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VOLUME 02

VOLUME 02

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ANAIS

8º FÓRUM BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: DO LOCAL AO GLOBAL, TECENDO REDES E FORTALECENDO SOCIEDADES SUSTENTÁVEIS.

ORGANIZAÇÃO

MARILENA LOUREIRO DA SILVA

MARIA LUDETANA DE ARAÚJO

FÍDELIS JÚNIOR MARTINS DA PAIXÃO

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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CARLOS EDILSON MANESCHY REITOR

HORÁCIO SCHNEIDER VICE-REITOR

EDSON ORTIZ DE MATOS

PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO

MARLENE RODRIGUES MEDEIROS FREITAS

PRÓ-REITORA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO ACADÊMICA FERNANDO ARTHUR DE FREITAS NEVES

PRÓ-REITOR DE EXTENSÃO EMMANUEL ZAGURY TOURINHO

PRÓ-REITOR DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO ÉRICK NELO PEDREIRA

PRÓ-REITOR DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO JOÃO CAUBY DE ALMEIDA JÚNIOR

PRÓ- REITOR DE DESENVOLVIMENTO E GESTÃO PESSOAL ANA MARIA ORLANDINA TANCREDI DE CARVALHO DIRETORA DO INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO MARILENA LOUREIRO DA SILVA

COORDENADORA DO GRUPO DE ESTUDOS EM EDUCAÇÃO, CULTURA E MEIO AMBIENTE/GEAM/ICED/ UFPA

REJANE COSTA DOS REIS REVISÃO

CÁSSIO SOUZA CAMPELO DA COSTA RUI FARIAS DIAS FILHO

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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) Biblioteca do Núcleo de Meio Ambiente/UFPA, Belém, PA Fórum Brasileiro de Educação Ambiental (8. : 2014 : Belém, PA)

Anais ... [recurso eletrônico] / 8º Fórum Brasileiro de Educação Ambiental ; organização, Marilena Loureiro da Silva, Maria Ludetana de Araújo, Fídelis Júnior Mar-tins da Paixão. — Belém : NUMA/UFPA, 2017.

3 CD-ROM : il. color. ; 4 3/4 pol.

Tema: Educação ambiental: do local ao global, tecendo redes e fortalecendo sociedades sustentáveis.

Inclui referências bibliográficas.

Conteúdo: v. 1. Subtema: Educação Ambiental na Educação Básica e no En-sino Superior. – v. 2. Subtema: Teoria e Metodologia em Educação Ambiental e Sustentabilidade. – v. 3. Subtema: Educação Ambiental, Gestão Municipal, Ju-ventude e Populações Tradicionais.

Evento realizado pela Rede Brasileira de Educação Ambiental (REBEA), com a in-terlocução da Rede Paraense de Educação Ambiental (REDEPAEA), da Rede Carajás e do Grupo de Estudos em Educação, Cultura e Meio Ambiente (GEAM), da Universi-dade Federal do Pará (UFPA), no período de 03 a 06 de dezembro de 2014.

Software requerido: Adobe Acrobat Reader.

ISBN: 978-85-88998-64-3 (v. 1) -- 978-85-88998-65-0 (v. 2) -- 978-85-88998-66-7 (v. 3).

1. Educação ambiental - Brasil - Congressos. 2 . Desenvolvimento sustentável - Brasil - Congressos. 3. Política pública - Congressos. I. Silva, Marilena Loureiro da, org. II. Araújo, Maria Ludetana de, org. III. Paixão, Fídelis Júnior Martins da, org. IV. Rede Brasileira de Educação Ambiental. V. Rede Paraense de Educação Ambien-tal. VI. Rede Carajás. VII. Universidade Federal do Pará. Instituto de Ciências da Educa-ção. Grupo de Estudos em Educação, Cultura e Meio Ambiente. VIII. Título.

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REDE BAIANA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL – REABA ISABELLE APARECIDA DELLELA BLENGINI REDE ALAGOANA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL – REAL

MARIA BETÂNIA DA SILVA ALMEIDA

REDE DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DO RIO GRANDE DO NORTE – REARN MARJORIE DA FONSECA E SILVA MEDEIROS

REDE DE EDUCAÇÃO E INFORMAÇÃO AMBIENTAL DE GOIÁS – REIA-GO DIOGO DAMASCENO PIRES

REDE PARAENSE DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL – REDEPAEA PAULO ROBERTO SPOSITO DE OLIVEIRA (MAGNÓLIO) REDE DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DE RONDÔNIA (PORTO VELHO)

JARIDSON COSTA

REDE AMAZÔNICA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL – RAMEA MARIA EDILENE NERI DE SOUSA

REDE SUL BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL – REASUL MARA LÚCIA FIGUEIREDO

REDE PARANAENSE DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL – REA-PR IRENE CARNIATTO

REDE UNIVERSITÁRIA DE PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA SOCIEDADES SUSTENTÁVEIS – RUPEA

ANTONIO VITOR ROSA

REDE DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ESCOLAR IIDEA

JORGINALDO WILLIAM DE OLIVEIRA

REDE ECOSURFI

JOÃO RICARDO MALAVOLTA DO AMARAL

REDE DE CENTROS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL – REDE CEAS ANDRESSA LEMOS FERNANDES

REDE BRASILEIRA DE EDUCOMUNICAÇÃO - REBECA ANICETA VIEIRA SOARES DE CAMPOS (NICETE CAMPOS)

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REDE MATERIAIS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL LIANA MÁRCIA JUSTEN

REDE DA JUVENTUDE PELO MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE – REJUMA JOSÉ JANIELSON DA SILVA SOUSA

REDE OLHARES DA JUVENTUDE MATEUS FERREIRA DA SILVA

ARTICULAÇÃO NACIONAL DOS COLETIVOS JOVENS DE MEIO AMBIENTE NO BRASIL TADEU RIBEIRO DA COSTA

FBOMS - FÓRUM BRASILEIRO DE ONGS E MOVIMENTOS SOCIAIS

DOROTY MARTOS

REBAL - REDE BRASILEIRA DE AGENDAS 21 LOCAIS CARLOS FREDERICO CASTELLO BRANCO

REBIA - REDE BRASILEIRA DE INFORMAÇÃO AMBIENTAL GUSTAVO DA SILVA DEMAMAM BERNA

REDE AMBIENTAL DA PRIMEIRA INFÂNCIA - REAPI ADHEMAR GIMENES FERREIRA

GEAI / REVISTA EA EM AÇÃO SANDRA MARIA MARTINS BARBOSA

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APRESENTAÇÃO

A Educação Ambiental vista como necessária contribuidora aos processos de consti-tuição de um futuro comum sustentável vem sendo gradativamente ampliada no Brasil e no mundo. Muitas experiências já vêm sendo realizadas, o que pode demonstrar as preocupa-ções em torno das grandes questões sócio ambientais locais e globais. Discutir e analisar essas experiências, e promover um encontro dialógico entre elas torna-se de extrema necessidade, na medida em que, a construção do diálogo entre experiências realizadas em contextos bra-sileiros e latino-americanos, e mais especificamente no contexto amazônico e pan-amazônico em sua pluralidade e diversidade pode potencializar e tornar as práticas de Educação Ambien-tal mais visíveis e integradas nestes referidos contextos, forAmbien-talecendo assim os esforços já em realização pelo poder público brasileiro em conjunto com a sociedade, os movimentos e redes de educadores ambientais acerca da necessidade de consolidação da Politica Nacional de EA, suas diretrizes curriculares nacionais aprovadas em junho no âmbito da RIO+20, e outros mar-cos referenciais da Educação Ambiental brasileira.

Desse modo a Rede Brasileira de Educação Ambiental (REBEA), tendo como interlocu-toras as Redes Paraense de Educação Ambiental (REDEPAEA) e a Rede Carajás, e a Universi-dade Federal do Para, por meio do Grupo de Estudos em Educação, Cultura e Meio Ambiente (GEAM) realizaram o VIII FÓRUM BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL na UFPA em Belém/PA no período de 04 a 06/2014.

O evento, cuja ênfase temática esteve voltada para a discussão das contribuições da Educação Ambiental realizada nos mais diversos cenários do país, suas feições e especificida-des, sua consolidação da trajetória teórico-prática e seus desafios e perspectivas para o en-frentamento da agudização dos problemas socioambientais em nível local e global.

Um Encontro que pretendeu demonstrar as experiências já desenvolvidas e em desen-volvimento no contexto da Educação Ambiental brasileira, constituindo-se como um fórum de discussões das relações estabelecidas entre a sociedade civil, o poder público brasileiro e os organismos diferenciados, contribuindo para o estabelecimento de novas relações entre sociedade e natureza no contexto nacional, sob a lógica da Cooperação Inter-Regional.

A trajetória da Educação Ambiental no Brasil, tanto em âmbito formal como não--formal e na gestão ambiental, vem se multiplicando desde a década de 80 e hoje toma novas expressões de caráter interdisciplinar em todo território nacional, através de fóruns, grupos, associações e movimentos, assim como em experiências educativas de caráter científico, pe-dagógico e cultural. Apesar desse visível crescimento no número de experiências e projetos de Educação Ambiental, verifica-se ainda a ausência de canais mais efetivos de articulação e diálogo entre essas experiências.

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As atividades de Educação Ambiental de municípios brasileiros podem contribuir com esse processo de incremento da organização dos diálogos em rede sobre Educação Ambiental. A Lei n° 9.795, de 27 de abril de 1999, que instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental, define em seu Art. 1°:

‘“Entende-se por Educação Ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, ha-bilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”,

e, afirma em seu Art. 7° que:

“A Política Nacional de Educação Ambiental envolve em sua esfera de ação, além dos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-nicípios, e organizações não-governamentais com atuação em educação ambiental”.

Em atendimento a indicação legal, inseriram-se no VIII Fórum Brasileiro de Educação Ambiental metas que possibilitaram a participação representativa das populações locais, do setor público, setor empresarial e da sociedade civil organizada, instituições governamentais (de ensino, pesquisa, extensãoe administração), empresas, indústrias, organizações não-go-vernamentais e outras entidades.

O Fórum foi realizado com os objetivos de:

• Fortalecer a rede Brasileira de EA por meio da consolidação de experiências em Educação Ambiental desenvolvidas nos mais variados contextos do Brasil, criando mecanismos de maior divulgação, intercâmbio e avaliação dessas experiências. • Possibilitar a sensibilização para a questão socioambiental, por meio de

sociali-zação de conhecimentos científicos produzidos nessa área e de experiências de educação ambiental realizadas e em realização, estimulando a implementação de políticas públicas;

• Apoiar a formação de sujeitos multiplicadores de Educação Ambiental; • Promover o intercâmbio de material educativo sobre Educação Ambiental;

• Organizar e Implementar um banco de dados sobre as experiências em Educação Ambiental desenvolvidas no Brasil.

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O VIII Fórum foi organizado por meio de:

a) Atividades Técnico-Científicas: Conferências, Comunicação de Pesquisa; Painel, Mesas redondas.

b) Atividades de Mobilização e Articulação das redes e movimentos de EA, como os encontros setoriais de redes e organismos da Política de EA

c) Atividades Sócio-Culturais: Teatro, Exposições Temáticas, Feira Ambiental, Apresentações Artísticas, dentre outras atividades

Os Anais deste evento foram organizados em 03 volumes e conseguem demonstrar de modo muito expressivo a grandiosidade das discussões e práticas vividas pelos educadores am-bientais brasileiros. Os trabalhos apresentados ao evento dialogam com a Educação Ambiental em suas várias perspectivas teórico-metodológicas e compõem um mosaico vibrante e multico-lorido que indica o avanço da área em termos acadêmicos, mas também políticos.

A todos uma boa leitura!

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SUMÁRIO

TEORIA E METODOLOGIA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL E

SUSTENTABILI-DADE 15

A SUSTENTABILIDADE: POR JOSÉ ELI DA VEIGA 19

ENRIQUE DUSSEL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA: APROXIMAÇÕES

POLÍTICO-PEDAGÓGICAS 26

SUSTENTABILIDADE É... 34

MAPAS MENTAIS: UMA FORMA DE REPRESENTAR A APA DELTA DO

PAR-NAÍBA 42

PERCEPÇÃO E CUIDADO: A RELAÇÃO COM A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A

SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL 50

POR UMA EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA: ANÁLISE DAS CONDIÇÕES

ESTRUTURANTES DESSA PRÁTICA POLÍTICA-PEDAGÓGICA 58

MATA ATLÂNTICA NOS LIVROS DIDÁTICOS: CONTEÚDOS E ATIVIDADES

PROPOSTAS 66

O JORNAL ESCOLAR UMA PRÁTICA PARA ENSINAR EDUCAÇÃO

AMBIEN-TAL 72

PROGRAMA ELOS DE CIDADANIA: EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA A GES-TÃO PARTICIPATIVA E INTEGRADA DE ÁGUAS E FLORESTAS DA MATA ATLÂNTICA

79

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A GESTÃO DE RISCOS

GEOLÓGICO-GEOTÉC-NICOS – ANÁLISE DE UM RECURSO EDUCATIVO 87

ATIVIDADES DE CAMPO NO ENSINO ESCOLAR EM UNIDADES DE

CON-SERVAÇÃO URBANAS 94

CONTAÇÃO DE HISTÓRIA COMO ESTRATÉGIA DE SENSIBILIZAÇÃO E

EDUCAÇÃO AMBIENTAL 101

O USO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NA CONSTRUÇÃO DO DISCURSO SO-CIOAMBIENTAL DO “MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA

108

MAPAS MENTAIS COMO METODOLOGIA NA ANÁLISE DAS CONCEPÇÕES DE MEIO AMBIENTE DOS PROFISSIONAIS RESPONSÁVEIS PELAS FORMA-ÇÕES CONTINUADAS DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE CAMPO GRAN-DE (MS)

115

EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA NA SOCIEDADE 125

MAPAS MENTAIS: INVESTIGAÇÃO DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL PARA A

EDUCAÇÃO AMBIENTAL 133

A UTILIZAÇÃO DA GINCANA DA QUÍMICA COMO EXPERIÊNCIA PEDAGÓ-GICA PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO. 138 O PAMPA E A MATA ATLÂNTICA NA ESCOLA: CONTEÚDOS E ENFOQUES

METODOLÓGICOS 144

A MATA ATLÂNTICA NA ESCOLA: O QUE É ENSINADO PELOS LIVROS

DI-DÁTICOS? 151

(12)

OFICINA PEDAGÓGICA SOBRE FÍSICA E MEIO AMBIENTE: APLICANDO A

TEORIA DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA 164

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO MITO E O MITO NA EDUCAÇÃO

AMBIEN-TAL: ORIXALIDADES EM NARRATIVAS 169

EDUCAÇÃO AMBIENTAL POR MEIOS INTERATIVOS (EAMI): VALIDAÇÃO DO MATERIAL PARADIDÁTICO RPG ‘JOGO DO PARQUE’ POR PROFESSO-RES

175

PRÁTICAS REFLEXIVAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO CONTEXTO DO

CARIRIPARAIBANO 183

TRILHAS INTERPRETATIVAS COMO INSTRUMENTO DE EDUCAÇÃO

AM-BIENTAL NA FLORESTA NACIONAL DE PALMARES, ALTOS-PI. 191

TECENDO CAMINHOS PARA A CONSTRUÇÃO DE CARTILHAS AMBIENTAIS

NO PROGRAMA PÉ-DE-PINCHA 199

ARTE/EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UM CONSTRUCTO TRANSDISCIPLINAR A

PARTIR DA PRÁXIS DE ARTE/EDUCADORES. 207

A UTILIZAÇÃO DO JOGO “DONO DA BANCA: CARTAS DE ENERGIA” COMO RECURSOPEDAGÓGICO NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL.

216

EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA E DIREITO A COMUNICAÇÃO 222

TECENDO EFEITOS DE SENTIDO NOS DISCURSOS SOBRE

SUSTENTABILI-DADE 227

UM ENSAIO DAS CRISES EPISTEMOLÓGICAS NA FORMAÇÃO DO

PESQUI-SADOR EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL. 235

APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA EM JOGO, CONSTRUINDO VALORES

AM-BIENTAIS 243

O ENSINO GEOGRÁFICO NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL 250 HISTÓRIA, EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA E AÇÂO PEDAGÓGICA:O

PROGRAMA MÃOS À OBRA NA BAIXADA FLUMINESE. 257

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CONTROVÉRSIAS SÓCIOCIENTÍFICAS:ORIGENS

HISTÓRICAS, PECULIARIDADES E PERSPECTIVAS. 265

INTEGRANDO EDUCAÇÃO AMBIENTAL, VALORE HUMANOS, FELICIDADE

INTERNA & SUSTENTABILIDADE 273

EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO INSTRUMENTO DE ALCANCE

DOCONSU-MO SUSTENTÁVEL: REFLEXÃO E PESPECTIVAS. 282

UM BREVE OLHAR SOBRE AS BASES E DIRETRIZES LEGAIS DA

EDUCA-ÇÃOAMBIENTAL NO BRASIL 289

RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DIREITO AMBIENTAL 297

PERFIL DE PROFESSORES QUE ATUAM OU TEM INTERESSE EM ATUAR

COM EDUCAÇÃOAMBIENTAL 304

ECENDO IDEIAS SOBRE BIODIVERSIDADE BASEADAS NA EDUCAÇÃO

(13)

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 319 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E POLÍTICA PÚBLICA: CONCEPÇÕES E DESAFIOS 327 DO RIO AO OCEANO: PERCEPÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO AMBIENTAL NA

CI-DADE DE BELÉM (PA)* 333

METODOLOGIA MAPA NA FORMAÇãO DO SUJEITO ECOLÓGICO 338

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO SISTEMA NORMATIVO BRASILEIRO 345

A PEDAGOGIA DO CICLO DE VIDA: UMA PROPOSTA EM DEBATE 352

EDUCAÇÃO AMBIENTAL – UMA TEMÁTICA A SER VIVENCIADA 360

EDUCAÇÃO AMBIENTAL AUTOPOIÉTICA EM REDES DE CONVERSAÇÕES

NA VIDA COTIDIANA 369

MÍDIA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL: VER, REFLETIR E CONHECER 378

INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE: CONTRIBUIÇÃO AO PROGRAMA

NACIO-NAL ESCOLAS SUSTENTÁVEIS 384

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: ESCOLHAS ALIMENTARES E SUA RELAÇÃO

COM AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS 393

INTERLOCUTORES MIRINS 401

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: POSSIBILIDADE DE INCLUSÃO, INTERAÇÃO E

RESGATE HISTÓRICO. 407

ANÁLISE DE ABORDAGENS DA BIODIVERSIDADE EM UMA MÍDIA DE

DI-VULGAÇÃO CIENTÍFICA. 417

EDUCOMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL NÃO FORMAL:

CAMI-NHOS QUE SE CRUZAM. 424

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA REDUÇÃO DE RISCO DE

DESASTRES:CONTRIBUIÇÕES PARA UMA AGENDA BRASILEIRA. 432

O COTIDIANO FLUMINENSE SOB UMA PERSPECTIVA MULTIDISCIPLINAR –UMA EXPERIÊNCIA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL E EM EDUCAÇÃO A DIS-TÂNCIA

440

TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA: UM POSSÍVEL INSTRUMENTO DE

EDUCAÇÃO AMBIENTAL? 445

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR: O COMBATE A

OBESIDADE INFANTIL 452

218. CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL COMO ESPAÇO DE EDUCAÇÃO

AM-BIENTAL 460

INFÂNCIA SUSTENTÁVEL: UM NOVO FUTURO 469

MEIO AMBIENTE: CRIANÇA TAMBÉM PRESERVA 474

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UM ENFOQUE NA GESTÃO DE PROPRIEDADES DA AGRICULTURA FAMILIAR NO PA CASTANHAL ARARAS E AGROEXTRA-TIVISTA

482

DOIS MODELOS DE PRODUÇÃO EM HORTAS: CONHECIMENTO

AGROECO-LÓGICO EM UMA ESCOLA AGRÍCOLA 488

A PESCA DO CAMARÃO (Macrobrachium amazonicum) EM PARINTINS –

AMA-ZONAS 496

A PARTICIPAÇÃO DA AGRICULTURA FAMILIAR NA DEFESA DO DIREITO À

(14)

UMA EXPERIÊNCIA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL: A LEGISLAÇÃO SOBRE

RESERVA LEGAL E A SUSTENTABILIDADE DA AGRICULTURA FAMILIAR. 512 SUSTENTABILIDADE PESQUEIRA NAS COMUNIDADES DA ESTIVA E

CO-QUEIRO EM SÃO LUÍS, MARANHÃO. 520

RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL: EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO

PROCESSO DE GESTÃO DE PESSOAS 528

POLÍTICAS E PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PROGRAMA DE EDU-CAÇÃO AMBIENTAL PARA SUSTENTABILIDADE ITAIPU BINACIONAL 538 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO LICENCIAMENTO DE EMPREENDIMENTOS

MINERÁRIOS DE MINAS GERAIS: UM NEGÓCIO DA CHINA 546

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ORGANIZAÇÕES – GUIA DE PRÁTICAS DE

SUSTENTABILIDADE POR MEIO DA ÁREA DE GESTÃO DE PESSOAS 553 APLICAÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO CONTROLE DE IMPACTOS

AMBIENTAIS NA INDUSTRIAL 564

PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DOS TRABALHADORES E O

TREI-NAMENTO OFFSHORE: UM DIÁLOGO POSSÍVEL 572

CONTRIBUIÇÕES TEÓRICAS PARA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO

CONTEX-TO DO LICENCIAMENCONTEX-TO AMBIENTAL 578

PROGRAMA DE EDUCACAO AMBIENTAL SOB A ÓTICA DA

ECOPEDAGO-GIA EM UNIDADE DE CONSERVAÇAO DO OESTE PARANAENSE 585

HORTA AGROECOLOGICA NA UNIVERSIDADE COMO ESTRATÉGIA PARA A

PRÁTICA DA EDUCAÇÂO AMBIENTAL E SEGURANÇA ALIMENTAR. 593

PERCEPÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA DE ALTAMIRA-PARÁ SOBRE AS

CONSEQUÊNCIAS DA CONSTRUÇÃO DA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE. 600 OS IMPACTOS AMBIENTAIS E A VISÃO DOS MORADORES SOBRE A

CONS-TRUÇÃO DA RODOVIA BRAGANÇA- AJURUTEUA (PA-458). 608

EDUCAÇÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL: UM ESTUDO SOBRE O

PROGRA-MA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO PORTO DE BELÉM. 617

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO CONTEXTO DA GESTÃO EMPRESARIAL DO

SETOR MADEIREIRO. 624

O PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DA CDP: SABERES E PRÁTICAS

NA ESCOLA RUY PARANATINGA BARATA. 629

LAPSO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL TRADICIONAL EM COMUNIDADES

CARENTES 635

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA PREVENÇÃO DA TRANSMISSÃO DE

LEISH-MANIOSE EM ÁREA DE ASSENTAMENTO POPULACIONAL. 644

PRATICAS SOCIOAMBIENTAIS NO ASSENTAMENTO DO ANAUERAPUCU,

AMAZONIA AMAPAENSE 652

FORMAÇÃO DE REDES DE SABERES AMBIENTAIS EM UMA ESCOLA DO

CAMPO, GUARAPUAVA-PR 660

DIAGNÓSTICO SOCIOAMBIENTAL NA ASSOCIAÇÃO AGRO-COMUNITÁRIA

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TEORIA E METODOLOGIA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDA-DE BIOENGENHARIA POLÍTICA DO AMBIENTE HUMANO EM FOUCAULT

MÁRIO SÉRGIO DA CONCEIÇÃO OLIVEIRA JUNIOR RESUMO

A noção chave de nossa proposta de análise é do Bios Politicus integrado à sociedade organizada na resolução dialógica e de ações políticas eficientes no dinamismo do ambiente social. Para tanto, atuar no âmbito da vida social a partir do viés educativo do ecossistema urbano precisa ser definido sob a bioengenharia política das realidades sociais nas complexas redes desarticuladas de controle do ambiente. O conceito de ecossistema urbano é analógico ao conceito de ecossistema ecológico. Historicamente, o ser humano declinou a organização ecológica da natureza para impor sua própria ordem cultural desmembrada do ecológico. O Retorno ao equilíbrio com a natureza coloca a razão humana na capacidade de saber gerir seu mundo político social com o ecossistema do mundo. Então, a proposta educativa ambiental será aprender, pensar, agir e refletir no âmbito social a partir da medida conceitual do ecossistema urbano imagem dinâmica racional do equilibrado ecossistema ecológico.

Palavras-chave: ambiente humano, ecossistema urbano, biopolítica, bioengenharia.

Abstract: The key idea of our proposed analysis is integrated into the Bios Politicus society organized in dialogic resolution and effective political action in the dynamism of the social en-vironment. To do so, act in social life from the educational bias of urban ecosystem needs to be defined under the policy bioengineering of complex social realities in the inarticulate environ-mental control networks. The concept of urban ecosystem is analog to the concept of ecological ecosystem. Historically, humans declined the ecological organization of nature to impose their own cultural order dismembered ecological. Return to equilibrium with nature puts human reason’s ability to know how to manage their social political world with the ecosystem of the world. So, the proposed environmental education is to learn, think, act and reflect the social context from the conceptual extent of urban ecosystem dynamics rational image of ecological balanced ecosystem.

Keywords: human environment, urban ecosystem, biopolitics, bioengineering.

A noção chave de nossa proposta de análise é do Bios Politicus integrado à sociedade organizada na resolução dialógica e de ações políticas eficientes no dinamismo do ambiente social. Para tanto, atuar no âmbito da vida social a partir do viés educativo do ecossistema urbano precisa ser definido sob a bioengenharia política das realidades sociais nas complexas redes desarticuladas de controle do ambiente. O conceito de ecossistema urbano é analógico ao conceito de ecossistema ecológico. Historicamente, o ser humano declinou a organização ecológica da natureza para impor sua própria ordem cultural desmembrada do ecológico. O

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Retorno ao equilíbrio com a natureza coloca a razão humana na capacidade de saber gerir seu mundo político social com o ecossistema do mundo. Então, a proposta educativa ambiental será aprender, pensar, agir e refletir no âmbito social a partir da medida conceitual do ecossistema urbano imagem dinâmica racional do equilibrado ecossistema ecológico.

A própria história humana é resultado dos ensaios de domínio tecnológico progresso no objetivo de sempre buscar criar a serie de tentativas de organizar, da melhor maneira possível, seu ambiente social até se alcançar a consolidação política, econômica e informacional dos Estados Modernos. Estando os Estados do Brasil e do mundo humano regulados pelo modelo político democrático, o corpo social precisa está conectado com a nova forma de organização e controle do poder regulado por uma bioengenharia que coloque por princípio fundamental a vida e a liberdade humana racionalizável, na medida em que,

o homem ocidental aprende pouco a pouco o que é ser uma espécie viva num mundo vivo, ter um corpo, condições de existência, probabilidade de vida, saúde individual e coletiva, forças que se podem modificar, e um espaço em que se pode reparti-las de modo ótimo. Pela primeira vez na história, sem dúvida, o biológico reflete-se no polí-tico; o fato de viver não é mais esse sustentáculo inacessível que só emerge de tempos em tempos, no acaso da morte e de sua fatalidade: cai, em parte, no campo de controle do saber e de intervenção do poder.1

Foucault reflete que na história das democracias liberais estar-se-ia começando a estru-turar as condições para a efetivação do novo conceito estratégico na atividade biopolítica de regulação e ampliação das esferas políticas de consolidação dos direitos humanos e organização do espaço urbano ecológico efetivado na bioengenharia efetivada e consolidada no ambiente social. Chegou o momento histórico de reger a engenharia política dos estados livres ou demo-cráticos a partir da manutenção e ampliação dos talentos que propiciem a manutenção e desen-volvimento do ser vivo no mundo. As tecnologias políticas devem legitimar o equilíbrio lógico entre o intelecto humano enquanto ser orgânico vivo imerso no grande ecossistema natural. Não se pode associar a teia política mundial à conceitos ideológicos abstratos de partidos que criam polissemias hibridas de ideais e conceitos que impossibilitam a emergências de ideias ligadas ao progresso do ser vivo humano no seu ambiente sócio político econômico. A própria histó-ria devehistó-ria ser direciona pelo conceito orgânico de vida é não mais por noções abstratas que somente legitimam a desigualdade. Logo devemos não apenas determinar a historia humana apenas por uma reflexão semântica abstrata doa fatos, mas sim concebê-la enquanto

(...)‘bio-história’ [isto é] as pressões por meio das quais os movimentos da vida e os processos da história interferem entre si, deveríamos falar de ‘biopolítica’ para de-signar o que faz com que a vida e seus mecanismos entrem no domínio dos cálculos explícitos, e faz do poder-saber um agente de transformação da vida humana.2 1 FOUCAULT, Michel. O Nascimento da Medicina Social. In: Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Graal, p. 134, 1979.

(17)

Desta forma, são os homens, mas em suas relações, em seus vínculos, em suas imbri-cações com essas coisas que são as riquezas, os recursos, os meios de subsistência, o território, é claro, em suas fronteiras, com suas qualidades, seu clima, sua sequidão, sua fecundidade que nos orientarão na bioengenharia produtiva de políticas publicas que devem reger a lógica de organização e consolidação eficiente das relações que sustentam o ambiente humano enquanto baseado na concepção de ecossistema urbano devera enfrentar os graves problemas ambientais da atualidade mundial e brasileira como falta de infra-estrutura básica de alimentos, educação, saúde e saneamento, desemprego, entre outros problemas sociais que não se resolvem devido o debate nocivo de ideias desarticuladas a engenharia política que legitime a vida e o bem estar social. A análise regional dos costumes, dos hábitos, das maneiras de fazer ou de pensar dos Estados Modernos é o grande norte de desenvolvimento social do ambiente humano que devi-do declinar com a ecologia natural geram profundevi-dos abalos nos modevi-dos humanos de vida que podem ser os acidentes ou as calamidades como a fome, as epidemia, a morte (FOUCAULT, 2008b, p. 128-129).

Para legitimar a noção de ecossistema urbano, nosso objetivo principal é criar núcleos integrados de bioengenharia que legitimem uma política econômica que estruture e consolide a redução das profundas desigualdades sociais geradas da concentração monetária e pela desre-gulação na distribuição sustentável das demandas de impostos que muitas vezes não fomentam os horizontes lógicos a ampliação e consolidação dos modelos mais eficazes de manutenção sustentável da vida humana. Deseja-se a mudança educativa do nefasto domínio do político ideológico que levanta bandeiras apenas ideológicas para o paradigma biopolítico que preocu-pa-se muito mais com ideias e conceitos necessários a manutenção sadia do ser vivo integrado ao processo de criação de seu ecossistema urbano buscando sempre equilibrar-se na natureza. Não se pode abrir espaço político para noções ideológicas abstratas imperialistas ou de controle da economia de mercado mundial sem a gerência do desenvolvimento sistêmico do ambiente humano que legitime o bem estar social. Com isso, a integração entre política, educação e saúde para produção de tecnologias sustentáveis do ambiente humano será o parâmetro racionalizável da cultura política e econômica sob o viés de ampliação da critica e esclarecimento de que a política precisa ser cultura de manutenção eficiente da vida humana no mundo.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FOUCAULT, M. Em Defesa da Sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 2005. ___________Nascimento da Biopolítica. São Paulo: Martins Fontes,2008a. ___________Segurança,Território, População. São Paulo: Martins Fontes, 2008b. ___________As Palavras e as Coisas: uma arqueologia das ciências humanas. São Paulo, Martins Fontes, 2002.

___________Microfísica do Poder. Rio de Janeiro, GRAAL, 1986.

___________História da Sexualidade I. A Vontade de Saber. Rio de Janeiro: Graal, 1979

______.; FOUCAULT, Michel. Debate on human nature. New York: The New Press, 2006.

______. Lingüística Cartesiana. Petrópolis: Vozes, 1971.

______. Notas sobre o Anarquismo. São Paulo: Imaginário, 2004.

______. Government in the future. New York: Seven Stories Press, 2005.

(19)

A SUSTENTABILIDADE: POR JOSÉ ELI DA VEIGA

ÁDRIA MARINHO DA SILVA VANESSA KEROLIN ARAÚJO MEIRELES SILVANA PEREIRA LIMA DE QUEIROZ RESUMO

O artigo apresenta o olhar do autor José Eli da Veiga sobre sustentabilidade. Aborda a susten-tabilidade como conceito, porém, propõe no decorrer das discussões a sustensusten-tabilidade como um novo valor. Fundamenta suas ideias ligando intimamente a sustentabilidade a duas disci-plinas científicas: a ecologia e a economia. Demonstra a passagem da era fóssil para a de baixo carbono, referenciando as controvérsias políticas, econômicas e tecnológicas como dimensões que definem esses processos de mudança. Critica o PIB como bússola de desenvolvimento sustentável, pois, o mesmo foi criado para atender uma necessidade de um mundo em guerra, que necessitava de desenvolvimento para gerar uma economia que sustentasse os investimentos bélicos. O autor apresenta uma proposta nada utópica sobre o desenvolvimento respeitando os limites e as escalas do ecossistema por meio da substituição do PIB como ferramenta de desen-volvimento, a extinção da macroeconomia convencional, que despreza os recursos naturais nos mercados, adotando uma macroeconomia sustentável.

PALAVRAS- CHAVES: Sustentabilidade; Ecologia; Economia. A SUSTENTABILIDADE SOB UM NOVO OLHAR

O conceito de sustentabilidade, de acordo com as ideias de José Eli da Veiga, embora es-teja presente atualmente nas discussões de diversos campos do conhecimento, a essência dessas discussões está intimamente ligada a duas disciplinas científicas: a ecologia e a economia.

No que diz respeito à ecologia a sustentabilidade está relacionada ao princípio da resi-liência, ou seja, a capacidade que um sistema tem em se adequar mesmo que sofra distúrbios, dificuldades e impactos, porém conseguirá manter suas funções e estruturas que porventura irão adaptar-se e quiçá tirar proveito para a manutenção do mesmo. Já a economia aborda a sustenta-bilidade com enfoques divergentes e que se concentram em três correntes principais: a primeira é o embate entre a “sustentabilidade fraca” e “forte”, ou seja, uma primazia pelo repasse para as futuras gerações de três tipos de capital, o propriamente dito, o natural-ecológico e o humano--social, enquanto a outra prioriza a obrigatoriedade de pelo menos o “capital natural”.

A segunda corrente rejeita a ênfase nos estoques, ou seja, critica severamente o Produto Interno Bruto – PIB, por analisar somente as atividades mercantis e o acúmulo das riquezas de um país, sem levar em consideração os recursos naturais e humanos. E contrapondo as ante-riores, temos a corrente que defende a economia como um subsistema dependente da evolução darwiniana e da segunda lei da termodinâmica (o princípio da entropia), pois só poderá haver

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sustentabilidade se for minimizado os fluxos de energia e matéria que atravessam esse subsis-tema.

Em meio às discussões acerca da sustentabilidade os economistas, e então consideramos a economia como um subsistema fundamental para a prática da sustentabilidade surge três cor-rentes básicas: a convencional, a ecológica e a que busca uma terceira via ainda não definida por seus defensores.

Na corrente convencional que ainda é majoritária e predominante, crescer economica-mente significa obter prosperidade, riquezas e alcançar patamares capazes de diminuir as desi-gualdades entre os países, pois todos seriam suficientemente ricos e buscariam alternativas de resolução para os problemas ambientais.

Em outro extremo completamente oposto estão os economistas “ecológicos”, cujas dis-cussões surgem acerca das questões ambientais outrora travadas nas décadas de 60 e 70, trazi-das pelo movimento ambientalista. É uma nova forma de se repensar as relações estabelecitrazi-das entre o funcionamento do sistema econômico vigente com o sistema ambiental trazendo à tona o desenvolvimento sustentável versus o crescimento econômico.

Temos ainda uma última corrente de economistas que criticaram tanto a convencional quanto a ecológica, posicionando-se para que haja uma reconfiguração nos processos produti-vos onde a oferta de bens e serviços ganhariam em ecoeficiência, ou seja, desmaterializando-se e minimizando a intensidade de energia, é a continuidade do crescimento de maneira racional, respeitando a utilização dos recursos existentes sem esgotá-los.

No entanto, o autor afirma na obra em questão que não há como fugir da discussão acerca do crescimento, ele está presente e é tema central de toda e qualquer corrente apresentada, sub-sidiando o percurso a ser percorrido para a sustentabilidade. Afirma ainda que como fator con-dicionante para a mesma deve haver uma macroeconomia capaz de reconhecer os sérios limites naturais à expansão das atividades econômicas e, rompendo com a lógica do consumismo.

Refletindo sobre quais os verdadeiros caminhos a serem percorridos para que cheguemos à verdadeira prática da sustentabilidade, propõe algumas alternativas que podem ser desenvol-vidas para o atendimento da mesma. A primeira pressupõe a necessidade de se reduzir a dispa-ridade entre as capacidades tecnológicas dos países de primeiro mundo e os países considerados “emergentes”. Os acordos internacionais para a redução na emissão de gases poluentes, como o dióxido de carbono, são exemplos de minimização dessa disparidade, tendo em vista que al-guns países já possuem iniciativas reais da descarbonização, tais como: Reino Unido, França, Inglaterra.

Na questão socioambiental, o autor destaca a importância de se desmistificar a ideia de que devemos “salvar o planeta”, na verdade a real preocupação consiste na preservação da espécie humana, pois independente das ações antrópicas, o mesmo possui o princípio da resi-liência enquanto a saúde da humanidade está cada vez mais comprometida.

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Segundo Cavalcanti (2012), corroborando o pensamento do autor acerca do desenvolvi-mento, afirma que o mesmo “significa mais do que simples crescimento da economia ou acu-mulação de capital, porque, além de representar o incremento da capacidade produtiva, implica também a irradiação do progresso para o grosso da sociedade”. (p.37)

O desenvolvimento está muito além do conceito de crescimento que se restringe ao au-mento exponencial, quantitativo, sem levar em consideração a produção do capital com cria-tividade, potencialidade e equidade. O verdadeiro e efetivo desenvolvimento prioriza a co-letividade, o trabalho coletivo, a produção capaz de distribuir a riqueza acumulada de forma igualitária, buscando a qualidade nos aspectos sociais, educacionais, econômicos, enfim é pen-sar na organização da sociedade não individualmente, atendendo os interesses de uma parcela da população e esquecendo-se dos demais indivíduos que também possuem direitos de usufruir desse desenvolvimento com consciência.

Partindo desse pressuposto o autor propõe que a sustentabilidade possua um novo valor, valor este capaz de suscitar nas sociedades um novo pensar na economia que defende um pro-cesso cíclico e que se renova continuamente, se retroalimentando, buscando soluções criativas para a reutilização dos recursos até então já explorados. Esse novo valor propõe uma unifica-ção de propósitos que comunguem para a busca da tão sonhada sustentabilidade, ou seja, visa promover a exploração de áreas ou recursos planetários (naturais ou não) de forma a impactar minimamente o equilíbrio entre o meio ambiente e as comunidades humanas e toda biosfera que dela dependem para existir.

Não há como caminhar para o desenvolvimento sustentável sem fazer uma reflexão pro-funda acerca da vida em comunidade, dos valores e princípios que pro-fundamentam o viver com-partilhado, considerando a natureza como espaço fundamental para a sobrevivência de todas as espécies que dela fazem parte. Não basta produzir o que queremos, utilizar os recursos que necessitamos, consumir por consumir, produzir por produzir, mas, sobretudo, analisar até que ponto comprometemos o que vivenciamos hoje, bem como o que destruiremos amanhã.

A AGONIA DA ERA FÓSSIL

O consumo de combustíveis fósseis nas últimas décadas tem incitado um amplo debate sobre os efeitos e consequências do lançamento de carbono e outros gases de efeito estufa à atmosfera. Diante da ameaça de uma ruptura climática, o autor faz uma leitura das controvér-sias existentes sobre o uso dos combustíveis fósseis estarem diretamente ligado ao aquecimento global e as mudanças climáticas.

A primeira controvérsia trata a real existência do fenômeno do Aquecimento Global. Atualmente existem duas correntes de pensamento antagônicas quanto ao aquecimento global, à primeira é a trabalhada pelos Negacionistas, estes cientistas afirmam que o globo terrestre não está aquecendo, pelo contrário, dão prognóstico de que ele está resfriando, e atribuem as alterações climáticas a causas naturais.

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Na contra mão dos negacionistas estão 90% dos cientistas, ligados ao Painel Intergover-namental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que afirmam que a terra está em processo de aquecimento e este aquecimento vem ocorrendo de forma gradativa e acelerada, por conta do processo de emissão de carbono à atmosfera. Aos que acreditam que o aquecimento global tem razões antropocêntricas vale a discussão de outros três pontos: o tecnológico, o econômico e o político.

Por desenvolverem um raciocínio um tanto absurdo, os cientistas ligados ao negacionis-mo não tem prestígio junto à comunidade científica, mas suas suposições não podem ser deixa-das de lado, pois mesmo com todos os estudos realizados pelo IPCC ainda existe um grau de incerteza quanto ao futuro climático da terra.

Segundo os negacionistas não há necessidade de conter a emissão de carbono e gases de efeito estufa, pois a ação antrópica em nada afeta o processo evolutivo do clima terrestre e fun-ciona em ciclo fechado, independente da ação humana. Essa visão de certa forma atrapalha e re-tarda as ações de controle das emissões atmosféricas e a mudança da matriz energética mundial.

A visão negacionista é cientificamente frágil, pois além de possuir poucas pesquisas que embasem suas afirmações, alega que nosso atual padrão de consumo de recursos naturais reno-váveis e não renoreno-váveis em nada influencia a qualidade da vida humana na terra. A manuten-ção do atual padrão energético baseado no tripé petróleo-carvão-gás além da continuidade dos impactos ao meio ambiente é foco de segurança econômica mundial, devido sua distribuição global irregular que não atende aos interesses das grandes potências econômicas e pode gerar riscos de combates armados por conquista de territórios.

Baseado nos relatórios do IPCC Al Gore em 2006, ex-vice-presidente americano, lançou o alarmante livro Uma Verdade Inconveniente, onde fez um alerta sobre a elevação da tempe-ratura global por meio de registros de tempetempe-raturas mundial de mais de 100 anos. Estudos do IPCC apontam que os 20 anos mais quentes do registro climático mundial ocorreram entre 1980 e 2005 e que a tendência mundial é continuar aquecendo com risco de aumento de 2° no clima mundial até 2050, o que causaria drásticos problemas ambientais em todo o mundo.

Inconsistências nos relatórios do IPCC deixam brechas para análises absurdas como as dos negacionistas, mas não devem ser deixadas de lado, nem mesmo ser tratadas como infun-dadas, por favorecerem a diminuição dos impactos ao meio ambiente e incentivarem o uso de tecnologias menos poluentes.

Segundo Veiga 2010 apud Pacala & Socolow 2004, a redução das emissões atmosféricas seriam possíveis com as seguintes mudanças: a) uso mais eficiente de sistemas de aquecimento, refrigeração e equipamentos eletrônicos; b) construções sustentáveis que utilizem menos ener-gia; c) maior eficiência dos veículos; d) eficiência nos sistemas de transporte; e) uso de energias renováveis; f) captura e armazenamento de carbono. Calcula-se que essas e outras atitudes mais sustentáveis deem conta de uma redução de 30% no consumo energético mundial, essas

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redu-ções aliadas ao uso de energias renováveis poderiam reduzir em 80% a emissão de carbono se fossem feitas entre 2006 e 2020.

Além do investimento em novas tecnologias é necessário também gerar entraves que di-ficulte ou encareçam a emissão de gases de efeito estufa e o lançamento de carbono. Taxas que sejam pagas por quem realmente esteja emitido, taxas de fim de produção, monitoramento de chaminés. Essas taxas devem ser firmes, claras, realistas, consistentes e efetivas de modo que todos os diretamente ligados as emissões atmosféricas sejam afetados economicamente pela maior emissão ou redução.

Mais do que o uso de novas tecnologias é necessário também repensar o padrão de consu-mo mundial, a pegada ecológica da nossa sociedade e reavaliar nossos impactos individuais ao meio ambiente e através da conscientização ambiental mudar o atual cenário de eminente co-lapso ambiental. As empresas emissoras de gases de efeito estufa devem ser intimadas a pagar pelos impactos ambientais causados por suas atividades, em forma de reembolso ao governo ou medidas de mitigação.

A avaliação do autor deixa algumas questões que devem ser avaliadas na busca pela sustentabilidade. Devemos nós nos privar do consumo de recursos pensando em futuras gera-ções que não sabemos qual será seu contexto? E a nossa futura geração será que terá o mesmo cuidado que estamos tendo? Esses questionamentos abrem um amplo debate quanto à questão intergeracional, mas o que devemos nos atentar é as soluções para diminuir o impacto ambien-tal causado pelo aquecimento global para a atual e as futuras gerações através das seguintes medidas: a) precificação do carbono; b) programas e novas tecnologias que acelerem a descar-bonização; c) informar, educar e persuadir aos cidadãos para conscientização ambiental.

Segundo o autor a taxação da emissão de carbono pode ser a medida mais efetiva para acelerar a adoção de inovações que substituam fontes fósseis, principalmente na produção de energia. Mas isso só será benéfico para o crescimento econômico quando as correspondentes tecnologias estiverem prontas para a comercialização. E quando os atores políticos estiverem a favor desta mudança tecnológica, como veremos a seguir.

Aqueles que realmente pretendem apoiar as projeções do IPCC e mudar seu posiciona-mento quanto à emissão de gases do efeito estufa devem comprometer-se em três eixos: Em primeiro lugar a intensa cooperação científica em busca de tecnologias que favoreçam o pro-cesso de descarbonização da matriz energética mundial; Em segundo lugar estabelecer metas de redução muito mais drásticas para os vinte principais países emissores, responsáveis por 90% impacto global; Em terceiro a aplicação do imposto mínimo inicial com acréscimos anuais.

É importante que as questões educacionais não sejam deixadas de lado, pois estas são base para qualquer mudança política e social de melhoria de qualidade de vida, desta e das futuras gerações. Mas, para que tudo isso ocorra é necessária uma maior interação entre os atores políticos e sociais que comandam a economia mundial para que tomem partido de um

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mesmo objetivo comum, a preservação da vida na terra, tal como a conhecemos e com os mínimos padrões de qualidade de vida distribuídos igualitariamente.

UMA CRÍTICA SOBRE A ECONOMIA CONVENCIONAL POR PARTE DOS ECO-NOMISTAS ECOLÓGICOS

Os alusivos debates sobre sustentabilidade têm se tornando uma prática repetitiva nos eventos ambientais. Os discursos afirmam a necessidade de uma mudança de postura diante do ambiente, como se as práticas individuais pudessem por si só resolver os danos ambientais.

A mudança individual contribuirá para minimizar os danos ao meio ambiente, mas, so-mente uma mudança radical nos indicadores econômico (PIB) e social (IDH) poderá aproximar a sustentabilidade de algo real e não manipulado. A sustentabilidade só pode ser avaliada se o desempenho econômico e a qualidade de vida também puderem ser mensurados com novos in-dicadores econômicos e sociais. O PIB é uma adição de bens e serviços vendidos e comprados, sem qualquer distinção entre os que são ou não benéficos para a sociedade. Exclui ou ignora despesas, poluição e contaminação tóxica. (VEIGA, 2010)

Enfim como não faz distinção entre o que é produtivo ou destrutivo, ou entre despesas que elevem ou rebaixem a condição humana, o PIB só passa por indicador de progresso para quem desconhece sua formação. Nessa acepção, desenvolvimento significa mais do que simples cres-cimento da economia ou acumulação de capital, porque, além de representar o incremento da capacidade produtiva, implica também a irradiação do progresso para o grosso da sociedade.

Veiga (2011) afirma que se a ecologia fosse levada realmente a sério como instrumento para o bem-estar duradouro da sociedade, muitas ações no plano econômico estariam total-mente em perigo. A natureza fornece a escala do que a sociedade pode fazer. Enquanto isso, no modelo econômico que rege a formulação das políticas econômicas e as ações de desenvolvi-mento em todo o mundo, os recursos do ecossistema não são tratados como uma restrição; eles simplesmente não aparecem nos cálculos.

A economia convencional e a economia ecológica apresentam suas limitações em lidar com as riquezas naturais. A crítica sobre o atual indicador econômico oriundo da economia convencional reside na omissão dos recursos naturais pela macroeconomia. Porém, a economia ecológica ainda não encontrou um caminho seguro na precificação dos recursos naturais.

Os economistas ecológicos tiveram êxito na crítica ao pensamento convencional, criti-cando a macroeconomia inteiramente centrada no aumento do consumo, pois, não consegue admitir o esgotamento dos recursos naturais. Propõe que seria necessária uma macroeconomia para sustentabilidade, que além de reconhecer os sérios limites naturais à expansão das ativi-dades econômicas, também pudesse romper com a lógica social do consumismo. Infelizmente nada de parecido surgiu até agora.

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O autor critica os questionários socioeconômicos que buscam saber a vida econômica dos indivíduos baseados na renda individual e na familiar, declara que é uma das “mais grosseiras aproximações”. Porque omite indicadores significativos que não são contabilizados e nem pos-suem preços no mercado atual.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ainda haverá muito que debater sobre sustentabilidade, principalmente quando se dis-cute o significado do termo sustentabilidade, as mudanças na passagem da era fóssil para a de baixo carbono e a necessidade de superar o PIB e a macroeconomia convencional. A evolução do pensamento ambiental nos mostra que as discussões em nível internacional já permitem vislumbrar o surgimento de algo que está sendo denominado de economia verde. Mas, para que ela possa surgir será imprescindível que a responsabilidade pela conservação dos ecossistemas passe realmente a orientar as políticas governamentais, as práticas empresariais, e as escolhas dos consumidores.

É imprescindível que simultaneamente, todas as esferas do conhecimento resgatem a natureza, dando a ela o significado que merece. Não por arrependimento romântico, mas como consequência de renovação das humanidades baseadas nos mais recentes avanços obtidos nas ciências naturais e na história. É normal o ceticismo sobre a concretização das mudanças propostas pelo autor José Eli da Veiga para uma sustentabilidade real, onde propõe a substituição do PIB, pois, o mesmo só comprova a existência de um crescimento exponencial.

Todavia, é interessante atentar para as discussões que aconteceram nos três mais impor-tantes eventos. Em 1972 (Estocolmo) se discutiu o homem e meio ambiente; na Eco 92, o meio ambiente e o desenvolvimento e por fim na RIO+20 o desenvolvimento sustentável. E perceber que o processo de legitimação da sustentabilidade como valor foi sendo desenvolvido através por meios dessas importantes cúpulas organizadas pela ONU. Não existindo nada de utópico e nem romântico nesse processo.

REFERÊNCIAS

CAVALCANTI, Clóvis. Sustentabilidade: mantra ou escolha moral? Uma abordagem eco-lógico-econômica. Estudos Avançados 26 (74). 2012.

DALY, E. HERMAN. Crescimento Sustentável? Não, Obrigado. In: MANDER, Jerry & GOLDSMITH, Edward (eds.). The case againstthe global economy. San Francisco: Sierra Club Books, 1996, p. 192-96.

PACINI, Henrique. CECHIN, Andrei. Economia Verde: por que o otimismo deve ser aliado ao ceticismo da razão. Estudos Avançados 26 (74). 2012.

VEIGA, José Eli da. Sustentabilidade: a legitimação de um novo olhar. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2010.

VEIGA, José Eli da. Desenvolvimento sustentável: o desafio do século XXI. Rio de Janeiro: Garamond, 2010.

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ENRIQUE DUSSEL E EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA: APROXIMAÇÕES PO-LÍTICO-PEDAGÓGICAS

COSTA, César Augusto Soares da

Resumo: Neste ensaio recuperamos alguns dos conceitos fundamentais da obra do filósofo argentino Enrique Dussel, visando a contribuir com formulações teóricas oriundas do pensa-mento latino americano para a educação ambiental crítica. Este pensador foi escolhido por ter uma indiscutível referência do pensamento latino-americano, sendo o principal expoente da Filosofia da Libertação, com larga influência não somente na educação, mas também nos movi-mentos sociais, na teologia da libertação e no pensamento filosófico e sociológico da América Latina. Logo, Dussel não é um autor ambientalista estritamente, mas sua concepção de mundo e a busca da emancipação humana e transformação social, auxiliam na práxis crítica educativa e na construção de novas formas de nos relacionarmos com/na natureza.

Palavras-chave: Enrique Dussel - Educação Ambiental Crítica – Filosofia da Libertação – na-tureza.

1. Colonialismo e ambientalismo na América Latina

A reflexão que propusemos neste ensaio visa tratar das contribuições de Enrique Dussel à luz da Educação Ambiental (EA) crítica. Tal autor é um dos grandes ícones do pensamento revolucionário, filosófico e sociológico latino-americano. Entendemos que esse movimento de aproximação teórica é relevante, uma vez que temos atualmente uma grande quantidade de pes-quisas em educação ambiental espalhadas em vários programas de pós-graduação e que reco-nhecem a diversidade social e cultural latino-americana não abdicando do trabalho de procurar os elos que unem os povos a partir da superação das relações sociais alienadas no capitalismo.

O ponto de partida deste texto é de que nossas sociedades estão em dívida com enormes parcelas da população condenadas a viverem em estados de “sub-emancipação”. No mesmo sentido, várias práticas educativas ambientais supostamente voltadas para emancipação não estão inseridas numa trajetória de lutas sociais, que foram ignoradas, silenciadas ou esquecidas em nossa caminhada pedagógica. Constata-se que parte dos educadores e pesquisadores não se preocupa com a tarefa social da ciência num país de tantas exclusões, isto é, não dialetizam porque as políticas públicas obedecem mais a ética do mercado do que de um compromisso efetivo com o direito das pessoas, de modo a dar condições à dignidade humana (ANDREOLA, 2003).

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igual pelo domínio geopolítico da epistemologia. Está radicalizada desde o estabelecimento do sistema de classificação hierárquica em todas as esferas sociais até a supressão de economias e culturas existentes antes da chegada dos colonizadores (DUSSEL, 2000). Negar as origens das civilizações estabelecidas antes da colonização é como uma maldição que atravessa a história da América Latina, pois seus efeitos se manifestam no critério de inferioridade de povos sem história e de Estados sem nação. Ou seja, os colonizados como forma de resistência, aprende-ram a cultura dos dominadores, tanto no campo da atividade material quanto da prática reli-giosa que engendrava uma subjetividade colonizada. Dentro desta perspectiva, colonialidade e independências colocam-se de forma igual, ou seja, a proposta descolonial dos povos indígenas e afrodescendentes não foram contempladas pela emancipação política (STRECK, ADAMS, MORETTI, 2010).

Levando em conta os aspectos acima, compartilhamos da necessidade de uma visão filosófico-pedagógica em Enrique Dussel perante a questão ambiental, uma vez que, a colonia-lidade nas causas sociais, políticas e econômicas impedem o ser humano de ser-mais pelo modo de produção capitalista. A relevância das reflexões de Dussel para a educação ambiental crítica consiste em considerar o sofrimento do outro a consequência de uma realidade escondida em que sujeitos subjugam outros (entendidos como inumanos, inferiores, não civilizados, por meio de relações desiguais e opressivas de poder). Consequentemente, sua Ética da Libertação objeti-va refletir sobre a relação entre o eu e o outro no campo social, debatendo a questão da exclusão social. A partir disso, analisa criticamente o discurso eurocêntrico moderno e a possibilidade de superação do irracionalismo moderno por meio da razão crítico-libertadora. Dussel está para além de uma mera reflexão racional de constatação da negação do sujeito humano porque se constitui em uma ética crítica, ou seja, “da transformação como possibilidade da reprodução da vida da vítima e como desenvolvimento factível da vida humana em geral”. (DUSSEL, 2000, p. 564). Nisso consiste o postulado essencial fundamental da sua Filosofia da Libertação.

2. Perspectiva política e o sentido da libertação em Dussel

Convém neste momento, apontar o que Dussel entende ao sentido e significado político do termo “libertação”, mas antes de tudo, também tornando clara a visão do autor acerca dos seus principais postulados que orienta as sua perspectiva. Em Dussel, a antinomia alienação- libertação frente à Educação Ambiental. No entendimento de Dussel:

Até muito recentemente a política não tinha descoberto sua responsabilidade ecológi-ca [...] A previsão de permanência da vida da população de ecológi-cada nação na humanidade que habita o planeta Terra é primeira e essencial função da política [...] Uma humani-dade extinta obviamente aniquilaria o campo político e todos seus sistemas possíveis (2007, p. 64).

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algo recente (PORTO-GONÇALVES, 2012), embora careça de sistematizações maiores, bem como de uma crítica mais consistente dos seus problemas. Uma abordagem da questão ambien-tal a partir da América Latina não pode ignorar esse contexto em que se dá a institucionalização dessa problemática no período que se abre desde os anos 1970, havendo uma contribuição es-pecífica na região a esse debate teórico-político. A crítica à sociedade capitalista (consumismo/ produtivismo) foi acompanhada pelo respeito aos povos, países e regiões cujas populações viviam em condições subumanas e não consumiam o mínimo necessário à sua existência. O debate acerca da natureza do desenvolvimento foi impulsionado e nele a reflexão sociológica de Celso Furtado teve relevância ao problematizar a ideia. Também Josué de Castro se ligou a questão oferecendo um artigo sob o título Subdesenvolvimento: causa primeira da poluição, redigido em 1972, às vésperas da Conferência de Estocolmo (CASTRO, 2003).

Segundo Porto-Gonçalves (2012, p. 26-27):

Muito embora correntes hegemônicas da esquerda marxista tivessem, de início, criti-cado o ecologismo, o fato é que diferentes movimentos sociais, sobretudo na América Latina, começaram a assimilar a questão ambiental à sua agenda política. Junto com esses movimentos se desenvolveram importantes correntes teórico-políticas no cam-po ambiental: a “ecologia cam-popular”, o “ecologismo dos cam-pobres” e o eco-socialismo - onde se destacaram intelectuais como o líder seringueiro Chico Mendes, assim como o epistemólogo mexicano Enrique Leff, o economista catalão Joan Martinez Alier que tem fortes ligações com movimentos sociais latino-americanos, o antropólogo colom-biano Arturo Escobar, o biólogo e antropólogo mexicano Victor Toledo, o sociólogo marxista brasileiro Michel Löwy, entre tantos. Essa contribuição teórica-política é tão importante para compreender os complexos processos sócio-históricos que estão curso como são, ainda hoje, as teses de José Carlos Mariátegui elaboradas nos anos vinte do século passado, a Teoria da Dependência, sobretudo em sua vertente marxista (Rui Mauro Marini e Theotonio dos Santos), a Pedagogia do Oprimido (Paulo Freire), a Teologia da Libertação (Frei Beto, Leonardo Boff, Enrique Dussel), assim como o Pensamento Descolonial (desde Franz Fanon e Aimé Cesaire, ambos caribenhos, até o mexicano Pablo González Casanova, a aymara-boliviana Silvia Rivera Cusicanqui e o peruano Aníbal Quijano).

Os marcos teóricos da Filosofia da Libertação de Enrique Dussel podem assim ser aclarados:

a experiência inicial da Filosofia da Libertação consiste em descobrir o “fato” opres-sivo da dominação, em que sujeitos se constituem “senhores” de outros sujeitos, no plano mundial (desde o início da expansão europeia em 1492; fato constitutivo que deu origem à “Modernidade”), Centro-Periferia; no plano nacional (elites-massas, burguesia nacional-classe operária e povo); no plano erótico (homem-mulher); no plano pedagógico (cultura imperial, elitista, versus cultura periférica, popular, etc.); no plano religioso (o fetichismo em todos os níveis), etc. (DUSSEL, 1995, p. 18) (...). Por meio de sua Filosofia da Libertação analisa o processo opressivo da dominação, em que uns se tornam senhores de outros no plano mundial, questionando o discurso da modernidade. Tanto a sua filosofia quanto a sua Ética da Libertação possuem clara opção política pelas vítimas do sistema-mundo, compreendido como o processo de ampliação da influência cultural de um sistema inter-regional (alta cultura ou sistema civilizatório) a outras culturas. (OLIVEIRA E DIAS, 2012, p. 92).

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Aqui se faz necessário, trazermos a contribuição dusseliana ao sentido e significado do termo libertação. Segundo Dussel (DUSSEL, 1986), a Filosofia latino-americana terá sua originalidade ao se fundar sobre um projeto ético-antropológico interpretante do homem latino--americano. Tal projeto só poderá ser realizado se se constituir numa filosofia sobre novas bases metodológicas e históricas, sendo necessário ao pensamento latino-americano ultrapassar os modelos metodológicos das filosofias européias que geram a alienação do homem latino-ame-ricano (OLIVEIRA, s/d).

No plano metodológico, Dussel, partindo de Marx e da tradição semita propõe uma nova formulação metodológica: o Método anadialético. Trata-se de uma metodologia filosófica original, porque se distingue e supera os procedimentos e categorias etnocêntricas da moder-nidade européia. O Método da Filosofia da Libertação terá seu ponto de partida no princípio da alteridade, onde o pressuposto desse método estabelece que o discurso filosófico tenha um caráter eminentemente ético, para além da dimensão puramente lógica. O discurso é válido ou inválido não pôr sua correção lógica, mas por seu acordo ou desacordo com a justiça (DUSSEL, 1986). Torna-se evidente que neste ensaio, pretendemos desenvolver seus principais postulados a partir das categorias alienação e libertação e suas implicações para a questão ambiental.

Para Dussel, a alienação consiste no fato de tomar o “outro enquanto instrumento” (ob-jeto prático), isto é, enquanto um ser que serve de mediação para a realização das vontades do outro, aniquilando a semelhança e a distinção. Assim, a alienação resulta de uma práxis de do-minação, que é a afirmação de um projeto totalizador opressor e autoritário (OLIVEIRA, s/d). Nessa perspectiva o projeto dominante impõe seu horizonte de abrangência, utilizando e ins-trumentalizando a tudo e a todos em função de uma cultura individualista, como por exemplo, expressa o capitalismo. Para assegurar a realização desse projeto dominador seus interessados promovem diversos tipos de alienação, a do capital, do trabalho, da cultura, a política, a religio-sa, a educativa. Deve-se observar, segundo Dussel, que a alienação apresenta-se não somente em forma de discurso, mas também, ao nível das ações e condutas (DUSSEL, 1977).

A libertação dentro deste horizonte consiste na desalienação das pessoas, povos, cultu-ras e instauração de uma nova ordem fundada no respeito à alteridade e exterioridade humana, pois no processo de desalienação é preciso estar atento para não compreender o outro apenas como dimensão objetiva do mundo, como um meio para realizar determinado “projeto liber-tador”. A partir daí, somos provocados a buscar relações fraternas e solidárias que nos motiva à subversão do sistema para reconstruí-lo numa justiça real que afirma a dignidade humana. Sendo assim, indicamos que:

A metodologia de investigação da Filosofia da Libertação poderá revigorar os estu-dos de história latinoamericana na direção em que estamos apontado, superando a perspectiva historiográfica eurocêntrica. O método ana-dialético de Enrique Dussel poderá expor a totalidade histórica a partir das múltiplas configurações culturais vivi-das dinamicamente pelas etnias e grupos sociais, cujo ethos jamais está absolutamente incluído no projeto de dominação das classes colonizadoras (OLIVEIRA, s/d, p. 22)

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Nesta perspectiva, o método analético de Dussel, é um método cujo ponto de partida é uma opção ética e uma práxis histórica concreta. Evidencia-se que deve aliar o rigor teórico especulativo e a ação ético-política à favor da libertação humana, uma vez que, a indiferença compactua com o sistema vigente. Pois não é pela lógica e a eficácia que devemos mensurar o conhecimento, mas pelo seu caráter humanizador e justo das relações sociais, sobretudo, nas relações com a natureza. Ou seja, para Dussel é através da Ética da Libertação com seus prin-cípios mais elaborados que traz em seu horizonte uma ética necessária em face da “miséria que aniquila a maioria da humanidade no final do século XX”, junto com a incontível e destrutiva contaminação ecológica do planeta Terra (DUSSEL, 2000, p. 15).

Sua ética fundamenta-se também na criticidade que entendemos ser vital para a pers-pectiva ambiental assumida neste ensaio. Significa que sua razão crítica “permite o (auto) re-conhecimento das vítimas do sistema-mundo (dominados: operários, índios, escravos, etc. e discriminados: mulheres, idosos, incapacitados, imigrantes, etc.), bem como o descobrimento de suas alteridades e autonomias, negadas pelo sistema-mundo vigente” (OLIVEIRA E DIAS, 2012, p. 98).

CONTRIBUIÇÕES DE ENRIQUE DUSSEL À EDUCAÇÃO AMBIENTAL CRÍTICA A proposta de Dussel para a Educação Ambiental crítica auxilia na adoção de estratégias políticas dirigidas à emancipação/libertação inscritas nos marcos de um processo de radicali-zação da questão social, sendo contrários a lógicas neoliberais hegemônicas, próprias da feição que o capitalismo assume na AL em sua matriz colonial. É evidente que a filosofia Dusseliana, não pode ser tratada como uma filosofia educacional, muito menos ambiental, haja vista, que em seus escritos, não prevalece uma intenção pedagógica (embora seja um conceito no escopo de seu pensamento). Apontamos que o pensador latino-americano tematizou um pensamento filosófico-político que na história da América Latina e na história da educação tiveram expres-siva influência nas pedagogias críticas e nos instrumentaliza para refletirmos criticamente a sociedade, bem como o contraponto à efetivação dos projetos societários vigentes que excluem o ser humano da possibilidade de vir-à-ser mais (ZITKOSKI, 2007).

Em Dussel, constatamos a preocupação fundamental com a Libertação dos sujeitos en-volvido no processo de opressão do sistema colonial europeu, cujo processo deixou chagas sociais em nosso continente. Desse modo, o autor nos propõe refletir sobre a nossa condição de sujeitos inseridos na realidade social, para que possamos desenvolver uma perspectiva crítica dos acontecimentos sociais, políticos, culturais e econômicos em torno do sistema vigente. A abordagem latino-americana de Enrique Dussel descobre sua vitalidade e alcance crítico nes-te esforço de diálogo e aproximação com a questão ambiental, pois através desta perspectiva somos capazes de descobrir um aspecto fundamental: a existência de muitos mundos diferen-tes dentro do nosso mundo: a “outridade latino-americana” (DUSSEL, 1986), dentro da nossa realidade. Metodologicamente optamos por valorizar o foco de análise na educação trazendo o

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enfoque da filosofia e da educação libertadora, por reconhecermos a importância que ela ocupa, enquanto práxis, orientação e efetividade histórica em nosso continente (COSTA, 2011).

A Filosofia da Libertação de Enrique Dussel se apresenta num propósito único: libertar filosófico-politicamente (DUSSEL, 1986). Ou seja, quer libertar-nos politicamente, mostrando--nos alguns mecanismos de dominação e exploração que normalmente nos passam despercebi-dos ao cotidiano. A libertação filosófica e a libertação política se completam e são inseparáveis no método dusseliano, pois contemplam todas as dimensões da vida pessoal e coletiva. Assim, possibilitam-nos instrumentos teórico-práxicos para libertação integral, não só como sujeitos, mas enquanto sociedade, impelindo-nos a uma nova ordem social justa e igualitária. O apelo à “responsabilidade do outro” e “pelo próximo”, que este rosto (Outro) traz está concretamente, existencialmente e historicamente marcado.

O “outro”, de quem assinala Dussel, é o outro com um rosto, o outro concreto, em mi-lhões de rostos que carregam as marcas do sangue, os sulcos da fome e da humilhação. Esta crítica, o autor não faz no nível das argumentações metafísicas, mas sim no plano humano das opressões historicamente estabelecidas. Em outras palavras, poderíamos falar numa ética da libertação como fundamentação ética e radical para a realização humana (DUSSEL, 1986). O “outro” negado de Dussel é, nesse contexto, o oprimido que assinala Freire, uma vez que, o mesmo sempre buscou uma práxis dentro de seu país, sendo incontestável que o “oprimido” (que mencionava em seus escritos) significa o encobrimento de todos os povos da América Latina3(DUSSEL, 1993). A devida e necessária aproximação entre exclusão latino-americana

e reconhecimento da solidariedade humana como ponto de partida para uma redefinição do atual projeto societário, requer em ancorar neste método de abordagem na realidade visando transformá-la radicalmente. Tal abordagem envolve compreensões da questão ambiental fruto de sistema colonizador e dominante que por séculos alija o povo latino-americano de sua reali-zação (ASSMANN E SUNG, 2000).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

À luz do que foi explicitado, indicamos que a relevância dos referenciais e categorias trabalhados por Enrique Dussel para a EA crítica, contribuem, uma vez que, para a perspectiva crítica que o pensador argentino está inserido, a práxis de dominação não reconhece a alteridade. 3 Na crítica histórica de Zanotelli, há o seguinte questionamento: Quais são estes traços identitários? Somos latino-americanos? Se o somos, não aceitamos facilmente que o sejamos segundo a visão preconceituosa que os países do Primeiro Mundo têm de nós. Mas o fato de sermos tratados preconceituosamente, estigmatizados como indolentes, preguiçosos, andari-lhos, improvisadores, não muito sérios em cumprir os compromissos empenhados, etc... de não termos nem espaço, voz e vez nos meios de comunicação daqueles países, o fato ainda de sermos esquecidos e negados, mesmo e especialmente nos fatos em que somos lembrados (carnaval, futebol e escândalos) essa contraposição, essa discriminação, é também um lugar de nossa iden-tificação. É preciso recolher com cuidado os vetores de nossa identidade e o processo de nossa identificação. ZANOTELLI, J. América Latina: raízes sócio-político-culturais, p. 14.

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Fig. 1 – Diagrama que ilustra a arquitetura de capilaridade do Projeto de Formação Socioambiental dos Servidores  Técnico-Administrativos da USP.
Fig. 4 - Nuvem com as palavras mais mencionadas pelos participantes da pesquisa-ação comunicativa
Figura 1- Mapa mental 1: Produzido pelos alunos da Escola de Ensino  Fundamental Machado Gouveia (E.E.F.M.G), do município de Barroquinha  Ceará (CE)
Figura 2- Mapa mental 2: Produzido pelos alunos da Escola de Ensino  Fundamental Epitácio Brito (E.E.F.E.B.O), do município de Chaval (CE)
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Referências

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