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Repositório Institucional UFC: Viabilidade econômica, social e ambiental do biodiesel brasileiro

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Academic year: 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIAS, CONTABILIDADE E SECRETARIADO.

CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS

DANIELLE VIEIRA DA SILVEIRA

Viabilidade Econômica, Social e Ambiental do Biodiesel

Brasileiro.

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DANIELLE VIEIRA DA SILVEIRA

Viabilidade Econômica, Social e Ambiental do Biodiesel

Brasileiro.

Monografia apresentada à Faculdade de Economia, Administração, Atuária, Contabilidade e Secretariado, como requisito para a conclusão do curso de graduação de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Ceará.

Orientador: Prof. José de Jesus Sousa Lemos

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará

Biblioteca da Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade

S587v Silveira, Danielle Vieira da.

A viabilidade econômica, social e ambiental do biodiesel brasileiro / Danielle Vieira da Silveira. – 2014.

50 f. : il. color.; enc. ; 30 cm.

Monografia (Graduação) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Economia,

Administração, Atuária, Contabilidade e Secretariado Executivo, Curso de Ciências Econômicas, Fortaleza, 2014.

Orientação: Prof. Dr. José de Jesus Sousa Lemos.

1. Biodiesel. 2. Integração social. 3. Sustentabilidade. I. Título.

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DANIELLE VIEIRA DA SILVEIRA

VIABILIDADE ECONÔMICA, SOCIAL E AMBIENTAL DO PROJETO BIODIESEL BRASILEIRO

Essa monografia foi submetida à coordenação do Curso de Ciências Econômicas como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Bacharel em Economia, outorgado pela Universidade Federal do Ceará – UFC e encontra-se à disposição dos interessados na Biblioteca da referida Universidade.

A citação de qualquer trecho desta monografia é permitida, desde que feita de acordo com as normas de ética científica.

Data da aprovação: 20/05/2014

___________________________________________ ________

Prof. José de Jesus Sousa Lemos Nota

___________________________________________ ________

Prof. Fabio Maia Sobral Nota

___________________________________________ ________

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“Na vida, não vale tanto o que temos, nem tanto importa o que somos. Vale o que realizamos com aquilo que possuímos e, acima de tudo, importa o que

fazemos de nós”.

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AGRADECIMENTOS

A Deus pela força e por ter me dado coragem para superar as dificuldades impostas ao longo desse caminho.

A minha mãe Nailza, pelo apoio e dedicação durante todos os anos da minha vida e principalmente por ser minha grande amiga e o meu ponto de equilíbrio.

Ao meu pai por todo incentivo e por ter me dado base e suporte educacional necessários ao alcance de mais uma etapa.

Agradeço ao meu noivo Pedro Coelho por estar sempre ao meu lado, dividindo alegrias e tristezas. Obrigada por seu meu amigo, meu cumplice e meu companheiro.

Agradeço também a minha família, em especial a minha Vó Nair e Tia Nilza que fizeram parte e me apoiaram nesse processo.

Um obrigada aos amigos que me incentivaram principalmente nessa etapa final desse processo, Ana Luiza, Diego Barros, Iran Melo, Mariana Veras, Priscila Morais e Rafaela Cordeiro.

Ao professor orientador Lemos, pela maneira admirável como trata a todos e por ter sido sempre compreensivo e disposto a ajudar.

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RESUMO

Esta monografia tem como objetivo analisar o Projeto Biodiesel e sua evolução. O tema foi escolhido pela necessidade atual de combustíveis menos poluentes e pela possibilidade de desenvolvimento e crescimento rural sustentável. Para alcançar esse objetivo foram utilizados dados secundários e pesquisas bibliográficas. Buscou-se, por meio da metodologia utilizada, fazer uma análise do biodiesel desde sua primeira patente até os dias atuais. As pesquisas realizadas apontam uma grande capacidade que o programa tem de promover a inclusão social de milhares de famílias de agricultores.Diversos tipos de oleaginosas podem ser utilizadas para a produção do biodiesel dentre elas, a soja, o girassol, o amendoim, a mamona, o babaçu, o pinhão manso e o dendê, apresentadas neste estudo como fontes de insumos. A produção do biodiesel em certas regiões ainda é incipiente e carente de incentivos. Há grandes perspectivas de progresso para os próximos anos devido ao aumento da mistura obrigatória do biodiesel.

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ABSTRACT

This monograph has the purpose to analyze the Biodiesel Project and its evolution. it was chosen by the need for cleaner fuels and the possibility of development and sustainable rural growth. Were used secondary data and literature searches to achieve this goal. We seek through the methodology used, to analyze the biodiesel from first patent to the present day. Studies show the great ability of the program is to promote the social inclusion of thousands of farm families.Various types of oil can be used to produce biodiesel among them we have soy, girassol, peanut, mamona, babaçu, pinhão manso, and dende, presented in this study as sources of inputs. In certain regions the production of biodiesel still limited and requires incentives. There are great prospects for progress in the coming years due to the increase of the biodiesel blend.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Processo de obtenção de biodiesel a partir da transesterificação...18

Figura 2 – Potencialidade brasileira para a produção e consumo de combustíveis

vegetais...21

Figura 3 – Marco regulatório...26

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Perspectivas da produção de biodiesel no Brasil...35

Gráfico 2 – Importação de óleo diesel 2000 – 2010 (m3)...36

Gráfico 3 – Evolução das aquisições totais de oleaginosas da agricultura familiar

– Brasil...38

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Evolução histórica do biodiesel...16

Quadro 2 – Tipos de usinas recomendadas para a extração de óleo...27

Quadro 3 – Estimativa de variação do custo de litro do biodiesel...28

Quadro 4 – Evolução da produção de mamona no Brasil e Unidades da

Federação...29

Quadro 5 – Evolução área plantada com mamona no Brasil e Unidades da

Federação...39

Quadro 6 – Características de culturas oleaginosas no Brasil...33

Quadro 7 – Acesso à tecnologia e a assistência técnica entre os agricultores

familiares...39

Quadro 8 – Custo de produção por hectare em área de sequeiro (sem adubação).41

Quadro 9 - Custo de produção por hectare em área de sequeiro (com adubação)..41

Quadro 10 - Custo de produção por hectare em área de sequeiro (consorciado com

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SUMARIO

1. INTRODUÇÃO...11

1.2 Objetivos...12

1.2.1 Objetivo Geral...12

1.2.2 Objetivos Específicos...12

2. REFERENCIAL TEÓRICO...13

2.1 Desenvolvimento Sustentável...13

2.2 O Surgimento do Biodiesel e suas caracteristicas...16

2.3 Biodiesel no mundo...19

2.4 Biodiesel no Brasil...20

2.5 Programas de incentivo...22

2.5.1 Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel – PNPB...22

2.5.2 Programa Biodiesel – O combustível verde...23

2.5.3 O Programa Biodiesel do Ceará...23

3. FONTES DOS DADOS E METODOLOGIA...25

4. RESULTADOS DA PESQUISA...26

4.1 A cadeia produtiva do Biodiesel...26

4.4.1 Mamona...27

4.4.2 Soja...30

4.4.3 Amendoim...30

4.4.4 Babaçu...32

4.4.5 Dendê...32

4.4.6 Pinhão Manso...33

4.4.7 Girassol...34

4.2 Resultados obtidos...35

4.3 Fatores ambientais favoráveis...42

5. CONCLUSÃO...45

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1. INTRODUÇÃO

A preocupação com o meio ambiente vem se tornando cada vez mais presente, por isso, tornam-se cruciais as novas fontes de combustível menos poluentes. Os impactos provocados por combustíveis fosseis são relevantes e é preciso buscar alternativas viáveis pra que eles diminuam.

A produção do biodiesel traz benefícios sociais, ambientais e econômicos. O Brasil tem grandes capacidades de produção de energias renováveis. A introdução do biodiesel no mercado brasileiro reduziria as importações de óleo diesel fazendo surgir um desenvolvimento de uma nova fonte energética sustentável. A agricultura brasileira tem uma diversidade de culturas que propiciam a produção do combustível.

A expectativa no aspecto social, é a melhoria da qualidade de vida dos pequenos agricultores que vivem em áreas de solo mais degradado. Com a união desses agricultores, a tendência é que haja um crescimento na renda e geração de empregos diretos e indiretos. O auxílio do governo, seja com financiamentos ou redução de impostos é de fundamental importância. Na dimensão ecológica, é possível alcançar um desenvolvimento sustentável capaz de preservar o ecossistema e diminuir a emissão de gases poluentes. Há uma grande oportunidade de gerar melhorias para regiões de extrema pobreza, baseando o projeto de produção do biodiesel na agricultura familiar.

A região Nordeste vem enfrentando um problema crescente de desemprego, fator que leva o trabalhador rural a mudar para as grandes cidades em busca de uma melhor condição de vida. O desenvolvimento e ampliação do projeto biodiesel na região trarão possibilidades de emprego e o aumento da renda.

O clima na região traz consequências negativas às famílias agrícolas por ser inconstante, apresentar chuvas irregulares e, muitas vezes escassas. Esse fator não apresenta um grande empecilho à produção de biodiesel. A mamona, por exemplo, se adapta muito bem ao clima semiárido.

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emissão de gases que causam o efeito estufa em 12% em relação ao uso atual da gasolina. Já com o biodiesel, produzido a partir da soja, essa redução chega a 41%.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar o programa do biodiesel e analisar seu progresso como matriz energética brasileira.

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

A – Estudar as cadeias produtivas do biodiesel de diferentes matérias primas;

B – Avaliar os impactos econômicos, sociais e ambientais da produção de biodiesel;

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Desenvolvimento sustentável

O crescimento acelerado das cidades tem ocasionado consequências para o meio ambiente. Indústrias e veículos têm sido responsáveis por grande parte dos impactos da poluição sobre o ar, solo, e águas.

Em essência, o desenvolvimento sustentável é um processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender às necessidades e aspirações humanas (CAMARGO, 2003).

O ponto base da sustentabilidade é a utilização responsável dos recursos naturais para que as gerações futuras não sejam prejudicadas pela utilização inconsciente desses recursos. Torna-se evidente a necessidade de criação de um sistema produtivo que privilegie a preservação do meio ambiente.

Existe uma evolução da consciência ambiental, uma busca por mecanismos que torne possível a capacidade de renovação desse sistema. Há uma preocupação com os recursos naturais exauríveis e também com a poluição.

O conceito de desenvolvimento sustentável tem três vertentes principais: crescimento econômico, equidade social e equilíbrio ecológico. Induzindo um espírito de responsabilidade comum como processo de mudança no qual a exploração de recursos materiais, os investimentos e as rotas do desenvolvimento tecnológico deverão adquirir sentido harmonioso. Nesse sentido, o desenvolvimento da tecnologia deverá ser orientado para metas de equilíbrio com a natureza e de incremento da capacidade de inovação dos países em desenvolvimento e o progresso será entendido como fruto de maior riqueza, maior benefício social equitativo e equilíbrio ecológico (DONAIRE, 1999, p. 40).

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fim, o equilíbrio ecológico se dá com a utilização consciente dos recursos naturais disponíveis e a busca por novas fontes de energia que sejam menos poluentes ao meio ambiente.

O desenvolvimento sustentável seria o melhor caminho de se desenvolver um bom plano, de acordo com as necessidades atuais, para preservar as gerações futuras. Caso contrário, esta sofrerá com a escassez de produtos. O termo desenvolvimento sustentável designa-se como forma de desenvolvimento ao ponto de ser capaz de responder às necessidades do presente e futuro sem de fato prejudicá-los. Nesse contexto, o principal objetivo do desenvolvimento sustentável seria a melhoria das condições de vida dos indivíduos, preservando devidamente o meio em que vivem a curto, médio e longo prazo. O mesmo pode ser garantido através de um tipo de desenvolvimento economicamente eficaz, socialmente equitativo e ecologicamente sustentável (NUNES, 2008).

Grande parte dos recursos energéticos utilizados atualmente ainda provém de fontes não renováveis como o petróleo, o carvão e o gás natural. A substituição desses combustíveis por fontes renováveis envolve mudanças em diversos setores. Essas mudanças vão além do âmbito energético. As consequências causadas, principalmente, pelas emissões de gases dos combustíveis fósseis apontam para uma crise ambiental de grandes escalas.

Energias renováveis são todas aquelas formas de energia cuja taxa de utilização é inferior à sua taxa de renovação. As suas fontes podem ter origem terrestre (energia geotérmica) gravitacional (energia das marés) e solar (energia armazenada na biomassa, energia de radiação solar, energia hidráulica, energia térmica oceânica e energia cinética do vento e das ondas). Também são consideradas fontes de energia renovável os resíduos agrícolas, urbanos e industriais.

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Algumas energias renováveis tem um desenvolvimento maior e vem tornando sua utilização mais viável, dentre elas podemos destacar:

Biomassa: utiliza a decomposição de materiais orgânicos

transformada em gases para a obtenção de energia; Numa usina de álcool, por exemplo, os resíduos de cana-de-açúcar podem ser utilizados para produzir biomassa e energia.

Energia solar: utiliza os raios solares para gerar energia através de diferentes tecnologias. Pode ser energia térmica ou luminosa e tem como principais vantagens o fato de não poluir e existir em abundancia. É também uma boa opção para lugares remotos e de difícil acesso. Seus custos de obtenção ainda são altos e pouco viáveis economicamente. A energia necessária a fabricação de um painel de energia solar pode ser maios do que a energia gerada pelo mesmo;

Energia eólica: energia gerada pelo vento e captada por

aerogeradores. É abundante na natureza e produz energias a preços relativamente competitivos. Sua geração é feita por turbinas em formato de cata-vento colocadas em local aberto. O Brasil tem um dos maiores potenciais eólicos do planeta e, existem muitos planos para exploração dessa fonte de energia. Apesar das vantagens, o preço para a instalação ainda é um grande empecilho pois tem um custo até 70% mais caro do que a energia gerada por uma hidrelétrica.

Etanol: também é chamado de álcool etílico e é produzido

principalmente a partir da cana-de-açúcar, do eucalipto e da beterraba. Pode ser utilizado para o funcionamento de motores de veículos ou para a produção de energia elétrica. Segundo a Agencia Internacional de Energia, a utilização de etanol reduz em 89% a emissão de gases responsáveis pelo efeito. A desvantagem porém, está no seu rendimento que é em média 70% menor do que a gasolina.

Biodiesel: o biodiesel surgiu como uma nova fonte de energia que tem

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Os países ainda são muito dependentes do uso de combustíveis derivados do Petróleo. O investimento em agroenergia deve trazer grande capacidade de ascensão econômica haja vista que o petróleo é um combustível que futuramente, por ser escasso, pode ser causador de guerras e conflitos.

2.2 O surgimento do biodiesel e suas características

O biodiesel é uma denominação que se dá aos combustíveis e aditivos derivados de fontes renováveis como óleos vegetais, gorduras residuais e gordura animal. Comparado com outros combustíveis que se utilizam do petróleo, o biodiesel pode apresentar uma redução de 78% das emissões líquidas de gás carbônico. Considerando-se a reabsorção pelas plantas, ele também reduz em até 90% as emissões de fumaça. A primeira patente brasileira do combustível veio com trabalhos do professor Expedido Parente, da Universidade Federal do Ceará na década de 1980. O processo de produção do biodiesel, porém, iniciou-se na Europa nos anos 90 e, a partir daí, passou a ser produzido em larga escala e comercializado por países como Argentina e Malásia.

No Quadro 1 mostra-se a evolução do biodiesel desde seu primeiro ensaio com motores movidos a óleos vegetais até a medida provisória sancionada em 2005.

Quadro 1 Evolução histórica do biodiesel

Data Descrição

1900 Primeiro ensaio por Rudolf Diesel, em Paris, de um motor movido a óleos vegetais.

1937 Concessão da primeira patente a combustíveis obtidos a partir de óleos vegetais (óleo de palma), a G. Chavanne, em Bruxelas/Bélgica. Patente 422.877.

1938 Primeiro registro de uso de combustível de óleo vegetal para fins comerciais: ônibus de passageiros da linha Bruxelas-Lovaina/BEL.

1939 a 1945 Inúmeros registros de uso comercial na “frota de guerra” de combustíveis obtidos

a partir de óleos vegetais.

1975 Lançamento do programa PRO-ÁLCOOL.

1980 Depósito da 1ª Patente de Biodiesel no Brasil - Dr. Expedito Parente.

1988 Início da produção de biodiesel na Áustria e na França e primeiro registro do uso da palavra “biodiesel” na literatura.

1997 EUA aprovam biodiesel como combustível alternativo.

1998 Setores de P&D no Brasil retomam os projetos para uso do biodiesel.

2002 Alemanha ultrapassa a marca de 1milhão ton/ano de produção.

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combustíveis sólidos, líquidos ou gasosos não especificados no País.

12/2003 DECRETO do Governo Federal Institui a Comissão Executiva Interministerial (CEI) e o Grupo Gestor (GG), encarregados da implantação das ações para produção e uso de biodiesel.

24/11/2004 Publicadas as resoluções 41 e 42 da A.N.P, que instituem a obrigatoriedade de autorização deste órgão para produção de biodiesel, e que estabelece a

especificação para a comercialização de biodiesel que poderá ser adicionado ao óleo diesel, na proporção 2% em volume.

06/12/2004 Lançamento do Programa de Produção e Uso do biodiesel pelo Governo Federal.

13/01/2005 Publicação no D.O.U. da lei 11.097 que autoriza a introdução do biodiesel na matriz energética brasileira.

22/02/2005 Instrução Normativa SRF nº 516, a qual dispõe sobre o Registro Especial a que estão sujeitos os produtores e os importadores de biodiesel, e dá outras providências.

15/03/2005 Instrução Normativa da SRF nº 526, a qual dispõe sobre a opção pelos regimes de incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da Cofins, de que tratam o art. 52 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, e o art. 4º da Medida Provisória nº 227, de 6 de dezembro de 2004.

24/03/2005 Inauguração da primeira usina e posto revendedor de Biodiesel no Brasil (Belo Horizonte/MG).

19/04/2005 A medida provisória foi a sanção do presidente.

Fonte: RATHMANN, 2008.

O biodiesel é um biocombustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna com ignição por compressão ou, conforme regulamento, para geração de outro tipo de energia que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil (MCT – Ministério de Ciência e Tecnologia, 2005).

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ocorre fritura de produtos alimentícios, os esgotos municipais onde a nata é rica em matéria graxa, águas residuais de processos de industriais alimentícias. (HOLANDA, 2004)

Segundo Parente (2003 apud, Holanda 2004), o processo para a produção é realizado através de etapas, onde se inicia com a preparação da matéria prima, seguindo com a reação de transerterificação, separação de fases, recuperação e desidratação do álcool, destilação da glicerina e finalizando com a purificação do biodiesel. Podemos observar esse processo na Figura1:

Figura 1: Processo de obtenção de biodiesel a partir da transesterificação.

Fonte: Site Tnsutentável (www.tnsustentavel.com.br)

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Além de poluir menos, o biodiesel também possui outras vantagens, ele é considerado um ótimo lubrificante e seu risco de explosão é baixo o que facilita o seu transporte. O biodiesel não é toxico e é livre de enxofre, o que o transforma em um combustível ecológico.

Atualmente a utilização do biodiesel se dá misturada com o diesel mineral. Em postos brasileiros encontramos o b5, que é uma mistura de 95% de diesel mineral e 5% de biodiesel. A utilização do biodiesel puro ainda está sendo testada e, caso seja aprovada, devera ser classificada como b100. O biodiesel quando utilizado em proporção de 5% (b5), não necessita de adaptações. Quando usado em maiores proporções faz-se necessário uma adaptação no motor.

2.3 Biodiesel no mundo

Mesmo tendo sido desenvolvido no Brasil, o processo de industrialização do biodiesel teve seu início na Europa. Outros países também vêm testando a utilização de biocombustíveis como: Alemanha, Itália, Estados Unidos, França e Malásia.

A União Europeia produz cerca de 90% da produção mundial de biodiesel. O governo garante benefícios fiscais aos produtores incentivando a produção, além de promover leis específicas para o produto, visando a melhoria das condições ambientais através da utilização de fontes de energia mais limpas. A tributação dos combustíveis de petróleo na Europa, inclusive do óleo diesel mineral, é extremamente alta, garantindo a competitividade do biodiesel no mercado.

Dentre os produtores de biodiesel na Europa, podemos destacar a Alemanha como principal produtor, não só do continente, como do mundo. Sua capacidade é de 1 milhão de toneladas anuais representando mais da metade da produção europeia. Com os incentivos governamentais, o produto consegue valores finais inferiores aos do óleo diesel e, em muitos postos, já é encontrado o B100 (biodiesel puro).

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Segundo dados da EUROPEAN BIODIESEL BOARD, o biodiesel tem sido produzido em escala industrial na União Europeia desde 1998. A Alemanha se manteve como maior país produtor de biodiesel desde 2002.

Alguns países europeus e asiáticos têm demonstrado interesse em produzir e importar o biodiesel. Interesse esse impulsionado pela questão ambiental. Com todas as alterações climáticas sofridas ao longo dos anos, muitos países tem buscado reduzir suas emissões de gases poluentes para tentar reduzir o efeito estufa.

Nos estados de Minessotta e Carolina do Norte, ambos localizados nos Estados Unidos, há uma lei que prevê a utilização de 2% de biodiesel no óleo diesel desde 2002. O programa americano de produção do biodiesel é baseado em pequenos produtores e consumidores.

2.4 Biodiesel no Brasil

O Brasil explora menos de um terço de sua área agricultável, o que constitui a maior fronteira para expansão agrícola do mundo. O potencial é de cerca de 150 milhões de hectares, sendo 90 milhões referentes a novas fronteiras, e outros 60 referentes a terras de pastagens que podem ser convertidas em exploração agrícola a curto prazo. O Programa Biodiesel visa a utilização apenas de terras inadequadas para o plantio de gêneros alimentícios (BIODIESELBR, 2014).

A primeira patente mundial de biodiesel é de autoria do professor Expedito Parente, na década de 80. Nessa época já havia grande interesse das indústrias automobilísticas e pesquisadoras em utilizar o biodiesel como alternativa do óleo diesel importado porém, não houve implantação do programa no país. Em 2004 foi lançado pelo governo o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), que visa introduzir o biodiesel na matriz energética brasileira.

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Devido ao clima específico de cada região, podemos dividir o Brasil em potencialidades produtoras de acordo com o a Figura 2.

Figura 2: Potencialidade brasileira para a produção e consumo de combustíveis vegetais. Fonte: Biodieselbr (2009)

Devido a uma grande diversidade de oleaginosas adaptáveis ao clima da região, o nordeste possui grande potencial produtor. Sua produção seria uma grande aliada a geração de emprego e renda para os agricultores.

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2.5 Programas de incentivo.

2.5.1 Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel PNPB

O Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel foi criado em 2004 com o intuito de programar de forma sustentável a produção e o uso do biodiesel com ênfase na inclusão social e desenvolvimento regional. É conduzido por uma comissão executiva interministerial que tem como função elaborar, implementar e monitorar o programa.

O programa é orientado por três diretrizes:

 Implantar um programa sustentável, promovendo inclusão social;  Garantir preços competitivos, qualidade e suprimento;

 Produzir o biodiesel a partir de diferentes fontes oleaginosas fortalecendo as potencialidades regionais para a produção de matéria prima.

Estudos resultaram na identificação de alguns desafios para o sucesso do programa, entre eles podemos citar a criação de um padrão de qualidade do biodiesel, formas de aproveitamento dos subprodutos do biodiesel, tributação diferenciada e logística de distribuição.

O diferencial do programa é ter o aspecto social como um de seus principais alicerces. O PNPB tem como objetivo inserir famílias agrícolas e de assentados da reforma agrária na cadeia de produção de biodiesel do Brasil.

É coordenado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e integrado por alguns ministérios membros da CEIB e órgãos como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Petrobras e Embrapa.

Já o Grupo Gestor tem coordenação do Ministério de Minas e Energia, sendo o órgão executivo das ações estabelecidas pela CIEB, competindo ao mesmo a gestão operacional e administrativa das ações voltadas ao cumprimento das estratégias e diretrizes estabelecidas (BIODIESEL,2006).

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que é dado pelo fato desses produtores estarem promovendo o desenvolvimento regional e a inclusão social gerando trabalho e renda para as famílias envolvidas na produção.

O selo traz vantagens aos produtores, dentre elas podemos citar: diferenciação e inserção em tributos, acesso a melhores condições de financiamento, participação em leilões públicos da Agencia Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

2.5.2 Programa Biodiesel – O combustível verde

O programa Biodiesel – o Combustível Verde foi proposto pelo Ministério de Minas e Energia – MME em 2003, seguindo o processo já existente da cadeia de comercialização de combustíveis líquidos no Brasil que é realizada através de um distribuidor de derivados e esse procedimento em sua fase inicial foi adotado, ficando com o distribuidor responsável pela mistura e venda para os revendedores com vistas a não mudar a cadeia de comercialização já existente no Brasil, evitando as possíveis adulterações existentes no mercado de combustíveis, Desse modo, o produtor não está autorizado a comercializar diretamente com o revendedor (HOLANDA, 2004).

Entre os objetivos do programa encontram-se, a redução de importações do diesel de petróleo, diversificação da bolsa de combustíveis fósseis e renováveis, criação de emprego e renda no Brasil com fixação das famílias no campo, utilização de terras inadequadas para o plantio de gêneros alimentícios e a disponibilidade de um combustível ambientalmente correto.

2.5.3 O Programa de Biodiesel do Ceará

Criado em 2007 pelo Governo do Estado sob a administração de Cid Gomes, o programa tem como intuito incentivar o cultivo da mamona para a produção de biodiesel.

Dentre os incentivos do programa, podemos citar:

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 Garantia do preço mínimo de R$ 0,70/kg e R$ 0,50/kg para a mamona e o girassol, respectivamente;

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3. FONTES DOS DADOS E METODOLOGIA

A metodologia adotada tem como base a exploração de dados e informações das agências governamentais, confrontados com outras informações disponíveis e com dados secundários, ou seja, trabalhos relacionados ao tema de estudo. Essa seção trata dos métodos e técnicas adotadas para a investigação.

No que se refere a abordagem do problema, pode-se dizer que o presente trabalho caracteriza-se como qualitativa, no sentido que não busca se fixar a proporções numéricas ou estatísticas que ofereçam finalidades úteis referentes ao assunto, mas sim porque pretende somente avaliar as informações comparando, analisando e comentando os dados coletados sobre o projeto biodiesel.

A tipologia utilizada é considerada explicativo-descritiva por se encaixar em observações de registros, análise, classificação e interpretação de dados e pesquisas.

O procedimento técnico que será adotado durante todo o estudo é a pesquisa bibliográfica. Sua principal vantagem reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente, isto porque ela tem por objetivo conhecer as diferentes contribuições científicas disponíveis sobre determinado tema (GIL, 2002).

A interpretação do trabalho se deu pelo método indutivo, a partir das referências bibliográficas utilizadas. Com a utilização dessa ferramenta é possível construir a sustentação científica da pesquisa com o apoio de um conjunto de bibliografias disponíveis em livros, revistas e sítios eletrônicos especializados.

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4. RESULTADOS DA PESQUISA

4.1 A cadeia produtiva do Biodiesel

As primeiras experiências com o uso do Biodiesel surgiram na Segunda Guerra Mundial (patente belga 1937). No Brasil, a ideia de utilização do combustível surgiu nos últimos anos da década de 70 com Expedito Parente.

A partir da criação de seu marco regulatório demonstrado através da Figura 3, através da lei 11.097/2005, o biodiesel foi inserido na matriz energética brasileira. Os principais elos da cadeia do biodiesel derivado de óleos vegetais são: a produção do grão, a extração do óleo, a produção do biodiesel, a distribuição e a revenda ao consumidor.

Jan/2005 Jan/2008 Jan/2013 Fase 1 fase 3

Tempo necessário Estruturador Regulador Mercado para Cadeira Produtiva do Mercado do Mercado Maduro se organizar

Figura 3: Marco regulatório. Fonte: ABIOVE, 2005

O biodiesel pode ser produzido a partir de qualquer óleo vegetal bruto, ou seja, sem grandes refinações. De uma maneira geral, faz-se a extração do óleo, seguida de procedimentos de separação por centrifugação e filtragem, resultando nos óleos vegetais brutos. Portanto, uma planta industrial de extração de óleo vegetal com os necessários controles de qualidade para purificação inicial do produto é suficiente para a produção do óleo (JORDÃO FILHO, 2004).

A extração do óleo vegetal pode ser feita por processo físico (prensagem) ou químico (por solvente). A extração por solvente produz resultados melhores, no entanto a maneira mais tradicional de extração é a física, que utiliza prensas mecânicas e hidráulicas para esmagar os grãos (JORDÃO FILHO, 2004).

Marco Regulatório para o Biodiesel Lei 11.097/05

Biodiesel

Mistura Voluntária

B2

Mistura + Mistura Compulsória Facultativa B2 até B5

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O Quadro 2 mostra os tipos de usinas indicadas para a extração:

Quadro 2:Tipos de usinas recomendadas para a extração de óleo.

Fonte: Parente, 2003

No Brasil existem, aproximadamente, 200 espécies de oleaginosas com potencial para a produção de óleo, matéria prima para produção de biodiesel. O que significa ampla oportunidade, porém grande desafio na adequação da cadeia produtiva a cada agronegócio.

2.4.1

Mamona

A mamona foi introduzida no Brasil pelos portugueses. É conhecida cientificamente como Ricinis Comunis L. Na década de 40, segundo o Instituto

Agrônomo de São Paulo, o Brasil era o maior produtor de mamona do mundo. A partir de 1978 houve um declínio na produção e a China passou a ocupar o posto de maior produtor da oleaginosa. Esse declínio se perdurou pelas décadas seguintes.

Apesar de introduzida no sudeste do Brasil, a mamona mostrou-se extremamente adaptável as áreas do semiárido nordestino, devido a sua capacidade de resistência a escassez de água e sua necessidade de luminosidade e calor. Do seu processamento é obtido o óleo, que é o seu principal produto. O resíduo da extração do óleo recebe o nome de torta e tem ação fertilizante em terras esgotadas.

Tipo de Usinas Situações Recomendadas Matérias-Primas Típicas Usinas de extração

mecânica

- Pequenas e médias capacidades, normalmente abaixo de 200 ton de grãos/dia -Oleaginosas de alto teor de óleo, acima de 35%

Mamona Amendoim Babaçu

Usinas de extração por solvente

- Grandes capacidades, normalmente acima de 300 ton/dia de matéria-prima

- Oleaginosas com baixo teor de óleo, abaixo de 25%

Soja

Usinas mistas

- Médias e grandes capacidades, acima de 200 ton/dia

Oleaginosas de médio e grande teor de óleo, acima de 25%.

(30)

De acordo com MENDES (2005), os principais insumos para a produção da mamona são terra, sementes, agua, adubos, herbicidas, além de máquinas, equipamentos e implementos agrícolas.

Na produção da mamona, assim como a maioria do setor agrícola brasileiro, o principal modal utilizado no transporte, tanto dos insumos para a área de plantio como das sementes para a planta de esmagamento, é o rodoviário. Dessa forma, o produtor enfrenta sérios problemas nas rodovias, decorrentes da utilização das rodovias secundárias, as quais não são pavimentadas, que dão acesso às rodovias troncais, sendo essas fundamentais para o escoamento da produção agrícola de bagas de mamona, que geralmente não são bem conservadas (MENDES, 2005).

Estudos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), indicam que a amêndoa da mamona contém entre 43% e 50% de óleo, esse que pode chegar a um percentual de 70% dependendo da região de plantio. Com esse elevado teor, a mamona se torna uma interessante matéria prima para a produção de biodiesel. Apesar de sua grande capacidade de adaptação a solos considerados improdutivos, a sua produção esbarra no alto custo para produzir o litro do biodiesel como pode ser observado na quadro 3.

Quadro 3: Estimativa de variação do custo de litro do biodiesel.

Cultura Custo do litro de biodiesel em reais

Mamona 2,138 a 2,348

Soja 0,897 a 1,067

Dendê 1,262 a 1,444

Algodão 0,71 a 0,96

Fonte: (GARCIA, 2007)

(31)

Quadro 4 Evolução da produção de mamona no Brasil e Unidades da Federação.

Estado Quantidade produzida (toneladas)

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Bahia 71.491 64.957 73.624 114.125 132.324 68.615 75.660 Mato Grosso 18.738 5.708 5.188 7.757 2.714 2.362 895 Ceara 1.428 1.648 1.638 7.358 9.765 4.393 1.415

Piauí 85 86 111 2.060 5.175 5.676 2.452

Pernambuco 361 319 234 1.733 4.270 3.698 2.301 Minas Gerais 3.009 971 1.281 1.670 5.865 3.620 3.644

Paraná 1.088 380 424 1.049 1.064 661 445

São Paulo 3.700 1760 1.050 860 3.070 2.890 17.229

Mato Grosso do Sul 17 19 20 - 63 13 5.072

Paraíba 3 6 62 617 1.499 327 1.707

Rio Grande do Sul 17 19 20 - 63 13 5.072

Brasil 99.950 75.961 83.682 138.802 168.802 95.000 113.142

Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal.

Quadro 5 Evolução área plantada com mamona no Brasil e Unidades da Federação

Estado Quantidade produzida (toneladas)

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Bahia 151.062 118.964 125.508 149.623 188.777 116.393 122.825 Mato Grosso 15.134 6.747 3.673 5.185 6.405 5.418 1.425 Ceara 2.405 1861 1.937 9.172 14.050 6.330 9.992

Piauí 216 684 356 3.767 11.398 15.673 13.814

Pernambuco 1.159 1.262 676 2.546 9.500 6.935 5.651 Minas Gerais 3.512 952 1.253 1.770 3.605 3.506 2.417

Paraná 671 263 225 569 1.020 549 289

São Paulo 2.300 1.150 670 530 1.980 1.910 1.848 Mato Grosso do Sul 15 110 45 754 1.042 1.097 867

Paraíba 10 8 92 677 1.653 344 1.965

Rio Grande do Sul 50 50 50 - 420 20 3.752

Brasil 176.534 132.051 134.485 176.090 242.057 160.332 167.001

Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal.

(32)

Os efeitos da produção nordestina têm grandes impactos na produção nacional. Apesar do estímulo dado à expansão de áreas para abastecimento do programa, a carência de empresas interessadas na aquisição da produção de 2004 e 2005 fez com que os produtores reduzissem a produção em 2006. Assim, a indisponibilidade de estrutura de esmagamento próxima ao produtor, como acontece em muitos estados nordestinos, torna arriscado estimular a produção sob pena de não haver demanda suficiente para o volume de grãos produzidos (PAULIA NETO; CARVALHO, 2007).

2.4.2 Soja

Cada tonelada de soja esmagada pelas unidades agroindustriais resulta em cerca de 200 quilos de óleo vegetal e 800 quilos de farelo de soja. O óleo, consumido internamente e exportado, é matéria-prima da indústria alimentícia e do biodiesel, e o farelo abastece o mercado de ração animal para aves e suínos pois contém alto teor de proteína (SOCIEDADE NACIONAL DE AGRIFULTURA, 2014).

O aumento da mistura compulsória do biodiesel impulsionou o processamento da soja nos últimos anos. Entre 2008 e 2009 o processamento anual de soja era de aproximadamente 31,3 milhões de toneladas. Em 2010 esse numero saltou pra 36,4 milhões de toneladas.

A maior parte do óleo vegetal produzido pelo país provém da soja. A explicação para isso se deve ao fato de que ninguém produz soja para a obtenção do óleo. O óleo é uma consequência da demanda do mercado pelo farelo proteico. Seu cultivo é tradicional e adaptado para produzir em boa parte do território nacional.

Segundo estimativas da ANP em 2007, a soja teria capacidade de gerar cerca de 59% do biodiesel produzido no país, seguida pela mamona com 26% e o restante seria distribuído entre as outras oleaginosas.

2.4.3 Amendoim

(33)

N. O amendoim pode ser cultivado em diversas condições edafoclimáticas, obtendo seu maior rendimento em função da variedade, e das interações entre temperatura e disponibilidade hídrica (Santos, 2007). O amendoim é uma leguminosa com processo especial de frutificação, denominado geocarpia, que consiste na produção de fruto subterrâneo após fecundação da flor aérea. A duração do florescimento é variável, podendo haver maior número de flores em algumas épocas (GONÇALVES et al., 2004).

A maior parte da produção de amendoim do país está localizada em São Paulo. A cidade detém cerca de 90% da produção. Considerando os aspectos climáticos necessários para sua cultura, o nordeste fica para trás. A região que apresenta condições mais adequadas para a produção é o sudeste.

O amendoim está entre os vegetais com maior perspectiva de produção competitiva de biodiesel. O grão do amendoim contém cerca de 43% de óleo, produz em torno de 2.500kg/ha e rende, em média, 1 tonelada de óleo por hectare. Entretanto, do ponto de vista econômico, o amendoim possui alto custo devido a exportação para fins alimentares (ALLEONI, 1995).

2.4.4 Babaçu

O babaçu, também conhecido como coco-de-macaco, é uma planta da família palmaceae. Do seu fruto tudo pode ser aproveitado, desde a casca até a amêndoa rica em óleo.

A palmeira de babaçu apresenta múltiplas formas de aproveitamento: madeira do tronco - construção; palhas - telhado, utensílios, lenha; palmito - alimentação e industrialização; frutos com múltiplos aproveitamentos - amido, óleo e farinha proteica da amêndoa e energia do endocarpo, quer na sua utilização em queima direta como lenha, quer pela produção de carvão vegetal. (VIVACQUA FILHO, 1968)

(34)

A cadeia produtiva do babaçu tem seu início na extração do fruto, realizada por mulheres que trabalham, geralmente em associações, na qual garantem o sustento de suas famílias. Após a extração, há uma separação das sementes do coco, no qual as mulheres vendem, ou trocam a semente separada aos intermediários que são responsáveis por sua revenda junto às indústrias, que normalmente processam uma parte do óleo e comercializam a outra. Algumas indústrias compram o óleo de outras pequenas para revenda ou como matéria-prima para a produção de produtos de higiene e limpeza, cosméticos, até a produção de biodiesel.

Para a viabilidade da utilização do babaçu no projeto biodiesel é necessário uma produção em escala, o que contraria o incentivo do Programa Nacional de Produção do Biodiesel a agricultura familiar. O apoio do governo ao fornecer suporte para a agricultura familiar pode impulsor a produção.

O fruto do Babaçu apresenta um grande potencial energético, comparável ao potencial apresentado pela cultura da cana de açúcar, e seu aproveitamento passa pela utilização integral do fruto, sem que ocorra o descarte do mesocarpo (que contém mais da metade da massa e a maior parte do potencial energético). [...] Com relação à distribuição geográfica, obviamente o Babaçu se concentra na sua área de ocorrência natural, o Norte e Nordeste brasileiro, áreas carentes de grandes aproveitamentos hídricos para geração elétrica (característica da nossa matriz energética). É relevante notar que esta área é um complemento a aquela de ocorrência da cana de açúcar, podendo representar uma fonte energética baseada em biomassa que possa compor uma alternativa de produção energética ecologicamente sustentável para todo o território nacional. Pode, desta forma, acrescentar subsídios a uma política de autossuficiência energética nos novos padrões ecologicamente desejáveis, em nível nacional (TEIXEIRA, 2003).

2.4.5 Dendê

(35)

de proteína de 15%, sendo utilizada na produção animal. A casca tem alto poder calórico, podendo ser comercializada e empregada como combustível, no revestimento de estradas ou como matéria-prima em usinas de carvão (BARCELOS et al, 2006)

O dendê é a oleaginosa de maior produtividade (melhor desempenho em produção por hectare plantado), como é possível observar no Quadro 6.

Quadro 6: Características de culturas oleaginosas no Brasil

Fonte: PAULILLO ET AL. (2006)

O estado nordestino com a maior produção de dendê é a Bahia. O seu plantio é dificultado pelo fato de que a sua produtividade só se torna realmente eficiente a partir do terceiro ano de cultivo.

A dendeicultura necessita da intervenção do governo com programas que possam estruturar e modernizar sua cadeira produtiva integrando órgãos governamentais, empresas, associações de produtores e os produtores individuais.

2.4.6 Pinhão Manso

O pinhão manso, assim como a mamona, é perene e se adapta bem a regiões semiáridas. É um arbusto grande, de crescimento rápido que atinge de dois a três metros de altura. Conhecido cientificamente como Jathopha Curcas L., é visto como uma oleaginosa de potencial promissor para a produção do biodiesel. Apesar de resistir a restrições hídricas, o pinhão mando ainda prescinde de um conhecimento agrônomo mais profundo.

Espécie Origem do Óleo Teor de óleo (%)

Meses de Colheita /ano Rendimento (ton. Óleo/há) Dendê/Palma Coco Babaçu Girassol Colza/Canola Mamona Amendoim Soja Algodão Amêndoa Fruto Amêndoa Grão Grão Grão Grão Grão Grão 22 55 – 60

66 38 – 48 40 48 45 – 50 40 – 43

18 15 12 12 12 3 3 3 3 3 3

(36)

É uma oleaginosa com bom potencial de geração de renda e, por der sem empregada em área de solos degradados, pode ser uma alternativa para aproveitar áreas de pouco uso nas propriedades familiares.

No que se pode ser mencionado quanto à importância da agricultura familiar nesta cadeia produtiva, podemos considerar alguns pontos para sua efetiva competitividade: empregar, como fonte de financiamento agrícola, as diversas linhas de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar –

PRONAF; promover incrementos crescentes de ampliação d a produção e melhoria de produtividade das oleaginosas; efetividade nos contratos entre agricultores familiares e as empresas fabricantes de biodiesel, objetivando relações comerciais mais justas, com lucros auferidos a ambos os lados; e efetiva dotação de assistência técnica aos agricultores familiares (CARMÉLIO, 2006).

A espécie demora de três a quatro anos para atingir sua idade produtiva, que pode se entender por quarenta anos. Ainda são necessários estudos para avaliar os impactos de condições adversas sobre a produtividade do pinhão manso.

2.4.7 Girassol

O girassol é conhecido cientificamente como Healianthus Annu L.. É

originário do continente norte americano mas produzido nos cinco continentes do mundo.

O Programa Nacional do Biodiesel vem estimulando seu cultivo no estado da Paraíba. O município de Esperança tem se destacado no cultivo da oleaginosa. A inserção da cultura do girassol tem ajudado os pequenos agricultores da região como fonte de renda e geração de emprego.

A Petrobrás Biocombustível compra a produção de óleo de girassol da região e suas sementes são comercializadas no mercado central do município.

(37)

adubação orgânica, chegando a produzir cerca de 900 kg/ha. de grãos (DIÁRIO DO NORDESTE, 2007).

4.2 Resultados obtidos

Segundo dados do Programa de uso do Biodiesel do Ministério de Minas e Energia, o uso comercial do combustível pode incrementar o mercado interno nos próximos anos. O Brasil importa 20% do Biodiesel consumido no país. Com a implementação de fatores que hoje causam barreiras a produção de combustível, a capacidade de produção do país aumenta e o Brasil se torna um potencial exportador.

A elevação da mistura de 5% para 6% em julho e 7% em novembro, assinada em medida provisória no dia 24 de maio de 2014, possibilitará um aumento em sua produção como pode ser observado no Gráfico 1.

Gráfico 1: Perspectivas da produção de biodiesel no Brasil

FONTE: ANP/APROBIO

(38)

0 1.000.000 2.000.000 3.000.000 4.000.000 5.000.000 6.000.000 7.000.000 8.000.000 9.000.000 10.000.000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

espaço para plantações e o tempo de construção de novas plantas de grande porte deixam os países europeus à mercê das exigências do mercado.

O aumento da produção do biodiesel irá reduzir dependência de óleo diesel importado. A partir de 2003 a Petrobrás modernizou suas refinarias para melhorar a qualidade dos produtos, ou seja, processar mais óleo diesel nacional. No ano de 2006 foram produzidos 1,88 milhões de barris de petróleo por dia e consumidos cerca de 1,76 milhões de barris derivados de petróleo. Segundo a Petrobrás, a demanda interna por derivados em 2011 foi de 2,12 milhões de barris por dia. (PETROBRÁS, PLANO ESTRATÉGICO 2007 – 2012)

Como pode ser observado no gráfico 2, nos anos de 2004 e 2005 houve uma queda na demanda pelo óleo diesel. Em 2006, mesmo com os esforços da Petrobrás em diminuir a dependência brasileira do diesel internacional, o aquecimento da atividade econômica gerou um aumento na demanda.

Gráfico 2 Importação de óleo diesel 2000 2010 (m3)

Fonte: ANP, 2010

(39)

O grande mercado energético brasileiro e mundial poderá dar sustentação a um imenso programa de geração de emprego e renda a partir da produção do biodiesel. Estudos desenvolvidos pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ministério da Integração Nacional e Ministério das Cidades mostram que a cada 1% de substituição de óleo diesel por biodiesel produzido com a participação da agricultura familiar podem ser gerados cerca de 45 mil empregos no campo.

O biodiesel pode se transformar em uma alternativa importante para erradicar a miséria no país. A inclusão social e a geração de emprego e renda devem nortear as diretrizes do programa.

A impulsão da agricultura familiar é uma das diretrizes do Programa Nacional de Produção do Biodiesel. A produção de oleaginosas para biodiesel através da agricultura familiar deve se sustentar em parcerias com usinas de biodiesel regionais, produção de forma integrada, onde o usineiro levará ao produtor rural o conhecimento, as técnicas de plantio e principalmente um contrato antecipado dando garantia ao produtor que tudo o que ele produzir será comprado a um preço mínimo pré-ajustado, estabelecendo condições e prazos e talvez, até algum adiantamento em dinheiro ou o fornecimento de sementes ou mudas, dependendo da oleaginosa.

(40)

R$ -R$ 200,00 R$ 400,00 R$ 600,00 R$ 800,00 R$ 1.000,00 R$ 1.200,00

2006 2007 2008 2009 2010

Milhões de reais

Gráfico 3 Evolução das aquisições totais de oleaginosas da agricultura familiar - Brasil

Fonte: MDA Ministério do Desenvolvimento Agrário, 2010.

Uma motivação social é o desenvolvimento regional de áreas carentes de energia, as chamadas ilhas energéticas. O meio de transporte mais comum dessas regiões são barcos movidos a motor diesel. O custo do combustível é cerca de três vezes maior, devido à dificuldade de acesso que geram altos custos de frete. O preço final do óleo diesel pode chegar a três vezes o preço das grandes capitais. A criação de mini destilarias e pequenas unidades produtivas de biodiesel, movidas a óleo vegetal produzido dentro das ilhas energéticas, é uma maneira viável de solucionar essa carência. Não existiriam problemas significativos para utilização do B100, por se tratarem de geradores estacionários.

(41)

A produção de biodiesel entre 2005 e 2010 foi capaz de gerar 1,3 milhões de empregos, considerando-se toda a cadeia produtiva (UPRABIO, 2010). Na região nordeste ainda não há um desenvolvimento consistente da agricultura familiar em relação a competitividade econômica, como pode ser visto no Quadro 7.

Quadro 7: Acesso à tecnologia e a assistência técnica entre os agricultores familiares.

Região

Tipo de tecnologia

Assistência técnica

Uso de força mecânica e/ou

animal

Uso de adubos e corretivos

Faz conservação do solo Nordeste Centro Oeste Norte Sudeste Sul Brasil 2,7 24,9 5,7 22,7 47,2 16,7 18,2 39,8 3,7 38,7 48,4 27,5 16,8 34,2 9,0 60,6 77,1 36,7 6,3 13,1 0,7 24,3 449 17,3

Fonte: GUANZIROLLI & CARDIM (2000, APUD GARCIA, 2007, p.26)

Fatores que contribuem para esse quadro é que apenas 2,7% dos agricultores familiares tem acesso à assistência técnica. O acesso a tecnologia também é escasso. A utilização de adubos e corretivos também é considerada insuficiente.

A mamona se apresenta como alternativa viável para a inserção dos agricultores familiares, principalmente do nordeste. Um dos contrapontos da sua produção na região é o modo arcaico e sem recursos tecnológicos que impede um aumento de produtividade, como pode ser observado na tabela 10.

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Gráfico 4 Produção de mamona no Brasil em mil toneladas.

Fonte: CONAB, 2007

Segundo PONCHIO (2004. p.25), esta flutuação na quantidade produzida pode ser explicada pelos seguintes fatores:

a) Sistema de produção desorganizado: utilização de sementes não melhoradas, baixa tecnologia e práticas de produção inadequadas, dificuldades para obtenção de crédito e assistência ao produtor;

b) Mercado interno inconsistente: são poucos os agentes envolvidos na comercialização, sobretudo em relação aos compradores;

c) Preços baixos recebidos pelos produtores, as variações nas quantidades produzidas e nos preços recebidos pelos produtores antes do estabelecimento do PNPB foram influenciadas pelo comportamento da demanda, principalmente no mercado internacional, responsável por grande parte da absorção do óleo de mamona (PAULA NETO CARVALHO, 2006).

(43)

Os custos de produção da mamona variam de acordo com o clima, insumos utilizados e fatores de mercado. Existe uma dificuldade em se estabelecer um parâmetro solido para calcular os seus custos de produção.

Os Quadros 8, 9 e 10 mostram a composição do custo de produção da mamona em área de sequeiro, considerando três esquemas de produção: sem adubação, com adubação e em consórcio com feijão.

Quadro 8 – Custo de produção por hectare em área de sequeiro (sem adubação)

Insumo/Fator Quantidade Custo

Mão-de-obra para plantio, pulverização e colheita Preparação do solo (aração e gradagem com trator) Sementes

Beneficiamento para as sementes

Inseticidas contra formigas/demais pragas

30 diárias 3 horas 6 kg Serviço Verba 360,00 90,00 21,00 15,00 50,00

Custo total 536,00

Fonte: Embrapa

Quadro 9 - Custo de produção por hectare em área de sequeiro (com adubação)

Fonte: Embrapa

Quadro 10 - Custo de produção por hectare em área de sequeiro (consorciado com feijão)

Fonte: Embrapa

Insumo/Fator Quantidade Custo

Mão-de-obra para plantio, pulverização e colheita. Preparação do solo (aração e gradagem com trator) Sementes Fertilizantes 30 diárias 3 horas 6 kg 390 kg 360,00 90,00 21,00 312,00 Beneficiamento para as sementes

Inseticidas contra formigas/demais pragas

Serviço Verba

23,00 50,00

Custo total 856,00

Insumo/Fator Quantidade Custo

Mão-de-obra para plantio, pulverização e colheita Preparação do solo (aração e gradagem com trator) Sementes

Beneficiamento para as sementes

Inseticidas contra formigas/demais pragas

40 diárias 3 horas 6 kg Serviço Verba 480,00 90,00 21,00 25,00 70,00

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Estes resultados se mostram inferiores aos apurados pela EBDA, indicando a dificuldade em se estabelecer um parâmetro para a questão dos custos de produção da mamona.

Um fator determinante para o crescimento do biodiesel no Brasil é um desenvolvimento mais coeso de sua cadeia produtiva. Desenvolvimento esse que a torne tão eficiente quanto a cadeia produtiva do etanol. As dificuldades de padronização dos parâmetros de produção não se encontram só na obtenção da mamona.

4.2 Fatores ambientais favoráveis

O consumo de combustíveis mais limpos tem um importante impacto positivo na qualidade do meio ambiente. Os combustíveis derivados do Petróleo são, em conjunto com outros fatores, causadores de uma parcela da poluição do ar, geração de resíduos tóxicos e derramamento de óleo.

(45)

Figura 4: Ciclo de Funcionamento da Cadeia do Biodiesel

Fonte: Plantabio (2009)

Estudos realizados pelo Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Limpas – LADETEL da USP mostram que a substituição do óleo diesel mineral pelo biodiesel resulta em reduções de emissões de 20% de enxofre, 9,8% de anidrido carbônico, 14,2% de hidrocarbonetos não queimados, 26,8% de material particulado e 4,6%de óxido de nitrogênio. Contudo, estudo da União Europeia mostra emissões de óxido de nitrogênio marginalmente piores que as do diesel de petróleo (CLERY, 2001)

Os benefícios ambientais podem, ainda, gerar vantagens econômicas para o país. O Brasil poderia enquadrar o biodiesel nos acordos estabelecidos no protocolo de Kyoto e nas diretrizes dos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo –

MDL. Existe, então, a possibilidade de venda de cotas de carbono por meio do Fundo Protótipo de Carbono –PCF, pela redução das emissões de gases poluentes, e também de créditos de seqüestro de carbono, por meio do Fundo Bio de Carbono

(46)
(47)

5. CONCLUSÃO

O biodiesel possui uma série de vantagens se comparado ao diesel derivado do petróleo. Sua exaustão é menos ofensiva ao meio ambiente e seus impactos na agricultura podem trazer mudanças positivas para regiões de pobreza e miséria. O Brasil tem vasta capacidade de produção por sua imensa biodiversidade e, como foi apresentado nesse trabalho, tem potencial para se tornar um fornecedor mundial do combustível.

No estudo das cadeias produtivas podemos observar as barreiras tecnológicas que impedem que, matérias-primas como a mamona, possam competir com a produção de soja. A hegemonia das regiões Centro-Oeste e Sul no Programa Nacional de Produção do Biodiesel se deve justamente a incontestável dominação da produção dessa oleaginosa (soja), que se mostra atualmente a única matéria-prima capaz de atender, no momento, a demanda atual.

Como impacto econômico podemos ver que há um grande interesse mundial em produzir o biodiesel, pois o mesmo pode atrair investimentos públicos e privados. O potencial exportador do combustível pode trazer ganhos para os municípios produtores.

Na análise dos impactos ambientais podemos observar que para que haja uma mudança real na vida dos pequenos agricultores é necessário um maior apoio do governo, seja com isenções tributárias ou com a modernização da cadeia produtiva. A abertura de linhas de crédito em bancos oficiais é indispensável para o progresso do projeto.

O Programa Nacional de Produção do Biodiesel conseguiu superar dificuldades quanto a estrutura da cadeia do biodiesel. Pode-se dizer que o programa conseguiu inserir o combustível na matriz energética brasileira. O setor venceu a desconfiança acerca da sua capacidade de abastecimento.

(48)

O forte progresso da soja acaba colocando em duvida os ganhos ambientais do projeto. Apesar da diminuição das emissões de gases causadores do efeito estufa houve uma elevação das áreas de desmatamento com o aumento da demanda pelo grão.

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7. REFERÊNCIAS

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Brasília DF, “A Antropologia no Ministério Público Federal e a Defesa dos Direitos Socioculturais” Março de 2005.

BARCELOS, Educação ambiental: sobre princípios, metodologias e atitudes. Petrópolis: Vozes, 2006.

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CAMARGO, A. Meio ambiente - governança. Em meio ambiente no século 21 coordenado por André Trigueiro. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.

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Clery, P. “Green fuels Challenge-Submission for Biodiesel and Bioethanol.” BABFO British Association of Bio Fuels and Oils, 2001.

CONAB, Companhia Nacional de Abastecimento. Disponível em

(50)

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Imagem

Figura 1: Processo de obtenção de biodiesel a partir da transesterificação.
Figura  2:  Potencialidade  brasileira  para  a  produção  e  consumo  de  combustíveis  vegetais
Figura 3: Marco regulatório.
Gráfico 1: Perspectivas da produção de biodiesel no Brasil
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