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(1)UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO ESCOLA DE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO E HUMANIDADES Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social. RODRIGO GABRIOTI. A FAPESP E A CIÊNCIA DA COMUNICAÇÃO: LEGITIMAÇÃO, CONTRIBUIÇÃO E CONSTRUÇÃO DA ÁREA. São Bernardo do Campo-SP 2018.

(2) RODRIGO GABRIOTI. A FAPESP E A CIÊNCIA DA COMUNICAÇÃO: LEGITIMAÇÃO, CONTRIBUIÇÃO E CONSTRUÇÃO DA ÁREA. Tese apresentada em cumprimento parcial às exigências do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social, da Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), para obtenção do grau de Doutor.. Orientador: Prof. Dr. José Marques de Melo. São Bernardo do Campo-SP 2018.

(3) FICHA CATALOGRÁFICA G114f. Gabrioti, Rodrigo A FAPESP e a ciência da comunicação: legitimação, contribuição e construção da área / Rodrigo Gabrioti. 2018. 349 p. Tese (Doutorado em Comunicação Social) --Escola de Comunicação, Educação e Humanidades da Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2018. Orientação de: José Marques de Melo. 1. Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP 2. Pesquisa - São Paulo (Estado) 3. Bolsas de estudo - São Paulo (Estado) 4. Pós-Graduação - Comunicação - Brasil I. Título. CDD 302.2.

(4) A tese de Doutorado “A FAPESP e a Ciência da Comunicação: Legitimação, Contribuição e Construção da Área”, elaborada por Rodrigo Gabrioti, foi defendida e aprovada em 25 de abril de 2018, perante banca examinadora composta por Prof. Dr. José Marques de Melo (Presidente/UMESP), Prof. Dr. Luiz Alberto Beserra de Farias (Titular/UMESP), Profª. Dra. Sônia Jaconi (Titular/UMESP), Profª Dra. Maria Cristina Gobbi (Titular/UNESP) e Prof. Dr. Osvando José de Morais (Titular/UNESP). ___________________________________________________________________________ Prof. Dr. José Marques de Melo Orientador e Presidente da Banca Examinadora. ___________________________________________________________________________ Prof. Dr. Luiz Alberto Beserra de Farias Coordenador do Programa de Pós-Graduação. Programa: Pós-Graduação em Comunicação Social Área de Concentração: Processos Comunicacionais Linha de Pesquisa: Comunicação midiática, processos e práticas culturais..

(5) A Natalie Zambello Pereira, minha esposa, que diante de algumas frustrações no meu sonho de ser doutor, transformou a decepção em incentivo demonstrando que sempre há um caminho melhor; que dirigiu para mim em dias de chuva forte no trajeto Sorocaba/São Bernardo do Campo; que encontrou a fórmula matemática para calcularmos juntos as amostras quantitativas da pesquisa. Por tudo isso é que ela sempre me disse: “se fosse fácil, todo mundo conseguia”. Não à toa dizem que por trás de todo homem existe uma grande mulher..

(6) AGRADECIMENTOS. Ao meu orientador, Prof. Dr. José Marques de Melo, por confiar no meu tema de pesquisa. É uma honra ter como mentor intelectual a maior referência da Pesquisa na Área da Comunicação. Um incansável sujeito de pesquisa, sempre à frente do seu tempo.. À Capes, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, pela viabilização da Bolsa Taxa Multidisciplinar.. Ao amigo Prof. Dr. Osvando José de Morais, da UNESP de Bauru, que participou constantemente desta caminhada com diálogo sempre construtivo em torno de reflexões que me permitem ser um pesquisador instigante.. À Profa. Dra. Cicilia Peruzzo, que deu grande apoio em um momento de mudança na vida profissional deste pesquisador além de contribuir com sugestões, questionamentos e debates sempre demonstrando grande interesse pelo meu tema de pesquisa chegando inclusive a proporcionar algumas correções de rota no exame de Qualificação.. À Profa. Dra. Marli dos Santos, que como coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Metodista de São Paulo, sempre exerceu seu cargo com profissionalismo, seriedade e doçura fazendo do PósCom um ambiente agradável. Grato também pelas contribuições que deu a esta pesquisa na Qualificação.. Ao amigo Prof. Dr. Paulo Braz Clemencio Schettino, quando ainda entre nós, dialogamos sobre a pesquisa com apontamentos e sugestões de bibliografia.. À Kátia Bizan e Anadelia Davanso Ricci, ex-secretárias do Pós-Com, e a atual secretária, Gisele Nicolosi, que sempre demonstraram deferência em minhas solicitações.. Ao Prof. Dr. Luiz Alberto Beserra de Farias, coordenador do Pós-Com Metodista.. À Profa. Dra. Adriana Barroso de Azevedo, do Programa de Pós-Graduação em Educação, por acolher a face interdisciplinar desta pesquisa..

(7) Aos professores doutores Maximiliano Martin Vicente; Lúcia Santaella; Ana Claudia Mei e Ciro Marcondes Filho por responderem ao questionário e contribuírem com a pesquisa.. À Profa. Dra. Esther Império Hamburger, coordenadora de Ciências Humanas Sociais II da FAPESP, que gentilmente dispôs de seu tempo para me atender em um anoitecer de outubro em sua sala da USP.. Às professoras Maria Cristina Gobbi e Sônia Jaconi, por aceitarem o convite de avaliadoras da banca, trazendo contribuições essenciais para o aprimoramento do trabalho.. A todos os colegas do PósCom, com os quais troquei ideais sobre esta pesquisa.. Ao meu pai por adoção, Rogério de Moraes, um entusiasta e incentivador do meu interesse pela vida acadêmica.. E à Vida por me permitir realizar este sonho que contou com muito esforço e viagens de Sorocaba a São Bernardo do Campo em manhãs, tardes e noites sob sol, chuva, neblina e diante de muito trânsito!.

(8) “O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis” Fernando Pessoa (1888-1935).

(9) GABRIOTI, Rodrigo. A FAPESP e a Ciência da Comunicação: Legitimação, Contribuição e Construção da Área. 2018. 349f. Tese (Doutorado em Comunicação Social) – Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo.. RESUMO. O trabalho considera 912 projetos decorrentes de Bolsas de Estudos e Auxílios fomentados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) entre 1992 e 2016 na Área da Comunicação. A partir deles, se propõe uma construção taxionômica a fim de verificar suas contribuições na legitimação do conhecimento tendo como horizonte uma agência de fomento. Por meio da Biblioteca Virtual da FAPESP, estuda-se a produção existente. São duas as principais estratégias metodológicas: com a Análise Quantitativa, as amostras foram coletadas e divididas em sete categorias sobre as quais foi possível estabelecer as representatividades percentuais que fornecem, por exemplo, tendências de estudo e relações acadêmicas estabelecidas. Pela Análise de Conteúdo, relacionam-se os documentos analisados ao problema levantado sobre o papel do fomento na construção taxionômica dos estudos em Comunicação aplicando o método das inferências nas instâncias da emissão, mensagem, significação e meio para o apontamento de índices e indicadores que representam dados gerais constituídos a partir do universo de linhas de fomento. Demonstra-se que a pesquisa em Comunicação é atraente e se centraliza na cidade de São Paulo apresentando sinais de modernização de objetos na primeira passagem secular de seus estudos; é ainda detentora de um impasse conceitual subjetivo e disciplinar; e precisa de uma metapesquisa como esta que considera a FAPESP para refletir sobre o que se escreve e se produz nos Programas de Pós-Comunicação brasileiros como tentativa de tirar os estudos da Área de sua força institucional para um pensamento autônomo, legitimado e reconhecido.. Palavras-chave: Auxílios à Pesquisa. Comunicação. Bolsas de Estudo. FAPESP. Fomento..

(10) GABRIOTI, Rodrigo. La FAPESP y la Ciencia de la Comunicación: Legitimación, Contribuición y Construcción del Área. 2018. 349f. Tesis (Doctorado en Comunicación Social) – Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo.. RESUMEN. El trabajo lleva en cuenta 912 proyectos oriundos de becas y auxílios por parte de la Fundación de Amparo a la Pesquisa del Estado de San Pablo (FAPESP) de 1992 a 2016 en el Área de la Comunicación. Tras ellos, se propone uma construcción taxonómica con el propósito de verificar sus contribuciones para la legitimación del conocimiento teniendo como horizonte una agencia de fomento. Por intermédio de la Biblioteca Virtual de FAPESP, se realiza el estudio de la producción existente. Son dos las principales estrategias metodológicas: con el Análisis Cuantitativo, los ejemplares han sido colectados y repartidos en siete categorías de las cuales és posible establecer las representatividades percentuales que muestran, por ejemplo, las tendencias del estudio y las relaciones académicas establecidas. Por el Análisis de Contenido, relacionanse los documentos analisados al problema instituído acerca de la función del fomento en la construcción taxónomica de los estudios en Comunicación les aplicando el método de las inferencias en los modos de emisión, mensaje, significación y medio para que estos apunten índices y indicadores que representan datos generales constituídos por las amuestras de líneas de fomento. Demuéstrase que la investigación en Comunicación es atractiva y se centraliza en la ciudad de San Pablo presentando señales de modernización de objetos en su primera transposición de siglo en sus estudios; sigue en el compás de espera de un concepto subjetivo y disciplinar; necesita de una autoinvestigación tal cual esta que lleva en consideración la FAPESP de modo a reflexionar acerca de lo que se escribe y se produce en los Programas de Posgrado brasileños como ejercício de sacar los estudios del Área de su fuerza institucional para un pensamiento autónomo, legitimado y reconocido.. Palabras clave: Auxílios a la Investigación. Comunicación. Becas de Estudio. FAPESP. Fomento..

(11) GABRIOTI, Rodrigo. FAPESP and Communication Science: Legitimation, Contribution and Construction of the Area. 2018. 349f. Thesis (Doctorate in Communication Science) – Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo.. ABSTRACT. The work considers 912 projects derived from scholarships and research assistances supported by Foundation for Research Support of São Paulo’s State (FAPESP) between 1992 and 2016 in the Communication Field. From them, we offer to do the taxonomy construction for check your contributions to legitimate the knowledge having as horizon a development agency. Through the FAPESP’s Virtual Library, we study the existing production. There are two main methodological strategies: by the quantitative analysis, the samples were collected and divides into seven categories on which it was possible to establish the percentages that provide, for example, study tendencies and established academic relations. By the Content Analysis, the analyzed documents are related to the problem raised on the role of fomentation in the taxonomic construction of studies in Communication applying the method of inferences in the instances of emission, message, signification and means for the indentation of indices and indicators that represent general data constituted from of the universe of development lines. Then, we show that the Communication Research is attractive and is centralized at São Paulo city presenting modernization signs in your objects in the first secular passage of its studies; it is still detaining a conceptual and disciplinary conceptual impasse; it needs a meta search like this that considers FAPESP to think about what is writed and is produced at Brazilian Communication’s Postgraduate as an attempt to remove the Field Studies from your institutional strength for a n autonomous, legitimized and recognized thinking.. Key words: Research Assistances. Communication. Scholarships. FAPESP. Support..

(12) LISTA DE FIGURAS. FIGURA 1 – Deputado Caio Prado Júnior ............................................................................ 120 FIGURA 2 – Artigo de José Reis à Folha da Manhã ............................................................ 123 FIGURA 3 – Governador Carvalho Pinto autoriza o funcionamento da FAPESP ............... 130 FIGURA 4 – Warwick Ken ................................................................................................... 131 FIGURA 5 – A primeira sede da FAPESP na USP ............................................................... 132 FIGURA 6 – Primeiro prédio próprio da FAPESP [...] ......................................................... 133 FIGURA 7 – Miguel Reale .................................................................................................... 136 FIGURA 8 – Sede atual da FAPESP [...] ............................................................................. 138 FIGURA 9 – Florestan Fernandes ........................................................................................ 140 FIGURA 10 – Celso Lafer ..................................................................................................... 148 FIGURA 11 – Inauguração do Auditório [...] ...................................................................... 150.

(13) LISTA DE QUADROS. QUADRO 1 Resultados Avaliação Quadrienal CAPES – 2017 – Programas Acadêmicos..........................78 QUADRO 2 Bolsas no Brasil ..................................................................................................................... .155 QUADRO 3 Bolsas no Exterior ................................................................................................................ ..155 QUADRO 4 Auxílio à Pesquisa ................................................................................................................. .156 QUADRO 5 Distribuição das 299 Bolsas em Iniciação Científica.. .......................................................... .163 QUADRO 6 Distribuição das 250 Bolsas de Iniciação Cientifica nas Universidades públicas..................164 QUADRO 7 Distribuição das 38 Bolsas de Iniciação Cientifica nas Universidades Particulares...............164 QUADRO 8 Distribuição das 3 Bolsas de Iniciação Cientifica nas Faculdades Particulares....................165 QUADRO 9 Distribuição Geográfica das Bolsas de Iniciação Cientifica .................................................. 165 QUADRO 10 Professores Orientadores na Iniciação Cientifica ................................................................... 167 QUADRO 11 Temas de Pesquisa: Modalidade Bolsas no Brasil ................................................................. 168 QUADRO 12 Temas de Pesquisa em Bolsas de Iniciação Científica ........................................................... 169 QUADRO 13 Metodologias na Iniciação Científica ..................................................................................... 170 QUADRO 14 Referências Bibliográficas na Iniciação Científica ................................................................ 171 QUADRO 15 Nacionalidade dos autores referenciados em Iniciação Científica ......................................... 171.

(14) QUADRO 16 Distribuição das 145 Bolsas de Mestrado a Universidades Públicas ..................................... 178 QUADRO 17 Distribuição das 26 Bolsas de Mestrado a Universidades Particulares .................................. 178 QUADRO 18 Distribuição das 7 Bolsas de Mestrado a Faculdades Particulares ......................................... 178 QUADRO 19 Localidade das Pesquisas com Bolsas de Mestrado no Estado .............................................. 179 QUADRO 20 Temas de Pesquisa no Mestrado ............................................................................................. 180 QUADRO 21 Metodologias de Pesquisa no Mestrado ................................................................................. 180 QUADRO 22 Autores mais citados nas Pesquisas de Mestrado ................................................................... 181 QUADRO 23 Nacionalidade dos autores referenciados em Mestrado ......................................................... 182 QUADRO 24 Distribuição das 47 Bolsas de Doutorado em Universidades Públicas .................................. 185 QUADRO 25 Distribuição das 21 Bolsas de Doutorado em Universidades Particulares ............................. 186 QUADRO 26 Localidade das Pesquisas com Bolsas de Doutorado no Estado ............................................ 186 QUADRO 27 Temas de Pesquisa no Doutorado ........................................................................................... 187 QUADRO 28 Metodologias de Pesquisa no Doutorado ............................................................................... 188 QUADRO 29 Referências adotadas nas Pesquisas de Doutorado................................................................. 188 QUADRO 30 Nacionalidade dos autores referenciados em Doutorado ....................................................... 189 QUADRO 31 Distribuição das 38 Bolsas de Pós-Doutorado ....................................................................... 192 QUADRO 32 Supervisores de Pós-Doutorado.............................................................................................. 193.

(15) QUADRO 33 Metodologias de Pós-Doutorado ............................................................................................ 194 QUADRO 34 Nacionalidade dos autores referenciados em Pós-Doutorado ................................................ 194 QUADRO 35 Distribuição das 14 Bolsas Exterior no Estágio Iniciação Científica ..................................... 201 QUADRO 36 Distribuição das 32 temas das 14 Pesquisas Estágio Iniciação Científica no Exterior........... 202 QUADRO 37 Nacionalidade dos autores referenciados em Bolsa Exterior Iniciação Científica.. ............... 203 QUADRO 38 Distribuição das 8 Bolsas Exterior em Mestrado para Universidades.................................... 203 QUADRO 39 Países das 8 Bolsas Exterior em Mestrado ............................................................................. 204 QUADRO 40 Países das 5 Bolsas Exterior em Doutorado ........................................................................... 205 QUADRO 41 Países das 7 Bolsas Exterior em Pós-Doutorado .................................................................... 206 QUADRO 42 Distribuição das 24 de Pesquisa Exterior para Universidades Públicas ................................. 208 QUADRO 43 Distribuição das 20 Bolsas de Pesquisa Exterior para Universidades Particulares .............. ..208 QUADRO 44 Distribuição das 4 Bolsas de Pesquisa Exterior para Faculdades Particulares.......................208 QUADRO 45 Países das 48 Bolsas de Pesquisa Exterior ............................................................................. 209 QUADRO 46 Solicitação de Pesquisadores para Bolsa Pesquisa no Exterior .............................................. 210 QUADRO 47 Solicitação de Instituições a Auxílios Regulares de Pesquisa ................................................ 214 QUADRO 48 Localidade dos Auxílios Regulares no Estado ....................................................................... 215.

(16) QUADRO 49 Autores citados nos Auxílios Regulares ................................................................................. 216 QUADRO 50 Solicitação de Instituições a Auxílio Publicação .................................................................... 220 QUADRO 51 Localidade do Auxílio Publicação no Estado ......................................................................... 222 QUADRO 52 Solicitação de Instituições a Auxílio Pesquisador Visitante em Universidades Públicas ...... 225 QUADRO 53 Solicitação de Instituições a Auxílio Pesquisador Visitante em Univ. Particulares.. ............. 225 QUADRO 54 Solicitação de Instituições a Auxílio Pesquisador Visitante em Faculdades Particulares ...... 225 QUADRO 55 País de Origem dos Pesquisadores Visitantes ........................................................................ 226 QUADRO 56 Temas de Pesquisa Auxílio Pesquisador Visitante ................................................................. 227 QUADRO 57 Bolsas FAPESP no Brasil ....................................................................................................... 229 QUADRO 58 Inferências no cenário de Bolsas e Auxílios à Pesquisa ......................................................... 242 QUADRO 59 Inferências no cenário da Biblioteca Virtual da FAPESP ...................................................... 248 QUADRO 60 Auxílios à Pesquisa da CHS II (1997-2017) .......................................................................... 281 QUADRO 61 Bolsas no Brasil da CHS II (1992-2017) ................................................................................ 282 QUADRO 62 Bolsas no Exterior da CHS II (1992-2017) ............................................................................ 282.

(17) SUMÁRIO. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 19 CAPÍTULO I – COMUNICAÇÃO EM TRÊS DIMENSÕES ................................................... 38 1.1 Meios de Comunicação .......................................................................................................... 48 1.2 A Comunicação na dimensão da Pesquisa: origens institucionais ..................................... 56 1.3 O papel institucional da América Latina ............................................................................. 65 1.4 Os emaranhados da Comunicação para sua consolidação de Pesquisa: as noções de campo e interdisciplinaridade ........................................................................................................ 81 1.5 Noções de Ciência ................................................................................................................... 91 1.6 A pesquisa em Comunicação e o discurso das teorias ......................................................... 99 CAPÍTULO II – FAPESP E COMUNICAÇÃO: LAÇOS INSTITUCIONAIS COMO MÉTODO DE CONSTRUÇÃO DA ÁREA ....................................................................................................... 108 2.1. FAPESP: o investimento estatal à custa de ideologias políticas ...................................... 117. 2.2. Sim, nós temos FAPESP! .................................................................................................... 128. 2.3 Um Novo Ciclo (1969-1983) ................................................................................................. 135 2.4 Constituinte, Globalização e Modernidade ........................................................................ 138 2.5 Ampliando os Horizontes do Conhecimento ...................................................................... 144 2.5.1 A FAPESP hoje ................................................................................................................ 146 CAPÍTULO III – INDICADORES E INFERÊNCIAS: 25 ANOS DE PESQUISAS EM COMUNICAÇÃO COM APOIO FAPESP .................................................................................... 153 3.1. Bolsas no Brasil: Iniciação Científica ................................................................................ 156. 3.1.1. Mapeamento das pesquisas em Iniciação Científica (1992-2016) .................................. 162. 3.2 Bolsas de Mestrado............................................................................................................... 172 3.2.1. Mapeamento das pesquisas de Mestrado (1992-2016).................................................... 175. 3.3 Bolsas de Doutorado............................................................................................................. 183 3.3.1. Bolsas de Doutorado Direto ............................................................................................ 184. 3.3.2 Mapeamento das pesquisas de Doutorado e Doutorado Direto (1993-2016).......185 3.4 Bolsas de Pós-Doutorado ..................................................................................................... 190 3.4.1. Mapeamento das pesquisas de Pós-Doutorado (1998-2016)........................................... 192. 3.5 Um Breve Perfil da Área da Comunicação a partir das Bolsas de Estudo FAPESP no Brasil ..............................................................................................................................................195.

(18) 3.6. Bolsas no Exterior .............................................................................................................. 197. 3.6.1 Mapeamento de Bolsa Estágio no Exterior em Iniciação Científica (2012-2016) ........... 200 3.6.2 Mapeamento de Bolsa Estágio no Exterior em Mestrado (2013-2016) ........................... 203 3.6.3 Mapeamento de Bolsa Estágio no Exterior em Doutorado (2012-2015) ......................... 205 3.6.4 Mapeamento de Bolsa Estágio no Exterior em Pós-Doutorado (2012-2016) .................. 206 3.6.5 Mapeamento de Bolsa Estágio Pesquisa (1996-2016) ..................................................... 207 3.6.6 Um Breve Perfil da Área da Comunicação a partir das Bolsas de Estudo FAPESP no Exterior........................................................................................................................................ 211 3.7. Auxílio à Pesquisa - Regular .............................................................................................. 212. 3.7.1 Mapeamento de Auxílio à Pesquisa Regular (1993-2016) ............................................... 214 3.8. Auxílio à Pesquisa – Publicações........................................................................................ 217. 3.8.1. Mapeamento de Auxílio Publicações (1993-2016) ......................................................... 220. 3.9 Auxílio Pesquisador Visitante ............................................................................................. 222 3.9.1 Mapeamento de Auxílio Pesquisador Visitante (1994-2016) .......................................... 224 3.10 A produção de Indicadores e Inferências ......................................................................... 227 CAPÍTULO IV – LIDERANÇAS DO FOMENTO E COMUNICAÇÃO: CAMINHOS POSSÍVEIS ........................................................................................................................................ 251 4.1 As atividades de Lúcia Santaella......................................................................................... 260 4.2 As atividades de Ciro Marcondes Filho ............................................................................. 268 4.3 As atividades de Ana Claudia Mei ...................................................................................... 273 4.4. Esther Império Hamburger: O Olhar da FAPESP .......................................................... 279. 4.5 A construção de caminhos possíveis ................................................................................... 285 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................... 289 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 301 ANEXOS ............................................................................................................................................ 309.

(19) 19. INTRODUÇÃO. Construir uma Taxionomia para a Comunicação a partir das pesquisas que receberam aval científico e apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), entre 1992 e 2016, é possível quando nos propomos a considerar que um banco de dados supera a noção de conjunto de meras informações estatísticas que venham a ser utilizadas somente como indicadoras de produtividade. Elas podem ser um ponto de partida para a sistematização de dados capazes de ajudar a entender a História da Comunicação sem que esta se traduza apenas por gráficos e ações de uma superficial linha do tempo. Esta pesquisa apresenta um panorama sobre a produção científica na Área da Comunicação considerando pesquisas financiadas por uma das principais agências de fomento do Brasil e do Mundo. Conceitualmente, a Comunicação é dilacerada em função da elevada concentração de temas fragmentados que epistemologicamente partem de uma mesma raiz, mas que taxionomicamente, não são consideradas. Foram várias as vezes que ao longo da manipulação dos dados, em meses de trabalho, encontraram-se múltiplas “frentes” sobre Comunicação com “especializações” que tergiversam sobre o Digital, o Organizacional, a Televisiva, a Jornalística, a Interpessoal, etc.… como se tais decorrências fossem territórios próprios de conhecimento sem um ponto de convergência para um conceito central que pode vir a se desdobrar em inúmeras possibilidades e demonstrações que dão uma noção a respeito do pluralismo temático da Área. Paradoxalmente sofrendo um impasse conceitual entre os pares, a Comunicação incorre em processos humanos de troca, em relações mediáticas e também em questionamentos que se validam em problemas de pesquisa. Esse conjunto permite tratar algumas vertentes. As mais plausíveis são a noção de campo, em Pierre Bourdieu (2004), que acredita na presença de integrantes posicionados em um território sobre o qual se busca autoridade ainda que por meio de lutas simbólicas; a Ciência, vista como algo difícil, pelo fato de os fenômenos comunicacionais ocorrerem por meio de objetos que agregam olhares particulares e diversos. Contrários a exemplos de ciências legitimamente estabelecidas, os processos comunicacionais não estão sob a mira de um microscópio, ou seja, são de uma natureza que pouco apresenta objetos concretos para análise. Por isso, exigem perspectivas diferentes que muitas vezes convergem para uma questão muito presente na Área: a interdisciplinaridade. Um risco.

(20) 20. assumido que se dilui apenas se a valorização do saber residir na Área de conhecimento principal, no caso, a Comunicação como matriz de pensamento diante do entrecruzamento de saberes. Inclusive esta pesquisa se realiza na dimensão interdisciplinar quando se subvenciona pela Bolsa Taxa da CAPES. Seu objeto de estudo está inserido em dois Programas de PósGraduação da Universidade Metodista de São Paulo: Comunicação e Educação. O resultado dessa interdisciplinaridade, para ambas as Áreas, se dá a partir de um processo pedagógico que valoriza a prática da pesquisa na dimensão educacional do fomento como exercício pleno da busca de procedimentos científicos rigorosos academicamente seguidos. Práticas assim contribuem ao conceito de complexidade, proposto por Edgar Morin (2010). Sabe-se que ainda falta à Área aquilo que se encontra obscuro, no caso, um conceito para a Comunicação, aqui viabilizado e tentado por uma construção educacional. Essa tentativa de resposta parte de suposições e pretensões que saem do plano hipotético para o plano objetivo permeado pelo trabalho de pesquisa. E quando há incentivo para isso, pode-se dizer em facilitadores, caso da FAPESP, uma entidade consolidada que surgiu como fruto de embates políticos em defesa da produção do conhecimento que, de forma até surpreendente, não é tão tangível como se pensa. Comprova-se isto pela entrevista1 com a coordenadora de Ciências Humanas e Sociais II da Fundação. A professora e pesquisadora Dra. Esther Império Hamburger revelou que tão logo as demandas iniciais de um projeto seguem às instâncias superiores, para análise do fomento, não se há mais controle do fluxo do conhecimento. Isto incentiva ainda mais este trabalho em apresentar, não apenas ao meio acadêmico e à sociedade, mas, em especial, à diretoria científica e coordenação de Área da Fundação – resultados efetivos para uma construção pedagógica que venha perpassar as questões financeiras e burocráticas dos relatórios em face dos ganhos científicos que justificam a via de mão dupla do fomento. Embora esta condição seja de difícil dissociação, não pela questão de processo da busca por um fomento no que tange pesquisadores e a entidade, mas sim, pela condição estrutural que o Brasil do século XXI atravessa com suas crises político-econômica e de valores morais. O retrocesso do país como resultado de gastos públicos abusivos, da má gestão política que leva à desesperança e de um comportamento social complicado atingiu, não em cheio, mas em partes, o sustento das pesquisas no estado de São Paulo custeadas pela FAPESP. Um novo momento, como foi na Ditadura, pode levar à repetição do movimento da nova evasão de. 1. Concedida ao autor no dia 10 de outubro de 2017, em São Paulo..

(21) 21. cérebros, que se ocupam em fazer pesquisa neste Estado, independentemente da Área de Conhecimento em que atuam. No limiar entre o que a Fundação oferece e os pesquisadores almejam, existe um choque entre Ciência e Gestão. Na Lei Orçamentária de 2017 do Estado de São Paulo, que orça a receita e fixa a despesa do Estado para o ano estimando o quanto vai ser arrecadado para agir em algumas frentes de políticas públicas, houve tentativa de redução do repasse financeiro feito à FAPESP, identificada na Lei como Unidade 10.047 da Secretaria Estadual de Desenvolvimento, Economia, Ciência e Tecnologia e Inovação. Essa intenção de redução do repasse não se concretizou por conta do preceito constitucional de arrecadação politicamente conquistada no passado e também pela mobilização dos cientistas, junto à opinião pública, com repercussões na imprensa, em especial, nas reportagens dos dois grandes jornais da cidade de São Paulo, Folha e Estadão. Sem contar outras manifestações, de cunho institucional, por parte de entidades como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Em sua natureza taxionômica, a FAPESP assume que todo trabalho, submetido a ela, é científico. Suas modalidades de apoio foram crescendo ao longo do tempo desde as bolsas de estudo dos anos de 1960, os projetos temáticos da década de 1990, os eventos de internacionalização como FAPESP Week, as pesquisas com a Internet até a divulgação científica por meio da Agência FAPESP e a Biblioteca Virtual, base documental que possibilita realizar a presente pesquisa por reunir projetos financiados, a partir de 1992, quando houve a primeira inclusão de informações nesse sistema de dados2. Por tudo isso, pode-se dizer que existe uma premissa que sinaliza à Comunicação a possibilidade de encontrar o seu lugar frente ao seu complexo (em sentido obscuro) impasse conceitual. Relacionar a FAPESP aos estudos em Comunicação é apostar em um dos primeiros sintomas notáveis e bem claros da Área, que é o peso das instituições na validação da pesquisa científica. No caso em questão, existe uma subcategorização epistemológica constituída pela própria instituição que reparte a temática das pesquisas em Teoria da Comunicação; Jornalismo e Editoração; Rádio e Televisão; Relações Públicas e Propaganda e Comunicação Visual. Assim, cada vez que uma demanda de projeto dá entrada na Fundação, em tese, ela precisa estar relacionada e ser direcionada a uma dessas Subáreas, embora seja possível identificar ao longo da execução do levantamento documental, que nem sempre essa relação faz sentido quanto ao 2. Em 2018, ano de encerramento da pesquisa, em nova visita à Biblioteca Virtual da FAPESP (www.fapesp. br/bv), encontramos incluídos os dados de pesquisas, desde o início dos apoios, porém sem a organização siste-mática do período de nossas amostras..

(22) 22. enquadramento de natureza do objeto de pesquisa. Um estudo, por exemplo, inserido na Subárea Teoria da Comunicação não quer dizer que, do ponto de vista da sua realização, esteja tratando genuinamente “de” ou “sobre” teorias. Essa é uma prática que coincide com o que Muniz Sodré (2014) considera repartição metodológica dentro de um campo de conhecimento ao entender que tal divisão apresenta uma tendência de feudalização dos territórios de pesquisa constituída pelas agências que tentam burocraticamente traçar perfis epistemológicos para o campo. Pelo fato dessa repartição metodológica não fazer sentido ao propósito deste estudo, que é de natureza taxionômica e não epistemológica, a opção foi excluir esse tipo de informação porque não se verificam as produções de um eixo específico de processo comunicacional. Uma distribuição como essa, em formato estanque, proporciona uma pseudo organização de afinidade temática, que se torna paradigmática a ponto de atrapalhar qualquer avanço do pensamento complexo sobre a Comunicação. Quando tal prática se realiza de forma automática, o princípio de organicidade se atém ao que é recorrente e a Área perde, ao mesmo tempo, a chance de se revisitar como condição histórica e de se abrir às novas demandas exigidas, em especial, àquelas impulsionadas pela digitalização como materialidade da tecnologia contemporânea. Estudar essas produções acadêmicas, a fim de verificar suas contribuições na legitimação do conhecimento tendo como horizonte uma agência de fomento, representa que, institucionalmente, a FAPESP é uma das possíveis fontes legitimadoras do saber comunicacional. Outro fator considerado é sua presença em um polo importante de pesquisa do país – o estado de São Paulo – justificado pelos Dados Quantitativos de Programas Recomendados da CAPES disponíveis em seu site com base na Plataforma Sucupira3. Dos 55 Programas de Pós-Graduação em Comunicação, no Brasil, São Paulo detém 15 deles. Assim responde por 27,27% da Pós-Graduação da Área no país. Considerando todas as regiões brasileiras, existem 48 cursos de Mestrado Acadêmico, 25 cursos de Doutorado e 7 cursos de Mestrado Profissional sendo que, no território paulista, são 13 cursos de Mestrado Acadêmico (27,08%), 10 de Doutorado (40%) e 2 de Mestrado Profissionalizante (28,57%) reconhecidos e recomendados pela CAPES. Ao mesmo tempo em que apontam uma tendência para discutir as práticas profissionais em Programas que visam a especialização da capacitação profissional, os números comprovam um domínio da produção cientifica em São Paulo incitando à ampliação e propensão desta e outras pesquisas compilarem e analisarem os dados da Área em outros 3. Ver os dados completos dos cursos reconhecidos e recomendados em https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/ public/consultas/coleta/programa/quantitativos/quantitativoIes.jsf?areaAvaliacao=31&areaConhecimento=60900 008..

(23) 23. estratos geográficos do Brasil, como por exemplo, nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul, que contam com Fundações de natureza semelhante à FAPESP. É nesse sentido que o professor José Marques de Melo (2015) afirma que São Paulo figura como polo dinamizador desse novo campo do saber com validade em todo o território nacional. Tal assertiva talvez se explique pelo êxodo de muita gente (não seria diferente entre pesquisadores) para a maior capital brasileira onde simbolicamente se fortalece a ideia de realização da busca pelo sonho na cidade grande. Tal analogia parece pertinente, uma vez que o berço dos estudos em Comunicação, no Brasil, nos anos 1960, fora o Recife com a criação do Instituto de Ciências da Informação (ICINFORM) pelo primeiro doutor da Área: Luiz Beltrão4. Embora a metrópole São Paulo tenha sua importância, como potência nacional e internacional, não se pode pensar, neste exercício de metapesquisa, de forma bairrista haja vista que em outros espaços do Brasil também se faz pesquisa de qualidade com temáticas que, de modo geral, formam realidades e perfazem a grande diversidade cultural e comunicacional, existente no país, e que não necessariamente recebem fomento para isso. Na FAPESP, todo o financiamento a pesquisadores deriva do dinheiro público. A quantia investida atualmente é elevada – considerando sua evolução histórica – embora a década 2011-2020 represente um período de cortes e reduções de investimentos em face da já mencionada crise político-econômica, desencadeada no Brasil na segunda década do século XXI, colocando em xeque a ciência no país com cortes de bolsas, atrasos em pagamentos, laboratórios sucateados e pesquisadores de mãos atadas em seus trabalhos por falta de verbas. Este fator, somado à ampliação dos cursos de Pós-Graduação, é conjuntural e estrutural, inclusive, reconhecido por pesquisadores experientes, que entre tantas missões cotidianas, têm o compromisso de formar novos pesquisadores. Quando realizadas as entrevistas – técnica utilizada e que será explicada mais adiante – com as lideranças do fomento, a Professora Dra. Lúcia Santaella, da PUC-SP, reconheceu uma dessas condições, principalmente, pela variedade de cursos oferecidos. Ela entende que quando a demanda aumenta, ou seja, tem mais gente pedindo, e a oferta não segue o mesmo ritmo, isto é, as agências não viabilizam bolsas, é natural haver cortes, principalmente, nos níveis iniciais onde estão a Iniciação Científica e o Mestrado. No caso da FAPESP, esse ponto de vista se contraria porque ambas as etapas de formação correspondem aos tipos de fomento que representam, dentro do período analisado, a maior fatia. 4. Sua bibliografia completa pode ser vista em http://portal.metodista.br/mutirao-do-brasileirismo/cartografia/ verbetes/america-do-sul/luiz-beltrao ..

(24) 24. de solicitações. Demonstração de que a Área se mantém atrativa e interessante para a realização de pesquisas. O site da FAPESP, em sua seção Estatísticas e Balanços, disponibiliza todos os investimentos realizados ao longo dos tempos. Analisados os anos de 2016 e de 2017, entre bolsas de estudo e os auxílios à pesquisa, o investimento nas Bolsas do Brasil foi de R$ 69.933.056,14 (6,48%). Já para as Bolsas no Exterior, o dinheiro empregado totalizou R$ 8.145.557,47 (0,75%). Para os estágios de pesquisa no exterior, o montante foi de R$ 36.761.955,88 (3,44%). E os auxílios à pesquisa receberam R$ 213,647.149,59 (19,78%). Em 2016, foram investidos R$ 85.267.060,09 em bolsas de estudo no Brasil. Montante que representa 7,78% do investimento da FAPESP em todo tipo de pesquisa. Já para a viabilização de bolsas no exterior, foram gastos R$ 9.727.801,48, o correspondente a 0,89% do investimento da FAPESP. No estágio de pesquisa fora do Brasil, foram aplicados R$ 30.496.077,40 que representam 2,79%. Nos auxílios à pesquisa, foram R$ 261.832.206,67. Esse montante equivale a 23,92% do investimento da FAPESP nessas modalidades de fomento 5. Na comparação, somente o Estágio de Pesquisa no Exterior obteve crescimento. Os outros fomentos tiveram redução de investimento. Sem dados específicos, a Comunicação se incorpora ao conjunto de saberes das Ciências Humanas e Sociais. O Relatório de Atividades 2016 da FAPESP faz a ressalva sobre um ano difícil em função da queda na arrecadação de receitas, a base de onde se extrai o valor constitucional de repasse fixado à Fundação. Apesar disso, o documento, elaborado pela FAPESP, destaca que a agência contratou novas propostas de pesquisa e incrementou os aportes em áreas estratégicas. Foi arrecadado R$ 1,344 bilhão, o que representa perda nominal de 0,4% e perda real de 6%. Durante todo o ano de 2016, foram fomentados 24.685 projetos. Mesmo com a crise, os valores das bolsas foram reajustados em 11%, percentual considerado positivo pelos dirigentes que apontam para um equilíbrio, uma vez que as bolsas no Brasil cresceram 7% e tiveram o mesmo índice, só que com traço negativo no Exterior. Os Auxílios Regulares tiveram retração com 3% a menos de contratações e 9% a menos de desembolso. Houve cortes pontuais como, por exemplo, a organização de reuniões científicas, modalidade a qual os pesquisadores pedem financiamento para participar de Seminários, Congressos e outros eventos de natureza similar.. 5. Em http://www.fapesp.br/10841, é possível ter acesso aos investimentos da FAPESP desde o seu ano de Fundação (1962)..

(25) 25. A Área de Ciências Humanas e Sociais foi a quinta colocada nos investimentos da FAPESP em 20166. Com 9,4% de projetos apoiados, teve liberados R$ 106,5 milhões com 1.787 novos projetos contratados e 4.047 projetos vigentes. Fica atrás das Áreas da Saúde, Interdisciplinar, Biologia e Engenharia. Para se ter uma ideia, tem mais projetos contratados e vigentes do que as três anteriores a ela no ranking de investimentos. É verdade que carrega alguns índices positivos quando se analisam as bolsas e auxílios. Em 2016, ficou em segundo lugar na contratação de bolsas com investimento da ordem de 80 milhões de Reais dentro do Brasil. Para os estudos no exterior, assumiu a dianteira com a liderança em Iniciação Cientifica e Mestrado, embora isto possa representar hipoteticamente um sinal da crise estrutural do financiamento da Ciência brasileira despertando assim uma tentativa de experimentar o exterior para posterior transferência de carreira. Seria uma estratégia para uma nova evasão de cérebros? Embora a questão financeira seja de interesse maior ao bom andamento da FAPESP, como instituição, aos pesquisadores, o interesse está realmente em saber como a Área vem sendo discutida e construída através do fomento. Neste sentido, é que este estudo propõe a Taxionomia construída a partir das pesquisas apoiadas pela FAPESP e que fazem parte do recorte analisado, na base de dados da Biblioteca Virtual, no período correspondente de 1992 a 2016. Trata-se de uma apropriação dessas amostras a fim de inseri-las em um sentido de sistematização do conhecimento produzido sinalizando as tendências dos estudos realizados pelos pesquisadores. Essa construção de sentido permeia a noção de Taxionomia que se aproxima muito de nossa Área no que tange sua organização. Segundo Aganette, Alvarenga e Rocha Souza (2010), não há definições ou aplicações precisas sobre o conceito que, a partir de consultas bibliográficas, se constroi e se legitima como ferramenta ou processo com origens, usos e funções diferenciados. A etimologia de taxionomia vem do grego taxis (ordem) e nomos (norma), o que já precede sua perspectiva de um modo de organização estruturado a categorias, independentemente da Área do conhecimento, embora suas origens venham da Biologia com a publicação da obra Systema Naturae7, em 1735, pelo cientista e médico sueco Karl Von Linné. Entretanto, como lembra Vickery (1980) in Aganette, Alvarenga e Rocha Souza (2010), essas origens no âmbito da botânica, da zoologia e da paleontologia se tornaram chave no trabalho contemporâneo dos investigadores das ciências naturais e sociais, ou seja, toda forma de conhecimento pode ser agrupada e organizada. E é esta a nossa proposta quando, diante de 912 6 7. Até o fechamento da tese, o último Relatório divulgado pela FAPESP foi o de 2016. O livro estabelece a classificação hierárquica das espécies..

(26) 26. pesquisas analisadas em Bolsas de Estudo no Brasil, Bolsas de Estudo no Exterior, Auxílio Regular à Pesquisa, Auxílio Publicação e Auxílio Pesquisador Visitante, escolhemos a partir das classificações epistemológicas da própria FAPESP, e suas variadas formas de apoio, os dados que servem para trabalhar a Taxionomia da Comunicação à luz dessas amostras e no horizonte de uma agência de fomento. Partimos das amostras submetendo-as a classificações, por nós estipuladas, para mapear através das pesquisas, os temas abordados, as instituições onde se realizam as pesquisas, os procedimentos metodológicos adotados e as referências bibliográficas consultadas. De modo geral, manuseamos documentos com informações através das quais se construíram indicadores e inferências atendendo à nossa proposta metodológica da Análise de Conteúdo. É na perspectiva prática de nosso objeto de pesquisa que Edols (2001) in Aganette, Alvarenga e Rocha Souza (2010) relaciona os ambientes digitais com as formas automatizadas de criação da informação, estabelecendo assim, a relação da Taxionomia como um foco de estudos das Ciências da Informação, o que delibera em nosso entendimento, uma estreita ligação com a Comunicação, afinal, os dados são manipulados para a produção de conhecimento a ser compartilhado, além, de coincidir com a visão de Edols (2001) de que a taxionomia se torna uma importante ferramenta de entendimento sobre como uma área de conhecimento é organizada, se relaciona e interage com as outras. É neste princípio que trazemos o panorama da Área da Comunicação por meio do apoio FAPESP. Fatores estes que, segundo Terra (2004) in Aganette, Alvarenga e Rocha Souza (2010), representam conceitos através de termos; melhoram a comunicação entre especialistas e outros públicos; controlam a diversificação e mapeiam o processo de conhecimento. Tal conceito, aplicado à nossa pesquisa, demonstra que é possível identificar o que se está produzindo, em que lugar e de que forma seguindo o exercício que burila os dados inseridos, em um sistema digital, como o da Biblioteca Virtual. Mais do que possibilitar consultas, o que fazemos com esta pesquisa, é oferecer os passos percorrido entre 1992 e 2016 para a construção da Área da Comunicação. Ainda nos estudos sobre Taxionomia, há propostas de classificações, como as feitas por Aganette, Alvarenga e Rocha Souza (2010), autores que se propuseram a estudar os elementos constitutivos do conceito taxionômico. Entre as classificações apresentadas, assemelham-se à nossa investigação, a Taxionomia Descritiva e a Taxionomia Corporativa. Pela primeira, entende-se a constituição de vocabulários controlados, a partir de tesauros, adicionando a eles diversos tipos de palavras, ortografias, formas e dialetos falantes para que o usuário tenha maior liberdade na hora de buscar um assunto. Foi nessa perspectiva do descritivo que produzimos as.

(27) 27. categorias Instituições; Pesquisadores; Temas de Pesquisa; Metodologias; Referências Bibliográficas; Pesquisadores Estrangeiros e Países-sede para demonstrar as tendências e perspectivas das pesquisas fomentadas. Por outro lado, a Taxionomia Corporativa é, no entendimento de Woods (2004) in Aganette, Alvarenga e Rocha Souza (2010), a hierarquia das categorias utilizadas para classificar documentos e outras informações dentro de uma representação da organização. É o que identificamos, na Biblioteca Virtual da FAPESP, onde é possível acessar as modalidades de fomento de acordo com os resultados refinados a partir de pontos de partida predeterminados pela instituição. Pelo que a Biblioteca Virtual oferece em termos de resultado – ainda que sem o estabelecimento de um princípio taxionômico – acompanha a ideia de Conway (et al, 2002) in Aganette, Alvarenga e Rocha Souza (2010) de que as taxonomias corporativas podem criar uma importante ferramenta de gerenciamento do capital intelectual da mesma, uma variável que se apresenta despercebida pela FAPESP e que pode ter uma alternativa, a partir das mensurações que esta pesquisa realizou, e que pode vir a suprir essa suposta falta de gerenciamento do capital intelectual, que se torna instrumental e organizado, a partir da classificação de elementos de variada natureza fazendo da taxionomia a representação de conhecimentos existentes que formam um Universo de Documentos como definem Campos e Gomes (2007). Os autores reforçam esse caráter organizacional da taxionomia diante de um contexto. No caso das pesquisas recuperadas, na Biblioteca Virtual, nos propusemos a instrumentalizar e organizar o conhecimento, tendo como referência os dados, para encontrar um sentido que construa e legitime a Área da Comunicação a partir da contribuição da FAPESP. Este, inclusive, é o sentido do título dado a esta pesquisa. Para isto, é preciso considerar, segundo os autores, qual problema a taxonomia está tentando responder e qual é o volume de informação agregada. Dizem eles (2007) que “a captura do conhecimento é uma etapa de elaboração da taxonomia em que o objetivo é o levantamento dos assuntos que deverão ser acomodados numa estrutura classificatória, servindo como ponto de acesso à informação”. Para se alcançar isto, eles apontam quatro fases principais que envolvem: (1) captura do conhecimento; (2) análise dos documentos e informações; (3) elaboração da estrutura classificatória; (4) validação. Para a captura do conhecimento, mapeamos todo repertório documental de apoios e chegamos às 912 pesquisas apoiadas em Bolsas de Estudo no Brasil, Bolsas de Estudo no Exterior, Auxílios Regulares à Pesquisa, Auxílio Publicação e Auxílio Pesquisador Visitante. Também entrevistamos, seguindo o critério numérico, os pesquisadores que mais conseguiram fomentos nas Bolsas do Brasil e Auxílio Pesquisador Visitante, bem como, a diretora da Área.

(28) 28. de CHS II da FAPESP, Professora Dra. Esther Imperio Hamburger. Pela segunda etapa proposta, analisamos os resumos de pesquisa e extraímos os dados necessários, de acordo com as categorias que estabelecemos, para a construção do mapeamento que atende as perspectivas e tendências dos projetos financiados. A terceira etapa gerou os sete indicadores aplicados a cada tipo de fomento dentro do recorte da amostra. E por fim, para a validação, produziram-se indicadores e inferências, constituídos a partir de resultados quantitativos, e a aplicação da análise de conteúdo. Ações que representam a organização dos conceitos levantados para estabelecer uma sequência de níveis de análise que faz parte da estruturação taxionômica, como apregoam Campos e Gomes (2007). Os autores, inclusive, valorizam nesse processo, a representação de diversos aspectos como fenômenos e objetos ocorridos em um campo de saber. No percurso inicial, a intenção era já mergulhar sobre as pesquisas fomentadas nos primeiros anos de funcionamento da Fundação, na década de 1960, chegando até elas por meio do acesso, em mãos, dos relatórios científicos finais dos pesquisadores para se fazer um resgate histórico mais completo do apoio às pesquisas em Comunicação. Depois de várias consultas, isto não foi permitido em função do rígido controle de confidencialidade dos pareceristas que julgam os projetos de pesquisa pleiteados. Essa afirmação, que na verdade inicialmente se tratou de uma negativa, pode ser feita depois de quatro tentativas de viabilizar o acesso solicitando tal demanda à Coordenação anterior de Área de Ciências Humanas e Sociais (CHS II) e à diretoria científica. Ambos os representantes que ocupam tais funções na Fundação, atenderam à solicitação com gentileza, rapidez e respeito acadêmico nas tratativas via e-mail. Diante desse cenário, o recurso técnico adotado, para a constituição de nosso objeto, foi o da base documental que agregasse as pesquisas chanceladas pela Fundação na Biblioteca Virtual8, o centro de documentação e informação da FAPESP que reúne os dados sobre projetos que conseguiram fomento nas mais diversas modalidades. De acordo com sua página, hospedada no site da Fundação, a Biblioteca foi criada em 2004 e inaugurada em 2005 com os objetivos de tornar públicos os projetos financiados, divulgar as áreas temáticas e disseminar a memória institucional da FAPESP. Em sua navegabilidade, permite acessar outras informações como produções resultantes dos auxílios e bolsas, convênios, acordos de cooperação, mapas, gráficos e a própria Tabela de Áreas do conhecimento. No período de 2005 a 2009, os dados foram inseridos e editados manualmente por uma equipe técnica sendo que a partir de 2010 passou a ter migração automática dos dados 8. O Relatório de Atividades 2016 da FAPESP revelou que a Biblioteca Virtual conta entre 1992 e 2016 com 118.583 Bolsas no Brasil; 9.392 Bolsas no Exterior e 90.393 Auxílios à Pesquisa cadastrados..

(29) 29. das Bases Agilis e SAGE. Em poucos casos, há falta de informação e isto pode decorrer do processo manual de alimentação de dados. De acordo com o site, de 1º de março de 2016 a 25 de fevereiro de 2017, foram 3.807.652 acessos. Na Área da Comunicação, as pesquisas que serviram de base documental para este trabalho datam a partir de 1992 fechando esse recorte de tempo em 2016. O período inicial, 1992, é porque este é o primeiro ano de registro de pesquisas na Biblioteca Virtual. Já, 2016, foi escolhido porque era o último ano de pesquisas financiadas e que seriam concluídas antes do encerramento de nossa pesquisa, no primeiro bimestre de 2018. O ano de 2017 foi desconsiderado para que não tivéssemos nenhuma pesquisa que se encontraria em andamento, pois, nenhum projeto se fecharia nesse ano. Entretanto, essas pesquisas podem, e seguramente vão, se tornar objeto para estudos futuros que tragam novas problematizações a partir deste panorama estabelecido. Pela base de dados da Biblioteca Virtual da FAPESP, foi possível realizar um mapeamento de estudos a partir dos quais fossem identificados momentuns de investigação, problematizados nas mais diversas etapas de formação dos pesquisadores e que tenham deixado contribuições e indicativos para dar um norte ao que se produz em Comunicação sob a perspectiva de uma agência de fomento. Este desejo se juntou à premissa teórica de Jacques Le Goff (1990) quando diz que a memória é um elemento social que forma a entidade. Assim, ir além dos simples dados, possibilitaria sinalizar tendências da Comunicação a partir dos fomentos da FAPESP em um quarto de século de atividades registradas digitalmente. Constrói-se, assim, o objeto de pesquisa que tem lançado sobre si a seguinte pergunta de pesquisa: independentemente do impasse conceitual experimentado e mal resolvido, quando se consideram esses 25 anos de pesquisas de Iniciação Cientifica, Mestrado, Doutorado, Doutorado Direto e Pós-Doutorado com bolsas de estudo, no Brasil e no Exterior, mais os auxílios regulares à pesquisa, auxílios para pesquisador visitante e auxílio publicações nas mesmas instâncias categóricas, quais tendências e perspectivas podem ser atribuídas à construção da natureza taxionômica dos estudos em Comunicação? Essa questão se justifica pelo objetivo geral deste trabalho em estudar a produção existente demonstrando que, por trás do banco de dados da Biblioteca Virtual da FAPESP, mais do que a construção da memória, existem tendências taxionômicas a partir dos estudos em Comunicação que dão representatividade às Ciências Sociais por meio da contribuição das pesquisas científicas, que ali estão, sob avaliação de pareceristas do corpo técnico-científico da Fundação. Apesar disto, percebe-se como ainda pouco se investe na Área, característica.

(30) 30. peculiar que fez o professor José Marques de Melo (2011) declarar em reportagem da Revista Pesquisa FAPESP 201, intitulada A Prima Pobre das Ciências Sociais, o pouco prestígio das pesquisas em Comunicação nessa perspectiva de investimento. Se nomes como o do proeminente professor, importante figura agregadora e ativa para a institucionalização da Comunicação como espaço de pesquisa, consideram ínfimo o investimento, há quem pense o contrário. Foi o caso do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que em abril de 2016, teve repercutida na grande imprensa sua declaração de que a FAPESP vive em uma bolha acadêmica desconectada da realidade financiando estudos sem serventia prática uma vez que incentiva as pesquisas de Sociologia9. O comentário do governador logo desencadeou uma resposta da Fundação10. Analisar o que os pesquisadores que buscaram financiamento produziram em 912 projetos distribuídos em bolsas de estudo para Iniciação Científica, Mestrado, Doutorado, Doutorado Direto e Pós-Doutorado, no Brasil e no Exterior, bem como aos auxílios regulares à pesquisa, de professor visitante e publicação é a maneira encontrada para tentar dar conta desse panorama taxionômico que não se trata de um histórico completo de todas as pesquisas financiadas na Área. Embora nem tão organizado, em 2018, como já dissemos, a Biblioteca Virtual passou a ter dados generalizados das solicitações de financiamento do início das concessões. Para se valer do método quantitativo na pesquisa, todas as informações captadas foram exportadas para o programa de computador Excel, no qual, com o auxílio de ferramentas de tabulação de dados, foram cumpridos os objetivos de acordo com a proposta de cada categoria estabelecendo um referencial percentual sobre o qual foram inseridas informações numéricas para a formulação dos cálculos. Uma técnica que permitiu saber e apontar as tendências de estudo, as relações acadêmicas instituídas e os procedimentos de trabalho adotados, nas mais diversas possibilidades acadêmicas, que despertam o interesse nos pesquisadores desde as novas gerações até os mais experientes, que por sua maturidade, algumas vezes, acabam sendo referências seminais para pensar, discutir e teorizar a Área dentro da própria análise documental. Em alguns casos, essas referências se constroem porque o grande número de fomentos obtidos torna o professor pesquisador especialista na linha de pesquisa em que atua. Estas características comentadas são também uma forma de revelar à FAPESP o fluxo de produção de conhecimento gerado a partir das pesquisas apoiadas.. 9. Matéria disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2016/04/1765028-alckmin-critica-fapesp-porpesquisas-sem-utilidade-pratica.shtml. 10 Nota da FAPESP disponível em: http://jornalggn.com.br/noticia/fapesp-responde-criticas-de-alckmin-sobrepesquisas-sem-utilidade-pratica..

(31) 31. Denominamos os pesquisadores analisados como sujeitos de pesquisa. Essa noção implica em dois marcos teóricos fundamentais constituídos respectivamente, neste trabalho, nos respaldos teóricos de Gastón Bachelard (1996) e Wilhelm Dilthey (2010): primeiro, o de espírito científico porque essa inflexão, a partir de pesquisas realizadas com apoio da FAPESP na Área da Comunicação, não se trata de uma pergunta espontânea haja vista que já são mais de 50 anos em busca de uma organicidade que ainda parece sem sucesso não porque haja falta de iniciativa de seus atores, mas sim, porque se trata de um processo bastante longo para uma plausível ciência tão nova e que vive o auge de sua meia idade cujo sentido de construção leva ao Conhecimento Aproximado como equação diferencial do movimento epistemológico, que vive entre novas experiências e uma inquietude conceitual que pode ter uma luz a partir deste recorte das pesquisas, realizadas por meio de uma importante agência de fomento. E, segundo, porque a realidade confere certo grau de materialidade aos pesquisadores que compreendem e interpretam fenômenos a fim de construir conceitos e juízos. Trata-se de um processo histórico que revê as condições vivenciadas em espaços e tempos que propiciam um conjunto significante defrontado e apreendido pela condição espiritual do pesquisador, que a partir de suas particularidades e compreensões, reconstroi as vivências sob a perspectiva do presente, atribuindo ao conhecimento construído, uma significação de experiências cujo resultado final pretendido é a formulação de conceitos. As hipóteses deste estudo versam primeiramente pela passagem do século XX para o século XXI, nos estudos em Comunicação, que devem demonstrar a aparição de temas contemporâneos decorrentes de novos tempos da cultura social como objeto de pesquisa. Ocorre que, ao mesmo tempo em que esses temas se inovam como prática comunicacional, eles se atêm aos paradigmas teórico-metodológicos que seguem modelos referenciais da atividade de pesquisa acadêmica. A segunda hipótese reside na tentativa de solucionar o impasse conceitual sobre o lugar de fato em que se situa a Comunicação (Campo? Disciplina? Área? Ciência?). Uma dificuldade inerente a todas as categorias de fomento, independentemente do nível de formação do pesquisador, seja ele discente ou docente, da Iniciação Científica ou do Pós-Doutorado. Há pouca inovação nesse sentido em um saber de pesquisa fortemente institucionalizado. E, por fim, a terceira hipótese está na assertiva de que o mapeamento de pesquisas revela caminhos e tendências que podem estimular os Programas de Pós-Graduação a fazerem uma metapesquisa nos moldes desta para refletir sobre suas linhas de atuação dando essa organicidade que se busca à Comunicação. Esse método propicia avanços como se estes.

Referências

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