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Revista RecreArte 11 DIC09. Revista RecreArte 9 > II - Creatividad en Educación: Innovación Radical. David de Prado Díez

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Revista RecreArte 9> II - Creatividad en Educación: Innovación Radical

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TÍTULO ABREVIADO: INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE NA EDUCAÇÃO

EDUCAÇÃO: UM ESPAÇO PRIVILEGIADO DE INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE?

EDUCATION: PRIVILEGED SPACE FOR INNOVATION AND CREATIVITY?

Solange Muglia Wechsler Susana de Jesus Fadel

Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Endereço para correspondência: Solange Muglia Wechsler. Curso pós-graduação em Psicologia. Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Av. John Boyde Dunlop, s/n. Jardim Ipaussurama. Campinas, São Paulo, 13059-900, Brasil.

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RESUMO

Estudos relacionados a inovação e a criatividade na escola, têm ocupado espaço na sociedade contemporânea, talvez pela necessidade de criarmos espaços para uma aprendizagem criativa e inovadora. O objetivo foi investigar as concepções que educadores possuem em relação a inovação e criatividade. A amostra foi 55 profissionais de quatro escolas particulares: duas de ensino médio, uma de ensino fundamental e uma universidade particular, do interior de São Paulo. Foi aplicado um questionário onde se realizou a análise do conteúdo sobre as concepções que os profissionais possuíam em relação a inovação e criatividade. Os resultados indicaram a importância de se desenvolver uma reflexão sobre a prática profissional relacionada a um espaço de inovação e criatividade.

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ABSTRACT

Studies on innovation and creativity in school are gaining more attention probably due to the fact that new educational environments need to be created in order to meet the demands of creative and innovative education. Education professionals were confronted with questions concerning their ideas about such themes. A questionnaire was given to 55 professionals in four different private schools: two high schools, one elementary school and one private-owned university, all in the country part of São Paulo State. The professionals’ ideas about innovation and creativity in education were assessed, and results indicated that professional practices must be reevaluated and that skills must be developped so the school opens itself to innovation and creativity.

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INTRODUÇÃO

Caracterizar um profissional criativo e inovador não é tarefa fácil, pois são necessários abertura, decisão e aplicação e equilíbrio entre as habilidades:

analíticas – pensamento crítico; sintéticas – criar idéias interessantes; práticas –

passar da teoria à prática. (Sternberg, 2002)

Outro desafio é a diversidade de definições encontrada em relação a esses perfis. Cskszentmihalyi (1998) distinguiu a pessoa criativa em três grandes categorias. A primeira refere-se às pessoas consideradas brilhantes, ou seja, as que têm pensamentos incomuns, conhecimentos diversos, mas sem causar diferença na sociedade. A segunda diz respeito às pessoas individualmente criativas, que experimentam o mundo de uma maneira original, têm idéias novas e descobrimentos importantes em nível individual. A terceira são pessoas que fizeram a diferença na história, suas criações foram reconhecidas e valorizadas no seu campo como, por exemplo, Einstein, Da Vinci e Beethoven.

Assim como o perfil criativo, a criatividade, segundo Martinez (2000), tem sido objeto de estudo de diversas áreas e disciplinas, por isso também surge a diversidade de conceitos e polêmica em relação ao tema. Diante dessa afirmação, pode-se considerar a criatividade como um fenômeno a ser analisado em diversos aspectos. Kneller (1978) cita alguns aspectos a serem levados em conta ao se falar em criatividade: a pessoa que cria: atitudes, hábitos e valores; processos mentais: motivação, percepção, aprendizado, pensamento e comunicação; processos

emocionais: estados interiores da pessoa criativa e influências ambientais e culturais: seus próprios produtos, teorias, invenções, pinturas e esculturas. Jones

(1972) definiu a criatividade em quatro blocos de acontecimentos: a) como processo de resolução de problemas, b) como possibilidade de desenvolvimento para todas as pessoas, c) como o domínio do próprio eu como fortalecedor da criatividade e d) como influência na realidade do produto.

Atualmente, a definição de criatividade converge para a característica multidimensional. Nesse sentido, Wechsler (1998) define a criatividade neste contexto: “A criatividade é uma característica multidimensional, composta por aspectos cognitivos e emocionais, e passa a ser entendida como o resultado da interação entre processos cognitivos, características da personalidade, variáveis

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Levando em consideração esse enfoque, percebe-se a dificuldade que se apresenta diante da necessidade de clareza na definição desse fenômeno e da busca de maneiras de estimulá-lo nas pessoas, especialmente no ambiente educacional. Martínez (2000) indica que a criatividade deve ser estimulada e desenvolvida no processo docente e que infelizmente não se abre espaço significativo a essa formação, pois os sistemas educativos são projetados para que o aluno adquira conhecimento, habilidades e hábitos e não para desenvolver integralmente a personalidade e nem para formar indivíduos criativos. Ainda nesse sentido, Gums (2003) afirma que a principal necessidade dos professores é conseguir expressar a criatividade na prática docente, confirmando, assim, a necessidade de formação docente nessa área, como também o faz Jones (1972) quando em seu estudo desfaz algumas considerações errôneas que se possui em relação a criatividade, afirmando que nem sempre o mais inteligente é o mais criativo, como acreditam muitas pessoas e inclusive os professores.

No contexto de Brasil, estudos de Alencar (2004) demonstram que há um reconhecimento crescente de que é necessário preparar o aluno para processos criativos, em que a capacidade de pensar e resolver novos problemas ocupa um lugar central. De acordo com a mesma autora, iniciativas vêm sendo tomadas pelo governo no sentido de promover um debate e implementar uma política educacional que assegure o desenvolvimento das habilidades criativas dos estudantes. Porém, paralelamente a esse reconhecimento, observa-se que falhas têm sido constatadas no que diz respeito à promoção da criatividade nos distintos níveis de ensino, e percebe-se que não é raro a escola desencorajar a expressão da criatividade e mesmo puni-la. (Alencar, 2004)

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É importante lembrar que cada escola tem seu próprio contexto e cultura originais. Como afirma Dooley (1999) muitas inovações não são postas em prática porque opõem às imagens internas profundamente enraizadas de como o mundo trabalha e as imagens que as pessoas tem e que as limitam à maneira simples de pensar e de agir em um sistema que serve de base para manter status quo. Segundo ele, os professores e diretores vêem ganhos mínimos e muita perda nas inovações que são propostas. Mais uma vez, surgem indagações sobre a necessidade de formação dos professores e para Borjas (2006) será possível conseguir uma transformação quando se criar bases para que a inovação encontre, na escola, um terreno fértil onde possa criar raízes e estender-se em ramificações a toda a comunidade educativa. Segundo a mesma autora, essas bases se referem à competência dos educadores para que a criatividade e inovação sejam práticas do cotidiano.

Os processos da inovação educacional se traduzem em projetos de melhorias. De acordo com Jaime (1999), existe a inter-relação entre teoria e prática e, sendo assim, a inovação educativa, representa desenvolvimento de processos formativos, ou seja, supõe a construção de novas aprendizagens e a articulação com a formação docente. Segundo a reflexão de Muñoz (2003), o professor inovador não possui o controle da inovação, mas sim uma capacidade de lidar com a incerteza em seu trabalho e ter uma postura questionadora diante das investigações. O professor é o principal agente de inovação por possuir domínio de sua disciplina, por refletir sua própria prática pedagógica e melhorá-la para que o aluno seja beneficiado.

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criatividade na prática cotidiana. Pretende-se, ainda, estimular e criar espaços para novos debates sobre inovação e criatividade.

MÉTODO Participantes

Fizeram parte dessa amostra 55 profissionais, provenientes de quatro cidades do interior de São Paulo, sendo 40 do sexo feminino e 15 do sexo masculino, com perfis diferentes de idade, diferentes níveis de ensino assim distribuídos: 10 trabalham no Ensino Fundamental, 16 no Ensino Médio, 12 no Ensino Profissionalizante e 17 ocupam funções de coordenação no Ensino Superior. Houve a participação e avaliação de 2 juízes.

Instrumento

Para a coleta de dados, foi utilizado um questionário contendo 10 perguntas, sendo 5 fechadas e 5 abertas, que contemplavam inicialmente questões relativas à caracterização do professor, tais como: faixa etária, gênero, função, tempo de experiência profissional e formação; em seguida, as questões abertas se detiveram ao objetivo do estudo que era verificar o que os profissionais entendiam por inovação e criatividade e qual diferenciação faziam entre os conceitos. O questionário foi aplicado a profissionais da educação que atuam em níveis diferentes de ensino: ensino fundamental, médio e superior.

Procedimento

Para a seleção da amostra, entrou-se em contato com os diretores de oito escolas que as pesquisadoras têm acesso. Foram explicados os objetivos da pesquisa e a participação voluntária. Desse modo, fizeram parte do estudo as escolas que aceitassem participar da pesquisa e os professores de cada escola que se dispusessem a responder o questionário. Das oito escolas contatadas, quatro se dispuseram a participar da pesquisa, o primeiro grupo são professores de Ensino Fundamental; o segundo grupo são professores do Ensino Médio; o terceiro grupo são professores do curso profissionalizante e o quarto grupo são gestores educacionais, pessoas que têm funções de coordenação na área educacional em nível de ensino superior.

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De posse dos questionários, a primeira etapa foi realizar uma análise preliminar das respostas. Em um primeiro momento, para cada questão foi feita uma classificação de categorias que foram avaliadas por dois juízes. Em seguida, as categorias que foram se inter-relacionando e se inter-ligando com aproximações de conceitos, foram agrupadas em uma mesma categoria, sendo revistas novamente pelos juízes. Em um terceiro momento, repetiu-se o agrupamento das categorias por aproximação de conceitos, e repetindo o processo anterior de análise, foi possível classificar e distribuir essas categorias em grupos menores e classificá-los em três eixos temáticos, avaliados pelos juízes, assim distribuídos: prática pedagógica, postura e formação.

RESULTADOS

No que se refere à idade dos sujeitos, o grupo mais jovem é o que trabalha no Ensino Fundamental, (14,5%) com a idade de 25 a 29 anos. A maioria (34%) possui a idade de 45 anos ou mais e pertencem à categoria dos gestores educacionais. Com relação ao gênero, nota-se a predominância do sexo feminino em todos os níveis de ensino, tendo o ensino fundamental 100% de participantes do sexo feminino. Quanto ao tempo de experiência profissional, os professores do Ensino Médio possuem mais tempo de experiência (60%) de 21 a 29 anos de trabalho na área. Os gestores tem menos tempo de experiência profissional (37,5%), ou seja, entre 1 a 5 anos de trabalho na área de atuação. Referente ao nível de formação dos profissionais, percebe-se que todos possuem formação superior e vinte (36,30%) possuem pós-graduação. É interessante notar que os sujeitos valorizam a formação profissional e buscam corresponder às exigências do mercado atual.

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e posturas, opções pessoais, relacionamentos, interação com outros e 3. Formação – esse eixo aborda as questões de aprofundamento e estudos, o que é adquirido com trabalho e esforço.

Na questão sobre o que se entende por inovação, identificou-se, no primeiro momento, 53 categorias. Com a participação dos juízes, as categorias que foram se inter-relacionando e se inter-ligando com aproximações de conceitos, foram agrupadas. Em um segundo momento, permaneceram 12 categorias, e repetindo o processo anterior de análise, foi possível classificar e distribuir essas categorias em 4 grupos, de acordo com os eixos temáticos.

Tabela 1 – Percentagem do que se entende por inovação

eixos Ens. Fund (%) Ens. Médio (%) Profissional (%) Gestores (%) Total (%) Prát. Ped. 1 3,84 6 24 4 21,05 6 13,63 17 14,9 Postura 19 73,07 17 68 15 78,94 27 61,36 78 68,4 Formação 6 23,07 2 8 0 0 11 25 19 16,6

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Tabela 2- Percentagem do que se entende por inovação na educação

eixos Ens. Fund (%) Ens. Médio (%) Profissional (%) Gestores (%) Total (%) Prát. Ped. 7 38,88 8 42,1 7 63,63 20 48,78 42 47,1 Postura 6 33,33 9 47,36 3 27,27 9 21,95 27 30,3 Formação 5 27,77 2 10,52 1 9,09 12 29,26 20 22,4

Quanto à questão sobre o que se entende por inovação na educação, foram identificados quatro grupos de categorias: o primeiro grupo, que são os professores de Ensino Fundamental, refere-se à mudança de postura do educador, transformação do papel do professor em sala de aula e opções de valores da vida. O segundo grupo, professores de Ensino Médio, diz respeito à capacidade de fazer com que o aluno construa seu próprio conhecimento, novos estímulos para o desenvolvimento do aluno, e novidades a serem aplicadas aos alunos. Por sua vez, o terceiro grupo, que são professores do Profissionalizante, diz respeito a uma melhor formação, aperfeiçoamento, estudo e formação continuada e o grupo quatro que é composto por gestores educacionais, refere-se à revisão de paradigmas, a busca de novas maneiras de ensinar, por novas metodologias na prática docente. Percebe-se que o segundo e o quarto grupo das categorias se referem à Prática Pedagógica, enquanto o primeiro grupo faz referência à Postura e o terceiro grupo se insere no eixo Formação.

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Tabela 3 – Percentagem do que se entende por criatividade

eixos Ens. Fund. (%) Ens. Médio (%) Profissional (%) Gestores (%) Total (%) Prát. Peda 5 35,71 11 37,93 7 50 12 37,5 35 39,32 Postura 9 64,28 18 62,06 6 42,85 19 59,37 52 58,42 Formação 0 0 0 0 1 7,14 1 3,12 2 2,24

Em relação ao que se entende por criatividade identificou-se cinco categorias nessa questão: o primeiro grupo cita a capacidade de contornar situações de modo diversificado e solucionar problemas; o segundo grupo refere-se à criação de algo novo nunca pensado antes, capacidade de produzir idéias que tragam inovação, criar novas possibilidades e alternativas; o terceiro grupo diz respeito à capacidade de expressar a forma de ver o mundo, ter nova postura, explorar o carisma pessoal, estimular talentos; o quarto grupo refere-se à transposição da teoria à prática, técnicas diferentes de transmitir conteúdo e buscar estratégias de inovação para transformar o processo de ensino-aprendizagem e o quinto grupo faz referência à busca de aperfeiçoamento e desenvolvimento das potencialidades de acordo com orientação. Os grupos 1 e 4 se referem à Prática Pedagógica, os grupos 2 e 3 dizem respeito à Postura e o grupo 5 se identifica com o eixo Formação.

Quanto à criatividade, 58,42% das respostas dos sujeitos no geral fizeram referência à postura, sendo evidenciada também pelos sujeitos do Ensino Fundamental, do Ensino Médio e os gestores, enquanto os do Profissionalizante salientaram a prática pedagógica, como se pode notar na tabela 3.

Tabela 4 – Percentagem do que se entende por criatividade na educação

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Ao pesquisar o que se entende por criatividade na educação foi possível identificar quatro grupos de categorias em relação a essa questão: o primeiro grupo diz que é o motor da prática pedagógica, nova maneira de transmitir conhecimento, criar e aplicar novas metodologias de ensino. Já o segundo grupo refere-se a ter uma postura que permita aprendizagem, atitudes capazes de explorar carismas pessoais, aquisição de verdades e valores. Por sua vez o terceiro grupo afirma que é gerar crescimento, estimular reflexões e questionamentos e o quarto grupo faz referência ao estudo e ao aperfeiçoamento. O grupo 1 das categorias se insere no eixo Prática Pedagógica, os grupos 2 e 3 se inserem no eixo Postura e o grupo 4 diz respeito ao eixo Formação. Em relação à criatividade na educação, 64,4% relacionaram à prática pedagógica, evidenciada por todos os níveis, como se pode perceber na tabela 4.

Tabela 5 - Percentagem dos que se considera um profissional Inovador

Ens. Fund. (%) Ens. Médio (%) Profis. (%) Gestores (%) Total (%)

Não 0 0 0 0 1 8,33 1 5,88 2 3,6

Sim 9 90 13 81,25 10 83,3 15 88,23 47 85,4 Às vezes 1 10 3 18,75 1 8,33 1 5,88 6 10,9

Com relação ao profissional se considerar inovador, constatou-se que todos acreditam ser inovadores e justificam a resposta em três grupos de categorias: o primeiro grupo refere-se à capacidade de buscar novas maneiras de trabalhar, tentando inovar e criar novas técnicas em sala de aula e ter práticas que visam quebrar paradigmas; o segundo grupo diz respeito ao desenvolvimento da a auto-estima nos alunos, capacidade de preocupar-se com o que vai além dos conteúdos, trabalhando ética, cidadania e respeito e o terceiro grupo refere-se à participação de atualizações para usar nas aulas, ler e buscar novas idéias, mantendo a atualização na área fazendo cursos, palestras; reciclando os conhecimentos. O primeiro grupo se insere no eixo da Prática Pedagógica, o segundo grupo se insere no eixo da Postura e o terceiro grupo se insere no eixo Formação.

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responderam que não se consideram inovadores, 10,9%, às vezes; sendo que dos 55 sujeitos da pesquisa, 2 não se consideram inovadores e 6 se consideram inovadores às vezes; 47 se consideram inovadores, como apresenta a tabela 5.

Tabela 6 – Percentagem dos que se consideram um profissional Inovador -

Justificativa

eixos Ens. Fund (%) Ens. Médio (%) Profissional (%) Gestores (%) Total (%) Prát. Ped. 6 26,06 3 16,66 1 6,25 3 13,63 13 16,4 Postura 9 39,13 5 27,77 11 68,75 15 68,18 40 50,6 Formação 8 34,78 10 55,55 4 25 4 18,18 26 32,9

Na tabela 6, é possível notar que entre os profissionais que se consideram inovadores, 50,6% apontam como uma questão de postura, de decisão, de opções; 32,9% se referem à formação, ou seja, aprenderam a ser inovadores através dos estudos e aprofundamentos e 16,4% evidenciam a prática pedagógica como oportunidade de serem inovadores. Pode-se perceber que da mesma forma que os eixos estão interligados e se relacionam entre si, as definições dos profissionais da educação entre inovação e criatividade se misturam e se relacionam entre si, porém não há clareza nas definições e conceitos.

CONCLUSÕES

Neste estudo foi possível verificar que os profissionais da educação buscam contextualizar suas práticas e ter clareza de seu trabalho e objetivos. Porém, a respeito das definições de inovação e criatividade na educação, há uma mistura de reflexões, apontamentos e conceitos que dificultam um aprofundamento dos objetivos. Embora esses profissionais se considerem inovadores, há dificuldade em proporcionar um ambiente educacional propício à criatividade e inovação, pelo desconhecimento das definições e conceitos do que vem a ser criativo e inovador.

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(2002), o perfil do profissional criativo se resume no equilíbrio de três habilidades: habilidades práticas - transpor da teoria para a prática; habilidades

sintéticas - gerar idéias interessantes, facilidade de fazer conexões entre as coisas, habilidades analíticas - capacidade de pensamento crítico, analisa e avalia idéias.

Para Ricarte (2001), um profissional inovador possui as seguintes características:

flexibilidade - capacidade de adaptar-se às situações novas tirando vantagens dos

imprevistos; atitude - capacidade de criar espaços para novas idéias, esforço e decisão; conhecimento - capacidade reflexiva, saber, ter critérios, investigar, explorar.

Relacionamos os perfis do profissional criativo e inovador com os eixos temáticos que foram construídos a partir das respostas dos participantes da pesquisa e foi possível perceber que os eixos estão inter-ligados com as características dos perfis: as habilidades práticas e a flexibilidade se relacionam com o eixo prática pedagógica;as habilidades sintéticas e a atitude se relacionam com o eixo Postura e as habilidades analíticas e o conhecimento se relacionam com o eixo formação.

Assim, à luz das respostas dos profissionais da educação e das inter-relações feitas com a descrição dos perfis, pode-se afirmar que, quando há espaço para a inovação no ambiente educacional, conseqüentemente há criatividade. A prática da criatividade e inovação é uma questão de postura e de decisão. Referem-se também à prática pedagógica que se manifesta em espaço concreto no cotidiano escolar, propiciando oportunidades para acontecer a aprendizagem e se complementa na formação, na busca de crescimento pessoal, de análise e de investigação.

Segundo Martinez, (2005) a necessidade da criatividade na escola é reconhecida cada vez mais, assim como a aplicação de estratégias e ações para o seu desenvolvimento. Entretanto, apesar do interesse e da produção científica ter crescido, a inovação e a criatividade não são valorizadas de forma real na maioria das instituições educativas, expressando, assim, um discurso acertado de valorização desses temas, porém, na realidade não há espaço para expressões significativas, que correspondam a esse discurso.

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Por outro lado, pode-se cair na simplificação demasiada dos conceitos, sem a valorização devida do que significam a inovação e a criatividade no âmbito educacional. Há autores, como Boden (1999), que têm a idéia de que a definição da criatividade é impossível, pelo fato de não poder classificar ou considerar uma idéia mais criativa que outra. Dessa maneira, o autor sugere que se explore a criatividade através de espaços conceituais. Levando em consideração esse enfoque, percebe-se a dificuldade que se apresenta diante da necessidade de clareza na definição desse fenômeno e da busca de maneiras de estimulá-lo nas pessoas, especialmente no ambiente educacional. Se reconhece então a necessidade de professores inovadores e criativos para que estes desenvolvam também a criatividade e inovação em seus alunos. Por isso, investir na formação dos professores para que sejam capazes de desenvolver essas potencialidades em seus alunos através de objetivos e estratégias, é algo que deve ser buscado e valorizado em nosso sistema educacional: formar para a inovação e criatividade.

Por fim, devemos reforçar que a criatividade e a inovação são possíveis de serem atingidas e que ambas não são privilégios de alguns indivíduos específicos. Por isso, de acordo com Csikszentmihalyi (1999), é possível haver um grande desenvolvimento do potencial criativo de cada pessoa, permitindo a identificação do interesse de cada uma e conseqüentemente, o encorajamento ao seu desenvolvimento em áreas específicas. Sendo assim, uma escola, em que apenas se reproduz informações pode se transformar em um ambiente que favoreça e estimule a inovação e a criatividade em seus alunos, futuros profissionais e lideranças significativas.

REFERÊNCIAS

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