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Capítulo II Envelhecimento

3.1. O que é a Animação Sociocultural

3.1.5. ASC e perspetivas vindouras

Partindo da perspetiva diacrónica para a sincrónica podemos referir que nos primórdios a animação apresentava-se como difusa, não intencional e muito ligada a uma dimensão recreativa e lúdica.

Posteriormente, com o aparecimento do conceito sociocultural, a mesma evolui para uma tríade composta pelas dimensões do educativo, cultural e social.

Na passagem do século XX para o século XXI a Animação Sociocultural liberta- se da matriz francófona e liga-se a uma dimensão ibérica que lhe confere um acentuado reforço de dimensão social. Esta constatação resulta por um lado dos indicadores que chegam até nós e que resultam dos inúmeros eventos levados a cabo à volta da Animação Sociocultural (congressos, jornadas, fóruns, seminários, reuniões...), por uma grande expansão da RIA - Rede Iberoamericana de Animação Sociocultural (Argentina, Brasil, Cuba, Espanha, Peru, Portugal, Uruguai...) e ainda pela grande produção teórica ocorrida no espaço iberoamericano.

Esta tendência é reforçada por Ventosa, V. (2007) quando na sua conferência no Congresso de Lucerna / Suíça referiu o seguinte:

“(...) Antes de entrar en la materia de mi conferencia, quiero agradecer a la organización de este 3º Coloquio Internacional de ASC, no sólo el haberme invitado al mismo, sino sobre todo el permitir hacerlo en nombre y representación de la RIA, expresándome a través de una de sus más importantes señas de identidad como es su idioma común más generalizado. Una lengua intercontinental hablada y entendida por varios cientos de

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millones de habitantes en varias decenas de países que componen nuestra vasta Comunidad de países de América Latina, el Caribe, Portugal y España. Una comunidad intercontinental que en la actualidad ocupa un lugar relevante en el mundo en materia de Animación Sociocultural. No en vano, Iberoamérica represente la Comunidad con el mayor número de ponentes y comunicaciones presentadas a este Congreso en el que están representados los cinco continentes de nuestro globo, a pesar de que los iberoamericanos aquí presentes, a penas lleguemos a una 10ª parte de la totalidad de los países de Iberoamérica. Las dificultades de acceso a este tipo de eventos internacionales son muchas y de todo tipo para buena parte de los pueblos Iberoaméricanos, por ello espero que con este gesto a partir de ahora el idioma sea un impedimento menos.(...) Por ello, frente a estos tópicos, debemos afirmar que la ASC no ha muerto precisamente porque sigue en crisis, es decir, transformándose a partir de los nuevos contextos y demandas socioculturales del siglo XXI. La prueba más evidente de este renacimiento de la ASC es el fértil y creativo panorama existente al respecto en los países iberoamericanos, tal y como se refleja en la Red Iberoamericana de ASC (RIA) que tengo el honor de presidir, a través del trabajo desarrollado en su primer año de funcionamiento, tal y como describiré a continuación.”

Conferencia pronunciada en el Coloquio Internacional de ASC en Lucerna, Suiza 3º el pasado 27 de septiembre de 2007

O Século XXI, enfim, o tempo em que vivemos está a projetar-nos novos âmbitos de Animação Sociocultural normalmente ditados pelas novas tecnologias e por isso urge fazer o reencontro da Animação Sociocultural com o ciberespaço, redes sociais, isto é o emergir de um novo paradigma que ligue a Animação Sociocultural as novas tecnologias de informação e comunicação como muito bem nos assinala Viché (2007, p.36)

“El devenir de la ASC ha evolucionado al ritmo de la propia evolución de la Sociedad, como no podía ser menos, hasta llegar a un punto en que el desarrollo actual de las tecnologías de la Información y Comunicación junto con la deslocalización y desbordamiento de culturas y flujos humanos, económicos y sociales, están determinado una progresiva transformación de los ámbitos y referentes topológicos de la ASC, desde un primer nivel grupal (mediados del siglo XX), caracterizado por la búsqueda de identidades colectivas en términos de clase, ideologías o creencias, hasta al ámbito virtual o ciberespacial de principios del S.XXI, pasando por un estadio intermedio

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territorial (local y/o nacional) ( último cuarto de siglo XX) con predominio de la búsqueda de intereses culturales y/o territoriales.”

Defendemos uma Animação Sociocultural ligada ao pulsar do nosso tempo, contudo não devemos descurar a história e aquilo que caracteriza e identifica esta pedagogia da participação que apenas possui à volta de 50 anos de idade e já percorreu tantos caminhos, projetos, trajetos, “verdades”, utopias, certezas, duvidas, esperanças...

“(...) o futuro da Animação Sociocultural não passa nem pelo individualismo, com as marcas do capitalismo, nem pelo colectivismo defendido pelos movimentos socialistas do século XX, importa revalorizar o comunitário que requer formas inovadoras de intervenção, onde se apliquem novas metodologias de acção no domínio do social, cultural e educativo, exigindo, cada vez mais, à Animação Sociocultural ter presente as muitas mutações operadas, como por exemplo as alterações no novo espaço social urbano, o novo espaço social rural, o multiculturalismo e a interculturalidade, a globalização, o meio ambiente, o desemprego e o emprego, etc. questões que requerem respostas colectivas.

Porque importa ter presente que estes quase dez anos do século XXI nada trouxeram de inovador à Animação Sociocultural e aos Animadores. Contudo aconteceram tantas ocorrências… Tantos factos históricos…

Urge que a Animação Sociocultural do século XXI tenha presente a história passada e requeira novos desafios. A herança trazida do século XX pode não ser a melhor, mas é uma história cheia de luta, sofrimento, tortura, resistência, persistência e sempre com o pensamento de que outro mundo podia ser possível.”

Lopes ( 2008, p.156-157)

Neste meio século de vida a ASC tem servido de motor e alavanca impulsionadora do desenvolvimento social, cultural, educativo da humanidade. Como não somos futuristas não podemos porvir os tempos vindouros; contudo, acreditando na história deste meio século, não é difícil projetar um auspicioso futuro já que os sinais dados pela historia nos remetem para a necessidade de:

- Novas políticas de integração; - O viver corresponder ao conviver;

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- Diálogo Intergeracional em vez de fragmentação etária, - Atores em vez de espetadores;

- Ócio em vez de ociosidade...

Por tudo isto e fazendo nossas as palavras de Lopes (2011) o futuro tem futuro para a Animação Sociocultural e Animadores Socioculturais.

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“O envelhecimento da população pode ser um dos maiores triunfos da humanidade, mas é,

também, um dos seus maiores desafios.”

Osório (2008, p.207)