verbo
LÍNGUA PORTUGUESA
Classes Gramaticais – Verbo
Prof. Sidney Martins
verbo
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Veja o exemplo abaixo:
Saudações, caro aluno e aluna. Como já vimos em momento anterior, existem dez classes gramaticais na língua portuguesa, quatro delas invariáveis e seis variáveis.
Dessas seis classes variáveis uma é estudada de forma isolada, por ser a mais importante e variável de todas. Trata-se da classe gramatical dos verbos. Esse é o tema da nossa aula. Vamos começar?!
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
verbo ... 3 Desinências ... 3
verbo
Pretérito Perfeito ... 5
Pretérito Imperfeito ... 6
Pretérito mais que Perfeito ... 7
Desinência Verbal ... 8
VERBO
O verbo é a classe de palavras que indica ação, estado e fenômenos da natureza. O que faz dele uma classe gramatical tão importante, no entanto, não é o fato de indicar uma ação, estado ou fenômeno da natureza, mas sim o fato de ser responsável por um processo chamado SVC – sujeito, verbo e complemento. O SVC é o principal sistema da língua portuguesa, e o verbo é o principal elemento desse sistema porque aponta quem é o sujeito e quem é o complemento dentro de qualquer estrutura.
É importante ressaltar que não basta a uma palavra indicar ação, estado ou fenômeno da natureza para ser considerada um verbo. Para ser um verbo ela deve estar de acordo com a perspectiva temporal, isto é, deve indicar o tempo (se é passado, presente ou futuro). Exemplifico:
na frase “a filmagem da aula ficou perfeita”, a palavra filmagem indica uma ação, mas ela não é um verbo, mas sim um substantivo abstrato, porque não indica perspectiva temporal. Ainda, na frase “os alunos são estudiosos”, a palavra estudiosos indica um estado, mas nem por isso é um verbo. Inclusive, o termo
“ser” nesse exemplo exerce função de adjetivo. Entende?!
Muto bem. Agora que o conceito de verbo está claro, passaremos adiante para o estudo estrutura morfológica do verbo. Vamos falar sobre as desinências verbais.
DESINÊNCIAS
As desinências são morfemas que permitem a flexão da palavra a que se juntam. No caso das desinências verbais, elas indicam a flexão do verbo em número, pessoa, modo e tempo. Vamos dividi-las em número-pessoal e modo-temporal.
Desinência Modo-Temporal A desinência número-pessoal indica a flexão do verbo em número (singular e plural) e em pessoa do discurso (1ª, 2ª, 3ª pessoa gramatical). Assim, indicam 1ª, 2ª e 3ª pessoa do singular e 1ª, 2ª e 3ª pessoa do plural. A desinência modo-temporal indica a flexão do verbo em modo (indicativo, subjuntivo e imperativo) e tempo (pretérito, presente e futuro). Vamos explorar melhor este último grupo.
DESINÊNCIA MODO-TEMPORAL
O modo verbal serve para indicar qual é a atitude expressa pela frase. Na língua portuguesa existem três modos verbais: indicativo, subjuntivo e imperativo. O modo indicativo expressa uma atitude realista, pois serve para apresentar um fato, uma certeza ou uma realidade. O subjuntivo indica uma possibilidade, uma hipótese ou uma incerteza. O modo imperativo indica uma ordem ou um comando.
Em seguida vamos falar um pouco sobre os tempos verbais pretérito, presente e futuro.
DESINÊNCIA TEMPORAL
A desinência de tempo pode parecer um pouco mais difícil de estudar poque ela possui várias ramificações. Observe-as elencadas no organograma a seguir:
Modo
Indicativo Atitude Realista Exemplo:
Pedro quebrou a cadeira.
Subjuntivo Atitude hipotética Exemplo:
Pedro talvez soubesse as respostas do teste.
Imperativo Ordem Exemplo:
Pedro, sai daqui agora!
Desinência Temporal
Sem sombra de dúvidas o tempo que mais aparece em provas de concurso é o pretérito, por dois motivos: a) ele é o mais ramificado; b) a maioria dos candidatos não sabe a diferença entre pretérito perfeito, pretérito imperfeito e pretérito mais perfeito. Assim, vamos explorar mais essas três ramificações do pretérito.
Pretérito Perfeito
O termo “perfeito” no contexto dos tempos verbais indica algo que está completo. O pretérito perfeito é um passado completo, isto é, um passado completamente realizado.
Exemplo: Ontem eu joguei bola na quadra (o verbo está no pretérito perfeito).
As bancas de concurso podem cobrar uma questão que envolve tempos verbais com perguntas básicas sobre a classificação verbal. Nesse caso, a resposta será precisamente o tempo verbal (no caso do exemplo acima será “pretérito perfeito”). No entanto, a banca avaliadora pode optar por cobrar questões relacionadas à semântica do verbo, nesse caso, a alternativa correta será aquela que afirmar a existência de um tempo verbal no passado, extinto, terminado ou acabado. Uma dica para saber se de fato a questão se trata de um passado completo, isto é, de um pretérito perfeito é inserir a palavra “ontem” em qualquer lugar da frase. Se isso for possível e fizer sentido, saiba que você está diante de um pretérito perfeito.
Tempo
Pretérito
Perfeito Imperfeito
Mais que perfeito Presente
Futuro
do Presente do Pretérito
Desinência Temporal
✓ Ontem Pedro jogou bola na quadra.
✓ Pedro ontem jogou a bola na quadra.
✓ Pedro jogou ontem bola na quadra.
✓ Pedro jogou bola ontem na quadra.
✓ Pedro jogou bola na quadra ontem.
Pretérito Imperfeito
A palavra “imperfeito” carrega um prefixo de negação (im), então ela nega a completude, a perfeição do pretérito. Dessa forma, o pretérito imperfeito indica continuidade.
Por exemplo, digamos que diante da pergunta “O que você fazia há vinte anos?” a pessoa interrogada responda: “Eu só jogava videogame”. A expressão “jogava videogame” está no passado, correto? Mas não é um passado completamente realizado, ao contrário, é um passado que indica uma rotina, um hábito ou processo.
Em uma prova de concurso a questão relacionada ao pretérito imperfeito pode simplesmente pedir a classificação do verbo, ou a alternativa que melhor expressa a semântica do verbo. Para esta última, a resposta correta falaria de um tempo verbal no passado, que expressa um processo rotineiro, habitual ou contínuo.
ATENÇÃO: a banca avaliadora pode chamar a estrutura do pretérito imperfeito de passado inacabado. Lembre-se de que são a mesma coisa. As gramáticas antigas costumavam se referir ao pretérito perfeito como passado acabado e ao pretérito imperfeito como passado inacabado.
Desinência Temporal
Pretérito mais que Perfeito
O pretérito mais que perfeito é mais do que completo. Ele é o que chamamos de passado do passado. É um tempo verbal no passado anterior a outro tempo também no passado. Observe o exemplo: Pedro tirava os sapatos que Joana usara na festa.
Nessa linha narrativa, primeiramente Joana usava os sapatos, e só depois Pedro os tirava. Ambas ações ocorreram no passado, mas uma foi anterior a outra. Os verbos presentes na frase são “tirava” e “usara”. O primeiro, “tirava” é um verbo no pretérito imperfeito, pois denota uma ação que ocorria rotineiramente no passado. O segundo,
“usara”, está no pretérito mais que perfeito, porque denota uma ação anterior a outra ação que corria no passado.
O uso do pretérito mais que perfeito pode influenciar em muito a forma que interpretamos uma mensagem. Por exemplo, se eu digo: “ao chegar ao Rock’n Rio a banda tocou a minha música preferida”, significa que na hora que cheguei ao Rock’n Rio a banda tocou minha música preferida. Eu escutei essa música, porque a banda começou a tocar exatamente no momento que cheguei.
Em contrapartida, se eu digo: “ao chegar ao Rock in Rio a banda tocara a minha música preferida” significa que passei longe de escutar minha música preferida, porque não foi assim que cheguei ao evento que a banda começou a tocar. Ora, o pretérito mais que perfeito é um tempo anterior ao passado, então quando eu cheguei a música já tinha tocado, e depois dela tocou outra e outras mais.
Beleza?! Retomando o conteúdo: pretérito perfeito é um passado completamente realizado; pretérito imperfeito é um passado que indica continuidade, hábito ou rotina; pretérito mais perfeito é o tempo verbal no passado anterior a outro tempo também no passado. Agora passaremos para o próximo tópico, o das desinências verbais.
Desinência Verbal DESINÊNCIA VERBAL
Como vimos anteriormente, as desinências são morfemas utilizados juntos a outras palavras para indicar flexão. O morfema é a menor unidade significativa de uma palavra, tudo começa com ele. Observe a análise morfológica da palavra cantávamos:
Cant á va mos
Morfema lexical (radical)
base significativa
Morfema gramatical
vogal temática
Morfema gramatical
Morfema gramatical
O primeiro morfema “cant” é um morfema lexical, ele tem a ver com a semântica, com o significado da palavra. O morfema lexical é o radical da palavra, ele é a base da significação e da sustentação. Mesmo que mudemos qualquer um dos morfemas gramaticais desse verbo, ele ainda estaria fazendo referência ao ato de cantar (cantaremos, cantaríamos, cantareis).
A vogal temática, segundo morfema, possui duas funções: a) serve de elo para fazer a ligação do radical com as demais desinências e b) indica a conjugação do verbo.
Lembrando que existem três conjugações verbais na língua portuguesa. São elas:
• primeira conjugação: verbos terminados em ar;
• segunda conjugação: verbos terminados em er;
• terceira conjugação: verbos terminados em ur.
Se a vogal temática faz a ligação entre o radical as demais desinências, tudo aquilo que vem depois dela são desinências. Na sequência deste material estudaremos as desinências modo temporal (DMT) e número pessoal (DNP).
Por hora encerramos o conteúdo deste material. Aproveite para retomar os conceitos e observá-los nas leituras que fizer ao longo do dia.
Desinência Verbal