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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO ESPÍRITO SANTO Curso de Direito

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO ESPÍRITO SANTO Curso de Direito

Luciano Pacífico Manhabusqui

O PERFIL MANIFESTADO PELO ADOTANTE INSCRITO NO (CNA) CADASTRO NACIONAL DE ADOÇÃO, COMPARADO COM OS

DADOS OBTIDOS NO (SIGA) SISTEMA DE INFORMAÇÃO E GERÊNCIA DE ADOÇÃO E ABRIGAMENTO DA COMARCA DE

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM/ES.

Cachoeiro de Itapemirim – ES 2011

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Luciano Pacífico Manhabusqui

O PERFIL MANIFESTADO PELO ADOTANTE INSCRITO NO (CNA) CADASTRO NACIONAL DE ADOÇÃO, COMPARADO COM OS

DADOS OBTIDOS NO (SIGA) SISTEMA DE INFORMAÇÃO E GERÊNCIA DE ADOÇÃO E ABRIGAMENTO DA COMARCA DE

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM/ES.

Trabalho de Conclusão de Curso (monografia) apresentado perante banca examinadora do Curso de Direito do Centro Universitário São Camilo. Como exigência parcial para obtenção de grau de bacharel em Direito sob orientação da Professora e Mestre Cláudia Moreira Hehr Garcia.

Cachoeiro de Itapemirim – ES 2011

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Luciano Pacífico Manhabusqui

O PERFIL MANIFESTADO PELO ADOTANTE INSCRITO NO (CNA) CADASTRO NACIONAL DE ADOÇÃO, COMPARADO COM OS

DADOS OBTIDOS NO (SIGA) SISTEMA DE INFORMAÇÃO E GERÊNCIA DE ADOÇÃO E ABRIGAMENTO DA COMARCA DE

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM/ES.

Cachoeiro de Itapemirim – ES, 21 de novembro de 2011

Professora Orientadora: Cláudia Moreira Hehr Garcia.

Prof.(a) Examinador (a):

Prof.(a) Examinador (a):

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A minha esposa que me ensinou a acreditar em sonhos, a minha mãe e o meu pai que me ensinaram a nunca desistir de lutar, aos meus irmãos que sempre me motivaram para prosseguir, as minhas tias, minhas sobrinhas que compartilham comigo suas alegrias, e principalmente a Deus que me deu a oportunidade de viver todas essas experiências.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus pela minha vida.

Também a meus pais, na pessoa de meu pai Luiz Manhabusqui Filho e minha mãe Marli Pacifico, que me incentivaram a não desistir, mesmo que houvesse dificuldades, mas que terminasse a faculdade, e a minha esposa Luciana Alcântara Pinheiro Manhabusqui, pela compreensão e incentivo, pela paciência, e pelo amor demonstrado independente da situação. Agradeço muito por confiarem mim e acreditar na minha capacidade, e sei que sem ela não conseguiria chegar até aqui.

Com carinho a professora e coordenadora Cláudia Moreira Hehr Garcia, que assumiu a orientação deste trabalho, que me ajudou para a realização deste como um todo, ainda me incentivou e ensinou a não desistir aprendendo com os erros e superando os obstáculos.

Meus irmãos e sobrinhas que principalmente compartilharam comigo momentos de alegria e momentos de dificuldade.

Como também meus amigos de sala, que fizeram parte de toda a minha vida acadêmica e sem dúvidas seguirão comigo onde quer que este.

A amiga Rosilene Gomes Amaral, que sempre esteve ao meu lado em todos os momentos difíceis.

Enfim, agradeço a todos os professores da instituição Universidade São Camilo do espírito Santo, que dividiram comigo suas experiências e conhecimentos.

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"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.

Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis".

(Fernando Pessoa)

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MANHABUSQUI. Luciano Pacifico. O perfil manifestado pelo adotante inscrito no (CNA) Cadastro Nacional de Adoção, comparado com os dados obtidos no (SIGA) Sistema de Informação e Gerência de Adoção e Abrigamento, da Comarca de Cachoeiro de Itapemirim/ES. 2011. 53 fls. Monografia (bacharelado em Direito). Centro Universitário São Camilo, Cachoeiro de Itapemirim, 2011.

RESUMO

O presente trabalho tem o intuito de buscar, através do exercício da investigação científica, o conhecimento crítico e objetivo, nascendo na realidade social e se consolidando nas leis. Procedendo-se a uma análise crítica e construtiva para repensar a adoção, considerando categorias, paradigmas e práticas do direito de família, numa índole constitucional, sobre os aspectos abordados, visando contribuir, de alguma forma, para a sociedade e o direito. Primeiramente faz-se um retrospecto da história da adoção, a fim de se entender a evolução do instituto, tendo em vista ser um tema complexo e envolto em preconceitos. Em seguida, uma análise de forma crítica das leis brasileiras face à adoção, através de levantamento das problemáticas pontuais, tais como, a adoção e o perfil manifestado pelo adotante face ao (CNA) Cadastro Nacional de Adoção, comparando este, as pesquisas cadastrais adquiridas no cadastro municipal da Comarca de Cachoeiro de Itapemirim. Considerando o número de crianças institucionalizadas, a exigência dos adotantes, a distorção no conceito de adoção e a falta de generosidade e solidariedade. Nesse contexto, diante de questões relativas à infância e à juventude, procurou-se encontrar as justificativas coerentes que impliquem a adequada utilização do instituto da adoção, considerando seus reflexos nos casos concretos, partindo do princípio da prioridade absoluta e do superior interesse da criança e do adolescente.

Palavras-chave: adoção; perfil; adotante; Cadastro Nacional de Adoção.

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MANHABUSQUI. Luciano Pacifico. The profile shown by the sponsor entered in (CNA) the National Register of Adoption, compared with the data obtained in (SIGA) the information system and management of Adoption and Abrigamento, district of Cachoeiro de Itapemirim/ES. 2011. 53 fls. Monograph (Bachelor's degree in law). Centro Universitário São Camilo, Cachoeiro de Itapemirim, 2011.

ABSTRACT

This work has to seek, through the Office of scientific research, scientific knowledge, critical goal, being born in social reality and merging in the laws. By taking a constructive and critical analysis to rethink the adoption, whereas categories, paradigms and practices family law, a constitutional character, on the points raised, in order to contribute somehow to society and the law. First is a Retrospect of the history of adoption, in order to understand the evolution of the Institute, in order to be a complex issue and wrapped in prejudices. Then a critical analysis of Brazilian law against adoption, through removal of specific issues, such as the adoption and the profile of the sponsor (CNA) National Registration of adoption, comparing this, cadastral surveys acquired municipal registration district of Cachoeiro de Itapemirim.

Considering the number of institutionalised children, the requirement of the adopters, the distortion on the concept of adoption and the lack of generosity and solidarity. In this context, questions relating to childhood and youth, sought to find coherent justifications which involve the appropriate use of the Institute of adoption, whereas your reflexes in concrete cases, assuming absolute priority and of the best interests of children and adolescents.

Keywords: adoption; profile; sponsor; Register national adoption.

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SUMÁRIO

Resumo Abstract

1 INTRODUÇÃO ... 9

2 ELEMENTOS HISTÓRICOS DA ADOÇÃO ... 11

3 DA ADOÇÃO NO BRASIL ... 17

4 DO CADASTRO NACIONAL DE ADOÇÃO – CNA ... 30

4.1 Dos dados do Cadastro Nacional de Adoção – CNA ...33

4.2 Do perfil manifestado pelo adotante perante o – CNA – Cadastro Nacional de Adoção ... 34

5 DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO E GERÊNCIA DE ADOÇÃO E ABRIGAMENTO DA COMARCA DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM – SIGA ... 37

5.1 Do CMDC – Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente cumulado com o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana ... 38

5.2 Do perfil manifestado pelo adotante perante o Sistema de Informação e Gerência de Adoção e Abrigamento da Comarca de Cachoeiro de Itapemirim – SIGA ... 40

5.3 Da preocupação do Estado com as crianças mantidas em abrigos e do incentivo a prática de adoção ... 45

6 CONCLUSÃO ... 48

REFERÊNCIAS ANEXOS ANEXO I – Gráfico com o perfil étnico manifestado pelo adotante perante o CNA – Cadastro Nacional de Adoção ... 52

ANEXO 2 – Gráfico com o perfil étnico manifestado pelo adotante perante o SIGA – Sistema de Informação e Gerência de Adoção e Abrigamento da Comarca de Cachoeiro de Itapemirim ... 53

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1 INTRODUÇÃO

O objetivo do presente trabalho é traçar um breve apanhado sobre pontos históricos relacionados ao Instituto da adoção, delineando os seus aspectos importantes na antiguidade, bem como, no Direito Romano, que, como será demonstrado, serviu de berço para as legislações modernas de todo o mundo, inclusive o Brasil.

Em breve análise às principais Legislações, no que tange ao Instituto da adoção no Brasil, percebeu-se significativas mudanças trazidas pelo legislador com relação a esse tema, iniciando-se pelo Código Civil Brasileiro de 1916, passando pela alteração da Lei nº 3.133 de 1957, vindo a ser modificada pela Lei 4.655 de 1965 (Legitimidade Adotiva), e tão logo o Código de Menores representado pela Lei 6.697 de 1979.

A Constituição Federativa do Brasil de 1988, seguindo com Estatuto da Criança e do Adolescente Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990, assim como a atual Lei da Adoção, vigente hoje no Brasil, trouxeram ao menor uma segurança jurídica maior, no que diz respeito aos direitos já assegurados anteriormente nas legislações acima especificadas, como por exemplo, o vínculo de parentesco e os direitos sucessórios.

Consoante ao Instituto da adoção, o assunto do presente trabalho ficou delimitado no tema “O Perfil manifestado pelo Adotante Perante o CNA – Cadastro Nacional de Adoção, Comparado com os Dados Obtidos pelo SIGA – Sistema de Informação da Adoção e Abrigamento da Comarca de Cachoeiro de Itapemirim/ES”.

Frise-se que o Cadastro Nacional de Adoção – CNA, criado pelo Conselho Nacional de Justiça – CNJ, através da Resolução Nº 54, de 29 de abril de 2008, dispõe sobre a implantação e funcionamento do Cadastro Nacional de Adoção em âmbito nacional, prestando ao instituto da adoção uma relevante contribuição no aspecto informativo, disponibilizando de forma mais célere acesso ao banco de dados do sistema, onde constam os cadastros do adotante e do adotando, objetivando possibilitar uma maior interação daqueles que pretendem adotar, com os que estão disponíveis à adoção.

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Justificando a escolha do tema, este firma-se no artigo 226 da Carta Magna que prescreve ser a família a base da sociedade, expressos nos artigo 19, 50 e ss, da Lei n.º 8.069/90, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente (ECRIAD), onde dispõe sobre os cadastros da adoção, especificando como necessários no procedimento da colocação da criança ou do adolescente em família substituta.

Partindo desta concepção, extrai-se o conteúdo temático sobre o perfil manifestado pelo adotante, quando este na possibilidade de escolha de seu suposto “filho”, projeta um perfil que pode ser compreendido como preconceituoso.

Assim, o referido trabalho confere ênfase especial no processo de adoção, relacionando dados cadastrais, através de um aspecto crítico montado sobre o perfil de escolha do adotante em face ao conceito de adoção.

Destaque-se que o presente trabalho traz gráficos mostrando dados pertinentes ao perfil manifestado pelo adotante perante o CNA – Cadastro Nacional de Adoção, comparado ao SIGA – Sistema de Informação e Gerência da Adoção e Abrigamento da Comarca de Cachoeiro de Itapemirim/ES.

Enfim, a pesquisa em tela possibilita uma maior percepção sobre o perfil manifestado pelo adotante em âmbito geral, quando comparado com as características dos candidatos inscritos na Comarca de Cachoeiro de Itapemirim.

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2 ELEMENTOS HISTÓRICOS DA ADOÇÃO

Os primeiros textos que tratam do termo “adoção” foram encontrados no Código de Manu e no Código de Hamurabi. O Instituto também teve frequente uso na Grécia, onde exerceu relevante função social e política, mas onde realmente se expandiu de maneira notória foi no direito romano, partindo da necessidade de perpetuar o culto aos deuses familiares.1

Conforme exposto por Caio Mário: “A necessidade de propiciar os deuses familiares levou os povos antigos a criar situações jurídicas especiais destinadas a assegurar um continuador do culto doméstico, a quem não tivesse descendente.”2

O Código de Hamurabi (também escrito Hamurábi ou Hammurabi) é um dos mais antigos conjuntos de leis escritas já encontradas, e um dos exemplos mais bem preservados deste tipo de documento da antiga Mesopotâmia. Segundo os cálculos, estima-se que tenha sido elaborado pelo rei Hamurabi por volta de 1700 a.C.. Foi encontrado por uma expedição francesa em 1901 na região da antiga Mesopotâmia correspondente a cidade de Susa, atual Irã.3

Na sociedade Hamurabiana, a prática da adoção foi bastante humana, pois se uma criança fosse adotada logo após seu nascimento, não poderia mais ser reclamada; se esta fosse adotada para aprender um ofício e o ensinamento estivesse sendo feito, também não poderia ser reclamada. Caso este ensino não tivesse sendo feito, o adotado deveria voltar à casa paterna; se a criança, ao ser adotada, já tivesse mais idade e reclamasse por seus pais, tinha que ser devolvida; em outros casos, se o adotado renegasse sua adoção, seria severamente punido; se o casal, após adotar, tivesse filhos e desejasse romper o contrato de adoção, o adotado teria direito a uma parte de patrimônio deles a título de indenização.4

1 MONTEIRO, Washington de Barros; SILVA, Regina Beatriz Tavares. Curso de Direito Civil. Direito de Família. 40. ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 407.

2 PEREIRA, Caio Mário da Silva. Direito de Família. Vol. V. 18. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro:

Forense, 2010, p. 407.

3 CASTRO, Flávia Lages de. História do Direito Geral e Brasil. 6. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008, p. 12.

4 CASTRO, 2008, p. 22.

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185. Se um homem adotar uma criança e der seu nome a ela como filho, criando-o, este filho crescido não poderá ser reclamado por outrem.

186. Se um homem adotar uma criança e esta criança ferir seu pai ou mãe adotivos, então esta criança adotada deverá ser devolvida à casa de seu pai.

[...]

189. Se ele não tiver ensinado à criança sua arte, o filho adotado poderá retornar à casa de seu pai.

190. Se um homem não sustentar a criança que adotou como filho e criá-lo com outras crianças, então o filho adotivo pode retornar à casa de seu pai.

191. Se um homem, que tenha adotado e criado um filho, fundado um lar e tido filhos, desejar desistir de seu filho adotivo, este filho não deve simplesmente desistir de seus direitos. Seu pai adotivo deve dar-lhe parte da legítima, e só então o filho adotivo poderá partir, se quiser. Ele não deve dar, porém, campo, jardim ou casa a este filho.

192. Se o filho de uma amante ou prostituta disser ao seu pai ou mãe adotivos: "Você não é meu pai ou minha mãe", ele deverá Ter sua língua cortada.

193. Se o filho de uma amante ou prostituta desejar a casa de seu pai, e desertar a casa de seu pai e mãe adotivos, indo para casa de seu pai, então o filho deverá Ter seu olho arrancado.5

A adoção também foi usada na sociedade Hindu através da edição do Código de Manu. Nessa sociedade, a adoção foi usada para dar continuidade à linhagem, uma vez que, havia a crença de que o primeiro filho homem nascido dava ao homem a condição de pai, sanando assim sua dívida espiritual com os antepassados, conforme artigo 523, que afirma: “No momento de nascer o mais velho, antes mesmo que a criança tenha recebido os sacramentos, um homem se torna pai e paga a dívida para com os seus antepassados; o filho mais velho deve ter tudo.”6

Portanto, o termo “adoção” já era conhecido do homem da antiguidade, inclusive, das sociedades anteriores a existência do Estado Romano, quando o incito desta prática decorria de diversas crenças antigas7, na qual o culto e a morte mereciam maior destaque e importância, quando a figura da alma era imortal, e se acreditava numa segunda existência além vida terrena. “Encaravam a morte não como decomposição do ser, mas como mera mudança de vida”, como diz Fustel de Coulanges:8

5 HAMMURABI. Código. Brasil Colônia. Disponível em:

http://www.angelfire.com/me/babiloniabrasil/hamur.html. Acesso em: 05 out. 2011.

6 CASTRO, 2008, p. 57-58.

7 RIZZARDO, Arnaldo. Direito de Família. 6. ed., rev. e atual. Rio de janeiro: Forense, 2008. p. 541.

8 COULANGES, Fustel de. A Cidade Antiga. Tradução J. Cretella Jr. e Agnes Cretella. São Paulo:

RT, 2003. p. 19.

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Em que lugar, porém, e de que maneira se viveria esta segunda existência?

Acreditar-se-ia, então, que o espírito imortal, uma vez saído do corpo, iria dar vida a outro corpo? Não, porque a crença na metempsicose nunca conseguiu enraizar-se no espírito das populações greco-itálicas. Não era essa a crença também dos antigos árias do Oriente, porque os hinos dos Vedas a isso se opõem. Acredita-se que o espírito subia ao céu, para a região da luz?

Também não, porque a idéia de que as almas entravam na morada celeste é de época relativamente moderna no Ocidente. A habitação celeste apenas era considerada como recompensa dada a alguns grandes homens e aos benfeitores da humanidade. De acordo com as mais antigas crenças itálicas e gregas, não era em um outro mundo que a alma passaria sua segunda existência. Ficava bem perto dos homens e

continuava a viver sobre a terra, junto destes.9

Assim, através da imortalidade da alma foram sendo criadas inúmeras regras de condutas para que fossem satisfeitas as necessidades dos mortos, como por exemplo, a necessidade de alimentá-los sendo-lhes oferecidos comida em forma de oferendas.

Daí o fato da religião da época estar totalmente ligada a família (religião doméstica), porque desta dependia a perpetuação do culto ao deus, que era exclusivo de cada lar (que representava os antepassados). A alma dependia dos rituais da família para alcançar a felicidade eterna, daí os ritos sepulcrais de onde se derivou a necessidade de sepultura, pela necessidade da alma ter moradia subterrânea.

Conforme citado por Washington de Barros, o individuo poderia perpetuar o culto doméstico mesmo nos casos de a família não poder ter filhos pelos motivos diversos, como exemplo a infertilidade.

Pela adoção, procurava o indivíduo sem posteridade obter filhos que lhe perpetuassem o nome e lhe assegurassem o culto doméstico, considerando entre os romanos como necessidade material dos que faleciam (adoptio est legitimus actus, naturam imitans, quo líberos nobis quaerimus).10

Assim podemos presenciar como a adoção se mantinha presente nas crenças romanas, fazendo com que estas exercessem grande importância na sociedade e na religião.

9 COULANGES, 2003, p. 19.

10 MONTEIRO, 2010, p. 473.

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Existia também na religião Romana o fogo sagrado, que ardia num altar erguido dentro de cada casa, não podendo ser apagado durante gerações inteiras. Perante este altar abastecido com ramos, o chefe e sua família se reunia para cultuar e invocar os antepassados.

A casa do grego ou do romano obrigava um altar; sobre esse altar devia haver sempre um pouco de cinza e carvões acesos. Era obrigação sagrada, para o chefe de cada casa, manter aceso o fogo dia e noite. Infeliz da casa onde se apagasse! Cada noite cobriam-se de cinza os carvões, para impedir que se consumissem por completo; pela manhã, o primeiro cuidado era reavivar o fogo, e alimentá-lo com ramos. O fogo não cessava de brilhar diante do altar senão quando se extinguia toda uma família; a extinção do fogo e da família eram expressões sinônimas entre os antigos.11

Portanto, dentre tantas crenças e ritos, a adoção foi bem aceita entre os romanos, devido a tão temida desgraça da não perpetuação do culto. “Aquele a quem a natureza não deu filhos, pode adotar um, para que as cerimônias fúnebres não se extingam.” 12 A sociedade romana usava corriqueiramente o instituto da adoção, sendo esta uma prática bem aceita, pois imitava a natureza no tocante a procriação.13

No entanto, havia em Roma duas formas de adoção; a adrogatio e a adoptio. A adrogatio quando um pater familias, era adotado por outro, sendo que o adotado levava consigo toda sua família e seu patrimônio. Já a adoptio, era a adoção de um indivíduo sui juris, portanto não havia limite de idade para a adoção, mas, era exigido que o adotante fosse mais velho que o adotado, imitando assim a natureza.14

Existia ainda no direito romano uma terceira forma de adoção, que era a adoção testamentária (adoptio per testamentum), quando o adotante por forma testamentária legava efetuar a adoção desejada. Esta por sua vez produzia seus efeitos após a morte (post mortem) do testador.

11 COULANGES, 2003, p. 27.

12 Ibid., p. 53.

13 CASTRO, 2008, p. 104.

14 Ibid., p. 105.

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Mais tarde a adoptio testamentum foi utilizada por Júlio César, que adotou Otávio Augusto, que o sucederia como Imperador, sucedendo ao trono de Júlio César, o que levantou profunda repercussão política.15

A adoção não cabia às mulheres, conforme cita Flávia Lages. Apesar destas não poderem adotar, lhes era dado a opção nos casos em que estas perdiam seus filhos, obtendo assim a permissão para isso:

Feminae adoptare non possunt, quia nec naturales liberos in sua potetate habent: sed ex indugéntia principis in solatium liberorum amissorum possunt.

– As mulheres não podem adotar, pois tão pouco tem sob seu poder os filhos naturais: todavia, por indulgência do príncipe e para consolo dos filhos perdidos, o podem.16

Contudo, o conceito de família no Direito Romano, podia ser aplicada tanto às coisas quanto às pessoas. Pois as coisas e pessoas nessa sociedade, significava para os romanos, tudo e todos sob o poder do pater famílias.17

Assim, relatam os estudos sobre os povos romanos antigos e gregos, que a adoção atendia aos anseios da ordem religiosa, acreditando-se na proteção advinda dos mortos. Assim a religião passava através das gerações, e a adoção se tornava solução para que a família não se extinguisse.

Mais tarde o instituto da adoção foi simplificado por Justiniano. Bastava que o pai natural e o adotante comparecessem com o filho na presença do magistrado e expressassem a disponibilidade de um entregar o filho e o outro de adotar, lavrando assim, um termo de adoção valendo como documento probatório da nova filiação, garantindo-se o direito do adotante pela referida adoção.18 Nesta época surgiram duas formas de adoção; a adoptio plena, realizada entre parentes e a adoptio minus plena, realizada entre estranhos, em ambos os casos, o adotado conservava os direitos sucessórios da família natural.19

15 PEREIRA, 2010, p. 407.

16 CASTRO, 2008, p. 105.

17 Ibid., p. 98.

18 RIZZARDO, 2008, p. 541.

19 VENOSA. Sílvio Salvo. Direito Civil. Direito de Família. 10. ed. Vol. 6. São Paulo: Atlas, 2010. p.

277.

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Já no Direito Mulçumano, nascido na idade média, a adoção era citada no “Alcorão” o livro sagrado dos Mulçumanos. Este por sua vez rezava que nos casos de adoção, o adotado teria que permanecer com o nome dos pais biológicos, pois assim, garantiria a responsabilização aos mesmos no caso de enganos perante Deus.

Daí a vossos filhos adotivos os sobrenomes de seus pais: é mais equitativo ante Deus. Se não conheceis aos pais, considerai-os então como vossos irmãos na religião e vossos aliados. Não sereis responsabilizados por vossos enganos, nas pelo que vossos corações premeditam. Deus

permanece perdoador e misericordioso.20

Assim, sob novas influências religiosas e com a preponderância do Direito Canônico, a adoção na idade média entrou em declínio21, quase em desuso completo. Mais tarde, este instituto foi restaurado por Napoleão Bonaparte, que não tinha herdeiros para sucessão. Sendo daí introduzida pelo Código Civil Francês, quando mesmo assim, raramente era colocada em prática.22

Nesse diploma, a adoção foi admitida de forma tímida, a princípio nos moldes da adoptio plena, mas deixando de subsistir os laços de parentescos originários do adotado.23

Contudo, a partir deste Código, a adoção irradiou-se para quase todas as legislações modernas. O que antes era tratado com reservas e prevenção, objeto de contraditórias apreciações perante os olhos da sociedade, aos poucos foi sendo destituído de tais preconceitos, visando cada vez mais priorizar o que é mais importante no instituto, que é a criança.24

E assim, paulatinamente as legislações de diversos países foram evoluindo no sentido de dar mais proteção ao menor encaminhado para adoção, o que, como visto anteriormente, não era tradição nas primeiras tentativas de implantação desse instituto.

20 CASTRO, 2008, p. 145-152.

21 VENOSA, 2010, p. 277.

22 RIZZARDO, 2008, p. 542.

23 Op. cit.

24 Op. cit.

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3 DA ADOÇÃO NO BRASIL

Como visto, a adoção na antiguidade se referia especificamente a ordens religiosas, sendo que, a adoção de uma criança conceituava-se na perpetuação do culto doméstico, no qual dependia a felicidade eterna dos mortos tidos como os deuses familiares.

No Brasil, o instituto passou por consideráveis alterações legislativas, esta que já era concedida nas ordenações, se manteve nas Consolidações das leis de Teixeira de Freitas, restando sistematizada no Código Civil de 191625, nos artigos. 368 a 37826.

Neste Código, a adoção foi disciplinada com base nos objetivos do direito romano, ou seja, dar continuidade a família, proporcionando aos casais que não podiam ter filhos naturais aquilo que a vida lhes negara, por isso, a adoção no Código Civil de 1916 27 só era permitida aos maiores de cinquenta anos, sem descendentes legítimos ou legitimados, sabendo-se que nesta idade a propensão a ter filhos já seria quase impossível.28 Entretanto, tal limitação de idade tornou impraticável o instituto, visto que, além dos cinqüenta anos exigidos para o adotante, existiam também, os dezoito anos de diferença entre adotante e adotado, exigidos por lei.29

O instituto evoluiu através das modificações trazidas pela Lei n.º 3.133, de 08 de maio de 1957, que atualiza o instituto da adoção prescrita no Código Civil30, quando a idade para adotar diminuiu para trinta anos estabelecendo-se uma diferença de idade entre adotante e adotado de dezesseis anos. E ainda, com a possibilidade da adoção por casais que possuíssem filhos legítimos, ilegítimos, legitimados ou reconhecidos.

25 BRASIL. Lei 3.071, de 1º de janeiro de 1916. Código Civil. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L3071.htm. Acesso em: 20 out. 2011.

26 RIZZARDO, 2008, p. 542.

27 Ibid.

28 GONÇALVES, 2010, p. 365.

29 RIZZARDO, 2008, p. 542.

30 BRASIL. Lei n.º 3.133, de 08 de maio de 1957. Atualiza o instituto da adoção prescrita no Código Civil. Disponível em: http://www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/42/1957/3133.htm. Acesso em: 20 out. 2011.

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Uma vez extensivo o Instituto aos casais que já possuíam filhos, a adoção passa a desempenhar um papel importante na sociedade, adquirindo contornos filantrópicos, de caráter humanitário, possibilitando assim, a adoção de um maior número de menores desamparados. Com isso, o legislador não teve em mente somente remediar a esterilidade, mas sim, facilitar a adoção, oportunizando uma melhor condição de vida moral e material para o adotado. Mas, embora permitisse a adoção a casais que já tivessem filhos legítimos, ilegítimos, legitimados ou reconhecidos, os adotados não se equiparavam a estes na sucessão hereditária, conforme enunciava o artigo 337 da Lei n.º 3.133/57: “Quando o adotante tiver filhos legítimos, legitimados ou reconhecidos, a relação de adoção não envolve a de sucessão hereditária .” 31

Além da diferença sucessória existente entre os filhos e os adotados, o Código Civil de 191632, ainda distinguia ambos no que se refere aos laços de parentesco. Os adotados não se integravam totalmente a nova família, ficando ligados aos parentes consanguíneos conforme determinação do artigo 378, que afirmava: “Os direitos e deveres que resultam do parentesco natural não se extinguem pela adoção, exceto o pátrio poder, que será transferido do pai natural para o adotivo.33

Consoante tal situação e diante da insatisfação da família adotante em conviver com a família do adotado, deu-se origem a um simulacro social denominado pela jurisprudência de “adoção simulada” ou “adoção à brasileira”, que consistia na prática ilegal dos casais registrarem filho alheio como próprio.34

Visando sanar tal situação, foi introduzido no ordenamento brasileiro a Lei nº 4.655, de 2 de Junho de 196535, que dispõe sobre a legitimidade adotiva, tendo como vantagem estabelecer um vínculo de parentesco de primeiro grau, em linha reta,

31 BRASIL. Lei n.º 3.133, de 08 de maio de 1957. Atualiza o instituto da adoção prescrita no Código Civil. Disponível em: http://www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/42/1957/3133.htm. Acesso em: 20 out. 2011.

32 BRASIL. Lei 3.071, de 1º de janeiro de 1916. Código Civil. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L3071.htm. Acesso em: 20 out. 2011.

33 Ibid.

34 GONÇALVES, 2010, p. 366.

35 BRASIL. Lei nº 4.655, de 2 de Junho de 1965. Dispõe sobre a legitimidade adotiva. Disponível em:

http://www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/42/1965/4655.htm. Acesso em: 20 out. 2011.

(20)

entre o adotante e o adotado, desligando-se assim, os laços de parentesco entre o adotado e sua família legítima.

A partir desta lei, os laços foram desfeitos mediante a inscrição da sentença concessiva da legitimação, por mandado, no Registro Civil, como se os adotantes tivessem realmente tido um filho natural e se tratasse de registro fora do prazo.36

Artigo 6º A sentença deferindo a legitimação terá efeitos constitutivos devendo ser inscrita, mediante mandando no Registro Civil, como se se tratasse de registro fora do prazo, no qual se consignará os nomes dos pais adotivos como pais legítimos e os nomes dos ascendentes dos mesmos. O mandado será arquivado, dele não podendo o oficial fornecer certidões.37

Contudo, a “legitimação adotiva”, permitia adoção somente quando a guarda do menor fosse estabelecida antes dele completar sete anos de idade, quando os pais biológicos fossem destituídos do poder familiar, ou ainda, no caso de criança órfã sem reclamação de um parente há mais de ano.38

Em 10 de outubro de 1979, foi instituído o Código de Menores (Lei nº 6.697/1979), substituindo-se a “legitimação adotiva” pela “adoção plena”, oferecendo as mesmas características da lei revogada, também visando uma melhor integração da criança ou adolescente na família adotiva. Nesta lei, foi introduzida a “adoção plena”, e manteve- se ainda a adoção do Código Civil, “adoção simples”39.

Artigo 27. A adoção simples de menor em situação irregular reger-se-á pela lei civil, observado o disposto neste Código.

Artigo 28. A adoção simples dependerá de autorização judicial, devendo o interessado indicar, no requerimento, os apelidos de família que usará o adotado, os quais, se deferido o pedido, constarão do alvará e da escritura, para averbação no registro de nascimento do menor40.

36 GONÇALVES, 2010, p. 366.

37 BRASIL. Lei nº 4.655, de 2 de Junho de 1965. Dispõe sobre a legitimidade adotiva. Disponível em: http://www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/42/1965/4655.htm. Acesso em: 20 out. 2011.

38 MASSON, Gisele. Revista de Ciências Humanas, Florianópolis, Volume 44, Número 1, Abril de 2010, p. 192.

39 RIZZARDO, 2008, p. 543.

40 BRASIL. Lei n.º 6.697, de 10 de outubro de 1979. Dispõe sobre o Código de Menores. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/1970-1979/L6697.htm. Acesso em: 20 out. 2011. arts. 27 e 28.

(21)

Por sua vez, a “adoção plena” do Código de Menores era mais abrangente, mas aplicável somente ao menor em “situação irregular”. Assim, enquanto o Código Civil

41 proporcionava relação de parentesco entre o adotante e adotado não desvinculando este ao parentesco consanguíneo e ainda podendo ser revogável pelas partes, o Código de Menores trazia em sua concepção uma maior abrangência no tocante a adoção. Este possibilitava por meio da adoção plena que o adotado entrasse para a família do adotante como se fosse parente natural, apagando toda anterioridade de parentesco com a família consanguínea, inclusive, com modificação no assento de nascimento. Na verdade era dispensada a escritura pública, o pedido era feito direto ao juiz, como ressaltava o artigo 28 da Lei 6.697/197942.

Artigo 37. A adoção plena é irrevogável, ainda que aos adotantes venham a nascer filhos, as quais estão equiparados os adotados, com os mesmos direitos e deveres43.

Sobre o Código de Menores, Arnaldo Rizzardo afirma que o mesmo não visava mais a imitação da natureza e sim tinha em vista o atendimento do menor em situação irregular e carente, onde mudava substancialmente as características do adotante, bem como seu perfil. Com isso foi permitido a adoção a casais, pessoas solitárias, ao viúvo ou à viúva, desde que o menor já estivesse inserido em seu lar há pelo menos três anos na constância da vida. Contudo, a diferença básica da “adoção simples” para a “adoção plena”44 era a filiação atribuída aos adotados e os direitos que se igualavam ao dos filhos naturais, sendo que, a “adoção simples” não atribuía filiação, e no que tange a sucessão, cabia a estes somente metade da herança que caberia aos filhos legítimos.45

Diante dessa realidade, gerou-se assim, duas categorias de filhos adotados: os de

“primeira classe” que se referia aos da “adoção plena”, e os de “classe inferior” que indicavam a “adoção simples” criando assim uma forte discriminação entre as

41 BRASIL. Lei 3.071, de 1º de janeiro de 1916. Código Civil. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L3071.htm. Acesso em: 20 out. 2011.

42 GONÇALVES, 2010, p. 366.

43 BRASIL. Lei n.º 6.697, de 10 de outubro de 1979. Dispõe sobre o Código de Menores. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/1970-1979/L6697.htm. Acesso em: 20 out. 2011.

44 BRASIL. Lei 3.071, de 1º de janeiro de 1916. Código Civil. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L3071.htm. Acesso em: 20 out. 2011.

45 RIZZARDO, 2008, p. 544.

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categorias46, sem falar da qualidade de filiação, onde se diferenciava os adotados dos filhos consanguíneos.47

Para dar fim as discriminações, em 05 de outubro foi promulgada a Constituição da República Federativa do Brasil de 198848, nela iguala-se a qualidade de filiação para todas as categorias de filhos, eliminando definitivamente as demais classificações de filiação: ilegítimo, adotivos entre outros, conforme § 6º, do artigo 227: “Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.”49

Em 13 de setembro de 1990, por meio da Lei n.º 8.069 entra em vigor o Estatuto da Criança e do Adolescente, passando a regular a matéria da adoção por lei específica.

50.

Para a criança e o adolescente, o Estatuto veio trazer maiores garantias no que tange a sua proteção. Dente vários requisitos, trouxe este o conceito de criança e adolescente, bem como, de família substituta.

Ao que se refere a criança e adolescente, o Estatuto conceitua: “Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescentes aquela entre doze e dezoito anos de idade”. Sendo agora em abas as adoções, iguais os efeitos.51

Já a “família substituta”, é aquela na qual será integrada a criança ou adolescente, a título de adoção, tutela ou mesmo guarda. A inserção de uma criança ou adolescente em uma “família substituta”, constitui medida de caráter excepcional,

46 LISBOA. Roberto Senise. Manual de Direito Civil. Direito de Família e Sucessões. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 286.

47 Op. cit., p. 560.

48 BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Promulgada em 05

de outubro de 1988. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm. Acesso em: 20 out. 2011.

49 Ibid.

50 BRASIL. Lei 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Disponível em http: //www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm. Acesso em: 23 out. 2011.

51 RIZZARDO, 2008, p. 545.

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sendo implementado sempre com a necessidade de garantir o bem-estar dos menores52.

Assim como regra, a criança cujos pais foram destituídos do poder familiar não será diretamente posta a adoção nesta referida “família substituta”, pois a nova lei nacional de adoção, conjuntamente com o conceito de “família substituta”, trouxe em seu artigo 25, parágrafo único, o conceito de família extensa ou ampliada, a qual prevê:

Parágrafo único. “Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade”.53

Além disso, o Estatuto da Criança e do Adolescente suprimiu a exigência de tão somente poder adotar mediante requerimento de duas pessoas casadas entre si, podendo, assim, ocorre a adoção por uma só pessoa.54

Com a entrada da Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002, surge o Novo Código Civil55, quando a lei assume a posição esperada, recepcionando no que couber, as regras gerais da Lei 8.069 de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente.56

Hoje a adoção se rege pela Lei nº 12.010, de 03 de agosto de 2009, “Lei Nacional de Adoção”, conjuntamente com o Código Civil. Com apena 7 artigos, a referida lei introduziu grandes modificações no assunto adoção no Estatuto da Criança e do Adolescente e revogou 10 artigos do Código Civil, artigos 1.620 a 1.629, 1.618 e 1.619, conferindo também, nova redação ao artigo 1.734, e ainda, acrescentou dois parágrafos à lei nº 8.560, de 29 de dezembro de 1992, que regula a investigação da paternidade dos filhos havidos fora do casamento.57

52 LISBOA, 2010, p. 288.

53 BRASIL. Lei 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm. Acesso em: 23 out. 2011.

54 Op. cit., p. 286.

55 BRASIL. Lei nº 12.441, de 10, de janeiro de 2002. Código Civil Brasileiro. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm. Acesso em 04 out. 2011.

56 VENOSA, 2010, p. 274.

57 GONÇALVES, 2010, p. 368.

(24)

Com a vigência da Lei Nacional de Adoção, deu-se mais celeridade aos processos de adoção, pois se criou o “Cadastro Nacional de Adoção”, com a finalidade de facilitar o encontro de crianças e adolescentes por pessoas aptas a adotarem, pois agora o limite para que ocorra essa adoção é de dois anos, podendo o prazo ser prorrogado em casos de necessidade de permanência de crianças e adolescentes em abrigos.58

Tais alterações ocorreram objetivando criar incentivos para que a criança e o adolescente retornem ao convívio familiar, ou então, sejam inseridas na família extensa. Não sendo possível a sua reinclusão ou inserção, seja então encaminhada através da adoção para uma família substituta, que possa acolhê-la como se filho legítimo fosse, evitando que permaneçam em instituições de acolhimento por prazos prolongados. Não se deve esquecer, porém, que a adoção é medida extrema e só deve acontecer se, como já mencionado, não for reinserida na família natural.

Importante mencionar que um dos requisitos a pratica da adoção, é que o adotante tenha mais de 18 anos de idade. Além disso, a nova Lei prevê a possibilidade da adoção ser feita por “companheiros”, confirmando assim a ocorrência desse instituto na união estável59, abrindo precedente por casal formado por pessoas do mesmo sexo, ou seja, adoção homoparental.60

Assim muitas mudanças foram apenas troca de palavras, como “abrigo” passou a ser

“acolhimento institucional”; “família de origem” passou a ser “família natural”; e foi trazido o conceito de “família extensa” ou “ampliada”, que é a que se estende além da unidade de pais e filhos ou unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e efetividade, preservando assim o convívio da família natural, conforme o artigo 25 do ECRIAD, bem como o seu parágrafo único introduzido pela Lei Nacional de Adoção61:

58 GONÇALVES, 2010, p. 368.

59 PEREIRA, 2010, p. 420-421.

60 GONÇALVES, 2010, p. 368.

61 DIAS, Maria Berenice. Manual De Direito De Família. 7. ed. rev. atual e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. p. 477.

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Artigo 25 - Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.

Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade.”62

Esta lei também assegura ao adotado o direito de conhecer sua origem biológica e ter acesso ao seu processo de adoção, direito que se consolidava jurisprudencialmente.

Traz a lei, portanto, no artigo 100, 12 princípios que regem a aplicação das medidas protetivas, como: Impor aos dirigentes das entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional, que a cada seis meses encaminham aos juízes um relatório elaborado pela equipe interprofissional ou interdisciplinar, para reavaliação judicial das crianças e adolescentes em programas de acolhimento, passando o instituto da adoção como medida excepcional, a qual se deva recorrer somente quando esgotados todos os recursos na família natural ou extensa e outras.63

No mesmo diapasão, o Código Civil de 200264 no que tange a diferença de idade entre o adotante e adotado, manteve a mesma orientação estatutária contida no Estatuto da Criança e do Adolescente ao exigir a diferença de 16 anos entre adotante e adotado, podendo assim imitar a filiação biológica, criando uma hierarquia entre adotante (pai) e adotado (filho), não impedindo a adoção simultânea ou sucessiva de mais filhos.65

Artigo 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do estado civil. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência

§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando.

§ 2o Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência

62 BRASIL. Lei 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm. Acesso em: 23 out. 2011.

63 Ibid.

64 BRASIL. Lei nº 12.441, de 10, de janeiro de 2002. Código Civil Brasileiro. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm. Acesso em 04 out. 2011.

65 PEREIRA, 2010, p. 421.

(26)

§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o adotando.

Sobre o artigo 1.621 do Código Civil, que correspondente ao artigo 45 e §§ do Estatuto da Criança e do Adolescente, exige o consentimento dos pais ou do representante legal do adotado para que se realize a adoção. Destaca o artigo 28 do Estatuto da Criança e do Adolescente que a oitiva do adotante será considerada, devendo previamente ser ouvido o menor por equipe interprofissional, e quando perante o Ministério Público em juízo, será sempre formal.66

Artigo 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando.

§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do pátrio poderpoder familiar. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência.67

As tutelas observadas pela nova lei de adoção, exigem também que o candidato à adoção esteja habilitado para adotar, passando a estar escrito nos cadastros estaduais de adoção, bem como preparado pela equipe técnica de apoio dos responsáveis pela execução política municipal de garantia do direito à convivência familiar (§ 3º do artigo 50, ECRIAD).

Artigo 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um registro de crianças e adolescentes em condições de serem adotados e outro de pessoas interessadas na adoção. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência.68

Contudo, o legislador dispensou a inclusão do adotante ao cadastro, como exceção, de três formas: uma, se esta for unilateral; duas, se for formulada por parente, configurando assim “família extensa”; e, na terceira hipótese, quando formulada por quem detém a tutela ou guarda legal de criança maior de 3 (três) anos de idade ou adolescente, desde que o lapso temporal exista comprovando afinidade e

66 PEREIRA, 2010, p. 421.

67 BRASIL. Lei 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm. Acesso em: 23 out. 2011.

68 Ibid.

(27)

efetividade, não sendo comprovada má-fé ou qualquer situações previstas nos artigos 237 ou 238 do ECRIAD.69

Artigo 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto:

Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.

Artigo 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa:

Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.70

Um dos requisitos advindos da Lei 12.010/2009 relacionados aos menores em fase de adoção é o estágio de convivência, a ser promovido obrigatoriamente, só podendo ser dispensado se o adotante já estiver sobre tutela ou guarda legal do adotante, artigo 46, § 1º do ECRIAD.

Artigo 46. A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou adolescente, pelo prazo que a autoridade judiciária fixar, observadas as peculiaridades do caso.

§ 1o O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)Vigência71

Durante essa fase de adaptação, inicia-se a construção de uma relação de filiação, num processo mútuo no qual deve haver um tempo de troca e de conhecimento.

Contudo, a novidade é que o prazo dessa adaptação foi unificado para trinta dias para estrangeiros, quando antes poderia ser de quinze ou até mesmo ser ignorado. Veja a nova disposição:

§ 3o Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado fora do País, o estágio de convivência, cumprido no território nacional, será de, no mínimo, 30 (trinta) dias. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)72

Uma condição fundamentação para que ocorra a adoção é a destituição do “poder familiar”, por meio do consentimento dos pais ou por decisão judicial, como por exemplo: em casos de a mãe abandonar o filho, deixando-o em total desamparo,

69 PEREIRA, 2010, p. 424.

70 BRASIL. Lei 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm. Acesso em: 23 out. 2011.

71 GONÇALVES, 2010, p. 385.

72 BRASIL. Lei nº 12.441, de 10, de janeiro de 2002. Código Civil Brasileiro. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm. Acesso em: 04 de out. 2011.

(28)

sendo este recém-nascido ou não, ou mesmo em casos de “órfão não reclamado por qualquer parente por mais de um ano”, podendo assim a destituição ocorrer por via judicial sem mesmo do consentimento dos pais.73

Artigo 45 - A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando.

§ 1º. - O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do poder familiar.

§ 2º. - Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será também necessário o seu consentimento.

O juízo de competência para o pedido de adoção é regulado pelo artigo 147 do ECRIAD. Onde mostra que a competência será o domicílio do pai ou responsável, ou na falta destes o lugar onde se encontrar as crianças.

Artigo 147. A competência será determinada:

I - pelo domicílio dos pais ou responsável;

II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta dos pais ou responsável.

§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas as regras de conexão, continência e prevenção.

§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autoridade competente da residência dos pais ou responsável, ou do local onde sediar-se a entidade que abrigar a criança ou adolescente.

§ 3º Em caso de infração cometida através de transmissão simultânea de rádio ou televisão, que atinja mais de uma comarca, será competente, para aplicação da penalidade, a autoridade judiciária do local da sede estadual da emissora ou rede, tendo a sentença eficácia para todas as transmissoras ou retransmissoras do respectivo estado.74

Os efeitos da adoção, contudo começam a partir do trânsito em julgado da sentença.

Assim como consequência das rupturas de todos os direito e deveres da família biológica, a adoção põe a termo todos os direitos e obrigações, transferindo estes ao adotante.

73 PEREIRA, 2010, p. 430.

74 BRASIL. Lei 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm. Acesso em: 23 out. 2011.

(29)

Dessa forma, o adotado passa a possuir todos os direitos de filho, inclusive com a devida prestação alimentar, direitos da personalidade e direito sucessório, sendo este herdeiro do adotante, bem como o adotante herdeiro do adotado.75

Na adoção póstuma, caso o adotante venha a falecer durante o trâmite do processo de adoção, este retroagirá a data do óbito, com todos os seus efeitos: artigo 42, § 6o

“A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença.”76

Apesar da “Lei Nacional de Adoção”, não ter mencionado em seu texto legal a possibilidade da adoção por casais homoafetivos, esta vem ganhado grandes proporções em vários estados do país, 77uma vez que a adoção reflete a essência da paternidade socioafetiva que “se funda na construção e aprofundamento dos vínculos afetivos entre pai e o filho, entendendo-se que a real legitimação dessa relação se dá não pelo biológico, nem pelo jurídico, dá-se pelo amor vivido e construído por pais e filhos”78.

Tanto a Constituição Federal quanto as demais Legislações e doutrinas são uníssonas em demonstrar a preocupação com relação ao bem-estar da criança e do adolescente, uma vez que trazem de forma expresso vários requisitos que mostram a efetiva preocupação concernente ao assunto.

No Brasil, o Decreto nº 99.710/9079, por exemplo, regulamenta os direitos da criança e do adolescente, quando e a Constituição de 198880 em seu artigo 227, já codificava tal princípio.

Artigo 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à

75 PEREIRA, 2010, p. 435.

76 Ibid.

77 Ibid., p. 427.

78 Ibid., p. 440-441.

79 BRASIL. Decreto nº 99.710 de 21 de novembro de 1990. Dispõe sobre: Convenção sobre os Direitos da Criança. Disponível em: http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/114072/decreto-99710-90.

Acesso em: 23 out. 2011.

80 BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Promulgada em

05 out. de 1988. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm. Acesso em: 20 out. 2011.

(30)

cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

Assim, a Constituição Federal de 1988 garante, de forma efetiva, os direitos das crianças e dos adolescentes em todos os níveis de convivência, ou seja, tanto no espaço familiar como no social, implicando no que é melhor para o menor, garantindo a estes, maior amparo a quem a família natural não concedeu efetiva garantia.

A aplicação do princípio do melhor interesse da criança e do adolescente efetivamente se dará, pautado em um caso concreto; quando o operador do direito, hermeneutica e volitivamente o aplicará atendendo a determinação da Carta Magna brasileira e os demais diplomas infraconstitucionais que protegem o menor em sua totalidade.

Não obstante a real tutela abrangida pela Constituição Federal, o artigo 43 do ECRIAD, só admite a adoção que “apresentar reais vantagens para o adotando, em apoio ao princípio do “melhor interesse da criança”, referido na cláusula 3.1 da Convenção Internacional dos Direitos da Criança, ratificada pelo Brasil por intermédio do Decreto nº 99.710/90.81

Contudo, na modernidade, a adoção preenche duas finalidades importantes: uma a de dar filhos a quem não os tem de forma biológica, e outra, de dar pais aos menores desamparados, os casos em que fugir dessas duas previsões estará distorcendo as reais finalidades do ordenamento jurídico, podendo assim levantar suspeitas ao interesse do instituto82.

81 GONÇALVES, 2010, p. 381.

82 VENOSA, 2010, p. 275.

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