Resistência, Capacitância e
Tempo de Recuperação
Reversa do Diodo
Objetivo da Aula
Conhecer os níveis de resistência do diodo, a capacitância parasita, o tempo de recuperação reversa e empregar as aproximações estudadas na análise de circuitos simples em corrente contínua.
Conteúdo Programático
Resistência CC; Resistência CA;
Capacitância Parasita do diodo; Tempo de Recuperação Reversa;
Construção de Conhecimento
esperado
Ser capaz de calcular as resistências CC e CA do diodo a partir da curva característica e familiarizar-se com o uso das aproximações para analisar circuitos com diodos em corrente contínua. Além de compreender o conceito de capacitância parasita e tempo de recuperação reverso.
Curva Característica do Diodo
R = 0Ω V = 0V I = ID R = ∞Ω V = VDV I ≈ 0AResistência do Diodo
À medida que o ponto de operação (IxV) do diodo
se move sobre a curva característica sua resistência também se modifica, devido ao formato não-linear da curva;
O tipo de sinal aplicado ao diodo definirá o nível de resistência de interesse. Basicamente:
– Resistência CC ou estática; – Resistência AC ou dinâmica;
Resistência CC
A aplicação de uma tensão contínua a um
circuito que contenha um diodo resultará em um ponto de operação sobre sua curva característica, o qual não mudará com o tempo.
VD
V VR
Resistência CC
A resistência CC no ponto de operação é obtida simplesmente pela determinação dos níveis correspondentes a VD e ID aplicados a lei de Ohm. Ponto Operação (Q) 𝑅𝑅𝐷𝐷 = 𝑉𝑉𝐼𝐼𝐷𝐷 𝐷𝐷 VD e ID são determinados pelo circuito ao qual o diodo está conectado.
Resistência CC
Comportamento ao longo da curva IxV
Valores maiores de RD no Joelho e abaixo dele em
relação a parte vertical Maiores Valores de RD
𝑅𝑅𝐷𝐷 = 𝑉𝑉𝐼𝐼𝐷𝐷 𝐷𝐷
Valores variando entre 10 e 80Ω
Resistência CC
Portanto:
Quanto maior a corrente que passa
através de um diodo, menor o nível
de resistência CC.
Exemplo
Determine os níveis de resistência CC do diodo, cuja curva característica é apresentada a seguir, quando:
a) ID=2mA e VD=0,5V; b) ID=20mA e VD=0,8V; c) ID= -1µA e VD=-10V
Exemplo - Resolução
𝐸𝐸𝐸𝐸 𝑎𝑎) 𝑅𝑅𝐷𝐷 = 𝑉𝑉𝐼𝐼𝐷𝐷 𝐷𝐷 = 0,5 2𝑥𝑥10−3 = 250Ω 𝐸𝐸𝐸𝐸 𝑏𝑏) 𝑅𝑅𝐷𝐷 = 𝑉𝑉𝐼𝐼𝐷𝐷 𝐷𝐷 = 0,8 20𝑥𝑥10−3 = 40Ω 𝐸𝐸𝐸𝐸 𝑐𝑐) 𝑅𝑅𝐷𝐷 = 𝑉𝑉𝐼𝐼𝐷𝐷 𝐷𝐷 = 10 1𝑥𝑥10−6 = 10𝑀𝑀ΩResistência CA
Se for aplicada uma entrada senoidal ao diodo, o ponto de operação Q se moverá, para cima e para baixo, de forma instantânea, sobre a característica IxV do diodo.
Resistência CA – Idéia Básica
𝑟𝑟𝑑𝑑 = Δ𝑉𝑉Δ𝐼𝐼𝑑𝑑 𝑑𝑑
Válida para uma variação muito pequena
Resistência CA
De modo geral, quanto menor o ponto Q de
operação (corrente menor ou tensão inferior), maior a resistência CA.
Exemplo
Determine os níveis de resistência CA do diodo, cuja curva característica é apresentada a seguir, quando:
a) ID=2mA, considere
uma variação de ± 2mA;
b) ID=25mA considere
Exemplo - Resolução
𝐸𝐸𝐸𝐸 𝑎𝑎) 𝑟𝑟𝑑𝑑 = Δ𝑉𝑉Δ𝐼𝐼𝑑𝑑 𝑑𝑑 = 0,76 − 0,65 4𝑥𝑥10−3 − 0 = 27,5Ω 𝐸𝐸𝐸𝐸 𝑏𝑏) 𝑟𝑟𝑑𝑑 = Δ𝑉𝑉Δ𝐼𝐼𝑑𝑑 𝑑𝑑 = 0,80 − 0,78 30𝑥𝑥10−3 − 20𝑥𝑥10−3 = 2ΩResistência CA
Qual o significado da derivada primeira?
– A derivada de uma função em um ponto é igual à inclinação da linha tangente traçada nesse ponto.
Resistência CA
𝑑𝑑 𝐼𝐼𝐷𝐷 𝑑𝑑𝑉𝑉𝐷𝐷 = 𝑑𝑑 𝐼𝐼𝑆𝑆 𝑒𝑒𝑉𝑉𝐷𝐷/𝑉𝑉𝑇𝑇 − 1 𝑑𝑑𝑉𝑉𝐷𝐷 = 1 𝑉𝑉𝑇𝑇 𝐼𝐼𝐷𝐷 + 𝐼𝐼𝑆𝑆 𝐼𝐼𝐷𝐷 ≫ 𝐼𝐼𝑆𝑆 𝑛𝑛𝑎𝑎 𝑟𝑟𝑒𝑒𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 𝑑𝑑𝑒𝑒 𝑟𝑟𝑛𝑛𝑐𝑐𝑖𝑖𝑟𝑟𝑛𝑛𝑎𝑎𝑖𝑟𝑟𝑟 𝑣𝑣𝑒𝑒𝑟𝑟𝑣𝑣𝑟𝑟𝑐𝑐𝑎𝑎𝑖𝑖 𝑑𝑑𝑎𝑎 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑟𝑟𝑣𝑣𝑎𝑎 𝑉𝑉𝑥𝑥𝐼𝐼 𝑑𝑑𝑉𝑉𝐷𝐷 𝑑𝑑𝐼𝐼𝐷𝐷 = 𝑟𝑟𝑑𝑑 = 𝑉𝑉𝑇𝑇 𝐼𝐼𝐷𝐷 = 26𝐸𝐸𝑉𝑉 𝐼𝐼𝐷𝐷 𝐼𝐼𝑛𝑛𝑣𝑣𝑒𝑒𝑟𝑟𝑣𝑣𝑒𝑒𝑛𝑛𝑑𝑑𝑟𝑟 𝑟𝑟 𝑟𝑟𝑒𝑒𝑟𝑟𝑐𝑐𝑖𝑖𝑣𝑣𝑎𝑎𝑑𝑑𝑟𝑟, 𝑝𝑝𝑎𝑎𝑟𝑟𝑎𝑎 𝑟𝑟𝑒𝑒 𝑟𝑟𝑏𝑏𝑣𝑣𝑒𝑒𝑟𝑟 𝑎𝑎 𝑟𝑟𝑒𝑒𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑣𝑣𝑟𝑛𝑛𝑐𝑐𝑟𝑟𝑎𝑎: 𝑉𝑉𝑇𝑇 = 𝑘𝑘𝑘𝑘𝑞𝑞Obtido para temperatura ambiente igual a 27°C
Resistência CA
Considerando a resistência de corpo do diodo e a resistência dos contatos:
𝑟𝑟𝑑𝑑 ′ = 26𝐸𝐸𝑉𝑉𝐼𝐼
𝐷𝐷 + 𝑟𝑟𝐵𝐵
Resistência CA
Para a região inversa
Suficientemente alta para ser considerado como um circuito aberto (rd=∞), pois Is≈ 0A.
Resistência CA Média
Quando o sinal de entrada é grande o suficiente para produzir uma grande variação de amplitude na corrente, a equação anterior não é válida, de modo que a resistência CA média é dada por:
𝑟𝑟𝑎𝑎𝑎𝑎 = Δ𝑉𝑉Δ𝐼𝐼𝑑𝑑�
Resistência CA Média - Exemplo
𝑟𝑟𝑎𝑎𝑎𝑎 = Δ𝑉𝑉Δ𝐼𝐼𝑑𝑑� 𝑑𝑑 𝑝𝑝𝑝𝑝.𝑎𝑎 𝑝𝑝𝑝𝑝 ∆𝑖𝑖𝑑𝑑= 17𝐸𝐸𝑚𝑚 − 2𝐸𝐸𝑚𝑚 = 15𝐸𝐸𝑚𝑚 ∆𝑉𝑉𝑑𝑑= 0,725𝑉𝑉 − 0,65𝑉𝑉 = 0,075𝑉𝑉 𝑟𝑟𝑎𝑎𝑎𝑎 = 0,075𝑉𝑉15𝐸𝐸𝑚𝑚 = 5ΩCapacitância
Dispositivos eletrônicos e elétricos são sensíveis as variações de frequência;
Para o diodo, os valores de capacitância parasita possuem maior importância;
– Em baixas frequências – Alto valor, se comporta como um circuito aberto – É desprezada;
– Em altas frequências – Baixo valor, pode diminuir até se comportar como um caminho de baixa reatância – compromete o funcionamento do diodo.
Capacitância
• Quando reversamente polarizada, a camada de depleção fica muito grande. As fortes polaridades negativa e positiva do diodo criam
capacitância (CT). A quantidade de capacitância depende da tensão
reversa aplicada.
• Quando polarizada diretamente, a capacidade de armazenamento ou a capacidade de difusão passa a existir à medida que a tensão do diodo aumenta.
𝐶𝐶𝑇𝑇 = 𝐶𝐶(0) 1 + 𝑉𝑉𝑅𝑅� 𝑉𝑉0 𝑛𝑛 𝐶𝐶𝐷𝐷 = 𝜏𝜏𝑉𝑉𝑇𝑇 0 𝐼𝐼𝐷𝐷
Capacitância
Para qual: VR = Tensão reversa;C(0) = Capacitância da região de depleção sem polarização; V0 = barreira de potencial;
CT = Capacitância de transição; CD= Capacitância de difusão; τT = Tempo de vida médio; ID = Corrente no diodo. n = ½ ou 1/3.
Tempo de Recuperação Reversa
• Tempo de recuperação reversa (trr) é o tempo necessário para um
diodo para de conduzir quando sua polarização é alternada de direta para reversa. Devido ao grande número de portadores minoritários. trr é importante para aplicações de chaveamento.
Referências Utilizadas
BOYLESTAD, Robert L.; NASHELSKY, Louis. Dispositivos eletrônicos e
teoria de circuitos. 11. ed. São Paulo: Pearson education do Brasil,
2013.
SEDRA, Adel S.; SMITH, Kenneth C.. Microeletrônica. 5ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
MILLMAN, Jacob; HALKIAS, Christos C. Eletrônica: dispositivos e
circuitos. 2.ed. São Paulo: McGraw-Hill, 1981 2v.
MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4. ed. São Paulo: Makron, c1997. 2v.
Obrigado pela Atenção!
Prof. Dr. Ulisses Chemin Netto – ucnetto@utfpr.edu.br
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