais de 90% dos votos foram a favor da independência, segundo o governo regional catalão. Carles Pruigdemont, chefe do governo regional da Catalunha, prometeu declarar a independência catalã, porém o governo espanhol não reconheceu o referendo e o declarou como ato ilegal. Mariano Rajoy, Primeiro-Ministro da Espanha, afirmou que se reunirá com representantes para discutir o problema.
Fonte: MASSIVE majority votes for Catalan Independence. The Independent, Nova York, p. 33, 2 out.
2017.
ESTAÇÃO DE TREM EM MARSELHA SOFRE ATAQUE TERRORISTA
Um ataque com facas na principal estação ferroviária de Marselha, na França, deixou duas mulheres mortas, sendo uma de 17 anos e outra de 20 anos de idade. O acontecimento está sendo tratado como um ataque terrorista pela polícia francesa. O principal suspeito, conhecido como Allahu Akbar, foi morto a tiros no local pela policia. O governo francês se mostrou preocupado com a perda de território do grupo Estado Islâmico, pois isso pode refletir em mais ataques surpresas na França.
Fontes: TWO killed in France attack. The New Paper, Singapura, p. 03, 2 out. 2017 e ATTACKS in
France and Canada come as Daesh leader urges followers to strike at west. Arab News, Dubai, p. 03, 2 out. 2017.
TRUMP CONTRARIA VONTADE EUROPEIA E PRETENDE ROMPER ACORDO NUCLEAR COM IRÃ
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, pediu à Europa que desafie as sanções dos Estados Unidos caso a administração do presidente Donald Trump quebre o acordo nuclear internacional com Teerã. Os governos europeus temem que um esforço concertado para persuadir Donald Trump para continuar a certificar o acordo nuclear do Irã pode ter falhado e agora procuram outras maneiras de tentar salvar o acordo. Nesse sentido, a maior preocupação das autoridades é que tais novas sanções poderiam desencadear uma aceleração do programa nuclear iraniano, levando o Oriente Médio à beira de outro grande conflito generalizado.
Fontes: https://www.theguardian.com/world/2017/sep/29/iran-foreign-minister-zarif-europe-trump-nuclear; https://www.theguardian.com/us-news/2017/oct/03/us-defense-secretary-breaks-with-trump-in-backing-iran-nuclear-deal; https://www.theguardian.com/world/2017/oct/04/iran-nuclear-deal-europe-trump-congress e https://www.theguardian.com/world/2017/oct/04/iran-sentences-member-of-nuclear-negotiating-team-to-five-years-in-jail
ÁSIA/LESTE EUROPEU
IRÃ E TURQUIA FORTALECEM LAÇOS MILITARES
Representantes do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã e da Turquia realizaram um encontro em Teerã para discutir a cooperação militar entre os dois países, em meio ao interesse mútuo de evitar a possibilidade de criação de um Estado curdo na região. De acordo com a agência Tasnim, as partes concordaram em expandir a cooperação em termos de treinamento, realização de jogos de guerra e trocas de experiências, além da possibilidade de unir esforços para apoiar populações muçulmanas em dificuldade em Mianmar e outros países. O encontro entre os militares ocorreu poucos dias antes de uma visita do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, ao Irã, onde pretende discutir uma resposta conjunta ao referendo de independência realizado pelo Curdistão.
BANGLADESH E MIANMAR CONCORDAM EM CRIAR PLANO DE REPATRIAÇÃO PARA OS REFUGIADOS ROHINGYA
Recentemente, as autoridades políticas de Bangladesh e Mianmar concordaram em criar um "grupo de trabalho" para planejar a repatriação de mais de meio milhão de refugiados muçulmanos da etnia Rohingya que fugiram para Bangladesh, buscando escapar de uma repressão do exército. As Nações Unidas consideram o êxodo de 507 mil Rohingyas em poucos meses como a crise de refugiados com desenvolvimento mais rápido do mundo, afirmando que a maioria budista de Mianmar está envolvida na limpeza étnica contra aquela minoria. Mianmar nega, afirmando que as forças do país estão lutando contra "terroristas" da etnia muçulmana que desencadearam a última onda de violência com ataques coordenados contra as forças de segurança em 25 de agosto. Mianmar diz que mais de 500 pessoas foram mortas desde então, a maioria deles insurgentes, os quais foram acusados de atacar civis e de iniciarem a maior parte dos incêndios que reduziram a cinzas mais da metade das 400 aldeias Rohingya ao norte do estado de Rakhine, Mianmar.
Fonte: BANGLADESH, Myanmar agree to draw up plan for Rohingya refugee repatriation — minister. Business World, Dhaka, p. 9, 3 out. 2017.
ESTADOS UNIDOS CONFIRMAM O ENVIO DE “RECURSOS ESTRATÉGICOS” À COREIA DO SUL
Recentemente, as autoridades dos Estados Unidos confirmaram o envio de recursos militares “estratégicos” à Coreia do Sul em uma base mais regular visando deter os avanços militares da Coreia do Norte, disse o Conselheiro de Segurança Nacional da Coreia do Sul. A decisão ocorreu em meio a um momento de tensões crescentes entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte.
Fontes: FIFIELD, Anna; LAMOTHE, Dan. The United States confirmed that it will send “strategic”
military assets to South Korea amid rising tensions on the peninsula. The Washington Post, Washington, p. A1, 29 set. 2017.
TIROS DE FORÇAS PAQUISTANESAS MATAM UM MENINO E UMA ADOLESCENTE NA CAXEMIRA
Tropas indianas e paquistanesas trocaram tiros na disputada região da Caxemira, matando um menino de 10 anos e uma menina de 15, ferindo nove civis do lado indiano, disseram autoridades locais. A polícia disse também que entre os feridos está uma garota de cinco anos. Um porta-voz militar indiano disse que os soldados paquistaneses atacaram vários postos militares com armas automáticas e morteiros e que o exército indiano estava retaliando forte e eficazmente. Ele chamou a ação do Paquistão de uma violação não provocada do acordo de cessar-fogo de 2003, entre os rivais nuclearmente armados. O Paquistão não teve comentários imediatos sobre os atentados mais recentes envolvendo a Índia.
Fonte: PAKISTAN firing kills boy, teenage girl in Kashmir. Malta Independent, Valeta, p. 14, 3 out.
2017.
BOMBAS EM ESTRADAS DEIXAM MORTOS NO AFEGANISTÃO
Pelo menos duas pessoas, incluindo um policial, foram mortas por bombas em uma estrada na província ocidental de Herat, no Afeganistão, de acordo com um funcionário provincial. Gelani Farhad, porta-voz do governador provincial de Herat, disse que outro oficial foi ferido quando um veículo policial acionou o explosivo no distrito de Adraskan. Em um incidente separado, uma motocicleta civil atingiu uma bomba na estrada, matando um civil e ferindo outro no distrito de Shindand. Em outro relatório da província de Kapisa, ao norte, pelo menos nove civis foram feridos quando uma bicicleta-bomba explodiu em um bazar, disse de acordo com um porta-voz do governador provincial. Duas crianças estavam entre os feridos, incluindo uma que estava em estado crítico. Ninguém imediatamente reivindicou a responsabilidade pelos ataques em Herat ou Kapisa.
Fonte: ROADSIDE bombs in Afghanistan kill cop, civilian. Arab News, Nova Delhi, p. 3, 1 out. 2017.
CHINA RESSALTA SANÇÕES E PREPARA DEFESAS MILITARES
A China anunciou que as empresas norte-coreanas instaladas no país serão fechadas dentro de 120 dias após o início das sanções impostas pela Organização das Nações Unidas (ONU), no último dia 12 de setembro. O governo também assinalou que
empresas chinesas ligadas a entidades ou pessoas norte-coreanas também serão fechadas. O comunicado sinaliza um respeito da China às sanções impostas à Coreia do Norte após o sexto teste nuclear realizado pelo país. Além disto, o Ministério da Defesa chinês anunciou que estará preparado para defender-se em caso de uma guerra na península coreana, vizinha próxima de importantes cidades chinesas, como a capital Pequim.
Fontes: http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRKCN1C3199-OBRWD e http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRKCN1C31CL-OBRWD
CRESCE TENSÃO ENTRE RÚSSIA E ESTADOS UNIDOS
De acordo com o Ministro das Relações Exteriores Russo, os Estados Unidos vêm apoiando milícias e o Estado Islâmico contra o exército sírio. Sergei Lavrov afirmou, ironicamente, que o país atacou “acidentalmente” pontos estratégicos para o grupo terrorista, o que acabou causando a morte de um general russo na Síria. Recentemente, também ocorreram invasões a propriedades diplomáticas russas em Washington, capital estadunidense. A ação foi uma resposta às atitudes de Moscou expulsando os diplomatas da Rússia. A agência reguladora de mídia Roskomnadzor comunicou à CNN que o canal violou a lei de mídia do país, porém não especificou quais foram as violações. Em contrapartida, o governo russo e Vladmir Putin afirmaram estar trabalhando em conjunto para resolver a crise com a Coreia do Norte, já que a Rússia estaria promovendo certa conexão entre os Estados Unidos e o governo de Kim Jong-un. Fontes: http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRKBN1C91U2-OBRWD; http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRKBN1C91O6-OBRWD; http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRKCN1C8176-OBRWD; http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRKCN1C41IF-OBRWD e http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRKCN1C4268-OBRWD
ORIENTE MÉDIO
HAMAS AFIRMA QUE “MODELO DO HEZBOLLAH” NÃO SERÁ TOLERADO EM GAZA
Segundo Mousa Mohammed Abu Marzook, membro sênior palestino do Hamas, as decisões de enfrentar ou manter relações pacíficas com Israel devem estar em acordo, de modo conjunto, com o grupo Fatah no futuro. Todavia afirmou que o Hamas continuaria a manter seu arsenal, argumentando que o assunto das armas da resistência não deverá ser posto em pauta. No entanto, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, deixou claro que não aceitaria o "modelo do Hezbollah" em Gaza. De acordo com a Autoridade Nacional Palestina (ANP), o modelo libanês não pode ser aplicado, pois se não há regra e administração unificadas por instituições subservientes ao Estado de Direito, como em todos os países considerados por eles como “normais”, não se pode falar em uma verdadeira reconciliação nacional. A relação entre o Hamas e o Fatah destina-se a preparar uma transferência de poder na Faixa de Gaza – do Hamas para a ANP.
Fontes: ‘HEZBOLLAH model will not be tolerated in Gaza’: Abbas’ three conditions for rapprochement
with Hamas aimed at sidelining Qatar, Dahlan. Gulf News, Dubai, p. 13, 2 out. 2017; http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRKCN1C82TC-OBRWD e
https://oglobo.globo.com/mundo/pela-primeira-vez-em-tres-anos-governo-palestino-se-reune-em-gaza-21903415
IRAQUE SE OPÕE À SEPARAÇÃO DA REGIÃO CURDA
O Grande Aiatolá Sayyid Ali Husaini Sistani, octogenário (recluso) e principal clérigo xiita do Iraque, reverenciado por milhões de muçulmanos xiitas no país e no exterior, opõe-se à secessão da região do Curdistão, argumentando que qualquer tentativa de fazer a secessão um fato consumado levará a consequências indesejadas que afetarão os cidadãos curdos. Sistani incitou que Governo Regional do Curdistão (GRC) retorne ao caminho constitucional na resolução de disputas. O governo, liderado pelos xiitas, em Bagdá pretende impor uma proibição de voos internacionais saindo de e em direção à região do Curdistão no Iraque em retaliação pela votação.
EM CONTRA-ATAQUE, ESTADO ISLÂMICO VOLTA A DOMINAR CIDADE NA SÍRIA
Após constantes vitórias do governo sírio e dos Estados Unidos contra o Estado Islâmico na Síria, os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) organizaram dois contra-ataques simultâneos, matando pelo menos 112 soldados do exército sírio e milicianos somente em cerca de 72 horas. O contra-ataque permitiu ao grupo a retomada do controle de posições estratégicas de Al Sujna, que liga a província de Homs com a cidade de Deir Ezzor. Nesta cidade, as tropas sírias conseguiram, no mês passado, quebrar o cerco jihadista que perdurava por mais de dois anos e expulsar o EI. As forças sírias e uma milícia aliada recuperaram Qaryatayn dos militantes há seis meses. Paralelamente, Estado Islâmico matou pelo menos 73 membros de tropas e milícias do governo sírio quando os militantes apresentavam uma forte resistência a uma ofensiva apoiada pela Rússia contra umas de suas últimas fortalezas. Esses ataques tinham como alvo as forças em torno de Deir Ezzor e em torno de suas linhas de suprimentos na área de Sukna a oeste.
Fontes: ISLAMIC State retakes town. Cape Argus, Cape Town, p. 6, 2 out. 2017;
https://elpais.com/internacional/2017/09/30/actualidad/1506790018_056215.html e DAESH group kills 73 Syrian govt fighters, says monitor. Khaleej Times, Dubai, p. 8, 30 set. 2017.
DRONE DE VIGILÂNCIA ESTADUNIDENSE É DERRUBADO NO IÊMEN
Segundo a agência estatal de notícias iemenita, as forças Houthi do Iêmen derrubaram um drone de vigilância pertencente aos Estados Unidos na capital, Sanaa. O movimento Houthi e o ex-presidente Ali Abdullah Saleh controlam grande parte do norte do Iêmen, incluindo Sanaa, e estão lutando contra uma coalizão liderada pelos sauditas que vem bombardeando a empobrecida nação já há algum tempo. Os Estados Unidos apoiam essa coalizão liderada pelos sauditas, fornecendo-lhe informações e armas. Mais de 10 mil pessoas foram mortas desde que a Arábia Saudita e seus aliados começaram sua agressão contra o Iêmen, e a guerra causou um desastre humanitário no país, em que mais de dois milhões de pessoas foram deslocadas.
ATAQUES DE GRUPOS REBELDES MATAM DEZENAS NA SÍRIA
De acordo com o Observatório Sírio para Direitos Humanos, recentes ataques aéreos mataram 28 pessoas (dentre elas, quatro crianças) em um vilarejo na província de Idlib, na Síria. Contudo, esse ataque aéreo almejava atingir o vilarejo de Armanaz – a poucos quilômetros da fronteira com a Turquia. Equipes de resgate afirmaram que a Síria e a Rússia mataram civis nos ataques aéreos, os quais se iniciaram depois que insurgentes lançaram uma ofensiva contra áreas controladas pelo governo. Por outro lado, aproximadamente 15 pessoas, incluindo policiais e civis, foram mortas e outras 20 ficaram feridas em um atentado terrorista ocorrido em uma delegacia policial do bairro de Midan, situado no sul de Damasco, durante a primeira semana do mês de outubro. A investida se deu por meio de explosões dos cinturões de dois suicídas. A capital da Síria não sofria um atentado desde o mês de julho, quando 20 pessoas foram surpreendidas por um carro-bomba e acabaram mortas. Damasco permanece à margem do conflito que transtorna o país desde 2011.
Fontes: https://g1.globo.com/mundo/noticia/ataques-aereos-matam-28-em-regiao-controlada-por-rebeldes-na-siria.ghtml; https://g1.globo.com/mundo/noticia/ataque-em-damasco-deixa-mortos.ghtml; http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRKCN1C50GU-OBRWD e https://elpais.com/internacional/2017/10/02/actualidad/1506952008_134880.html
ÁFRICA
JIHADISTAS MATAM SOLDADOS NA SOMÁLIA
Jihadistas do grupo rebelde Al Shabaab atacaram uma base militar na cidade de Barire, a cerca de 40 quilômetros a oeste da capital somali, Mogadíscio, matando pelo menos 20 soldados e destruindo diversos equipamentos militares que estavam no local. O ataque se iniciou quando dois combatentes suicidas detonaram seus carros-bomba e os militantes adentraram à base. De fato, o Al Shabaab assumiu a responsabilidade pelo ataque.
NIGÉRIA: BOKO HARAM ATACA POLICIAIS E DESAPARECIMENTO DE LÍDER EM BIAFRA AUMENTA TENSÕES NO PAÍS
Suspeitos de serem membros do grupo terrorista Boko Haram lançaram um ataque contra um posto policial na cidade de Bama, na Nigéria, matando um policial e um deslocado interno. Um porta-voz das Forças Armadas do país afirmou que, enquanto esse ataque era realizado, uma equipe da Operação Lafiya Doye emboscou suspeitos do mesmo grupo terrorista que tentavam cruzar a vila de Bocobs, também na região de Bama. As tropas conseguiram neutralizar um militante, enquanto outros escaparam com ferimentos. O desaparecimento do líder do povo Biafra, Nnamdi Kanu, após uma suposta invasão do exército nacional, aumentou as tensões separatistas na região sudeste da Nigéria. Segundo testemunhas locais, membros do exército nigeriano invadiram a aldeia dos Biafra e atiraram em todas as direções, deixando 20 mortos e levando a maioria dos corpos consigo. Durante o ataque, a casa do líder teria sido depredada, deixando marca de balas nas paredes e janela quebradas. O exército nega quaisquer atos de agressão, porém o líder e os demais corpos continuam desaparecidos.
Fontes: SAWAB, Ibrahim. Boko Haram kills 1 police, 1 IDP in Borno village. Daily Trust, Maiduguri, p.
03, 2 out. 2017 e https://www.reuters.com/article/us-nigeria-security-biafra/tension-grips-nigerian-city-as-separatist-leader-goes-missing-idUSKCN1C81IT
CRISE ANGLÓFONA EM CAMARÕES CONTINUA
Em Camarões, o presidente Paul Biya autorizou o envio de policiais e militares às regiões Sudoeste e Noroeste do país antes do dia da independência, em 1 de outubro, para enfrentar os manifestantes anglófonos favoráveis à independência dos Camarões franceses. Segundo o comunicado do presidente, o objetivo é proteger a integridade territorial da nação e garantir a segurança dos civis. Ademais, Biya pediu às pessoas que ignorassem os chamados para manifestações. Os soldados mataram pelo menos oito pessoas e deixaram outros feridos, mas de acordo com a ONG de direitos humanos, Anistia Internacional, o confronto entre as forças camaronesas e os manifestantes pró-independência já teria resultado 17 mortes. De acordo com o principal líder da oposição de Camarões, John Fru Ndi, 30 pessoas foram mortas devido aos protestos.
Fontes: EIGHT dead in protest clashes. Cape Argus, Cape Town, p. 08, 3 out. 2017;
http://www.africanews.com/2017/09/29/cameroon-president-deploys-army-to-anglophone-regions-to-face-off-secessionists/ e http://www.africanews.com/2017/10/02/cameroon-s-anglophone-crisis-resulted-in-17-deaths-amnesty/
REBELDES MATAM SOLDADOS NO SUDÃO DO SUL E SUDÃO ABRE CORREDOR HUMANITÁRIO
Rebeldes do Sudão do Sul mataram quarto soldados ao atacarem a cidade estratégica de Waat, na tentativa de afastar o governo dos acordos de paz na região. Os soldados abriram fogo e deixaram 14 pessoas feridas durante o ocorrido. A cidade é uma rota de transição usada pelos rebeldes que querem voltar a ter o total controle sobre ela. Além disso, o governo sudanês resolveu abrir um corredor humanitário para entregar cerca de mil toneladas de alimentos aos vizinhos do Sudão do Sul que sofrem com os conflitos da guerra civil que assola o país. O corredor fará conexão com a passagem fronteiriça de Awiel e contará com o apoio do Programa Mundial de Alimentos (PMA).
Fontes: REBELS kill 4 South Sudanese soldiers. The New Age (Gauteng), Gauteng, p. 20, 3 out. 2017 e
https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2017/10/04/sudao-aceita-abrir-corredor-humanitario-para-enviar-comida-ao-sudao-do-sul.htm
LÍBIA: ATAQUE AMERICANO MATA MILITANTES E ATENTADO DEIXA MORTOS NO NORTE DO PAÍS
Militares dos Estados Unidos realizaram ataques aéreos na Líbia, matando vários militantes do grupo jihadista Estado Islâmico. Em um relatório, as autoridades militares estadunidenses na África afirmaram que os ataques foram realizados numa extensão de 161 quilômetros, em coordenação com o governo da Líbia. Paralelamente, pelo menos quatro pessoas morreram e 15 ficaram feridas em um atentado suicida no tribunal da cidade de Misrata, no norte do país. Segundo fontes, um homem-bomba se explodiu no interior de um complexo de tribunais, local que está sob o controle das forças leais ao Governo de União Nacional (GNA). Até agora, nenhum grupo reivindicou responsabilidade pelo ataque.
Fontes: SEVERAL militants killed in US raids. Khaleej Times, Dubai, p. 08, 30 set. 2017 e
http://www.cmjornal.pt/mundo/detalhe/20171004_1322_quatro-mortos-e-15-feridos-em-atentado-suicida-na-libia?ref=mundo_destaque
SITUAÇÃO ENTRE GOVERNO E GRUPO MAI-MAI SE AGRAVA NA RDC
Na região leste da República Democrática do Congo (RDC), membros do grupo Mai-Mai Yakutumba avançaram contra a cidade de Uvira, perto da fronteira com o Burundi. Reforços do exército tentaram afastar os rebeldes, resultando em um tiroteio que deixou milhares de civis confinados em suas casas. O grupo se posiciona contra o governo do presidente Joseph Kabila e contra a integração no exército nacional do Congo. Enquanto a troca de tiros prosseguia, a marinha do país repeliu cinco barcos rebeldes no Lago Tanganyika. Ademais, um porta-voz do grupo rebelde declarou que os militantes têm a intenção de marchar até a capital do país, Kinshasa, para depor Kabila.
Fontes: http://www.reuters.com/article/us-congo-violence/rebels-close-in-on-east-congo-city-amid-gunfire-idUSKCN1C22S5; http://www.reuters.com/article/us-congo-violence/congo-naval-boats-battle-rebels-on-lake-tanganyika-idUSKCN1C31DJ e http://www.reuters.com/article/us-congo-rebels/eastern-congo-rebels-aim-to-march-on-kinshasa-spokesman-idUSKCN1C42R3
EXPLOSÃO DE MINA TERRESTRE DEIXA MORTOS EM BURQUINA FASO
A explosão de uma mina terrestre deixou dois paramilitares mortos enquanto faziam a segurança de um comboio que transportava combustível para uma mina de ouro a 150 quilômetros da capital do país, Uagadugu. Até o momento nenhum grupo rebelde assumiu a responsabilidade do ataque, porém as forças governamentais suspeitam de um grupo jihadista local conhecido como Ansaroul Islam.
Fonte: https://www.reuters.com/article/us-avocet-attack/avocets-convoy-in-burkina-faso-strikes-landmine-killing-two-idUSKCN1C223X
INSTABILIDADE NO MALI CONTINUA
Na região norte do Mali, sete pessoas morreram em um ataque em que homens fortemente armados invadiram um posto avançado do Movimento para a Salvação de Azawad (MSA). Segundo os integrantes do Movimento, os terroristas fugiram para a região que faz fronteira com a Nigéria sem levar nada. O MSA é uma fragmentação do Movimento Nacional para a Libertação de Azawad (MNLA) e não é signatário do acordo de paz em vigor na região. A aldeia Kouakourou também está sofrendo fortes represálias de grupos terroristas, impedindo a circulação dos habitantes dentro e fora dela. Em uma operação na fronteira com a Argélia, o exército descobriu um arsenal de
armas pesadas e uma quantidade significativa de munição que provavelmente seria usada por terroristas. Além disto, a insatisfação popular na cidade maliana de Kidal com as forças francesas da Operação Barkhane levou a população local a protestar contra o abuso de poder por parte das tropas quando estas prenderam suspeitos de terrorismo na região. A população afirma que as prisões foram arbitrárias e sem fundamento. Essa é uma ação preocupante, visto que a insatisfação popular com as forças de paz pode fortificar os grupos terroristas.
Fontes: http://malijet.com/actualte_dans_les_regions_du_mali/rebellion_au_nord_du_mali/195078-menaka-au-moins-sept-morts-dans-des-combats-a-tamalate.html; http://malijet.com/actualte_dans_les_regions_du_mali/rebellion_au_nord_du_mali/195328-kouakourou-un-village-du-centre-du-mali-bloque-par-des-terrorist.html; http://malijet.com/actualte_dans_les_regions_du_mali/rebellion_au_nord_du_mali/195329-un-arsenal-de-guerre-saisi-a-la-frontiere-algero-malienne.html e http://malijet.com/actualte_dans_les_regions_du_mali/rebellion_au_nord_du_mali/195447-la-population-de-kidal-a-manifeste-ce-matin-son-mecontentement-c.html
ONU
ONU LAMENTA NAUFRÁGIO DE BARCO QUE TRANSPORTAVA MUÇULMANOS ROHINGYA FUGINDO DE MIAMAR
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), após o naufrágio de um barco que transportava muçulmanos da etnia Rohingya que fugiam de Myanmar para Bangladesh, mais de 60 pessoas foram dadas como desaparecidas e presumidas mortas. Após algumas das mortes terem sido confirmadas, um porta-voz da Organização Internacional para as Migrações (OIM) disse aos repórteres internacionais que 23 óbitos foram confirmados depois de oito corpos que foram encontrados durante a noite. De acordo com a OIM, acredita-se que o barco levava cerca de 80 pessoas.
Fontes: UN: 63 Rohingyas killed in shipwreck. The Philippine Star, Manila, p. 15, 30 set. 2017;
LEDERER, Edith M. 60 dead as Rohingya refugees shipwrecked. Western Mail. Cardiff, p. 2, 30 set. 2017; MORE than 60 feared dead. The Star Malaysia, Manila, p. 23, 30 set. 2017; http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRKCN1C32HC-OBRWD;
http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRKCN1C33EZ-OBRWD e http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRKCN1C72EG-OBRWD
CONSELHO DE SEGURANÇA SE ENCONTRA DIVIDIDO SOBRE SITUAÇÃO EM MIANMAR
A primeira reunião aberta do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre Mianmar destacou as profundas divisões do órgão: a China e a Rússia apoiaram o governo do país do Sudeste Asiático, enquanto os Estados Unidos, Grã-Bretanha e França exigiram o fim da limpeza étnica que está ocorrendo. O Secretário-Geral da Organização, Antonio Guterres, pediu as autoridades de Mianmar para que parassem com as operações militares e permitissem acesso irrestrito da ajuda humanitária, além de assegurar que todos os que fugiram do país pudessem retornar às suas casas. Nesse sentido, uma coalizão global formada por 88 organizações da sociedade civil e dos direitos humanos pediram que o Conselho se posicionasse para pressionar as autoridades de Mianmar, seja por meio de embargos de armas ou financeiros. Mas a perspectiva de uma forte resposta do Conselho pareceu improvável após a China e a Rússia apoiarem o governo.
Fonte: UN meeting on Myanmar spotlights split in Security Council. The Star Malaysia, Manila, p. 23,
30 set. 2017.
NOVOS CASOS DE EXPLORAÇÃO E ABUSO DE MENORES POR PARTE DE PEACEKEEPERS NO HAITI
O Haiti novamente está tendo que lidar com casos de abuso sexual de menores por parte dos peacekeepers da Organização das Nações Unidas (ONU). Mais recentemente, dois casos de exploração e abuso foram reportados e envolviam militares servindo na Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (MINUSTAH). Em vista da gravidade da situação e a repetição da mesma através dos anos de vigência da Missão, a ONU enviou uma equipe de funcionários para a capital do país, Porto Príncipe, para investigar as alegações. A ONU também anunciou que deve tomar ações para dar suporte para as vítimas dos abusos.
Fonte: UN “outraged” at sexual abuse by peacekeepers in Haiti. Sunday Times (Sri Lanka), Kotte, p.13, 1
ONU PREPARA ENVIO DE INVESTIGADORES PARA O IÊMEN
Durante a primeira semana do mês de outubro, o Conselho das Nações Unidas para os Direitos Humanos acordou em enviar investigadores com o objetivo de observar e relatar as ações caracterizadas como crime de guerra no Iêmen. Tal decisão superou a posição contrária da Arábia Saudita. A partir da resolução, estabelecida por consenso no Conselho, será enviado um grupo para irá investigar os diversos grupos árabes acusados de bombardear determinadas regiões desde 2015, o que explica a resistência do país acerca da decisão do Conselho. Os especialistas enviados pela ONU irão avaliar detalhadamente as ações e buscar compreender quem foram os responsáveis pelas violações e crimes.
