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Do horizonte local às representações da Terra e demais astros no espaço: um minicurso para professores e planetaristas

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA PRO G R AM A DE PÓ S –G R ADU AÇ ÃO EM ENSI NO DE CI ÊNCI AS N AT UR AI S E M AT EM ÁT I C A. BRUNA RAÍSSA GOMES DOS SANTOS BATISTA. DO HORIZONTE LOCAL ÀS REPRESENTAÇÕES DA TERRA E DEMAIS ASTROS NO ESPAÇO: UM MINICURSO PARA PROFESSORES E PLANETARISTAS. NATAL-RN 2017.

(2) BRUNA RAÍSSA GOMES DOS SANTOS BATISTA. DO HORIZONTE LOCAL ÀS REPRESENTAÇÕES DA TERRA E DEMAIS ASTROS NO ESPAÇO: UM MINICURSO PARA PROFESSORES E PLANETARISTAS. Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Ensino de Ciências Naturais e Matemática do Centro de Ciências Exatas e da Terra da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito final para obtenção do título de Mestre em Ensino de Ciências Naturais e Matemática. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Auta Stella de Medeiros Germano. NATAL-RN 2017.

(3) Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas – SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN – Biblioteca Setorial Prof. Ronaldo Xavier de Arruda CCET Batista, Bruna Raíssa Gomes dos Santos. Do horizonte local às representações da Terra e demais astros no espaço: um minicurso para professores e planetaristas / Bruna Raíssa Gomes dos Santos Batista. - Natal, 2017. 286f.: il. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Exatas e da Terra. Programa de PósGraduação em Ensino de Ciências Naturais e Matemática. Orientadora: Auta Stella de Medeiros Germano. 1. Estruturas do Universo. 2. Forma da Terra. 3. Formação de Professores. 4. Planetaristas. 5. Representações. I. Germano, Auta Stella de Medeiros. II. Título. RN/UF/CCET. CDU 524.85.

(4) BRUNA RAÍSSA GOMES DOS SANTOS BATISTA. DO HORIZONTE LOCAL ÀS REPRESENTAÇÕES DA TERRA E DEMAIS ASTROS NO ESPAÇO: UM MINICURSO PARA PROFESSORES E PLANETARISTAS. Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Ensino de Ciências Naturais e Matemática do Centro de Ciências Exatas e da Terra da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito final para obtenção do título de Mestre em Ensino de Ciências Naturais e Matemática. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Auta Stella de Medeiros Germano. Aprovada em: 31 de Julho de 2017.. BANCA EXAMINADORA. ________________________________________________________ Prof.ª Drª. AUTA STELLA DE MEDEIROS GERMANO – Presidente Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. ________________________________________________________ Prof. Dr. MILTON THIAGO SCHIVANI ALVES – Examinador Interno Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. ________________________________________________________ Prof.ª Drª. SILVIA CALBO AROCA – Examinador Externo à instituição PLANETAKIDS.

(5) DEDICATÓRIA. Aos meus pais, Francisco e Betânia, que sempre estiveram ao meu lado em todos os momentos de minha vida, me apoiando e incentivando nas decisões a serem tomadas..

(6) AGRADECIMENTOS. Agradeço primeiramente a Deus, por tudo que tem concedido em minha vida.. A minha família pela compreensão, apoio e afeto que me fortalece a cada dia.. A Giovanninni Leite de Freitas Batista, pela compreensão e paciência nos momentos de estresse e por sempre me apoiar e incentivar nos desafios que surgem na minha vida acadêmica e pessoal.. À professora Auta Stella de Medeiros Germano, minha mentora, pelo exemplo profissional e pessoal que és; pela dedicação e ricos ensinamentos proporcionados ao longo dessa jornada.. À Equipe do Planetário Barca dos Céus, por contribuir significativamente com a realização da presente pesquisa através das atividades desenvolvidas.. Ao Colégio Ciências Aplicadas pela oportunidade de trabalho concedida e por permitir realizar estudo com uma de suas turmas do 6º ano do Ensino Fundamental.. Aos amigos que contribuíram direta ou indiretamente para o desenvolvimento desse trabalho, meu muito obrigada!.

(7) RESUMO A dissertação visa contribuir com a formação de professores e planetaristas, numa perspectiva de parceria entre espaços formais e não formais, levando em consideração duas problemáticas gerais: a existência e propagação de representações sobre temas de Astronomia que não condizem com os modelos científicos vigentes; e o déficit usual do ensino de Astronomia na formação inicial de professores. Baseia-se em estudos que abordam dificuldades nas representações espaciais de fenômenos astronômicos, particularmente as relacionadas à forma da Terra e às estruturas do Universo, e em estudos sobre a importância da integração das perspectivas local e global na interpretação daqueles fenômenos. Esses estudos fundamentaram uma pesquisa que desenvolvemos acerca das representações de uma turma do 6º ano do Ensino Fundamental sobre a forma da Terra e as estruturas do Universo, antes e após visita ao Planetário Móvel da UFRN – Barca dos Céus, a qual proporcionou o aprimoramento de sessão e atividades didáticas desenvolvidas neste planetário. Os dados da pesquisa e as reflexões em torno das atividades resultaram no principal produto educacional deste trabalho, que é uma proposta de Minicurso para professores e planetaristas, composto por três encontros de 4 horas, e 3 horas de atividades a distância, totalizando 15 horas. Articuladas a uma sessão de planetário, na proposta contempla-se a realização e discussão dos fundamentos teóricos de um conjunto de atividades, destacando-se, ali: o registro do horizonte local; a orientação de um globo paralelo à Terra; a exploração de peças móveis ilustrativas dos planetas com tamanho em escala para representação do Sistema Solar; a discussão coletiva de dados das pesquisas abordadas nessa dissertação e de dados levantados pelos participantes; e a observação de planetas com um telescópio. Numa primeira edição do Minicurso, da qual participaram cinco professores da Educação Básica, três planetaristas e quatro licenciandos em Física, a avaliação feita pelos participantes, oralmente e por meio de questionário, mostrou uma valorização equilibrada de todos os momentos propostos, sendo destacados de forma mais recorrente: o contato com os estudos sobre as representações dos alunos; e as reflexões propiciadas pelo Registro coletivo do horizonte local e pelo Globo paralelo. Consideramos que o Minicurso no formato proposto foi muito satisfatório incentivando a utilização de atividades práticas e ao ar livre, a percepção dos fenômenos astronômicos a partir das perspectivas local e global, e a ampliação da percepção de nosso lugar no Universo, além de proporcionar ricas trocas de experiências entre os envolvidos. A proposta elaborada continuará sendo implementada com a equipe do Planetário na formação de novos planetaristas e de profissionais da Educação Básica, sendo esperado ainda que a descrição do Minicurso e as discussões teóricas das atividades, apresentadas nessa dissertação, possibilitem a outros grupos sua realização com as adaptações que se julgarem necessárias. Palavras-chave: Estruturas do Universo; Forma da Terra; Formação de Professores; Planetaristas; Representações..

(8) ABSTRACT The dissertation aims to contribute to the training of teachers and planetarium professionals, in a perspective of partnership between formal and non-formal environments, taking into account two general problems: the existence and propagation of representations of astronomy subjects that do not fit with the current scientific models; and the usual shortage of astronomy teaching in early teacher training. It is based on studies that address difficulties in the spatial representations of astronomical phenomena, particularly those related to the shape of the Earth and the structures of the Universe, and in studies about the importance of integrating local and global perspectives in the interpretation of these phenomena. These studies supported a research that we developed about the representations of a group of 6th-year, Elementary School students on the shape of the Earth and the structures of the Universe, before and after a visit to the UFRN “Barca dos Céus” Mobile Planetarium which led to the improvement of sessions and teaching activities developed in that planetarium. The research data and the reflections around the activities resulted in the main educational product of this work, which is a Mini-course proposal for teachers and planetarium professionals, composed of three 4-hour meetings and 3 hours of distance learning activities, making up a total of 15 hours. Articulated to a planetarium session, the proposal contemplates the realization and discussion of the theoretical foundations of a set of activities, among which one can highlight: the recording of the local horizon; the orientation of a globe parallel to the Earth; the exploration of movable pieces representing the planets of the Solar System in proportional scale to each other; the collective discussion of data from the research covered in this dissertation, the data collected by the participants, and the observation of planets with a telescope. In a first edition of the mini-course, which was attended by five Basic Education teachers, three planetarium professionals and four physicists, the evaluation made by the participants, both orally and through a questionnaire, showed a balanced appreciation of all the proposed moments. Most recurrent observations: the contact with the studies about the representations of the students; and the reflections provided by the collective Recording of the local horizon and the parallel Globe. We consider that the mini-course in the proposed format was very satisfactory, encouraging the use of practical and outdoor activities, the perception of astronomical phenomena from the local and global perspectives, and the expansion of perception of our place in the Universe, besides providing rich exchange experiences among those involved. The elaborated proposal will continue to be implemented with the Planetarium team in the training of new planetarium professionals and professionals in Basic Education, and it is hoped that the description of the mini-course and the theoretical discussions of the activities presented in this dissertation will enable other groups to perform with the adaptations deemed necessary. Keywords: The universe structures; Earth´s shape; Teacher training; Planetarium professionals; Representations..

(9) LISTA DE FIGURAS. Figura 01: Estrutura da BNCC para o Ensino Fundamental .................................... 30 Figura 02: Noções sobre o conceito de Terra identificados por Nussbaum e Novak (1976) ...................................................................................................................... 48 Figura 03: Ilustração dos desenhos das crianças em resposta às questões de Nussbaum e Novak (1976)....................................................................................... 49 Figura 04: Ilustração dos desenhos das crianças em resposta às questões de Nussbaum e Novak (1976)....................................................................................... 50 Figura 05: Modelos Mentais sobre a forma da Terra identificados por Vosniadou e Brewer (1992) .......................................................................................................... 52 Figura 06: Representação da disposição dos objetos para a categoria de Universo “Terra embaixo, céu em cima”. Em (a): T - o “planeta Terra”, L - Lua, S - Sol, E - estrela e TC - “Terra-chão”. E em (b): T - Terra, L - Lua, S - Sol e E1, E2, E3, E4, E5 - estrelas. ................................................................................................................................. 54 Figura 07: Representação da disposição dos objetos para a categoria de Universo em camadas. Sendo: T - Terra, L - Lua, S - Sol e E1, E2 - estrelas ......................... 54 Figura 08: Representação da disposição dos objetos para a categoria de Universo plano. Sendo: T - Terra, L - Lua, S - Sol, M - Marte e E - estrela esférica. ............... 55 Figura 09: Representação da disposição dos objetos para a categoria de Universo das “Terras-países”. Sendo: J - Japão, L - Lua, B - Brasil e S - Sol. ........................ 55 Figura 10: Universo sem estrutura apresentado pelos professores. ........................ 57 Figura 11: Universo heliocêntrico apresentado pelos professores........................... 58 Figura 12: Universo estruturado em galáxias apresentado pelos professores. ........ 58 Figura 13: Representação de Universo Contextual identificada por Rodriguez e Sahelides (2005) ...................................................................................................... 60 Figura 14: Representação de Universo Geocêntrico identificada por Rodriguez e Sahelides (2005). ..................................................................................................... 60 Figura 15: Representação de Universo Heliocêntrico com destaque para o tamanho do Sol identificada por Rodriguez e Sahelides (2005) .............................................. 61 Figura 16: Representação de Universo acêntrico identificada por Rodriguez e Sahelides (2005) ...................................................................................................... 61 Figura 17: Alunos interagindo com o globo terrestre na atividade Globo Paralelo. .. 67 Figura 18: Planetaristas mediando a atividade Viagem pelos Astros. Em (a), apresenta-se o objeto didático composto de globo terrestre minúsculo dentro de uma esfera de vidro; e em (b), um dos momentos de visualização de banners com astros e estruturas que eram destacadas durante a Viagem. ................................................ 67 Figura 19: Desenhos do aluno A16 nos questionários antes (a) e depois (b) da visita, ilustrando o caso de permanência da concepção correta da disposição das pessoas no globo terrestre ..................................................................................................... 80.

(10) Figura 20: Desenhos do aluno A14 ilustrando pessoas nos pólos da Terra, nos questionários antes (a) e depois (b) da visita, ilustrando a mudança na disposição das pessoas na Terra. .................................................................................................... 80 Figura 21: Desenhos do aluno A9 nos questionários antes (a) e depois (b) da visita, ilustrando uma mudança na forma de representar a orientação do planeta no espaço, representando o globo paralelo local. ...................................................................... 81 Figura 22: Representações de Universo associado ao Sistema Solar. Em (a) um exemplo de representação de Universo resumido ao Sol, seus planetas e a Lua. Em (b) um exemplo de representação de Universo com os planetas circundando em torno do Sol localizado no centro do desenho, semelhante ao modelo Heliocêntrico. ....... 86 Figura 23: Representação de Universo acêntrico relacionado às teorias cosmológicas modernas ................................................................................................................. 87 Figura 24: Representação de Universo com ênfase na Terra ................................. 88 Figura 25: Representação sobre o Universo do aluno A1 na entrevista .................. 91 Figura 26: Representação de Universo associado ao Sistema Solar do aluno A2 na entrevista ................................................................................................................. 91 Figura 27: Representação de Universo acêntrico relacionado às teorias cosmológicas modernas do aluno A3 na entrevista ........................................................................ 92 Figura 28: Representação de Universo Acêntrico relacionado às teorias modernas do aluno A4 na entrevista ............................................................................................. 93 Figura 29: Representação do Universo do aluno A5 na entrevista .......................... 94 Figura 30: Representação de Universo Acêntrico relacionado às teorias modernas do aluno A6 na entrevista ............................................................................................. 95 Figura 31: Desenho com estrelas espalhadas entre os planetas do Sistema Solar. 96 Figura 32: Desenho do aluno A16 dispondo as estrelas distantes dos planetas ..... 96 Figura 33: Representação de uma constelação como estrutura para um conjunto de estrelas .................................................................................................................... 97 Figura 34: Esfera Celeste de Vidro com representação de uma Terra em seu interior ............................................................................................................................... 117 Figura 35: Esfera Celeste de Vidro baseada na proposta do Planetário de Pobre de Caniato (2011) ....................................................................................................... 117 Figura 36: Peças móveis representativas dos planetas do Sistema Solar em escala de tamanho. ........................................................................................................... 119 Figura 37: Caixa das constelações representando a constelação Cruzeiro do Sul. ............................................................................................................................... 121 Figura 38: Participantes realizando o registro coletivo do horizonte local .............. 130 Figura 39: Montagem coletiva dos registros feitos pelos participantes do horizonte local ....................................................................................................................... 130 Figura 40: Participantes apontando para onde estaria o espaço. .......................... 132 Figura 41: Realização da atividade Globo Paralelo com o auxílio do participante P5. ............................................................................................................................... 134.

(11) Figura 42: Respostas de P9 a pergunta 2 (a) e a pergunta 3 (b) do questionário sobre representações do Universo. ................................................................................. 142 Figura 43: Representação de Universo desenhado por P2 em seu questionário .. 143 Figura 44: Manipulação das peças que representavam os planetas pelos participantes ............................................................................................................................... 146 Figura 45: Atividade da fita com escala de distância entre os astros ..................... 148 Figura 46: Atividade de simulação do eclipse solar com tecido representando o Sol. ............................................................................................................................... 149 Figura 47: Dinâmica de variação do ângulo visual a partir da diminuição dos tamanhos dos objetos que observamos ao se afastarem ....................................................... 152.

(12) LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 01 – Caracterização das respostas sobre o que há acima da Terra a partir do questionário aplicado anteriormente à visita. ........................................................... 74 Gráfico 02 – Caracterização das respostas sobre o que há abaixo da Terra a partir do questionário aplicado anteriormente à visita. ........................................................... 75 Gráfico 03 – Caracterização das respostas sobre o que há nos lados da Terra a partir do questionário aplicado anteriormente à visita........................................................ 76.

(13) LISTA DE TABELAS Tabela 01 – Objetos de conhecimento e habilidades da unidade temática “Terra e Universo” para os anos iniciais do Ensino Fundamental. ......................................... 31 Tabela 02 – Objetos de conhecimento e habilidades da unidade temática “Terra e Universo” para os anos finais do Ensino Fundamental. ............................................ 33 Tabela 03 – Respostas dos alunos sobre qual o formato da Terra. ......................... 73 Tabela 04 – Respostas à questão cinco associadas ao formato esférico da Terra. . 76 Tabela 05 – Respostas à questão cinco que podem estar associadas ao formato esférico da Terra. ..................................................................................................... 77 Tabela 06 – Respostas justificadas à questão seis que reforçam o formato esférico da Terra ........................................................................................................................ 78 Tabela 07 – Respostas à questão seis sem justificativas ........................................ 78 Tabela 08 – Elementos que compõem o Universo anteriormente à visita ................ 83 Tabela 09 – Elementos que compõem o Universo posteriormente à visita .............. 85 Tabela 10 – Representações sobre as estruturas do Universo antes e após a visita ................................................................................................................................. 88 Tabela 11 – Planejamento detalhado dos temas e estratégias desenvolvidos nos três encontros do Minicurso .......................................................................................... 107 Tabela 12 – Formação inicial e tempo de atuação dos participantes como professor/a ............................................................................................................................... 123 Tabela 13 – Temas já lecionados pelos participantes ............................................ 125 Tabela 14 – Dificuldades que os alunos apresentam na aprendizagem de temas de Astronomia, na visão dos participantes do Minicurso. ............................................ 126 Tabela 15 – Respostas que ressaltam como aprendizados adquiridos aspectos associados às pesquisas apresentadas no Minicurso. ........................................... 159 Tabela 16 – Aprendizados destacados pelos participantes associados a questões metodológicas ........................................................................................................ 160 Tabela 17 – Frequência com que determinada atividade foi ressaltada entre os participantes por propiciar a aprendizagem. ........................................................... 161 Tabela 18 – Respostas sobre o Minicurso ter alcançado as contribuições que esperavam ............................................................................................................. 163 Tabela 19 – Sugestões e/ou críticas dos participantes ao Minicurso como um todo ............................................................................................................................... 165.

(14) SUMÁRIO. 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 14 2 A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO EM ASTRONOMIA E O PAPEL DOS ESPAÇOS NÃO FORMAIS ........................................................................................................ 21 2.1 A ASTRONOMIA NOS PCN DE ENSINO DE CIÊNCIAS E NA BNCC .............. 26 2.2 CONTRIBUIÇÕES DE ESPAÇOS NÃO FORMAIS PARA O ENSINO FORMAL DA ASTRONOMIA ......................................................................................................... 35 2.2.1 O potencial pedagógico dos planetários na aprendizagem de temas de Astronomia ............................................................................................................. 37 3 DIFICULDADES NO ENSINO-APRENDIZAGEM DE TEMAS DA ASTRONOMIA ................................................................................................................................. 41 3.1 CONCEPÇÕES ALTERNATIVAS, MODELOS E REPRESENTAÇÕES MENTAIS ................................................................................................................................. 42 3.2 REPRESENTAÇÕES RELACIONADAS À FORMA DA TERRA E AO UNIVERSO. ................................................................................................................................. 46 3.2.1 Representações relacionadas à forma da Terra ......................................... 48 3.2.2 Representações sobre o Universo ............................................................... 53 4 REPRESENTAÇÕES SOBRE FORMA DA TERRA E ESTRUTURAS DO UNIVERSO .............................................................................................................. 63 4.1 UM ESTUDO DE REPRESENTAÇÕES DE ESTUDANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL EM VISITA AO PLANETÁRIO BARCA DOS CÉUS ...................... 64 4.1.1 Atividades desenvolvidas no Planetário durante a Visita da Turma ......... 65 4.1.2 Metodologia do levantamento de dados ..................................................... 68 4.1.3 Resultados e discussão ............................................................................... 72 4.1.3.1 As Representações sobre a Forma da Terra ................................................ 73 4.1.3.2 As Representações sobre as Estruturas do Universo ................................... 83 4.1.4 Outros aspectos importantes ....................................................................... 98 4.1.5 Considerações finais sobre o estudo realizado .......................................... 99 5 UMA PROPOSTA DE MINICURSO PARA PROFESSORES E PLANETARISTAS COM FOCO NAS REPRESENTAÇÕES LOCAL E GLOBAL DE NOSSO LUGAR NO UNIVERSO ............................................................................................................ 102 5.1 UMA EXPERIÊNCIA PILOTO .......................................................................... 102.

(15) 5.2 O MINICURSO “NOSSO LUGAR NO UNIVERSO: DO HORIZONTE LOCAL ÀS REPRESENTAÇÕES DA TERRA E DEMAIS ASTROS NO ESPAÇO” ................. 105 5.2.1. Detalhamento da proposta do Minicurso: objetivos, temas e atividades ............................................................................................................................... 105 5.2.2. Implementação da Proposta ...................................................................... 121 5.2.2.1. Caracterização dos participantes .............................................................. 123 5.2.2.2.Primeiro encontro e atividades – Ressignificando nosso lugar no Universo: do horizonte local à representação do planeta Terra no espaço ................................. 127 5.2.2.3 Segundo encontro e atividades – Explorando representações sobre o Universo: os astros e sua organização espacial (Parte I) ....................................... 138 5.2.2.4. Terceiro encontro e atividades – Explorando representações sobre o Universo: os astros e sua organização espacial (Parte II) ...................................... 153 5.2.2.5. Avaliação do Minicurso conforme dados sistematizados nos questionários ............................................................................................................................... 158 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 167 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 172 APÊNDICE A – Questionário inicial aplicado anteriormente à visita ............... 177 APÊNDICE B – Questionário final aplicado posteriormente à visita ................ 179 APÊNDICE C – Slides do minicurso realizado com planetaristas em formação ............................................................................................................................... 180 APÊNDICE D – Cartaz digital de divulgação do Minicurso ............................... 187 APÊNDICE E – Folder digital de divulgação do Minicurso ............................... 188 APÊNDICE F – Formulário de inscrição no Minicurso ...................................... 189 APÊNDICE G – Questionário sobre as representações de Universo ............... 190 APÊNDICE H – Questionário de avaliação do Minicurso .................................. 191 APÊNDICE I – Slides utilizados no primeiro encontro do Minicurso ............... 192 APÊNDICE J – Slides elaborados para o segundo encontro do Minicurso ..... 208 APÊNDICE K – Slides utilizados no terceiro encontro do Minicurso ............... 216 APÊNDICE L – O PRODUTO EDUCACIONAL ..................................................... 227.

(16) 14. 1 INTRODUÇÃO. Já há algum tempo que diversos documentos, diretrizes e parâmetros são elaborados com a finalidade de orientar e auxiliar a prática docente na busca de um efetivo ensino-aprendizagem. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN – (BRASIL, 2000), por exemplo, são dadas várias orientações visando proporcionar a formação de um cidadão autônomo, capaz de intervir e participar ativamente da realidade. E mais recentemente, na Base Nacional Comum Curricular – BNCC – (BRASIL, 2017) é apresentado o conjunto de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica. Apesar disso, ainda são muitas as dificuldades e contratempos encontrados no âmbito escolar para essa efetivação, como as precárias condições estruturais das escolas públicas, o excesso de carga horária de grande parte dos professores da rede pública, dificultando possíveis buscas quanto a inovações em suas práticas, a falta de uma boa formação desses professores, e a desmotivação por parte dos alunos, que por vezes não encontram um real sentido em estar na escola e aprender os conteúdos que ali são discutidos. No que diz respeito à questão da desmotivação dos alunos, é um aspecto importante em que nós, professores, podemos tentar atuar diretamente. Faz-se necessário buscar meios que proporcionem o interesse em relação aos conteúdos curriculares, fazendo com que os alunos percebam sua importância e, ao mesmo tempo, reflitam sobre suas ideias. Uma possibilidade é conduzir o ensino visando favorecer que eles sejam capazes de explicar e compreender os conteúdos envolvidos em acontecimentos de sua realidade. Como defendido em Brasil (2000, p. 84): “O contexto que é mais próximo do aluno e mais facilmente explorável para dar significado aos conteúdos da aprendizagem é o da vida pessoal, cotidiano e convivência”. Desse modo, acreditamos no ensino de Astronomia como uma área muito rica para elaboração e desenvolvimento de estratégias que possam motivar os alunos e fazê-los vivenciar os conteúdos discutidos em sala de aula, na medida em que esta área abrange explicações para muitos fenômenos observados corriqueiramente, além do fato desses próprios fenômenos, que constituem seu objeto de estudo, serem causa de grande curiosidade e deslumbramento para as pessoas de diferentes épocas e culturas..

(17) 15. Camino (2011) aponta o ensino de Astronomia como um possível campo fértil para o desenvolvimento de inovações educacionais concretas e como fonte de questões e conflitos que conduzem diversas investigações em busca de aprofundar e melhorar a forma como nos relacionamos com o mundo. Dessa forma, destaca dentre os vários aspectos do ensino de Astronomia, permitir ao sujeito ser capaz de se reconhecer no outro e a si mesmo em um diálogo profundo e igualitário, e ser parte ativa do contexto natural e social em que os processos educativos são desenvolvidos. Contudo, apesar de alguns autores apontarem um maior incentivo do ponto de vista da construção de currículos que contemplem temas da Astronomia (ver, por exemplo, LEITE et al, 2013), ainda se considera uma temática pouco explorada na educação básica brasileira. Usualmente, no Ensino Médio, alguns poucos temas são tangenciados na disciplina de Física: no primeiro ano, em curtos tópicos sobre os modelos geocêntrico e heliocêntrico, leis de Kepler e Lei da Gravitação Universal; no segundo ano, em tópicos que abordam os eclipses e fases da Lua como aplicações do estudo de óptica geométrica e no terceiro ano em alguns tópicos sobre Física Moderna, que comumente não são trabalhados pelos professores. No Ensino Fundamental, há uma oportunidade maior de ênfase nesse campo, na medida em que os PCN das Ciências Naturais apresentam “Terra e Universo” como um dos eixos temáticos para o desenvolvimento dos conteúdos do terceiro e quarto ciclos (6º ao 9º ano). As pesquisas na área de ensino de Astronomia relatam ainda insegurança da parte de professores, particularmente aqueles dos primeiros anos do Ensino Fundamental, em relação ao ensino dessa temática. Tal insegurança, que dificulta a inserção da temática no currículo efetivo da escola, tem relação direta com a deficiência na formação inicial de professores que ministram tais tópicos. Conforme relatam Langhi e Nardi (2005): De fato, mediante pesquisas efetuadas na área do ensino de Ciências, constata-se uma deficiente formação dos professores neste campo (BARROS, 1997; MALUF, 2000; BRETONES, 1999). É preocupante imaginar quais noções de Astronomia os docentes que se graduaram em cursos isentos de conceitos em Ciências (tais como Letras e Matemática, por exemplo) revisaram em sua formação para se sentirem aptos ao trabalhar com conteúdos dessa natureza com seus alunos (LANGHI; NARDI, 2005, p. 6).. Embora o texto acima seja de 2005, a ausência da Astronomia enquanto disciplina, na formação inicial de professores de ciências, por exemplo, é um assunto.

(18) 16. recorrente nos eventos de Educação em Astronomia, que, por hora, apontam alguns cursos de licenciatura ofertados pela UFRN como uma exceção dentro deste contexto1. Cabe ressaltar que um pouco dessa exceção construída na UFRN fez parte também do que ocorreu na formação da autora, tendo em vista que durante a formação inicial desta, no Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN – Campus Caicó), em Licenciatura em Física, houve a oportunidade de um contato inicial com os fenômenos do céu, os quais exerceram nela o impacto usual, pelo deslumbramento e fascínio que causaram ao ilustrar a magnitude do Universo. Ao mesmo tempo, a abordagem desenvolvida nessa formação inicial, onde se explorou o caráter histórico, social e cultural envolvido nas teorias astronômicas, possibilitou perceber desde cedo o potencial dessa área para permitir ao aluno conhecer a forma como outras culturas e sociedades se relacionaram com a natureza e com sua descrição, bem como desenvolver uma consciência ambiental, motivando-o a valorizar e cuidar do planeta. Durante a formação inicial, a autora teve ainda oportunidade de participar como monitora de cursos de extensão de Astronomia para professores de ciências em municípios circunvizinhos. Essas ações foram conduzidas por docente que fez sua Licenciatura em Física na UFRN e teve oportunidade não apenas de cursar disciplina de Astronomia como de participar de projetos de extensão desenvolvidos pelo Departamento de Física, com abordagens humanísticas para o ensino da Astronomia. Contudo, como vínhamos argumentando, infelizmente essa ainda não é a regra. A ausência desses tópicos na formação inicial de professores que já atuam na rede pública e privada é agravada e ao mesmo tempo contribui para agravar a persistência de sérios problemas apontados pela literatura na Educação em Astronomia, em especial (ver, por exemplo, LANGHI; NARDI, 2009): a propagação de erros conceituais veiculados em livros didáticos; a persistência de concepções alternativas em alunos e professores de ciências; e a ausência de metodologias mais participativas no ensino do tema.. 1. No Simpósio Nacional de Ensino de Astronomia de 2011, discussões sobre esse aspecto ocorreram nos debates sobre os trabalhos orais, tendo a orientadora deste trabalho participado delas. Foi explicitado, na ocasião, que a situação que se tem atualmente na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em que tanto as licenciaturas presenciais em Física e em Geografia, como as licenciaturas a distância em Biologia, Física, Matemática, e Química, tem a disciplina de Astronomia como obrigatória, não corresponde à realidade do país como um todo..

(19) 17. Como forma de superar esse impasse, além de se manter a defesa de que a formação inicial dos professores de ciências contemple essa dimensão, apontam-se possibilidades de formação continuada para os docentes, tais como cursos, presenciais ou a distância, e oficinas centrados tanto em questões conceituais quanto metodológicas, assim como defendem Leite et al (2013). Além disso, incentiva-se, paralelamente, uma aproximação das instituições de ensino com atividades de divulgação científica e/ou de educação não formal. Assim, especialmente no contexto da Educação em Astronomia, é dada uma ênfase significativa à exploração dos espaços típicos de educação não formal, tais como observatórios, museus de ciências e planetários, que além de desempenharem importante papel na divulgação e popularização da Astronomia e das Ciências de modo geral, podem contribuir de forma significativa no apoio ao ensino de conteúdos destas áreas. Langhi e Nardi (2009) destacam que: Desde que tais espaços não formais sejam utilizados com a finalidade de participarem efetivamente do processo de ensino/aprendizagem de forma planejada, sistemática e articulada, eles deixam de se tornar meras oportunidades de atividades educacionais de complementação ou de lazer, e contribuem ativamente para a educação em astronomia (LANGHI; NARDI, 2009, p. 5).. Destacam-se, ainda, especificidades dos espaços não formais que podem proporcionar, ao nosso ver, contribuições potenciais para a educação formal. Marandino (2001) elenca algumas dessas especificidades: a liberdade e autonomia na exploração desses espaços, incentivando uma forma de interação com o conhecimento diferenciada da escola; o intervalo de tempo de interação com o conhecimento e o ritmo em que ocorre também é diferenciado; além do papel de ampliação da cultura de modo a estabelecer relações com os conhecimentos que estão sendo trabalhados concretamente em aula, possibilitando que os conteúdos das aulas se tornem mais dinâmicos e que o aluno perceba diferentes formas de articulação entre os temas abordados. Além disso, Marandino (2001, p. 98) aponta a seguinte relação entre os espaços não formais e a escola: “Socialmente são espaços que se interpenetram e se complementam mutuamente e ambos são imprescindíveis para formação do cidadão cientificamente alfabetizado”. Nossa pesquisa de mestrado se insere precisamente nessa perspectiva de valorização da articulação entre práticas de educação formal e educação não formal, como estratégia para fortalecer a Educação em Astronomia..

(20) 18. A pesquisa leva em consideração o contexto do projeto de extensão que vem sendo desenvolvido pelo Grupo de Pesquisas em Ensino de Física e de Astronomia (GPEFA), do Departamento de Física da UFRN, através do Planetário Móvel da UFRN – Barca dos Céus. Tal projeto se estrutura em torno de dois objetivos centrais: popularizar a Astronomia em espaços diversos de Natal e cidades do interior do Rio Grande do Norte (RN); e contribuir para consolidação e ampliação do ensinoaprendizagem de temas de Astronomia desenvolvido em escolas do RN. Associadas ao segundo objetivo, desde o início de 2015, vêm sendo oferecidas, quinzenalmente, sessões de Planetário acompanhadas de outras atividades interativas para turmas previamente agendadas por escolas, para visitas ao Planetário na UFRN. Nesse contexto, colocamos nossa atenção sobre a necessidade de compreensão da aprendizagem em espaços não formais, inclusive considerando-se suas especificidades, questão que vem sendo bastante sinalizada como uma demanda para as pesquisas na área de Educação não formal, em especial para as atividades envolvendo planetários (BARRIO, 2002; ROMANZINI; BATISTA, 2009). Desse modo, sem perder de vista as especificidades dos espaços não formais, nos propomos a atuar na contribuição para a parceria direta entre planetário e escolas, focalizando especificamente, nas representações alternativas dos alunos sobre temas específicos da Astronomia e sua interação com os elementos propiciados pelos recursos e mediações de sessões de planetário e pelas atividades desenvolvidas concomitantemente. Quando falamos em “representações alternativas dos alunos”, temos em mente a referência, na literatura, à persistência das concepções alternativas como um dos obstáculos mais significativos para a Educação em Astronomia, considerando, ao mesmo tempo, que estão incluídos como obstáculos dessa mesma natureza o que se trata na literatura como modelos mentais, em temas como forma da Terra (VOSNIADOU; BREWER, 1992; GRECA; MOREIRA, 2002; SABOTA; SOBREIRA, 2011), ou simplesmente representações em outros temas (LÓPEZ ET AL, 1995; GRANDE; CHARRIER MELILLÁN; VILANOVA, 2009; RODRIGUEZ; SAHELICES, 2005). É nosso propósito focalizar mais especificamente as representações dos sujeitos relacionadas à forma da Terra e às estruturas do Universo. A escolha desses temas se justifica por acreditarmos que são indispensáveis para uma compreensão.

(21) 19. espacial mais ampla dos fenômenos astronômicos, sejam eles discutidos em ambientes formais ou não formais de educação. Nos PCN de ciências naturais para o Ensino Fundamental, por exemplo, onde esses temas estão inseridos em um dos seus eixos temáticos, intitulado “Terra e Universo”, enfatiza-se que ao se proporcionar ao aluno uma compreensão do Universo, com uma visão para além do horizonte terrestre e para dimensões muito maiores de espaço e tempo, pode-se propiciar uma ressignificação dos limites do planeta Terra e da existência do Cosmos, além de possibilitar um rico aprendizado cultural. Muitos estudos da área de educação em Astronomia (entre eles: LANCIANO, 2014; CAMINO, 2005; LEITE; HOUSOME, 2009) enfatizam a importância de uma visão “dual” simultânea sobre o espaço – a partir de uma perspectiva local de observação dos fenômenos astronômicos e de uma perspectiva global/planetária ao mesmo tempo – visão essa que pensamos estar estritamente relacionada com a construção de representações consistentes da forma da Terra e das estruturas do Universo. Considerando o contexto exposto, buscamos responder ao longo de nossa pesquisa de mestrado às seguintes questões: 1. De que modo as sessões e atividades desenvolvidas no Planetário Barca dos Céus influenciam nas representações de alunos do Ensino Fundamental sobre a forma da Terra e as estruturas do Universo? 2. O que levar em consideração sobre essas representações ao se elaborar atividades que visem abordar esses temas? Desse modo, apresentamos como objetivo geral contribuir para a formação de professores e planetaristas a partir do estudo da influência das sessões e atividades desenvolvidas no Planetário Barca dos Céus nas representações de alunos e/ou público em geral sobre a forma da Terra e as estruturas do Universo. E destacamos como objetivos específicos: ▪. Identificar as representações sobre forma da Terra e estruturas do Universo apresentadas pelos alunos antes e depois de uma visita ao Planetário Barca dos Céus;.

(22) 20. ▪. Analisar e registrar a relação entre mudanças ou persistências nas representações dos alunos e os diferentes recursos usados na sessão do planetário e nas atividades desenvolvidas concomitantemente;. ▪. Propor orientações e sugestões para a sessão e atividades complementares com base nos resultados obtidos nessa análise;. ▪. Desenvolver um Minicurso para professores e planetaristas. Especificamente, o desenvolvimento do Minicurso para professores e. planetaristas visou o compartilhamento de aprendizados adquiridos ao longo da pesquisa de mestrado, na tentativa de proporcionar subsídios teóricos e metodológicos para as práticas educativas em Astronomia realizadas por esses sujeitos; e ao mesmo tempo, favorecer trocas de experiências entre eles, advindas tanto dos espaços formais como dos não formais de Educação em Astronomia. No texto que segue, apresentamos, no capítulo 2 a importância e objetivos da educação em Astronomia, em especial, no Ensino Fundamental, como também discutimos o papel dos espaços não formais para o ensino formal da Astronomia, apontando, em particular, o potencial pedagógico dos planetários na aprendizagem de temas de Astronomia. No capítulo 3, são destacadas as dificuldades de aprendizagem identificadas nas pesquisas da área, as quais giram em torno das concepções alternativas, representações e modelos mentais acerca de temas específicos da Astronomia, enfatizando-se, especificamente, as representações sobre a forma da Terra e o Universo. No capítulo 4, apresentamos um estudo realizado acerca das representações de estudantes de uma turma do 6º ano do Ensino Fundamental sobre a forma da Terra e as estruturas do Universo em visita ao Planetário Barca dos Céus. No capítulo 5, descrevemos como ocorreu o Minicurso para professores e planetaristas em sua edição final e exploratória, esta última referente a uma experiência de formação de planetaristas que desenvolvemos em abril de 2016, quando parte dos resultados obtidos no estudo foram utilizados para compor um dos momentos de formação de novos membros da equipe do Planetário. E no capítulo 6 apresentamos nossas reflexões acerca de todo o processo de planejamento e desenvolvimento da proposta de Minicurso, assim como, sobre a pesquisa realizada com uma turma do 6º ano do Ensino Fundamental..

(23) 21. 2 A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO EM ASTRONOMIA E O PAPEL DOS ESPAÇOS NÃO FORMAIS. A Astronomia oferece explicações específicas para vários fenômenos presentes na vida cotidiana das pessoas, como a existência dos dias e das noites, as estações do ano, os fascinantes eclipses e fases da Lua, as marés, entre vários outros exemplos. Dessa forma, desde os tempos remotos desempenha um importante papel para o desenvolvimento das sociedades assim como as conhecemos hoje, estando envolvida na construção e produção de diversas culturas. As associações entre os fenômenos celestes e terrestres, noções de tempo e regularidade, o desenvolvimento de calendários, juntamente às definições de dias, meses e anos, atividades que auxiliaram as práticas agrícolas e as grandes navegações, além dos grandes conflitos ideológicos acerca da visão de mundo das pessoas, envolvendo questões políticas e religiosas e fazendo-nos crer que o mundo vai muito além do planeta Terra ou mesmo da Via Láctea, são alguns exemplos da grande influência e impacto de fenômenos e estudos astronômicos na dinâmica da sociedade ao longo dos anos. É notória a relevância da Astronomia para a compreensão do mundo à nossa volta, abrangendo desde fenômenos que ocorrem no planeta Terra até o Universo mais distante. Sendo assim, torna-se também evidente sua importância no âmbito educacional, porquanto se busca uma educação que faça real sentido ao aluno, que lhe permita participar ativamente nas discussões tecnológicas, sociais, econômicas e culturais presentes na sociedade, assim como é defendido pelos PCN (BRASIL, 2000). Ampliando as perspectivas que podem ser assumidas para o ensino de Astronomia, em um contexto de discussão sobre sua importância para o ensino de Física, Fernandes (2010) ressalta: Devemos perceber que o ensino de Física deve se estender para todos os lados, ter outro alcance. Ele deve ir além do seu objetivo – muitas vezes tomado como único – de despertar a pessoa para a curiosidade científica; ele deve ajudar a integrar o ser humano com suas questões pessoais e que dão sentido às nossas vidas em muitos aspectos. Essas questões, com frequência, tomam espaço quando falamos sobre o universo no ensino de Astronomia. (FERNANDES, 2010, p. 130-131).. O ensino de Astronomia, segundo esta autora, quando implementado por meio de uma abordagem humanística, nos possibilita discutir questões “profundas,.

(24) 22. necessárias e urgentes para uma melhoria da nossa sociedade” (FERNANDES, 2010, p. 107). Destaca-se, assim, a possibilidade de se alcançar uma visão mais crítica da ciência, na medida em que se sugere discutir aspectos da história e da natureza da ciência tais como a utilização de modelos em sua construção, os quais representam provisoriamente a realidade, baseados em dados, experiências e intuição pessoal do pesquisador, e que podem ser substituídos frente a novos fatos, dados e interpretações. E em especial, destaca-se o fato da Astronomia tratar de temas que podem estabelecer um elo com questões mais existenciais que carregamos – tal como a questão da origem do Universo – as quais se tornam elementos motivadores para seu estudo. A abordagem humanística de que fala a autora vem sendo desenvolvida por Jafelice (2010) e colaboradores, o qual aponta o ensino de Astronomia como porta de entrada para se desenvolver uma formação cultural, espiritual e ambiental do indivíduo: (...) embora a Astronomia entendida enquanto área de conhecimento tenha uma importância e interesse em si mesma, do meu ponto de vista sua relevância se manifesta antes pela eventual leitura interpretativa adicional que ela pode oferecer para elementos importantes à vida como a conhecemos – e não pelo que costuma ser enfatizado e enaltecido sobre tal área. Com efeito, se aquilo que comumente se associa à astronomia for abordado segundo um olhar do tipo aqui proposto, sobressaem inúmeros elementos valiosos – biológica, cultural e historicamente – à vida no planeta e, em especial, ao humano que podem ser contemplados desde uma perspectiva cósmica integradora. (JAFELICE, 2010, p. 221).. Nessa abordagem, a importância da Astronomia se sobressai não apenas enquanto área específica do conhecimento, mas como uma área que pode incentivar e estimular o sentir, o pensar e o agir solidários, cooperativos e éticos, ao ser trabalhada a partir de uma abordagem transdisciplinar. Para Jafelice (2010), o ensino de Astronomia pode se tornar promissor de uma formação integrada à comunidade, marcada pelo cultural enquanto atributo de um indivíduo criador de significados, espiritual enquanto incita o aprimoramento emocional, afetivo, cognitivo, intelectual e ético; e ambiental compreendido em uma perspectiva cósmica interdependente e biocentrada. Considerando a intrínseca relação entre os ciclos astronômicos e ciclos que os organismos vivos trazem impressos em si, relação esta que foi construída através de bilhões de anos de evolução, e mais ainda, assumindo uma percepção cósmica do ambiente, Jafelice (2010) também destaca que:.

(25) 23. A relação entre as coisas do céu e meio ambiente é a maior que pode existir (grifo do autor): é uma relação que vai ser determinante na própria formação do mundo como o conhecemos, na relativa estabilização de nossa representação do mesmo e na conformação de nossa espécie enquanto tal! (JAFELICE, 2010, p. 251).. Neste sentido, o autor ressalta ainda um potencial nos fenômenos ou “coisas do céu” para ativarem naturalmente áreas da psicologia humana que não se vinculam somente com a cognição ou lógica, mas também com a emoção dos sujeitos: Os assuntos e discussão ligados a coisas do céu, por sua própria natureza, envolvem e, portanto, ativam, quando oferecidos, várias áreas do psiquismo humano como um todo, como aqueles domínios associados ao afeto, sentimento, emoção, espírito - e não apenas aquelas relacionadas à cognição propriamente dita, que são as reconhecidas e estimuladas no ensino convencional, em particular as restritas às inteligências lógico-matemática e linguística (JAFELICE, 2010, p. 249).. A ativação desses domínios a partir do contato com “as coisas do céu” é mais um aspecto que se pode destacar para a importância de um ensino de Astronomia por meio de vivências e metodologias transdisciplinares, as quais possam proporcionar uma formação de um sujeito mais consciente, humano e íntegro, comprometido com questões sociais e ambientais como um todo. Vemos também na citação a seguir, de Camino (1998), uma possível leitura sobre como o desencadear de emoções e sentimentos que as “coisas do céu” usualmente. nos. proporcionam,. nos. levando. quase. que. naturalmente. a. questionamentos mais existenciais, participam diretamente da construção de nossa consciência e identidade: O céu noturno nos brinda, em princípio, a possibilidade de “viver” duas fortes sensações: a noção de infinito e a de eternidade. Ambas as vivências, diretamente relacionadas com a gênese do espaço e do tempo, estão enraizadas em todas as coisas na construção de nossa própria consciência acerca de quem somos, de nossa identidade. O que nos produz o céu noturno, desde mesmo a infância, é então um primeiro passo para a construção das únicas certezas que podemos ter na vida: nossa pequenez e efêmera existência com relação ao Universo, ideias que levam diretamente a realizarmos perguntas transcendentais acerca da vida, da morte e de Deus. (CAMINO, 1998, p. 99).. Pelo exposto até aqui, constatamos que há um leque de argumentos diversificados e contundentes em defesa da importância da educação em Astronomia: desde aqueles mais pragmáticos, que dizem respeito a compreender fenômenos cotidianos, ou ainda compreender como construímos socialmente nossas referências temporais e espaciais que baseiam diversas atividades nossas, tais como a agricultura.

(26) 24. e a navegação, passando pelas questões relativas à compreensão do Universo mais amplo em que nos inserimos e das tecnologias que hoje envolvem o conhecimento desse Universo, até motivações mais subjetivas, que se relacionam com a necessidade de refletir sobre nossa história – biológica e humana – numa perspectiva mais ampla. Com tantas contribuições reconhecidas para a Educação em Astronomia, espera-se uma maior inserção da mesma na formação básica dos jovens. Infelizmente, algumas pesquisas apontam que no Brasil historicamente tem havido um declínio dos conteúdos de Astronomia, tanto no ensino básico como no ensino superior (LANGHI; NARDI, 2011); contudo, há movimentos contrários a essa tendência, aos quais deve-se agregar esforços. Por exemplo, Bretones, Megid Neto e Canalle (2006) indicam que desde os anos 80 as preocupações com a Astronomia têm emergido mais fortemente em programas curriculares em nível estadual e municipal. Esse fato teria contribuído para a realização de muitos cursos de formação continuada de professores, estudos sobre recursos didáticos disponíveis ou mesmo produção de novos materiais didáticos para abordagem dessa temática no ensino, dada a necessidade de aperfeiçoamento dos professores na área, bem como de livros didáticos que tratassem detalhadamente desses assuntos. Os autores também enfatizam, entre outros aspectos, a publicação dos PCN para o Ensino Fundamental, em dezembro de 1997, que, conforme destacamos anteriormente, sinalizaram de maneira explícita a inserção de temas sobre Astronomia na educação escolar, a partir do eixo estruturador “Terra e Universo”, proposto especificamente para os ensinos dos atuais 6° ao 9° anos desse nível de ensino. Podemos ainda ressaltar a inserção explícita da Astronomia como uma das Unidades Temáticas proposta na terceira versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), denominada Terra e Universo, presente em todo o Ensino Fundamental, desde o 1º ano até o 9º ano. Considerando nossa vivência particular do Ensino de Ciências, no qual atuamos quando iniciamos o presente trabalho, em uma escola da rede particular situada em Natal/RN, tivemos a oportunidade de participar da inserção dos conteúdos de Astronomia no Ensino Fundamental II, no início de 2015, como docente da disciplina de Ciências no 6º ano. Esta disciplina ocorreu durante um semestre letivo sendo destinadas as três horas/aula semanais de sua carga horária exclusivamente para temas de Astronomia, observando-se sequência e atividades de um material.

(27) 25. específico elaborado pelo Centro de pesquisa e desenvolvimento da Abramundo (ABRAMUNDO, 2014). Foram abordados temas como: observação do céu, sol da meia noite, estações do ano, fases da Lua, eclipses, sistema solar, existência de vida fora da Terra, identificação de estrelas no céu, ciclo de vida das estrelas, entre outros. Trata-se de uma experiência que merece destaque em virtude de contrariar a tendência usual, em que, por mais que seja dada importância ao ensino de Astronomia, na prática uma pequena fração do tempo curricular é destinada aos conteúdos da mesma. Longhini, Gomine e Fernandes (2013), por sua vez, em seu estudo de caracterização do perfil da comunidade acadêmica brasileira que atuou ou ainda atua na Educação em Astronomia, apontam ainda um movimento de fortalecimento dos trabalhos na área, que vão desde a realização de eventos, projetos de pesquisa, até publicação de artigos e livros, surgimento de periódicos, tais como a criação da Revista Latino Americana de Educação em Astronomia (Relea, disponível em: < http://www.relea.ufscar.br/index.php/relea>), em 2004, e do Banco de Teses e Dissertações sobre Educação em Astronomia, em 2010, coordenado por Paulo Sergio Bretones (disponível em: < http://www.btdea.ufscar.br/ >). A criação e vitalização desses meios acadêmicos ajudam a fortalecer a Educação em Astronomia, inclusive por permitir identificar e discutir coletivamente soluções para os principais problemas enfrentados no ensino dessa ciência. Pode se tornar mais fácil, por exemplo, conseguir influenciar coletivamente na questão da formação. inicial. dos. professores. que. ministram. conteúdos. dessa. área,. particularmente na dos professores que atuam no Ensino Fundamental, que usualmente são formados em pedagogia e Licenciatura em Biologia, cursos em que se encontra grande carência na formação em temas e metodologias para o ensino de Astronomia (LANGHI; NARDI, 2011). De fato, a formação de professores é uma das dificuldades que Langhi e Nardi (2011), em seu estudo, sistematizaram como uma das mais relevantes a serem superadas na Educação em Astronomia: (...) declínio histórico de conteúdos de astronomia no ensino básico e superior; deficiência na formação de professores acerca destes conteúdos; propagação de concepções alternativas e mitos; falta da prática observacional; potencial dos estabelecimentos (observatórios, planetários, associações e clubes) pouco aproveitado (atividades pontuais e locais); subutilização da forte componente motivacional e interdisciplinar da.

(28) 26. astronomia no ensino (falta de instrumentação metodológica e instrumental) (LANGHI; NARDI, 2011, p. 2).. Entre estes problemas que os autores destacaram, focalizamos, para fins do nosso trabalho de dissertação, a questão das concepções alternativas dos alunos, utilizando-nos de espaço não formal – mais especificamente, do Planetário Móvel da UFRN – como parte de uma estratégia para enfrentamento desse obstáculo. Nossa proposta é proporcionar contribuições para professores e mediadores, a partir do uso deste espaço no trabalho com temas de Astronomia. Tendo em mente a maior carência de temas de Astronomia na formação inicial de professores de Ciências, e ao mesmo tempo, no próprio direcionamento que os PCNs para o Ensino Fundamental e a BNCC (BRASIL, 2017) dão para a inserção do ensino de Astronomia, explicitado na seção a seguir, pretendemos desenvolver nossas contribuições para esse nível de ensino. Por essa razão, na próxima seção retomamos de forma mais detalhada as orientações nacionais curriculares para a educação em Astronomia no Ensino Fundamental. As dificuldades na aprendizagem da Astronomia relacionadas ao tema das concepções alternativas, por sua vez, serão tratadas mais amplamente no capítulo 3.. 2.1 A ASTRONOMIA NOS PCN DE ENSINO DE CIÊNCIAS E NA BNCC. De acordo com os PCN para o Ensino Fundamental (BRASIL, 1998), o ensino de Ciências Naturais não deve levar em consideração apenas o conhecimento científico em si mesmo. É essencial considerar o desenvolvimento cognitivo dos estudantes, relacionado a suas experiências, sua identidade cultural e social, de modo que os diferentes significados e valores das Ciências Naturais possam proporcionar uma aprendizagem efetiva, possibilitando-lhes relações no âmbito da vida, do Universo, do ambiente e dos equipamentos tecnológicos que podem melhor situá-lo em seu mundo. Assim sendo, são explicitados como objetivos gerais para esse nível de ensino (BRASIL, 1998, p. 33 e 34): ▪. Compreender a natureza como um todo dinâmico e o ser humano, em sociedade, como agente de transformações do mundo em que vive, em relação essencial com os demais seres vivos e outros componentes do ambiente;.

(29) 27. ▪. Compreender a Ciência como um processo de produção de conhecimento e uma atividade humana, histórica, associada a aspectos de ordem social, econômica, política e cultural;. ▪. Identificar relações entre conhecimento científico, produção de tecnologia e condições de vida, no mundo de hoje e em sua evolução histórica, e compreender a tecnologia como meio para suprir necessidades humanas, sabendo elaborar juízo sobre riscos e benefícios das práticas científicotecnológicas;. ▪. Compreender a saúde pessoal, social e ambiental como bens individuais e coletivos que devem ser promovidos pela ação de diferentes agentes;. ▪. Formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais a partir de elementos das Ciências Naturais, colocando em prática conceitos, procedimentos e atitudes desenvolvidos no aprendizado escolar;. ▪. Saber utilizar conceitos científicos básicos, associados a energia, matéria, transformação, espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida.. ▪. Saber combinar leituras, observações, experimentações e registros para coleta, comparação entre explicações, organização, comunicação e discussão de fatos e informações;. ▪. Valorizar o trabalho em grupo, sendo capaz de ação crítica e cooperativa para a construção coletiva do conhecimento. Alguns desses objetivos podem ser desenvolvidos em todas as disciplinas,. como esse último, que visa valorizar o trabalho em grupo e a capacidade de ação crítica. Outros podem ser relacionados diretamente com tópicos do ensino de Astronomia, como a busca por compreender a ciência como um processo de produção de conhecimento e uma atividade humana, histórica, de ordem social, econômica, política e cultural na medida em que a história da Astronomia é marcada por grandes discussões sobre a inter-relação desses aspectos, os quais foram de fundamental importância para o desenvolvimento, por exemplo, dos modelos de mundo geocêntrico e heliocêntrico. Ao se buscar identificar relações entre conhecimento científico, produção de tecnologia e condições de vida, como sugere o terceiro objetivo destacado, pode-se discutir de modo geral, no âmbito do ensino de Astronomia, como determinadas.

(30) 28. condições de vida se relacionam com a influência da ciência e da tecnologia, como por exemplo, na procura de evidências acerca da possibilidade de existência de vida em outros planetas. Ao analisar os critérios de seleção de conteúdos de ciências naturais no Ensino Fundamental, também identificamos uma possível relação com o ensino de Astronomia, uma vez que, dentre um desses critérios, defende-se que: Os conteúdos devem ser relevantes do ponto de vista social, cultural e científico, permitindo ao estudante compreender, em seu cotidiano, as relações entre o ser humano e a natureza mediadas pela tecnologia, superando interpretações ingênuas sobre a realidade [...] (BRASIL, 1998, p. 35).. Além disso, atualmente a Astronomia no Ensino Fundamental, como já foi citado na seção anterior, é tratada especialmente no eixo estruturador “Terra e Universo” devendo estar presente nos conteúdos de ensino a partir do terceiro ciclo (atualmente denominado 6º ano). De modo geral, são identificados como objetivos para este eixo: a ampliação da orientação espaço temporal do aluno, a conscientização dos ritmos de vida, a concepção do Universo sem fronteiras, a compreensão do significado histórico da ruptura entre o modelo geocêntrico e o modelo heliocêntrico de Universo para o pensamento ocidental, entre outros. Para tanto, ainda nos PCN, são orientadas algumas metodologias a serem trabalhadas em sala de aula: a produção de um relógio de sol, a elaboração de mapas mensais do céu, a construção de uma escala de distância do sistema Sol-Terra-Lua, a utilização de fotografias da Lua, dos planetas e de seus satélites, bem como a forma como foram obtidas, visando construir imagens do Universo e de sua investigação, discussões a partir de filmes, de vídeo, animações de computador e experimentos. Ainda vale destacar as visitas preparadas a observatórios, planetários, associações de astrônomos amadores, museus de Astronomia e de Astronáutica como espaços importantes para enriquecer o repertório de imagens dos alunos; a solicitação de desenhos sobre representações do Universo, onde a Terra esteja presente; a indicação para abertura de diálogo para as distintas concepções dos estudantes sobre o Universo antes de ensinar a perspectiva científica consagrada, uma vez que é difícil para os estudantes superar as “concepções intuitivas acerca da forma da Terra, sua espessura, seu diâmetro, sua localização e descrição de seus movimentos” (BRASIL, 1998, p.38); e a persistente orientação para atividades de observações..

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