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Projeto de embalagem de perfume feminino de luxo - Geyza Dalmásio Muniz

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Projeto de embalagem de perfume feminino de luxo

Geyza Dalmásio Muniz

Monografia apresentada ao Curso de Desenho Industri-al — Programação VisuIndustri-al do Centro de Artes da Univer-sidade Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Desenho Indus-trial — Habilitação em Programação Visual. Orientador: Prof. Dr. Gilberto Kunz.

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Prof. Dr. Gilberto Kunz Orientador

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Prof. Marlus Pires

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Prof Ms. Paulo Cezar Pinheiro Guedes

Aprovada em ____________ de 2008.

Projeto de embalagem de

perfume feminino de luxo

Monografia apresentada ao Curso de Desenho Indus-trial — Programação Visual do Centro de Artes da Uni-versidade Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Dese-nho Industrial — Habilitação em Programação Visual. Orientador: Prof. Dr. Gilberto Kunz.

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A Deus, pela força e coragem de seguir adiante em mais esta etapa de minha vida.

A minha família e amigos, que me apoiaram e incentiva-ram a dedicar-me a este projeto, emprestando seus ouvi-dos nos momentos de angústia.

A meu orientador e querido amigo Gilberto Kunz, que me incentivou e cobrou resultados nos momentos apropria-dos, não me deixando desanimar.

Ao amigo Cézar Guedes, que co-orientou este trabalho e me ajudou fornecendo alguns materiais para pesquisa e seu precioso tempo.

Ao amigo Marlus Pires, por me apoiar no desenvolvimen-to deste projedesenvolvimen-to, contribuir com algumas fontes para mi-nha pesquisa e aceitar participar de mimi-nha qualificação. A professora Regina Rodrigues, que, mesmo sem tempo, conseguiu me ajudar com seus conhecimentos e suas habilidades na execução da parte pratica do trabalho. A Rogério Oliveira, designer que conheci através da in-ternet e que muito me ajudou a desvendar este fasci-nante universo da embalagem de perfume.

A Possatto Usinagem, especialmente a Ricardo Possatto, amigo que me ajudou na confecção dos mock-ups, dedi-cando seu tempo, seus equipamentos e me dando força.

sultado.

Aos integrantes do Atelier Tacto, que confeccionaram a embalagem de cerâmica pra mim e me ajudaram a en-contrar soluções para os problemas que surgiram na produção da peça.

A todas as pessoas que, de uma maneira ou de outra, contribuíram para a elaboração deste projeto, me dando apoio, estímulo para prosseguir e dividindo seus conhe-cimentos comigo.

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gens provocam nas pessoas, fazendo com que estas de-cidam por um determinado produto dentre tantos dispo-níveis no mercado.

Pretende responder, ao longo de seu desenvolvimento, as seguintes questões: como a embalagem pode inter-ferir na relação do consumidor com o perfume de luxo? Em que medida a embalagem interfere na decisão de compra de perfumes de luxo?

Apresenta uma proposta de embalagem de perfume de luxo feminino, inspirada na arte indígena e preocupada com a preservação do meio-ambiente, unindo o artesanal ao industrial, propondo inovação no setor através da utili-zação de novos materiais.

Palavras Palavras Palavras

Palavras----chave:chave:chave: design, embalagem, perfume, luxo, con-chave: sumo, artesanal, arte indígena.

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Capítulo Capítulo Capítulo

Capítulo 11 —11——— A Indústria de CosméticosA Indústria de CosméticosA Indústria de Cosméticos ..A Indústria de Cosméticos... ... .. .. .. 1114144 4

Segmentação ... 16

Expansão ... 16

Perfumes ... 19

História ... 19

Contribuição dos povos à perfumaria ... 20

O perfume e a moda ... 25 O perfume no Brasil ... 26 Influências do perfume ... 29 Anatomia de um perfume ... 30 Capítulo Capítulo Capítulo Capítulo 222 —2——— O Luxo e o ConsumoO Luxo e o ConsumoO Luxo e o Consumo ...O Luxo e o Consumo... .. 3.. .. 335355 5

O consumo de bens de luxo ... 36

O consumo e suas influências na atualidade ... 40

Definições do luxo ... 42

Capítulo 3 Capítulo 3 Capítulo 3 Capítulo 3 ——— A Embalagem —A Embalagem A Embalagem A Embalagem ... ... ... ... 48484848 História da embalagem ... 49

História da embalagem no Brasil ... 52

Definição e classificação das embalagens ... 53

Funções da embalagem ... 56 Estratégia de marketing ... 57 Embalagens de perfume ... 58 O processo de criação ... 58 Capítulo 4 Capítulo 4 Capítulo 4 Capítulo 4 ——— O Projeto da Embalagem de Perfume—O Projeto da Embalagem de PerfumeO Projeto da Embalagem de PerfumeO Projeto da Embalagem de Perfume .... .... .... .... 66661111 Briefing ... 62

Estudos de campo ... 64

Análise de perfumes femininos ... 67

Geração de alternativas ... 68

Estudos de cor ... 70

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Resultado final ... 76

Considerações Finais ... Considerações Finais ...Considerações Finais ...

Considerações Finais ... ... ... ... 858585 85 Referências ... Referências ...Referências ... Referências ... 8... 8... 88... 8888 Anexo ... Anexo ...Anexo ... Anexo ... ... ... 9... 9996666 Apêndice Apêndice Apêndice Apêndice ... 10... 10... 10... 107777

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Na era da globalização, em que a competitividade se a-cirra, onde os concorrentes possuem a mesma qualidade e a mesma tecnologia, elementos que tornem o produto diferente são cada vez mais valorizados.

A subjetividade tem sido a peça chave para a diferencia-ção. Tocar no ponto certo do público-alvo é o que se busca ao trabalhar-se a estética das embalagens. Criar um vínculo afetivo, fazer com que o consumidor sinta que aquele produto foi feito exclusivamente para ele, tornou-se o objetivo dos fabricantes, principalmente na área da cosmetologia.

Assim, a indústria de cosméticos, perfumaria e higiene pessoal tem buscado diferenciar cada vez mais as emba-lagens dos seus produtos. Embalagem não é mais sinô-nimo de proteção e armazenamento. Há muito tempo a embalagem ampliou seu leque de funcionalidades. Co-municar já tem sido uma função que a embalagem ado-tou desde a época da Revolução Industrial. Contempora-neamente, o objetivo é comunicar e transmitir os valores certos ao público específico.

No início da industrialização, o que predominava era a produção em larga escala, em série, vários produtos i-guais para alcançar o maior número de consumidores possível. Conseqüentemente, houve uma saturação do mercado e todos queriam vender seus produtos acumu-lados com a grande produção. A concorrência se basea-va nos preços. Vendia mais quem tinha melhores ofertas. Passou-se a valorizar também a qualidade dos produtos. Quem tinha melhor qualidade e melhores preços ganhava

a concorrência. No entanto, com o desenvolvimento da tecnologia, atingiu-se cada vez melhor qualidade e surgiu a necessidade de novos meios de diferenciação. É neste momento que se percebe o potencial da embalagem. Os fabricantes perceberam que deviam comunicar sim, mas de forma diferenciada com o seu público-alvo. Estu-dar seus hábitos, suas preferências para assim poder conquistá-los com o produto certo. O mercado passou, então, a ser mais personalizado. E a embalagem tem contribuído muito para isso.

Atualmente, tem-se discutido muito as formas da emba-lagem proporcionar esta diferenciação. A indústria de cosméticos, perfumaria e higiene pessoal tem buscado desenvolver o mercado da embalagem de luxo. Por esta razão, a presente pesquisa pretende explorar este mer-cado onde as experiências são o que despertam a aten-ção do público-alvo deste segmento. As pessoas com maior poder aquisitivo pagam o que for necessário para obterem qualidade e novas experiências.

O interesse em desenvolver este projeto de graduação na área de embalagem de cosméticos foi despertado a partir da atratividade e sensibilidade encontrada nas embalagens de perfume, especificamente. As emoções que as embalagens despertam são muito interessantes de serem estudadas, assim como a estética das mes-mas. Desta maneira, esta pesquisa visa desvendar um pouco desse fascínio que as embalagens provocam nas pessoas, fazendo com que estas decidam por um de-terminado produto dentre tantos disponíveis no merca-do. Para percorrer este caminho, pretendeu-se

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respon-|

der, ao longo de seu desenvolvimento, as seguintes questões: como a embalagem pode interferir na relação do consumidor com o perfume de luxo? Em que medi-da a embalagem interfere na decisão de compra de per-fumes de luxo?

Buscou-se desvendar as questões que envolvem o con-sumo de perfume de luxo, as novas funções da embala-gem assim como aspectos subjetivos das consumidoras e os diferentes tipos de perfume. Para tanto, foram utilizados livros para um embasamento teórico mais profundo e pesquisas na Internet para maior abrangência do conhe-cimento.

Realizaram-se visitas de campo em fábricas de cosméti-cos e lojas de perfumes, pesquisa na Internet em busca de informações sobre as consumidoras de perfume de luxo, uma vez que seria inviável, pelo tipo de público, ter contato direto com um número razoável de pessoas. Também se observou as consumidoras nos pontos de venda, além da troca de informações com profissionais da área de embalagem e perfumaria.

Neste trabalho desenvolveu-se uma proposta de embala-gem para um perfume de luxo destinado ao público fe-minino, com base em toda a pesquisa realizada sobre o público, o consumo, os elementos subjetivos envolvidos na compra e utilização de perfumes de luxo, as fragrân-cias e a relação delas com a embalagem e seu público consumidor e ainda o processo de criação de embala-gens. A fim de auxiliar no desenvolvimento do projeto de criação de embalagem para perfume, embalagens exis-tentes no mercado foram analisadas e comparadas.

Quanto aos capítulos que compõem esta pesquisa, o ca-pítulo A Indústria de Cosméticos, apresenta um panora-ma geral da indústria em questão até desembocar no ponto específico do trabalho que é a perfumaria, uma vez que este setor está inserido dentro da indústria de cos-méticos.

Já no capítulo O luxo e o Consumo, expõe-se as questões pertinentes a este mercado em expansão, como por e-xemplo, as motivações de compra de bens de luxo, além de direcionar este conceito que se mostra relativizado. O capítulo A Embalagem aborda a história da embala-gem de um modo geral e no Brasil, sua definição, fun-ções e como se desenvolve seu processo de criação, de modo a interar o leitor nesse universo tão complexo. No capítulo O Projeto da Embalagem de Perfume apre-senta-se toda a trajetória do desenvolvimento da proposta elaborada para o perfume fictício Terra Brasilis, nome es-colhido dentro do projeto.

Acredita-se que esta pesquisa possa interessar a pesso-as que queiram saber como o design pode interferir di-retamente no sucesso de um produto de modo efetvo, assim como para aqueles que trabalham na área de embalagem e de perfumaria.

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Capítulo 1

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A origem da palavra portuguesa “cosmético” é a palavra grega “ko·sme·ti·kós”, que significa “hábil em adornar”. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) define produtos de higiene pessoal, perfumes e cosméticos (HPPC) como:

... preparações constituídas por substâncias na-turais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, per-fumá-los, alterar sua aparência e ou corrigir odo-res corporais e ou protegê-los ou mantê-los em bom estado1.

Entretanto, mesmo sem uma definição e aparente “razão” para o uso dos cosméticos, desde o princípio das civili-zações o homem já fazia uso dos mesmos.

Há milhares de anos homens e mulheres já se preocu-pavam com a beleza. Foram encontrados em túmulos egípcios de aproximadamente 3.500 a.C. indícios do uso de pintura para os olhos e ungüentos aromáticos. Os egípcios pintavam os olhos para evitar a contempla-ção direta do deus Sol. Utilizavam para isso, gordura vegetal e animal, cera de abelhas, mel e leite no preparo de cremes para a pele.

1Disponível em:

http://www.anvisa.gov.br/cidadao/cosmeticos/define.htm. Último acesso em 26 de agosto de 2007.

Na antiga Grécia, óleos para banho e outros produtos de embelezamento eram usados, mas muitas mulheres morriam envenenadas pelo chumbo contido nas máscaras faciais que utilizavam.

Em Roma, fabricavam-se diversos produtos para realçar a beleza, como pós para tornar a pele mais alva, carvões para pintar olhos e sobrancelhas, carmim para as faces, produtos abrasivos para clarear os dentes, dentre outros. Os óleos consumidos eram produtos naturais, como os que se obtinham do azeite de oliva; os perfumes, usados tanto por mulheres como por homens, eram extraídos de flores ou especiarias, com resinas naturais empregadas como fixadores.

Cosméticos para o rosto, tinturas para o cabelo, perfumes e sais de banho já eram utilizados na Europa medieval. A introdução dos perfumes na França é atribuída à Catarina de Médicis. Os orientais utilizavam largamente perfumes, assim como os povos indígenas da América e da África.

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Segmentação

A AnvisaAnvisaAnvisaAnvisa (Associação Nacional de Vigilância Sanitária) classifica os produtos da indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPPC) de acordo com o nível de risco para os usuários. Os perfumes se enquadram na classificação de Risco de Nível 1, onde também se encontram loções pós-barba, xampus, escovas dentais entre outros. Neste nível estão os produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes que se caracterizam por possuírem propriedades básicas ou elementares, cuja comprovação não seja inicialmente necessária e não requeiram informações detalhadas quanto ao seu modo de usar e suas restrições de uso, por causa das características intrínsecas do produto (Capanema, Velas-co, Palmeira Filho e Noguti, 2007).

A indústria de HPPC é um segmento da indústria química cuja atividade básica é a manipulação de fórmulas e divi-de-se em três segmentos:

1. Higiene pessoalHigiene pessoalHigiene pessoal:::: composto por sabonetes, pro-Higiene pessoal dutos para higiene oral, desodorantes, absorven-tes higiênicos, produtos para barbear, fraldas descartáveis, talcos, produtos para higiene capi-lar etc.

2. CosméticosCosméticosCosméticosCosméticos:::: produtos de coloração e tratamento de cabelos, fixadores e modeladores, maquiagem, protetores solares, cremes e loções para pele, de-pilatórios etc.

3. PerfumariaPerfumariaPerfumariaPerfumaria:::: perfumes e extratos, águas de colô-nias, produtos pós-barba etc.

Já os produtos, estão divididos em: 1. Produtos para higiene 2. Cosméticos

3. Perfumaria

4. Produtos para bebês

O foco deste trabalho encontra-se no segmento de per-fumaria. No entanto, faz-se necessário uma contextuali-zação da indústria de cosméticos, de um modo geral, para melhor entendimento do setor visado.

Expansão

A produção e o uso de cosméticos intensificaram-se no século XX, sobretudo pelo aperfeiçoamento das em-balagens e pela promoção publicitária desses produtos. Como os produtos cosméticos passaram a ser neces-sários para a higiene pessoal, não só para satisfazer a vaidade, os homens passaram a consumi-los, impulsio-nando a produção e gerando uma forte concorrência do setor. Entre as inovações da indústria de cosméticos destacam-se o tubo descartável, no final do século XIX, e os produtos químicos para ondulação dos cabelos, os xampus sem sabão, os laquês em aerossol, as tinturas

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de cabelo menos tóxicas, e a pasta de dentes com flúor, no século XX.

No entanto, a vaidade feminina tem se intensificado cada vez mais desde os tempos mais remotos. Na contemporaneidade, a busca pela beleza tornou-se uma necessidade imposta pelos meios de comunicação, principalmente com a inserção da mulher no mercado de trabalho, nos anos 20, especificamente no Brasil. No cenário mundial, o mercado de cosméticos, perfumaria e higiene pessoal é dominado pelos países desenvolvidos. Este fato ocorre devido a existência de marcas fortes e mundialmente consolidadas e da capacidade nas áreas técnica e produtiva exibidas pelas multinacionais do ramo, que formam uma barreira econômica através de suas filiais espalhadas pelo mundo, impedindo a entrada de novos concorrentes2.

A indústria de HPPC caracteriza-se pela presença de grandes empresas internacionais, com atuação global, di-versificadas ou especializadas nos segmentos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, e pelas pequenas e médias empresas nacionais, em grande número, focadas na produção de cosméticos3.

Uma característica peculiar desse setor é a constante ne-cessidade de apresentar novidades. Para cumprir esse objetivo, muitos recursos são investidos anualmente em lançamentos e promoções de novos produtos. Entre os

2 Garcia e Furtado, 2002 apud Capanema, Velasco, Palmeira Filho e

Noguti, 2007

3 Capanema, Velasco, Palmeira Filho e Noguti, 2007.

fatores relevantes para a competitividade das empresas, destaca-se a importância dos ativos comerciais, como marca, embalagens e canais de comercialização e distri-buição4.

Segundo Capanema, Velasco, Palmeira Filho e Noguti (2007), em relação à diversificação dos produtos, existe uma segmentação das empresas, no mercado consumi-dor, de acordo com faixa etária, gênero, raça e poder aquisitivo.

Ainda seguindo os autores, o setor de HPPC mantém re-lações estreitas com outros setores de produção. Além de ser classificado como um dos segmentos da indústria química em razão da utilização e sintetização de ingredien-tes mantém ligação com a indústria farmacêutica para de-senvolvimento e pesquisa de princípios ativos, além de fito-terápicos ou medicamentos originados de material botânico e de seus extratos. Também tem forte demanda de produtos da indústria de embalagens. Por se tratar de um setor muito segmentado, os principais componentes de custo das empresas variam de acordo com os produ-tos fabricados ou com a linha de produprodu-tos (higiene, per-fumes etc.). Outro fator que representa uma parcela signi-ficativa dos custos são as embalagens, sejam elas de papelão, plástico ou vidro. Esse segmento é muito sensível à apresentação de seus produtos e, portanto, investe sempre em design e novos materiais para as embalagens.

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Segundo a AbihpecAbihpecAbihpecAbihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), a indús-tria brasileira de HPPC vem apresentando um cresci-mento significativo nos últimos anos, tendo passado de um faturamento de R$ 8,3 bilhões em 2001 para R$ 15,4 bilhões em 2005.

De acordo com a AbihpecAbihpecAbihpecAbihpec, alguns fatores como os des-critos abaixo poderiam explicar o acentuado crescimento desse setor nos últimos anos:

1. Participação crescente da mulher no mercado de trabalho;

2. Incorporação de novas tecnologias de produção pelas empresas com conseqüente aumento da produtividade. Com isso, os preços ao consumidor tiveram aumentos menores do que os índices de preços da economia em geral;

3. Lançamentos constantes de novos produtos que atendem cada vez mais às necessidades do mercado;

4. Aumento da expectativa de vida, o que traz a ne-cessidade de conservar uma aparência mais jo-vem;

5. Aumento significativo do consumo de produtos cosméticos masculinos.

A distribuição dos produtos no país é feita, principalmente, por três meios: vendas diretas, rede de lojas franqueadas e canais tradicionais (supermercados e farmácias, entre ou-tros).

O Brasil ocupa a sexta posição entre os principais mer-cados consumidores nacionais. No entanto, o mercado brasileiro vem crescendo de maneira expressiva e está entre os mercados mais importantes do mundo. Empre-sas nacionais como Natura e O Boticário estão expan-dindo aos poucos sua atuação no exterior. A preocupa-ção dessas empresas é desenvolver estratégias de fixação do produto (marcas e canais de comercialização e distribuição) fora do Brasil ao invés de exportar artigos com pouca diferenciação de mercado5.

A Natura e O Boticário conseguiram consolidar suas marcas no mercado brasileiro, conquistando, assim, uma posição de destaque, estando até mesmo na liderança em alguns segmentos, mesmo sendo bem diferenciadas as estratégias adotadas por essas duas empresas. En-quanto a Natura optou pela venda direta como único ca-nal de comercialização de seus produtos, O Boticário se destaca por comercializar seus produtos através de lojas exclusivas em sistema de franquia.

Percebendo o importante papel da inovação dentro da indústria de HPPC elaborou-se o Manual de Oslo, que, em sua terceira edição, de 2005, alarga o conceito de i-novação. Essa publicação da Organização para a

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Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que busca a padronização a nível global dos conceitos de i-novação, inclui agora, além das inovações de produto e processo, as inovações organizacionais e de marketing. Na indústria de HPPC, o lançamento constante de novida-des no mercado é fator crítico de sucesso. Essas inova-ções podem ser, de fato, novos produtos como advir de mudanças sutis em aspectos como uma nova cor, uma nova fragrância, uma nova funcionalidade ou uma nova embalagem. Sendo assim, segundo o Manual de Oslo, uma simples troca de embalagem que traga ao produto nova funcionalidade pode ser considerada inovação de produto. Ainda que um novo design de embalagem não confira a um produto novas funcionalidades ou utilidades, poder-se-ia caracterizar a mudança como uma inovação de marketing. A introdução de novos canais de venda, bem como novas técnicas de promoção, também são ca-racterizadas como inovações de marketing6.

Perfumes

Perfume é uma sensação olfativa agradável, dificilmente descrita com precisão pelas palavras escritas ou ditas. É uma mistura de óleos essenciais aromáticos, álcool e água. As essências são originadas da natureza (flores, fru-tos, madeiras, especiarias e outros) e depois sintetizadas em laboratórios.

6 Ibidem.

Os óleos essenciais são obtidos através da destilação de plantas, flores e ervas, como a lavanda, rosas, jasmins, sândalos e frutas cítricas. Já os fixadores são compostos por âmbar, bálsamos, entre outros, o que lhes dão o po-der de fixar a fragrância. A quantidade de álcool varia de acordo com o tipo de perfume que se deseja obter. Cada essência possui a sua particularidade e personali-dade, em função da combinação dos diversos aromas. Possuem diferentes tempos de absorção, reação e eva-poração, variando de acordo com cada tipo de pele e di-versos fatores. Emoções, doenças, pílula anticoncepcio-nal (e outras drogas), mudança hormoanticoncepcio-nal, puberdade, gravidez e também a menstruação e a menopausa, influ-enciam o odor corporal e o perfume que se usa, bem como a preferência por certos aromas. Isso explica por-que o mesmo perfume exala cheiros diferentes em dife-rentes pessoas.

História

A palavra perfume vem do latim “per fumum”, que signifi-ca “através da fumaça”. Os mais antigos cheiros conhe-cidos são os da fumaça que exalava da queima de ma-deiras, especiarias, ervas e incensos, o que explica a origem do nome. O perfume originou-se a partir de 3.000 a.C., na civilização egípcia, povo o qual mais contribuiu para a perfumaria.

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Através da fumaça, o homem primitivo tomou conheci-mento dos perfumes que exalavam das florestas em chamas. Antes mesmo de dominar o fogo, o homem sen-tiu os cheiros que algumas árvores com troncos odorífi-cos, como o cedro e o pinheiro, soltavam no ar.

Depois, quando o fogo foi dominado, o homem passou a queimar madeiras, folhas e resinas para sentir o aroma que lhe agradava e melhorar o cheiro dos alimentos, as-sim como durante as oferendas aos deuses.

Inicialmente, o perfume era à base de ceras, gorduras, ó-leos vegetais e sabões misturados a ervas7. Todos os

tem-plos da Babilônia, Assíria, Egito, Roma e Grécia tinham seus perfumistas. Os mais antigos frascos de perfume co-nhecidos datam de 5000 a.C., eram fabricados na Meso-potâmia e no Egito com alabastro e pedra, materiais prefe-ridos por não serem porosos8. No século I, com a

descoberta do vidro pelos fenícios, os perfumes ganharam uma nova embalagem, reduzindo sua volatilidade e ga-nhando formas e cores.

O uso de essências aromáticas aparece em relatos bíbli-cos desde o Velho Testamento. Em sinal de gratidão por ter sido salvo do Dilúvio, Noé teria queimado madeira de cedro e mirra, mesma substância oferecida de presente ao Menino Jesus pelos Reis Magos, além do incenso e do ouro, relato presente no Novo Testamento. No livro

7 Delas, A fascinante história do perfume. Disponível em

http://www.alunosonline.com.br/barra/index.htm?url=http://delas.ig. com.br/materias/185001-185500/185289/185289_1.html.

8 Fonte:

http://www.areliquia.com.br/Artigos%20Anteriores/64MPerfum.htm. Último acesso em 29 /11/2007.

Cântico dos Cânticos, atribuído ao rei Salomão (970-931 a.C), encontra-se a maior referência sobre a importância do perfume no antigo Oriente. Em alguns trechos, cada versículo revela o encantamento amoroso entre o rei Sa-lomão e a jovem Sulamita, num texto perfumado, cheio de comparações entre um jardim e a intimidade dos dois amantes.

Contribuição dos povos à perfumaria

No Egito Antigo, foram desenvolvidas diversas substâncias aromatizantes de uso religioso, para invocar os deuses, como incensos e óleos perfumados. Eles também quei-mavam ervas, que liberavam diversos aromas e passaram a compor banhos aromáticos, pomadas e perfumes pes-soais dos egípcios.

Como os egípcios acreditavam na eternidade, na reen-carnação, utilizavam fragrâncias como mirra, musgo de carvalho, resina de pinho, entre outros ingredientes com propriedades antimicrobianas, no ritual de mumificação a fim de conservarem o corpo o máximo possível, obtendo resultados que são admirados até hoje. Também acredi-tavam que seus pedidos e orações chegariam mais rápi-do aos deuses se viajassem nas nuvens de fumaça aro-mática que subiam aos céus.

O perfume tinha fundamental importância no campo da higiene pessoal. Um dos mais antigos complexos perfu-mados, o kyphi, costumava ser queimado para aliviar a ansiedade e alegrar os sonhos, curando a alma.

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A fórmula e os poderes terapêuticos do kyphi aparecem nas anotações do historiador grego Plutarco, datadas do início da era cristã9.

Cleópatra (69 — 30 a.C) última rainha do Egito, costuma-va usar kyphi em pontos estratégicos do corpo, assim como henna nos cabelos e Kohl nas pálpebras. Conta-se que Cleópatra seduziu o general romano Marco Antonio atraindo-o para sua galeria cheia de velas perfumadas à base de óleos essenciais extraídos das flores de henna, açafrão, menta e zimbro.

Os hindus também apresentavam a correlação entre per-fume e espírito, assim como os egípcios. Também eram politeístas e sua principal deusa era Shiva, cuja identida-de aromática era o jasmim. As estátuas dos identida-deuses eram lavadas com perfumes de sândalo e almíscar.

O uso dos aromas permeou as religiões e a cultura india-nas. A Índia era o jardim do mundo, com vasta lista de aromas. Sândalo, patchuli, vetiver, nardo, benjoim, agar-wood, jasmim e rosas eram encontrados com abundân-cia e foram utilizados na medicina e nas religiões variadas ao longo dos séculos.

As fragrâncias faziam parte do dia-a-dia na cultura islâmi-ca, que incluía excelentes conceitos sobre higiene e culti-vava os prazeres dos sentidos. O incenso, que não podia faltar nas comemorações, era encontrado em casas, pa-lácios, e até nas tendas nos desertos. O perfume estava presente até mesmo em eventos públicos, como os jogos

9 Ashcar, 2001.

atléticos, na Síria. Os fenícios marcaram seu nome na perfumaria com a arte do vidro, que ganhou novo impul-so quando os sírios desenvolveram a técnica de insufla-ção de vidro e os romanos inventaram o cachimbo de sopro.

Os árabes foram responsáveis pela distribuição do co-nhecimento por suas viagens comerciais. Os comercian-tes levavam aromas da Ásia para o Mediterrâneo e eram recebidos com festa por suas caravanas carregadas de perfumes e especiarias. No século IX, navegadores ára-bes chegaram à China e levaram ao seu cotidiano di-versos aromas do leste asiático, como a flor de laranjei-ra, a cânfora e o almíscar.

A perfumaria desempenhou importante papel no co-mércio do leste asiático, contribuindo com o estabele-cimento das rotas das ilhas orientais, elo entre a China e o Mar Negro.

Na mesopotâmia os perfumes eram essenciais na vida de um casal, apesar de também terem uso religioso. Os árabes celebravam o encontro amoroso com aromas. Também produziram uma literatura para perpetuar seus ensinamentos, como ”O Jardim Perfumado”, de Shaykh Nefzawi, obra editada em 188610.

Por volta do século X, a destilação dos óleos essenciais das rosas foi descoberta por Avicena, o mais famoso médico árabe, criando, assim, a Água de Rosas. A

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Imagem retirada do livro de Re-nata Ashcar, Brasilessência, 2001

lação tornou-se possível com o desenvolvimento do a-lambique.

A cultura chinesa traz consigo uma grande valorização dos aromas. Para os chineses, havia uma tênue distinção entre drogas e remédios, perfumes e incensos — as subs-tâncias que nutrem corpo e espírito. A cânfora, por e-xemplo, era apreciada como estimulante gástrico, trans-formada em calmante na forma de chá e, adicionada ao vinho, ganhava uso culinário11.

Além dos cheiros, os chineses contribuíram para a per-fumaria com o desenvolvimento da porcelana, que in-crementou o comércio de óleos essenciais. O aperfeiço-amento da porcelana permitiu aos alquimistas chineses aquecer aromas a altas temperaturas, além de consegui-rem extrair o álcool etílico do vinho, permitindo a produ-ção regular de álcool a partir da Renascença.

O néroli, óleo extraído da flor de laranjeira, também foi criação do leste asiático. Este óleo tornou-se ingrediente chave das águas-de-colônia por seu luminoso acento floral. No leste asiático, o cheiro fazia parte de uma fór-mula estética equacionada para garantir o equilíbrio dos ambientes, favorecendo os cinco sentidos.

Bons exemplos são os jardins da dinastia Ming (séculos XV a XVII) que jogavam com formas, texturas, cores e a-romas de modo a enaltecer as quatro estações do ano. Os japoneses criaram um ritual para a apreciação do in-censo, o Koh-do (caminho do cheiro), elevando os

11 Ashcar, 2001, p. 29.

res à categoria de arte, inspirando-se na cerimônia do chá, Cha-do (caminho do chá).

Ainda praticada atualmente, o koh-do consiste na associ-ação de uma seqüência de bastões aromáticos a poe-mas. Ou seja, são criados versos perfumados por cada um dos participantes a partir das memórias olfativas a que cada um deles é remetido ao cheirar cada incenso. Os japoneses também criaram uma linguagem escrita para os aromas. Nesse alfabeto datado do século XVIII, 54 ideogramas representavam combinações de cheiros e temas evocativos das estações. Os japoneses apreciavam de tal forma os prazeres do olfato que criaram hábitos e embalagens especiais para cultivá-los12.

Na Grécia Antiga, os gregos trouxeram novas fragrâncias de suas expedições e usavam perfumes que tivessem ca-racterísticas medicinais13.

Apreciadores de incensos e fórmulas aromáticas, os gre-gos acreditavam atrair a atenção dos deuses ao usá-los. Aplicavam perfumes nos mortos a fim de atrair bons presságios, usavam-no antes e após as refeições e até mesmo na comida.

Segundo a mitologia grega, os deuses do Olimpo ema-navam aroma de ambrosia quando visitavam os mortais, um sinal de sua natureza divina. Em contrapartida,

12 Ashcar, 2001, p. 31.

13 Fonte:

http://www.americanas.com.br/cgi-bin/WebObjects/AcomHome.woa/wa/materia?mat=1818. Último. Acesso 29/11/2007.

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os simples mortais utilizavam perfumes para obter a clemência dos deuses.

Por volta de 800 a.C, as cidades de Atenas e Corinto já exportavam óleos de flores e plantas maceradas — ro-sas, lírio, íris, sálvia, tomilho, manjerona, menta e anis. Desde essa época os aromas eram populares entre os gregos14.

O primeiro tratado sobre cheiros foi escrito por Teofras-to, por volta de 330 a.C, no qual detalhou receitas de preparos aromáticos e perfumes, apontando prazos de validade e indicando usos terapêuticos. Outro grego, Galeno, contribuiu no século II com um tratado repleto de receitas, combinando mais de 150 plantas, partes de animais, minerais e pedras preciosas, permanecendo como referência até a Idade Média.

Os romanos também contribuíram muito para a expan-são da perfumaria. O intenso consumo de aromas — es-timulado pela criação das rotas para Arábia, Índia e China — foi registrado por historiadores e poetas. Usavam vários aromáticos, como rosas, íris, narciso, açafrão e musgo de carvalho misturados aos importados: canela, cardomo-mo, noz-moscada, gengibre, aloé e nardo. Também ex-ploraram as variadas propriedades medicinais e terapêu-ticas dos aromas15.

No século I, cerca de 500 toneladas de mirra e 250 tone-ladas de olíbano chegavam a Roma por mar. Sob influ-ência da Grécia e do oriente, os romanos logo ocuparam

14 Ashcar, 2001, p. 33. 15 Ashcar, 2001, p. 34.

seu espaço no mundo da perfumaria, utilizando seus co-nhecimentos desta arte de todas as formas: em rituais re-ligiosos, práticas funerárias, hábitos cotidianos da vida privada ou pública (até os teatros municipais eram borri-fados com aromas)16.

Nos banquetes romanos saciavam-se todos os sentidos, privilegiando-se o olfato. Além de comida e bebida, os convidados eram saudados com fragrâncias de flores, ungüentos perfumados e espirais de incenso.

Na Roma Imperial, as perfumarias vendiam ungüentos em jarros cerâmicos e perfumes em frascos de vidro. Sedentos de recipientes mais sofisticados, os italianos desenvolveram o vidro em substituição à cerâmica, mui-to utilizada pelos gregos, mui-tornando-se mestres na arte do vidro soprado.

Um século após o nascimento de Cristo expandiu-se o comércio de essências perfumadas, iniciado pelos ára-bes. Estes levavam para os países do Ocidente noz mos-cada do Tibete, sândalo da Índia e cânfora da China. Os romanos destacaram estas essências desenvolvendo a arte dos banhos e massagens eróticas. No Oriente, os perfumes sempre tiveram uma forte relação com as práti-cas espirituais. Dessa forma, a história do perfume está li-gada, inicialmente, a uma sensualidade primitiva; em se-guida ao Divino e místico, sendo queimado no altar de todas as religiões e retorna ao profano como sedução e adorno, destinado à elite.

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Na Idade Média, os árabes começaram a produzir perfu-mes para uso pessoal e medicinal. Os perfuperfu-mes penetra-ram na Europa no século XII, através das Cruzadas (expe-dições militares cristãs nos séculos XII e XIII), período em que eram usados exclusivamente na higiene pessoal e nos banhos públicos, a fim de se evitar doenças.

A perfumaria adormeceu no Ocidente com a queda de Roma durante a alta Idade Média (entre os séculos V e X), deixando vestígios apenas na medicina e farmácia praticadas nos mosteiros com ervas aromáticas. A igreja cristã condenou o uso de incensos, tidos como instru-mento de idolatria, e de perfumes, considerados aces-sórios da luxúria. No entanto, como a cultura dos chei-ros estava enraizada no modo de vida, gradualmente o cristianismo incorporou algumas antigas crenças olfati-vas, e no século VI o incenso passou a ter importante papel no ritual cristão17.

Em 1320, os italianos aperfeiçoaram a destilação de ál-cool, surgindo logo depois a primeira destilaria em Mo-dena. O invento permitiu a criação de spirituous water (esplêndidas águas ou águas espirituosas, como eram chamados os primeiros perfumes e as bebidas alcoóli-cas). A descoberta foi muito útil para propósitos terapêu-ticos e higiênicos, uma vez que muitas das substâncias eram usadas contra epidemias.

Com o desenvolvimento científico, o extrato resinoso foi retirado, resultando no alecrim destilado. Desta forma, surgia em 1370, a precursora da água-de-colônia,

17 Ashcar, 2001, p. 40.

rada na rainha da Hungria: a Água da Rainha da Hun-gria, o primeiro perfume batizado e o primeiro prepara-do em base alcoólica.

Em 1533, Catarina de Médici transferiu-se para a França para se casar com o rei Henrique III, levando consigo seu perfumista pessoal, Renato Bianco — conhecido como René Blanc — que fundou a primeira butique de perfumes de Paris, impulsionado a produção e a co-mercialização de produtos aromáticos.

A partir do século XVII, o perfume tornou-se objeto de lu-xo na Europa, destinado somente à nobreza, uma vez que apenas reis, rainhas e membros da corte poderiam utilizá-los. Este período foi o auge das fragrâncias “animá-licas”, ou seja, perfumes intensos que usavam civete e musk em sua composição. No Renascimento, a moda foi a utilização de perfumes doces, florais ou frutais18.

No século XVIII, os perfumes foram reconhecidos por sua sensualidade, através da proliferação de novas fragrân-cias e frascos. No aspecto religioso, os cristãos passaram a perfumar as cinzas na Quarta Feira de Cinzas19.

Durante o desenvolvimento da Renascença, nos séculos XVII e XVIII, a perfumaria cresceu. A receptividade a novas idéias e a paixão por substâncias e aromas exóticos e

18 Fonte: http://www.alunosonline.com.br/barra/index.htm?url=http://www.hist oriadetudo.com/perfume.html. 19 Fonte: http://www.americanas.com.br/cgi-bin/WebObjects/AcomHome.woa/wa/materia?mat=1818. Último acesso 29/11/2007.

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intrigantes — o que se tornou símbolo de luxúria e prestígio — propiciaram a proliferação de perfume20.

Na contemporaneidade, já no século XIX, com o progres-so da química, permitindo a reprodução artificial de chei-ros encontrados na natureza, o perfume ficou mais aces-sível à classe média. Surgiram, assim, as matérias-primas sintéticas. A cidade de Grasse, França, se transforma na capital mundial da perfumaria, por suas essências e ma-térias-primas.

O perfume e a moda

Em 1911, Paul Poiret21 lançou com o nome de Rosine

(nome de sua filha mais velha), o primeiro perfume total-mente concebido por um costureiro — fragrância, frasco, embalagem, publicidade, distribuição. Desta forma, ata-cou o monopólio francês, iniciativa de grande importân-cia percebida nos dias de hoje. A partir de então, perfu-me e moda tornaram-se indissociáveis. Os maiores nomes da moda desenvolveram perfumes, transferindo todo o luxo e glamour de suas coleções para este artigo, o qual muitas vezes sustenta a moda.

A moda e a perfumaria sofreram influências das trans-formações sociais e econômicas, refletidas em suas

20 Ashcar, 2001, p. 43.

21 Paul Poiret foi um estilista que revolucionou o vestuário e interviu

nos diferentes campos estéticos de sua época (início do século XX).

ções ao longo das décadas. Segundo Melo22,

“obedien-tes aos padrões de comportamento vigen“obedien-tes, o perfume e a roupa juntos, configuram as noções de elegância ao longo do tempo e constituem a expressão dos gostos de cada época. O perfume faz parte da moda. Ambos en-volvem todo um conceito, evidenciam um estilo de vida e estimula a fantasia”.

A década de 1920 foi uma das mais criativas na perfu-maria, pois as notas olfativas tentavam acompanhar a evolução da moda. Foi neste ano que nasceu Chanel nº 5, o primeiro perfume com materiais sintéticos. Conta-se que sua criação teria sido um erro do assistente do per-fumista francês Ernest Beaux. Em vez de apenas 1% de aldeído undecilênico, a solução recebeu acidentalmente uma dose dez vezes maior. A fragrância resultante foi considerada extraordinária e deu início a um intenso uso dos aldeídicos na fabricação de perfumes. Outro mérito deste perfume foi reforçar a associação entre o uso do perfume e o jogo da sedução. A discussão ga-nhou destaque na década de 50, quando a atriz Marilyn Monroe declarou que usava apenas uma gotinha de Chanel nº 5 para dormir23.

Influenciadas pelo sucesso de Chanel nº 5, a maioria das grandes maisons criam um departamento de per-fumaria, desenvolvendo assim, paralelamente à

22 Melo, Geraldo de. A cultura do perfume — Parte II. Disponível em

http://www.uraonline.com.br/beleza/bel-07/cultura-do-perfume.html.

23 Fonte:

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costura, atividades ligadas a produtos de luxo, em es-pecial a do perfume de costureiro24.

Na década de 1930, as notas orientais (misturas com baunilhas) tiveram destaque, ocorrendo o retorno de al-gumas fragrâncias clássicas. O perfume que ainda é considerado o mais caro da indústria francesa foi criado nesta década: Joy, de Jean Patou25. Seu preço deve-se

à proporção utilizada de jasmim-de-Grasse e de rosa-da-Bulgária, além do muguet e ylang-ylang, e pelo frasco desenhado em cristal Baccarat26.

Depois da guerra, nos anos de 1940, a esperança em tempos melhores fez com que surgissem as notas verdes como para despertar o aroma agradável e a paz dos campos. Lançam-se também perfumes para mulheres sensuais.

Nos anos de 1950, época do Rock´n´Roll, as fragrâncias tornam-se mais comportadas e a perfumaria americana iguala-se à francesa.

A década de 1960 foi marcada por grandes mudanças de comportamento com fragrâncias que evocavam a li-berdade. Na era Woodstock, há a predominância de no-tas florais e aldeídicas em quase todas as criações.

24 Baudot, 2002, p. 95.

25 Estilista nascido em 1880 que destacou-se na alta-costura por sua

simplicidade e preocupação com a funcionalidade sem perder a lu-xuosidade.

26 Fonte: http://www.ebyblos.com.br/b2c/infos.asp?page=9&id=27.

Acessado em 24/11/07

Nos anos de 1970 a indústria da perfumaria explode e descobre-se a categoria dos orientais para mulheres provocantes.

Em 1980 houve um incremento dos perfumes florais do-ces, surgindo os “florientales”. Iniciou-se a época do con-sumismo.

A década de 1990 foi marcada por fragrâncias leves e frescas, com temas lembrando a água. Também há um retorno aos clássicos.

Enfim, nos anos de 2000 percebe-se uma volta ao roman-tismo através do uso de florais e o aumento de lançamen-tos, com muita variedade para todos os gostos. Os perfu-mes do novo milênio parecem revelar os anseios da nova era com nomes sugestivos e personalidades distintas. Quanto ao futuro, não há como prever, pois não há limi-tes para a imaginação dos criadores.

O perfume no Brasil

No Brasil, o perfume começou a ser utilizado com a vin-da vin-da corte portuguesa, em 1808. Os perfumes vinham de outros países, principalmente da Inglaterra, e somente após alguns anos a produção local de artigos de luxo foi permitida.

O Brasil Imperial consumia perfumes em quantidades impressionantes. Registros da época mostram que em

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1867, durante o reinado de D.Pedro II, o Brasil encon-trava-se entre os maiores importadores de perfumes franceses. Com a criação de uma taxa aduaneira para manufaturados importados, em 1844, a substituição de importações pelas instalações de fábricas no país foi impulsionada27.

A imigração italiana contribuiu muito para a história da perfumaria, da cosmética e dos artigos de toalete no Bra-sil. Muitos italianos vinham para trabalharem nas lavouras de café, mas alguns partiam para outros ramos de traba-lho, como a perfumaria.

Durante a Primeira Guerra Mundial, as dificuldades de importação incentivaram o crescimento da economia brasileira e a produção local. Em 1920, mil estabeleci-mentos industriais foram registrados. Metade desses es-tabelecimentos surgiu a partir de 1915, também devido a política de incentivo à industrialização dos governos republicanos28.

Durante as primeiras décadas do século XX, a casa Granado e outras similares produziram vários produtos de toalete, como águas-de-colônia, pó-de-arroz, dentifrí-cios, talcos, loções capilares e creme de barbear. Alguns se tornaram ícones de mercado, como a Água Inglesa, o Polvilho Antisséptico e o Sabonete de Gliceri-na, fabricados até hoje pela Granado. Produtos como o sabonete Gessy e Phebo e o Leite de Rosas, presentes

27 Melo, Geraldo de. A cultura do perfume — Parte I. Disponível em

http://www.uraonline.com.br/beleza/bel-07/cultura-do-perfume.html. 28 Ashcar, 2001, p. 108.

no mercado atual, surgiram no início do século XX e marcaram a história da perfumaria brasileira.

Após a Segunda Guerra Mundial, os “anos dourados”, como ficou conhecida a década de 50 pelo período prós-pero desfrutado pelo Brasil, o perfume já não era um luxo para poucas. A concorrência da época desencadeou uma variedade de produtos do setor de perfumaria, cosmética e higiene pessoal. As mulheres se inseriram definitivamen-te na vida profissional, política e social e passaram a con-sumir mais produtos pessoais.

O público masculino também ganhou uma variedade de produtos para o cuidado pessoal.

A empresa de cosméticos americana Avon se inseriu no Brasil em 1959, consagrando-se como a pioneira no país na comercialização de perfumaria e cosmética pelo canal de venda domiciliar. Além de revolucionar o setor especí-fico, abriu oportunidades para a mulher que tinha o cam-po de trabalho limitado. Com isso, houve uma grande mudança do papel feminino nas comportadas famílias da classe média. A companhia enfrentou o preconceito ao trabalho feminino e dificuldades com a legislação vigente — não havia a figura da revendedora como categoria pro-fissional. Na década de 80, a Avon se consagrou na mai-or empresa do setmai-or29.

O primeiro perfume de luxo brasileiro surgiu em 1965 na cidade de São Paulo: Rastro, criado por Aparício Ba-sílio da Silva. A água-de-colônia seduzia pela fragrância de lavanda e pelo frasco todo em vidro, inclusive a

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pa, feito à mão. Anos depois, Giovanna Kupter causou o mesmo impacto no universo infantil, lançando em 1975 a lavanda Giovanna Baby. Ambos partiram de grifes so-fisticadas da moda (decoração e confecção infantil, res-pectivamente) e conquistaram uma requintada clientela. A Natura foi criada em 1969, ganhando o Brasil na dé-cada de 80. Seu posicionamento sempre foi a busca constante da realização de sonhos, na crença nas pesso-as mais como seres humanos do que como consumido-res, no bem-estar, na importância das relações.

De 1969 a 1974, a Natura encontrava-se em seu primeiro ciclo, no qual lutou num mercado dominado por marcas estrangeiras, lançou o novo conceito de cosmética tera-pêutica com produtos baseados em princípios ativos na-turais e atendimento personalizado. Venceu crises eco-nômicas ocorridas nas décadas de 80 e 90 e manteve-se firme. Na década de 90 iniciou seu segundo ciclo, tor-nando-se mais ágil operacionalmente e alavancando a in-ternacionalização da marca. Atualmente, em seu terceiro ciclo, prioriza a excelência das fórmulas e a comercializa-ção dos produtos de acordo com as necessidades indi-viduais. Mudou o logotipo e o slogan que interpreta sua razão de ser “Bem Estar Bem”, a relação harmoniosa do indivíduo consigo mesmo e com o mundo que o cerca. Também entrou na área de saúde com compostos e su-plementos vitamínicos.

Em 1976, surgiu a Água de Cheiro, criada por Elizabeth Pimenta, no bairro Savassi em Belo Horizonte. Era uma loja de perfumes naturais que tinha como diferencial as embalagens artesanais, exclusivos saquinhos de feltro na

cor vinho, o que chamou a atenção de representantes. O sistema de franquia surgiu naturalmente.

Em meio a crise econômica dos anos 80, o mercado se-letivo ao qual se destinava a perfumaria e a cosmética era inexpressível e o varejo era dominado por artigos populares de higiene pessoal, no qual o desodorante era o perfume mais difundido.

Em 1979 surgia a primeira farmácia de manipulação com ares de butique: O Boticário. Miguel Krigsner, criador da empresa, começou a oferecer produtos prontos e deu certo. Seu lançamento foi a colônia Acqua Fresca que fez muito sucesso, levando o empresário a expandir o negó-cio através do sistema de franquias.

Em 1980 surgia a L’acqua di Fiori, localizada em Belo Ho-rizonte, Minas Gerais, fundada por Marlene e Leopoldo Mesquita. Esta também adotou o sistema de franquias. A Pierre Alexander foi fundada em 1981, em Porto Ale-gre, por Luís Felipe de Paola Osório, o qual adotou o sistema de venda direta. O carro-chefe da empresa foi o creme desodorante.

A partir do Plano Real (1994) e da equivalência da moe-da brasileira com o dólar americano (até 1998), foram lançados produtos capazes de concorrer com os interna-cionais. Com a desvalorização do real, a moeda nacional, o preço dos importados tornou-se muito elevado para a maior parte da população, que passou a consumir

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produ-|

tos nacionais de primeira linha como os de O Boticário e Natura30.

Na década de 80, as mulheres, emancipadas, partiram em busca da feminilidade sem abrir mão de suas con-quistas. O poder de sedução era enfatizado por suas fra-grâncias preferidas, mais ricas e sensuais. Para conciliar os distintos papéis de mãe, esposa e executiva, predomi-naram três direções diferentes de perfumes: nostalgia romântica (florais doces), nostalgia clássica (chipres e cá-lidos) e nostalgia sensual (florais orientais)31.

Na década de 90, a globalização proporcionou a expan-são de fronteiras. Um perfume podia ser aceito por uma enorme multiplicidade de pessoas de diversas culturas. Se as chances de um conceito original eram reduzidas, por outro lado, ampliava-se a possibilidade de penetração em mercados bem variados32.

No início do século XXI, a indústria brasileira de perfu-maria e cosmética dedica-se à criação de produtos ino-vadores, utilizando todos os recursos tecnológicos dis-poníveis. Há dinamismo, liberdade criativa e experiência suficientes para grandes vôos. Com a colaboração de verdadeiros artistas capazes de integrar um conceito ao conteúdo de um perfume, é possível haver mudanças no perfil do mercado e grande crescimento33.

30 Ashcar, 2001, p. 139. 31 Ibidem, p. 165. 32 Ibidem, p. 166. 33 Ibidem, p. 175.

Influências do perfume

Atualmente, o perfume é capaz de revelar a personalida-de das pessoas, bem como sua classe social, uma vez que um pequeno frasco pode atingir valores muito eleva-dos.

O perfume pode apresentar cheiros diversos quando a-plicado em pessoas diferentes. Isso ocorre devido os o-dores corporais serem únicos e resultarem da alimenta-ção, das características pessoais, dos lipídeos e ácidos graxos que a pele exala. A temperatura da pele interfere diretamente na vaporização do perfume, e conseqüen-temente, no cheiro exalado34.

Além de revelar a personalidade de uma pessoa, o per-fume pode influenciar o estado de espírito de cada um. Ao penetrarem pelas narinas, os aromas encontram o sis-tema límbico (conhecido antigamente como cérebro das emoções), responsável pela memória, sentimentos e emo-ções. Quando uma mensagem aromática penetra neste sistema, provoca sensações de euforia, relaxamento, se-dação ou estimulações neuroquímicas.

Mesmo não estando mais associados a religiões ou ritu-ais sagrados, o ato de enfeitar-se ainda é carregado de símbolos. Cada um procura, mesmo que inconsciente

34 A magia do cheiro. Disponível em

http://www.alunosonline.com.br/barra/index.htm?url=http://delas.ig. com.br/materias/185001-185500/185289/185289_1.html. Acesso em: 21/10/2007.

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mente, através dos símbolos presentes nos produtos que usa, colocar sua personalidade em evidência e buscar a identificação com um grupo específico35.

Ashcar36 afirma que o uso do perfume, conscientemente

ou não, sempre esteve ligado à arte da sedução. Diz a-inda que, essencial nesta tarefa, ele constitui um traço marcante de nosso caráter e desenha nossa imagem. De acordo com Ashcar37, a percepção do cheiro

de-pende não só da sensação que ele evoca, mas também das emoções que resgata. Diretamente ligado à memó-ria, o sentido do olfato possui o misterioso poder de capturar a essência exata das nossas experiências, ao mesmo tempo tão difíceis e tão fáceis de reviver, por meio de uma simples lembrança.

Quando se está muito tenso e nervoso, um aroma de la-vanda é capaz de relaxar e induzir ao sono, ajudando em casos de insônia. Quando se está apático, deprimido, infe-liz, o aroma de bergamota ajuda na recuperação. Aromas de limão, vetiver e eucalipto melhoram a concentração, enquanto os de alecrim aliviam o cansaço38.

35 Allérès, 1999. 36 Ashcar, 2001, p. 53. 37 Ibidem, p. 59.

38 DELAS. A fascinante história do perfume.... Disponível em:

http://delas.ig.com.br/materias/185001-185500/185289/185289_1.html. Acesso em: 21/10/2007.

Anatomia de um perfume

Segundo Ashcar39, a força de um perfume depende,

basicamente, da concentração de fragrância e das matérias-primas utilizadas em sua concepção. Do ponto de vista técnico, um perfume consiste na mistura de várias substâncias, naturais ou químicas, dissolvidas em álcool. Ao pé da letra, a palavra perfume aplica-se somente o extrato, — o tipo de mistura que contém a mais alta proporção de fragrância concentrada e com o menor teor de álcool possível — as outras misturas quase sempre levam água. A concentração de fragrância é o fator determinante na nomenclatura dos tipos de “perfume”, do mais leve ao extrato.

A concentração de uma fragrância pode ser classificada de acordo com a quantidade de óleos aromáticos diluídos em um solvente (mais comumente etanol e água). Os perfumes se dividem em cinco grupos40:

Parfum (extrato de perfume): Parfum (extrato de perfume): Parfum (extrato de perfume):

Parfum (extrato de perfume): possui aroma intenso e a maior concentração de essências, entre 15%-35% de compostos aromáticos. Como são muito fortes, não são adequados ao clima tropical, sendo pouco comerciali-zados. O fixador41 tem um poderoso efeito de fixação

39 Ashcar, 2001, p. 59.

40 Os valores da quantidade de concentração de essências variam a

cada fonte pesquisada. Para transcrever aqui, selecionou-se a que se apresentou mais adequada.

41 Fixador não é um elemento extra adicionado na fabricação de

per-fumes. A fixação do perfume, ou seja, que resiste por várias horas, se deve às notas de fundo (ou de base) que são constituídas por ingre-dientes mais densos e persistentes, proporcionando uma difusão mais lenta.

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podendo prolongar-se por até 24 horas. O exagero na aplicação pode provocar dores de cabeça e até mesmo intoxicação acompanhada por náusea.

Eau de Parfum / Parfum de toilette (EDP): Eau de Parfum / Parfum de toilette (EDP):Eau de Parfum / Parfum de toilette (EDP):

Eau de Parfum / Parfum de toilette (EDP): varia de 10-18% de compostos aromáticos. Seu efeito de fixação chega a ultrapassar 12 horas.

Eau de Toilette (água de toilette Eau de Toilette (água de toilette Eau de Toilette (água de toilette

Eau de Toilette (água de toilette ---- EDT):EDT):EDT): são fragrâncias EDT): mais discretas, adequadas ao clima tropical. Compõem-se de 5-10% de concentração de essências. São comumente encontradas comercialmente. Sua fixação não passa de 8 horas.

Eau de Cologne (água de Eau de Cologne (água de Eau de Cologne (água de

Eau de Cologne (água de colônia colônia colônia colônia ---- EDC):EDC):EDC):EDC): bem suaves, são fragrâncias com baixa concentração de essências, variando entre 3-5%. A fixação dura no máximo até 5 horas.

Splash: Splash:Splash:

Splash: possuem no máximo 3% de concentração de fragrância.

O termo Deo Colônia é apenas utilizado no Brasil e refere-se a fragrâncias com baixíssima concen-tração de essências e sua fixação dura entre 2 horas e 4 horas. A estrutura de um perfume é composta por três partes chamadas de notas. São elas:

Notas de cabeça ou de saída: Notas de cabeça ou de saída:Notas de cabeça ou de saída:

Notas de cabeça ou de saída: são as primeiras sensa-ções que se tem ao passar o perfume. É o momento que determina se o perfume agrada ou não. Por isso, deve-se deixar passar um tempo após a aplicação para sentir o

perfume "se abrir" e reconhecer as outras essências. São extremamente voláteis e muito leves. Baseiam-se em li-mão, laranja, bergamota, lavanda, pinho, eucalipto e folha de chá dentre outras. Quando um perfume é muito fres-co, suas notas são quase todas voláteis, por isso seus a-romas duram menos tempo, por volta de 15 minutos. Notas de coração ou de corpo:

Notas de coração ou de corpo: Notas de coração ou de corpo:

Notas de coração ou de corpo: são as do meio da com-posição para onde vão aromas mais equilibrados. Elas que dão a personalidade ao perfume. Expressam o tema principal da fragrância. São sentidas assim que o com-posto aromático seca na pele. São utilizadas essências menos voláteis e mais pesadas, como as de flores, folhas e especiarias, dentre elas o tomilho, o cravo, aldeídos, cominho, pimenta. As notas de coração ou de corpo são liberadas a partir do aquecimento da pele e duram em torno de 40 minutos.

Notas de fundo ou de base: Notas de fundo ou de base: Notas de fundo ou de base:

Notas de fundo ou de base: são aquelas da base da composição para onde vão os aromas mais fortes, con-sistentes, pesados. São os que têm maior poder de fixa-ção (de durafixa-ção), ou seja, depois de um bom tempo são eles que se evidenciam. Pouco voláteis, os ingredi-entes evaporam lentamente. São notas mais densas, como as de resina, de madeira e de origem animal, co-mo por exemplo, o musk, o castor, o almíscar e o civet.. A união das notas forma os acordes que compõem as fragrâncias. As fragrâncias também são classificadas em famílias olfa

famílias olfa famílias olfa

famílias olfativastivastivas. A classificação dessas famílias varia de tivas acordo com os fabricantes e podem se subdividir em várias outras.

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As famílias femininas se diferem das masculinas. São elas42:

Famílias femininas Famílias femininasFamílias femininas Famílias femininas

Floral — Verde, Frutal, Fresco, Floral, Aldeídico, Doce Oriental — Amadeirado, Especiado

Chipre — Frutal, Animal, Amadeirado, Fresco, Verde Lavanda — Fresca, Almiscarada

Famílias masculinas Famílias masculinasFamílias masculinas Famílias masculinas

Fougère — Fresco, amadeirado, Ambarado Oriental — Especiado, Ambarado

Chipre — Amandeirado, Couro, Conífero, Fresco, Cítrico Como a pesquisa está focada em fragrâncias femininas, serão descritas apenas as famílias femininas.

Floral FloralFloral Floral

É nesta família que se reúne a maior concentração de per-fumes femininos, com fragrâncias apreciadas em todo o mundo. Muitas delas apresentam acordes claramente re-conhecíveis que lembram fragrâncias puramente florais. Outras trazem em sua composição impressões florais par-ticulares de certas regiões ou locais em específicas

42 A classificação das famílias olfativas foi retirada do livro

Brasiles-sência, de Renata Ashcar, que selecionou referências clássicas, os tí-tulos mais importantes dentro da categoria para abordar em seu li-vro.

ções do ano. Divide-se em seis subcategorias: verde, frutal, fresco, floral, aldeídico e doce.

Floral Floral Floral Floral verde verde verde verde

Fragrâncias com acentuado e característico frescor verde em harmonia com a composição floral. São aromas leves e voláteis utilizados para puxar os aromas de baixo, das notas de corpo para a saída.

Floral Floral Floral Floral frutal frutal frutal frutal

Caracteriza-se por elementos frutais radiantes, alguns de caráter bem dominante. Os temas utilizados, combinados com os buquês florais, são variáveis — cassis, abacaxi, damasco, pêssego ou maçã, entre outros.

Floral fresco Floral fresco Floral fresco Floral fresco

Versão bem apreciada pelas brasileiras inclui todos os temas leves, suaves e primaveris — em geral impressões baseadas no jacinto, lírio-do-vale e flor de laranjeira. Pode apresentar toques refrescantes de bergamota ou outros componentes ativos. Engloba águas-de-colônia puras e leves, como as que combinam jasmim com acordes her-bais frescos.

Floral floral Floral floral Floral floral Floral floral

Os verdadeiramente florais, com predominância de flores em toda a estrutura do perfume. Rosa e jasmim são os temas favoritos, mas outras flores, como ilangue-ilangue, narciso, tuberosa, íris e cravo, também podem participar deste buquê.

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Floral aldeídico Floral aldeídico Floral aldeídico Floral aldeídico

Combina buquês florais realçados pela cuidadosa adi-ção de aldeídos, que enfatizam seu corpo, sua persona-lidade.

Floral doce Floral doce Floral doce Floral doce

Intensa e encorpada direção olfativa, também chamada de “floriental”. No final dos anos 70, surgiram novas variações do tema, partindo das nuances florais doces até os mati-zes com fortes direções orientais.

Oriental OrientalOriental Oriental

Notas orientais despertam associações com as legendá-rias fragrâncias de As Mil e Uma Noites, com seus aromá-ticos bálsamos e resinas, também evocam as preciosas especiarias indianas. Ricos e quentes, são tipicamente almiscarados ou especiados, traduzindo sempre volúpia e exotismo.

Oriental ambarado Oriental ambarado Oriental ambarado Oriental ambarado

Também chamada oriental doce, essa categoria é ca-racterizada por um toque sutil de frescor, contrastado com sua base de especiarias (como baunilha ou outros elementos doces), desenhando na imaginação uma e-xótica femme fatale.

Oriental especiado Oriental especiado Oriental especiado Oriental especiado

Ingrediente inconfundíveis, como as especiarias culinárias — cravo, noz-moscada e canela, entre outras — definem a categoria dando o acento spicy (apimentado).

Eles são combinados com madeiras secas de facetas pronunciadamente doces ou mesmo com elementos a-nimais. Podem aparecer acordes florais (jasmim, ilan-gue-ilangue) em altas porcentagens, além de materiais sintéticos que trazem a essas fragrâncias um persistente toque feminino.

Chipre Chipre Chipre Chipre

É caracterizada pela presença de notas cítricas de ber-gamota em harmonia com um fundo de musgo de carva-lho, patchuli ou outras madeiras nobres, originárias da região do mediterrâneo. O nome remete ao primeiro per-fume com essa combinação olfativa, inspirado na legen-dária ilha grega homônima: o Chypre, lançado em 1917 por François Coty. O sucesso foi tanto que gerou uma nova família olfativa.

Chipre frutal Chipre frutal Chipre frutal Chipre frutal

Caracterizado e realçado por acentos frutais, semelhan-tes ao aroma do pêssego, que personalizam a combi-nação, garantem a tenacidade da fragrância e dão cará-ter ao produto.

Chipre animal Chipre animal Chipre animal Chipre animal

Este grupo inclui a variedade de interpretações Chipre que, com o tempo, gerou novas evoluções no campo de perfumes femininos. Os componentes animais transmi-tem uma tenacidade ainda maior para a sua radiante fe-minilidade.

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Chipre amadeirado Chipre amadeirado Chipre amadeirado Chipre amadeirado

A característica mais marcante dentro deste grupo é o forte acento de patchuli. A harmonia do patchuli com a rosa vem sendo incrementada com releituras criativas em diferentes combinações.

Chipre fresco Chipre fresco Chipre fresco Chipre fresco

Aqui estão as mais fiéis e puras criações da família, bem próximas dos precursores remotos. Os modernos descen-dentes reafirmaram o nome Chipre graças à sua excelente aceitação de mercado e à riqueza de evoluções do tema. Chipre verde

Chipre verde Chipre verde Chipre verde

Encontram-se as composições com acentuados acordes verdes caracterizados por herbáceos ou suaves variações encontradas em interpretações de acordes florais.

Lavanda LavandaLavanda Lavanda

Nas classificações internacionais, esta é uma família olfa-tiva particularmente masculina. No Brasil, porém, em ra-zão de vários aspectos culturais peculiares, ela se posi-ciona como uma das preferências naposi-cionais femininas, é apreciada por mulheres de todas as idades. Exala leveza, em comparação com as outras famílias olfativas, e tem no frescor a nota predominante. Sua estrutura é a base para dois temas distintos: o fresco, adequado ao nosso clima úmido e tropical; e o almiscarado, ligado à sensua-lidade da mulher brasileira. Lavanda é sinônimo de alfa-zema, nome que batiza vários frascos.

Lavanda fresca Lavanda fresca Lavanda fresca Lavanda fresca

Caracterizada por seu frescor e leveza, sem compromisso com complexos aromáticos, representa uma nota de la-vanda quase pura, que agrada de homens e mulheres.

Lavanda almiscarada Lavanda almiscarada Lavanda almiscarada Lavanda almiscarada

Dentro do mesmo conceito de água-de-colônia, com também extremamente difundido por todo o país. Sua personalidade encontra-se no contraste do frescor das notas de lavanda com as persistentes notas de fundo almiscaradas.

Algumas famílias olfativas são mais usadas em perfumes femininos e outras em masculinos, no entanto, não existe uma regra. Atualmente, perfumes unissex têm se tornado comum. O primeiro exemplar foi o Le Sien, de Jean Pa-tou, lançado em 1931.

Desde 1994, quando Calvin Klein lançou o CK One, as fragrâncias de uso compartilhado (unissex) ainda são uma grande tendência de mercado. A explicação refere-se à oposição dos perfumes masculinos e femininos que era feita antigamente. Para elas, eram produzidas fra-grâncias predominantemente florais e, para eles, as cítri-cas e amadeiradas. Com o tempo, os homens aderiram a fragrâncias mais suaves e adocicadas. Ao mesmo tempo, observou-se que boa parte da venda de perfumes mascu-linos era consumida por mulheres. Assim, percebendo-se essa tendência, passaram a criar os perfumes unissex.

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Capítulo 2

Referências

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