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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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Relatório Final de Estágio

6º ano do Mestrado

Integrado em Medicina

João Duarte Gardete Gameiro | 2014353

Orientadora: Doutora Paula Kjöllerström

Regente: Professor Doutor Rui Maio

Junho de 2020

(2)

ÍNDICE

I.

INTRODUÇÃO E OBJETIVOS ... 2

II.

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ... 3

E

STÁGIO

P

ARCELAR

C

IRURGIA

G

ERAL

... 3

E

STÁGIO

P

ARCELAR

M

EDICINA

I

NTERNA

... 4

E

STÁGIO

P

ARCELAR

S

AÚDE

M

ENTAL

... 5

E

STÁGIO

P

ARCELAR

M

EDICINA

G

ERAL E

F

AMILIAR

... 5

E

STÁGIO

P

ARCELAR

P

EDIATRIA

... 6

E

STÁGIO

P

ARCELAR

G

INECOLOGIA E

O

BSTETRÍCIA

... 6

III.

REFLEXÃO CRÍTICA ... 6

IV.

REFERÊNCIAS ... 10

V.

ANEXOS ... 10

A

)

C

RONOGRAMA DAS

A

TIVIDADES

D

ESENVOLVIDAS

... 10

B

)

C

ERTIFICADO

TEAM ... 11

C) CERTIFICADO DE PARTICIPAÇÃO NOS SEMINÁRIOS TEÓRICOS MI ………..………….12

D)

C

ERTIFICADO

IMED

11.0 ... 14

E)

C

ERTIFICADO

II

J

ORNADAS DE

MGF ... 15

F)

C

ERTIFICADO

S

IMPÓSIO

C

ANCRO

P

ANCREÁTICO

... 16

G)

C

ERTIFICADO

C

LINICAL

C

OMPETITION

AMBOSS ... 17

H)

C

ERTIFICADO

C

HOQUE

F

RONTAL

“P

RIVATIZAÇÃO DO

E

NSINO

M

ÉDICO

” ... 18

I)

C

ERTIFICADO

I

J

ORNADAS DE

C

IRURGIA DO

CHBM... 19

J)

C

ERTIFICADO

M

OBILIDADE

I

NTERNACIONAL

I

TÁLIA

... 20

K

)

C

ERTIFICADO

CURTOS

ESTÁGIOS

MÉDICOS

EM

FÉRIAS ... 21

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INTRODUÇÃO E OBJETIVOS

O desfecho do Mestrado Integrado em Medicina da Nova Medical School | Faculdade de Ciências Médicas reitera e consolida a formação prática realizada nos anos precedentes, adotando uma índole profissionalizante de modo a esculpir o futuro médico. Este ano foi estruturado de forma a cada aluno ter a oportunidade de se aprimorar em seis áreas clínicas que são pilares em Medicina: Medicina Interna, Cirurgia Geral, Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria, Saúde Mental e Medicina Geral e Familiar. “A função da educação médica pré-graduada é preparar médicos com atributos profissionais adequados e com um núcleo de conhecimentos e competências que lhes permita aprender autonomamente ao longo da carreira médica.”1

Desta forma, o estágio profissionalizante é idealizado para promover o culminar do ensino prático, com o objetivo de integrar e consolidar conhecimentos, adquirir competências clínicas essenciais à vivência hospitalar e aprimorar a nossa relação médico-doente, bem como todas as vicissitudes que a caracterizam.

Em virtude de colmatar lacunas, medos e inseguranças formativas identificadas ao longo do curso, delineei como prioridades aperfeiçoar competências clínicas, nas quais destaco a colheita eficaz de história clínica com exame objetivo dirigido às queixas do doente, o raciocínio clínico, o diagnóstico diferencial organizado e sistematizado e a decisão terapêutica mais acertada para o doente em causa. Como objetivos de cariz pessoal e interpessoal priorizei o acréscimo de autonomia e segurança nas atividades inerentes à vivência hospitalar, a proatividade na constante atualização de conhecimento médico, a capacidade de trabalhar em equipa e interagir da melhor forma com outros profissionais, doentes e os seus familiares.

Este relatório pretende descrever os estágios parcelares constituintes do estágio profissionalizante de forma sucinta, fornecer uma análise crítica onde são explorados retrospetivamente pontos positivos e pontos negativos e de que forma contribuíram para a minha formação como futuro médico.

(4)

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

C

IRURGIA

G

ERAL

(8

SEMANAS

9/9/2019

A

01/11/2019)

O Estágio de Cirurgia Geral decorreu no Hospital Beatriz Ângelo sob orientação da Dr.ª Rita Garrido. Este estágio parcelar permitiu não só consolidar conhecimentos outrora transmitidos na cadeira de Cirurgia Geral do 3º ano, mas também fornecer uma vivência mais prática e autónoma, com maior treino de técnicas e competências inerentes às valências cirúrgicas hospitalares. Adicionalmente aos objetivos pré-determinados pela unidade curricular, estabeleci como prioridades: 1) Aprofundar conhecimentos relativos às principais síndromes cirúrgicas, nomeadamente a abordagem diagnóstica e o procedimento terapêutico; 2) Participar ativamente no bloco operatório, praticando técnicas cirúrgicas simples e automatizando os principais procedimentos de assepsia; 3) Acompanhar os doentes cirúrgicos desde o pré-operatório até ao pós-operatório, de forma a conhecer as especificidades de cada uma das fases; 4) Aprimorar a realização de um exame clínico a um doente cirúrgico, com foco no exame objetivo metódico e dirigido à patologia subjacente.

Durante a primeira semana de estágio tivemos a oportunidade de participar em várias sessões teórico-práticas que nos permitiram rever e sistematizar algumas componentes mais teóricas, conhecer valências inerentes a áreas distintas, mas também complementares à medicina e também integrar e treinar procedimentos médico-cirúrgicos que foram uma mais valia para minha formação. Realizámos também o curso TEAM (Trauma Evaluation and Management), que aprofundou conhecimentos de abordagem a doentes politraumatizados, com ensinamentos de várias competências clínicas desde imagiologia, colocação de acessos venosos e técnicas de anestesiologia. Durante as restantes 7 semanas, estagiámos no Serviço de Urgência (1 semana), na opcional escolhida por nós, no meu caso, Anestesiologia (2 semanas) e no Serviço de Cirurgia Geral (4 semanas). Durante o estágio opcional de Anestesiologia assisti e participei na realização de procedimentos anestésicos em cirurgias das mais diversas especialidades cirúrgicas e aprofundei conhecimentos sobre as várias modalidades anestésicas (anestesia geral, loco-regional e combinada). Destaco a oportunidade de ter realizado procedimentos de ventilação manual, entubação com máscara laríngea e laringoscópio. Durante o estágio em Cirurgia Geral, observei 18 cirurgias (onde tive a oportunidade de participar como 2º ajudante em 4 delas) sobretudo do andar supramesocólico (Gastrectomias, colecistectomias laparoscópicas), assisti a um total de 27 consultas externas de contexto pré-operatório, pós-operatório e seguimento e acompanhei 9 doentes em internamento, sendo eu responsável por colher história clínica e elaborar os diários clínicos. Por fim, participei no Mini-congresso de Cirurgia Geral, onde apresentei o caso “Corticosteroides (quase) assassinos”.

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Medicina Interna (8 semanas – 04/11/2019 a 10/01/2020)

O estágio de Medicina Interna decorreu no serviço de Medicina Interna 2.4, no Hospital Santo António dos Capuchos, sob tutela da Dr.ª Cristina Lima. O serviço 2.4 foi o local onde realizei o meu primeiro estágio prático, em Medicina Interna, durante o 3º ano. Desta vez, como último ano de curso, já o encarei de uma forma muito mais autónoma e responsável focando-me assim, em cumprir os seguintes objetivos: 1) Ter autonomia para realizar história clínica, exame objetivo dirigido à patologia do doente, assim como ter sentido crítico na realização de discussão do mesmo com meus superiores e por fim proceder ao pedido de exames complementares de diagnóstico e propor a terapêutica mais adequada; 2) Desenvolver a comunicação com os doentes, de maneira a ser capaz de responder aos mesmos de forma eficaz e cuidada, tal como aos seus familiares, a membros da equipa médica e a outros profissionais de saúde; 3) Treinar alguns procedimentos invasivos como paracenteses e gasimetrias arteriais; 4) Reconhecer situações de urgência, ganhar sensibilidade para as mesmas de forma a agir de acordo com a agilidade e conhecimento requeridos.

Assim, o meu estágio decorreu durante 8 semanas, em contexto de internamento, onde rotineiramente ficava responsável por 2 a 3 doentes por dia, os quais observava, realizava anamnese e exame objetivo, interpretação de exames complementares de diagnóstico e execução do diário clínico. Além destas componentes, posteriormente, discutia juntamente com a equipa médica, formulando hipóteses diagnósticas e propondo exames complementares de diagnóstico, momentos que considero terem sido pilares na minha formação durante o estágio. Acompanhei um total de 25 doentes internados, com patologia muito diversa, onde destaco a patologia cardiovascular e do aparelho génito-urinário, esta última, em contexto infecioso. Destaco ainda ter apresentado um doente numa das reuniões de serviço semanais, ter realizado alguns procedimentos invasivos como punções venosas e arteriais e ter observado outros tantos, tais como, punção lombar, toracocentese e paracentese. Participei também na Consulta Externa e no Serviço de Urgência com cada membro da equipa, onde fui progressivamente ganhando autonomia, discutindo os casos presentes observados pelo meu tutor ou por mim, em algumas situações. Na componente formativa, assisti a 2 seminários teóricos lecionados na faculdade, 6 sessões clínicas lecionadas por diferentes assistentes do serviço, e uma apresentação de um caso clínico com o tema “Dor Abdominal no Idoso”. Realizei 3 história clínicas, tendo uma delas ter sido alvo de avaliação e apresentei, ainda, um trabalho de grupo sobre “Doença Renal Crónica” juntamente com os meus colegas de estágio.

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Saúde Mental

(4 semanas- 20/1/2020 a 14/2/2020)

O estágio parcelar de Saúde Mental decorreu na UCSP Brandoa, que pertence ao Hospital Fernando da Fonseca sob orientação da Dr.ª Pilar Pinto. Como segundo contacto com a especialidade, defini como principais objetivos: 1) Aprofundar conhecimentos na área da Psiquiatria, criando capacidades que me permitam identificar e diferenciar sintomas psiquiátricos do funcionamento psicológico normal; 2) Identificar situações individuais e sociais de risco e aprender como é realizada a gestão das mesmas; 3) Treinar a realização de história clínica psiquiátrica, ser capaz de efetuar uma anamnese e exame de estado mental metódicos e cuidados.

Deste modo, acompanhei a minha tutora em contexto de consulta comunitária durante grande parte do estágio. A psiquiatria comunitária tem a missão de prestar cuidados de saúde às populações, tendo em conta as suas necessidades e enquadramento cultural, incluindo aquelas mais vulneráveis e com maiores necessidades. Nestas consultas assisti, maioritariamente, a perturbações do humor e Esquizofrenia, nas mais variadas faixas etárias, em seguimento crónico, pelo que considero ter sido interessante aprender como é feito o manejo de psicofármacos e acompanhar a evolução clínica dos doentes.

Medicina Geral e Familiar (4 semanas – 17/2/2020 a 13/3/2020)

O estágio parcelar de Medicina Geral e Familiar decorreu na USF Fernão Ferro MAIS, sob orientação do Dr. Gustavo Coelho. Juntamente com o meu tutor, estipulei os seguintes objetivos: 1) Treinar a realização de consulta de forma tutorada e posteriormente, de forma autónoma; 2) Adquirir competências de gestão de polimedicação em doentes com múltiplas comorbilidades; 3) Saber reconhecer situações que motivam a referenciação de doentes a especialidades médicas específicas; 4) Aprimorar e desenvolver competências de Saúde Materna, Saúde infantil e Saúde do Adulto, nomeadamente a gestão de consulta e a prática de procedimentos invasivos e não-invasivos.

Neste contexto, observei consultas de Saúde Materna, Saúde infantil, Saúde do Adulto, Diabetes Mellitus, Planeamento familiar e Doença Aguda. Na maior parte das consultas acompanhei e aprimorei a metodologia das consultas e realizei procedimentos simples não invasivos, como por exemplo, a avaliação de tensão arterial. Com a gradual evolução do tempo de estágio, consoante as possibilidades, comecei a efetuar consultas com a observação e posterior discussão construtiva por parte do tutor, algo que considero ter constituído o momento mais importante no meu estágio. Aprendi como funciona a normal gestão de uma USF, tendo passado também por outras valências, acompanhado outros profissionais de saúde e assistido às reuniões multidisciplinares necessárias ao bom funcionamento de uma USF. A última semana de estágio foi

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marcada pela atual pandemia (COVID-19), tendo sido impossível comparecer no estágio e, por esse motivo, a avaliação oral teve de ser realizada virtualmente.

Pediatria (4 semanas – 16/3/2020 a 17/4/2020)

No contexto de confinamento pela pandemia por COVID-19, não nos foi possível realizar este estágio em contexto hospitalar. Assim, para compensar o estágio, realizámos um trabalho de grupo, tendo o meu grupo apresentado o tema “Abordagem ao doente com náuseas e vómitos” com apresentação virtual e realizei individualmente um artigo de revisão com o tema “Hiperbilirrubinémia não-conjugada neonatal: Patogénese e etiologia”.

Ginecologia e Obstetrícia (4 semanas – 20/4/2020 a 15/5/2020)

Igualmente no contexto de confinamento pela pandemia por COVID-19, não nos foi possível realizar este estágio em contexto hospitalar. Assim, para compensar o estágio, analisámos e respondemos em grupo a questões sobre os vários conteúdos inerentes à especialidade de Ginecologia e Obstetrícia, que nos eram colocadas semanalmente. Realizámos também, um trabalho de grupo, tendo o meu grupo apresentado o tema “COVID-19 e gravidez: Prevenção, abordagem e cuidados no parto e puerpério”.

REFLEXÃO CRÍTICA

Finalizado o ano letivo, chega o momento de realizar uma análise crítica sobre o 6º ano e também sobre o Mestrado Integrado em Medicina. Sinto que aproveitei da melhor forma possível todas as oportunidades fornecidas em cada estágio parcelar, esforçando-me para cumprir os objetivos pré-propostos e especialmente aqueles a que me propus, de forma a poder ter os melhores alicerces para concluir esta base que é a formação pré-graduada e que pretendo continuar a aperfeiçoar enquanto Médico. É com tristeza que termino o ano letivo sem realizar dois estágios parcelares (Pediatria e Ginecologia e Obstetrícia) e um estágio opcional devido à atual pandemia por COVID-19, estágios estes que seriam muito importantes para a minha formação e que iriam complementar os estágios dessas especialidades realizados no 4º e 5º ano. Tecendo considerações particulares, o estágio de Cirurgia Geral foi o que escolhi fazer em primeiro lugar, pela afeição que tenho pela área. Neste, tinha a ambição de aperfeiçoar a minha aptidão técnica, em praticar com total autonomia procedimentos simples como suturas, assepsia e manejo, como ajudante, de instrumentos cirúrgicos em bloco operatório e também, dentro do possível, clarificar o meu alento e motivação para ingressar numa área cirúrgica num futuro próximo. Realço de negativo a ausência de passagem por um serviço de urgência cirúrgica e o facto de ter assistido a um limitado número de pequenas-cirurgias, o que acabou por condicionar a prática de suturas e o aperfeiçoamento de outros procedimentos

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cirúrgicos. Realço de positivo o curso TEAM, ter servido como ajudante em várias cirurgias e a opcional de anestesiologia que me permitiu treinar procedimentos invasivos. O estágio de Medicina Interna foi muito importante, na medida em que me fez crescer não só como aluno de Medicina, mas também como futuro médico. Durante o mesmo, ao ser responsável por vários doentes, diariamente, e por estar acompanhado por alunos mais novos aos quais tentava esclarecer dúvidas sempre que podia, adquiri um maior sentido de responsabilidade e compreendi as principais lacunas no meu conhecimento. Por um lado, considero ter sido um estágio muito importante e que contribuirá como ponte entre a minha formação pré-graduada e pós-graduada. Considero também ter aprendido muito durante as minhas presenças em serviço de urgência, particularmente pelo facto de ter-me sido possibilitado consultar doentes sozinho, aprimorar as minhas capacidades semiológicas, com posterior discussão com o tutor. Por outro lado, não posso deixar de destacar o facto de ter acompanhado doentes com pouca variedade de patologia médica, o que considero um fator menos positivo. O estágio de Saúde Mental, permitiu de certa forma complementar o estágio de Psiquiatria do 5º ano. Neste, foquei-me em consolidar a abordagem às principais síndromes psiquiátricas, nas quais destaco a Esquizofrenia e a Doença bipolar como aquelas que tive maior contacto. Tendo acompanhado estas patologias em contexto de consulta comunitária, percebi como são realizados o seguimento a longo prazo e a abordagem terapêutica. Considero um aspeto negativo não ter estagiado, em contexto hospitalar, em nenhum dos estágios de psiquiatria que na minha opinião, iria enriquecer a minha formação pré-graduada. O estágio de Medicina Geral e Familiar foi o único estágio que realizei fora de Lisboa, em Fernão Ferro. Considero ter sido uma experiência bastante positiva, onde contactei com um agregado populacional diferente, numa USF com uma boa dinâmica multidisciplinar. Aperfeiçoei a minha relação médico-doente, consolidei competências como a anamnese, a realização de exame objetivo, o raciocínio clínico, hierarquização de problemas e as abordagens terapêuticas, especialmente em consultas realizadas por mim de forma autónoma, com posterior discussão com o tutor, algo que considero crucial para a evolução de qualquer aluno e que promove a melhor preparação para um futuro médico. No enquadramento do que foi referido anteriormente, o facto de ter realizado um reduzido número de consultas de forma autónoma pela incompatibilidade de espaço para as fazer, foi para mim um aspeto negativo.

Os restantes estágios, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia e estágio opcional foram impossibilitados de se realizar pela atual pandemia por COVID-19, pelo que desde dia 9/3/2020, por decisão do conselho das escolas médicas e da faculdade, foram suspensas todas as atividades práticas. Desde então, foram feitos todos os esforços para se retomarem os estágios do 6º ano, mas por não existirem condições de segurança, os estágios ficaram cancelados e outras estratégias de avaliação foram tomadas de modo a retornar da melhor forma possível à “normalidade”. Pela impossibilidade de existir prova oral presencial de avaliação do estágio de Medicina Geral e Familiar, é de louvar a agilização por parte do corpo docente de MGF que permitiu a realização da mesma, através de uma plataforma virtual. Durante o tempo de estágio de Pediatria,

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realizámos um trabalho de grupo e um artigo de revisão, sobre temas escolhidos por nós. Posteriormente, de forma a termos acesso a uma parte mais prática e clínica, foram apresentados temas de pediatria por diversos assistentes da especialidade, com discussão de casos e questões sobre os mesmos, num formato virtual. Pela índole teórica que caracteriza um artigo de revisão, considero não ter sido a medida mais adequada, dado estar em desacordo com o ensino profissionalizante e prático do 6º ano. No entanto, a discussão de casos clínicos via online foi uma medida que, na minha opinião, contribuiu para esclarecer conhecimentos relativos à abordagem de algumas das patologias pediátricas, o que veio, de certa forma, apaziguar a ausência de prática clínica a que fomos sujeitos. Durante o período de estágio em Ginecologia e Obstetrícia, foi-nos disponibilizado um workshop relativo a cuidados pré-concecionais, gravidez e parto, em formato virtual. Em contexto de avaliação, realizámos um trabalho de grupo e respondemos a 4 grupos de questões de casos clínicos referentes a conteúdos da especialidade que nos eram propostas semanalmente. Estas, pelo seu nível de dificuldade, obrigavam a um estudo semanal sobre conteúdos de ginecologia e obstetrícia, algo que considero positivo. No entanto, penso que seria útil existir um esclarecimento sobre cada questão, dado que muitas das vezes as respostas não foram unânimes entre as pessoas do grupo e o feedback que obtivemos após o envio das respostas foi reduzido. Assim, adotando a abordagem feita pela unidade curricular de Pediatria, seria interessante ter visto uma discussão dos casos clínicos por parte de assistentes de Ginecologia e Obstetrícia, num formato online, com um enquadramento clínico e teórico dos mesmos. O estágio opcional que iria realizar no serviço de urgência acompanhando a especialidade de Medicina Interna, foi também cancelado. Para a sua reposição, foi criada uma disciplina opcional que tem como objetivo preparar os alunos de 6º ano para a prova nacional de acesso, através da resolução e discussão da prova nacional de acesso de 2019 por assistentes das especialidades que a constituem.

A atual pandemia por COVID-19 expôs a fragilidade que não se limita apenas ao Sistema Nacional de Saúde, mas também à vida humana. Demonstrou o quão pequeno é o Homem, que dá primazia ao entretenimento em detrimento da saúde. Durante este período de tempo de turbulência, em que a maior preocupação está com o nosso núcleo familiar, especialmente com os mais frágeis, voluntariei-me para auxiliar na resposta à pandemia nas instituições de saúde próximas da minha localidade, as únicas em que me podia mobilizar sem estar em risco. No entanto, só eram solicitados alunos de medicina na zona de Lisboa, por essa razão, com muita pena minha, nunca tive essa oportunidade. Assim, tentei auxiliar na medida em que pude, tentando esclarecer dúvidas a amigos e familiares e à população em geral através de grupos nas redes sociais criados para esse efeito, informando como deve ser feita a prevenção da propagação do vírus, como agir em caso de apresentarem sintomas ou quaisquer outras dúvidas nas quais me sentisse competente para responder.

(10)

Durante o 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina, por ser do meu interesse pessoal e na tentativa de complementar a minha formação, frequentei várias formações extracurriculares, tendo também participado em “webinares”, um excelente complemento formativo, nesta era digital.

No entanto, por ter influenciado a minha formação, gostaria de mencionar o período de mobilidade internacional realizado durante o 4º ano, na Università degli studi di Génova, em Génova, Itália. Este período, permitiu-me contactar com um sistema de saúde diferente do Português, consolidar competências linguísticas no Italiano e Inglês, aprender a lidar com inúmeras adversidades e com isso constituir ferramentas que me permitirão ultrapassar dificuldades enquanto pessoa e futuro médico.

“ A finalidade da educação médica pré-graduada é ajudar um estudante de medicina a (…) tornar-se um médico fortemente empenhado nas bases cientificas da arte da medicina, nos princípios éticos, na abordagem humanista que constitui o fundamento da prática médica e no aperfeiçoamento ao longo da vida das suas próprias capacidades de modo a promover a saúde e o bem-estar das comunidades que servem.”1.

No contexto de procurar complementar a minha formação, que foi baseada fortemente na ciência da medicina, tentei adquirir outras aptidões de organização, gestão do conflito, que serão fundamentais no contacto com outros médicos e profissionais de saúde numa qualquer instituição de saúde, tendo para esse efeito, pertencido à Tuna Médica de Lisboa desde 2015.

Por fim, deixo um enorme agradecimento a todos os professores e tutores que me acompanharam ao longo de todo o curso e que deixaram a sua marca. De forma especial, agradeço aos tutores que me acompanharam durante este ano letivo, Drª Rita Garrido, Drª Cristina Lima, Drª Pilar Pinto e Dr. Gustavo Coelho que se tornaram imprescindíveis para o culminar desta caminhada. Resta-me especialmente agradecer à minha família, namorada e amigos por nunca deixarem de me apoiar e não terem deixado de acreditar em mim.

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Referências

[1] “O Licenciado Médico em Portugal” Core Graduates Learning Outcomes Project, Julho 2005 VII.

Anexos

a) CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Estágio Parcelar Regente Período de Estágio Local de Estágio Tutor

Cirurgia Geral Prof. Dr. Rui Maio 09/9 a 01/11 de 2019

Hospital Beatriz Ângelo Drª Rita Garrido Medicina Interna Prof. Dr. Fernando

Nolasco

04/11 de 2019 a 10/1 de 2020

Hospital Santo António dos Capuchos

Drª Cristina Lima Saúde Mental Prof. Dr. Miguel

Talina 20/01 a 14/02 de 2020 Hospital Fernando da Fonseca Drª Pilar Pinto Medicina Geral e Familiar Profª Drª Isabel Santos 17/2 a 13/3 de 2020

USF Fernão Ferro MAIS Dr. Gustavo Coelho Pediatria Prof. Dr. Luís

Varandas 16/3 a 17/4 de 2020 Ginecologia e Obstetrícia Profª Drª Teresinha Simões 20/4 a 15/5 de 2020

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Referências

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