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(1)UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO FACULDADE DE COMUNICAÇÃO Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social FABIO ROMANCINI PALAMEDI. COMUNICAÇÃO E USABILIDADE: ESTUDOS SOBRE AS INTERFACES COMPUTACIONAIS. São Bernardo do Campo-SP, 2012.

(2) UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO FACULDADE DE COMUNICAÇÃO Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social FABIO ROMANCINI PALAMEDI. COMUNICAÇÃO E USABILIDADE: ESTUDOS SOBRE AS INTERFACES COMPUTACIONAIS. Dissertação apresentada em cumprimento parcial às exigências do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social, da Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), para obtenção do grau de Mestre . Orientador: Prof. Dr. Sebastião de Carlos Moraes Squirra.. São Bernardo do Campo-SP, 2012.

(3) FOLHA DE APROVAÇÃO. A dissertação de mestrado “Comunicação e Usabilidade: Estudos sobre as Interfaces Computacionais”, elaborada por Fabio Romancini Palamedi foi defendida e aprovada em 26. de Março de 2012, perante banca examinadora composta por Prof. Dr. Sebastião Carlos de Moraes. Squirra. (Presidente/UMESP),. Prof.. Dr.. Walter. Teixeira. Lima. (Titular/UMESP), Prof.a. Dr.a. Amyris Fernandez (Titular/FGV).. __________________________________________ Prof. Dr. SEBASTIÃO CARLOS DE MORAES SQUIRRA Orientador/a e Presidente da Banca Examinadora. __________________________________________ Prof. Dr. LAAN MENDES DE BARROS Coordenador do Programa de Pós-Graduação. Área de concentração: Processos Comunicacionais Linha de pesquisa: Processos da Comunicação Cientifica e Tecnológica Projeto temático: Comunicação e Usabilidade: Estudos sobre as Interfaces Computacionais. Junior.

(4) A minha mãe, irmãs, esposa e filho que, com paciência e dedicação, me apoiaram, me suportaram, encorajarando-me desde o princípio..

(5) "A ciência humana de maneira nenhuma nega a existência de Deus. Quando considero quantas e quão maravilhosas coisas o homem compreende, pesquisa e consegue realizar, então reconheço claramente que o espírito humano é obra de Deus, e a mais notável." Galileu Galilei.

(6) AGRADECIMENTOS. Agradeço a Deus por ter me sustentado em suas mãos durante todo o meu trajeto. Agradeço a Deus o amparo no momento de dificuldade e pelos oásis que preparou para mim em meio aos desertos que cruzei. A Ele toda honra glória e louvor. Agradeço a minha mãe, que mesmo sem poder se sacrificou para criar sozinha dois filhos. Sozinha nos mostrou modelos a serem seguidos, dos caminhos corretos a serem escolhidos, e das lutas a serem travadas. Aprendi com minha mãe que a única coisa que pode superar o tamanho de uma batalha, é a vontade de vencê-la. Amo você, mãe, mais do que pareço demostrar. Agradeço a minha irmã Luciana, que assim como minha mãe, me apoiou em todos os momentos, mesmo quando precisava abrir mão de seus próprios sonhos para correr em meu resgate. Jamais vou me esquecer dos sacrifícios que sei que você fez para que eu pudesse chegar onde cheguei. A Iara pelo seu tempo e dedicação na difícil tarefa de cuidar de uma criança. A Suelen, minha querida esposa, que me apoiou, suportou e criou o ambiente seguro para que eu me focasse nos meus estudos. Você me mostrou que eu posso ter alguém em quem confiar e me apoiar, independente do tipo de campo de batalha, ou da luta que iremos encarar. Sei que se for vitorioso ou se for derrotado, você vai estar ao meu lado. Agradeço ao meu filho, Lucas Gabriel Palamedi, meu orgulho e meu bem mais precioso. Ele é a força por trás da minha força, e seu sorriso é o segredo por trás da minha vontade. Mesmo sendo tão jovem, se esforçou em compreender a minha ausência durante esses anos de estudo. Que minha jornada, possa inspirá-lo em sua vida e que você possa, assim como o seu pai, almejar lugares altos. Agradeço aos meus sogros a compreensão e a paciência de não poder vê-los com mais frequência. Agradeço aos amigos que em todo o momento estiveram ao meu lado e que se mostraram ser aquelas pessoas que desejamos ter ao nosso lado por toda a vida. Marcos e Lilian Salomão, Marcio Oliverio, Marcos Velasquez, Katia Bizan, Alexandre Furukawa entre outros amigos queridos. Obrigado a Alexia pela ajuda com a revisão deste trabalho. Agradeço ao professor Sebastião Squirra a confiança e o apoio incondicional, bem como a paciência não somente pelas crises enfrentadas no mestrado, mas por me orientar a ser uma pessoa mais focada em minhas iniciativas. Agradeço principalmente por insistir em me orientar, mesmo quando foi difícil compreender tudo o que eu deveria compreender..

(7) Agradeço a professor Amyris Fernandez, que com muita paciência orientou-me como pessoa e profissional. Acreditou não na minha capacidade de fazer algo, mas na minha força de vontade e dedicação de poder fazer algo. Ajudou-me, deu-me suporte e incentivou-me a desejar ser um cientista e mostrou-me que as lutas existem para serem vencidas. Agradeço a todos os professores do Póscom da Metodista o conhecimento e as orientações transmitidas, substancialmente essenciais para meu desenvolvimento acadêmico. Agradeço aos funcionários do Póscom a assistência e a paciência nos processos burocráticos do mestrado. Em especial a Kátia e Lucineide, a atenção e o carinho refletido no sorriso no rosto todas as vezes que me atenderam. Agradeço a Capes a bolsa de estudos que, durante um ano e meio possibilitou iniciar meus estudos na pesquisa acadêmica, e ao CNPQ que tornou essa jornada do mestrado em Comunicação ainda mais rica e proveitosa. Gosto de pensar nesta etapa da minha vida como a jornada do heroi de Campbell. Ele mostra que todos nós possuímos nossas jornadas. E, que por mais que possa parecer solitária, o heroi nunca está totalmente sozinho. São as pessoas que durante o caminhar, tornam possível que um simples humano, possa se tornar um heroi. Sem a ajuda de vocês, não passaria da primeira prova. Muito obrigado!.

(8) LISTA DE TABELAS Tabela 1- Modelos e atributos de usabilidade de vários autores ........................................................... 69 Tabela 2 - Guidelines de Heurísticas de Usabilidade .......................................................................... 107 Tabela 3 - Demonstração dos resultados da pesquisa de Nielsen e Molich ........................................ 112.

(9) LISTA DE ILUSTRAÇÔES Figura 1 - Operário interpretado por Chaplin confuso ao olhar o interior de uma máquina ................. 26 Figura 2 - Operário manipulando maquinário por uma alavanca .......................................................... 26 Figura 3 - Cartão de Perfurar de Hollerith ............................................................................................ 30 Figura 4 - Torno mecânico horizontal universal ................................................................................... 31 Figura 5 - Terminal do Torno CNC ...................................................................................................... 32 Figura 6 - Interface de linha de comando .............................................................................................. 42 Figura 7 - Sistema operacional Macintosh da Apple. ........................................................................... 44 Figura 8 - Tela do sistema Smalltalk ..................................................................................................... 46 Figura 9 - Interface Estilo janelas do sistema operacional Lisa ............................................................ 48 Figura 10 - Interface do usuário do sistema Arthur da Acorn ............................................................... 48 Figura 11 - Interface gráfica do NeXTSTEP da Apple ......................................................................... 49 Figura 12 - Interface gráfica do NeXTSTEP da Apple ......................................................................... 50 Figura 13 - Interface gráfica Windows 95 ............................................................................................ 50 Figura 14 - Interface gráfica do sistema BeOS da IBM ........................................................................ 51 Figura 15 - Interface gráfica do Mac OS X ........................................................................................... 52 Figura 16 - Linha do tempo comparativa IHC e Usabilidade ............................................................... 57 Figura 17 - Intersecção das disciplinas relacionadas a Interação Humano-Computador, Engenharia de Software e Engenharia de Fatores Humanos ......................................................................................... 65 Figura 18 - Atributos de Usabilidade de Nielsen .................................................................................. 66 Figura 19 - Tela de sistema baseado em clique único ........................................................................... 79 Figura 20 - Imagem do antigo internet banking do Banco do Brasil .................................................... 80 Figura 21 - Tela de instruções para aproveitar ofertas no site da Lerin Merloy ................................... 81 Figura 22 - Tela de desistência de cadastro de e-mail da Abril............................................................. 83 Figura 23 - Tela contendo mensagem de erro com opções para retorno ou recuperação do erro. ........ 84 Figura 24 - Tela que informa o erro do sistema sem opções de saída para o usuário. .......................... 84 Figura 25 - Tela de erro fatal do Windows 95 ...................................................................................... 85 Figura 26 - Formulário com mensagens de ajuda para prevenção de erros. ......................................... 86 Figura 27 - Tela exibindo resultados de uma sessão de eye-tracking ................................................... 97 Figura 28 - Participante em um teste de eye-tracking ........................................................................... 98 Figura 29 - Reflexo da córnea e pupila brilhante observada a partir de uma câmera infravermelha .... 99 Figura 30 - Planta baixa esquemática do laboratório de usabilidade ilustrado por Lovie A. Melkus . 102 Figura 31 - Laboratório de usabilidade do ponto de vista do observador ........................................... 103 Figura 32 - Infográfico com percentual da composição intelectual dos autores que contribuíram para a IHC ...................................................................................................................................................... 119 Figura 33 - Infográfico da composição intelectual dos autores que contribuíram para a formação inicial da Usabilidade ..................................................................................................................................... 120.

(10) SUMÁRIO. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 15 CAPÍTULO I – O USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS ................................................................... 19 1.1.. Bibliografia utilizada neste trabalho.......................................................................................... 19. 1.2.. Contextualizando o uso da tecnologia pelo homem .................................................................. 22. CAPÍTULO II – INTERAÇÃO HUMANO-COMPUTADOR ............................................................ 36 2.1. Interfaces gráfica do usuário como plataformas dialógicas .................................................. 39. 2.2.. Evolução das Interfaces – Das Instruções ao Intuitivismo ........................................................ 43. 2.3.. A crise do software.................................................................................................................... 52. 2.4.. A Engenharia de Fatores Humanos ........................................................................................... 55. 2.5.. Interação Humano-Computador e Usabilidade ......................................................................... 56. CAPÍTULO III – USABILIDADE ....................................................................................................... 68 3.1.. Definição da Usabilidade .......................................................................................................... 68. 3.2.. Usabilidade como ciência.......................................................................................................... 70. 3.3.. Usabilidade como norma técnica .............................................................................................. 74. 3.3.1.. Diálogo simples e natural ...................................................................................................... 78. 2.3.2.. Linguagem do usuário-alvo ................................................................................................... 80. 3.3.3.. Uso mínimo de esforço de memória do usuário .................................................................... 81. 2.3.4.. Diálogo consistente ............................................................................................................... 82. 3.3.5.. Forneça respostas .................................................................................................................. 82. 3.3.6.. Ofereça marcas claras e objetivas de saídas .......................................................................... 82. 3.3.7.. Ofereça atalhos ...................................................................................................................... 84. 3.3.8.. Forneça mensagens de erros relevantes................................................................................. 85. 3.3.9.. Prevenção de erros ................................................................................................................ 86. CAPÍTULO IV – MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO DE USABILIDADE ....................................... 88 4.1.. Teste Empírico de Usabilidade ................................................................................................. 90. 4.2.. Teste de Usabilidade utilizando método Think-Aloud .............................................................. 93. 4.3.. Teste de Usabilidade com participação múltipla ....................................................................... 94. 4.4.. Teste de Usabilidade remoto ..................................................................................................... 95. 4.5.. Teste de Usabilidade com Eye-Tracking ................................................................................... 96. 4.6.. Laboratório de Usabilidade ..................................................................................................... 100. 4.7.. Questões éticas do Teste de Usabilidade ................................................................................. 103. 4.8.. Tamanho da amostra do teste de Usabilidade ......................................................................... 105. 4.9.. Análises e Métodos de Inspeção de Usabilidade..................................................................... 107.

(11) 4.9.1.. Análise Heurística ............................................................................................................... 111. CAPITULO V – USABILIDADE E COMUNICAÇÃO .................................................................... 114 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................................. 119 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 122.

(12) FABIO ROMANCINI PALAMEDI COMUNICAÇÃO E USABILIDADE: ESTUDOS SOBRE AS INTERFACES COMPUTACIONAIS RESUMO A pesquisa busca identificar as questões relacionadas aos estudos de Comunicação na Usabilidade de interfaces. O estudo é desenvolvido com revisão bibliográfica da Interação Humano-Computador e da Usabilidade. As revisões da interação humano-computador se dá considerando três principais eixos: Engenharia de software, Engenharia de Fatores Humanos e Design gráfico. Neste sentido, faz-se um recorte na importância das investigações e das propriedades comunicacionais que viriam a surgir nas relações suportadas pela interface de sistemas e das qualidades e características que determinam a usabilidade de interfaces. Observa-se que, apesar das características e propriedades comunicacionais serem intrínsecas as tecnologias digitais da informação, o envolvimento da Comunicação nestes processos de investigação ou construção de tecnologias interativas são superficiais e oferecem certo distanciamento dos aspectos tecnológicos. Denota-se, portanto, que as contribuições sobre aspectos da interação entre homem e máquina suportadas por interfaces comunicacionais são estritamente técnicas e oriundas de outros campos do conhecimento, apesar da existência da Teoria Mátemática da Comunicação e da sua origem em meios técnicos de comunicação como o telégráfo. Verifica-se assim a possibilidade de um maior envolvimento da Comunicação não apenas nas investigações relacionadas à usabilidade de sistemas interativos, como também na contribuição dos seus processos de desenvolvimento de sistemas baseados em diálogos. PALAVRAS-CHAVE: IHC; Usabilidade; Comunicação; Interface; Interação.

(13) FABIO ROMANCINI PALAMEDI COMUNICACIÓN Y USABILIDAD: ESTUDIOS SOBRE EL INTERFACES INFORMÁTICOS RESUMEN La investigación busca identificar las cuestiones relacionadas con los estudios de comunicación en el uso de las interfaces. El estudio se desarrolla con una revisión de la literatura de la Interacción Persona-Computador y Usabilidad. La revisión de la interacción humano-computadora se da teniendo en cuenta tres grandes áreas: Ingeniería de Software, Ingeniería de Factores Humanos y Diseño Gráfico. En este sentido, se trata de un corte en la importancia de la investigación y la comunicación de las propiedades que surgen en las relaciones de apoyo de los sistemas de interfaz y las cualidades y características que determinan el uso de las interfaces. Se observa que, a pesar de las características y propiedades son intrínsecas de comunicación las tecnologías digitales de información, la participación en estos procesos de investigación de la comunicación y la construcción de las tecnologías interactivas son superficiales y ofrecer una cierta distancia de los aspectos tecnológicos. Ha habido, por tanto, que las contribuciones en los aspectos de la interacción entre las interfaces de comunicación del hombre y la máquina con el apoyo de las técnicas y son estrictamente de otros campos del conocimiento, a pesar de la existencia de la teoría matemática de la comunicación y su origen como un medio de comunicación el telégrafo. Por tanto, es la posibilidad de una mayor participación de la comunicación no sólo en las investigaciones relacionadas con la usabilidad de los sistemas interactivos, así como la contribución de sus procesos de desarrollo de sistemas basados en el diálogo. PALAVBAS CLAVE: IHC; Usabilidad; Comunicación; Interface; Interacción.

(14) FABIO ROMANCINI PALAMEDI COMMUNICATION AND USABILITY: STUDIES ON THE COMPUTER INTERFACES ABSTRACT The research seeks to identify issues related to communication studies in the usability of interfaces. The study is developed with a literature review of Human-Computer Interaction and Usability. The review of human-computer interaction is given by considering three main areas: Software Engineering, Human Factors Engineering and Graphic Design. In this sense, it is a cut on the importance of research and communication of the properties that would arise in the relationships supported by the interface systems and qualities and characteristics that determine the usability of interfaces. It is observed that, although the characteristics and properties are intrinsic to communication digital technologies of information, involvement in these processes of communication research and construction of interactive technologies are superficial and offer a certain distance from the technological aspects. There has been, therefore, that the contributions on aspects of the interaction between man and machine communication interfaces supported by techniques and are strictly from other fields of knowledge, despite the existence of the mathematical theory of communication and its origin as a means of communication the telegraph. It is thus the possibility of greater involvement of communication not only in investigations related to the usability of interactive systems, as well as the contribution of their development processes of systems based on dialogues. KEYWORDS: HCI; Usability; Comunication; Interface; Interaction.

(15) 15. INTRODUÇÃO. As tecnologias de comunicação estão presentes em todas as camadas da sociedade contemporânea. Dos dispositivos e objetos digitais mais simples como mp3 players1 até sistemas altamente complexos como controle de trafego de cidades. Estas tecnologias são projetadas para o trabalho, entretenimento, cultura, infraestrutura e se espalham pela sociedade de forma a se tornarem comuns nos mais diversos tipos de ambiente. São dispositivos e equipamentos que possuem termos como smarts, connected e intelligent com a finalidade de indicarem as possibilidades de conectividade ou automatização suportadas. Ao dirigir pelas ruas de São Paulo não é difícil imaginar que existe um sistema computadorizado que analisa e controla o fluxo de veículos a partir de uma central de monitoração que identifica ocorrências em vias2, disparando alertas para que sejam tomadas decisões, como enviar um guincho para um caminhão que acaba de sofrer uma pane em uma avenida de trafego elevado. Essas possibilidade de aplicação de tecnologia estão presentes também em Smartphones3, Tablets4 e Smart Tvs5 de uso pessoal ou coletivo e pelas suas combinações de configurações e da aplicação da informação suportada por estas tecnologias da comunicação ampliam as possibilidades de interações (SQUIRRA, 2005, p. 257). Essas novas. 1. Um MP3 player é um aparelho eletrônico capaz de armazenar e reproduzir arquivos de áudio do tipo mp3. Apesar de aparelhos de médio porte poderem entrar no conceito de "mp3 player", é comum utilizar o termo para aparelhos compactos e portáteis. Muitas vezes um mp3 player funciona também como um dispositivo móvel de armazenamento de dados e geralmente são facilmente conectados a um computador por uma porta USB. 2 A Companhia de Engenharia de Trafego de São Paulo (CETSP) dispõe do monitoramento das vias e ruas da cidade de São Paulo, e disponibiliza essas informações a partir do site. Disponível em: <http://cetsp1.cetsp.com.br/monitransmapa/painel/> 3 Smartphone (telefone inteligente, numa tradução livre do inglês) é um telefone celular com funcionalidades avançadas que podem ser estendidas por meio de programas executados por seu sistema operacional. 4 Um tablet também conhecido como tablet PC, ou ainda em português, tablete, é um dispositivo pessoal em formato de prancheta que pode ser usado para acesso à internet, organização pessoal, visualização de fotos, vídeos, leitura de livros, jornais e revistas e para entretenimento com jogos. Apresenta uma tela touchscreen que é a interface de entrada principal. A ponta dos dedos ou uma caneta aciona suas funcionalidades. 5 Smart TV é também conhecida como TV conectada, é um tipo de apelido usado para descrever a integração da Internet e as características da Web 2.0 com televisores e set-top boxes, assim como a convergência entre computadores com estes televisores e set-up boxes..

(16) 16. características dos dispositivos – de se conectar a diversos tipos de redes – e da automação de processos é possível graças ao uso do software6. O software se espalha pela sociedade navegando nas novas tecnologias à disposição do homem. Estão presentes não somente nos centros de controle de sistema de trafego, mas também nos veículos. Sistemas auxiliares independentes que se conectam a esse controle de tráfego informam condições de estradas, trânsito e auxiliam motoristas indicando tempo total do trajeto e rotas alternativas evitando trajetos que tenham lentidão, ou mesmo notificando sobre acidentes. Quando conectados às redes tecno-sociais7 é possível ainda visualizar a localização de cada motorista deste grupo no mapa e em tempo real. Do aparelho celular que pode ser conectado ao novo display 3D de tela ultrafina, servindo de controle de mídia center8, à geladeira que pode efetuar compras de maneira automática no supermercado favorito para reposição de itens são configurados e gerenciados pelo software. O software é a camada da tecnologia que permite que máquinas executem tarefas programadas por seus usuários. No entanto, a linguagem do computador diferente da linguagem humana é baseada em comandos numéricos e instruções técnicas – normalmente de domínio exclusivo de engenheiros do produto – que são incompreensíveis a usuários comuns. O software como camada de customização de um dispositivo ou equipamento oferece uma gama de possibilidades, comportamentos, conexões e atribuições que o usuário final pode personalizar para seu uso. Para que o usuário final – que não possui conhecimentos técnicos específicos – seja capaz de programar estes equipamentos, ele faz uso de uma interface9 gráfica visual. Portanto, compreende-se que a interação do homem com os estes dispositivos digitais é baseada em diálogos que são suportados por interfaces digitais.. 6. Software ou suporte lógico é uma sequência de instruções a serem seguidas e/ou executadas, na manipulação, redirecionamento ou modificação de um dado/informação ou acontecimento. Software também é o nome dado ao comportamento exibido por essa sequência de instruções quando executada em um computador ou máquina semelhante 7 Entende-se por redes tecno-sociais, as redes de relacionamentos que são estendidas por tecnologia de comunicação digital. É o caso do Facebook, Orkut e Google Plus. 8 Um mídia-center é um repositório de arquivos que podem ser reproduzidos a partir do armazenamento local. É o caso de displays que gravam programas televisivos ou mesmo dispositivos remotos que através de uma rede doméstica permitem a reprodução de vídeos, musicas e fotos. 9 A palavra interface possui muitas definições. O dicionário define interface como o conjunto de meios planejadamente dispostos (sejam eles físicos ou lógicos) com vista a fazer a adaptação entre dois sistemas para se obter um certo fim cujo resultado possui partes comuns aos dois sistemas, ou seja, o objeto final possui características dos dois sistemas..

(17) 17. Essas interfaces digitais procuram sensibilizar as partes envolvidas na interação. Graças a essas interfaces digitais é possível que usuários comuns sejam aptos a utilizar sistemas complexos e sofisticados sem o domínio de linguagens de programação ou conhecimentos técnicos de informática. Quando essas interfaces são mal projetadas ou mesmo projetadas sem considerar o usuário do sistema, o sistema como um todo é percebido como difícil de aprender a operar. Quando as dificuldades em operar um dispositivo ou sistema são severos, o uso de um determinado produto pode ser comprometida ou até mesmo impossibilitada. Já quando um sistema oferece facilidade de uso, é eficiente em seu uso e eficaz na comunicação entre o usuário e o sistema, afirma-se que o produto oferece uma boa usabilidade. A Usabilidade pode ser percebida como uma qualidade presente em produtos que permitam que usuários sejam capazes de manusear equipamentos ou interagir com sistemas com facilidade e simplicidade de forma a atingir seus objetivos de uso e expectativas. O termo usabilidade surge na ciência cognitiva no inicio de 1980 sendo observada em um primeiro momento como característico de uso de sistemas computacionais. À medida que as contribuições cientificas ao estudo passam a ganhar importância, a usabilidade passa a fazer parte dos estudos de psicologia e ergonomia. Sendo assim, este trabalho procura investigar a partir da pesquisa bibliográfica, observar as definições e aplicações da Usabilidade de Interfaces Computacionais e as relações comunicacionais que convergem nos estudos do diálogo entre o homem e os dispositivos digitais. Para tanto, procura-se compreender como se constituiu o campo, sua história e seus métodos de investigação aplicados em interfaces gráficas10. A partir da definição e da fundamentação dos conceitos de usabilidade, procura-se compreender a usabilidade e as relações de suas aplicações com um olhar da Comunicação. A investigação das origens da usabilidade irá se basear em três eixos que serão abordados no capítulo II: a crise do software, a interface gráfica do usuário e a Engenharia de Fatores Humanos11. A convergência dos estudos e empenhos científicos e industriais nestes campos. 10. Uma interface não precisa ser necessariamente gráfica. Esse é o caso de Interfaces de linhas de comando. Apesar de apresentar um alto nível de complexidade de uso, o principio de interface é valida para estes casos de forma semelhante as interfaces gráficas. 11 A Ergonomia, ou Fatores Humanos ou Fatores Humanos e Ergonomia, expressões pelas quais é conhecida nos Estados Unidos, é a disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema, e também é a profissão que aplica teoria, princípios, dados e métodos para projetar a fim de otimizar o bem-estar humano e o desempenho geral de um sistema..

(18) 18. configurou o ambiente propicio para que a usabilidade encontrasse espaço no estudo da Interação Humano-Computador com um recorte no diálogo do homem com as máquinas a partir de interfaces digitais. Após a fundamentação sobre os conceitos da Usabilidade, o trabalho dedica-se a observar os métodos de investigação abordados nos estudos investigativos e suas aplicações no em produtos digitais. Após apresentar as metodologias de usabilidade são apresentadas as considerações finais sobre a importância dos estudos de usabilidade sob um olhar da comunicação.. Os ergonomistas contribuem para o projeto e avaliação de tarefas, trabalhos, produtos, ambientes e sistemas, a fim de torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas..

(19) 19. CAPÍTULO I – O USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS 1.1. Bibliografia utilizada neste trabalho Após uma extensa pesquisa por autores da Comunicação sobre o tema deste trabalho, constatou-se um nível relativamente baixo de produção cientifica relacionada ao objetivo desta pesquisa. Dos poucos autores que foram utilizados neste trabalho, não existe uma relação direta com a usabilidade de interfaces digitais, e sim, uma aproximação periférica do tema. Esse é o caso de John B. Thompson, que em sua obra A mídia e a Modernidade aborda as características interativas apresentadas nas mídias e suas características dialógicas inerentes às tecnologias de comunicação. Feito essa introdução o autor parte em uma linha de raciocino diferente, procurando abordar a comunicação através das novas mídias e as relações sociais decorrentes do uso da tecnologia pelo homem. Armand Matterlart, por sua vez, ao descrever a história das teorias da Comunicação, reconhece a importância da relação do homem e a tecnologia no desenvolvimento dos estudos da Comunicação, mas o recorte que ele faz não é a característica comunicacional inerente às tecnologias. Marshall Mcluhan tem uma visão dos meios de comunicação como extensões do homem e sua abordagem sobre a relação do homem com as tecnologias oferece um plano de fundo que serve para contextualizar e ressaltar a importância desse estudo, uma vez que o homem se relaciona com as tecnologias digitais por interações de caráter dialógico. Essa também é a visão de Rose Marie Muraro e Alvin Tofler que compreendem que a comunicação faz parte não somente da tecnologia, como dos processos que se dão com, e através dela. Manuel Castells, assim como Marshal Mcluhan, reconhece a importância da tecnologia, mas suas indagações residem nos fatores sociais que derivam do uso da tecnologia. Em razão da pesquisa bibliográfica por autores da Comunicação relacionados ao tema deste trabalho não terem sido férteis, optou-se por utilizar a bibliografia básica do tema provenientes da Engenharia de Software, da Interação Humano-Computador e da Usabilidade, uma vez que esses campos de estudos possuem pouco mais de 50 anos. Com exceção de Cybis, Rocha e Baranauskas, a bibliografia é composta por autores internacionais que contribuíram diretamente para a fundamentação teórica e metodológica, além da prática da Interação Humano-Computador, e da Usabilidade..

(20) 20. Walter Cibys é Doutor em Engenharia de Produção aplicada à Ergonomia de Software. Criador do LabIUtil/UFSC12, desenvolveu atividades de ensino e pesquisa no INRIA13 – França, na École Polytechnique de Montreal, e na Universidade Federal de Santa Catarina. É co-autor do livro Ergonomia e Usabilidade. Heloisa Vieira da Rocha14 é professora associada do Instituto de Computação e Pesquisadora do Núcleo de Informática Aplicada à Educação na UNICAMP. E Maria Cecília Calani Baranauskas15. —. professora titular no Instituto de Computação (IC) e Coordenadora. do Núcleo de Informática Aplicada à Educação (NIED), UNICAMP, Brasil. —. bacharel e. mestre em Ciência da Computação e Doutora em Engenharia Elétrica pela UNICAMP (1993), possui diversas premiações como Honorary Research Fellow na Staffordshire University e Visiting Fellow junto ao Applied Informatics with Semiotics Lab na University of Reading, UK. Recebeu a Cátedra Ibero-Americana Unicamp-Santander Banespa para estudar problemas de acessibilidade em engenharia de software na Universidad Politécnica de Madrid, Espanha. Além de ter sido agraciada com o ACM SIGDOC Rigo Award em 2010. Apesar do trabalho destes pesquisadores serem altamente relevantes, ao investigar as origens da usabilidade e da interação humano-computador para averiguar suas relações com a comunicação, mostrou-se necessário buscar mais referências bibliográficas. Dessa forma, a composição da bibliografia é referente a formação de campos inter e multidisciplinares, contendo trabalhos que possuem relação direta entre si.. 12. O LabIUtil foi o laboratório de usabilidade da Informática da Universidade Federal de Santa Catarina (INE/CTC/UFSC) entre 1995 e o final de 2003, quando foi desativado definitivamente. No período em que este operacional, a equipe do LabIUtil apoiou empresas brasileiras produtoras de software interativo que buscavam a melhoria da usabilidade dos sistemas que produziam. Entre os clientes do LabIUtil constaram empresas públicas e privadas como o CPqD, a Procergs, a Datasul, o CIASC, a Fácil Informática, além de diversas pequenas e médias empresas de informática das regiões Sul e Sudeste do Brasil. O laboratório tomou iniciativas importantes a favor da usabilidade de interfaces humano-computador brasileiras, entre elas, a montagem da comissão de estudos da ABNT para a elaboração da norma brasileira sobre ergonomia do trabalho de escritório com computadores (NBR 9241), e a organização do IV Workshop sobre Fatores Humanos em Sistemas Computacionais (IHC2001). 13 O Institut National de Recherche en Informatique et en Automatique (INRIA) é uma organização pública francesa de carácter científico e tecnológico criada em janeiro de 1967. O seu objetivo é de reunir pesquisadores e incentivar a pesquisa nas áreas de informática e automação. O INRIA possui oito centros de pesquisa situados em Rocquencourt, Rennes, Sophia Antipolis, Grenoble, Nancy, Bordeaux, Lille e Saclay. A maioria dos pesquisadores afiliados ao INRIA trabalham em um destes centros. Outras pessoas embora estejam afiliadas a um destes oito centros, são empregadas por outras organizações de pesquisa e de ensino como CNRS, universidades e escolas superiores. 14 Página da pesquisadora disponível em: <http://www.ic.unicamp.br/~heloisa/>. 15 Página da pesquisadora disponível em: <http://www.ic.unicamp.br/~cecilia/>..

(21) 21. Dos principais autores que contribuíram para a formação da Interação HumanoComputador, destaca-se Brian Schakel16, Harold Sackman17, Gerald Marvin Weinberg18, Terry Allen Winograd19, James Martin20, John Burch21 e Benjamin Shneiderman22. Dos principais autores que contribuíram para a formação da Usabilidade destaca-se Clayton Lewis23, Alphonse Chapanis24, Thomas K. Landauner25, Rolf Molich26, Robert Mack27, 16. Brian Shackel juntou-se a Unidade de Pesquisa em Psicologia aplicada da Universidade em 1952 como pesquisador para estudar o comportamento humano. Ele se aposentou como professor da Universidade de Loughborough em 1992, mas se manteve profissionalmente ativo até 2004. Grande parte de sua carreira foi dedicada à ampliação do alcance dos conceitos de ergonomia. Ele seguiu as tendências no desenvolvimento da tecnologia de muito perto e estava convencido de que as novas tecnologias necessitariam de pesquisas voltadas ao uso de computadores e reconheceu que haveria uma oportunidade a ergonomia. Em 1954, ele se juntou EMI Electronics para desenvolver e gerenciar o que começou como um Laboratório de Psicologia Aplicada para em 1965 se tornar o Laboratório de Ergonomia. Contribuiu para o desenvolvimento de fundamentos teóricos e aplicados para as questões de ergonomia aplicada à interação homem-máquina. Suas pesquisas englobam ergonomia militar, industrial e ergonomia aplicada a consumo e uso de softwares na computação. 17. Harold Sackman é pesquisador independente na RAND Corporation, uma instituição corporativa sem fins lucrativos que auxilia a comunidade através da pesquisa e análise. (http://www.rand.org/about.html). O trabalho de Sackman estava voltado para os estudos de como o uso de computadores que fosse mais simples de serem utilizados poderia auxiliar a tomada de decisões. 18 Gerald Marvin Weinberg é Cientista da Computação, autor e professor de psicologia e antropologia. Em 1993, ele recebeu o prêmio J-D Warnier por excelência nas Ciências da Informação e o prêmio Stevens por contribuições à Engenharia de Software. 19 Terry Allen Winograd é cientista da computação e professor de Ciências da Computação na Universidade de Standford. Também é co-diretor do Grupo de Interação Humano-Computador de Standford. Escreveu sua tese de doutorado no MIT em 1968-1970. O foco da pesquisa de Winograd estava em fornecer aos softwares uma linguagem natural que tornasse o computador suficientemente compreensível para usuários não técnicos. 20 James Martin é um consultor britânico de Tecnologia Informação e autor, nomeado para um prêmio Pulitzer com seu livro, A Sociedade Conectada: Um Desafio para o Amanhã (1977). Martin ingressou na IBM em 1959, e desde 1980 ajudou a estabelecer várias empresas de consultoria de TI. Martin é um especialista na área de design de sistemas, metodologia de desenvolvimento de software, engenharia da informação e engenharia assistida por computador software. Ele foi um dos primeiros a promover as línguas de programação de quarta geração, e é o principal desenvolvedor da metodologia Rapid Application Development. 21 John G. Burch é professor associado no Departamento de Sistemas de Informações Contábeis e da Computação na Universidade de Nevada, Reno. Burch acreditava que os computadores deveriam oferecer diálogos simples baseados em tarefas que os usuários de computador executariam para aprimorar a experiência de uso. 22 Benjamin Shneiderman é professor no Departamento de Ciência da Computação, Fundador Diretor (19832000) do Laboratório de Interação Humano-Computador, e membro do Instituto de Estudos Avançados em Computação da Universidade de Maryland, College Park. Ele foi eleito como membro da Association for Computing (ACM) em 1997 e membro da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS) em 2001. 23 Clayton H Lewis é professor associado do Departamento de Ciências da Computação e do Instituto de Ciências Cognitivas da Universidade de Colorado, Boulder. Conduziu junto com Lewis uma série de trabalhos dedicados a metodologias de avaliação de uso de sistemas com recorte nas limitações cognitivas do usuário de sistemas interativos. 24 Alphonse Chapanis (1917-2002) foi um dos fundadores da Ergonomia. Ele foi muito ativo na melhoria da segurança na aviação na época da Segunda Guerra Mundial. Uma de suas contribuições mais conhecidas foi a codificação de formato, quando ele era tenente da Força Aérea Americana. Resolveu o problema de um dos controles de uma aeronave ao serem confundidos com outro controle semelhante. Um era para os flaps e outro para mecanismo de aterrissagem, de forma que as consequências de um erro eram severas. Ele fixou uma roda ao controle do mecanismo de aterrissagem e um triângulo ao dos flaps. Após isso não houve mais ocorrência de acidentes no manuseio de mecanismo de aterrissagem. Chapanis teve uma longa carreira de contribuições à ergonomia e aposentou-se como Professor Emérito na Universidade Johns Hopkins. 25 Thomas K. Landauer é professor no Departamento de Psicologia da Universidade de Colorado. Ele foi um dos pioneiros da análise semântica latente e, em 1995, publicou uma análise controversa do paradoxo da.

(22) 22. Catheleen Wharton28, Deborah Mayhew29e Jakob Nielsen30. Outros autores complementam os trabalhos destes pesquisadores que através de uma produção rica, contribuíram para estes estudos, tornando-se referencias mundiais.. 1.2. Contextualizando o uso da tecnologia pelo homem “O Fogo!... Então os mortais já possuem esse tesouro? Sim; e desse mestre aprenderão muitas ciências e artes.” (ÉSQUILO, 2004, p. 21).. O Titã Prometeu na mitologia grega foi condenado por Zeus a ficar acorrentado a uma rocha e ter seu fígado devorado ao final do dia por uma águia. Antes que esse sucumbisse, seu fígado se regenerava para que no dia seguinte fosse devorado novamente pela águia, e assim seria por toda a eternidade. Prometeu que era um titã sábio e defensor da humanidade, fora condenado por ter roubado o segredo do fogo, e entregado aos homens, tirando-os das trevas que habitavam. Prometeu é uma figura simbólica na mitologia grega, mas é associada por autores famosos à aplicação dos conhecimentos da técnica e da tecnologia do homem. Por vários produtividade da tecnologia da informação. Atualmente, é vice-presidente da Pearson Education. Ele também é professor emérito de Psicologia da Universidade de Colorado. 26 Rolf Molich é professor convidado ao Departamento de Ciência da Computação na Universidade de Copenhaguem, onde leciona um curso de Interação Humano-Computador. A partir de 1986-2011, Rolf era um professor externo na Universidade Técnica da Dinamarca (DTU), onde ele lecionou Engenharia de Usabilidade. Tem trabalhado com usabilidade desde 1984 e escreveu o best-seller de livros dinamarqueses “User Friendly Computer Systems”, dos quais cerca de 30 mil cópias foram vendidas. Rolf também é o co-inventor do método de avaliação heurística (com Jakob Nielsen) onde demonstrou que avaliações realizadas por equipes de especialistas sobre uma interface gráfica do usuário poderiam se equiparar as pesquisas empíricas de usabilidade. 27 Robert L Mack é pesquisador do Centro de Pesquisa Thomas Watson IBM em Nova York. Ele gerencia um grupo de engenheiros de usabilidade no Departamento de Ciências da Computação. Seus interesses de pesquisa estão focados em tecnologias de interface avançadas e no desenvolvimento de métodos que sustentem a engenharia de usabilidade. Interfaces avançadas incluem interfaces gesturais, touchscreen e reconhecimento de voz. 28 Cathleen Wharton é professora do Departamento de Ciencias da Computação e do Instituto de Ciências Cognitivas da Universidade do Colorado, Balder. Atua como pesquisadora no Laboratório da Hewlett-Packard 29 Deborah J. Mayhew é proprietário e diretor da Deborah J. Mayhew & Associates, uma empresa de consultoria com sede em Massachusetts, que oferece cursos e consultoria sobre todos os aspectos da Engenharia de Usabilidade e design de interface do usuário. Já atendeu e treinou clientes como American Airlines, AT&T, Ford, Universidade de Harvard e Nasa. Dr. Mayhew recebeu seu Ph.D. em Psicologia Cognitiva Experimental da Universidade Tufts. Ela é a autora de Principles and Guidelines in Software User Interface Design (Prentice Hall), a co-editora de Cost-Justifying Usability. 30 Jakob Nielsen é Ph.D. em Interação Humano-Computador pela Universidade Técnica da Dinamarca, em Copenhagem. De 1994 a 1998 foi engenheiro da Sun Microsystems, onde seu principal trabalho era fazer com que serviços complexos de software corporativo fossem mais fáceis de usar, uma vez que aplicações em larga escala tinha sido o foco da maioria de seus projetos na Bell Tel e IBM. Nielsen acabou passando a maior parte de seu tempo na Sun buscando a definição do campo emergente da usabilidade na Web. Ele se tornou líder em design de usabilidade em várias empresas (entre elas a Sun, IBM e outras). Afiliações anteriores de Nielsen incluem Bellcore (Bell Communications Research), da Universidade Técnica da Dinamarca e o Instituto de Interface do Usuário da IBM no TJ Watson Research Center..

(23) 23. séculos sua representação simbólica varia de rebelde técnico citado por Francis Bacon 31 a autômatos e gólens32 de Mary Shelley33(GAMA, 1997, p. 2-3). Essa representação simbólica de Prometeu é posta como suporte associando o homem ao desenvolvimento de suas técnicas. A figura de Prometeu não está apenas associada ao surgimento da técnica, ou mesmo sua evolução, mas estabelece uma relação distinta entre o homem e a consciência de sua obra. O homem não apenas cria o fogo para se aquecer nos tempos frios ou para assar seus alimentos, mas ele tem uma perspectiva própria do uso do fogo. Uma vez consciente de sua obra, a técnica passa a ser utilizada, replicada e estendida para outros contextos de uso. O homem aprendeu a dominar a natureza pela técnica do uso das mãos, ferramentas e instrumentos, objetivando amplificar suas habilidades (MORAIS, 1940, p.101). Ruy Gama34 observa, portanto que: “Técnica é um conjunto de regras práticas para fazer coisas determinadas, envolvendo a habilidade do executor e transmitidas verbalmente, pelo exemplo, no uso das mãos, dos instrumentos e ferramentas e das máquinas” (GAMA, 1986, p. 30). A partir das técnicas utilizadas pelo homem e, consequentemente, pelo progresso que estes usos possibilitaram ao homem e seu meio, surge a tecnologia. Apesar da não possuir uma data de nascimento exata pode se afirmar que a tecnologia é tão antiga quanto o próprio homem. Ruy Gama faz um resgate da origem da tecnologia a partir das cidades medievais das artes liberais e mecânicas provenientes dessa época – e a suas relações com o desenho do espaço do homem, o ensino técnico até o domínio dos homens sobre a técnica. Esse domínio sobre a técnica permite o surgimento da tecnologia. Para Ruy Gama: Tecnologia: é o estudo e o conhecimento cientifico das operações técnicas ou da técnica. Compreende o estudo sistemático dos instrumentos, das ferramentas e das máquinas empregadas nos diversos ramos da técnica, dos gestos e dos tempos de trabalho e dos custos, dos materiais e da energia empregada. A tecnologia implica na aplicação dos métodos35 das ciências físicas e naturais e, como assinala Alain. 31. Francis Bacon foi um político, filósofo e ensaísta inglês, barão de Verulam Visconde de Saint Alban. É considerado como o fundador da ciência moderna. 32 Um Golem é um ser artificial mítico, associado à tradição mística do judaísmo que pode ser trazido à vida através de um processo mágico. O golem é uma possível inspiração para outros seres criados artificialmente, tal como o homunculus na alquimia e o moderno Frankenstein na obra de Mary Shelley. 33 Mary Shelley foi autora de contos, dramaturga, ensaísta, biógrafa e escritora de literatura de viagens, mais conhecida por sua novela gótica Frankenstein: ou O Moderno Prometeu (1818). Ela também editou e promoveu os trabalhos de seu marido, o poeta romântico e filósofo Percy Bysshe Shelley. 34 A obra “A tecnologia e o trabalho na história” de Ruy Gama foi publicada em 1986 pela Editora da Universidade de São Paulo e foi originalmente apresentada como tese do autor em sua livre-docência, oferece uma vasta referência sobre o estudo das técnicas, e da relação da ciência nos processos técnicos que originaram a tecnologia e das transformações semânticas que fazem parte do seu conceito. 35 Grifo do autor.

(24) 24. Birou, também na comunicação desses conhecimentos pelo ensino técnico (GAMA, 1986, p. 30).. Nas palavras de Ruy Gama, a tecnologia envolve não somente aplicação das técnicas, mas demanda um conhecimento das operações para a aplicação de métodos específicos para atingir o objetivo esperado. Podemos tomar como exemplo, o trem a vapor. A tecnologia da locomotiva a vapor consiste na transformação do estado líquido da água pelo calor de uma caldeira, para então gerar energia pneumática pelo vapor. O maquinista, além de ser responsável por alimentar a caldeira com combustível, controlava a velocidade do trem, calculava o estoque de combustível disponível para chegar ao destino, sem mencionar o constante cuidado com o barômetro que indicava a pressão na câmara pneumática. Um erro, e a locomotiva não chegaria ao destino, tombaria em alguma curva devido à velocidade excessiva ou mesmo explodiria pela pressão indevida. Ruy Gama destacou a observação de Alain Birou36 sobre o fato de a comunicação estar incluída na tecnologia: das instruções de aplicação ao uso e disseminação de conhecimento dados pela instrumentação técnica. Sendo assim, ao olharmos para a história do homem podemos notar as evoluções significativas resultantes não somente da aplicação das mais distintas tecnologias como também do uso da comunicação para a disseminação do conhecimento, prática e uso da tecnologia. Para tanto, é possível perceber as grandes modificações sociais, estruturais e econômicas que se deram em decorrência destes fatos. Antes da era industrial, o homem estava dedicado aos afazeres do campo e da vida social, em uma cultura basicamente medieval (GAMA, 1986, p. 88). Com a chegada do Iluminismo (ou era da razão) no século XVII e a Era industrial no século XVIII, o homem experimentou um avanço significativo nas suas sociedades alavancadas pelo uso das tecnologias de automação (TOFLER, 1995, p. 32). O homem do campo que deixou de trabalhar no campo e foi substituído pela máquina agrícola, nos grandes centros urbanos passa a operar maquinários. Esse deslocamento por vezes é visto como uma ocorrência nociva, pois introduzia o homem em um novo ambiente, sujeito a novos parâmetros sociais, provocando a explosão demográfica centralizada em determinadas regiões, o abandono de regiões mais remotas, aumento da taxa de desemprego, entre outras. Mcluhan observa que apesar dos efeitos nocivos do deslocamento do homem do campo para os centros urbanos: 36. BIROU, Alain. Dicionário das Ciências Sociais. Lisboa: Editora Don Quixote, 1966..

(25) 25. (...) do lado positivo, a automação cria novos papéis que as pessoas devem desempenhar, em seu trabalho ou em suas relações com os outros, com aquele profundo sentido de participação que a tecnologia mecânica que a precedeu havia destruído (MCLUHAN, 1980, p. 25).. Assim como Mcluhan observou a criação de novos papéis para o trabalho do homem, os efeitos dessas mudanças provocadas pela tecnologia podem ser observados na transformação das atividades em diversos setores e camadas da sociedade. Os conjuntos dessas inovações modificam a sociedade de forma profunda e contundente. Para tanto, Régis de Morais observa que: (...) o avanço tecnológico não modifica apenas o ambiente exterior do homem. Sobretudo produz profundas transformações no seu ambiente interior. Muitos valores precisam ser revistos, nossos recursos de percepção da realidade são modificados, ocorre uma alteração substancial no ritmo e na qualidade de vida (MORAIS, 1988, p. 100).. Dessa maneira o homem não só transforma o seu meio por meio da inserção de novas tecnologias, como também é modificado por ele em consequência direta de sua relação com a tecnologia. Castells (2007, p. 50) ao abordar o tema das revoluções e mudanças impostas pela tecnologia, ressalta a importância do cenário atual colocando as tecnologias da informação, processamento e comunicação como cerne central dessas transformações nas sociedades. Vislumbrados pelas possibilidades do domínio da natureza pela tecnologia – como no exemplo da locomotiva a vapor e dos avanços tecnológicos - é fácil esquecer-se da comunicação inerente a própria tecnologia, pois ela é sutil e imperceptível não sendo distinguível na sua forma ou em sua função (MCLUHAN, 1980, p. 28). Mas a comunicação está no ventre da interação do homem com suas ferramentas e máquinas, e que se estabelecem através de interfaces, que permitem que o homem desempenhe os seus objetivos como se essas fossem próteses de si mesmo a partir da compreensão da sua finalidade comunicadas pela sua forma (MORAIS, 1988, p. 113). Com a chegada da era industrial, não apenas as ferramentas foram substituídas pelas máquinas automatizadas, como o próprio homem deixa de ser o artesão para ser um operador de interface mecânica. No lugar da ferramenta que comunicava sua função pela sua forma, uma interface passa a ser o mediador para a interação entre o homem e a misteriosa máquina. O homem passa a operar uma máquina sem forma por botões e alavancas..

(26) 26. Figura 1 - Operário interpretado por Chaplin Figura 2 - Operário manipulando maquinário confuso ao olhar o interior de uma máquina. por uma alavanca. As imagens 1 e 2 ilustram na obra Tempos Modernos o dia a dia de um operário nesse novo ambiente mecânico. Em particular na figura 1, é possível notar que o ator Charles Chaplin observa por um longo tempo as engrenagens do maquinário, buscando recuperar uma ferramenta que foi devorada pela máquina, e que o personagem não fazia a menor ideia de onde ela iria parar denotando o mistério e a falta de compreensão da máquina. Este é o primeiro problema que se estabelece na relação do homem com as máquinas - a busca por compreensão da função pela forma. Já a figura 2, ilustra uma interface comunicacional entre o homem e a máquina, através de uma das dezenas alavancas das quais o personagem deveria interagir. Era pela alavanca que o homem comunicava a máquina a tarefa que ela deveria desempenhar. A era da indústria foi lentamente dando espaço para a era da informação. Por um lado, o surgimento de tecnologias da eletrônica, a introdução de transistores, chips de computador e do circuito integrado passam a ser adotados amplamente a partir de 1970 com a chegada do microprocessador e o barateamento dos custos de produção destas peças. Por outro lado, na mesma época, houve a contribuição de brilhantes mentes, entre elas Vannevar Bush 37, J. C. R. Licklider38, Paul Baran39 entre outros, que introduziram conceitos, ideias e experimentos que 37. Vannevar Bush, engenheiro e cientista americano, conhecido pelas suas contribuições na figura de liderança no desenvolvimento do complexo militar-industrial. Era um proeminente criador de políticas de incentivo na pesquisa cientifica e um intelectual público. Durante sua carreira pública, Bush foi um propulsor da tecnocracia democrática e da centralização de inovações tecnológicas em intersecções de segurança econômica e geopolítica. 38 Cientista da Computação, considerado como uma das figuras mais importantes nas ciências da computação e na história da computação. Antecedeu a era da computação pessoal, a interface do usuário do computador e mesmo da bio-robótica com suas ideias sobre interação homem-máquina. 39 Paul Baran foi um cientista da computação responsável pela criação da rede de comutação de pacotes, que deu base para a criação da rede utilizada pela internet hoje, juntamente com Donald Davies e Leonard Kleinrock..

(27) 27. criaram um ambiente propício para a ampla difusão das tecnologias da informação. A era da informação reposicionou o homem de operário de maquinários essencialmente mecânicos a trabalhadores da informação. Essas novas tecnologias permitiam que máquinas que inicialmente estavam destinadas somente a automatizar as operações manuais do homem, passassem a agregar funções sobre funções, tornando-se cada vez mais sofisticadas e também complexas. O homem lentamente deixa de manusear uma grande quantidade de alavancas mecânicas para trabalhar com instruções, cálculos matemáticos e rotinas automatizadas em máquinas industriais automatizadas por computadores. O tear que era uma máquina-ferramenta mecânica automatizava o processo manual de fiação de um tecido era uma dessas máquinas. Todo o trabalho que o seu operário tinha era de inserir novelos de lã na máquina, que por sua vez, utilizava essa matéria para entrelaçar os fios e criar o tecido. Joseph-Marie Jacquard40, como operador desta máquina observou que essa tarefa era essencialmente sequencial e que em vez de apenas entrelaçar os fios, a máquina poderia ser capaz de mudar o desenho das peças de tecido a partir de instruções sequenciais. Jacquard sofisticou o tear e criou o primeiro tear mecânico automatizado que funcionava a partir de um sistema de leitura de cartão de ponto. Esses sistemas automatizava o processo de troca de cores do novelo. Não foi apenas a sistematização da interação ao qual o operário tinha com a máquina de tear, mas Jacquard também estendeu essa interação através do cartão perfurado. Mesmo sem saber como o tear mecânico funcionava, o cliente da confecção poderia criar sua estampa, inserindo as informações que desejava no cartão. A máquina ao processar a informação no cartão, executava a peça exatamente como o cliente desejava. Jacquard havia criado o primeiro software utilizando o cartão de ponto como interface de usuário. Neste aspecto, a interface (no caso o cartão de ponto) criava um meio comum para o cliente – que desejava um desenho especifico – e a máquina, que utilizaria o sistema de furos do cartão para executar o desenho com perfeição. Podemos observar a inserção de um novo ator em um contexto de interação que não fosse o operário técnico de uma máquina. 40. Em 1804, Joseph-Marie Jacquard construiu um tear inteiramente automatizado, que podia fazer desenhos muito complicados. Esse tear era programado por uma série de cartões perfurados, cada um deles controlando um único movimento da lançadeira..

(28) 28. Considerando que o cliente não possuía conhecimentos técnicos do funcionamento do tear mecânico –território exclusivo do tecelão – o cliente poderia comunicar diretamente a máquina como criar seu o desenho. Nesse ponto, surge o usuário do sistema. Mas o invento de Jacquard não se limitou as máquinas de tear. Ela atravessou o Canal da Mancha e inspirou Charles Babbage, professor de matemática em Cambridge. Babbage que era contemporâneo de Jacquard pensou em utilizar o mesmo princípio de interface de cartões para criar uma máquina semelhante ao tear que pudesse fazer cálculos matemáticos. Babbage introduziu dessa forma as primeiras máquinas computadoras destinadas exclusivamente a cálculos matemáticos. A criação de Jacquard e de Babbage viriam a influenciar Herman Hollerith41, que sofisticou a máquina computadora utilizando o mesmo principio de cartões perfurados. Hollerith que trabalhava para o Censo sofisticou o uso do cartão perfurado que em vez de simplesmente processar as informações de cartões individuais, ele alternava os dados entre a leitura dos cartões realizando cálculos sofisticados e complexos. Com esse sistema, a operação de cálculo do Censo que durava cerca de sete anos foi drasticamente reduzido para apenas dois anos. Sendo assim, o usuário do computador fornecia ao computador os dados que ele deveria processar e teria a resposta em retorno utilizando o cartão perfurado como interface como pode ser observado na Figura 3.. 41. Utilizando o princípio descoberto por Jacquard para comando automático de teares, Hermann Hollerith funcionário do United States Census Bureau - inventou em 1880 uma máquina para realizar as operações de recenseamento da população. A máquina fazia a leitura de cartões de papel perfurados em código BCD (Binary Coded Decimal) e efetuava contagens da informação referente à perfuração respectiva..

(29) 29. Figura 3 - Cartão de Perfurar de Hollerith.. As máquinas industriais evoluíram para sistemas cada vez mais integrados, automatizados e, atualmente, robotizados. Os computadores por sua vez, evoluíram de simples máquinas de cálculo para máquinas processadoras de informações matemáticas. Em dado momento, as máquinas industriais passaram a produzir peças com precisão cada vez maiores excedendo as possibilidades humanas graças ao computador. Enquanto Muraro observa que: (...) todas as coisas inventadas pelo homem ou por ele fabricadas podem ser encaradas como extensões de seus sentidos ou de suas faculdades. E qualquer extensão do ser humano, seja ele de pele, do olho ou das mãos, afeta todo o seu complexo psíquico e social (MURARO, 1974, p. 32).. Tofler vai além e observa que essas máquinas foram além de simples extensões protéticas, “fizeram mais do que aumentar o músculo bruto. A civilização deu à tecnologia órgãos sensores, criando máquinas que podiam ouvir, ver e tocar com mais cuidado e precisão do que os seres humanos” (TOFLER, 1995, p. 39). Com os avanços nas técnicas de desenvolvimento de linguagens de programação, com a notável contribuição de Alan Mathison Turing42 o computador avança notavelmente para 42. Alan Mathison Turing (1912-1954) foi um matemático, lógico, criptoanalista e cientista da computação britânico. Foi influente no desenvolvimento da ciência da computação e proporcionou uma formalização do.

(30) 30. um novo passo de operacionalização passando a executar tarefas cada vez mais complexas como Tofler observou. Com as constantes evoluções do computador – não somente na estrutura que passa a ser cada vez menor como também nas evoluções dos softwares – o computador passou a se misturar às máquinas em um processo pervasivo de informatização constante. Um exemplo deste tipo de relação pode ser observado comparando a Figura 4 com a Figura 5. O torno mecânico horizontal universal era uma máquina-ferramenta, que assim como o tear possuía movimentos automatizados e permitia que o operador criasse peças mecânicas como eixos e polias com perfeição milimétrica.. Figura 4 - Torno mecânico horizontal universal.. Esta mesma máquina-ferramenta deixou de ser apenas uma ferramenta, sendo substituída pelo seu sucessor, o torno CNC (o acrônimo utilizado para denotar que esta máquina era operada a partir de Comandos Numéricos Computadorizados). Como o computador passa a ser parte da máquina – que deixa de ter o status de apenas ferramenta – é natural observar que as alavancas seriam substituídas por um terminal de operação suportado por uma interface, como ilustrado na Figura 5.. conceito de algoritmo e computação com a máquina de Turing, desempenhando um papel importante na criação do moderno computador..

(31) 31. Figura 5 - Terminal do Torno CNC.. Como no exemplo do torno mecânico é possível observar que a interação do homem com a máquina, seja ela uma máquina industrial ou um computador, baseia-se em um complexo sistema de comunicação, suportado por uma interface, que diferente do cartão de Jacquard e de Hollerith, torna-se cada vez mais complexa e invisível como exemplificado no caso do Torno CNC. A indústria absorveu as facilidades, precisão e capacidades do computador aos seus parques industriais e em nossa atual sociedade outros segmentos também o fizeram, permitindo não somente que as operações passassem a ser executadas por computadores cada vez menores como suas operações passassem a ser customizadas a partir do software. O software tem portanto um papel de destaque nas relações do homem com as máquinas. Nessa perspectiva o computador passa a ser como a máquina industrial, sem semelhança alguma com o homem, mas prolongando seus gestos e multiplicando sua potência (JACOMY, 2004, p. 77) enquanto o software passa a ser a inteligência por detrás dessas.

Referências

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