SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA
w w w . r b o . o r g . b r
Artigo
de
Revisão
Profilaxia
com
descolonizac¸ão
nasal
em
pacientes
submetidos
a
artroplastia
total
de
joelho
e
quadril:
revisão
sistemática
com
metanálise
夽
David
Sadigursky
a,∗,
Henrique
Santos
Pires
a,
Saulo
Américo
Caldas
Rios
b,
Francisco
Luiz
Borja
Rodrigues
Filho
c,
Gustavo
Castro
de
Queiroz
ce
Mateus
Lemos
Azi
aaHospitalManoelVictorino,Salvador,BA,Brasil
bHospitalGeralErnestoSimõesFilho,Salvador,BA,Brasil
cFaculdadedeTecnologiaeCiências(FTC),Salvador,BA,Brasil
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo:
Recebidoem11deagostode2016 Aceitoem28deoutubrode2016 On-lineem15defevereirode2017
Palavras-chave: Artroplastia Profilaxia Infecc¸ão
Descontaminac¸ão
r
e
s
u
m
o
Apesardaevoluc¸ãodosresultadosapósaartroplastiatotaldejoelho(ATJ)equadril(ATQ),a infecc¸ãoaindaéumadascausasmaisdesafiadorasparaocirurgião.Emvirtudedagravidade edificuldadedotratamentodainfecc¸ãoarticularperiprotética,foramcriadosprotocolosde profilaxiaparaessetipodecomplicac¸ão.Oobjetivodesteestudofoiavaliaraprofilaxia infec-ciosacomadescolonizac¸ãonasalpréviacontraStaphylococcusaureusresistenteàmeticilina (MRSA),identificadospormeiodacoletadematerialdanasofaringeporswabsempacientes comprogramac¸ãocirúrgicadeATJeATQ.Foielaboradoumestudoderevisãosistemática commetanálisequeusouoprotocoloPRISMA-2015,noqualforamutilizadosos descrito-res:arthroplastyenasaldecolonizationoujointarthroplastyedecolonizationoujointarthroplasty enasaldecolonizationnalínguainglesa.Foramselecionadosquatroestudosobservacionais dentreas79referênciasidentificadas.Aamostratotalfoide10.179pacientes,divididosem doisgrupos:controle(4.788pacientes)eintervenc¸ão(5.391pacientes).Foiobservadoque,no grupodeintervenc¸ão,noqualaprofilaxiacomdescolonizac¸ãonasalfoiaplicada,59(1,09%) dospacientesdesenvolveraminfecc¸ãodositiocirúrgico(ISC),enquantoaISCfoiobservada em86(1,79%)dospacientesnogrupocontrole.Essatendênciaserepetiuemtodososartigos estudados,nãosendoobservadorviésdepublicac¸ão,constituindoemumaamostra homo-gênea.Aprofilaxiapré-operatóriacomdescolonizac¸ãonasalparaMRSA,reduzem39%os casosdeinfecc¸ãopós-artroplastiasdojoelho,devendoserconsideradacomoumprotocolo complementarpeloscirurgiões.
©2017SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora Ltda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http://
creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
夽
TrabalhodesenvolvidonoHospitalManoelVictorino,DepartamentodeOrtopediaeTraumatologia,Salvador,BA,Brasil.
∗ Autorparacorrespondência.
E-mails:davidsad@gmail.com,dadav@hotmail.com(D.Sadigursky).
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2016.10.013
Prophylaxis
with
nasal
decolonization
in
patients
submitted
to
total
knee
and
hip
arthroplasty:
systematic
review
and
meta-analysis
Keywords: Arthroplasty Prophylaxis Infection Decontamination
a
b
s
t
r
a
c
t
Despitetheevolutionofthetotalkneeandhiparthroplastysurgery,highpostoperative complicationratesintheshortandlongtermstillpersist.Infectionisoneofthemost chal-lengingcomplications;duetoitsgravityandtreatmentdifficulties,prophylaxisprotocols havebeencreatedtodecreaseitsincidence.Theobjectiveofthisstudywastoevaluatethe impactoftheprophylaxisprotocolformethicillin-resistantStaphylococcusaureus(MRSA) decolonizationofthenaresinpatientspreviouslyidentifiedbyswabcultures,whowere tobesubmittedtoatotaljointarthroplasty.Asystematicreviewwithmeta-analysiswas conducted,followingthePRISMA-2015protocol,usingthedescriptors:“arthroplasty”and “nasaldecolonization,”or“jointarthroplasty”and“decolonization,”or“jointarthroplasty” and“nasaldecolonization,”forfinalselectionoffourobservationalstudiesfrom79 referen-cesidentified.Thisstudyincludedatotalsampleof10,179patients,dividedintwogroups: thecontrolgroup(4,788patients)andinterventiongroup(5,391patients).Itwasobserved thattheinterventiongroup,inwhichprophylaxiswithnasaldecolonizationwasused,59 (1.09%)ofthepatientsdevelopedasurgicalsiteinfection(SSI),whileinthecontrolgroup therewere86 casesofSSI(1.79%).Thistrendrepeateditselfinallarticles, showingno publicationbiases,formingahomogeneoussample.Theuseofaprophylaxisprotocolfor decolonizationofMRSA,reducedSSIcasesbyapproximately39%.
©2017SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora Ltda.ThisisanopenaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http://
creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
Introduc¸ão
As artroplastias totais de joelho (ATJ) e quadril (ATQ) são definidas como procedimentos cirúrgicos indicados com o objetivode melhoraraqualidadedevida, comapromoc¸ão doalíviodador,ganhofuncionalecorrec¸ãodedeformidades daarticulac¸ãoafetada.1,2
Acadaanosãofeitas600.000artroplastiastotaisdejoelho nosEstadosUnidosdaAméricaeéesperadoumaumentode 673%nademandaaté2030nomundo.NoBrasil,onúmerode ATJéestimadoentre60e70milaoano.3,4
Apesardaevoluc¸ãodosresultados comasartroplastias, ascomplicac¸õesnoperíodopós-operatório,emcurtoelongo prazo,aindapersistem.Ainfecc¸ão pós-artroplastiaséuma dascausasmaisdesafiadorasparaocirurgião.5,6 Ataxade
infecc¸ãodosítiocirúrgico(ISC)pós-ATJpodevariarentre0,5% e23%etemumimpactodecercade300milhõesdedólaresem paísesdaAméricadoNorte.7AISCéapontadacomoumadas
principaisinfecc¸õesassociadasàassistênciaàsaúde,sendo responsávelpor17%delasnosEstadosUnidosdaAméricae 37%nomundo,segundoaOMS.7-10
Emvirtudeda gravidadeedificuldadedotratamentoda infecc¸ãoperiprotética(IP),odesenvolvimentodemedidas efi-cazesparaminimizarestesíndicessemostramnecessárias, demodoqueforamdemonstradasnaliteraturamedidas pro-filáticasnopré-operatóriodeATJ.2,10
Parvizi et al.2 desenvolveram um protocolo que resume
asmedidasprofiláticas maiseficazes ecomprovadas.Entre asmedidasdemonstradasestáainvestigac¸ãodacolonizac¸ão nasalporStaphylococcusaureusesuaceparesistenteà meti-cilina(MRSA).Noentanto,talmedidaaindapermanecesem consenso paraa recomendac¸ão de umatriagem universal,
mesmoquereconhec¸aqueadescolonizac¸ãodeportadoresde MRSAdiminuiataxadeISC.10
Dentreasinfecc¸õeshospitalarespós-operatórias, contata--sequeoStaphylococcusaureuséoprincipalgermeisoladoem examesdecultura.Níveiselevadosdecolonizac¸ãonasalpor cepasdeMRSApodemserumfatorderiscopara desenvol-vimentodeinfecc¸ãonosítiocirúrgico.11 Oepitélionasalse
destacacomoolocaldemaiorcolonizac¸ão,cujaprevalência chega,emmédia,a40%napopulac¸ãoadulta.Comoparteda microbiotahumana,areferidabactérianãoconstituiumrisco, podendo sercarreada porumlongoperíodosemprejuízos paraasaúdedosindivíduos.12
Atécnicadecoletadeamostradematerialdasnarinas,com ométododeswab,permiteaidentificac¸ãodoMRSAporcultura outestedereac¸ãoemcadeiadepolimerase(PCR),amboscom altovalorpreditivopositivoeespecificidade.13Essemétodoé
indicadopararastreiodeMRSAemfoconasaldepacientesem programac¸ãocirúrgicadeATJeATQ.14
Comométodoprofilático,estáindicadoousode antibióti-costópicos,queatuemsobreascepasdeStaphylococcusaureus. Amupirocinatópicaéamaisfrequentementeutilizadae reco-mendada para adescolonizac¸ão nasal (DN) pré-operatória, devendoserconsideradacomoumdospilaresda profilaxia anti-infecciosa.15
Dessa forma, a profilaxia com DN para Staphylococcus aureusresistenteàmeticilina(MRSA)podeserapontadacomo um importante método profilático para infecc¸ão articular periprotética.16,17 Noentanto,osestudosqueanalisamessa
temática,nointuitodevalidaraprofilaxiacominvestigac¸ão universaldeMRSAempacientesqueserãosubmetidosaATJ eATQ,nãodemonstramuniformidadenaafirmativa.2
Tabela1–Critériosdeinclusãodeacordocoma estratégiaPICO
OscritériosdeinclusãoPICO
Indicadores ResultadosdeacordocomoPICO
Projeto Estudosdecoorte
Populac¸ão Pacientesemprogramac¸ão cirúrgicaparaartroplastiade quadrilejoelho
Intervenc¸ão Profilaxia:descolonizac¸ãoparaS. aureusMRSAempacientes identificados
Comparac¸ões Semusodeprofilaxia Medidasderesultados Taxasdeinfecc¸ão(incidência)
descolonizac¸ão nasal de MRSA em pacientes identificados atravésdacoletadematerialdanasofaringeporswabsecom programac¸ãocirúrgicaparaATJeATQ.
Metodologia
Oestudoderevisãosistemáticacommetanálisefoielaborado deacordocomoprotocoloPRISMAStatement(2015).18
Abuscadaliteraturafoifeitaparaidentificarestudosque avaliassemaprofilaxiacomofatorquereduzriscoparaISC atravésdaDNparaMRSAempacientescolonizados, identifi-cadosatravésdacoletadematerialdanasofaringeporswabs. Os critérios de inclusão para selec¸ão dos estudos que avaliam o tratamento profilático após a investigac¸ão da colonizac¸ãopelo MRSAnopré-operatóriode pacientesque seriamsubmetidosaATJeATQforamestudosdecoortenos idiomasportuguêseinglês.
Foram excluídos estudos com descric¸ão inadequada e quandoodesfechoclíniconãofosseopropostopeloautor. Não foram considerados relato de casos, estudo de série de casos ou revisões narrativas. Foram excluídos também artigosincompletosouquenãoforneciamdadosarespeito da colonizac¸ão pelo MRSAempacientes submetidos a ATJ e ATQ. Não foram selecionados artigos que apresentaram pontuac¸ãomenordoque7aoseravaliadospelométodode Newcastle-OttawaQualityAssessmentScale(NOS),19que
deter-minaaqualidadedoestudo, ouquenãoseadequassem à classificac¸ãonecessária dadapeloNível deEvidência Cien-tífica por Tipo de Estudo – Oxford Centrefor Evidence-based Medicine–paradeterminarovalordepublicac¸ãodoestudo.20
Oscritériosdeinclusão,presentesnatabela1,eexclusão foram escolhidos naobservância do objetivodeste estudo, demaneira queaescolhasevaleuapenasdosartigosque avaliassem a eficácia da profilaxia cirúrgica com DN para MRSA. Tais critérios estão disponíveisna tabela1 eforam organizadossegundoaestratégiaPICO(Paciente,Intervenc¸ão, Comparac¸ão,Objetivos)21comointuitodeconferirvalidade
internaaotrabalho.
AsbasesdedadosusadasparaapesquisaforamMedline, SciELO;ScienceDirect;PubMed;ScopuseGoogleSchoolars.
A busca foi feita com os seguintes descritores: “arthroplasty” e “nasal decolonization”, ou “joint arth-roplasty” e “decolonization”, ou “joint arthroplasty” e “nasal decolonization” na língua inglesa; “artroplastia” e “descolonizac¸ãonasal”,ou“artroplastia”e“descolonizac¸ão”
79 Referências identificadas
na Busca Eletrônica
68 Referências Excluídas após Analise dos Títulos,
Resumo e Língua de Publicação
11 Referências Selecionadas para
Avaliação
7 Referências Excluídas (Dados Não
Disponíveis ou Desenho de Estudo
Inadequado) 4 Estudos Selecionados
Incluindo 10.179 Indivíduos: 4.788 (47,03%) grupo controle;
5.391 (52,96%) grupo intervenção.
Figura1–Organogramadaselec¸ãodosartigos.Protocolo PRISMA-2015.
“artroplastia de articulac¸ão” e “descolonizac¸ão nasal” na línguaportuguesa.
Osresultadosforamapresentadosatravésdeorganograma paraselec¸ãodeartigos,apresentac¸ãoecompilac¸ãodosdados de dispersão em funile de floresta, para compreensão da metanálise. A porcentagem da ISC,empacientes submeti-dosaartroplastia,foiexpressacomoRiscoRelativo(RR)em IntervalodeConfianc¸a(IC)de95%.Osresultadosde diferen-tesestudosforamreunidosemummodelodeefeitoaleatório, umavezquetodosnãoapresentavamamesmametodologia. AheterogeneidadefoianalisadapelostestesdeChi2,I2eTau com ointuitodeidentificar diferenc¸asquepudessemvira causarviésaoestudo.Taisanálisessederamatravésde apro-priadoprograma:ReviewManager,versão5,2TheCochrane Collaboration,2012.
Resultados
Nafigura1estárepresentadooorganogramadeselec¸ãodos
artigos, nosquais foram identificadas 79 referências como potencialmenterelevantesduranteabusca.Apósanalisede titulo,resumoelínguadepublicac¸ãoforamexcluídos68 estu-dospeloscritériosdeinclusão.Das11referênciasrestantes, seteforamdescartadassegundooscritériosdeexclusão, pau-tadasnaausênciadedadosoudesenhodeestudoinadequado. Apósaselec¸ãodequatroestudos,22–25aamostratotalde
10.179pacientesfoidivididaemdoisgrupos:semusode pro-filaxiacom 4.788(47,03%);com usodeprofilaxia com5.391 (52,96%)(fig.1),paraanáliseestatística.
Natabela2épossívelnotarareuniãodedadosque
carac-terizamosquatroestudosselecionados.22–25Todososestudos
Tabela2–Característicasdosestudosselecionados
Tipode estudo
Totalde pacientes
Tempode seguimento
Métodode rastreio
Métodode profilaxia
Tempode profilaxia
Allendeetal.,2015 Estudodecoorte 793 1ano Swabnasal Mupirocina 5dias
Baratzetal.2015 Estudodecoorte 6514 2anos Swabnasal Cefalosporina 2semanas
Haceketal.2008 Estudodecoorte 1495 2anos Swabnasal Mupirocina 5dias
Raoetal.2008 Estudodecoorte 1377 1ano Swabnasal Mupirocina 5dias
adequadospararevisãosistemáticacommetanálise,baseado peloNíveldeEvidênciaCientíficaporTipodeEstudo–Oxford CentreforEvidence-basedMedicine21–equeapresentaramum
valormínimodesetepelométododeNOS.20Todosos
estu-dosidentificaramospacientescomMRSAatravésdacoleta de materialporswabnasal. Foiavaliado o usode mupiro-cinatópicaaplicadanasnarinas,comométodoprofilático,por cincodiasemtrêsdosestudos,22,23,25aexcec¸ãofoiobservada
noestudodeBaratzetal.24queavaliouousodecefalosporina
porduassemanas.Ospacientesforamacompanhadosparaa ocorrênciadodesfechopordoisanosnosestudosdeBaratz etal.24eHaceketal.,25enquantoesseacompanhamentose
deuemumanonosestudosdeBarberoAllendeetal.23eRao
etal.22
FoiobservadoquenogrupoemqueaprofilaxiaparaMRSA haviasidorealizada,59(1,09%)dospacientesdesenvolveram infecc¸ão do sitio cirúrgico, enquanto que a infecc¸ão pós--cirúrgicasedeuem86(1,79%)dospacientesnogrupoque nãorealizou,oquerefleteumareduc¸ãode39%noscasosdessa complicac¸ão(tabela3).Ocasionalmenteseverificoureduc¸ão: 40,7%noestudodeBarberoAllendeetal.23;27,2%noestudode
Baratzetal.24;50%noestudodeHaceketal.25;47,6%noestudo
deRaoetal.22
FoinotadoquenoestudodeBaratzetal.,24que
apresenta-ramasmenorestaxasdeinfecc¸ão,houve0,78%deafetadosno grupoemquehaviasidofeitaaintervenc¸ãoe1,07%nogrupo controle(tabela3).
Opeso atribuídoa cada estudono resultadofinal,
rela-tadonatabela3,éumaponderac¸ãobaseadanoalgoritmodo
modelodeefeitoaleatório,oqualconsideraquehádiferenc¸as metodológicasconsideráveisentreosestudoseporissofaz umcálculodeformadiferenciada,combasenavariância,e não sóno número de pacientes.É possível notarna tabela 3 que o intervalo de confianc¸a não ultrapassa o valor 1, indica que o grupo intervenc¸ão, em que havia sido reali-zadaaprofilaxia,apresentou menorriscode infecc¸ão.Isso se comprova com o testeestatístico final, que apresentou p=0,004.
Em relac¸ão aos testesde heterogeneidade, que buscam identificar variac¸ões entre os estudos que possam sugerir dadosconflitantes,sejapordiferenc¸asdedesenho, metodo-lógicas,amostrais,vieses,entreoutros,oprimeiroparâmetro, Tau2, que avalia de forma quantitativa a heterogeneidade
dos resultados entre si, demonstrou que se sobrepuseram deformabastanteordenada(fig.2),confluindoemumbaixo valor.Nasequência,foiaplicadootesteChi2,comrespectivo
valor P, novamente buscando-se identificar evidências de heterogeneidade. Por fim, no parâmetro I2, para explicar
quantodavariabilidadeentreosresultadosestáassociadaà heterogeneidade, o valor 0 indicou que a inconsistência
RR M–H, Random, 95% IC
0,59 [0,29, 1,21] 0,73 [0,44, 1,22] 0,50 [0,23, 1,10] 0,52 [0,24, 1,14]
0,62 [0,44, 0,86]
0,2 0,5
Experimental Controle
1 2 5
RR M–H, Random, 95% IC
Figura2–GráficodeFloresta(FlorestPlot).RR=razãode risco;IC=intervalodeconfianc¸a.
entre os estudos não deve ser um fator importante
(tabela3).
A heterogeneidade, representada pelo gráfico de funil (fig.3),foinãosignificativa(Tau2=0,0;I2=0%)eaestimativa
ocasionalparaoriscorelativofoide0,62(IC95%=0,44–0,86). Portantonãofoiencontradadiferenc¸aestatisticamente signi-ficanteentreosestudos(fig.2etabela3).
Na figura 3, observa-se quetodos os estudosindicaram
dados favoráveis à intervenc¸ão, com leve tendência a um melhorresultadonosgruposmenores,comopodeser iden-tificadonacomparac¸ãocomovalorobtidonacompilac¸ãodos resultados.
Discussão
Apesardaevoluc¸ãopositivanocontroledainfecc¸ão, princi-palmentenocurtoprazo,apósATJouATQ,otratamentode infecc¸õesestabelecidas emarticulac¸õesprotéticas continua difíciledispendiosoemtermosdetempoerecursos.Portanto, éimportanteacuidadosaatenc¸ãonaprevenc¸ãodainfecc¸ão.
Inseridanessecontexto, estametanáliseavalioua profi-laxia para MRSA como fator redutor de ISC nos pacientes colonizados,identificadosporcoletadematerialda nasofa-ringeporswabsemprogramac¸ãocirúrgicaparaATJeATQem quatroestudosdecoorte.
Oestudodemonstrou,emseusresultados,quea profila-xiacomDNéumfatorprotetor.Talmodelofoiresponsável por uma reduc¸ão de 39% na incidência de ISC, com uma taxa que decresceude 1,79% nogrupo controlepara 1,09% no grupo emque aintervenc¸ão haviasido feita. Essa ten-dência pode ser observada em todos os quatro estudos dispostosdemaneiraordenada,sendaapresentadadiferenc¸as estatisticamenteirrelevantes,oquesugeremaausênciade heterogeneidade.
Tabela3–Característicaserevisãodosestudos
EstudoouSubgrupo Usodeprofilaxia Nãofezuso Peso Riscorelativo
H–M, Random,95%
CI
Eventos Total Eventos Total
Allendeetal.,2015 12 409 19 384 21,7% 0,59(0,29,1,21)
Baratzetal.2015 27 3434 33 3080 42,6% 0,73(0,44,1,22)
Haceketal.2008 11 912 14 583 17,8% 0,50(0,23,1,10)
Raoetal.2008 9 636 20 741 18% 0,53(0,24,1,14)
Total(95%CI) 59 5391 86 4788 100% 0,62(0,44,0,86)
Heterogeneidade:Tau2=0,0;Chi2=0,9,df=3(p=0,83);I2=0%.
Testedeefeitoglobal:Z=2,87(p=0,004).
Isso provavelmente decorre da prevalência desses germes e suas cepas na populac¸ão geral e intra-hospitalar, reco-nhecido como umdosprincipais causadoresde ISC.13,26 A
infecc¸ão neste grupo de pacientes pode estar associada à colonizac¸ão das narinas, oque justifica o tratamento para DNcommuporicinatópicaouantibióticoqueatuesobreesse germe.27,28
A importância da profilaxia pré-operatória com investigac¸ão da colonizac¸ão por MRSA pode ser refletida emtrabalhoscomoosdeBarberoAllendeetal.,23que
obser-varamaprofilaxiaempacientes nopré-operatóriodeATJe ATQatravésdotratamentocommupirocinatópicaaplicada nasnarinasebanhocomclorexidina.Quandocomparadosos gruposquerealizaramounãoométodoprofilático, verificou--seumasignificativadiminuic¸ãonastaxasdeISC,comuma reduc¸ãode 40,7%;Identificou-seumreduc¸ãona incidência de4,94%,nogrupoemquenãofoirealizadaaprofilaxia,para 2,93%,nogrupointervenc¸ão.
Baratzetal.24compararamaincidênciadeISC,em
pacien-tessubmetidosaATJeATQ,levandoemcontaospacientes haviamsidotratadoscomDNparaMRSAesensíveisà metici-lina(MSSA)eogruposemprofilaxia.Foiobservadoqueogrupo
deintervenc¸ão,tratadopreviamenteàrealizac¸ãodacirurgia, comcefalosporinadeprimeiragerac¸ão,apresentouincidência de0,79%,representandoumareduc¸ãode27,3%emrelac¸ãoao grupocontrolecomincidênciade1,07%.
Nomesmocontexto,Haceketal.25demonstraramqueos
pacientestratadoscomDN1,2%evoluíramcomISCemrelac¸ão a2,4%dogrupoemquenãofoirealizadaaDNoqueimpactou umareduc¸ãode50%naincidênciadeISC.
Raoetal.22observaramosresultadosdaDNcomparandoos
pacientesquehaviamsidosubmetidosaDNcommupirocina nasalebanhodeclorexidina,nopré-operatório.Astaxasde infecc¸ãopós-operatóriacomparadasentreosgruposque rea-lizaramaprofilaxiacomogrupocontrole,obtiveramtaxasde ISCde1,41%e2,69%,respectivamente.Osdadosapresentados sugeremumareduc¸ãodaISCem47,6%.
Comoobjetivodeavaliaraporcentagemdepacientes sub-metidosàATJ,quepersistemcolonizadosporS.aureusapesar daDNprofilática,Economedesetal.,29emumestudopiloto,
avaliaram 634 pacientes que fizeram o procedimento pelo mesmocirurgiãoequeforamsubmetidosaoprotocolodeDN antesdacirurgia.Osautoresdemonstraramque33%(19de 58)dospacientesqueforamdescolonizadoscontinuaramcom
SE(log[RR]) 0
0,2
0,4 0,3
0,5
0,2 0,5 1 2 5
RR 0,1
culturapositivaparaS.aureusapesardadescolonizac¸ão pré--operatória,inferindoqueaDNnãoécapazdegarantirqueos pacientescontinuarãodescolonizadosemtodooperíodo pós--operatório.Osefeitosdacolonizac¸ãopersistenteporS.aureus, noperíodoposterioràcirurgia,requeremmaisestudospara quesepossaafirmarqueessegrupodepacientestemmaior riscodeadquiririnfecc¸ãotardia.29
Na mesma linha de raciocínioo “Consenso internacio-nal eminfecc¸ões articulares periprotéticas”, elaborado por Parvizi etal.,2 indica que pacientes colonizadosporMRSA,
principalmente na porc¸ão anterior das narinas, têm fonte potencialdeinfecc¸õeshospitalaresepós-cirúrgicasequesua descolonizac¸ão,commupirocinatópica,aplicadanasnarinas porcincodias,previamenteàcirurgia,umamedidaeficazna reduc¸ãodaincidênciadeISC.
A reduc¸ão da taxa de ISC após triagem e profilaxia para MRSA corrobora o raciocínio clínico e patológico, no qual o germe se destaca por ser um dos principias causadoresdeinfecc¸ão,devidoasuaelevadapresenc¸a intra--hospitalar e na populac¸ão geral. A preocupac¸ão com a cepaMRSAsetornaaindamaiordevido aseudifícil trata-mentoecontrole,umavezquenãorespondeaantibióticos betalactâmicos, inclusive os sintéticos, como no caso da meticilina,o que implicaa necessidade de uma profilaxia pré-operatória adequada.30 A mupirocina tópica para DN
é o método de escolha mais indicado.31 Apesar de
algu-mas cefalosprinas de primeira gerac¸ão terem eficácia no combateao S. aureus, não é o antimicrobiano de primeira escolha,sejaporquetempoucaounenhumaatividade con-tra MRSA, seja por que seu uso indiscriminado de rotina podecontribuir paraosurgimento degerac¸õesdebactérias resistentes.32
A não realizac¸ão da profilaxia contra a ISC no período pré-operatório,ofereceevidênciasquecorroboramo raciocí-nioclinicoepatológicodestacomplicac¸ãoaodemonstraro aumentodofatorderiscoparaasuaocorrência.33
De maneira geral, são também causadores de infecc¸ão periprotética:Staphylococcuscoagulasenegativo,Streptococcus, bacilosgram-negativoseanaeróbios.34
NosestudosdeBaratzetal.,24Haceketal.25eRaoetal.,22
foipossívelinferirqueadespeitodareduc¸ãosignificativada ISC,devidoàtriagemeaoprotocolodeprofilaxiaparaS.aureus, aindaocorriainfecc¸õesoriginadasporoutrosgermes,comoas bactériasdosgêneros:Pseudomonas,Enterobacter,Streptococcus, dentreoutrasmaisesporádicas.
Avariac¸ão naincidênciadeS.aureusserelacionacoma existênciadefatoresderiscoassociadosparainfecc¸ão,como obesidade,idadeprecoceediabete.35Dessaforma,populac¸ões
decaracterísticasdiferentespodemapresentartaxasde inci-dênciaparaISCdistintas.35
Devidoasuacaracterísticainerente deagrupardiversos trabalhos,quesomamasamostraseosresultadosindividuais, emumasíntese,algunsfatoresnãopuderamserabordados, comooimpactoquantitativoequalitativodoperfilde dife-rentespopulac¸õesnataxadeincidênciadeISCnospacientes submetidosaATJeATQeaeficáciaemlongoprazodouso sis-temáticodométodoprofiláticosugerido,bemcomooespectro deac¸ãodoantibióticoutilizadoepossíveisassociac¸ões.Por essemotivo,novostrabalhosserãonecessáriosparaaanálise multivariáveldessesfatores.
Esta revisãosistemáticacommetanálise, assimcomoas demaisencontradasnaliteratura,sebaseiaemdados secun-dáriosextraídosdeestudosdecoorteoriginais.Noentanto, tal característica seconstitui emlimitac¸ão para o modelo, uma vezque nãopermite avaliartodos os dados necessá-rios para análisesmultivariáveis e está sujeita a possíveis vieses.
As características inerentes ao estudo tornam este tra-balho nível de evidência 2 segundo o Nível de Evidência CientíficaporTipodeEstudo–OxfordCentreforEvidence-based Medicine:18revisãosistemática,comhomogeneidade,de
estu-dosdecoorte.
Emboraaspossibilidadesdiagnósticastenhammelhorado com aevoluc¸ãodasnovas técnicasimunológicasede ima-gem,asconsequênciasdevastadorasdeumainfecc¸ão,mesmo comdiagnósticoprecoce,continuamumgrandedesafiopara ocirurgiãoortopédico.Diantedessefato,odesenvolvimento detécnicasadicionaisparaaprofilaxiadevemser pesquisa-dasnointuitodesealcanc¸arumadiminuic¸ãoaindamaiordos índicesdessagravecomplicac¸ão.Nãoobstanteoempregoda triagemparaDNporS.aureus,esuacepaMRSA,atravésde materialcoletadoporswabdenasofaringepodeser apresen-tadacomomedidaeficaznareduc¸ãodaISCATJeATQ,devendo serempregadas.
Considerac¸ões
finais
A investigac¸ão de material coletado por swab de nasofa-ringe,nointuitodedetectaracolonizac¸ãoporStaphylococcus aureuse suavarianteresistenteà meticilina,empacientes comindicac¸ãoparaartroplastiadojoelhoequadril,seguida dadescolonizac¸ãocomantibioticoterapiatópicacom mupo-ricina, apresenta dados que comprovam a eficácia da sua aplicac¸ãocomométodoprofilático,nointuitodediminuiras taxasdeinfecc¸ãopós-operatória.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
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