• Nenhum resultado encontrado

Fatores críticos à implantação de um sistema ERP na aceitação de seus usuários

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Fatores críticos à implantação de um sistema ERP na aceitação de seus usuários"

Copied!
146
0
0

Texto

(1)

Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa

Programa de Pós-Graduação

Stricto Sensu

em

Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação

FATORES CRÍTICOS À IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA ERP

NA ACEITAÇÃO DE SEUS USUÁRIOS

Brasília - DF

2013

(2)

TIAGO MENDES PEREIRA

FATORES CRÍTICOS À IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA ERP NA ACEITAÇÃO DE SEUS USUÁRIOS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação.

Orientador: Prof. Dr. Luís Kalb Roses

(3)

12,5 cm

7,5 cm 7,5cm

Ficha elaborada pela Biblioteca Pós-Graduação da UCB 21/10/2013 P436f Pereira, Tiago Mendes.

Fatores críticos à implantação de um sistema ERP na aceitação de seus usuários. / Tiago Mendes Pereira – 2013.

145 f.; il : 30 cm

Dissertação (mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2013. Orientação: Prof. Dr. Luís Kalb Roses

1. Tecnologia da informação. 2. Sistema de informação gerencial. 3. Administração de empresas. 4. Pesquisa de avaliação. I. Roses, Luís Kalb, orient. II. Título.

(4)
(5)
(6)

AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, a Deus, pois sem ele este trabalho não seria possível.

Aos meus Pais, Luiz Alves Pereira e Marlene Mendes Pereira, que me deram carinho, respeito, responsabilidade, valores e, acima de tudo, um lar. Aos meus irmãos, Mônica Mendes Pereira e Luiz Carlos Mendes Pereira, que mantiveram-se perto e solícitos durante a condução desta jornada.

À minha esposa, Viviane Pereira, que fez esta caminhada comigo e teve paciência e compreensão em relação à dedicação que esta pesquisa exigiu. Também ao Sr. Roberto José Campos e à Sra. Ivone Ferreira Duarte, que compreenderam e apoiaram os momentos em que precisei me ausentar para dedicar-me ao mestrado.

Ao Professor Dr. Luís Kalb Roses, que contribuiu sobremaneira para a qualidade deste trabalho. As orientações que recebi serviram não só para a condução desta pesquisa, mas também como lições de vida.

Ao Sr. Alfredo Leopoldo Albano, há tantos anos à frente da empresa onde trabalho e com mesmo foco e capacidade para torná-la querida aos seus colaboradores. Suas decisões certamente influenciaram a vida de muitas pessoas, inclusive a minha.

Ao Sr. Jorge Tomio Guiyotoku, que sempre esteve disponível e disposto a me orientar e colaborou de forma ímpar em minhas conquistas pessoais e profissionais. Suas contribuições para minha vida e meu desenvolvimento são inestimáveis.

Aos colegas de trabalho Antônio Tarcízio, Claudio Roberto, Edivanira Vieira, Flavia de Oliveira, Flavio Dinis, Graziele Lellis, Joseir Lopes, Luciana Almeida, Luciana Lobo, Margareth Cristina, Marli Borges, Najla Santos, Periso Spencer, Ricardo Fernandes, Ricardo Luiz, Wélia Márcia bem como a todos os demais que contribuíram para o desenvolvimento desta pesquisa.

Aos Professores Doutores Luíza Alonso, Helga Hedler, Ivan Rocha Neto, João Souza Neto, Rosalvo Streit, Fábio Bianchi, Eduardo Moresi e Cláudio Nehme, que passaram ótimas lições em sala de aula e também fizeram boas contribuições durante o tempo de convívio no mestrado. Aos colegas de sala de aula Fabio Gomes Barros e Carlos Henrique de Luca Ribeiro, que contribuíram com companheirismo e comprometimento para o enriquecimento das discussões nos trabalhos em grupo e nos momentos de descontração.

À Sra. Maria de Fátima e demais colaboradores da biblioteca da pós-graduação, que sempre foram solícitos e atenciosos em todas as vezes que lá estive, um ótimo ambiente para a construção do conhecimento. Também agradeço ao Alisson Almeida, que como secretário do programa sempre esteve disponível e pronto para cooperar e auxiliar. Agradeço ainda à Sra. Edna Mendes, da secretaria acadêmica, bem como aos demais colaboradores daquele setor, cujo atendimento sempre foi cordial.

(7)
(8)

RESUMO

Referência: PEREIRA, Tiago. Fatores críticos à implantação de um sistema ERP na aceitação de seus usuários. 2013. 145f. Dissertação do Mestrado em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação – Universidade Católica de Brasília (UCB), Brasília – DF, 2013.

O objetivo principal desta dissertação é o desenvolvimento de um modelo de aceitação de um sistema ERP por seus usuários, com base nos fatores críticos da sua implantação. Para a fundamentação teórica desse objetivo, foi realizada uma pesquisa bibliométrica para o acesso às publicações mais relevantes sobre implantação de ERP, tendo por referência os fatores críticos de sucesso e insucesso a ela relacionados, bem como sobre a aceitação desse sistema por seus usuários com a aplicação do TAM. Estudo de caso único em uma empresa de serviços foi desenvolvido com o uso de método misto, através de pesquisa survey junto aos usuários do ERP em uso na referida empresa, análise de documentos sobre o processo da sua contratação e implantação, entrevistas com usuários-chave e grupo focal com esses usuários e gestores. Os dados quantitativos da pesquisa survey foram analisados por meio das técnicas estatísticas de análise de distribuição de frequências e análise fatorial confirmatória; enquanto que os dados qualitativos decorrentes das questões abertas da pesquisa survey, dos documentos selecionados, das entrevistas e do grupo focal foram analisados por meio da técnica de análise de conteúdo temática. Como resultado, foi desenvolvido um modelo de avaliação da aceitação de sistema ERP por seus usuários, a partir dos fatores críticos na sua implantação.

(9)

ABSTRACT

The main objective of this thesis is the development of an acceptance model of an ERP system by its users, based on critical factors of its deployment. For theoretical foundation of this objective, it was performed a bibliometric research to access the most relevant publications about ERP implementation, having as reference the critical factors of success and failure related to them, as well as about its acceptation by users with the application of TAM. One unique case study was conducted in a service company through mixed method, encompassing a survey research with the users of an ERP in use at the mentioned company, documental analyses about its licensing contract and deployment process, interviews with key-users and a focus group this users and managers. The survey quantitative data were analyzed with the techniques of frequency distribution analysis and confirmatory factor analysis; whereas the qualitative data from survey open questions, selected documents, interviews and focus group were analyzed with thematic contents analysis. As a result, it was developed an evaluation model of user acceptance of ERP system, based on critical factors for its deployment.

(10)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Distribuição dos documentos por ano 22

Figura 2 – Distribuição dos documentos por periódico 24

Figura 3 – Fases da implantação do ERP 38

Figura 4 – Teoria da ação racional (TRA) 45

Figura 5 – Modelo de aceitação de tecnologia (TAM) 47

Figura 6 – Modelo de aceitação de ERP de Amoako-Gyampah 49 Figura 7 – Modelo de aceitação de ERP de Basoglu, Daim e Kerimoglu 51 Figura 8 – Modelo de aceitação de ERP de Bueno e Salmeron 53 Figura 9 – Modelo proposto de aceitação de um sistema ERP a partir de FC 55

Figura 10 – Desenho de pesquisa 63

Figura 11 – Organograma genérico da EMPRESA 77

Figura 12 – Organograma do projeto 79

(11)

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Percentual de citações dos FCI mais relevantes 42

Gráfico 2 – Gráfico de caixas 86

(12)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Artigos relevantes nos portais Scopus e WOK 28 Quadro 2 – Categoria de benefícios na implantação de ERP 36

Quadro 3 – Taxonomia de FCS 40

Quadro 4 – FCI na implantação de ERP 41

Quadro 5 – Relação entre FCS e FCI 43

Quadro 6 – FC na implantação de sistemas ERP 43

Quadro 7 – Estudos sobre aceitação de ERP com o TAM 54

Quadro 8 – Plano de pesquisa 73

Quadro 9 – Origem das variáveis para análise estatística 84 Quadro 10 – Ocorrência de FC no projeto de implantação do ERP 101 Quadro 11 – FC no projeto de implantação do ERP na EMPRESA 104 Quadro 12 – FC que influenciam na aceitação de sistemas ERP por seus usuários 105

(13)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Bases de dados multidisciplinar 22

Tabela 2 – Quantidade de artigos recuperados para pesquisa de palavras-chave 25

Tabela 3 – Palavras-chave recuperadas 26

Tabela 4 – Pesquisa por conteúdo relevante 28

Tabela 5 – Publicações de insucesso em ERP por país 33

Tabela 6 – Universo e amostra da pesquisa 82

Tabela 7 – Estatística descritiva 86

Tabela 8 – Distância de Mahalanobis 87

Tabela 9 – Teste de normalidade 87

Tabela 10 – Teste M de Box 88

Tabela 11 – Índices de ajuste do modelo de medição 91

Tabela 12 – Variância extraída e confiabilidade de construto 92

Tabela 13 – Matriz de variância compartilhada 92

(14)

LISTA DE SIGLAS

AFC Análise fatorial confirmatória AT Atitude (ou attitude)

BI Intenção comportamental (ou behavioral intention) C-TAM-TPB Combinado TAM TPB

CFI Índice de ajuste comparativo (ou comparative fit index)

ERP Sistema de gestão empresarial (ou enterprise resource planning)

FC Fatores críticos

FCI Fator crítico de insucesso FCS Fator crítico de sucesso

GFI Índice de qualidade de ajuste (ou goodness-of-fit index) GL Grau de liberdade (ou degree of freedom)

IDT Teoria da difusão de inovação (ou innovation diffusion theory) MEE Modelo de equações estruturais

MM Modelo motivacional (ou motivational model)

MPCU Modelo de utilização de computador pessoal (ou model of personal computer utilization)

MRP Planejamento de solicitação de materiais (ou material requirements planning)

MRP II Planejamento de recursos de manufatura (ou manufacturing resource planning)

NFI Índice de ajuste normalizado (ou normed fit index)

PDF Formato de documento portátil (ou portable document format) PEU Facilidade de uso percebida (ou perceived ease of use)

PNFI Índice de ajuste normalizado de parcimônia (ou parsimonious normed fit index)

PU Utilidade percebida (ou perceived usefulness)

RMSEA Raiz do erro quadrático médio de aproximação (ou root mean square error of approximation)

RMSR Raiz do resíduo quadrado médio (ou root mean square residual) SCT Teoria Cognitiva Social (ou social cognitive theory)

TAM Modelo de aceitação de tecnologia (ou technology acceptance model) TI Tecnologia da informação

TLI Índice de Tucker Lewis (ou Tucker Lewis index)

TPB Teoria do comportamento planejado (ou theory of planned behavior) TRA Modelo da ação racional (ou theory of reasoned action)

UTAUT Teoria unificada da aceitação e utilização de tecnologia (ou unified theory of acceptance and use of technology)

WOK Portal web of knowledge

χ2 Qui-quadrado (ou Chi-square)

(15)

SUMÁRIO

1.  INTRODUÇÃO _________________________________________________________________________________ 17 

1.1.  BIBLIOMETRIA ________________________________________________________________________________  18 

1.1.1.  Identificação das palavras‐chave __________________________________________________________ 19 

1.1.2.  Identificação de artigos relevantes _______________________________________________________ 26 

1.2.  PROBLEMA E QUESTÃO DE PESQUISA ______________________________________________________  29 

1.3.  OBJETIVOS _____________________________________________________________________________________  31 

1.3.1.  Objetivo Geral ________________________________________________________________________________ 31 

1.3.2.  Objetivos Específicos ________________________________________________________________________ 31 

1.4.  JUSTIFICATIVA ________________________________________________________________________________  32 

1.5.  RELEVÂNCIA  __________________________________________________________________________________  32 

1.6.  PRÓXIMAS SEÇÕES ____________________________________________________________________________  33 

2.  ERP – ENTERPRISE RESOURCE PLANNING  ________________________________________________ 35 

2.1.  O QUE É?  _______________________________________________________________________________________  35 

2.2.  PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO _______________________________________________________________  37 

2.3.  FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO ____________________________________________________________  39 

2.4.  FATORES CRÍTICOS DE INSUCESSO __________________________________________________________  41 

2.5.  FATORES CRÍTICOS NA IMPLANTAÇÃO DE ERP ____________________________________________  42 

3.  MODELO DE ACEITAÇÃO DE TECNOLOGIA _______________________________________________ 45 

3.1.  ESTUDOS SOBRE O TAM APLICADO A ERP __________________________________________________  48 

3.1.1.  Estudo de Amoako‐Gyampah ______________________________________________________________ 48 

3.1.2.  Estudo de Basoglu, Daim e Kerimoglu ____________________________________________________ 50 

3.1.3.  Estudo de Bueno e Salmeron _______________________________________________________________ 52 

3.1.4.  Outros estudos _______________________________________________________________________________ 53 

3.2.  MODELO DE PESQUISA _______________________________________________________________________  54 

4.  METODOLOGIA DE PESQUISA ______________________________________________________________ 56 

4.1.  CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA _______________________________________________________________  56 

4.1.1.  Concepção filosófica pragmática __________________________________________________________ 56 

4.1.2.  Método misto _________________________________________________________________________________ 57 

4.1.3.  Propósito descritivo‐exploratório de pesquisa _________________________________________ 58 

4.2.  ESTRATÉGIA DE ESTUDO DE CASO ÚNICO __________________________________________________  59 

4.2.1.  Adequabilidade ______________________________________________________________________________ 60 

4.2.2.  Unidade de análise  __________________________________________________________________________ 61 

(16)

4.2.4.  Protocolo de pesquisa _______________________________________________________________________ 62 

4.2.5.  Desenho da pesquisa ________________________________________________________________________ 63 

4.3.  COLETA DE DADOS ____________________________________________________________________________  64 

4.3.1.  Pesquisa quantitativa – Survey ____________________________________________________________ 64 

4.3.1.1.  Instrumento ___________________________________________________________________________________________________________ 65  4.3.1.2.  Pré‐teste e teste piloto _______________________________________________________________________________________________ 66  4.3.1.3.  Amostra dos respondentes __________________________________________________________________________________________ 68 

4.3.2.  Pesquisa qualitativa _________________________________________________________________________ 69 

4.3.2.1.  Documentos ___________________________________________________________________________________________________________ 69  4.3.2.2.  Questões abertas _____________________________________________________________________________________________________ 70  4.3.2.3.  Entrevistas com os usuários‐chave _________________________________________________________________________________ 70  4.3.2.4.  Grupo focal ____________________________________________________________________________________________________________ 71 

4.4.  ANÁLISE DOS DADOS _________________________________________________________________________  72 

4.4.1.  Análise quantitativa _________________________________________________________________________ 72 

4.4.2.  Análise de conteúdo temática  _____________________________________________________________ 73 

4.5.  RECURSOS TECNOLÓGICOS __________________________________________________________________  74 

4.6.  QUALIDADE DA PESQUISA ___________________________________________________________________  75 

5.  IMPLANTAÇÃO DO ERP DA EMPRESA  ____________________________________________________ 77 

5.1.  A EMPRESA ____________________________________________________________________________________  77 

5.2.  CONTRATAÇÃO DO ERP ______________________________________________________________________  78 

5.3.  IMPLANTAÇÃO DO ERP _______________________________________________________________________  78 

5.4.  RESULTADOS DO PROJETO ___________________________________________________________________  80 

6.  RESULTADOS E ANÁLISES DOS DADOS ___________________________________________________ 82 

6.1.  ETAPA QUANTITATIVA _______________________________________________________________________  82 

6.1.1.  Descrição da amostra _______________________________________________________________________ 82 

6.1.2.  Exame e preparação dos dados ____________________________________________________________ 84 

6.1.3.  Analise Fatorial Confirmatória ____________________________________________________________ 89 

6.1.4.  Aceitação do sistema ERP pelos seus usuários __________________________________________ 93 

6.2.  ETAPA QUALITATIVA _________________________________________________________________________  94 

6.2.1.  Pesquisa documental ________________________________________________________________________ 94 

6.2.2.  Questões abertas do instrumento da pesquisa survey _________________________________ 97 

6.2.3.  Entrevistas com os usuários‐chave ______________________________________________________ 101 

6.2.4.  Grupo Focal __________________________________________________________________________________ 103 

6.2.5.  Consolidação dos resultados ______________________________________________________________ 103 

6.3.  MODELO FINAL DA PESQUISA ______________________________________________________________ 106 

(17)

REFERÊNCIAS  ________________________________________________________________________________________ 110 

APÊNDICE A – ORIGEM, LEIS E INDICADORES DA BIBLIOMETRIA ___________________________ 117 

APÊNDICE B – FCS IDENTIFICADOS EM 10 ARTIGOS ___________________________________________ 122 

APÊNDICE C – DESCRIÇÃO DOS FCS _______________________________________________________________ 125 

APÊNDICE D – QUADRO DE RELAÇÃO ENTRE OS FCS DOS APÊNDICES B E C _______________ 127 

APÊNDICE E – PROTOCOLO DE PESQUISA  _______________________________________________________ 129 

APÊNDICE F – INSTRUMENTO DA PESQUISA SURVEY __________________________________________ 130 

APÊNDICE G – E‐MAIL DE CONVOCAÇÃO PARA PARTICIPAÇÃO DA PESQUISA _____________ 134 

APÊNDICE H – QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DO PRÉ‐TESTE ______________________________ 135 

APÊNDICE I – HISTOGRAMAS ______________________________________________________________________ 136 

APÊNDICE J – DISTÂNCIA DE MAHALANOBIS ____________________________________________________ 138 

APÊNDICE K – ANÁLISE DO PERFIL DOS RESPONDENTES _____________________________________ 140 

APÊNDICE L – DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS ________________________________________________ 142 

(18)

1. INTRODUÇÃO

A indústria de manufatura passou a utilizar sistemas de informação com o objetivo de melhorar a gestão de suas operações. Junto à implantação desses sistemas vieram melhorias no controle de estoque, na eficiência da gestão da cadeia de suprimentos e na coordenação entre finanças, vendas e operação da produção industrial. Além disso, a integração de todas essas áreas em um único sistema foi um ganho considerável (TROTT; HOECHT, 2004).

A partir dos sistemas de automação da gestão industrial surge o Enterprise Resource Planning (ERP) – ou sistema de gestão empresarial –, classificado como sistema de gestão empresarial. Trata-se de um sistema com capacidade de integrar áreas da empresa, tais como: recursos humanos; marketing; e pesquisa e desenvolvimento. Acredita-se que a integração de todos os setores de uma organização, por intermédio de sistema específico, seja fator de competitividade (TROTT; HOECHT, 2004). Nesse contexto o ERP é considerado uma inovação tecnológica (GRANEBRING; RÉVAY, 2005).

O ERP tem contribuído para o crescimento e à evolução de pequenas e médias empresas. Além disso, tem sido uma fonte de melhoria nos processos e procedimentos corporativos, viabilizando ganho de eficiência e produtividade e, ainda, reduzindo custos e alavancando negócios (ANNAMALAI; RAMAYAH, 2011). A expectativa de implantar um ERP e melhorar o negócio, a gestão e os resultados acaba se tornando motivação para a sua adoção. Porém, apesar dos benefícios possíveis, é uma implantação complexa, cujo tempo pode variar de 12 a 36 meses, conforme o tamanho da empresa (WOO, 2007).

São projetos de grande impacto na organização por causa das mudanças nos processos administrativos e do elevado tempo de implantação. Dentre os fatores que fazem parte do escopo de preocupações pertinentes ao projeto de implantação de um ERP está a cultura da organização e a necessidade de que os funcionários, principalmente os que serão usuários do sistema, comprem a ideia. Esses são dois pontos considerados relevantes para o sucesso da implantação (MARNEWICK; LABUSCHAGNE, 2005).

(19)

funcionariam em locais com cultura distinta. A escolha desses especialistas também é um fator crítico de sucesso (WOO, 2007).

Pesquisa da Panorama Consulting (PANORAMA, 2011, 2012) indicou que, em uma amostra de 264 empresas de 64 países, as implantações de ERP em 2011 tiveram o orçamento excedido em 56% dos projetos. Apontou, ainda, que somente 10% dos projetos estiveram abaixo do orçamento. Identificou, também, que a variação entre o orçado e o realizado esteve, em média, próximo a dois milhões de dólares. Em 2010, a mesma pesquisa indicou que 74% dos projetos estavam fora do orçado e o desvio do orçamento era de mais de dez milhões de dólares. Observando o prazo de implantação, 61% dos projetos de 2011 estiveram além do estimado, aproximadamente a mesma quantidade observada em 2010, ou seja, de 61,1%. Esses números preocupam, pois demonstram um alto risco de insucesso nas implantações.

De acordo com Momoh, Roy e Shehab (2010) os desafios na implantação do ERP são os motivos de falha em muitos projetos, conforme pesquisa em que identificaram os seguintes fatores críticos de insucesso: customização excessiva; dilema da integração interna; pobre entendimento das implicações de negócio e seus requisitos; falta de gestão de mudança; pobre qualidade de dados; mau alinhamento entre TI e negócio; custos ocultos; treinamento limitado; e falta de apoio da alta administração.

Além disso, esses autores citam que a falta de conhecimento das empresas sobre a implantação de ERP tem exigido delas um esforço considerável nesses projetos. Concluem que muitos projetos foram cancelados devido ao alto custo e duração, que, por sua vez, são reflexos do esforço empregado na implantação decorrente dessa falta de conhecimento (MOMOH; ROY; SHEHAB, 2010).

Assim como a pesquisa desses autores contribui para o entendimento das dificuldades enfrentadas na implantação do ERP, é importante pesquisar o que outros autores estão dizendo sobre o assunto e, ainda, identificar quais as publicações mais relevantes sobre ERP. Para esse fim, a Bibliometria é a mais indicada dada sua finalidade conforme descrito na seção a seguir.

1.1. BIBLIOMETRIA

(20)

de conhecimento em determinado assunto ( PRITCHARD, 1969; GUEDES; BORSCHIVER, 2005).

Dois indicadores da bibliometria, o h-index e o g-index, são utilizados para aplicação de métodos estatísticos relacionados à identificação de autores mais relevantes em um determinado assunto. O primeiro é encontrado colocando as publicações de um determinado assunto em ordem decrescente por quantidade de citações. O h-index será o último número cuja a quantidade de citações de um artigo é igual ou maior que a sua posição na ordenação. Já o g-index também recomenda colocar as publicações por ordem decrescente de quantidade de citações, porém, a medida em que se avança as citações são somadas até que o número acumulado de citações seja igual ou maior que o quadrado da posição da ordenação (EGGHE, 2006; FRANCESCHINI; MASIANO, 2010). O Apêndice A apresenta a origem da bibliometria bem como maiores detalhes sobre suas leis e índices.

Essa perspectiva será utilizada nesta pesquisa com o intuito de identificar o referencial teórico relevante, buscando minimizar os riscos de ignorar publicações importantes, como aconteceu com Pritchard quando se intitulou, equivocadamente, como o criador do termo bibliometria (FONSECA, 1973). A pesquisa utilizará ferramentas de indexação de conteúdo, que têm a capacidade de indexar publicações em diferentes idiomas. Mesmo assim, não é possível afirmar que todo o conteúdo relevante será utilizado nesta dissertação. É possível afirmar que será empregado todo o esforço possível para buscar o conteúdo relevante conforme as ferramentas acessíveis e prazos definidos para a conclusão deste estudo.

1.1.1. Identificação das palavras-chave

Identificar adequadamente a linha de pesquisa é premissa para a condução da pesquisa em si. Neste caso, a partir desta identificação, foi conduzida uma pesquisa inicial por assunto relacionado às intenções desta no Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

A CAPES desempenha papel fundamental na evolução dos programas de pós-graduação no Brasil. Seu foco é, principalmente, atuar na expansão dos programas de stricto sensu, mestrado e doutorado, em todo o território nacional. Dentre as suas atividades está a de promover o acesso e a divulgação da produção científica (CAPES, 2012a).

(21)

internacional. É composto por mais de 30 mil títulos com texto completo, 130 bases referenciais, dez bases dedicadas a patentes, livros, enciclopédias, obras de referências, normas técnicas, estatísticas e conteúdo áudio visual (CAPES, 2012b).

Um dos objetivos do Portal de Periódicos é equalizar o acesso à informação entre as instituições de ensino e pesquisa no Brasil. Sem o portal seria complexo e custoso manter e atualizar todas as bibliotecas com as publicações científicas recentes. É uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento das pesquisas no Brasil (CAPES, 2012b). Por esses motivos, o Portal de Periódicos foi utilizado para encontrar o conteúdo relevante para esta pesquisa.

As pesquisas no Portal de Periódicos iniciaram com o objetivo de identificar artigos relacionados com o tema pesquisado. O objetivo principal, nesse momento, foi extrair desses artigos as palavras-chave para, num segundo momento, identificar a produção científica relevante, conforme as definições da bibliometria.

Para executar uma pesquisa no portal é necessário ter um termo de pesquisa, que seria a palavra-chave, e a área de conhecimento que se pretende pesquisar. A área de conhecimento utilizada na pesquisa inicial teve como referência o portal da CAPES, que detém a relação das áreas de conhecimento. O objetivo da existência dessas áreas é agrupar e organizar o conteúdo produzido, uma finalidade prática (CAPES, 2012c).

As áreas de conhecimento também são utilizadas para organizar as áreas de avaliação que se aplicam na análise dos programas de fomento da CAPES. Por esse motivo, foi criada, em 23 de janeiro de 2008, através da portaria No 9, a área de conhecimento multidisciplinar. Ela engloba as áreas: interdisciplinar; ensino de ciências e matemática; materiais e biotecnologia. Dentro da área interdisciplinar estão as subáreas: meio-ambiente e agrárias; engenharia, tecnologia e gestão; saúde e biológicas; e sociais e humanidades (CAPES, 2012c).

Assim, segundo a CAPES, estão dentro da área multidisciplinar as áreas de engenharia, tecnologia e gestão. Como o assunto implantação de ERP está diretamente relacionado com tecnologia e gestão, entende-se que esta pesquisa está classificada nessa área. Diante dessas observações, a área multidisciplinar foi escolhida para condução das pesquisa iniciais.

(22)

para busca no Portal de Periódicos corresponde exatamente as grandes áreas de conhecimento estipuladas pela CAPES (2012e).

O termo de pesquisa escolhido para a consulta foi Enterprise Resource Planning. O motivo da escolha desse termo se apoia na suposição de que qualquer material que fosse encontrado com ele deveria estar diretamente, ou indiretamente, ligado ao tema desta pesquisa. Também foram executadas consultas com a sigla ERP. Contudo, apareciam nos resultados, em determinados momentos, artigos não relacionados ao sistema de gestão empresarial. Houve ocorrências em que ERP estava relacionado a Event-Related Potentials – ou potenciais relacionada a evento. Tal fato foi observado, por exemplo, na base de dados

Oxford Journals, da Oxford University Press. Essa base de dados mantém periódicos de áreas de conhecimento distintas e, dentre elas, medicina e ciências sociais (OXFORD, 2012). Para descobrir tal informação foi necessário acessar o website da base de dados Oxford.

Para pesquisar os documentos, o portal apresenta uma relação de bases de dados, dentro da área multidisciplinar, conforme a Tabela 1. Todas as bases foram utilizadas na pesquisa inicial para não excluir, inadvertidamente, alguma base relevante. Tal critério também foi motivado pela incerteza sobre a quantidade de documentos que seriam apresentados pelo portal. Para que os documentos recuperados tivessem exatidão com o termo de pesquisa escolhido, foi necessário colocá-lo entre aspas duplas. Esse critério faz com que o Portal de Periódicos procure exatamente o termo. Caso contrário, o critério de consulta é identificar qualquer uma das palavras que façam parte do termo informado.

A consulta foi executada em três dias diferentes e o motivo foi o fato de que não havia tempo hábil para avaliar todo conteúdo identificado em um único dia. A quantidade de documentos identificados variou de um dia para outro e tal fato também foi registrado na Tabela 1. Como o número de documentos recuperados foi expressivo, conforme as quantidades apresentadas a seguir, o escopo foi limitado, tendo como critério o conteúdo mais recente publicado sobre o assunto. Para identificar as palavras-chave, foram consultados os artigos publicados entre 2008 e 2012, uma vez que a pesquisa bibliográfica aconteceu ainda em 2012.

(23)

Tabela 1 – Bases de dados multidisciplinar

Base de Dados Tipo Ocorrências em:

08/05/12 14/05/12 16/05/12

Academic Search Premier - ASP (EBSCO)

Referenciais com resumos e

textos completos. 2.432 2.436 2.440

Cambridge Journals Online Textos completos. 7 7 0

Higwire Press Textos completos. 0 0 0

Nature (NPG) Textos completos. 1.951 4.634 4.635

Oxford Journals (Oxford

University Press) Textos completos. 53 53 53

SciELO.ORG Textos completos e websites com

periódicos de acesso gratuito. 9 9 9

Science (AAAS) Textos completos. 0 0 0

ScienceDirect (Elsevier) Textos completos. 2.292 2.294 2.295

SpringerLink (Metapress) Textos completos. 31.077 31.148 31.155

Wiley Online Library Textos completos. 738 740 741

Total 38.559 41.321 41.328

A segunda consulta, utilizando os mesmos critérios, foi realizada no dia 14/05/2012 e foram identificados 41.321 ocorrências, cuja distribuição também está na Tabela 1. Da mesma forma que na consulta anterior, o Portal de Periódicos apresentou apenas os primeiros 196 registros. Utilizando-se o mesmo critério de tempo, o escopo se reduziu a 115 (vide Figura 1), que corresponderam a 58,67% dos apresentados.

Figura 1 – Distribuição dos documentos por ano

Documentos por ano em

08/05/2012

Documentos por ano em

14/05/2012

Documentos por ano em

16/05/2012

(24)

A terceira consulta, também se utilizando os mesmos critérios, foi realizada no dia 16/05/2012, quando foram identificadas 41.328 ocorrências e o Portal de Periódicos apresentou os 189 primeiros registros. Aplicando o critério de tempo, o escopo reduziu para 117 (vide Figura 1), que corresponderam a 61,19% dos apresentados.

Além dos critérios já apresentados, somente documentos classificados no estrato Qualis CAPES A1, A2, B1 e B2 foram considerados. O estrato Qualis é um procedimento adotado pela CAPES como critério de avaliação da qualidade da produção intelectual dos programas de pós-graduação. A avaliação Qualis é feita sobre os periódicos, assim, todos os artigos publicados naquele veículo recebem a sua qualificação. A avaliação é revisada anualmente e pode ter como indicativo de qualidade: A1, o mais elevado; A2; B1; B2; B3; B4; B5; e C, com peso zero (CAPES, 2012f). Logo, os estratos Qualis A1 a B2 seriam os periódicos mais bem qualificados.

Para consulta do estrato Qualis, a CAPES disponibiliza o portal Webqualis (CAPES, 2012g), que permite consultar sobre um determinado periódico através de seu número ISSN, pelo título do periódico ou pela área de conhecimento e estrato (CAPES, 2012g). Foram identificados a partir da pesquisa inicial 29 periódicos, no dia 08/05/2012, 30 periódicos, no dia 14/05/2012, e 28 periódicos no dia 16/05/2012. Todos tinham pelo menos um documento cujo termo Enterprise Resource Planning aparece ao menos uma vez. Também é possível identificar quantos documentos foram encontrados em cada periódico (vide Figura 2).

Foi realizada uma consulta ao portal Webqualis (CAPES, 2012g) pelo nome de cada um dos periódicos identificados. Caso o periódico estivesse dentro do critério Qualis estipulado, então se procedia à consulta dos artigos desse; caso o artigo do periódico selecionado estivesse dentro do período de tempo estipulado, procedia-se à análise do seu conteúdo; se fosse relevante e correlato ao tema, era armazenado; e, caso contrário, era descartado.

Além dos documentos identificados, repetiu-se o protocolo de consulta também em outras bases de dados afins ao tema, sendo elas: administração, ciências contábeis e turismo; ciências exatas e da terra; ciências humanas; e engenharia. O motivo foi o de expandir a base de consulta para identificar outros possíveis artigos relevantes à pesquisa.

(25)

sendo citado por outro artigo, provavelmente sua data de publicação extrapolaria o período inicialmente estipulado.

Figura 2 – Distribuição dos documentos por periódico

Documentos por periódico em

08/05/2012

Documentos por periódico em

14/05/2012

Documentos por periódico em

16/05/2012

Fonte CAPES (2012d).

Concluídas as pesquisas iniciais foram recuperados 55 artigos cuja distribuição, conforme o periódico de origem e o estrato Qualis correspondente, pode ser vista na Tabela 2. Concluído o levantamento inicial dos artigos, procedeu-se à leitura dos seus resumos e ao cadastro das palavras-chave registradas em cada documento. Foram encontradas 179 palavras-chave e as que tiveram ao menos duas ocorrências estão relacionadas na Tabela 3.

(26)

termos e preservando o significado, restaram os termos: Enterprise Resource Planning;

Critical Success Factors; e Implementation.

Tabela 2 – Quantidade de artigos recuperados para pesquisa de palavras-chave

Periódicos Artigos

A1

International Journal of Production Economics 7

Computers in Human Behavior 4

Omega (The International Journal Of Management Science) 3

Communications of ACM 2

Decision Support Systems 2

International Journal of Information Management 2

The Journal of Systems and Software 2

European Journal of Operational Research 1

Expert Systems with Applications 1

A1 Total 24

A2

Computers in Industry 7

Information & Management 3

Industrial Management & Data Systems 2

Information and Software Technology 1

Information Systems 1

Journal of manufacturing technology management 1

IEEE Transactions on Engineering Management 1

A2 Total 16

B1

International Journal of Innovation 1

Journal of Information Technology 1

Kybernetes 1

Management Research News 1

The International Journal of Advanced Manufacturing Technology (internet) 1

Interacting with computers 1

B1 Total 6

B2

Business Process Management Journal 4

JISTEM Revista de Gestão da Tecnologia e Sistemas de Informação 2

Information Management & Computer Security 1

International Journal of Advanced Manufacturing Technology (Internet) 1

Journal of Organizational Computing and Electronic Commerce 1

B2 Total 9

Total 55

(27)

termo inicial de consulta. Também é importante registrar que nem todos os artigos recuperados tinham o referido termo como palavra-chave.

Tabela 3 – Palavras-chave recuperadas

Id Palavra-Chave Quantidade Ocorrências

1 Enterprise Resource Planning 15 2 Manufacturing Resource Planning 9 3 Enterprise Resource Planning (ERP) 7 4 Critical success factors 5

5 ERP 5

6 ERP Implementation 5

7 Implementation 3

8 China 2

9 Customization 2

10 End-user satisfaction 2 11 Enterprise Resource Planning Systems 2

12 ERP Systems 2

13 Information Systems 2 14 Integrated Information Systems 2 15 Perceived usefulness 2

16 Project Management 2

17 Risk Management 2

18 Structural Equation Modeling 2

19 Survey 2

20 Technology Adoption 2

1.1.2. Identificação de artigos relevantes

Identificadas as palavras-chave, o próximo passo foi a identificação dos artigos mais relevantes dentro do tema desta pesquisa. Teve início, então, a pesquisa sobre quais mecanismos e ferramentas poderiam ser utilizados para auxiliar na recuperação de tais artigos.

Há bastante tempo se discute sobre a criação de um índice que possa servir para a publicação científica. Tal índice teria a finalidade de organizar e categorizar a produção científica, tornando mais fácil sua recuperação e difusão. Com o uso de tal índice, o conhecimento científico seria mais largamente propagado, eliminando, assim, qualquer tipo de discriminação sobre o acesso à produção científica (GARFIELD, 1963).

(28)

auto intitula como o portal com habilidade de entregar conteúdo relevante e com qualidade, contendo 47 milhões de registros (ELSEVIER, 2012b).

Um segundo portal disponível para consulta é o Web of Knowledge (WOK) (REUTERS, 2012a). Esse, por sua vez, disponibiliza acesso a outras bases de dados, dispensando, assim, a necessidade do usuário pesquisador se cadastrar em cada uma delas e realizar pesquisas em separado. A vantagem do WOK é que ele já consolida os resultados encontrados em todas as bases que acessa, eliminando as redundâncias. É considerado como uma forte ferramenta para pesquisar, rastrear, medir e colaborar com outros cientistas, além de conter citações de mais de 100 anos (REUTERS, 2012b).

Outro portal é o EBSCO (EBSCO, 2012a), que, assim como os anteriores, é considerado uma ferramenta de acesso à bases de dados de publicações e citações, permitindo a consulta a mais de 375 bases de texto completo e outras bases de pesquisa (EBSCO, 2012b). Além desses portais existem outros com finalidades semelhantes. Dentre eles pode-se acrescentar o Google Scholar (GOOGLE, 2012b), um portal para consulta de conteúdo acadêmico como artigos, livros, teses e outros, que serve de auxílio na identificação do conteúdo mais relevante do mundo acadêmico (GOOGLE, 2012a). Sua diferença dos demais está no seu acesso, que é gratuito. Contudo, apesar disso, o acesso aos documentos indexados e apresentados nas respostas às consultas nele realizadas dependem da base de dados onde estão armazenados. Isso significa que é possível identificar gratuitamente um documento relevante, mas pode não ser possível acessá-lo na íntegra, gratuitamente.

Os portais de busca também permitem superar a barreira do idioma, já que as ferramentas apresentam artigos em qualquer idioma, se o artigo possuir as palavras-chave pesquisadas. Tal artifício reduz a chance de desconsiderar conteúdo relevante publicado em idiomas diferentes do inglês e português.

Assim, serão utilizados os portais de busca Scopus e WOK para a recuperação de conteúdo que suportará a revisão da literatura sobre implantação de ERP. Revisando um conceito oriundo da bibliometria, o h-index mede e ordena os autores conforme a quantidade de citações que cada um recebeu, e, define os mais relevantes como os autores cujo o número de citações recebidas é igual ou maior que a sua posição na fila de autores em que ele se encontra (HIRSCH, 2005). Esse mesmo conceito pode ser aplicado aos artigos, permitindo, assim, identificar, dentre um grupo de artigos, qual a ordem de relevância desses, segundo a quantidade de citações que cada um recebeu, e os mais relevantes, a partir do h-index

(29)

Levando em consideração esse conceito de h-index para publicações, explica-se porque a escolha se deu pelos dois portais mencionados, pois, permitem maior cobertura de conteúdo do que um único portal e, ainda, a partir deles é possível identificar o h-index dos documentos recuperados. A pesquisa nesses portais se deu utilizando a parametrização padrão de cada um deles. Também não foi aplicado nenhum tipo de limite de tempo. Os resultados estão apresentados na Tabela 4.

Tabela 4 – Pesquisa por conteúdo relevante

Termo Scopus WOK

Quantidade de Artigos h-index Quantidade de Artigos h-index

Enterprise Resource Planning 7074 70 1996 43 Enterprise Resource Planning +

Critical Success Factors 223 27 93 22 Enterprise Resource Planning +

Implementation 1743 53 445 40

Enterprise Resource Planning + Critical Success Factors + Implementation

173 24 90 22

Recuperou-se, então, os 24 artigos indicados pelo portal Scopus e os 22 artigos indicados pelo portal WOK. Os títulos estão apresentados, conforme a ordem de relevância, no Quadro 1.

Quadro 1 – Artigos relevantes nos portais Scopus e WOK

Scopus WOK

1 Enterprise resource planning: Implementation procedures and critical success factors

Enterprise resource planning: Implementation procedures and critical success factors

2 The critical success factors for ERP implementation: An organizational fit perspective

The critical success factors for ERP implementation: an organizational fit perspective

3 Critical success factors model for ERP implementation

Assimilation of enterprise systems: The effect of institutional pressures and the mediating role of

top management

4 Enterprise resource planning: A taxonomy of critical factors

Enterprise resource planning: A taxonomy of critical factors

5 A taxonomy of players and activities across the ERP project life cycle

What happens after ERP implementation: Understanding the impact of interdependence and

differentiation on plant-level outcomes

6 The ERP Revolution: Surviving vs. Thriving A taxonomy of players and activities across the ERP project life cycle

7 A framework of ERP systems implementation success in China: An empirical study

A framework of ERP systems implementation success in China: An empirical study

8 ERP implementation: Chief information officers' perceptions of critical success factors

Enterprise information systems project implementation: A case study of ERP in

Rolls-Royce

9

Critical elements for a successful enterprise resource planning implementation in small- And

medium-sized enterprises

ERP implementation: Chief Information Officers' perceptions of critical success factors

10 Identifying critical issues in enterprise resource planning (ERP) implementation

ERP implementation failures in China: Case studies with implications for ERP vendors

11 Critical success factors for enterprise resource planning implementation and upgrade

Identifying critical issues in enterprise resource planning (ERP) implementation

(30)

Scopus WOK

12 Successful use of e-procurement in supply chains

Critical elements for a successful enterprise resource planning implementation in small- and

medium-sized enterprises

13 Implementing Enterprise Resource Planning

Systems: The Role of Learning from Failure Data quality issues in implementing an ERP

14 Beyond critical success factors: A dynamic model of enterprise system innovation

Aligning ERP implementation with competitive priorities of manufacturing firms: An exploratory

study

15

Achievement assessment for enterprise resource planning (ERP) system implementations based on

critical success factors (CSFs)

Causes influencing the effectiveness of the post-implementation ERP system

16 Examining the critical success factors in the

adoption of enterprise resource planning Successful use of e-procurement in supply chains

17 Success and failure factors of adopting SAP in ERP system implementation

Beyond critical success factors: A dynamic model of enterprise system innovation

18

The impact of critical success factors across the stages of enterprise resource planning

implementations

The impact of ERP implementation on business process outcomes: A factor-based study

19 Data quality issues in implementing an ERP Investigating success factors in enterprise application integration: a case-driven analysis

20 An AHP-based methodology to rank critical success factors of executive information systems

Achievement assessment for enterprise resource planning (ERP) system implementations based on

critical success factors (CSFs)

21 Critical success factors for lean implementation

within SMEs TQM-A predecessor of ERP implementation

22 Critical success factors for integration of CAD/CAM systems with ERP systems

An integrative framework for the assimilation of enterprise resource planning systems: Phases,

antecedents, and outcomes

23 Strategic technology adoption: Extending ERP

across the supply chain - 24 TAM-based success modeling in ERP -

Combinando os documentos das duas bases têm-se 34 documentos únicos. Esses seriam os 34 documentos mais relevantes para esta pesquisa, conforme aquelas bases. Dos documentos únicos recuperados, apenas cinco estavam na relação dos 55 iniciais.

Ainda sobre o idioma, dentre os documentos recuperados, a base WOK informou que existem documentos em inglês e eslovaco. Já a base Scopus informou que existem documentos em inglês, chinês, lituano e português. A título de curiosidade foi feita a pesquisa pelo termo sistema de gestão empresarial - Enterprise Resource Planning. Os dois portais não retornaram nenhum documento.

1.2. PROBLEMA E QUESTÃO DE PESQUISA

(31)

Durante a implantação de um ERP ocorrerão mudanças na forma de como o trabalho é realizado. Essas mudanças devem ser gerenciadas para que aconteçam de forma produtiva e sem surpresas. Tal gestão é uma atividade importante e deve abranger as necessidades de mudança de escopo do projeto, resistência à mudança das pessoas impactadas pelo projeto, mudança nos processos de negócio e mudanças no próprio ERP (MARNEWICK; LABUSCHAGNE, 2005).

As empresas nem sempre entendem da necessidade de liberar seus melhores profissionais para o projeto e, quando entendem, nem sempre acreditam que seja possível, pois temem que as atividades cotidianas sejam impactadas de maneira negativa (MOMOH; ROY; SHEHAB, 2010). Woo (2007) também destaca a importância de envolver os melhores profissionais da empresa no projeto de ERP, apresentando-a como um dos fatores críticos de sucesso. Tal necessidade é motivada pela complexidade do trabalho e também porque vários requisitos de negócio serão necessários. Trabalhando somente com a equipe de TI, que tem alta capacitação em software, hardware e até mesmo em arquitetura da informação, a visão de negócio pode ficar incompleta ou ser desconsiderada (WOO, 2007).

Muitos estudos já foram desenvolvidos sobre a implantação de ERP e casos de sucesso e insucesso. Já existem informações disponíveis sobre implantação de ERP para auxiliar empresas nessa etapa. Mesmo assim, muitos projetos continuam a falhar. Um dos estudos identificou oito fatores relacionados à implantação de ERP que são gerência de projetos, capacidade de execução e avaliação do projeto ERP na empresa, apoio da alta administração, reengenharia de processos de negócio, serviços de consultoria, questões de custo e orçamento, desenvolvimento de recursos humanos e infraestrutura de TI. Desses oito fatores, os seis primeiros foram identificados como os mais relevantes na pesquisa em questão e são caracterizados como fatores críticos de sucesso (EHIE; MADSEN, 2005).

(32)

gerenciamento de projetos, de recursos humanos, gerenciais, fornecedor e consultores, processos e técnicos.

Além dos fatores críticos, uma importante observação em relação a projetos de ERP diz respeito a sua aceitação e uso por seus usuários, visando o retorno pretendido com o investimento na sua implantação. Somente através da utilização do ERP será possível maximizar os resultados esperados com sua implantação (KERIMOGLU; BASOGLU; DAIM, 2008). Essa utilização dependerá, dentre outros fatores, da aceitação do ERP por seus usuários que pode ser medida por modelos específicos para esse fim. O modelo de aceitação de tecnologia – ou technology acceptance model (TAM) – é um deles e foi desenvolvido por Davis (DAVIS, 1986; DAVIS; BAGOZZI; WARSHAW, 1989) para identificar e explicar os determinantes na aceitação de tecnologia em geral.

Utilizando uma variação do TAM em sua pesquisa, Kerimoglu, Basoglu e Daim (2008) descobriram que os usuários indicaram que a empresa não estava pronta para implantar o ERP e atribuíram a ela, e não ao sistema, a culpa pela falha na implantação. Os autores ainda acrescentam que o ERP seja talvez uma das tecnologias mais inclusivas nas organizações e sua adoção no nível organizacional é um dos fatores mais importantes.

Observando que a existência de pesquisas anteriores sobre os fatores críticos na implantação do ERP e que esta implantação está fortemente apoiada em pessoas e, ainda, na aceitação do sistema por parte delas apesar da decisão de implantar nem sempre envolvê-las, surge uma oportunidade de pesquisa no que diz respeito à implantação de um ERP, bem como na influência de fatores críticos da sua implantação na aceitação dessa solução por parte de seus usuários. Assim, pergunta-se: Como se dá a influência dos fatores críticos na implantação de um sistema ERP na aceitação pelos seus usuários?

1.3. OBJETIVOS

1.3.1. Objetivo Geral

Desenvolver um modelo de aceitação de sistema ERP por seus usuários com base em fatores críticos de sua implantação.

1.3.2. Objetivos Específicos

Na busca do objetivo geral apresentado, os seguintes objetivos específicos foram estabelecidos:

(33)

• Avaliar a aceitação de um ERP por seus usuários; e

• Identificar hipóteses relacionando os fatores críticos de implantação de um ERP e sua aceitação por seus usuários.

1.4. JUSTIFICATIVA

Apesar de muitos estudos já desenvolvidos nessa área terem apresentados modelos e processos de implantação, como já dito, ainda assim projetos continuam a falhar de alguma forma. Uma pesquisa realizada por uma empresa de consultoria (PANORAMA, 2012) apontou que apenas 33% dos projetos de implantação de ERP em 2011 aconteceram conforme o orçamento planejado. O mesmo relatório aponta que apenas 38% dos projetos foram realizados no prazo estimado.

Ainda existem relatos de empresas que moveram ações judiciais contra seus fornecedores de ERP ou até mesmo que faliram devido ao insucesso na implantação (HOLLAND; LIGHT, 1999). Acredita-se que entender fatores que influenciam no sucesso ou insucesso de implantações de um ERP possa auxiliar na evolução dos métodos empregados nessa atividade. A revisão da literatura sobre o assunto, seguida de um estudo de caso, poderá auxiliar na validação do que já se sabe a respeito ou, ainda, acrescentar novas possibilidades. 1.5. RELEVÂNCIA

Esta pesquisa tem relevância teórica, uma vez que, como já dito, busca contribuir para a expansão do conhecimento acadêmico existente sobre a implantação de um ERP. A tentativa de ampliar o conhecimento está na busca pelo melhor entendimento dos fatores críticos que influenciam uma implantação de ERP bem como pela relação entre esses fatores e a aceitação dessa tecnologia.

Observando-se uma publicação sobre fatores críticos de insucesso na implantação de ERP por país (MOMOH; ROY; SHEHAB, 2010), não houve referência a nenhuma publicação no Brasil sobre fatores críticos de insucesso ou casos de insucesso na implantação de um ERP, conforme a Tabela 5. Dessa forma, esta pesquisa também tem relevância ao contexto de pesquisa acadêmica brasileira.

(34)

estudo de caso como em outras empresas que possam se beneficiar dos resultados encontrados.

Tabela 5 – Publicações de insucesso em ERP por país

País/Região Número de Citações

Estados Unidos 36

Reino Unido 13

Chipre 9

Índia 6

Irlanda 6

Finlândia 5

Austrália 4

Ásia 4

Grécia 4

Alemanha 3

França 3

Canadá 3

Japão 3

Taiwan 3

Holanda 2

Meio Leste e África 2

México 2

Bahrain 1

Total 109

Fonte: Momoh, Roy e Shehab (2010), adaptado pelo Autor.

1.6. PRÓXIMAS SEÇÕES

Além deste capítulo de introdução, mais seis compõem este projeto de pesquisa. O segundo e o terceiro proporcionam a fundamentação teórica necessária à pesquisa, que tem entre funções de destaque, conforme Sampieri, Collado e Lucio (2006, p. 53): evitar que erros cometidos em outros estudos se repitam; ajuda na realização da pesquisa com a revisão do que já foi produzido; ampliar ou focar o ambiente de estudo conforme outras pesquisas que já foram realizadas; ajudar na interpretação dos resultados encontrados servindo como marco de referência.

O capítulo dois apresenta o que é um ERP e segue com explanações sobre seu processo de implantação, quais são os fatores críticos de sucesso e de insucesso em projetos de ERP e conclui com uma definição de fatores críticos para esses projetos. Em seguida o capítulo três apresenta o TAM expondo sua origem e suas variações, uma seção de revisão dos estudos sobre ERP e TAM e, encerrando o capítulo, o modelo de pesquisa deste estudo.

(35)

de dados. Também há uma seção sobre a análise dos dados coletados bem como as técnicas que foram utilizadas, uma seção sobre os recursos tecnológicos necessários à realização desta pesquisa encerrando com uma seção sobre a qualidade da mesma.

(36)

2. ERP – ENTERPRISE RESOURCE PLANNING

A competição e as exigências do mercado corporativo tem demandado às empresas agilidade na inovação de seus produtos e processos de trabalho. Essa demanda por inovação faz com que essas empresas busquem soluções inovadoras, mas, ainda assim, se a implantação dessas soluções demandar muito tempo ou se acontecerem de forma muito rápida e não respeitando o quesito agilidade, pode-se não conquistar os benefícios esperados (AMOAKO-GYAMPAH, 2007).

Dentro dessa perspectiva está o ERP, que, muitas vezes, é visto como uma inovação para empresas que vêem na sua implantação a conquista das inovações em seus processos. É considerada uma solução apropriada para empresas que buscam melhores práticas em seus sistemas de informação (MOMOH; ROY; SHEHAB, 2010).

2.1. O QUE É?

O ERP é um sistema, que corresponde a um pacote de software de automação e integração de processos, que permite reutilizar a informação e reduzir a duplicidade na digitação da mesma (MARNEWICK; LABUSCHAGNE, 2005). São programas de computador que promovem a integração entre diversos setores de uma empresa, como finanças, recursos humanos, vendas, distribuição e outros (AMOAKO-GYAMPAH, 2007).

Trata-se de uma evolução de sistemas mais antigos. O primeiro sistema da cadeia de onde derivou o ERP é o Material Requirements Planning (MRP) - ou planejamento de solicitação de materiais. Esse sistema foi desenvolvido para auxiliar na definição de quais materiais e em que quantidade deveriam ser solicitados aos fornecedores. A evolução do MRP foi o Manufacturing Resource Planning (MRPII) – ou planejamento de recursos de manufatura -, cujo foco era o planejamento de recursos para a produção de itens de consumo, a gestão da capacidade e o agendamento de ações. A evolução do MRPII foi o ERP, com um conceito de sistema de gestão empresarial totalmente integrado ( KLAUS; ROSEMANN; GABLE, 2000; ANNAMALAI; RAMAYAH, 2011; ABDINNOUR-HELM et al., 2003).

(37)

módulos que o acompanham e pode ser integrado com sistemas corporativos que fazem parte, ou venham a fazer, da empresa onde for instalado (KLAUS; ROSEMANN; GABLE, 2000).

A consultoria Panorama Consulting (PANORAMA, 2012) indicou em seu relatório que o custo médio para implantação de um ERP é de aproximadamente oito milhões de dólares. Também, no mesmo relatório, indicou que o custo da implantação apresenta a variação média de dois milhões de dólares além do orçado. Ou seja, o custo de implantação de um ERP supera, em média, 25% do estimado (PANORAMA, 2012). Outra pesquisa indicou, ainda, que o mercado de ERP em 2006 estava estimado em 28,8 bilhões de dólares e, em 2011, tinha estimativa de 47,7 bilhões de dólares (JACOBSON et al., 2007).

Acredita-se, ainda, que o ERP estaria mais adequado para empresas com expectativa em relação à integração dos seus setores e, também, melhores práticas em sistemas de informação (MOMOH; ROY; SHEHAB, 2010). Os motivos para a sua implantação necessitam de destaque pelos seus benefícios em empresas com departamentos integrados: visão unificada de todos os setores e funções; e uma base de dados corporativa, onde todas as transações de negócio são armazenadas, processadas e monitoradas (UMBLE; HAFT; UMBLE, 2003).

Outros benefícios decorrentes de um ERP envolvem a redução de pessoal, a redução do custo de tecnologia da informação, o melhor controle dos estoques, melhorias nas solicitações de compras e, também, na gestão do capital financeiro (UMBLE; HAFT; UMBLE, 2003). Ainda como benefícios decorrentes da automação de processos que proporciona por meio dos seus módulos integrados e com finalidades específicas estão o maior entendimento e controle sobre os processos; a melhora da gestão e o suporte à tomada de decisão; a melhor organização dos processos de negócios; a redução de vendas perdidas; o incremento de performance; e o aumento de produtividade dentre outros (THEMISTOCLEOUS; IRANI, 2001).

Nesse contexto de benefícios com o ERP, Annamalai e Ramayah (2011) pesquisaram sobre a implantação de duas marcas de ERP para uso em diferentes países. Apesar de algumas divergências, os benefícios apresentam coerência entre países distintos e foram listados por categoria no Quadro 2.

Quadro 2 – Categoria de benefícios na implantação de ERP

Categoria Definição

Benefícios

operacionais São aqueles que surgem da automação de processos interdepartamentais.

(38)

Categoria Definição

Benefícios gerenciais

Aqueles que surgem a partir da utilização de dados para melhor planejar e gerir a produção, mão de obra, inventário de recursos físicos e vigilância e controle do desempenho financeiro de produtos, clientes, linhas de negócio e área geográfica. Benefícios

estratégicos

Foco nos benefícios que surgem da habilidade de sistemas de suportar o crescimento do negócio.

Benefícios de infraestrutura de TI

Consiste nos benefícios típicos do departamento de TI que surgem da redução do custo de manutenção de sistemas legados1.

Benefícios organizacionais

Derivados da simplificação de aprendizado do negócio, empoderamento da equipe e elevação da moral e satisfação dos empregados.

Fonte: Annamalai e Ramayah (2011), adaptado pelo Autor.

2.2. PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO

Escolher um ERP é mais do que adquirir um software. O sistema a ser implantado contempla a visão de seu fabricante sobre os processos corporativos de muitas empresas. Essa visão provavelmente implicará em adaptações nos processos corporativos para adequação aos processos do novo sistema. Por isso, é importante encontrar um ERP que consiga manter as forças da empresa e consiga solucionar suas fraquezas, pois deve-se manter o foco em melhorar o negócio e não em se desenvolver o ERP (SOH; KIEN; TAY-YAP, 2000; UMBLE; HAFT; UMBLE, 2003).

Por esse motivo, a seleção do ERP deve ser conduzida com bastante cautela. É importante que o sistema seja adequado à organização. Fatores como customização do sistema ou adaptação dos processos corporativos são relevantes para a avaliação da adequação desse sistema à empresa. Antes da implantação de um ERP, é importante que a gestão da empresa tenha conhecimento de quão adequado está o sistema para a empresa e, ainda, que tipo de esforço e em que quantidade será necessário para que o sistema seja implantado. A empresa deve decidir, antecipadamente, se pretende customizar o sistema para que ele se adeque aos seus processos ou, em contra partida, se pretende adequar seus processos para receber o sistema (HONG; KIM, 2002). Essa avaliação minimizará o esforço na implantação do ERP (NGAI; LAW; WAT, 2008).

Ainda sobre a seleção do ERP, alguns modelos foram propostos para facilitar a escolha do ERP mais adequado. Wei, Chien e Wang (2005) propuseram um modelo baseado no Analytic Hierarchy Process (AHP) – ou Processo Analítico Hierárquico - para a seleção do ERP. O modelo proposto contou com os seguintes passos: a) forme uma equipe de projeto e

1

(39)

colete toda informação possível sobre ERP e seus vendedores; b) identifique as características do ERP; c) construa uma relação de objetivos fundamentais e objetivos de significado; d) extraia dos objetivos identificados os atributos a serem avaliados; e) elimine vendedores utilizando perguntas específicas que foram formuladas com base nos requisitos do sistema; f) avalie os sistemas ERP disponíveis pelo método AHP; e g) discuta os resultados para fazer a escolha final.

Feita a seleção, a implantação seria o próximo passo. Segundo Marnewick e Labuschagne (2005), ela é composta por cinco fases e suportada por uma metodologia, conforme a Figura 3. A primeira fase é a de pré-implantação, que corresponde a identificação das necessidades operacionais e a definição do escopo do sistema, dos objetivos e das expectativas em relação aos benefícios. A segunda fase corresponde a uma avaliação mais detalhada da empresa para a melhor definição da característica do ERP. Nessa fase deve-se observar quais processos pretende-se suportar com o ERP e, a partir desses processos, definir quais módulos ou funções o ERP deve contemplar.

A terceira fase é a de desenho de como será o estado futuro da Empresa que se pretende atingir com a implantação, a partir das informações e análises realizadas nas duas primeiras fases. A quarta fase é a de construção, quando o sistema é configurado com os processos que foram definidos. A quinta fase é a de implantação, quando o ERP entra em processamento produtivo em sua fase final. É a fase em que o sistema e os usuários estão prontos para a execução dos processos suportados pelo sistema. A metodologia é o apoio sistemático para garantir e suportar todas as fases da implantação (MARNEWICK; LABUSCHAGNE, 2005).

Figura 3 – Fases da implantação do ERP

Imagem

Figura 1 – Distribuição dos documentos por ano
Figura 2 – Distribuição dos documentos por periódico
Tabela 2 – Quantidade de artigos recuperados para pesquisa de palavras-chave
Tabela 3 – Palavras-chave recuperadas
+7

Referências

Documentos relacionados

Ao tratar do comportamento das formas nominais e pronominais de tratamento em função das relações sociais perceptíveis entre remetente e destinatário em cartas escritas

Com a determinação em [24] de um conjunto suficiente de palavras para gerar o grafo dos contextos, podemos dividir os procedimentos para geração de uma apresentação mínima, não como

SATISFAÇÃO % de satisfação por parâmetro avaliado Macrobiótica O índice de Satisfação global deste sector (Linha Macrobiótica) situa‐se nos 82%, sendo a “Qualidade

Derivados isatilidênicos foram preparados a partir da reação de condensação de isatina com compostos metilênicos ativos, tais como: malonato de dietila, catalisada por

Como a informação circula, temos esse processo de pautar de dentro para fora, mas também somos pautados de fora para dentro, e isso é muito bom, porque recebemos retorno das

O modelo E-C-D pode ser utilizado na compreensão dos determinantes da estrutura vertical da indústria analisada pela teoria dos custos de transação. Uma breve síntese do modelo

The following parameters were measured on each occasion: maximal oxygen uptake (VO 2 max), running economy (RE), velocity at maximal oxygen uptake (vVO 2 max), velocity at 4mmol L

A análise dos dados em painel com efeitos aleatórios, após a exclusão dos outliers, demonstrou que há uma relação po- sitiva e estatisticamente significativa da remuneração