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Animação sociocultural com e para os seniores: um estudo de caso na Junta de Freguesia de Ramalde

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Academic year: 2021

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- Especialização em Animação Sociocultural -

Animação Sociocultural com e para os Seniores Um estudo de caso na Junta de Freguesia de Ramalde

Autor: Tânia Monteiro Moreira Rodrigues Orientador: Professor Doutor Marcelino de Sousa Lopes

Dissertação de mestrado em Ciências da Educação – Especialização em Animação Sociocultural, com vista à obtenção de grau de mestre.

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Escola de Ciências Humanas e Sociais

- Pólo de Chaves –

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2

Este trabalho é dedicado ao meu Avô

que tanta falta me faz!!!

Que fez de mim o que sou hoje

(3)

3 O meu muito obrigado por toda a educação que me transmitiu de valores e afetos que fazem com que hoje seja o que sou!

À minha estrela maior

Que não conseguimos juntos vingar neste Mundo…mas que viveu dentro de mim durante 6 meses e que viverá para sempre na minha memória.

A meu pai e minha mãe

Por nunca terem desistido de mim e por estarem sempre presentes.

À minha família

Que sempre me apoiou o meu muito obrigado.

Ao meu marido

Pela paciência, pelo amor, pelo afeto, pela dedicação…por tudo!

À Cristina, À Kiki, À Helena, Ao Zé e Ao Ricardo

Por serem os irmãos que eu nunca tive e por me apoiarem incondicionalmente!

A todos os meus amigos

(4)

4 Por ter apostado em mim e por me ter dado as condições necessárias, para trabalhar neste âmbito.

Ao Magnifico Reitor da UTAD,

O meu muito obrigado pelo excelente mestrado que permitiu que eu me tornasse uma profissional a altura dos desafios diários.

Ao Professor Doutor Marcelino de Sousa Lopes

Por ter aceite ser meu orientador, por nunca ter baixado os braços, por acreditar em mim, por ter apostado em mim, por ser meu amigo…enfim…o meu muito obrigado!

A todos os entrevistados

Pela disponibilidade e amabilidade demonstrada em cooperar comigo.

A todos os seniores

Que já se cruzaram no meu caminho, a todos aqueles com quem trabalho atualmente, e os que ainda estão para vir o meu muito obrigado,

por todos os momentos de partilha de experiências, conhecimentos e todos mas mesmos todos os momentos que todos os dias juntos partilhamos!

(5)

5

AC – Antes de Cristo

ASC – Animação Sociocultural

EC – Estudo de Caso

GABUR – Gabinete de Apoio aos Utentes

GCI – Gabinete de Comunicação e Imagem

GMC – Gabinete de Mediação de Conflitos

GSS – Gabinete de Serviço Social

GSC – Gabinete Sociocultural

INE – Instituto Nacional de Estatística

JFR – Junta de Freguesia de Ramalde

OMS – Organização Mundial de Saúde

SIADAP – Sistema Integrado de Gestão e Avaliação de Desempenho na Administração

(6)

6 Resumo ... 13 Abstract ... 15 INTRODUÇÃO ... 16 Capítulo I - Metodologia ... 24 1.1.Revisão Bibliográfica ... 25 1.2.Enquadramento do Estudo ... 25 1.2.1.Pergunta de Partida ... 25 1.2.2.Objetivos ... 26 1.3.Opções metodológicas ... 27 1.3.1. Estudo de caso ... 27 1.3.2. Investigação Qualitativa ... 29 1.3.3.Técnicas ... 30

1.4. Análise e discussão dos resultados ... 35

Capítulo II - Envelhecimento ... 50

2.1. Envelhecimento ... 51

2.2. Envelhecimento Ativo ... 59

(7)

7

3.1. O que é a Animação Sociocultural ... 71

3.1.1. Origem e Evolução ... 71

3.1.2. Proposição e Aceções de Animação Sociocultural ... 75

3.1.3.Funções da Animação Sociocultural na Sociedade Atual ... 80

3.1.4.Níveis de ASC ... 81

3.1.4.1Modelos de Iniciativa e de Financiamento de Projetos ... 82

3.1.5. ASC e perspetivas vindouras ... 83

3.2. Animação Sociocultural com e para os Seniores ... 87

3.3.Perfil do Animador Sociocultural para os Seniores ... 94

Capítulo IV – A Animação Sociocultural nos Seniores, Intervenção Social, Cultural e Educativa ... 100

4.1. A ASC e a Educação Intergeracional ... 101

4.2.A ASC, a Educação Permanente e as Universidades Seniores ... 107

4.3. A ASC, o Voluntariado, a Cidadania e a Participação ... 112

4.4. A ASC nas Autarquias ... 118

Capítulo V – Técnicas e Recursos para aAnimação Sociocultural parae com os Seniores ... 125

(8)

8

5.3.Técnicas de Animação Musical para e com os seniores ... 135

5.3.1.Musicoterapia ... 138

Capítulo VI – Práticas de ASC com e paraos Seniores na JFR ... 140

6.1.Junta de Freguesia de Ramalde ... 141

6.1.1.Evolução histórica da Freguesia de Ramalde ... 141

6.1.2. Caracterização da Junta de Freguesia de Ramalde ... 142

6.2. Práticas de Animação Sociocultural com e para os seniores na Junta de Freguesia de Ramalde ... 145

6.2.1.Projeto Ramalde Solidário ... 145

6.2.2.Colónia Balnear Intergeracional ... 145

6.2.3.Visitas Temáticas ... 145

6.2.4.Semana Europeia da Prevenção de Resíduos ... 146

6.2.5.Carnaval ... 146 6.2.6.Magustos ... 146 6.2.7.Coro Sénior ... 146 6.2.8.Universidade + Sénior ... 147 6.2.9.Encontros Intergeracionais ... 147 6.2.10.Encontros Intercentros ... 147

(9)

9

6.2.13.Exposição de Trabalhos dos Seniores de Ramalde ... 148

6.2.14.Sardinhada de S. João ... 148

6.2.15.Dia Internacional dos Museus ... 149

6.2.16.Dia do Sénior ... 149

6.3.Caraterização dos Centros de Dia/Convívio da Freguesia de Ramalde .... 150

6.3.1.Centro de Dia do Exército de Salvação ... 150

6.3.2.Centro Social do Grupo Desportivo e Cultural do Bairro de Santo Eugénio... 150

6.3.3.Centro de Convívio da Associação de Moradores da Zona de Francos ... 151

6.3.4.Centro de Convívio do Grupo Desportivo do Viso ... 151

6.3.5.Centro Social, Desportivo e Cultural do Bairro das Campinas ... 151

6.3.6.Grupo Desportivo do Centro Social do Bairro de Francos ... 152

6.3.7.Centro Social da Paróquia da Nossa Senhora da Boavista ... 152

6.3.8.Centro de Dia Artur Brás ... 152

6.2.9. Lar do Calvário do Carvalhido ... 153

6.2.10. Lar das Irmãzinhas do Pinheiro Manso ... 153

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10

Bibliografia ... 159

(11)

11

Quadro 1 – Ramalde Solidário. ... 36

Quadro 2 – Colónia Balnear Intergeracional ... 37

Quadro 3 - Visitas Temáticas. ... 38

Quadro 4 – Semana Europeia da Prevenção de Resíduos ... 39

Quadro 5 – Carnaval . ... 40

Quadro 6 – Magustos. ... 41

Quadro 7 – Coro Sénior. ... 42

Quadro 8 –Universidade Sénior. ... 43

Quadro 9 – Encontros Intergeracionais. ... 43

Quadro 10 – Encontros Intercentros. ... 44

Quadro 11 – Peddy–paper intergeracional. ... 45

Quadro 12 – Voluntariado. ... 46

Quadro 13 – Exposição de Trabalhos dos Seniores. ... 46

Quadro 14 –Sardinhada de S. João. ... 47

Quadro 15 – Dia Internacional dos Museus ... 47

Quadro 16 – Dia do Sénior... 48

Quadro 17 – Marcos Concetuais de Animação Sociocultural ... 76

Quadro 18 – ASC para e com os Seniores. ... 92

Quadro 19 – Perfil do Animador Sociocultural para e com os seniores. ... 98

Quadro 20- Animação Sociocultural e a Educação Intergeracional. ... 105 Quadro 21- Animação Sociocultural, Participação, Voluntariado e Cidadania . 117

(12)

12 Quadro 23- Contributo da Animação Teatral nos Seniores ... 133

(13)

13 O presente trabalho tem como tema a Animação Sociocultural com e para os Seniores, tem como objeto de estudo as atividades realizadas na Junta de Freguesia de Ramalde, foi desenvolvido no âmbito do 2º Ciclo de Estudos, Ciências de Educação – Especialização em Animação Sociocultural da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro da Escola de Ciências Humanas e Sociais do Pólo de Chaves.

Pretendeu-se com este estudo averiguar se as atividades de Animação Sociocultural promovidas pela Junta de Freguesia de Ramalde correspondem àquilo que a teoria nos revela deverem ser atividades de Animação Sociocultural para e com os seniores e desta forma explicamos e identificamos todas as atividades que são promovidas na JFR, bem como os locais (Centros de Dia/Convívio) onde as mesmas ocorrem. A metodologia utilizada neste presente estudo é o estudo de caso, e as técnicas utilizadas foram a entrevista, realizada a Professores Universitários e autores no âmbito da Animação Sociocultural e a observação participante a todas as actividades que são realizadas na JFR.

Focamos a questão da Animação Sociocultural quer no seu cômputo geral quer no âmbito dos seniores, não descurando a importância que têm as questões ligadas ao envelhecimento, o que nós enquanto animadores pretendemos preconizar um envelhecimento ativo e por isso se torna importante explanar acerca das técnicas e recursos utilizados neste âmbito.

Procuramos alicerçar os princípios norteadores da Animação Sociocultural com a gerontologia social e educativa no sentido de encontrar novos paradigmas ancorados numa pedagogia da vivência, convivência, experiência, participações que constituem o âmago da nossa investigação.

É esta ação educadora que alia o ser com o saber, o saber com o saber fazer procurando sempre um aprender e um reaprender a viver juntos num quadro participativo marcado pelo compromisso da procura da autonomia e do auto - desenvolvimento.

(14)

14 para o século XXI.

Palavras-Chave: Seniores, Animação Sociocultural, Junta de Freguesia de

(15)

15 The present work has as its theme the Sociocultural Animation with and for Seniors, has as its object of study the activities at the JFR, was developed as part of the 2nd Cycle Studies, Science Education - Specialization in Sociocultural Animation University of Tras-os-Montes and Alto Douro School of Humanities and Social Pole of the Council of Chaves.

The intention of this study was to ascertain whether the activities of Sociocultural Animation promoted by the JFR correspond to what the theory tells us should be Sociocultural Animation activities for and with seniors and thereby explain and identify all activities that are promoted in POR, as well as the locations (centers Day) where they occur. The methodology used in this study is the case study, and the techniques used were the interview, conducted at University Teachers and authors within the Sociocultural Animation and participant observation to all activities that are performed in the JFR.

We focus on the issue of Sociocultural Animation either on your overall result either under the senior, not forgetting the importance they have issues related to aging, which we intend to advocate while encouraging active aging and so it becomes important to explain about the techniques and resources used in this context.

We seek to underpin the guiding principles of Sociocultural Animation with social gerontology and education in order to find new paradigms grounded in a pedagogy of experience, familiarity, experience, interests that constitute the core of our research.

Is this action educator who combines being with knowledge, knowledge with knowledge always looking to learn and relearn how to live together in a participatory framework marked by compromise demand of autonomy and self - development.

Our research is therefore indicative of the importance of Sociocultural Animation intergenerational that values education as a new direction for the twenty-first century civilization.

Keywords: Seniors, Sociocultural Animation, Junta de Freguesia de Ramalde,

(16)

INTRODUÇÃO

O presente estudo insere-se numa análise à problemática da terceira Idade na Freguesia de Ramalde e tem como propósito aferir em que medida as estruturas sociais, culturais e educativas respondem às necessidades desta faixa etária.

O mote deste trabalho surge com o ditado popular “Velhos são os trapos” Expressão popular que já todos ouvimos e que nos deve fazer repensar o papel dos nossos “velhos” na sociedade.

O termo velho normalmente tem um sentido pejorativo bastante grande…todas as pessoas lhe associam uma conotação errada, mas o termo velho no Brasil, por exemplo, é utilizado como sinal de reconhecimento e carinho.

Antigamente os “velhos” eram considerados anciãos e fontes de toda a sabedoria e experiências enriquecedoras…hoje em dia o velho é visto como um trapo na verdadeira aceção da palavra, por isso se torna relevante estudar esta faixa etária, bem como criar políticas de inserção e envolvimento e aí a Animação Sociocultural assume um papel bastante importante.

Importa referir que a denominação que vamos utilizar preferencialmente neste trabalho para nos referirmos aos Idosos, Velhos, Terceira Idade… é Seniores, porque entendemos que não possui qualquer carga negativa e enaltece a condição e dignifica esta faixa etária.

Consideramos que a Animação Sociocultural não pretende dar mais anos à vida mas sim mais vida aos anos desta população sénior. Atendendo a esse desiderato a presente investigação procura a partir da análise empírica e a fundamentação teórica estabelecer as pontes para uma vida vivida com sentido, isto é, uma vivência na convivência.

Atendendo a que ninguém convive sozinho, já que o ato de conviver, é viver com, procuramos no terreno fértil da Animação Sociocultural a noção de uma estratégia marcada pelo interagir nas dimensões do social, cultural e educativo.

(17)

17 Os seniores devem ter voz, e devendo ser eles a consciencializar-se de que são o próprio objeto e início da mudança e por isso corroboramos da opinião dos autores quando afirmam que,

“ A sociedade evoluiu do paradigma assistencialista (idoso sem poder, vergado aos desígnios técnicos), para um modelo promotor de autonomia (“dar voz” às pessoas idosas), no qual as pessoas mais velhas são o objecto impulsionador da sua própria intervenção.”

Portugal e Azevedo (2011, p.228)

Portugal assiste hoje, cada vez mais, a um envelhecimento progressivo da sua população com a taxa de natalidade cada vez mais baixa e a esperança média de vida cada vez mais alta e, por isso, partilhamos da ideia de Requejo (1997 e 1998, p. 251) que um dos aspetos mais importantes dos últimos tempos é o,

envelhecimento da população. Uma realidade biológica que tem como

elementos confluentes a queda da fecundidade e, sobretudo, o aumento da esperança de vida.”

Hoje, Portugal tem uma taxa de natalidade de 9.80%, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (2009) e uma esperança média de vida cada vez mais alta (à nascença é de 78.7 anos de acordo com a mesma fonte). Tendo em consideração Simões (2006, p.17),

“(...) de algumas décadas a esta parte, registaram-se nos países desenvolvidos,

drásticas modificações na estrutura da população”.

Aumentou, por um lado, a esperança de vida à nascença e diminuiu, por outro, a taxa de natalidade. Podemos constatar estas questões, segundo alguns autores,

Em Portugal, segundo Oliveira (2010, p.16),

“ (…) em 1960 a população de idosos (com 65 e mais anos) representava cerca de 8% (destes 33% tinham 75 ou mais anos); em 1975 andava à volta dos 12%; em 2000, segundo o último censo, a percentagem de idosos era de 16,4% (16% até aos 14 anos; 14,3 entre os 15-24). Em 2004, segundo o INE, o número de idosos era de 1.790.500. actualmente, a população de idosos portugueses já ultrapassa a dos jovens (com menos de 15 anos). Por volta de 2025 os idosos poderão atingir 20% da população (enquanto os jovens andarão pelos 16%) e em 2050 serão cerca de 30%.”

(18)

18 Também o autor Jacob (2007, p.15) faz uma referência à questão do envelhecimento da população portuguesa,

“ Em 1960, a população portuguesa com menos de 15 anos representava 28.8% por cento da população total e os idosos representavam 8.1 por cento dessa população. Em 2004, o panorama alterou-se completamente e os idosos representavam 15.2 por cento da população e o grupo dos menores de quinze anos 16.8 por cento. Se acrescentarmos a esta perspectiva os cálculos do Eurostat para Portugal, o cenário ainda é mais impressionante. Segundo estas previsões, em 2020 a percentagem de idosos será de 20.6 e a de jovens 12.6. “

Para Requejo (2007, p.11), as transformações ao nível demográfico são um dos fenómenos sociais mais importante dos últimos anos,

“ Uma das transformações sociais mais importantes que ocorreram nos últimos cinquenta anos está relacionada com o aumento demográfico das pessoas de idade. Assistimos, portanto, ao fenómeno crescente e novo do envelhecimento da população em todas as sociedades economicamente desenvolvidas.”

O envelhecimento da população é uma constante em todos os países e deve ser tido em consideração pois acaba por se revelar transversal a todos os níveis como nos refere a autora, Squire (2005, p.4),

“A população da Grã-Bretanha e da maior parte dos outros países está a envelhecer e, apesar desta tendência ter sido ignorada durante dois séculos, é agora olhada como um dos maiores desafios políticos e económicos do futuro.”

Verificamos então que cada vez mais as sociedades mundiais terão presentes, cidadãos em idade sénior e daí advém a importância de se perceber o porquê deste fenómeno, e desta forma o aumento de pessoas situadas nesta faixa etária advém de vários motivos segundo Requejo (2007, p.11) como sendo,

“ Em primeiro lugar, o aumento da esperança de vida para além dos 70 anos (…). (…) Em segundo lugar, a diminuição abrupta da fecundidade nos últimos anos tornou mais visível o aumento de idosos constatado nas “pirâmides etárias”.

Requejo (2007, p.11) refere, relativamente às transformações sociais e demográficas, o seguinte,

“ Este acontecimento converteu os chamados “idosos” num grupo social que atrai o interesse individual e colectivo de forma crescente, devido às suas implicações a nível familiar, social, económico, politico, etc.”

(19)

19 Devido a este envelhecimento da população que tem sido manifestado na população mundial, é importante conforme nos refere Jacob (2007, p.15), o aumento de populações seniores é excelente e é um grande “êxito da Humanidade”, acaba também por se tornar um desafio, na medida em que todos temos que estar preparados a todos os níveis,

“Perante o envelhecimento progressivo da população, a sociedade civil e o Estado têm vindo a organizar-se e a criar condições para acolher um número crescente

de idosos (…)O envelhecimento da população é um dos maiores êxitos da humanidade,

porém é também um dos seus maiores desafios, devido às suas consequências sociais, económicas e políticas. “

Tendo em conta este paradigma torna-se urgente aprofundar e criar políticas de intervenção junto da Terceira Idade para que esta não seja tida como o fim de vida, mas sim como uma nova etapa do ciclo de vida. Esta perspetiva remete-nos para a importância das atividades de Animação Sociocultural como processo continuado e não como mera mostra de produtos/atividades que se esgotam no momento da apresentação. De acordo com a Declaração Universal dos Direitos do Homem, entende-se que é cada vez mais um imperativo social, moral e cívico proporcionar uma vida condigna e equilibrada independentemente da sua condição social, intelectual, profissional, económica e sobretudo etária, torna-se importante fundamentar e referir que a Animação Sociocultural surge como uma resposta social importante e necessária para que a “velhice” não seja entendida como um mal menor e como algo que é inato.

Requejo (1997 e 1998, p.255) chama atenção para o fato da ASC ter na sua essência a capacidade de colocar as pessoas como atores principais na sua vida.

“Uma das funções chave da animação sociocultural consiste no facto de as pessoas e os colectivos se transformarem em agentes e protagonistas do seu próprio desenvolvimento. O que particularmente interessa nos processos de animação é gerar processos de participação, criando espaços para a comunicação dos grupos e das pessoas, tendo em vista estimular os diferentes colectivos a empreenderem processos de desenvolvimento social (resposta às suas necessidades num espaço, tempo, situações determinadas…) e cultural (construindo a sua própria identidade colectiva, criando e participando nos diferentes projectos e actividades culturais).”

(20)

20 A Animação Sociocultural apresenta-se como o grande motor capaz de proporcionar mecanismos de combate à exclusão e isolamento desta faixa etária, permitindo a sua inserção social, bem como criar a expectativa real de que a sociedade e a comunidade reconhecem, tal como antigamente, que esta faixa etária é uma fonte de saberes e experiências enriquecedoras que devem ser trocadas sobretudo com os mais novos.

Tendo em conta o trabalho que pretendemos realizar e o nosso objeto de estudo, torna-se necessário delimitar a ASC no âmbito da Terceira Idade, e como qualquer âmbito, também este é detentor de características fundamentais e que é necessário ter em conta,

“No caso concreto da terceira idade, encontramo-nos perante um colectivo que tem características muito específicas: idade, aposentação e que, portanto, está liberto de um trabalho determinado de forma sistemática; diferentes situações de convivência (em casal, viuvez, solidão); situações de saúde geral e condições físicas muito diferentes; contexto residencial de acordo com situações particulares (em habitação própria, com familiares, em instituições especificas: lares de terceira idade, centros de dia…); uma maior disponibilidade dos tempos livres, etc.”

Requejo (1997 e 1998, p. 256)

Percebemos desta forma que a ASC, na sua essência e no âmbito dos seniores, pretende criar espaços de participação e de integração dos mesmos na sua comunidade e fomenta uma cidadania ativa e promotora de desenvolvimento de tarefas coletivas,

“La aparición de la Animación Sociocultural en el campo de las personas mayores surge en respuesta a una ausencia o diminución de su actividad y de sus relaciones sociales. Para calmar esse vacío, la Animación Sociocultural trata de favorecer la emergência de una vida centrada alrededor del individuo o del grupo. La Animación concibe la idea de progreso de las personas mayores a través de su integración y participación voluntaria en tareas colectivas en las que la cultura juega un papel estimulante.

Elizasu (2001, p.13)

Urge, então, desmistificar o conceito de terceira idade, assim como protagonizar um envelhecimento ativo e digno a todos aqueles que entram nesta nova etapa da vida.

(21)

21 Este é o objetivo do Gabinete Sociocultural da Junta de Freguesia de Ramalde que trabalha para e com os seniores durante todo o ano e promove inúmeras atividades para que os seniores se sintam úteis, motivados e inseridos no meio a que pertencem.

A participação em atividades promovidas pela Junta de Freguesia de Ramalde é uma participação voluntária, mas cabe ao poder politico motivar a participação de todos principalmente com os seniores isolados e sem qualquer tipo de retaguarda familiar para que os mesmos se sintam úteis e necessários à sociedade.

No I Capítulo – Metodologia, encontra-se definido e explanado tudo o que se

refere a esta temática, ou seja, o método utilizado, a escolha do tema, os objetivos de estudo bem como as técnicas utilizadas.

No II Capítulo – Envelhecimento, optamos por delinear um pouco o que se

entende por envelhecimento e também sobre o processo de envelhecimento ativo.

No III Capítulo – ASC com e para os Seniores; numa 1ª fase fazemos alusão a

Animação Sociocultural, a sua origem e evolução, as funções da mesma na sociedade atual e, como o próprio nome do capítulo indica, abordamos a temática da Animação Sociocultural no âmbito da Terceira Idade. Por último fazemos uma análise das características que deve ter um animador sociocultural neste âmbito.

No IV Capítulo – ASC nos Seniores, Intervenção Social, Cultural e Educativa, sendo neste capítulo abordado o que se refere à Educação Intergeracional e

a sua importância, como é que a Participação, Cidadania e Voluntariado se interligam, a Educação Permanente tão relevante no âmbito desta idade e uma vez que o nosso estudo empírico foi realizado numa autarquia pareceu-nos pertinente fazer um périplo e perceber como foi e é a ASC nas Autarquias.

No V Capítulo – Técnicas e Recursos para a Animação Sociocultural para e com os Seniores, pretendemos explanar em que âmbito a Animação Turística,

Animação Teatral e Animação Musical, são importantes na prática da ASC com e para seniores.

No VI Capítulo – Práticas da ASC com e para os Seniores na JFR, onde se

inicia por fazer uma pequena abordagem à evolução histórica da Freguesia e da Junta de Freguesia de Ramalde, bem como a uma breve caracterização da mesma. São também

(22)

22 enumeradas e explicitadas as práticas de ASC na JFR para e com os seniores e por último identificam-se os Centros de Dia/Convívio da Freguesia de Ramalde e suas características.

O mote para este estudo está lançado e, como afirmam Berger e Mailloux-Poirier (1995, p.123)

“O principal inimigo do ser humano que envelhece é o próprio, e a única vitória importante é a vitória sobre si próprio.”

Em termos finais referimos que o caminho traçado para a elaboração deste trabalho cientifico é um caminho marcado pelo desassossego pois lamentavelmente não tem existido na sociedade Portuguesa a atenção devida a estes seres humanos, por isso, sem pretendemos dar respostas definitivas, é nosso desejo contribuir para que estes “Maiores”, Idosos, Anciãos...sejam os grandes Mestres de um Saber feito através da vivência e da convivência.

(23)

“O Século XXI é o Tempo da Terceira Idade, um tempo que pretendíamos que fosse de valorização da Terceira Idade e não de encurralamento da Terceira Idade, contudo os sinais fornecidos nesta primeira década não nos tranquilizam.”

(24)
(25)

25

“Se pudéssemos primeiro saber onde estamos e para onde nos dirigimos, podíamos avaliar melhor o que fazer e como fazê-lo.”

Abraham Lincoln

1.1.Revisão Bibliográfica

Antes de partirmos para este trabalho científico foi importante fazermos uma revisão bibliográfica acerca do tema que pretendíamos estudar.

Desta forma optámos por reunir um conjunto de obras e comunicações que nos permitissem estudar e aprofundar os conceitos no que se refere à Animação Sociocultural – ASC de uma forma geral e global e a mesma no âmbito da Terceira Idade, ou na nomenclatura por nós utilizada, no âmbito dos seniores, conforme nos referem os autores AA.VV. (1997, p.32)

“Fala-se de pesquisa bibliográfica quando se trata de descobrir textos (livros, artigos, documentos) sem omitir uma referência essencial, mas sem se deixar submergir pelo que não tem interesse.”

Pareceu-nos verdadeiramente importante fazer uma abordagem a determinados temas dentro deste âmbito ressaltando os mais importantes e os que se relacionam com o estudo que realizámos na Junta de Freguesia de Ramalde.

1.2.Enquadramento do Estudo

1.2.1.Pergunta de Partida

No que se refere à pergunta de partida, devemos ter em consideração aquilo que nos refere Quivy e Campendehout (1992) apergunta de partida deve ser clara, precisa, unívoca e concisa. Deve ser exequível no sentido da investigação e adequada com a investigação que pretendemos levar a cabo.

(26)

26 A mesma deve ser coerente e corresponder objetivamente aquilo que pretendemos com o estudo que levamos a cabo,

“Consiste em procurar enunciar o projeto de investigação na forma de uma pergunta de partida, através da qual o investigador tenta exprimir o mais exactamente possível o que procura saber, elucidar, compreender melhor.”

Quivy e Campendehout (1992, p.32)

Obviamente que a pergunta de partida, segundo o mesmo autor, só faz sentido se a mesma representar aquilo que pretendemos estudar e se estiver “corretamente formulada”,

desta forma formulamos a seguinte pergunta de partida para o nosso estudo:

Qual a Importância da Animação Sociocultural na intervenção junto dos Seniores da Freguesia de Ramalde?

1.2.2.Objetivos

No que se refere aos objetivos, e segundo Fortin (1999, p.100),

“O objetivo de um estudo indica o porquê da investigação. É um enunciado declarativo que precisa a orientação da investigação segundo o nível dos conhecimentos estabelecidos no domínio em questão.”

Tendo estas questões presentes, definimos os seguintes objetivos,

- Perceber em que medida as atividades promovidas pela JFR para os seniores vão de encontro com as suas expectativas;

- Aferir da envolvência da comunidade sénior de Ramalde em atividades promovidas pela JFR;

- Refletir da importância das atividades realizadas no contexto da educação não formal e informal;

- Analisar os níveis de participação da população sénior em atividades intergeracionais;

- Confrontar a bibliografia consultada com as entrevistas a 6 Professores e Trabalhadores na área da ASC;

(27)

27 - Perspetivar soluções no que se refere às atividades promovidas pela JFR.

Após a formulação dos objectivos partimos para as opções metodológicas que enquanto investigadores recorremos.

1.3.Opções metodológicas

Partimos da premissa de López Yepes, citado por Lopes (2008, p.82)

“ O Investigador é um explorador que caminha seguindo o rastro, as pegadas, os vestígios de outros como ele. Quando termina de segui-los, inicia a partir do novo ponto de partida um percurso rumo a verdade procurada com obsessão, a que implica atravessar bosques, caminhar debaixo de cascatas poderosas, cruzar rios indómitos e afrontar outros perigos, o maior de todos o desânimo. Mas quando chegue a meta, quando descobre aquilo que procurava, saboreará de tal modo o êxito que vai querer repeti-lo e …provavelmente consagrará toda a sua vida à aventura da investigação científica.”

1.3.1. Estudo de caso

O Estudo de caso - EC é uma forma de investigação que não é feita em nenhum ambiente artificial ou condicionado por algum motivo ou de alguma forma.

Podemos afirmar que o estudo de caso é a metodologia que mais se coaduna como o tipo de estudo que pretendemos realizar uma vez que pretendemos avaliar a realidade tal e qual como ela nos é apresentada no dia-a-dia e que aconteça de uma forma natural e não controlada. Nunca esquecendo também que o investigador está intimamente ligado e implicado no estudo aprofundado de casos particulares. Gil (1999).

Tendo em conta que,

“ O método de Estudo de Caso (EC) começa a usar-se com mais frequência nas Ciências Humanas e Sociais enquanto procedimento de análise da realidade. No entanto, convém referir que o predomínio dos métodos de carácter quantitativo, no nosso contexto social, não tem proporcionado o

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desenvolvimento de metodologias de carácter qualitativo que surgem com grande predomínio no momento actual. Uma dessas metodologias tem sido o Estudo de Caso.”

Perez (2011, p.102)

E que como afirma Ander-Egg (2003, p.313),

“En las ciencias sociales, el estúdio de caso consiste en un tratamiento global/holístico de un problema, contenido, proceso o fenómeno, en el que se centra todo el foco de atención investigativa, ya se trate de un individuo, grupo, organización, institución e pequeña comunidad.”

Desta forma, a metodologia por nós escolhida, uma vez que fizemos esta investigação na Junta de Freguesia de Ramalde, ou seja, uma instituição bem definida, foi o estudo de caso, pois pareceu-nos o mais adequado tendo em conta os objetivos a que nos propusemos com este trabalho, bem como o tempo que tínhamos disponível para o fazer,

“ (…) é especialmente indicado para investigadores isolados, dado que proporciona uma oportunidade para estudar, de uma forma mais ou menos aprofundada, um determinado aspecto de um problema em pouco tempo – embora alguns estudos sejam desenvolvidos durante um período longo (…).”

Bell, J. (2008, p.23)

Deve-se ter em consideração os seguintes passos básicos (Ander-Egg (2003, p. 318-319) ao usar o estudo de caso como metodologia,

“Una observación participante (lo que Mary Richmond sugería hacer con lo que denominaba “relacionarse con la gente”). Esto se puede realizar de diferentes maneras y circunstancias como, por ejemplo, participando en alguna actividad en donde el sujeto motivo de estudio interviene normalmente, así como también uniéndose en juegos y celebraciones en donde éste participe. No son relaciones conversacionales, sino observaciones/percepciones no mediatizadas por palabras.

Entrevistas que permiten recopilar información de manera más sistemática;

sugerimos la entrevista focalizada, en la versión más simplificada, que explicamos en otra parte del libro.

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Conversaciones sobre temas de interés del hombre o mujer, cuyo caso es

motivo de estudio. En esto el investigador debe tener una estrategia: comenzar por cuestiones superficiales que no comprometen en nada al sujeto; por ejemplo, cosas triviales (…). Sólo después de haber creado un ambiente cordial de intercambio, se entrará en temas de fondo, más comprometidos y, en algunos casos, conflictivos (…)

En el uso de cualquiera de estos tres procedimientos, en lo que hay que tener verdadera preocupación es en captar lo que se oye e se ve. Por otro lado, aunque se tomen notas más o menos telegráficas, al final de la jornada hay que desarrollar lo registrado lo más ampliamente posible y con la mayor fidelidad factible.”

Percebemos então que quando se utiliza o EC como metodologia, devemos dar grande importância a tudo o que vemos pois poderá trazer-nos aspetos importantes para a investigação e podem complementar as entrevistas e conversas formais ou informais.

No que se refere à observação note-se que apesar de, enquanto investigadores, observarmos uma atividade devemos estar sempre atentos e tomar nota de tudo o que é dito durante o decorrer da mesma e no final do dia fazermos uma compilação de tudo o que escrevemos.

O EC, trata-se muito mais que uma história ou descrição de um acontecimento ou circunstância,

“É uma investigação que se assume como particularística, isto é, que se debruça deliberadamente sobre uma situação específica que se supõe ser única ou especial, pelo menos em certos aspectos, procurando descobrir a que há nela de mais essencial e característico e, desse modo, contribuir para a compreensão global de um certo fenómeno de interesse.”

Ponte, J. (2006, p.2)

1.3.2. Investigação Qualitativa

Tendo em conta a investigação qualitativa que levamos a efeito, bem como os objetivos a que nos propusemos no inicio do nosso estudo e após a revisão bibliográfica

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30 que levamos a cabo, foram a entrevista e a observação, uma vez que como afirma Lopes (2008, p.85),

“No âmbito da investigação qualitativa, a entrevista possui laços evidentes com outras formas de recolha de dados, nomeadamente, com a observação.”

A observação participante assume-se também como uma técnica de investigação qualitativa e como nos dizem os autores Hérbert e Boutin e Goyette (1990, p.155)

“A observação participante é portanto uma técnica de investigação qualitativa adequada ao investigador que deseja compreender um meio social que, à partida, lhe é estranho ou exterior e que lhe vai permitir integrar-se progressivamente nas actividades das pessoas que nele vivem.”

1.3.3.Técnicas

1.3.3.1. Entrevista

Esta técnica, comummente utilizado nas ciências sociais e na investigação social, pode assumir diversas formas e pode ou não ser alvo de vantagens e desvantagens no que se refere à sua utilização.

Cabe a cada investigador optar pelo tipo de entrevista que mais favorecerá a sua investigação.

Nós optamos, enquanto investigadores, e uma vez que os entrevistados se encontravam em espaços físicos bastante distantes uns dos outros, enviar o guião de entrevista por correio eletrónico e as respostas foram-nos reencaminhadas pela mesma via, ou seja, o nosso guião de entrevista estava perfeitamente estruturado com perguntas devidamente delineadas e com uma ordem definida para que possa corresponder ao nosso estudo teórico, pois segundo Lopes (2008), existem principalmente três tipos de entrevistas, a estruturada, a semi-estruturada e a não estruturada, todas elas com diferenças que devem ser salientadas e que são importantes como já atrás referimos para

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31 que o investigador possa perceber qual a que mais se coaduna com o seu estudo, bem como com as pessoas que necessita de entrevistar (em termos de local, disponibilidade entre outras questões que podem também condicionar a escolha do tipo de entrevista),

“Na estruturada é colocada a mesma série de perguntas, segundo uma ordem sequencial definitiva, é também, vulgarmente, designada como estandardizada e directiva; a não estruturada apresenta um carácter livre, aberto e informal; não possui um carácter estruturado, não apresenta a mesma sequência ordenada de perguntas, permitindo que o diálogo se processe livremente com vista à obtenção do maior número possível de informações; na semi/estruturada, utiliza-se o mesmo conjunto de possíveis perguntas todos os inquiridos, mas não necessariamente segundo a mesma ordem, uma vez que as perguntas devem ser colocadas de modo fléxivel, adaptável ao ritmo dos entrevistados.”

Lopes (2008, p.87)

Devido:

1- Ao curto espaço de tempo que tínhamos disponível para a realização do estudo e dos objetivos que delineamos para as entrevistas, optamos pela entrevista estruturada, uma vez que:

“Quanto mais padronizada for a entrevista, mais fácil será agregar e

quantificar os resultados.”

Bell (2008, p.139)

2- Ao que pretendíamos estudar, optámos pelas entrevistas realizadas a 6 professores universitários e experientes na área da Animação Sociocultural, por forma a contrapor com a bibliografia consultada e que as mesmas nos trouxessem novas informações e visões da problemática da ASC no âmbito dos seniores;

3- A avaliação que os técnicos, seniores e políticos responsáveis pelas atividades (Presidente e vogal) fazem de cada uma das atividades, em que os seniores emitem opinião acerca do que gostaram mais, do que gostaram menos e se pretendem que a mesma continue a figurar no plano anual de atividades, todas essas conversas informais estão na nossa posse e por isso constarão do nosso estudo de caso. Por isso, não nos pareceu para este estudo ser importante a realização de entrevistas aos seniores que participam nas atividades promovidas pela Junta de Freguesia de Ramalde, uma vez que

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32 sempre que existe uma iniciativa é feita uma avaliação. O que pretendíamos fundamentalmente era saber a opinião dos entrevistados acerca de cada um dos temas que nos interessava estudar e poder contrapor com os dados das grelhas de observação que construímos.

1.3.3.2. Observação

Quanto à observação e tendo em conta que como afirma Gil (1999, p.19) “Pela

observação o ser humano adquire grande quantidade de conhecimentos” e uma vez que o

observador se encontra integrado, optamos por uma observação participante em que, “é

o próprio investigador o instrumento principal de observação (….)” Hérbert e Goyette e Boutin

(1990, p.155).

No presente trabalho, enquanto observador vamos integrar-nos no grupo e construir uma grelha de observação para ser possível registar tudo o que é necessário e importante para levar a efeito a investigação.

Ao construirmos as grelhas de observação baseamo-nos na forma de planificar e programar atividades que Ander-Egg (2000) apresenta e que faz sentido figurarem nas mesmas, para que seja possível entender o que na realidade se pretende ao recorrer à observação participante e consequentemente ao registo em grelhas de observação,

- “Quê se quiere hacer, naturaleza del proyecto”, ou seja, o que queremos ou pretendemos fazer, na grelha de observação figura no início, como sendo o título da atividade que foi promovida;

- “Por Quê se quiere hacer, origen y fundamentación”, isto quer

dizer, qual o motivo pelo qual se pretende promover determinada atividade, todas as atividades promovidas pela Junta de Freguesia de Ramalde, são realizadas devido à já referida avaliação que acontece após a sua realização. Não figura na nossa grelha de observação na medida em que é universal para todas as atividades;

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33 - “Para Quê se quiere hacer, objetivos, propósitos”, “Cuánto se quiere hacer, metas”, estas duas questões acabam por se associar uma à outra, uma vez que os objetivos se cruzam com as metas que pretendemos atingir e em todas as atividades que se promove deverem ser elaborados objetivos ou pelo menos deve existir um propósito para que a mesma exista;

- “Dónde se quiere hacer, Localización física”, quando se programa uma atividade a mesma deve especificar em que espaço se pretende levar a cabo a mesma, na medida que as especificidades físicas podem ou não condicionar a realização da mesma e assim sendo, também nos pareceu importante que esta informação figurasse na grelha de observação;

- “Cómo se va a hacer, Actividades e Tareas”, ou seja, como pretendemos levar a cabo a nossa atividade e o que vamos na realidade fazer no âmbito da mesma para que seja possível atingir os objetivos anteriormente delineados;

- “Cuándo de va a hacer, calendarización o cronograma”, este item prende-se com a questão de se identificar quando é que será realizada a atividade; deverá sempre a mesma ser calendarizada no tempo;

- “A Quiénes va dirigido, destinatarios o beneficiários” , a quem é dirigida ou quem vai beneficiar da atividade que programamos, nas grelhas de observação que construímos e tendo em conta os objetivos a que nos propusemos no inicio do nosso estudo empírico.

Esta informação figura, na medida em que as mesmas devem ser realizadas para o público a que se propõe no momento da sua preparação;

- “Quiénes o van a hacer, Recursos Humanos”, quem é que vai levar a cabo a atividade proposta, ou seja, quais e que tipo de

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34 recursos humanos são necessários para que a mesma possa ser realizada. Identificamos nas grelhas de observação elaboradas quais os recursos humanos que participaram em cada uma.

- “Com Qué se va a hacer, recursos materiales e se va a costear, recursos financieros”, identificação dos recursos materiais necessários bem como o orçamento para cada atividade. Os recursos materiais estão devidamente identificados nas grelhas de observação, quanto aos custos/recursos financeiros, uma vez que o estudo empírico foi realizado na Junta de Freguesia de Ramalde, entidade pública não nos devemos deixar imiscuir nas questões financeiras e dessa forma pensamos que seria desnecessário abordar esta questão até mesmo porque não representa uma questão principal no que se refere à observação e aos objetivos a que nos propomos.

No que se refere à observação, devemos ter em consideração que quando falamos de uma observação participante, a mesma ocorre estando o investigador integrado no grupo e onde o mesmo regista todos os dados que recolhe.

“(…) observação participante activa (…) significa que o observador está envolvido nos acontecimentos e que os regista após eles terem tido lugar. Este tipo de observação participante permite ao observador apreender a perspectiva interna e registar os acontecimentos tal como eles são

percepcionados por um participante”

Hérbert e Goyette e Boutin (1990, p.156)

Podemos complementar com os dados da observação, toda a informação recolhida com as entrevistas realizadas.

“ (…) a observação pode constituir, em certos casos, um método complementar de colheita de dados”.

Fortin (1999, p.242)

Corroboramos da opinião de Hérbert e Goyette e Boutin (1990:155), quando afirmam que é muito mais fácil para quem pretende investigar estar “por dentro” da

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35 investigação pois encontra-se na mesma condição daqueles que estão a ser observados, vivencia tudo conforme os atores que estão na condição de observados,

“(…) o investigador pode compreender o mundo social do seu interior, pois partilha a condição humana dos indivíduos que observa. Ele é um actor social e o seu espírito pode aceder às perspectivas de outros seres humanos, ao viver as «mesmas» situações e os «mesmos» problemas que eles. Assim, a participação ou, seja, a interacção observador-observado está ao serviço da observação; ela tem por objectivo recolher os dados (sobre acções, opiniões ou perspectivas) aos quais um observador exterior não teria acesso.”

E assim sendo, segundo, Gil (1999, p.113)

“ (…) definir observação participante como a técnica pela qual se chega ao conhecimento da vida de um grupo a partir do interior dele mesmo”.

Para o mesmo autor a observação participante pode assumir duas formas distintas:

“ (a) natural, quando o observador pertence à mesma comunidade ou grupo que investiga;

(b) artificial, quando o observador se integra ao grupo com o objectivo de realizar uma investigação”.

Neste caso concreto podemos então reconhecer que o nosso trabalho enquanto observadores é natural, uma vez que trabalhamos diariamente com o publico que vamos agora observar e sentimo-nos como estando integrados na mesma comunidade que os seniores.

1.4. Análise e discussão dos resultados

Faz sentido fazer uma análise e discussão de resultados, pois como nos refere Fortin (1999, p.330),

“Os resultados provêm dos factos observados no decurso da colheita dos dados; estes factos são analisados e apresentados de maneira a fornecer uma ligação lógica com o problema de investigação proposto.”

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36 Tendo em conta as grelhas de observação que se encontram em anexo, parece-nos pertinente fazer uma análise e discussão dos resultados das mesmas, complementando também com os dados que possuímos relativos a outras questões que também nos parecem fundamentais.

Assim sendo faremos uma análise cuidada e criteriosa de cada uma das grelhas de observação/atividades e um quadro síntese com as questões mais importantes representadas em cada uma das mesmas.

Na grelha de observação nº1 que corresponde ao Projeto Ramalde Solidário, podemos verificar que a atividade representa tudo aquilo que está nos antípodas da Animação Sociocultural, pois representa o assistencialismo na sua essência, contudo parece-nos que esta atividade se torna de enorme interesse pois os seniores devem estar envolvidos em projetos de voluntariado e de cariz social, para que os mesmos se sintam cidadãos úteis à sociedade e com valor e saberem valorizar as palavras solidariedade, apoio, entre ajuda, partilha, entre outras.

Ramalde Solidário

- Assistencialismo; - Apoio;

- Entre ajuda; - Voluntariado;

- Chamar atenção para a importância de se ser solidário para com o próximo. - O Universo de participação nesta iniciativa é de 2 voluntárias que estão sempre no Centro Comunitário todos os dias a servir as refeições e mais 15 voluntários que na campanha de natal fazem a separação de roupas.

Quadro 1 – Ramalde Solidário - Fonte: Grelha de observação nº1/ Observação participante na atividade. Adaptação própria.

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37 No que se refere à Colónia Balnear Intergeracional, que figura na grelha de observação nº2, ressalvamos a importâncias das relações Intergeracionais e é esse o objetivo primordial da referida atividade, em que seniores e crianças partilham o mesmo espaço, histórias, brincadeiras, entre outras. A participação tanto dos seniores como das crianças nas atividade que são propostas é grande.

Existem sempre seniores que são um pouco mais preguiçosos e se mantêm no areal a tomar banhos de sol e apenas se juntam com as crianças na hora do banho e do lanche mas nessa altura partilham histórias e as crianças ensinam brincadeiras. Todos se divertem e transmitem alguma coisa, tanto os seniores às crianças, como as crianças aos seniores.

Colónia Balnear Intergeracional

- Valorizar a importância das relações Intergeracionais; - Criar Espaços de partilha;

- Permitir a troca de experiências;

- Desenvolver dinâmicas de grupo entre crianças e seniores; - Elaborar trabalhos manuais conjuntos entre crianças e seniores;

- O universo de participação nesta iniciativa foi de 50 crianças e 50 seniores.

Quadro 2 – Colónia Balnear Intergeracional – Fonte: Grelha de observação nº2/ Observação participante na atividade. Adaptação

própria.

As visitas temáticas, representadas na grelha de observação nº3 e apesar de estar distante dos propósitos da ASC, é importante na perspetiva dos seniores para que os mesmos possam ter acesso à cultura (produção cultural). Da observação por nós efetuada registamos o fato do quanto foi importante para os seniores verem o museu, verem cultura, pois terminada a visita, juntaram-se todos com o intuito de opinar acerca

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38 do que tinham acabado de ver e referindo sempre que é de extrema importância visitarem locais que noutras condições jamais visitariam ou teriam acesso aos mesmos.

Visitas Temáticas

- Permitir o acesso à cultura;

- Visitar museus e espaços que de outra forma não teriam acesso; - Debater e trocar ideias;

- Criar espaços e formas de conhecimento;

- O universo de participação nesta iniciativa foi de 50 seniores.

Quadro 3 - Visitas Temáticas – Fonte: Grelha de observação nº3/ Observação participante na atividade. Adaptação própria.

A grelha de observação nº4 remete-nos para a Semana Europeia da Prevenção de Resíduos, que teve como objetivo primordial educar para a reciclagem, educar para a necessidade de preservarmos o meio ambiente e construção de um presépio de papel tendo em conta estes princípios. Torna-se importante pois envolve seniores e crianças num projeto de criação do presépio e também na realização de jogos relativos à reciclagem para ver se sabem ou não fazer a separação dos vários materiais e resíduos que existem além de que para os seniores a questão da motricidade fina é aqui evidenciada, sendo que é uma das primeiras perdas que os seniores têm - começam aos poucos a perder a facilidade que tinham em fazer determinados movimentos com as mãos.

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Semana Europeia da Prevenção de Resíduos

- Chamar a atenção para a importância da reciclagem; - Participar;

- Trabalhar a motricidade fina; - Desenvolver a criatividade;

- Elaborar e construir um presépio com a participação de todos;

- O universo de participação nesta iniciativa foi de todas as escolas EB1/JI de Ramalde e 4 Centros de Dia/Convívio da Freguesia.

Quadro 4 –Semana Europeia da Prevenção de Resíduos – Fonte: Grelha de observação nº4/ Observação participante na

atividade. Adaptação própria.

O Carnaval foi uma atividade que acabou por ser abolida do plano de atividades da JFR na medida em que muitos seniores referiram que se sentiam um pouco ridicularizados pela comunidade em festejar o carnaval fazendo desfiles e festas de carnaval. Esta atividade surgiu por dois motivos:

- O primeiro foi porque seria interessante os seniores pensarem, construírem e conceberem os seus próprios fatos de acordo com o que são os seus gostos pessoais, sendo que a Junta optava sempre que os fatos fossem feitos de material reciclado para que não existissem muitos custos quer para a autarquia quer para os seniores;

- O segundo, porque seria uma boa forma dos seniores recuarem no tempo e voltarem aos seus tempos de criança e recordarem outros carnavais que tiveram nas suas vidas com outras idades. Esta informação figura na grelha de observação nº 5 e nº6.

O desfile e o baile de máscaras era sempre o momento mais aguardado por todos, para uns pelo orgulho que tinham em exibir os seus fatos, para outros para poderem dançar e para outros porque queriam muito saber quais os prémios para quem ficasse nos três primeiros lugares.

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Carnaval

- Desenvolver a criatividade; - Elaborar os fatos de carnaval; - Reviver os tempos de criança; - Comemorar o Carnaval;

- O universo de participação nesta iniciativa foi de cerca de 100 seniores.

Quadro 5 – Carnaval – Fonte: Grelha de observação nº5 e 6/ Observação participante na atividade. Adaptação própria.

Na grelha de observação nº 6, onde figura a atividade dos magustos que é realizada nos centros de Dia/Convívio da Freguesia.

Esta atividade assenta na comemoração do dia de S. Martinho e é um dia que os seniores gostam sempre de comemorar com muitas castanhas, jeropiga e habitualmente programam uma atividade para oferecerem a todos aqueles que os visitam nesse dia, quer sejam crianças, jovens, adultos ou grupos de pares.

Nesta atividade um magusto que nos pareceu extremamente interessante na medida em que num dos centros de dia recriaram a lenda de S. Martinho com fantoches para as crianças e restantes seniores verem e no final ensinaram às crianças como se fazia o teatro com fantoches e colocaram perguntas para ver se os mesmos tinham entendido a lenda. Esta interação intergeracional pareceu-nos de grande relevo e interesse tanto para os seniores como para as crianças que no final cantaram uma música relativa ao dia que estavam a comemorar.

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Magustos

- Recriar a lenda de S. Martinho; - Comemorar o dia de S. Martinho; - Criar momentos de partilha;

- O universo de participação nesta iniciativa foi de todos os Centros de Dia/Convívio de Ramalde.

Quadro 6 – Magustos – Fonte: Grelha de observação nº7/ Observação participante na atividade. Adaptação própria.

O Coro Sénior (grelha de observação nº7), leva-nos para uma técnica/recurso de ASC na e com a Terceira Idade, ou seja, através da música os seniores conseguem elevar os seus níveis de autoestima, melhorar a qualidade de vida entre outros aspetos.

A música acaba por ser o motor para os seniores se sentirem realizados e bem, tanto espiritualmente como fisicamente. Os seniores têm um grande interesse neste projeto na medida em que muitas vezes referem que é bom ver que a comunidade de Ramalde os acarinha e valoriza o trabalho que os mesmos fazem sendo que os resultados dos ensaios comprovam-se nas apresentações públicas e nos concertos. O reportório do coro sénior pretende também que os seniores possam regressar aos seus cantares de infância e juventude, que recordem temas que trauteavam nessa altura mas que aprendam também novas músicas. Os ensaios permitem que os seniores se sintam ativos e envolvidos no referido projeto.

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Coro Sénior

- Criar laços dos seniores com a música; - Combater o isolamento;

- Envolver a comunidade neste projeto; - Elevar os níveis autoestima;

- Desenvolver relações interpessoais;

- O universo de participação nesta iniciativa foi de cerca de 20 seniores que fazem parte do coro.

Quadro 7 – Coro Sénior – Fonte: Grelha de observação nº8/ Observação participante na atividade. Adaptação própria.

No que se refere à Universidade Sénior, representada na grelha de observação nº8, parece-nos pertinente partir da máxima Freireana “ninguém educa ninguém, as pessoas se educam no contato de umas com as outras”, fazendo também juz ao principio que ninguém sabe tanto que não tenha nada para aprender e ninguém sabe tão pouco que não tenha nada para ensinar, chegamos à UFP+, que é o perfeito exemplo disto e muito mais, pois o contato que é experienciado entre alunos e professores torna a Universidade um espaço de partilha e troca de experiências e saberes e é por isso que aposta numa Universidade Sénior faz todo o sentido. No final de cada ano é realizada uma reunião de avaliação com os alunos e a coordenação da UFP+ para que os alunos possam exprimir a sua opinião acerca da mesma e aquilo que gostariam de poder ter em termos de disciplinas no ano seguinte.

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Universidade Sénior

- Promover o envelhecimento ativo;

- Criar momentos de partilha entre seniores e professores; - Permitir troca de Experiências e saberes;

- Aumentar a qualidade de vida; - Valorizar a componente intelectual;

- O universo de participação nesta iniciativa foi e é de cerca de 50 seniores.

Quadro 8 –Universidade Sénior – Fonte: Grelha de observação nº9/ Observação participante na atividade. Adaptação própria.

Os Encontros Intergeracionais promovidos pela JFR, são a ação que mais evidenciam o verdadeiro significado e propósito da ASC, pois existe participação, interação, envolvimento e partilha entre outros. São o verdadeiro exemplo do que devem ser relações intergeracionais e a grande importância que as mesmas têm, quer para os mais novos, quer para os mais seniores, pois tanto os seniores ensinam e partilham experiências e saberes com as crianças, como as crianças partilham saberes e experiências com os seniores, esta é uma relação biunívoca em que ambos os atores beneficiam e tiram grande partido dos mesmos.

Encontros Intergeracionais

- Partilhar experiências e saberes entre gerações; - Educar para a cidadania;

- Promover experiências intergeracionais;

- O universo de participação nesta iniciativa foi de todas os JI/EB1 de Ramalde e dos Centros de Dia/Convívio de Ramalde.

Quadro 9 – Encontros Intergeracionais – Fonte: Grelha de observação nº10/ Observação participante na atividade. Adaptação

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44 Já no que se refere aos Encontros Intercentros (grelha de observação nº10), tornam-se importantes e é uma iniciativa que também se repete já há algum tempo na JFR, pois é importante que os seniores se conheçam uns aos outros e que também entre eles criem momentos de partilha pois nem todos tiveram as mesmas vivências, cada um está integrado no seu meio, que não é igual ao do próximo e isso enriquece estes encontros para que os participantes se sintam motivados a partilhar com o outro.

Encontros Intercentros

- Estimular a criatividade;

- Partilhar e trocar experiências, saberes e vivências entre seniores;

- Conhecer os seniores de outros centros e de outros espaços físicos dentro da Freguesia de Ramalde;

- O universo de participação nesta iniciativa foi de todos os Centros de Dia/Convívio da Freguesia de Ramalde.

Quadro 10 – Encontros Intercentros – Fonte: Grelha de observação nº11/ Observação participante na atividade. Adaptação

própria.

O Peddy-Paper Intergeracional (grelha de observação nº 11), permite a seniores e crianças conhecerem o meio onde estão inseridos e simultaneamente consegue-se criar um espaço de interação entre seniores e crianças que mais uma vez reflete momentos de partilha e diálogo/relação intergeracional. As equipas são sempre constituídas por crianças/jovens e adultos/seniores para que esse contato que referimos seja possível.

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Peddy-paper Intergeracional

- Criar laços intergeracionais;

- Conhecer a freguesia de uma forma divertida e dinâmica; - Envolver a comunidade;

- Envolver os seniores, adultos, jovens e crianças com a comunidade onde estão inseridos;

- O universo de participação nesta iniciativa foi de cerca de 80 pessoas, incluindo, seniores, adultos, jovens e crianças.

Quadro 11 – Peddy–paper intergeracional Fonte: Grelha de observação nº12/ Observação participante na atividade. Adaptação

própria.

A grelha de observação nº 12 refere-se ao voluntariado, em que uma das atividades promovidas foi uma campanha de recolha de alimentos no Continente Bom dia de Ramalde. Seniores e crianças juntaram-se num projeto de solidariedade e recolheram, nos dois dias de campanha, cerca de 2000 produtos de bens essenciais. Campanhas como esta são de extrema importância pois crianças e seniores partilham o mesmo espaço, os mesmos objetivos e criam-se espaços de confraternização entre ambos e onde “trabalham” lado a lado pela mesma causa. Pensamos ser de extrema importância referir que as crianças ficaram tão extasiadas em participar neste projeto que apesar de no segundo dia de recolha de alimentos ser feriado (sexta-feira santa de Páscoa), dia em que habitualmente aproveitam para dormir mais um pouco, para brincar com os amigos entre outras coisas, os mesmos suplicaram aos pais para que os deixassem vir logo as 9:00 da manhã porque queriam continuar a participar nesta campanha.

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Voluntariado

- Demonstrar a importância da solidariedade; - Partilhar momentos intergeracionais;

- Incutir nas crianças e seniores o que deve ser a partilha e ajuda ao próximo; - O universo de participação nesta iniciativa foi de 10 seniores e 10 crianças.

Quadro 12 – Voluntariado - Fonte: Grelha de observação nº13/ Observação participante na atividade. Adaptação própria.

A Exposição de Trabalhos dos Seniores (grelha de observação nº 13), trata-se de um espaço que serve para mostrar e demonstrar a criatividade dos seniores e promove junto da comunidade a capacidade criativa dos seniores a partir dos trabalhos que são apresentados. É também importante realçarmos que esta exposição é o reflexo do processo desenvolvido de criação desenvolvido pelos seniores durante todo o ano.

Exposição de Trabalhos dos Seniores

- Trabalhar a motricidade fina; - Promover a criatividade;

- Partilhar com a comunidade o trabalho realizado durante o ano;

- O universo de participação nesta iniciativa foi de todos os Centros de Dia/Convívio da Freguesia de Ramalde.

Quadro 13 – Exposição de Trabalhos dos Seniores – Fonte: Grelha de observação nº14/ Observação participante na atividade.

Adaptação própria.

A Sardinhada de S. João (grelha de observação nº 14), é um momento de convívio em que se cumpre uma tradição da Cidade do Porto que é muito querida para todos os seniores da cidade. Para além de todos os seniores poderem cumprir a tradição de comer as sardinhas e o pimento assado, preparam-se sempre alguns jogos tradicionais e

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47 organiza-se um baile com música popular pois é também esta uma tradição na comemoração deste dia.

Quadro 14 –Sardinhada de S. João - Fonte: Grelha de observação nº15/ Observação participante na atividade. Adaptação própria.

Na grelha de observação nº 15, encontramos o dia internacional dos Museus, em que neste dia comemorativo pretende-se sempre que os seniores da UFP+ visitem um Museu da Freguesia de Ramalde. Este ano não foi exceção e constatamos que os seniores se sentiram extremamente felizes por observarem, visitarem e registarem o património cultural português através do museu visitado. Realçamos ainda o fato de após a realização da visita os seniores emergirem num profundo debate em torno da visita que fizeram e acerca dos museus da freguesia que já conhecem ou que ainda não conhecem e pretendem visitar.

Quadro 15 – Dia Internacional dos Museus – Fonte: Grelha de observação nº16/ Observação participante na atividade. Adaptação

própria.

Sardinhada de S. João

- Comemorar uma tradição da cidade do Porto; - Partilhar e conviver entre si (seniores); - Jogar e dançar;

- O universo de participação nesta iniciativa foi de 150 seniores.

Dia Internacional dos Museus

- Visitar um museu da Freguesia;

- Envolver os seniores na cultura da Freguesia;

- Debater acerca do que cada um viu e registou do espaço que visitou;

- O universo de participação nesta iniciativa foi de 35 seniores, alunos da Universidade Sénior de Ramalde.

Referências

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