• Nenhum resultado encontrado

Congresso Regional de Educação de Pessoas Adultas: Democratização do Conhecimento e do Acesso à Educação

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Congresso Regional de Educação de Pessoas Adultas: Democratização do Conhecimento e do Acesso à Educação"

Copied!
7
0
0

Texto

(1)

Anais do 2º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária Belo Horizonte – 12 a 15 de setembro de 2004

Congresso Regional de Educação de Pessoas Adultas: Democratização do Conhecimento e do Acesso à Educação

Área Temática de Educação Resumo

Este trabalho é parte integrante do programa de extensão Democratização do Conhecimento do acesso à educação, da UFSCar. Subdividido em três projetos articulados entre si: I Congresso Regional de Educação de Pessoas Adultas (I CREPA), Brasil-Alfabetizado e Inclusão Digital. Previa inicialmente incentivar ações já desenvolvidas na cidade, em educação de adultos, em uma parceria entre a UFSCar e a Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC). O ponto de partida foi a organização e o planejamento do I CREPA que tinha como objetivo articular os esforços que já vinham sendo feitos na cidade para o desenvolvimento de iniciativas de educação de jovens e pessoas adultas, como educação ao longo da vida. Para tanto, ao longo de três dias os participantes puderam divulgar e debater conhecimentos acadêmicos; políticas públicas; iniciativas de diferentes setores e práticas pedagógicas, por meio de palestras, conferências, mesas redondas, apresentações de relatos de pesquisa e de experiência e painéis, nos seguintes grupos temáticos sobre educação de adultos: Alfabetização, Movimentos culturais e sociais; Formação de professores; Práticas escolares e não-escolares e Políticas públicas. Os resultados e conclusões foram a realização dos objetivos propostos permitindo a interação entre a comunidade, alfabetizandos e alfabetizadores, e a Universidade.

Autores

Douglas Aparecido de Campos (Drd.) UFSCar/Secretaria Municipal de Educação e Cultura-SMEC

Claudia Raimundo Reyes (Drª) UFSCar

Leila Aparecida Mendonça de Lima (Prof.) Secretaria Municipal de Educação e Cultura -SMEC

Roseli Rodrigues de Mello (Drª) Universidade Federal de São Carlos-UFSCar

Joice Aparecida Triltz Zainun (Prof.) Secretaria Municipal de Educação e Cultura-SMEC. Instituição

Universidade Federal de São Carlos - UFSCar

Palavras-chave: educação de adultos; educação ao longo da vida; democratização do ensino Introdução e objetivo

O I Congresso Regional de Educação de Pessoas Adultas foi realizado no decorrer de três dias (17, 18 e 19 de novembro de 2003), nas dependências da Universidade Federal de São Carlos, envolvendo uma conferência de abertura e cinco mesas redondas. Também contemplou a apresentação de trabalhos acadêmicos e relatos de experiência, em comunicações orais ou painéis. O objetivo do evento era articular os esforços que já vinham sendo feitos na cidade e região para o desenvolvimento de iniciativas de educação de jovens e pessoas adultas, como educação ao longo da vida. Durante o evento foi possível reunir pessoas e entidades que desenvolviam trabalhos nesta área, promovendo o encontro de profissionais que investigam, atuam e difundem a educação de jovens e de pessoas adultas na região, no país e internacionalmente, nas diferentes atividades que foram propostas por meio

(2)

de conferências, mesas redondas e apresentação de trabalhos. Dois foram os motivos que tornaram um evento com esta temática relevante socialmente. A busca pela superação de exclusões sociais e culturais na construção de uma sociedade mais justa envolve necessariamente a democratização da educação como processo de acesso ao conhecimento sistematizado e a outros saberes ao longo da vida. Além disso, o direito à educação, como atividade social e cultural, apresenta-se como uma necessidade frente à sociedade da informação e da modernidade reflexiva como autores da sociologia vêm demonstrando. Assim, a difusão e o debate de políticas públicas para a educação de jovens e pessoas adultas e de teorias e práticas pedagógicas que vêm sendo desenvolvidas em diferentes espaços poderiam contribuir para o avanço da produção do conhecimento e ações neste âmbito. O número de jovens e pessoas adultas que, no Brasil (e na região), não tiveram acesso à leitura e à escrita, ou aos demais conhecimentos escolares durante a infância.

Na cidade de São Carlos, o censo de 1996 identificava uma população de oito mil jovens e adultos analfabetos e de vinte e quatro mil pessoas que não concluíram as quatro primeiras séries do ensino fundamental. A relevância do evento estava em reunir pesquisadores, professores, educadores e participantes de espaços de educação de jovens e pessoas adultas para a construção e a ampliação de alternativas no sentido de educação para todos e ao longo da vida. Vale destacar que o presente Congresso contribuiria diretamente para a formação dos educadores e educadoras, alunos e alunas das licenciaturas da Universidade Federal de São Carlos, engajados no projeto "Brasil Alfabetizado", realizado em parceria entre a Prefeitura Municipal de São Carlos e a Universidade Federal de São Carlos. Com isso pretendeu-se

- divulgar e debater conhecimentos acadêmicos; - divulgar e debater políticas públicas;

- divulgar e debater iniciativas de diferentes setores; - divulgar práticas pedagógicas.

Metodologia

As inscrições de trabalho ocorreram durante o período de três meses. Foi solicitado aos participantes que elaborassem seus textos seguindo a normatização da ABNT. Como o Congresso também era destinado aos professores do Movimento de Alfabetização de São Carlos e dos alunos da graduação da Universidade Federal de São Carlos que estavam atuando no Programa Brasil Alfabetizado, os professores responsáveis pelas cinco turmas da Atividade Curricular de Integração Ensino Pesquisa e Extensão procuram estimular a participação dos mesmos sugerindo que fizessem relatos sobre suas práticas de sala de aula e de inserções nas comunidades. Em função de uma grande maioria jamais ter participado de um congresso, os professores da universidade e seus monitores planejaram momentos para a discussão de aspectos formais

Ao longo dos três dias de trabalho foram realizadas:

duas conferências sobre: "Educação ao longo da vida e participação social".

cinco mesas sobre os temas: "Alfabetização de Pessoas Jovens e Adultas", Movimentos culturais e sociais como espaço educativo", "Formação de professores e professoras para a educação de pessoas jovens e adultas", " Práticas escolares e não-escolares e organizações alternativas", "Políticas públicas para a formação de pessoas jovens e adultas"

oitenta comunicações orais – que incluíram relatos de pesquisa e relatos de experiência apresentados ao longo de duas tardes

quarenta painéis – apresentando resultados parciais ou finais de pesquisa e relatos de experiência.

A equipe organizadora do evento, composta pelas duas coordenadoras, professoras da Universidade Federal de São Carlos e três membros da Secretaria Municipal de Educação e

(3)

Cultura de São Carlos reuniam-se semanalmente para tratar dos assuntos relativos à organização do Evento. Como o mesmo era destinado a professores que atuavam em educação de adultos, alunos de graduação e de pós-graduação e pessoas envolvidas na área, a equipe organizadora decidiu cobrar uma taxa de inscrição de baixo valor para a inclusão do público alvo (pessoas de baixo poder aquisitivo).

Apesar da taxa ser escalonada no valor de vinte e vinte cinco reais, muitos professores de educação de adultos alegaram não ter condições econômicas para fazer a inscrição por se tratar de um valor elevado frente aos salários por eles recebidos. Diante deste fato a equipe organizadora pediu para a Prefeitura Municipal de São Carlos a colaboração da mesma no sentido de arcar com as custas do pagamento dessa inscrição, para que os professores do Movimento de Alfabetização pudessem participar do evento. Isto foi atendido prontamente pois a referida Prefeitura entendeu ser um momento importante de formação de seus professores. Como o arrecadamento das taxas de inscrições seria insuficiente, a comissão organizadora contou com a colaboração uma equipe de apoio para conseguir os recursos necessários para o pagamento de gastos relativos ao congresso, desde as passagens dos palestrantes; cartuchos de tinta para elaboração dos materiais de divulgação; organização e confecção do CD do congresso; materiais de limpeza, água, até o café e lanches para os intervalos, etc. A comissão organizadora por intermédio da equipe de apoio solicitou a colaboração do comércio da cidade mostrando a importância de um evento desta natureza e da inclusão de pessoas que não têm acesso aos meios acadêmicos. Hotéis da cidade, restaurantes, lojas de informática, empresas que trabalham com a preparação de cafés e lanches colocaram-se a disposição e atenderam a solicitação.

O início da divulgação do congresso teve um impacto produtivo, pois muitos alunos da graduação e da pós-graduação da Universidade ofereceram-se para trabalhar na equipe de apoio sendo esta ampliada de dez para trinta membros. Estes ficaram responsáveis por organizar o banco de dados dos inscritos, checar o pagamento das inscrições, produzir e reproduzir os CDs do congresso, pedir auxilio e organizar as pastas que seriam dadas aos participantes, controlar as presenças dos congressistas – já que se tratava também de um curso de extensão de trinta horas. Trabalharam também durante o evento checando se os data-shows e os computadores estavam em perfeito funcionamento, abrindo e fechando as portas do anfiteatro da Universidade no momento das palestras e mesas e na organização da hora dos intervalos.

A programação do evento ficou organizada da seguinte maneira:

Conferência de Abertura: "Educação ao longo da vida e participação social". - Prof. Jesus Gomez (Universidade de Barcelona/ Espanha).

Mesa redonda 1: "Alfabetização de Pessoas Jovens e Adultas".

Coordenação: Profa. Dra. Claudia Raimundo Reyes (Departamento de Metodologia de Ensino / Universidade Federal de São Carlos)

Profa. Dra. Vera Massagão (Representante da Ação Educativa)

Profa. Ms. Liana da Silva Borges/Movimento de Alfabetização (MOVA) Rio Grande do Sul;

Leila Aparecida Mendonça Lima (Prefeitura Municipal de São Carlos) Mesa-redonda 2: "Movimentos culturais e sociais como espaço educativo"

Coordenação: Profa. Dra. Anete Abramowcz (Departamento de Metodologia de Ensino/ Universidade Federal de São Carlos)

Profa. Dra. Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva (Departamento de Metodologia de Ensino/Universidade Federal de São Carlos)

Estela Regina Silva (Raízes do Café)

Profa. Dra. Maria Waldenez de Oliveira (Departamento de Metodologia de Ensino/Universidade Federal de São Carlos)

(4)

Mesa-redonda 3: "Formação de professores e professoras para a educação de pessoas jovens e adultas"

Coordenação: Profa. Dra. Aline Maria de Medeiros Rodrigues Reali (Departamento de Metodologia de Ensino/Universidade Federal de São Carlos)

Profa. Dra. Maria da Graça Nicoletti Mizukami (Departamento de Metodologia de Ensino/Universidade Federal de São Carlos)

Profa. Dra. Ana Luíza Rocha Viera Perdigão (Departamento de Metodologia de Ensino e Núcleo de Extensão Universidade Federal de São Carlos/Escola)

Profª. Ms. Adriana Medeiros Farias (Centro Cida Romano);

Mesa-redonda 4: " Práticas escolares e não-escolares e organizações alternativas" Coordenação: Profa. Dra. Roseli Rodrigues de Mello

Prof. Jesus Gómez (Universidade de Barcelona/ Espanha)

Profa. Dra. Elizabeth Márcia Martucci (Fundação Educacional de São Carlos)

Prof. Sr. Rui Martins de Godoi (Gerente de Estudos e Programa da Terceira Idade - SESC São Carlos);

Mesa-redonda 5: "Políticas públicas para a formação de pessoas jovens e adultas" Coordenação: Profa. Dra. Emília Freitas de Lima

Prof. Jesus Gomez (Universidade de Barcelona/ Espanha)

Profa. Dra. Marina Silveira Palhares (Secretária de Educação e Cultura da Prefeitura Municipal de São Carlos)

Comunicação oral – relatos de pesquisa e relatos de experiência: apresentados oralmente 80 relatos de pesquisa e de experiência, distribuídos nas tardes de 18 e 19 de novembro de 2003, nos seguintes grupos temáticos:

Alfabetização de pessoas jovens e adultas (coordenação: Joice Aparecida Triltz Zainun/Secretaria Municipal de Educação e Cultura de São Carlos e Ademar da Silva Departamento de Metodologia de Ensino/Universidade Federal de São Carlos)

Movimentos culturais e sociais como espaço educativo (coordenação: Regina Conceição/Secretaria Municipal de Educação e Cultura de São Carlos e Maria Aparecida Mello / Departamento de Metodologia de Ensino-Universidade Federal de São Carlos)

Formação de professores para a educação de pessoas jovens e adultas (coordenação: Douglas Ap. de Campos/Secretaria Municipal de Educação e Cultura de São Carlos e Rosa Maria Anunciato de Oliveira Departamento de Metodologia de Ensino/Universidade Federal de São Carlos).

Práticas escolares e não-escolares e organizações alternativas (coordenação: Carmen Lúcia Brancaglion Passos Departamento de Metodologia de Ensino Universidade Federal de São Carlos)

Políticas públicas para a formação de pessoas jovens e adultas (coordenação: Regina Simões Puccinelli Tancredi)

Painéis: apresentação de resultados parciais ou finais de pesquisa e relatos de experiência em 40 painéis que foram expostos no decorrer do Congresso.

Resultados e discussão

Tanto os trabalhos apresentados durante o evento, quanto o conhecimento divulgado nas mesas-redondas e nas conferências permitiram atingir a todos os objetivos propostos no projeto de organização do congresso. A conferência de abertura e as mesas-redondas realizadas no decorrer do evento possibilitaram divulgar e debater conhecimentos acadêmicos, políticas públicas, iniciativas de diferentes setores e práticas pedagógicas em alfabetização de pessoas jovens e adultas, processos sociais e práticas educativas em diferentes espaços escolares e não-escolares. Profissionais e pesquisadores de diferentes instituições e regiões do país, apresentaram resultados de pesquisas, relatos de experiência e indicadores para

(5)

elaboração e avaliação de políticas públicas voltadas para a educação de pessoas jovens e adultas, como direito ao longo da vida.

Quanto às apresentações realizadas nas sessões de comunicação oral e painel, alunos de pós-graduação e de graduação de diferentes universidades do Estado de São Paulo, educadores e participantes de educação de pessoas jovens e adultas, e dirigentes e coordenadores de instituições dedicadas ao tema expuseram projetos e resultados de pesquisa, relatos de experiência, e políticas em andamento. Nas sessões concomitantes, foi possível debater nos três auditórios da Biblioteca Comunitária da Universidade Federal de São Carlos questões de interesse para o público presente. O congresso permitiu a difusão e o debate de políticas públicas para a educação de jovens e pessoas adultas e de teorias e práticas pedagógicas, desenvolvidas em diferentes espaços, contribuindo para o avanço da produção do conhecimento e ações neste âmbito. Além disso, reuniu pesquisadores, professores, educadores e participantes de espaços de educação de jovens e pessoas adultas possibilitando a ampliação de alternativas no sentido de educação para todos e ao longo da vida.

Vale destacar a presença de diversas equipes de Secretarias de Educação de cidades do Estado de São Paulo e Rio de Janeiro. Embora não estivesse prevista no projeto do evento a participação de alunos de salas de alfabetização de adultos, a presença dos mesmos enriqueceu o diálogo sobre aspectos relevantes da temática. Os participantes da Educação de Adultos nunca haviam entrado na Universidade Federal de São Carlos e a maioria de seus educadores jamais havia participado de um Congresso. Tais acontecimentos foram importantes para a democratização do espaço e do conhecimento acadêmicos, objetivo maior do Programa no qual este projeto está inserido. Foi possível aproximar a Universidade, e sua produção, da população do Município, democratizando o acesso ao conhecimento e à escolaridade. Contribuição evidente também ocorreu com relação à formação dos educadores e educadoras, e alunos e alunas das licenciaturas da Universidade Federal de São Carlos, engajados no projeto "Brasil Alfabetizado" e “Movimento de Alfabetização (MOVA)” – São Carlos. Tais educadores e alunos de licenciatura estavam inscritos na Atividade Curricular de Integração, Ensino, Pesquisa e Extensão (ACIEPE) “Brasil Alfabetizado: formação de educadores de pessoas jovens e adultas”, também vinculado ao programa “Democratização do acesso ao conhecimento e à educação”. O impacto da participação no Congresso Regional de Educação de Pessoas Adultas, sobre a vida acadêmica dos educadores, alunos de licenciatura e monitores do Brasil Alfabetizado, revelou-se em alguns aspectos:

para educadoras e educadores formados apenas no ensino médio foi, para muitos, a primeira oportunidade de participar em um Congresso; além disso a quase totalidade desses educadores apresentou comunicação oral ou painel, sistematizando os conhecimentos e experiências sobre docência que construíram no Brasil Alfabetizado. O processo de elaboração dessas apresentações foi objeto de vários encontros na Universidade, discutindo-se conteúdo, formato, apresentação e resultados, dando-lhes efetiva condição de estar no espaço acadêmico em igualdade com alunos universitários e pesquisadores. Vários desses educadores declararam que pretendem prestar vestibular para fazer curso superior, após esta experiência;

para os alunos da graduação das licenciaturas da Universidade Federal de São Carlos foi a oportunidade de apresentar relatos de experiência e de pesquisa, para muitos deles, pela primeira vez. A sistematização das experiências desenvolvidas no Brasil Alfabetizado propiciou que alguns desses estudantes elaborassem projetos de pesquisa na temática, inscrevendo-se em processo de seleção para mestrado e nele sendo aprovado (investigando questões relacionadas à educação de adultos);

para os alunos de graduação que eram monitores do Atividade Curricular de Integração Ensino Pesquisa e Extensão (ACIEPE) foi a oportunidade de aprender a organizar um evento acadêmico, apresentar a sistematização de suas práticas e aprendizagens na

(6)

(ACIEPE), definindo áreas de atuação para a pesquisa, tanto em nível de iniciação científica como de mestrado.

para alunos de pós-graduação foi a oportunidade de ouvir, apresentar e debater projetos e pesquisas, redimensionando seus trabalhos em andamento.

Muitos alunos da Universidade Federal de São Carlos, de diferentes cursos de graduação e de programas de pós-graduação, apresentaram comunicações orais ou painel no Congresso Regional de Educação de Pessoas Adultas: trinta e cinco alunos de graduação, vinte e quatro alunos de extensão e vinte e quatro alunos de pós-graduação. Frente ao número de trabalhos externos, quarenta e três, pode-se dizer que o Congresso Regional de Educação de Pessoas Adultas foi um espaço importante para os estudantes da Universidade Federal de São Carlos. Como resultados para a linha de pesquisa mestra (processos de ensino e de aprendizagem), que inclui as sublinhas de pesquisas nas quais atuam as organizadoras do evento (educação de pessoas jovens e adultas, aquisição da escrita da leitura), o Congresso Regional de Educação de Pessoas Adultas possibilitou, ao mesmo tempo, a apresentação de sínteses de pesquisas em andamento (por seus orientandos) e o acesso a conhecimento produzido nestas linhas, sob diferentes abordagens. Alguns projetos de pesquisa individuais surgiram a partir dos debates do evento, os que já estavam em andamento puderam ser discutidos e alguns redimensionados – incluídos trabalhos de mestrado e de doutorado.

Quanto ao impacto que o evento causou nas disciplinas ministradas pelas organizadoras, além da inter-relação entre o Congresso Regional de Educação de Pessoas Adultas e a Atividade Curricular de Integração Ensino Pesquisa e Extensão (ACIEPE): Brasil Alfabetizado, as disciplinas de Metodologia de Ensino e de Prática de Ensino foram enriquecidas com os exemplos e debates retirados do encontro. A relação de parceria entre a Universidade Federal de São Carlos e a Secretaria Municipal de Educação e Cultura de São Carlos foram aprofundadas permitindo a continuidade dos trabalhos que já estavam em andamento por meio de nova oferta da Atividade Curricular de Integração Ensino Pesquisa e Extensão (ACIEPE) e da elaboração e atual implantação do projeto Inclusão Digital, onde a população alvo do Congresso Regional de Educação de Pessoas Adultas está tendo a oportunidade de dar continuidade a sua formação.

Conclusões

O projeto de extensão relativo ao I Congresso Regional de Educação de Pessoas Adultas demonstrou a necessidade do desenvolvimento de políticas públicas na cidade e na região, que tenham como base, a ampliação de medidas governamentais e privadas no âmbito da educação ao longo da vida, mormente os temas relacionados aos movimentos de alfabetização. O que se tornou mais expressivo no decorrer do projeto foi a aproximação das comunidades carentes à vida acadêmica e a integração que surgiu a partir daí.

A parceria entre a Universidade Federal de São Carlos e a Secretaria Municipal de Educação e Cultura de São Carlos possibilitou não só a conclusão efetiva deste projeto, como proporcionou a ampliação/aperfeiçoamento de propostas que já vinham se desenvolvendo no município, como é o caso do Movimento de Alfabetização (MOVA) e o nascimento de outras como o projeto de Inclusão Digital e a formação de professores para a educação de jovens e adultos.

Referências bibliográficas

BECK,U., GIDDENS,G. Y LASH, S. (1997). Modernización Reflexiva. Política, transición y estética en el orden social moderno. Madrid: Alianza

BENVENISTE. Problemas de lingüística geral II. Campinas: Pontes, 1989.

CAGLIARI, L. C. & MASSINI CAGLIARI. Diante das letras. A escrita na alfabetização. Campinas: Mercado das Letras, ALB, Fapesp, 1999.

(7)

CAGLIARI, L. C. Alfabetização e lingüística. São Paulo: Scipione, 1989.

CASTELLS, M. (1999). A Sociedade em Rede. A era da informação: economia, Sociedade e cultura (V. 1). São Paulo: Paz e Terra.

CHIAPPINI, L. (coord.). Aprender a ensinar com textos. São Paulo, Cortez, 2000.

DELORS, J. Educação: um Tesouro a Descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI. Tradução de José Carlos Eufrazio. 4ª edição. São Paulo, Cortez Editora, 2000.

FERREIRO, E. Alfabetização em processo. São Paulo: Cortez, 1993.

FIORIN, J. L. As astúcias da enunciação. As categorias de pessoa, espaço e tempo. São Paulo: Ática, 1996.

FLECHA, R. (1997). Compartiendo palabras el aprendizaje de las personas adultas através del diálogo. Barcelona: Paidós.

FRANCHI, C. Criatividade e gramática. São Paulo: SEE/CENP, 1988.

GERALDI, J.W. Concepções de Linguagem e o ensino de Português. (Texto impresso) 1998. KATO, M. A. No mundo da escrita. Uma perspectiva psicolingüística. Série Fundamentos. São Paulo: Ática, 1986.

KLEIMAN, A . Oficina de leitura. Teoria & Prática. Campinas: Pontes, 2000. LEMLE, M. Guia teórico do alfabetizador. Série Princípios. São Paulo: Ática, 1991.

MARCUSCHI, L.A. A compreensão de texto falado e escrito como ato individual de uma prática social. In: Zilberman, Regina e Silva, Ezequiel Theodoro. Leitura: perspectivas interdisciplinares. Ática, 2000.

MASSINO-CAGLIARI, G. O texto na alfabetização: Coesão e coerência. Campinas, mercado das Letras, 2001.

MELLO, R. R. Comunidades de Aprendizagem: contribuições para a construção de alternativas para uma elação mais dialógica entre a escola e grupos de periferia urbana. Relatório de Pesquisa apresentado à FAPESP. Pós-doutorado junto à Universidade de Barcelona. Julho de 2002.

MORAIS, A.G. Ortografia: ensinar e aprender. São Paulo. Ática 2001.

POSSENTI, S. Porque (não) ensinar gramática. São Paulo. Mercado Aberto. 2000.

REZENDE, L. M. Educação e sociedade: o ensino de línguas. Didática. v. 28. São Paulo: UNESP, 1992.

REZENDE, L.M. Ensino de língua: relação teoria/prática. In: CONGRESSO DE ESTUDOS LINGÜÍSTICOS, 41, 1994, Ribeirão Preto. Anais... São Paulo, Grupo de Estudos Lingüísticos do Estado de São Paulo.p.1213-21.

REZENDE, L.M. Estudo de “o instrumento de avaliação: prova de comunicação e expressão do concurso Vestibular – 1987 VUNESP”. São Paulo: Fundação para o vestibular da Universidade Estadual Paulista – VUNESP, 1988. 91p.

REZENDE, L.M. Gramática e ensino de língua. SÉRIENCONTROS, n.1, ano III, p.132-53, 1989.

REZENDE, L.M. Léxico e gramática: aproximação de problemas lingüísticos com educacionais. v.1. Tese de Livre Docência. Araraquara,

SILVA, A. Alfabetização: a escrita espontânea. São Paulo, Contexto, 2001.

TASCA, M. A linguagem dos materiais de alfabetização. IN: Tasca, M e Poersch (org.) Suportes Lingüísticos para a Alfabetização. Porto Alegre. Sagra, 1986.

Referências

Documentos relacionados

[r]

de professores, contudo, os resultados encontrados dão conta de que este aspecto constitui-se em preocupação para gestores de escola e da sede da SEduc/AM, em

No primeiro, destacam-se as percepções que as cuidadoras possuem sobre o hospital psiquiátrico e os cuidados com seus familiares durante o internamento; no segundo, evidencia-se

Para Souza (2004, p 65), os micros e pequenos empresários negligenciam as atividades de planejamento e controle dos seus negócios, considerando-as como uma

Com essa chamada o MST quer fortalecer e envolver toda base Sem Terra - as famílias acampadas e assentadas, setores do movimento, escolas dos acampamentos e

Mesmo quem diz que não sabe ler e escrever sabe muitas coisas sobre a escrita, e esses saberes são importantes para aprender como traduzir os sinais no papel em significados. Quer

a) Na faixa há duas causas sendo defendidas.. A fome, como exigência biológica a ser satisfeita a cada dia para a manutenção e reprodução da vida, desde os tempos mais

Os instrutores tiveram oportunidade de interagir com os vídeos, e a apreciação que recolhemos foi sobretudo sobre a percepção da utilidade que estes atribuem aos vídeos, bem como