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LÍNGUA PORTUGUESA. Sujeito Indeterminado e Sujeito Inexistente. Prof. Sidney Martins. Língua Portuguesa Sidney Martins

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Academic year: 2021

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LÍNGUA PORTUGUESA

Sujeito Indeterminado e Sujeito Inexistente

Prof. Sidney Martins

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Sujeito Indeterminado com Verbo Infinitivo Impessoal

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Veja o exemplo abaixo:

Caros alunos e alunas, sejam muito bem-vindos a mais uma aula de língua portuguesa.

Na aula anterior falamos sobre como podemos facilitar o estudo sobre os tipos de sujeito classificando-os em três categorias: sujeito determinado, sujeito indeterminado e sujeito inexistente. Na primeira categoria (sujeito determinado) enquadramos os tipos que podem ser identificados com precisão a partir da concordância verbal. São eles: sujeito simples, sujeito composto e sujeito oculto.

Na segunda categoria (sujeito indeterminado) enquadramos as ocorrências em que o sujeito, mesmo existindo, não pode ser determinado nem pela terminação do verbo nem pelo contexto. Vimos que o sujeito indeterminado ocorre em três situações: com o verbo na 3ª pessoa do plural; com o verbo na 3ª pessoa do singular + índice de indeterminação do sujeito (pronome se) e; com o verbo infinitivo impessoal.

Falaremos sobre essa última situação na aula de hoje. Prepare seu material de estudo

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e vamos ao conteúdo.

C

ONTEÚDO

P

ROGRAMÁTICO

Sujeito Indeterminado com Verbo Infinitivo Impessoal ... 3

Sujeito Inexistente ... 5

Com o verbo HAVER no sentido de existir, ocorrer e acontecer ... 6

Com os verbos FAZER e ESTAR indicando tempo ou clima. ... 6

Com os verbos que exprimem FENÔMENOS DA NATUREZA (sentido real) ... 7

S

UJEITO

I

NDETERMINADO COM

V

ERBO

I

NFINITIVO

I

MPESSOAL

Além dos casos em que ocorre com o verbo na 3ª pessoa do plural (sem que haja um referente anterior) e na 3ª pessoa do singular acompanhado do pronome SE (índice de indeterminação do sujeito), o sujeito também é indeterminado quando ocorre com o verbo no infinitivo impessoal. Analise as sentenças:

Exemplo 1: Era penoso estudar todo aquele conteúdo.

Exemplo 2: É triste assistir a estas cenas tão trágicas.

Repare que existem dois verbos em cada um dos exemplos. Para cada verbo há um tipo de sujeito diferente, pode ser um sujeito determinado, indeterminado ou inexistente. Ao analisar a primeira frase percebemos que o sujeito do primeiro verbo (verbo ser) é todo o restante da frase que vem depois dele.

V. S.

Era penoso [estudar todo aquele conteúdo.]

Oração principal Sujeito da oração principal

Experimente escrever a frase na ordem direta para visualizar melhor a função de sujeito: “estudar todo aquele conteúdo era penoso”.

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Sujeito Indeterminado com Verbo Infinitivo Impessoal No exemplo, a segunda parte da frase atua como sujeito da oração principal. Ela pode ser classificada como uma oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo. Parece difícil, não é mesmo? Então, vamos por parte:

é oração porque tem um verbo;

é subordinada porque depende da oração principal para poder fazer sentido;

é substantiva porque está na posição de um substantivo;

é subjetiva porque exerce a função de sujeito;

é reduzida ao infinitivo porque não foi conjugada.

Uma oração pode ser reduzida em uma das três formas nominais do verbo: no gerúndio, no particípio ou no infinitivo. Para ser reduzida no gerúndio precisa de um verbo no gerúndio, com terminação em ndo; para ser reduzida no particípio precisa de um verbo no particípio, com terminação ado e ido, e para ser reduzida no infinitivo precisa de um verbo no infinitivo.

Já identificamos quem é o sujeito do verbo ser, agora precisamos identificar quem é o sujeito do verbo estudar. Para isso eu lhe pergunto: quem é que pode estudar todo aquele conteúdo? A resposta é: qualquer pessoa. Qualquer pessoa pode estudar todo aquele conteúdo. Ora, se é assim, podemos afirmar que o sujeito desse verbo no infinitivo é um sujeito indeterminado.

Quando um verbo no infinitivo encabeça um sujeito oracional, o sujeito desse verbo é indeterminado.

A análise do segundo exemplo segue o mesmo raciocínio. Observe:

V. S.

É triste [assistir a essas cenas tão trágicas.]

Oração principal Sujeito da oração principal

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O sujeito do verbo ser é a oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo, e o sujeito do verbo assistir é indeterminado, porque qualquer um pode assistir às cenas tão trágicas.

A lógica que seguimos para analisar esses exemplos pode servir também para descontruir a ideia de que o pronome oblíquo mim não pode preceder um verbo. De fato, esse pronome não pode ser um núcleo de um sujeito, portanto, ele não “faz nada”, como costumamos dizer. Uma construção tal como “esse trabalho é para mim fazer” é equivocada, pois o núcleo do sujeito deveria ser o pronome pessoal do caso reto eu (esse trabalho é para eu fazer). Agora, preste atenção no seguinte exemplo: “seria muito difícil para mim fazer faculdade de medicina”. O pronome oblíquo precede o verbo e a frase está correta. Isso porque se trata de uma oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo. A expressão “para mim” é apenas um complemento nominal ligado ao adjetivo difícil. Por esse mesmo motivo não está entre vírgulas, pois da mesma forma que não separamos o nome do seu adjunto adnominal, não separamos o nome do seu complemento nominal.

Verbo C. nominal O. S.S.S. reduzida de infinitivo Seria muito difícil para mim [fazer faculdade de medicina]

Oração principal Sujeito da oração principal

S

UJEITO

I

NEXISTENTE

A oração sem sujeito é formada apenas pelo predicado e articula-se a partir de um verbo impessoal. Esse tipo de oração não tem sujeito atribuído a nenhum ser. Sua mensagem constitui a enunciação pura e absoluta de um fato, por meio do predicado.

Uma oração sem sujeito também pode ser chamada de sujeito inexistente ou sujeito zero.

Você sabe o que é um verbo impessoal? O prefixo “im” de impessoal denota negação, portanto um verbo impessoal é aquele que não possui sujeito.

O sujeito do verbo fazer é indeterminado

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Sujeito Inexistente

A seguir vamos estudar quatro situações em que ocorre uma oração sem sujeito.

Com o verbo HAVER no sentido de existir, ocorrer e acontecer

O verbo haver no sentido de existir, ocorrer e acontecer é impessoal e obrigatoriamente fica no singular.

O certo Havia crianças na rua.

X errado Haviam crianças na rua.

Preste bastante atenção na hora da prova, pois o avaliador pode se utilizar de algumas artimanhas para derrubar o candidato. Uma delas é destacar o termo “crianças” e perguntar sobre a função sintática que exerce, enfatizando a função de sujeito.

Lembre-se: identificamos o sujeito de uma oração analisando o verbo e não o substantivo. O verbo haver no sentido de existir caracteriza uma oração sem sujeito.

Assim, na oração “havia crianças na rua” não existe um sujeito, mas sim um predicado.

VTD OD A. Adv. de lugar Havia [crianças] [na rua]

É possível, no entanto, trocar o verbo haver pelo verbo existir. Mas, os verbos existir, ocorrer e acontecer são verbos pessoais, ou seja, eles têm uma pessoa, então necessariamente concordar com essa pessoa. Na frase “existiam crianças na rua”, temos um verbo intransitivo, seguido de sujeito e de adjunto adverbial de lugar.

VI Sujeito A. Adv. de lugar Existiam [crianças] [na rua]

Com os verbos FAZER e ESTAR indicando tempo ou clima.

O verbo fazer quando indica tempo ou clima também é classificado como um verbo de sujeito inexistente. Ele obrigatoriamente permanece no singular.

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VTD OD A. Adv. de lugar Faz [verão] [no nordeste]

O certo Faz verões rigorosos no Nordeste.

X errado Fazem verões rigorosos no Nordeste.

Com os verbos que exprimem FENÔMENOS DA NATUREZA (sentido real)

Verbos que exprimem fenômenos da natureza, tais como ventar, lampejar e chover, utilizados em sentido real, são verbos sem sujeito.

Existem palavras expressas no sentido real, literal ou denotativo em oposição a palavras expressas no sentido figurado, literário ou conotativo. As palavras utilizadas no sentido real exprimem seu sentido original.

Por exemplo, se eu digo “ontem comprei meio metro de pedra para construir um muro em minha residência”, a palavra pedra está sendo empregada no sentido original (um mineral natural tangível). Agora, se eu digo “a Catarina é uma pedra em meu sapato”, a palavra pedra está sendo empregada fora do sentido original, para ilustrar que Catarina é um estorvo, um problema na minha vida.

Outro exemplo, agora com um verbo que exprime um fenômeno da natureza. Se eu digo “minha sogra trovejou de raiva”, não estou empregando a palavra trovejou no sentido original, porque ela não está relacionada ao clima ou ao tempo. Emprego-a no sentido figurado para dizer que minha sogra está muito raivosa. Diante de uma construção como essa, temos a presença de um sujeito simples (minha sogra). Agora, se eu digo “choveu muito ontem”, estou me referindo ao sentido real da palavra, ao fenômeno da natureza. Nesse sentido estamos diante de uma oração sem sujeito. No entanto, ela não terá a mesma caracterização que tem as orações com os verbos

“fazer” e “haver”, que funcionam como VTD quando compõem uma oração sem sujeito. O verbo “chover” é suficiente por si só, e exprime sem a necessidade de um complemento a ação que manifesta. É um verbo de sentido completo, portanto é intransitivo.

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Sujeito Inexistente

VI A. Adv. intensidade A. Adv. tempo Choveu [muito] [ontem]

O próximo exemplo “choveram exercícios na aula” está no sentido figurado. Temos aqui uma oração com sujeito determinado e o verbo obrigatoriamente concordará com esse sujeito:

VI Sujeito A. Adv. tempo Choveram [exercícios] [na aula]

Para finalizar, mais um exemplo. A frase “choveu granizo no Sul” é aplicada no sentido figurado (por mais estranho que pareça). Deixe-me explicar melhor: granizo é um fenômeno da natureza, e por isso está sendo empregado neste exemplo no seu sentido original. Contudo, o termo “chover” está sendo empregado em sentido figurativo. Ora, o fenômeno chover no sentido original refere-se especificamente à ação de cair água do céu. Não chove granizo, apenas chuva.

Assim, para não dizermos “caiu pedra de gelo no Sul” usamos a expressão figurada

“choveu”, de modo que esse exemplo em específico não é considerado uma oração sem sujeito. Por esse motivo, o verbo deve concordar com o sujeito da oração.

VI Sujeito A. Adv. lugar Choveu(ram) [granizo(s)] [no Sul]

A título de curiosidade, nesse exemplo usamos a figura de linguagem chamada de CATACRESE, que significa “uso excessivo” ou “abuso”. Refere-se a uma figura de linguagem que se torna desgastada pelo uso. Alguns exemplos mais comuns de catacrese são: dente do alho, braço da cadeira, pé da mesa, asa da xícara, bico do bule, entre outras.

Para além de ser uma expressão desgastada pelo uso, a catacrese remete também à possibilidade que os falantes da língua têm de inserir um termo específico em uma

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conseguinte, muito complexa. Por meio da catacrese podemos otimizá-la. Existem catacreses muito úteis como no exemplo “choveu granizo no Sul”, que substitui a frase

“choveu pedra de gelo no Sul”, mas existem também algumas muito interessantes, como no caso das expressões “embarque” e “desembarque”.

A palavra embarque na frase “está tudo pronto para o embarque dos passageiros na nave” é uma catacrese, pois originalmente foi criada para se referir aos barcos, nosso primeiro meio de transporte coletivo. Hoje, esse termo é usado para se referir a qualquer meio de transporte, simplesmente porque não há outro termo que o substitua. A língua e suas peculiaridades....

Dito isso, vamos finalizando o conteúdo desta aula. Não esqueça das catacreses e da complexidade divertida da língua portuguesa, mas mantenha seu foco no sujeito indeterminado e nas orações sem sujeito, pois estas sim são cobradas com muita frequência nas provas.

Abraço, e até a próxima.

Referências

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