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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

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Academic year: 2021

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M

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Dissertação submetida para satisfação parcial dos requisitos do grau de

MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL —ESPECIALIZAÇÃO EM CONSTRUÇÕES

Orientador: Professor Doutor Vasco Manuel Araújo Peixoto de Freitas

Coorientador: Professor Doutor António José Coelho Dias Arêde

(2)

Tel. +351-22-508 1901 Fax +351-22-508 1446  miec@fe.up.pt

Editado por

FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO Rua Dr. Roberto Frias

4200-465 PORTO Portugal Tel. +351-22-508 1400 Fax +351-22-508 1440  feup@fe.up.pt  http://www.fe.up.pt

Reproduções parciais deste documento serão autorizadas na condição que seja mencionado o Autor e feita referência a Mestrado Integrado em Engenharia Civil - 2018/2019 - Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto, Portugal, 2019.

As opiniões e informações incluídas neste documento representam unicamente o ponto de vista do respetivo Autor, não podendo o Editor aceitar qualquer responsabilidade legal ou outra em relação a erros ou omissões que possam existir.

Este documento foi produzido a partir de versão eletrónica fornecida pelo respetivo Autor.

(3)

À minha Mãe

Success is not final, failure is not fatal: it is the courage to continue that counts. Winston Churchill

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(5)

AGRADECIMENTOS

O terminar deste trabalho coincide com a conclusão de uma fase da minha vida. Foram anos felizes, mas complicados, anos em que a vontade de me superar venceu a vontade de desistir. Termino o meu percurso orgulhoso do que conquistei, da pessoa em que me tornei e da vontade que tenho de agarrar o meu futuro. O mérito é meu, mas há pessoas a quem devo muito, a quem devo o sucesso deste trabalho e que contribuíram para que hoje me sinta uma pessoa orgulhosa e realizada.

Em primeiro lugar ao Professor Vasco Freitas pela orientação, pela partilha de conhecimento, pelos conselhos e pela voz crítica que foi desde o início do desenvolver do trabalho. Agradeço também a disponibilidade e a liberdade que me deu em transformar esta dissertação em algo que pretendia. Ao Professor António Arêde pela partilha de informações e pela coorientação da dissertação.

Ao meu grande amigo Mário Gustavo Fernandes pelo apoio incansável e pelos ensinamentos transmitidos em relação à parte de programação em HTML e em JavaScript. Obrigado por todos os conselhos, por todos as horas gastas, pela paciência e pela forma apaixonada como me ensinou. À Mafalda, ao Gonçalo e ao David pela amizade, por ouvirem os meus desabafos, por rirem comigo, por me acompanharem diariamente e por serem amigos para a vida.

À Catarina e à Sofia pelo apoio que me dão em cada etapa da minha vida e pela alegria com que festejam as minhas conquistas, por me fazerem sair da minha zona de conforto e acreditarem nas minhas capacidades como ninguém.

Aos meus colegas e amigos para a vida Luís, António, Pedro, Tiago, João, Gonçalo, David, Artur, Diogo, João Nuno, José Pedro, João, Hugo, João, Afonso. Foram mais que colegas, foram mais que companheiros de estudo, foram ouvidos de desabafos, palavras de motivação, discussões, partilhas de histórias, partilhas de opiniões. Foram e são amigos que nunca irei perder e que marcaram uma fase da minha vida.

Ao André por ter sido um companheiro de trabalho durante um semestre. Pela maneira interessada como me questionava diariamente como estava a correr o trabalho, obrigado por todo o apoio e conselhos. A todos os colegas de faculdade com os quais partilhei momentos de trabalho.

A todos os membros da Engenharia Rádio por me terem incentivado a sair da minha zona de conforto, a fazer algo que não sabia que gostava e por todos os momentos de alegria que vivemos.

Aos meus familiares por terem sempre uma pergunta interessada, uma palavra amiga, um abraço, e festejarem as minhas vitórias como ninguém.

Ao meu pai e à minha irmã por tudo o que significam para mim. Pelo orgulho que têm em mim e por me fazerem acreditar que sou o melhor em tudo o que faço.

Por último à minha mãe por ser a pessoa que me fez nunca deixar de acreditar que conseguia, por ser o pilar da minha educação e por lutar todos os dias pela minha felicidade. Agradeço-lhe a paciência, a companhia e o amor que sempre me deu. Devo-lhe a ela este trabalho, o alcançar deste grande objetivo de conclusão do curso de Engenharia Civil e ser um homem feliz e realizado.

(6)
(7)

RESUMO

A história de um país, de uma cultura e de um modo geral da sociedade, encontra-se também nos edifícios que utilizamos diariamente. Portugal encontra no seu território, uma grande quantidade de edifícios cujo valor cultural e científico que transportam é enorme e que devem ser preservados. A quantificação e a tipificação deste tipo de edifícios são essenciais para a sua organização e posteriormente para a adoção de métodos de conservação ou de recuperação. Infelizmente, as bases de dados existentes não fornecem informações completas, o que dificulta a caracterização dos edifícios com valor patrimonial.

Esta dissertação faz uma caracterização e uma tipificação dos imóveis edificados com valor patrimonial separando-os em: Museus, Património Religioso, Palácios e Património Industrial. Uniu-se a informação de várias bases de dados e de diversos estudos de forma a apresentar uma caracterização do Património Edificado Português o mais completa possível.

A água, e a sua presença nos edifícios, desafia o Homem a inovar desde os primórdios da humanidade e, a presença de humidade, é ainda hoje um dos problemas que mais afeta os edifícios com valor patrimonial. A conservação destes edifícios é indispensável, pelo que o conhecimento das várias patologias causadas pela humidade, a sua origem e as diferentes técnicas de inspeção e análise de humidade são apresentadas de forma a auxiliar um gestor de um edifício.

Pretende-se com esta dissertação criar um modelo de avaliação das condições de utilização face à humidade de edifícios com valor patrimonial, de forma a auxiliar o gestor deste tipo de edifícios na tomada de decisão e a clarificar o grau de degradação do seu imóvel. Desta maneira, melhorou-se uma metodologia de avaliação e informatizou-se de forma a tornar a sua utilização mais sistematizada, automática e acessível. Para além disso, foram avaliados dez edifícios com valor patrimonial utilizando a metodologia e o programa proposto.

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ABSTRACT

The history of a country, of a culture and of the society is also found in the buildings that we use every day. In Portugal, we can find a lot of buildings whose cultural and scientific value is enormous and that should be preserved. The description and typification of this type of buildings are essential for its organization and for the application of conservation or recovery methods. Unfortunately, the existing databases are not complete, situation that makes the description of this type of building with patrimonial value very difficult.

This dissertation makes a characterization and typification of buildings with patrimonial value separating them in: Museums, Religious Buildings, Palaces and Industrial Patrimony. The important information of several databases was attached and was studied, in order to introduce a characterization of Portuguese Cultural Heritage Buildings.

Water and its presence in buildings, has challenged man to innovate from the beginning of mankind. The presence of humidity is still today one of the main problems that affects buildings with patrimonial value. The conservation of this type of building is indispensable, so the knowledge of possible pathologies caused by humidity, their origin and inspection techniques are presented in order to assist a patrimonial value building manager.

The main goal of this dissertation is to create a model for the evaluation of the conditions of use against the humidity of a building with patrimonial value in order to help the manager of this type of buildings making decisions and classifying the degree of degradation of his property. Therefore, the existing model was improved and computerized to make the evaluation more systematized, automatic and accessible. In addition, ten patrimonial buildings were evaluated using the proposed methodology and program.

(10)
(11)

ÍNDICE GERAL AGRADECIMENTOS ... I RESUMO ... III ABSTRACT ... V

1. INTRODUÇÃO ... 1

1.1.ENQUADRAMENTO ... 1 1.2.OBJETIVOS E ESTRATÉGIA ... 2

1.3-ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA DO TRABALHO ... 2

2. PATRIMÓNIO(S) ... 5

2.1-TIPIFICAÇÃO ... 5

2.1.1- Quantificação do Património Edificado ... 6

2.1.2- Distribuição Geográfica ... 7

2.1.3- Tutela do Património ... 7

2.2-MUSEUS ... 8

2.2.1- Bases de Dados ... 8

2.2.2- Caracterização dos principais Museus em Portugal ... 8

2.2.3- Número de visitantes ... 10

2.2.4- Tutela dos Museus ... 11

2.3-PATRIMÓNIO RELIGIOSO ... 12

2.3.1- Bases de dados ... 12

2.3.2-Caracterização ... 12

2.3.3- Tutela do Património Religioso ... 13

2.3.4 Distribuição Geográfica ... 14

2.4-PALÁCIOS ... 14

2.4.1- Bases de Dados ... 14

2.4.2- Caracterização dos Palácios em Portugal ... 15

2.4.3- Número de visitantes ... 16

(12)

2.5-PATRIMÓNIO INDUSTRIAL ... 18

2.5.1- Bases de Dados ... 18

2.5.2- Caracterização do Património Industrial em Portugal ... 18

2.5.3- Tutela dos Património Industrial ... 19

2.6-SÍNTESE DO CAPÍTULO 2 ... 19

3. PATOLOGIAS EM EDIFÍCIOS COM VALOR

PATRIMONIAL CAUSADAS PELA HUMIDADE

... 21

3.1-NOTA INTRODUTÓRIA ... 21

3.2-FORMAS DE MANIFESTAÇÃO DA HUMIDADE ... 22

3.2.1- Água em fase líquida ... 22

3.2.1.1- Humidade Ascensional ... 22

3.2.1.2- Infiltrações/ Fugas ou rotura de canalizações ... 25

3.2.2- Água em Fase de Vapor ... 25

3.2.2.1- Higroscopicidade ... 25

3.2.2.2- Condensações... 26

3.2.2.2.1- Condensações superficiais ... 27

3.2.2.2.2- Condensações internas ... 28

3.2.2.3- Humidade na Construção ... 29

3.3-TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO DAS DIFERENTES MANIFESTAÇÕES DE HUMIDADE ... 30

3.3.1- Nota Introdutória ... 30

3.3.2- Técnicas de perceção visual ... 30

3.3.2.1- Análise do Enquadramento, Envolvente e Interior do Edifícios ... 30

3.3.2.2- Boroscópio ... 32

3.3.3- Técnicas térmicas in situ ... 33

3.3.3.1- Termómetros/Pirômetro ... 33

3.3.3.2- Termopar ... 33

3.3.3.3- Psicrómetro ... 33

3.3.4- Técnicas químicas in situ ... 34

3.3.4.1- Speedy ... 34

3.3.4.2- Kit de Campo e fitas colorimétricas ... 34

(13)

3.3.5.1- Humidímetro ... 35

3.3.5.2- Tubo de Karster ... 35

3.3.5.3- Termografia ... 36

3.3.6- Outras técnicas ... 36

3.3.6.1- Técnicas de registo e monitorização de condições higrotérmicas ... 36

3.4-SÍNTESE DO CAPÍTULO 3 ... 37

4. PROPOSTA DE MODELO DE AVALIAÇÃO DAS

CONDIÇÕES DE UTILIZAÇAO FACE À HUMIDADE DE UM

EDIFÍCIO COM VALOR PATRIMONIAL

... 39

4.1-NOTA INTRODUTÓRIA ... 39

4.2-CONCEÇÃO E ESTRUTURA DO MODELO DE AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO DE UM EDIFÍCIO COM VALOR PATRIMONIAL ... 40

4.2.1- Caracterização do Imóvel ... 40

4.2.2- Tutela do Imóvel ... 41

4.2.3- Avaliação por observação visual de manifestações de humidade por compartimento ... 41

4.2.3.1- Área do pavimento e Condições de Utilização ... 41

4.2.3.2- Planta do Imóvel ... 41

4.2.3.3- Avaliação do Pavimento, Teto e Paredes ... 42

4.2.4- Classificações Intermédias e Classificação Final – Ihum ... 43

4.2.4.1- Fatores e Pesos ... 43

4.2.4.2- Índice de Elemento ... 44

4.2.4.3- Índice Global de paredes ... 44

4.2.4.4- Índice de Humidade - Ihum ... 45

4.3-INFORMATIZAÇÃO DO MODELO ... 46

4.3.1- Caracterização de imóvel ... 46

4.3.2- Tutela do imóvel ... 48

4.3.3- Avaliação por observação visual de manifestações de humidade por compartimento ... 49

4.3.3.1- Área do pavimento e Condições de Utilização ... 49

4.3.3.2- Planta do Imóvel ... 49

4.3.3.3- Avaliação do Pavimento, Teto e Paredes ... 50

4.3.4- Classificações Intermédias e Classificação Final – Ihum ... 51

(14)

4.4-SÍNTESE DO CAPÍTULO 4 ... 54

5.

APLICAÇÃO DA METODOLOGIA AOS CASOS DE

ESTUDO ... 57

5.1-NOTA INTRODUTÓRIA ... 57

5.2-CARACTERIZAÇÃO DAS AMOSTRAS ... 57

5.2.1- Igreja Matriz de Caminha ... 58

5.2.2- Igreja da Misericórdia do Porto ... 59

5.2.3- Igreja do Mosteiro de São Salvador de Grijó ... 60

5.2.4- Igreja de Vilar de Frades ... 61

5.2.5- Igreja de São João Novo ... 62

5.2.6- Igreja Paroquial do Nosso Senhor do Bonfim ... 63

5.2.7- Igreja de Santo Ildefonso ... 64

5.2.8- Igreja de São Lourenço ... 65

5.2.9- Igreja da Misericórdia de Caminha... 66

5.2.10- Igreja Paroquial de Lordelo do Ouro ... 67

5.3-DESCRIÇÃO DA APLICAÇÃO DO MODELO À IGREJA MATRIZ DE CAMINHA ... 68

5.3.1- Caracterização Geral ... 68

5.3.2- Tutela do Imóvel ... 69

5.3.3- Avaliação ... 70

5.3.4- Classificação Geral... 77

5.4- APLICAÇÃO DO MODELO A OUTROS CASOS DE ESTUDO ... 80

5.5-NOTAS FINAIS ... 81

6.CONCLUSÕES

... 83

6.1-CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 83

6.2-PROPOSTAS DE DESENVOLVIMENTO FUTURO ... 84

(15)

ANEXO 1 ... A

CÓDIGO DO MODELO DE AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO DE UM EDIFÍCIO COM VALOR PATRIMONIAL ... A

ANEXO 2

... Y

(16)
(17)

ÍNDICE DE FIGURAS

Fig. 1- Quantificação do Património Cultural Português ... 6

Fig. 2- Distribuição Geográfica do Património Cultural Português ... 7

Fig. 3- Entidades responsáveis pelo Património Cultural Português ... 8

Fig. 4- Número de Museus em Portugal entre 2011 e 2017 ... 9

Fig. 5- Distribuição Geográfica dos Museus em Portugal ... 9

Fig. 6- Número de Visitantes dos 430 Museus estudados em Portugal ... 11

Fig. 7- Tutela dos Museus em Portugal ... 11

Fig. 8- Tipificação do Património Religioso Português ... 13

Fig. 9- Tutela das Igrejas portuguesas ... 13

Fig. 10- Distribuição Geográfica das Igrejas em Portugal ... 14

Fig. 11- Número de Palácios em Portugal ... 15

Fig. 12- Classificação dos Palácios portugueses ... 16

Fig. 13- Número de Visitantes nos Palácios portugueses desde 2014 ... 16

Fig. 14- Tutela dos Palácios em Portugal ... 17

Fig. 15- Classificação do Património Industrial Português ... 18

Fig. 16- Tutela do Património Industrial ... 19

Fig. 17- Comparação de um material com porosidade aberta (esquerda) e com porosidade fechada (direita) [19] ... 23

Fig. 18- Humidificação por humidade ascensional [19] ... 23

Fig. 19- Influência de um material impermeável na altura de humidificação [19] ... 24

Fig. 20- Ventilação de uma parede [19] ... 24

Fig. 21- Curva de adsorção/desadsorção [19] ... 26

Fig. 22- Diagrama Psicrométrico [19] ... 27

Fig. 23- Condensações internas numa parede [19] ... 28

Fig. 24- Humidade na Construção da Igreja de Vilar de Frades ... 29

Fig. 25- Observação de um edifício ... 32

Fig. 26- Boroscópio [24] ... 32

Fig. 27- Instrumentos de Medição ... 33

Fig. 28- Kit de ensaio Speedy [29] ... 34

Fig. 29- Humidímetro ... 35

Fig. 30 – Tubo de Karster [30] ... 35

(18)

Fig. 32- Termograma de uma fachada lateral ... 36

Fig. 33- Exemplo de uma planta numerada [32] ... 42

Fig. 34- Escala de avaliação do Índice de humidade ... 45

Fig. 35- Primeira parte do Programa ... 47

Fig. 36- Segundo Grupo de questões do Programa ... 48

Fig. 37- Tutela do Imóvel ... 48

Fig. 38- Área do Pavimento e Condições de Utilização ... 49

Fig. 39- Upload da Planta do Imóvel ... 49

Fig. 40- Avaliação do Pavimento com exemplo ... 50

Fig. 41- Avaliação do Teto com exemplo ... 50

Fig. 42- Avaliação de 2 paredes com exemplo ... 51

Fig. 43- Classificação Final... 52

Fig. 44- Paginação ... 53

Fig. 45- Questão programada relativamente ao número de paredes ... 53

Fig. 46- Fachada da Igreja... 58

Fig. 47- Interior da Igreja ... 58

Fig. 48- Planta da Igreja [32] ... 58

Fig. 49- Fachada da Igreja... 59

Fig. 50- Interior da Igreja ... 59

Fig. 51- Planta da Igreja [34] ... 59

Fig. 52- Fachada da Igreja... 60

Fig. 53- Interior da Igreja ... 60

Fig. 54- Planta da Igreja [37] ... 60

Fig. 55- Fachada da Igreja... 61

Fig. 56- Interior da Igreja ... 61

Fig. 57- Planta da Igreja [40] ... 61

Fig. 58- Fachada da Igreja... 62

Fig. 59- Interior da Igreja ... 62

Fig. 60- Planta da Igreja [43] ... 62

Fig. 61- Fachada da Igreja... 63

Fig. 62- Interior da Igreja ... 63

Fig. 63- Fachada da Igreja... 64

(19)

Fig. 65- Planta da Igreja [46] ... 64

Fig. 66- Fachada da Igreja ... 65

Fig. 67- Interior da Igreja ... 65

Fig. 68- Planta da Igreja [47] ... 65

Fig. 69- Fachada da Igreja ... 66

Fig. 70- Interior da Igreja ... 66

Fig. 71- Planta da Igreja [50] ... 66

Fig. 72- Fachada da Igreja ... 67

Fig. 73- Interior da Igreja ... 67

Fig. 74- Caracterização da Igreja Matriz de Caminha... 68

Fig. 75- Caracterização da Igreja Matriz de Caminha... 69

Fig. 76- Tutela da Igreja Matriz de Caminha ... 70

Fig. 77- Primeiro ponto da avaliação das condições de utilização da Igreja Matriz de Caminha ... 70

Fig. 78- Avaliação das anomalias presentes no pavimento da Igreja Matriz de Caminha ... 71

Fig. 79- Manchas de Humidade presentes no pavimento da Igreja Matriz de Caminha ... 71

Fig. 80- Manchas de Humidade presentes no pavimento da Igreja Matriz de Caminha ... 71

Fig. 81- Avaliação das anomalias presentes no teto da Igreja Matriz de Caminha ... 72

Fig. 82- Teto da Igreja Matriz de Caminha ... 72

Fig. 83- Parede 7 com manchas de humidade ... 73

Fig. 84- Parede 2 com manchas de humidade ... 73

Fig. 85- Pilar 23 com presença de bolores ... 73

Fig. 86- Parede 15 com presença acentuada de bolores ... 73

Fig. 87- Parede 12 com presença de bolores ... 74

Fig. 88- Parede 12 com presença de bolores ... 74

Fig. 89- Avaliação das Paredes 3, 4 e 5 ... 74

Fig. 90- Avaliação das Paredes 1 e 2 ... 74

Fig. 91- Avaliação das Paredes 15, 16 e 17 ... 75

Fig. 92- Avaliação das Paredes 6, 7 e 8 ... 75

Fig. 93- Avaliação das Paredes 9, 10 e 11 ... 75

Fig. 94- Avaliação das Paredes 12, 13 e 14 ... 75

Fig. 95- Avaliação das Paredes 24, 25 e 26 ... 76

Fig. 96- Avaliação das Paredes 21,22 e 23 ... 76

(20)

Fig. 98- Planta da Igreja Matriz de Caminha numerada [32]... 77

Fig. 99- Upload da planta da Matriz de Caminha ... 77

Fig. 100- Índices calculados pelo programa ... 78

(21)

ÍNDICE DE QUADROS (OU TABELAS)

Quadro 1- Distribuição Geográfica dos Museus por Região de Portugal ... 10

Tabela 1- Análise do Enquadramento ... 30

Tabela 2- Análise da Envolvente do Edifício ... 31

Tabela 3- Análise Interior do Edifício ... 31

Quadro 2- Quadro de análise das patologias relativas à humidade ... 37

Quadro 3- Técnicas de diagnóstico das manifestações de humidade ... 38

Tabela 4- Fatores correspondentes à intensidade das manifestações [20] ... 43

Tabela 5- Fatores correspondentes às condições de utilização [20] ... 43

Tabela 6- Fatores de avaliação do desenvolvimento das paredes... 43

Tabela 7- Intervalos de classificação do Ihum ... 52

(22)
(23)

SÍMBOLOS,ACRÓNIMOS E ABREVIATURAS

HR- Humidade Relativa [%]

P- Pressão do Vapor de água [N/m2] Ps – Pressão de Saturação [N/m2] W- Teor de Humidade [Kg/Kg]

Θsi - Temperatura superficial interior (ºC) Θi - Temperatura interior (ºC)

U – Coeficiente de transmissão térmica (W/m2·ºC) Rsi – Resistência superficial interior (m2·ºC/W) Θe – Temperatura exterior (ºC)

DGPC- Direção Geral do Património Cultural

SIPA- Sistema de Informação do Património Arquitetónico INE – Instituto Nacional de Estatística

IMUS – Inquérito Anual aos Museus BdMuseus – Base de Dados Museus OAC – Observatório de Atividade Cultural

I,elemento – Índice de humidade de Elemento Ihum – Índice de Humidade

I,teto – Índice de humidade do teto

I,pavimento – Índice de humidade do pavimento

I,globalparedes – Índice de humidade global de paredes

I,manifestação mais elevado – Índice de manifestação de humidade mais elevado I, manifestação 2 – 2º Índice de manifestação de humidade mais elevado

I, manifestação 3 – Índice de manifestação mais pequeno

Ref - Referência Dept - Departamento Tab – Tabela

(24)
(25)

1

INTRODUÇÃO

1.1.ENQUADRAMENTO

Desde os primórdios da sua existência que o ser humano procura inovar. No século XXI esse pensamento está cada vez mais presente. No entanto, conhecer a sua história, de onde veio, o que foi feito para chegarmos ao dia de hoje, os erros feitos e em que momento se superou e inovou é fundamental. Esta necessidade de conhecimento pelo passado seja ele científico ou cultural, levou à necessidade de preservação e recuperação de testemunhos físicos que, não são só marcas do nosso passado, como elementos de aprendizagem que utilizamos nos dias de hoje. [1]

A necessidade de conservação e de proteção de edifícios com valor patrimonial é mais que uma obrigação cultural, científica e didática, é também um elemento de estabilidade no desenvolvimento da sociedade e das suas diferentes culturas. Apesar de ser uma intervenção, a conservação de um edifício com valor patrimonial não é modificar a sua história, é oferecer-lhe ainda mais conhecimento e interesse. Todas as construções sofrem modificações ao longo do seu serviço, seja pela sua utilização ou por reabilitação da mesma, e este tipo de intervenções acrescentam valor mostrando ser um testemunho do desenrolar da evolução da sociedade. [1]

O Turismo em Portugal tem crescido nos últimos anos. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), no ano de 2017 os hóspedes em Portugal foram cerca de 24,1 milhões, aumentando pouco mais de 10% em relação ao ano anterior. A presença de cada vez mais turistas gera mais dinheiro não só ao setor da hotelaria, mas também ao setor da cultura, sendo que o Orçamento da Cultural para 2019 do Estado Português cresceu 12,6% passando a ser cerca de 500 milhões de euros. Aquando da divulgação do Orçamento, o Ministério da Cultura Português definiu como objetivo principal a consolidação e valorização do património material e imaterial português mostrando a preocupação do estado de conservar o testemunho histórico que o património possui. [2]

O desempenho de um edifício está diretamente relacionado com o comportamento dos seus materiais e elementos de construção, em particular na resposta à presença de água. A humidade afeta a durabilidade, a estanqueidade e a degradação do aspeto e por isso o seu estudo é importante e relevante. [3]

(26)

O combate às patologias causadas pela humidade tem de ser uma exigência e uma preocupação nos dias que correm. Do ponto de vista cultural e histórico é preocupante que edifícios que tanto contribuíram para o desenvolvimento da nossa sociedade sejam afetados e degradados por patologias que podem ser detetadas, acompanhadas e tratadas.

1.2.OBJETIVOS E ESTRATÉGIA

O objetivo central desta dissertação é a criação de um modelo de avaliação das condições de utilização face à humidade de edifícios com valor patrimonial por parte dos gestores e para isso foram definidos alguns objetivos de maneira a permitir a criação de um modelo completo. Com esse intuito foram definidos os seguintes objetivos:

1) Caracterizar uma amostra a estudar. Foi necessário caracterizar o Património Edificado Português, de forma a identificar que tipo de edifícios são considerados Património, como é que essa distinção é feita, onde se localizam geograficamente e quem é responsável pela gestão dos edifícios. É necessário também consultar bases de dados e fontes de informação.

2) Identificar as patologias causadas pela humidade em edifícios e de técnicas de diagnóstico para a identificação da mesma. Pretende-se com este objetivo, não só abordar as várias formas de manifestação de patologias causadas pela humidade, mas também orientar um gestor de um edifício com valor patrimonial a identificar os problemas do seu edifício, enumerando diversas técnicas de complexidade diversa para o auxiliar na avaliação do seu imóvel.

3) Criar um do modelo de avaliação das condições de utilização de edifícios com valor patrimonial face à humidade. Com base no trabalho desenvolvido pela publicação de Vicente T. de Magalhães, pretende--se não só melhorar o modelo criado, como também informatizá-lo, transformando-o num programa informático em que o gestor do edifício com valor patrimonial poderá avaliar as condições de utilização do seu edifício. Procurou-se programar o modelo e não utilizar soluções padrão online pelas suas fragilidades e para permitir criar um modelo o mais completo e acessível possível.

4) Aplicação do modelo a 10 casos práticos. De forma a testar o programa, fazer alguns ajustes e identificar algumas vantagens e desvantagens da sua utilização.

5) Criar uma base de dados com as informações dadas pelos gestores. Depois de completada a análise, os dados utilizados para a avaliação do edifício são exportados para um Excel, criando uma base de dados.

1.3-ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA DO TRABALHO

Esta dissertação encontra-se dividida em seis capítulos redigidos e organizados de forma a expor o conteúdo de forma tão concisa, direta e simples, quanto possível.

O capítulo 1, introdutório, é exposto e apresentado o tema, abordados os objetivos e a motivação para o desenvolvimento do trabalho bem como a estrutura do mesmo.

O capítulo 2 pretende dar um contexto ao leitor relativamente ao Património(s) Edificado em Portugal. Foi realizado um estudo e contabilizados os edifícios classificados pela Direção Geral do Património Cultural e, posteriormente, foi feita uma análise mais detalhada de Museus, Edifícios Religiosos, Palácios e Património Industrial.

(27)

O capítulo 3, reflete sobre as patologias em edifícios com valor patrimonial causadas pela Humidade, tem como finalidade apresentar as patologias presentes nos edifícios com valor patrimonial e as possíveis causas para essas patologias. Pretende-se também com este capítulo, expor várias técnicas de diagnóstico utilizadas para a deteção ou controlo de humidades.

O capítulo 4 propõe um modelo de avaliação das condições de utilização de um edifício com valor patrimonial. Neste capítulo são abordados os pontos relativos ao programa criado e a sua informatização. O capítulo 5 procede à aplicação da metodologia aos casos de estudo e foi elaborado no sentido de validar a aplicabilidade do modelo criado.

O capítulo 6, apresenta as conclusões do trabalho desenvolvido, tal como uma reflexão relativamente a possíveis trabalhos futuros.

Esta dissertação inclui também anexos, onde será apresentada a aplicação do modelo a outros casos de estudo e ao código elaborado de forma a informatizar o modelo criado.

(28)
(29)

2

PATRIMÓNIO(S)

2.1-TIPIFICAÇÃO

No ano de 2000, aquando da Conferência Internacional sobre Conservação “Cracóvia 2000”, foi redigida a “Carta de Cracóvia 2000” com o objetivo de criar uma estratégia de conservação, manutenção, reparação, restauro e reconstrução do Património, mas também organizá-lo mediante os diferentes tipos propostos. O Comité de Redação da Carta de Cracóvia 2000 definiu Património como “o conjunto de obras do homem nas quais uma comunidade reconhece os seus valores específicos e particulares e com os quais se identifica.” [4]

Em Portugal, no ano de 1985 a Assembleia da República aprovou o Decreto Lei nº 13/85, decreto esse que define o Património Nacional Português como o conjunto de bens materiais e imateriais que estão sujeitos a uma determinada exposição e vulnerabilidade e, que pelo seu valor próprio, são considerados como de interesse para a identidade cultural portuguesa. Para além disso, o mesmo Decreto Lei define os direitos e deveres dos cidadãos e do Estado perante o Património Cultural. [5]

O Património Cultural Português é dividido pela Direção-Geral do Património Cultural, entidade que regula e gere parcialmente o património em Portugal Continental, em: Património Móvel, Património Imaterial, e Património Imóvel, este último, é o tipo de património que nos interessa e no qual nos vamos centrar. Para além disso, os bens imóveis são classificados de três modos: “Monumentos”, obras de arquitetura notáveis pelo seu interesse histórico; “Conjuntos”, agrupamentos arquitetónicos urbanos ou rurais; “Sítios”, espaços ou obras do homem notáveis pelos seus interesses culturais. Relativamente ao interesse cultural, um bem imóvel pode ser classificado como interesse nacional, interesse público ou interesse municipal. [5, 6]

Por seu lado, o Património Imóvel, bens imóveis que contribuem para a permanência da identidade nacional, é dividido pela DGPC por 6 tipos: [7]

1) Arqueologia: dolmens, gravuras, grutas, etc.

2) Arquitetura Civil: aquedutos, barragens, bibliotecas, etc. 3) Arquitetura Militar: fortes, muralhas, torres, etc.

4) Arquitetura Religiosa: igrejas, sinagogas e outros locais de culto 5) Não definida: centro histórico, conjunto, etc.

(30)

No decorrer da dissertação iremo-nos focar no Património Imóvel Edificado e, por essa razão, este capítulo servirá como inventariação e quantificação do Património Imóvel Edificado em Portugal. Devido à falta de informação de uma base de dados mais pormenorizada, este capítulo será dividido em subcapítulos, abordando cada um deles diferentes tipos de Património Imóvel Edificado relevantes para o decorrer do trabalho. Serão assim abordados os Museus, o Património Religioso, o Património Industrial e os Palácios em Portugal de forma a tipificarmos o Património Imóvel Edificado.

2.1.1-QUANTIFICAÇÃO DO PATRIMÓNIO EDIFICADO

O Instituto Nacional de Estatística, com a colaboração da Direção Geral do Património Cultural, realiza anualmente um estudo onde apresenta os dados relativos ao Património Edificado em Portugal destacando a categoria, a tipologia, a entidade responsável pela tutela do património e a sua distribuição geográfica. [8]

De forma a caracterizar o Património de maneira global, foram observados e analisados os dados referentes ao ano de 2017 que se encontram apresentados na figura 1.

Fig. 1 - Quantificação do Património Cultural Português

Os bens imóveis classificados como Património Nacional pelo INE no ano de 2017 superam em 35 unidades o valor do ano anterior (4486) perfazendo assim 4521 bens imóveis classificados. [9]

Como podemos observar na figura 1, dos 4521 bens imóveis classificados, a grande parte está organizada como Arquitetura Civil e Arquitetura Religiosa, sendo que juntas correspondem a cerca de 80% do Património Nacional edificado. O Património classificado como Sítios Arqueológicos, Arquitetura Militar e Arquitetura Mista perfazem juntos apenas 904 dos 4521 bens classificados. [9]

566 2207 290 48 1410 0 500 1000 1500 2000 2500 Sítios Arqueológicos Arquitetura Civil Arquitetura Militar Arquitetura Mista Arquitetura Religiosa

TIPOLOGIA DO PATRIMÓNIO

(31)

2.1.2-DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

Avaliar a distribuição geográfica dos imóveis classificados como património é extremamente relevante numa caracterização geral. Com o objetivo de caracterizar geograficamente o Património edificado, foram recolhidos os dados do INE tal como mostra a figura 2.

Fig. 2- Distribuição Geográfica do Património Cultural Português

Através da análise da figura 2, percebemos que as zonas Norte e Centro de Portugal Continental, são as regiões com maior número de bens imóveis considerados como Património Nacional. A Área Metropolitana de Lisboa tem também um número considerável de bens imóveis classificados como Património Cultural visto que, por exemplo, apesar de ter um número inferior ao Alentejo, a sua área é muito menor (cerca de 10 vezes inferior). [9]

2.1.3-TUTELA DO PATRIMÓNIO

Outro ponto relevante na caracterização do Património Edificado, é conhecer quem tutela o Património Nacional com o objetivo de identificar quem tem a responsabilidade e quem vai investir no seu restauro, na sua reabilitação ou mesmo apenas na sua manutenção.

Tal como mostra a figura 3, não há muita informação sobre quem tutela o Património Nacional, o que mostra a fragilidade das bases de dados. Se não tivermos em conta o valor de bens cuja entidade não está confirmada podemos anotar que a maior parte do Património é tutelado por entidades públicas, mas o número de bens tutelado por entidades privadas não é muito menor. [9]

1372 1127 654 726 173 298 171 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600

Norte Centro Área

Metropolitana de Lisboa

Alentejo Algarve Região Autónoma dos Açores Região Autónoma da Madeira

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DO

PATRIMÓNIO

(32)

Fig. 3- Entidades responsáveis pelo Património Cultural Português

2.2-MUSEUS

2.2.1-BASES DE DADOS

Inicialmente, de forma a caracterizar os museus em Portugal, foram consultadas várias bases de dados e analisados os seus resultados de forma a filtrar tudo o que é informação pertinente e eliminar toda a informação que não é relevante.

O Observatório das Atividades Culturais (OAC) foi uma associação sem fins lucrativos criada pelo Estado Português em associação com o Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e com o INE, sendo que um dos objetivos desta associação, era agregar as estatísticas levantadas pelos Inquéritos aos Museus (IMUS) realizados pelo INE anualmente. Esta associação tinha também o objetivo criar uma base de dados com o levantamento dos museus em funcionamento, os projetos para museus e intenções de criação dos mesmos. Essa base de dados, BdMuseus, deixou de ser atualizada em 2011 aquando da extinção do OAC. Por apenas agregar os números de 2000 a 2011, apesar de observados, não foram tidos em conta para o desenvolvimento desta dissertação. [8, 10]

Anualmente, o Instituto Nacional de Estatística realiza os IMUS e divulga os seus dados de forma pública na publicação “Estatísticas da Cultura” lançado frequentemente no final do ano seguinte. Por essa razão os valores mais recentes que consideramos pertinentes foram publicados em dezembro de 2018 e têm em conta o ano de 2017 como o mais atual. [11]

Foram consultadas outras bases de dados como a EULAC Museums, Museu do ISEP e o portal da Direção Geral do Património Cultural. [7, 12]

2.2.2-CARACTERIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS MUSEUS EM PORTUGAL

A figura 4mostra o número de museus classificados pelo Instituto Nacional de Estatística no intervalo de anos desde 2011 até 2017.

1474 973 97 1977

ENTIDADE PROPRIETÁRIA

Pública Privada Mista Não Confirmada

(33)

Fig. 4- Número de Museus em Portugal entre 2011 e 2017

Como podemos verificar na figura 4, houve um crescimento de cerca de 25% no número de museus desde 2012 até ao ano de 2017. Podemos verificar também, que o crescimento do número de museus em Portugal é praticamente constante nos anos em estudo, algo que se pode dever ao crescimento do turismo em Portugal. Apenas no ano de 2015 houve um pequeno declínio no número de museus, valor pouco relevante já que em 2016 a variância foi de novo positiva. [9]

A caracterização geográfica dos 430 museus observados em Portugal no ano de 2017 poderá ser relevante e por isso foram também analisados os seus estudos realizados pelo INE, como mostra a figura 5.

Fig. 5- Distribuição Geográfica dos Museus em Portugal 377 345 353 392 388 405 430 250 275 300 325 350 375 400 425 450 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Nº DE MUSEUS EM PORTUG A L

120 106 85 67 17 16 19 0 20 40 60 80 100 120 140

Norte Centro AML Alentejo Algarve Açores Madeira

D I S T R I B U I Ç Ã O G E O G R Á F I C A D O S

M U S E U S E M P O R T U G AL E M 2 0 1 7

(34)

Quadro 1- Distribuição Geográfica dos Museus por Região de Portugal 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Norte 90 102 109 111 115 120 Centro 82 88 96 95 100 106 A.M.L. 76 75 80 75 80 85 Alentejo 52 42 59 64 64 67 Algarve 11 11 12 13 16 17 Açores 19 18 17 14 14 16 Madeira 15 17 19 16 16 19 TOTAL 345 353 392 388 405 430

Como se pode verificar pela figura 5, a zona Norte e Centro têm, em conjunto, mais de 50% dos museus levantados pelo INE e como podemos analisar no Quadro 1, o crescimento destas duas zonas tem sido maior que nas outras zonas que ou cresceram pouco ou estagnaram, tendo a região autónoma dos Açores diminuído o seu número de Museus desde o ano de 2012. [9]

2.2.3-NÚMERO DE VISITANTES

O número de visitantes dos museus em Portugal foi outro dado analisado e que se considerou relevante para a tipificação dos museus. O portal do INE faz uma distinção interessante neste ponto, sendo assim possível saber o número de visitantes de grupos escolares, estrangeiros e o número total de visitantes. Tal como o número de museus, analisado no ponto anterior, também o número de visitantes dos museus em Portugal tem vindo a crescer. De forma mais pormenorizada, podemos avaliar também o crescimento do número de visitantes em museus que praticamente duplicou e de visitantes de grupos escolares com um crescimento mais controlado. Também no sentido positivo cresceu o número de visitantes estrangeiros, que duplicou desde 2013. [9]

(35)

Fig. 6- Número de Visitantes dos 430 Museus estudados em Portugal

2.2.4-TUTELA DOS MUSEUS

Como mencionado no ponto 2.1.3, um dos dados mais importantes para esta caracterização é perceber quem investe nos museus e por isso mesmo foram levantados os dados relativos à tutela dos mesmos, como se pode observar na figura seguinte.

Fig. 7- Tutela dos Museus em Portugal

11,063 11,75 13,661 15,532 17,175 1,602 1,525 1,714 1,936 1,757 3,864 4,289 5,247 6,697 7,732 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 2013 2014 2015 2016 2017

VISITANTES DOS MUSEUS EM PORTUGAL

(milhões de pessoas)

Visitantes Totais Visitantes de grupos escolares Visitantes estrangeiro

65 227 9 14 10 37 3 11 54

TUTELA DOS MUSEUS EM PORTUGAL EM 2017

Administração central ou regional Administração local Empresa pública Empresa municipal Empresa privada Fundação privada Fundação pública Insitituição religiosa Outras

(36)

Tal como mostra a figura 7 mais de metade dos museus em Portugal são geridos por administrações locais sendo que apenas 9 museus são geridos por empresas publicas e 14 por empresas municipais. [9]

2.3-PATRIMÓNIO RELIGIOSO

2.3.1-BASES DE DADOS

Segundo os dados de 2014 da Conferência Episcopal Portuguesa, dos 10 131 863 habitantes de Portugal, cerca de 77,03% é católico. Para além disso, Portugal, com uma história de mais de 800 anos tem no seu território muito Património Religioso móvel e imóvel que faz sentido caracterizar e tipificar. [13] Tal como foi feito na tipificação dos Museus em Portugal, também foram consultadas variadas bases de dados de forma a fazer uma tipificação ponderada e o mais completa possível. Ao contrário do que aconteceu no caso dos Museus, onde os dados eram claros e organizados, no caso das Igrejas isso não acontece.

Foi consultado o Anuário Católico Português elaborado pela Conferência Episcopal Portuguesa, mas não há dados concretos e estatísticos sobre o número de bens religiosos presentes em Portugal, quantos e quais são Património Nacional e quem os tutela. Foi então necessário consultar o portal da DGPC que discrimina o Património em vários tipos, o portal do INE com escassas estatísticas relativas ao património religioso e o Sistema de Informação para o Património Arquitetónico (SIPA). O SIPA, gerido pela DGPC, apesar de não ter estudos estatísticos relativos à caracterização do património religioso, permitiu fazer o levantamento de dados que se encontra nos pontos seguintes. [7, 14]

2.3.2-CARACTERIZAÇÃO

Tal como abordado no ponto 2.1.1, o INE considera como Património Religioso, 1410 bens. A Direção Geral de Património Cultural discrimina esse património em 48 tipos de bens avaliados e através desses dados foi feito um levantamento como mostra a figura seguinte.

Tal como mostra a figura 8, a maior parte do Património Religioso português é composto por igrejas sendo 654 as Igrejas consideradas Património. Há também 121 Sés/Catedrais, 11 Santuários e apenas uma Basílica. Segundo os a Direção Geral de Património Cultural, Portugal tem 173 igrejas consideradas Monumento Nacional. [7]

(37)

Fig. 8- Tipificação do Património Religioso Português

2.3.3-TUTELA DO PATRIMÓNIO RELIGIOSO

Apesar de apenas 654 Igrejas serem consideradas Património Cultural Português, Portugal possui muitos mais locais de culto religioso. Segundo os dados do SIPA, existem em Portugal cerca de 4477 Igrejas, ou seja, apenas cerca de 15% são consideradas Património Nacional. O portal da DGPC não permite saber quem tutela as Igrejas classificadas, ao contrário do SIPA, e por isso foi realizado um estudo relativamente às 4477 Igrejas existentes e não só às que são consideradas Património Nacional tendo-se chegado aos resultados apresentados na figura seguinte. [14]

Fig. 9- Tutela das Igrejas portuguesas 654 80 1 11 2 121 1 35 230 275 0 100 200 300 400 500 600 700

PAT R IM Ó N I O RELIGIO S O

3962 162 29 11 22 291 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500

Igreja Católica Público: Estado Público: Municipal

Santa Casa Pessoa Coletiva/Singular

Sem Informação

(38)

Tal como se pode verificar na figura 9, mais de 85% das Igrejas em Portugal estão sob a tutela da Igreja Católica sendo que o Estado Português é responsável por apenas 162 Igrejas. É importante perceber que estes dados são apenas referentes às Igrejas, mas permite analisar o panorama nacional relativamente às entidades que tutelam os locais de culto religioso. [14]

2.3.4DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

Outro dado que vale a pena caracterizar e analisar é a distribuição geográfica das Igrejas em Portugal. Por isso, depois de visitado o portal do SIPA foi feito um levantamento da distribuição das Igrejas no continente e nas ilhas. Depois de levantado o número de Igrejas foi elaborado um gráfico que mostra a percentagem de Igrejas por região, tal como mostra a figura que se segue.

Fig. 10- Distribuição Geográfica das Igrejas em Portugal

Tal como mostra a Figura 10, o Norte e Centro de Portugal têm em conjunto quase 80% das Igrejas enquanto que quer a zona Sul, quer a região autónoma da Madeira, quer a região autónoma dos Açores têm um pequeno número de Igrejas. As Igrejas presentes na Área Metropolitana de Lisboa perfazem cerca de 4.2% das Igrejas em Portugal, valor interessante visto a área desta região ser inferior à maior parte das outras mencionadas. [14]

2.4-PALÁCIOS

2.4.1-BASES DE DADOS

Outro tipo de Património que é importante caracterizar e tipificar são os Palácios. Portugal, tal como acontece nas Igrejas, é rico em casas sumptuosas onde residiram ou residem monarcas, famílias importantes, bispos, Chefes de Estado, também denominados por Palácios.

Alentejo; 9,6% Algarve; 1,8% Centro; 31,3% Lisboa; 4,2% Norte; 48,2% Madeira; 1,1% Açores; 3,8%

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS

IGREJAS EM PORTUGAL

(39)

Tal como aconteceu nos casos anteriores, foram consultados os dados fornecidos pelo portal da DGPC e complementados pelo portal do SIPA de forma a tentar fazer a melhor caracterização dos palácios portugueses. [7, 14]

Por seu lado, o portal do INE, tal como acontece para os edifícios religiosos, não fornece estatísticas que seriam importantes, relevantes e interessantes para analisarmos de forma a complementar a caracterização com estudos diferentes.

2.4.2-CARACTERIZAÇÃO DOS PALÁCIOS EM PORTUGAL

Mais uma vez, os números fornecidos pelo SIPA não estão totalmente de acordo com o levantamento da DGPC e por isso serão utilizados os números do portal da DGPC por estar mais atualizado e organizado. De forma a caracterizar os Palácios não podemos analisar apenas o denominado Palácio, mas também os Palacetes, os Paços/Solar e também os Paços Episcopais. [7, 14]

Segundo a Direção Geral de Património Cultural, Portugal tem ao todo 181 Imóveis enquadrados neste ponto sendo que 152 estão classificados como Património Cultural. [7, 14]

Fig. 11- Número de Palácios em Portugal

Tal como mostra a figura 11, dos 152 imóveis classificados, 93 são Palácios estando inseridos entre eles por exemplo, o Palácio Nacional de Sintra e o Palácio Nacional da Pena. [7, 14]

Foi também feito o levantamento da classificação pela DGPC dos 152 imóveis classificados, dados que podem ser observados na figura seguinte.

93 17 33 9 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Palácios Palacete Paços Paço Episcopal

PALÁCIOS EM PORTUGAL

(40)

Fig. 12- Classificação dos Palácios portugueses

Com o auxílio da figura 12, podemos observar que a maior parte dos 152 Imóveis classificados, 78 foram classificados pela DGPC como Imóvel de Interesse Público e 34 como Monumento Nacional. [7, 14]

2.4.3-NÚMERO DE VISITANTES

Tal como feito na caracterização dos Museus em Portugal, a abordagem do número de visitantes dos Palácios portugueses é um dado também relevante e que deve ser analisado e abordado. A DGPC elabora anualmente um conjunto de estatísticas para Museus, Palácios e Monumentos que permitem perceber o panorama nacional e a evolução anual do número de visitantes.

Fig. 13- Número de Visitantes nos Palácios portugueses desde 2014 34 78 17 22 1 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 Monumento Nacional Imóvel Interesse Público Imóvel Interesse Municipal Monumento de Interesse Público Conjunto de Interesse Público

CLASSIFICAÇÃO DOS PALÁCIOS PELA

DGPC

327 789 369 106 397 476 504 201 447 614 0 100 000 200 000 300 000 400 000 500 000 600 000 2014 2015 2016 2017 2018 2019

(41)

Como mostra a figura 13, até 2017 tem havido um crescimento significante do número de visitantes nos Palácios de Portugal, dado que pode ser compreendido pelo crescimento do turismo em Portugal, os hóspedes em Portugal aumentaram 12,9%. No ano de 2018 houve uma pequena queda no número de visitantes dos palácios que a própria DPGC, através do relatorio estatístico de 2018, explica que tal fenómeno aconteceu devido a algumas medidas tomadas com o objetivo de visar pela segurança das pessoas, dos bens e da preservação do património cultural, como limitar a entrada e evitar sobrelotação de espaços. [15, 16]

2.4.4-TUTELA DOS PALÁCIOS

Através de um levantamento singular e da junção dos dados da DGPC com o SIPA foi possível criar um estudo sobre quem gere os palácios em Portugal, tal como mostra a figura seguinte.

Fig. 14- Tutela dos Palácios em Portugal

Na análise à tutela dos palácios em Portugal temos de abordar um ponto que ainda não foi muito mencionado. Uma grande parte dos palácios classificados pela DGPC é gerido e tutelado por Privados seja em grupos de pessoas ou mesmo pessoas singulares. Este ponto tem algum interesse por ser um dado díspar dos outros dois tipos de património caracterizados anteriormente neste capítulo, e porque é relevante identificar que o investimento numa grande parte destes imóveis será efetuado por privados singulares. [7, 14] 39 34 47 11 1 1 2 5 1 2 7 2 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

(42)

2.5- PATRIMÓNIO INDUSTRIAL

2.5.1-BASES DE DADOS

Depois da Segunda Guerra Mundial e da destruição causada pela mesma, o Reino Unido sentiu necessidade de proteger também o seu património industrial. A revolução industrial, começada no século XVIII, conduziu a que o território britânico reunisse um número considerável de fábricas e oficinas e, depois do bombardeamento alemão às fábricas inglesas, começou um movimento de defesa do Património Industrial com o objetivo de proteger aquilo que a história trouxe aos dias de hoje. Em Portugal, estas preocupações são mais recentes. A necessidade de conservar o testemunho histórico que o Património Industrial possui é algo atual devido à importância científica de perceber a evolução do mesmo. [17]

Ao contrário dos Monumentos religiosos e dos Palácios, a necessidade de proteção do Património Industrial é bem mais recente e menos tida em conta. Para além disso, o número de imóveis considerados Património Industrial é bem mais reduzido que os outros abordados e por isso o portal da DGPC apresenta cada uma das indústrias de forma individual. Por seu lado, o portal da SIPA, funcionou mais uma vez nesta tipificação do Património Nacional, como auxiliar, não havendo mais bases de dados relevantes no âmbito do Património Industrial português. [7, 14]

2.5.2-CARACTERIZAÇÃO DO PATRIMÓNIO INDUSTRIAL EM PORTUGAL

Segundo o portal da DGPC há 20 imóveis a ter em conta quando abordado o tema do Património Industrial português sendo que apenas 13 imóveis estão classificados como pertencentes ao Património Cultural português. [7]

Fig. 15- Classificação do Património Industrial Português 8 2 2 1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Imóvel de Interesse Público Monumento de Interesse Público

Monumento Nacional Imóvel de Interesse Municipal

CLASSIFICAÇÃO DO PATRIMÓNIO

INDUSTRIAL

(43)

Mostra a figura 15 que a maior parte dos imóveis foram classificados pela DGPC como Imóvel de Interesse Público sendo que apenas dois foram considerados Monumento Nacional, a Fábrica Nacional de Cordoaria em Lisboa e a Fábrica de Papel do Boque. [7]

2.5.3-TUTELA DOS PATRIMÓNIO INDUSTRIAL

Foi feito também o levamento de quem controla e gere os 13 imóveis classificados pela DGPC de forma a complementar a caracterização do Património Industrial Português.

Fig. 16- Tutela do Património Industrial

Tal como mostra a figura 16, as entidades responsáveis pelo Património Industrial não fogem ao encontrado nos dados de outro tipo de Património, sendo que as Câmaras Municipais são quem gere a maioria do Património Industrial português. [7, 14]

2.6-SÍNTESE DO CAPÍTULO 2

Analisando os pontos abordados neste capítulo, podemos observar que Portugal tem um vasto número de bens imóveis classificados como Património Cultural. Observamos que foram classificados pela DGPC, até à data da edição desta dissertação, 4521 imóveis como Património Cultural Edificado, valor que tem crescido anualmente. No mesmo sentido, anotamos que a tipologia mais presente no Património Cultural Edificado Português é a Arquitetura Civil e a Arquitetura Religiosa, pontos que foram abordados nesta dissertação.

Foi abordado no ponto 2.1.3 a falta de informação que há sobre quem tutela o Património Cultural Português. Para todo o tipo de trabalhos que envolvam investimentos futuros ou possíveis investimentos este tipo de informação é crucial para identificar quem vai investir na amostra que estudamos. Por essa razão esta Dissertação e o modelo criado tentará contribuir para a organização deste tipo de dados e, apesar de não ser a solução para esta fragilidade, é uma ótima maneira de identificar quem tutela os diferentes bens imóveis que fazem o Património Cultural Português.

5 2 4 2 0 1 2 3 4 5 6

Pública Municipal Pública: Estatal Privada: Pessoa Singular Sem Informação

(44)

Relativamente aos Museus e à sua caracterização, foram considerados os 430 museus levantados pelo INE no relatório cultural mais recente. Apesar do INE fazer um estudo interessante, com alguns pontos pertinentes, faz falta uma base de dados pormenorizada, atualizada e de acesso intuitivo que permita fazer o levantamento de todos os dados essenciais numa caracterização deste tipo. Foi também versado o número de visitantes nos Museus em Portugal, valor que cresce anualmente, tal como o número de visitantes estrangeiros.

Portugal tem no seu território mais de 4000 igrejas sendo que apenas 654 estão classificadas pela DGPC como fazendo parte do Património Cultural Português. Por ser uma amostra tão grande, esta caracterização foi também a mais complicada. Os dados, principalmente relativamente à tutela das Igrejas não é de todo acessível e fácil de levantar, mas era um ponto importantíssimo na caracterização pretendida. Outro ponto importante é a caracterização geográfica das Igrejas em Portugal. Podemos observar no ponto 2.3.3 que uma grande percentagem das Igrejas em Portugal situa-se no Norte e no Centro do País.

Quanto aos Palácios, é interessante ver que a maior parte dos que estão identificados estão protegidos pelas categorias de proteção da DGPC tal como é pertinente a avaliação feita relativamente à evolução do número de visitantes, como tinha sido feito no estudo aos Museus. Para além disso, a listagem das entidades que tutelam os Palácios é também interessante ter em conta e analisar.

No caso do Património Industrial, por ser uma preocupação relativamente recente, há menos informação, menos imóveis avaliados e menos dados estatísticos interessantes. Como o grupo de amostras é reduzido, são 13 os imóveis classificados pela DGPC, toda a caracterização em termos percentuais tem de ser avaliada com cuidado e individualmente.

Uma das dificuldades no desenvolvimento deste capítulo foi a falta de bases de dados completas, organizadas e intuitivas no seu acesso e na sua pesquisa. O portal da DGPC e o portal do SIPA foram muito importantes na caracterização do Património, mas praticamente em todos os casos, teve de ser feita pesquisa em ambos os portais, filtrar informação e unir o essencial de cada um dos portais. Apesar de essa abordagem ter sido possível em algumas das pesquisas, no caso de um número imenso de dados, caso do Património Religioso, é muito mais elaborado comparar os dois portais visto serem mais de 4000 dados inventariados.

O portal do INE e os seus estudos, foram também essenciais na caracterização do Património como feito no decorrer deste capítulo. Apesar disso, há vários estudos que poderiam ser relevantes e não foram encontrados ou estão desatualizados.

Em suma, neste capítulo, foram analisados e caracterizados cinco tipos de imóveis que são relevantes no estudo do Património Edificado Português. Foram levantados e apresentados os dados relativos aos 430 museus, às 654 igrejas, aos 152 palácios e aos 13 imóveis avaliados como Património Industrial, que juntos perfazem uma fatia considerável no Património Edificado Português.

(45)

3

PATOLOGIAS EM EDIFÍCIOS COM

VALOR PATRIMONIAL CAUSADAS

PELA HUMIDADE

3.1-NOTA INTRODUTÓRIA

Desde os primórdios da humanidade que a humidade e as suas diferentes origens são um desafio para o estilo de vida. Para fugir às precipitações, o Homem refugiou-se em cavernas e grutas, mas mesmo assim a solução não era ideal, a água penetrava as paredes e o solo o que obrigou o Homem a encontrar outra solução. As casas de madeira foram a resposta ao desafio que o meio ambiente impunha à sobrevivência, mas também à inteligência do Homem. Desta vez, a madeira mostrou não ser o material indicado, a água causava bastantes danos ao material e este deixava de fazer o seu trabalho como era pretendido. Foram então procuradas outras soluções, testadas e aplicadas num constante desafio imposto pelo meio ambiente e pela água. Procuraram-se materiais mais isolantes, com maior durabilidade, mas também com maior resistência à humidade e, apesar de o Homem ter aperfeiçoado a construção das suas habitações, a “luta” contra a humidade ainda resiste nos dias de hoje sendo contínuo o estudo para melhorar o conforto do utilizador. [18]

Pretende-se com este capítulo esmiuçar as patologias presentes em edifícios com valor patrimonial causadas pela água e descrever as possíveis causas dessas anomalias. Nesse sentido, foram separadas as manifestações causadas pela água em fase líquida, entre elas a humidade ascensional e as infiltrações e fugas ou roturas de canalizações e as manifestações causadas pela água em fase de vapor, serão escrutinadas a higroscopicidade dos materiais, as condensações superficiais e as condensações internas e, por último, a humidade na construção.

Depois de investigadas as possíveis causas para os vários tipos de patologias causados pela água nos edifícios patrimoniais, é de toda a utilidade apresentar técnicas de diagnóstico utilizadas em engenharia civil, de maneira a permitir ao utilizador não só avaliar as manifestações associadas à humidade dos materiais presentes no imóvel avaliado, mas também saber como proceder, que método usar e de que maneira deverá analisar o seu edifício. Para além disso, as técnicas apresentadas vão no sentido de monitorizar as condições higrotérmicas dos edifícios de forma a que o utilizador conheça que tipo de procedimentos deve tomar para um estudo pormenorizado do seu imóvel e de que tipo de instrumentos deve aproveitar.

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Para além de reunir as manifestações causadas pela água e de apresentar diversos métodos e técnicas de diagnóstico relativo a essas manifestações, este capítulo tem como objetivo ser um apoio para o grupo de amostras deste estudo. Esta dissertação pretende oferecer aos gestores de edifícios com valor patrimonial, um auxílio no que diz respeito às patologias causadas pela humidade. Este capítulo foi redigido tendo em conta que um gestor de um edifício que deve ser conservado e preservado, pode ter formação diversa e, em consequência, poucos ou nenhuns conhecimentos no que à Engenharia Civil diz respeito. Para além disso, no subcapítulo das técnicas de diagnóstico, foi tida em conta também essa possível inexperiência, tentando apresentar métodos simples e que não necessitem de grandes conhecimentos. No mesmo sentido, foram indicadas na sua grande maioria, técnicas não destrutivas, já que o grupo de amostras presente neste estudo, são edifícios cuja conservação é essencial.

3.2-FORMAS DE MANIFESTAÇÃO DA HUMIDADE

Pretende-se utilizar este subcapítulo para descrever as formas de manifestação que podem afetar os edifícios de valor patrimonial, que sejam causadas pela água. Tal como referido anteriormente, vão ser apresentadas de maneira diferenciada, as causas relacionadas com a água em fase líquida e as causas relacionadas com a água em fase vapor.

No que à água em fase líquida diz respeito, vão ser apresentadas duas causas de manifestação de humidades: Humidade ascensional e Infiltrações/Fugas ou Rotura de canalizações. Apesar de enquadradas no mesmo ponto, água em fase líquida, a origem da água nos dois casos é completamente diferente. Enquanto que no caso da humidade ascensional a água provém do solo, no caso das infiltrações/fugas ou rotura de canalizações, a água já pode vir da precipitação ou de sistemas de abastecimento ou drenagem. [19]

No que concerne à água em fase vapor, as origens de manifestações estudadas vão ser a higroscopicidade dos materiais, as condensações, quer superficiais, quer internas e a humidade na construção. Mais uma vez, todos estas origens têm características díspares e, portanto, a sua análise individual e pormenorizada é de todo relevante. [19]

3.2.1-ÁGUA EM FASE LÍQUIDA

3.2.1.1-HUMIDADE ASCENSIONAL

Uma das principais causas de humidade nos edifícios é causada pela água presente no solo onde assenta o edifício. Este tipo de humidade pode provocar a degradação da performance dos materiais construtivos e por isso deve ser estudado. Uma grande parte dos materiais utilizados na construção atualmente, possui uma estrutura porosa que conduz a valores de capilaridade elevados e que permite que a água migre através desses materiais por ascensão capilar até encontrar uma barreira que impeça esse deslocamento. O deslocamento causado pela capilaridade pode ser vertical ou horizontal e ocorre caso estejam reunidas condições como a elevada capilaridade de um material, zonas em contacto com o solo, falta de ventilação dos materiais ou a inexistência ou posicionamento errado de barreiras estanques. [19]

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Quando um material poroso é colocado em contacto com a água em fase líquida, ocorre a capilaridade, ou seja, o deslocamento de um líquido através de uma superfície sólida. A reação de um material à água em fase líquida e à capilaridade depende da porosidade do material em questão e da porometria do mesmo. A porosidade pode ser definida como a razão entre o volume de vazios de um material e o volume total aparente do mesmo enquanto que a porometria corresponde à dimensão dos poros. A porosidade de um material pode ser classificada como aberta ou fechada sendo que na porosidade aberta os poros do material comunicam entre si facilitando a capilaridade. [19]

Fig. 17- Comparação de um material com porosidade aberta (esquerda) e com porosidade fechada (direita) [19]

A figura 17 mostra a diferença entre um material com porosidade aberta e outro com porosidade fechada e podemos observar que, por não haver contacto entre os poros do material com porosidade fechada, a transferência de água não ocorre, sendo estes materiais mais interessantes para o combate à humidade ascensional já que funcionam como barreira hídrica. [19]

A presença de água no solo pode ser proveniente de duas fontes diferentes: águas freáticas e águas superficiais, tal como mostra a figura 18. No caso das águas freáticas, as manifestações são mais comuns nas paredes interiores que nas paredes exteriores. Isto ocorre, porque as paredes exteriores têm mais condições de evaporação do que as paredes interiores. Para além disso, as manifestações são mais estáveis ao longo do ano visto na maior parte do ano haver precipitação. Por outro lado, no caso das águas superficiais, as variações são maiores ao longo do ano e a altura de frente húmida varia de parede para parede. [19]

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A água absorvida pelo material construtivo vai deslocar-se até que a mesma quantidade de água que “entrou” consiga ser evaporada. A colocação de materiais impermeáveis também não auxilia o material construtivo, no caso das humidades ascensionais. Sempre que uma parede é impermeabilizada, as condições de evaporação da mesma diminuem e, por isso, a água vai continuar a deslocar-se, aumentando o nível de humidade ascensional até que o equilíbrio atrás referido aconteça. [19]

Fig. 19- Influência de um material impermeável na altura de humidificação [19]

A figura 19 mostra a influência que a colocação de um material impermeável ao vapor na base de uma parede, causa na altura da humidade ascensional.

Outro fator que deve ser enunciado é a presença de sais que faz aumentar a altura atingida pela humidade ascensional. Os sais dissolvem-se quando aumenta a humidade relativa do ar e quando esta humidade baixa, cristalizam-se de novo, provocando a cristalização que vai gerar alguma degradação no material. [19]

A humidade ascensional é uma das principais causas de degradação dos edifícios com valor patrimonial e dos edifícios antigos. Devido à complexidade da sua construção, aos materiais utilizados, à sua duração, mas também à perceção que qualquer mudança significativa na sua construção muda o seu valor patrimonial, as técnicas normalmente utilizadas para tratar problemas causados por humidades ascensionais apresentam limitações. Por esta razão, uma das soluções mais utilizadas é a ventilação da base das paredes. [19]

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Tal como mostra a figura 20, a solução apresentada não passa por reduzir a quantidade de água absorvida, mas sim por diminuir a altura da humidade ascensional, fazendo com que a evaporação ocorra ainda na base das paredes.

No caso da humidade ascensional, as anomalias caracterizam-se por manchas de humidade nas zonas mais próximas do solo, mas também poderão ocorrer a cristalização dos sais ou o aparecimento de manchas de bolor. [19]

3.2.1.2-INFILTRAÇÕES/FUGAS OU ROTURA DE CANALIZAÇÕES

Uma das causas fortuitas do aparecimento de humidades num edifício é a presença de fugas ou rotura de canalizações que auxiliam o serviço da mesma. Esta categoria de humidades está associada a defeitos na construção, dos materiais, de equipamentos ou de instalações, mas também à falta de manutenção, aparecimento de fissuras e deterioração dos revestimentos. [19]

A ocorrência de infiltrações também faz parte do grupo de causas fortuitas de presenças de humidades num edifício e resulta da capacidade do material em absorver a água por capilaridade pelas estruturas porosas ou por percolação de zonas fissuradas. Tal como no caso das fugas, também esta manifestação se deve a problemas construtivos, de materiais ou de equipamentos e podiam ser muitas vezes prevenidas por uma maior manutenção. [19]

Este grupo de fontes de humidade normalmente caracteriza-se por manchas de humidade no local mais crítico. [20]

3.2.2-ÁGUA EM FASE DE VAPOR

3.2.2.1-HIGROSCOPICIDADE

A higroscopicidade é a capacidade que um material tem para absorver as moléculas de água, mas também de as restituir ao ambiente, dependendo da humidade relativa do ar. Na construção, utilizam-se muitos materiais higroscópicos, ou seja, materiais que têm essa capacidade de adsorção de água. [19] A humidade relativa define-se como sendo o quociente entre a pressão de vapor existente e a pressão a uma dada temperatura. [19]

𝐻𝑅 = 𝑃𝑣

𝑃𝑣𝑠

Sendo HR a humidade relativa, Pv a pressão de vapor existente e Pvs a pressão de saturação. [19] Para relacionar o teor de humidade de equilíbrio de um material e a humidade relativa do ar para uma determinada temperatura, existe a curva de adsorção higroscópica que é apresentada de seguida. [19]

Referências

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