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Na doença e na saúde, amar e cuidar... Parece tão simples amar alguém incondicionalmente. Para dar a eles seu coração.

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Academic year: 2021

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SINOPSE

Na doença e na saúde, amar e cuidar...

Parece tão simples amar alguém incondicionalmente.

Para dar a eles seu coração.

Então, por que ela está devorando minha alma lentamente com cada ligação não atendida, cada

texto não lido e cada porta deixada por abrir?

Ela disse sim, e ainda assim, para ela continuar

comigo... Eu preciso deixá-la ir.

(5)

CAPÍTULO UM

COLBY

— P

or Colby e Sage.

— Por Colby e Sage, — todos aplaudem e tilintam os copos.

Quando contei a Balboa meus planos de pedir a Sage em casamento, ele insistiu em organizar uma pequena reunião no dia seguinte para comemorar. Eu disse que ele poderia, contanto que nenhuma daquelas cervejas de toranja fosse oferecida. Felizmente, ele aceitou e fez pedidos de cerveja personalizados e prometeu que se eu transformasse sua irmã em uma mulher honesta, ele me daria qualquer cerveja que eu quisesse.

É por isso que estou bebendo uma Sierra Nevada agora.

Com o braço em volta da minha cintura, Sage toma um gole de seu champanhe que eu pedi para ela e olha para mim com amor em seus olhos.

Ela disse sim.

Ela disse sim, porra.

Eu estou no topo do mundo.

Depois que descemos a montanha, nos separamos de Ryan - mas não antes de revisar as fotos mais uma vez - e então passamos a noite juntos, fazendo amor e olhando para o anel dela. Porra, foi incrível.

Por falar em Ryan.

Eu olho ao redor da festa e não vejo sua cabeça loira ou ouço sua risada viciante. Achei que ela estaria aqui. Voltando-me para Sage, pergunto: — Você viu Ryan?

Ela examina o espaço também. — Não. Rocky contou a ela sobre a festa, certo?

— Achei que ele tinha. Merda. Balboa. — Eu aceno para ele vir. Quando ele chega até nós, eu digo: — Você convidou Ryan?

— Sim. Ela não está aqui?

— Eu não a vi. — Talvez ela esteja atrasada.

Eu pego meu telefone e envio a ela uma mensagem rápida.

Colby: Achei que você viria para a festa hoje à noite. Onde você está?

Eu mantenho o telefone em minha mão para o caso de ela enviar uma mensagem e volto a caminhar até um dos sofás ao ar livre, levando Sage comigo. Ela se senta em meu colo e coloca a cabeça no meu ombro.

— Ainda não consigo acreditar que você propôs.

— Por que não? — Eu pressiono um beijo rápido contra seus lábios.

— Eu não sei. Você me surpreendeu.

— Bom, é isso que deveria acontecer.

Meu telefone vibra na minha mão e abro a mensagem de Ryan.

Ryan: Desculpe, fui chamada para trabalhar. Espero que vocês se divirtam.

(6)

Minha sobrancelha aperta, confusão escrita na minha testa, enquanto eu leio seu texto novamente. Chamaram ela? Quando ela foi chamada para trabalhar?

— O que está errado? — Sage pergunta.

— Ryan. Ela não vem esta noite. Disse que ela foi chamada.

— Ah não. Tenho algo para dar a ela, — diz Sage, desapontada. — Eu odeio que ela trabalhe à noite. É tão difícil ficar com ela, especialmente quando tenho que trabalhar durante o dia.

— Sim, a agenda dela é uma droga.

— Ah, vamos nos casar, — diz Colt, correndo e nos abordando no sofá. — Eu não posso acreditar que finalmente está acontecendo. Esperei tanto por este dia.

Sage ri, e o som geralmente me aquece de dentro para fora, mas não faz agora. Estou preocupado.

Desde que eu disse a Ryan que ia propor, ela tem estado um pouco longe, não do seu jeito extrovertido e divertido de costume. Mais quieta e moderada. Primeiro disse a mim mesmo que possivelmente ela estava um pouco chocada, ou talvez porque sua vida amorosa não estava onde ela queria, mas agora, estou pensando que é outra coisa. Ela nunca teria perdido esta festa. Ou pelo menos ela teria me dito que estava com saudades e se desculpado profusamente, porque é assim que somos um com o outro. Dependemos um do outro e quando não podemos estar presentes, comunicamos um ao outro.

Tudo parece estranho pra caralho.

Precisando de um pouco de espaço para respirar, beijo Sage na bochecha e digo: — Vou verificar uma coisa. Já volto, ok?

— Certo. — Ela pressiona seus lábios contra os meus mais uma vez e desliza para o sofá, deixando-me levantar. Colt me dá um aperto de mão quando passo por ele.

Caminho pela casa e saio pela porta da frente, onde me sento nos degraus, música e vozes soando no quintal. Eu me encosto no poste da varanda e olho para o céu.

Estou animado. Eu estou feliz. Estou noivo, porra, mas uma pequena parte de mim não parece certa, como se estivesse faltando, e até que essa parte encontre seu caminho de volta, eu não vou me sentir completo.

Acho que essa parte é Ryan.

Eu decido mandar uma mensagem de volta.

Colby: Está tudo bem? Você tem estado um pouco quieta ultimamente.

Normalmente ouço você cerca de dez vezes por dia.

Eu pressiono enviar e chuto minhas pernas para cima na varanda, sentando de lado e descansando minha cabeça.

Porra, estou cansado. Eu sinto que toda a emoção, longas horas e noites estão chegando a um estrondo gritante, exaurindo meu corpo, drenando tudo de meus membros.

Não consigo me lembrar da última vez que tirei dias de férias e com um TDY se aproximando, não me vejo tirando folga tão cedo. Pelo menos meu TDY fica em Colorado Springs. Ver Stryder será um alívio bem-vindo, alguém do meu passado, alguém que me conhece muito bem. Talvez seja uma boa atualização.

Meu telefone vibra na minha mão e rapidamente leio a mensagem de texto.

(7)

Ryan: Apenas ocupada.

Eu arrasto minha mão sobre meu rosto. Algo está definitivamente errado.

Colby: Não minta para mim, Ryan. Algo está acontecendo. Por que você não me conta? Contamos tudo um ao outro.

Ryan: Está tudo bem, Colby. Não se preocupe comigo.

Colby: Bem, estou preocupado com você.

Ryan: Não precisa. Eu estou bem. Como vai a festa?

Claro. Ela sempre desvia quando não quer falar sobre coisas da vida real. Normalmente eu a pressionaria mais, tentaria arrancar a verdade dela, mas sinto que nosso relacionamento está frágil por algum motivo desconhecido, e não quero estragar tudo. Então aproveito a oportunidade que ela está me dando agora.

Colby: Tudo bem.

Ryan: Só tudo bem?

Colby: Boa cerveja, boa comida. Seria mais divertido se você estivesse aqui.

Ryan: Ah, procurando a vida da festa, hein? Rowdy não está aí?

Eu sorrio para mim mesmo, aliviado por ela estar falando comigo, aliviado por haver humor em suas mensagens, aliviado por, por um momento, sentir um peso ser retirado do meu peito.

Colby: Ele está, mas ele está sendo uma Debbie Downer, amuado no canto. Certeza que é porque ele queria um TDY em Colorado Springs.

Ryan: Oh, esqueci que você vai embora logo.

Colby: Sim, e é melhor eu ver sua bunda algumas vezes antes de sair.

Ryan: Minha bunda? Você não é um homem noivo? Você realmente não deveria estar fazendo sexo com uma mulher solteira.

Colby: E lá está ela, a garota atrevida que estou perdendo.

Ryan: Ela não foi a lugar nenhum. Mas sim, se você quiser ver minha bunda, é só pedir e me dizer calcinha fio dental ou calcinha de vovó.

Colby: Você é ridícula.

Ryan: Então eu considero isso como calcinha de vovó.

Colby: Sempre fio dental, Ryan. Sempre fio dental.

Ryan: Algumas coisas nunca mudam.

Colby: Quando posso te ver?

Ryan: Vou pedir para minha secretária marcar um encontro com você. Eu sou uma mercadoria quente hoje em dia.

Colby: Ainda cheia de si.

Ryan: Ei, tentando ficar do lado esquerdo aqui.

Colby: Sempre fique do lado esquerdo. É o mais lindo.

Ryan: Então você continua me dizendo. Ei, eu tenho que correr, emergência de maquiagem.

Colby: Deixe-me adivinhar, um cílio caiu?

Ryan: Algo assim.

Colby: Quando vou te ver, sério?

Ryan: Uh, eu não sei. Vou pensar sobre isso e deixar você saber amanhã. Como isso soa?

Colby: Não me evite.

Ryan: Não poderia, nem se eu quisesse. Tenha uma ótima festa, Colby. XO

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Suspirando, coloco meu telefone ao meu lado e me inclino para trás no poste, um sorriso curvando meus lábios, enquanto começo a me sentir um pouco mais completo novamente. É engraçado como uma pessoa pode impactar seu status quo1. Eu preciso saber... Eu preciso saber se ela está bem. E que vamos ficar bem.

E eu acho que vamos.

1 Status quo é uma expressão do Latim que significa “o estado das coisas”. Ela também pode ser escrita sem o “s” (statu quo), mudando apenas o começo da frase: “no estado das coisas”.... Por isso, geralmente é usada em frases como “mudar o status quo”, “defender o status quo” ou “desafiar o status quo

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CAPÍTULO DOIS

RYAN

— Q

uer mais salada? —Leah pergunta, pairando sobre mim com uma tigela na mão.

Meu prato está cheio, meu frango está frio, minha salada murcha, e a única coisa tocada no meu lado da mesa é a água no copo alto.

— Não, estou bem.

Ela coloca a tigela na mesa e suspira, recostando-se na cadeira. Braços cruzados sobre o peito, ela me encara, seu olhar não desistindo. Ela vai perguntar, eu sei que ela vai. Leah tem sido uma amiga muito decente aqui. Ela sempre está lá quando eu preciso dela, mesmo quando ela está ocupada com seu novo namorado, Tyler. Mas quando perguntei se eu poderia vir hoje à noite, quando ela sabia que eu tinha uma festa de noivado para comparecer, ela ficou quieta.

Até agora.

Está na ponta da língua.

E, no entanto, não quero falar.

Não quero realmente fazer nada neste momento.

Quando Colby me mandou uma mensagem, perguntando onde eu estava, me senti tão culpada por mentir para ele sobre ser chamada para o trabalho, mas de jeito nenhum eu teria sido capaz de comparecer à festa de noivado e fazer uma cara feliz. Não quando sinto que meu coração se partiu em um milhão de pedaços impossíveis de consertar.

Preciso de algum tempo para deixar minha mente se ajustar ao que está acontecendo. Colby vai se casar com Sage.

Mesmo sabendo disso, ainda é incrivelmente difícil para eu compreender. Parece que veio do nada. Eles não namoram à tanto tempo, certo? Eu sabia que as coisas estavam indo bem para eles, mas tão bem?

Casar?

Deus, eu quero ir chorar na minha cama. Vir aqui foi um grande erro, especialmente com Leah me olhando fixamente, se perguntando por que eu não comi nada da minha comida, ou por que só estou mandando mensagens de texto silenciosamente.

— Você vai me fazer perguntar? — Leah finalmente quebra o silêncio.

Eu balancei minha cabeça. — Você não precisa.

— Você vai conversar então?

Eu balanço minha cabeça novamente e me inclino para trás na minha cadeira. — Eu não quero.

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— Bem, isso não é bom o suficiente. Eu fiz o jantar para você, mas você não tocou. Você perdeu peso e está com olheiras sérias. Você deveria ir àquela festa de noivado, mas está aqui. O que aconteceu?

— Nada.

— Ryan, eu juro por Deus, não fique na ponta dos pés por causa disso. Eu sei que algo está acontecendo, então ao invés de manter isso dentro de você, fale comigo, fale com alguém. Colby sabe o que está acontecendo?

Minha garganta começa a apertar, seu nome me atingindo como um soco no estômago. Claro que Leah perguntaria se Colby sabe, porque quase todo mundo aqui sabe que Colby é meu cara para ir, aquele em quem confio para tudo. Eles sabem que ele é meu melhor amigo; eles simplesmente não sabem que eu me apaixonei por ele e me apaixonei muito. E logo, ele não será mais meu cara, porque isso não seria certo. De certa forma, é como perder Rory novamente para Stryder. Nossa amizade ainda é ótima, provavelmente porque somos mulheres. Mas não sou mais sua pessoa, compreensivelmente. E sendo muito honesta comigo mesma, não posso ser a pessoa de Colby, porque isso não é justo com Sage.

— Ele não sabe.

— Por que não? — Ela se inclina para frente, quase como se estivesse prestes a me atacar se eu não contar a verdade logo.

— Ele não sabe por que— minha respiração engata no meu peito - — porque ele é a razão de eu estar assim.

Leah inclina a cabeça para o lado, um olhar questionável em seus olhos. — O que você quer dizer com ele é a razão?

Um tremor balança meu lábio, minha mandíbula treme, minhas mãos suam e meus olhos se enchem de tristeza. — Eu o amo, Leah. — Uma lágrima escorre pela minha bochecha. — Eu o amo.

Quando a compreensão a atinge, seus olhos suavizam rapidamente de seu estado de irritação, e ela dá a volta na mesa e se senta na cadeira ao meu lado, pegando minha mão na dela.

— Oh, Ryan. Eu não tinha ideia.

— Nem eu, — eu respondo. — Me veio à cabeça algumas semanas atrás e não tenho sido a mesma desde então. Não temos sido os mesmos desde então. Eu fico estranha e desconfortável perto dele, e não consigo parecer normal. Ele percebe isso. Ele me questionou sobre isso, e eu não sei como melhorar. — Eu respiro fundo. — Eu o amo, Leah, e ele vai se casar com outra pessoa, alguém de quem eu realmente gosto.

— Sage é muito legal.

Eu reviro meus olhos. — Eu sei. Ela é a melhor. É quase impossível odiá-la.

— Como você pode odiar alguém tão doce e gentil?

Eu jogo minhas mãos em derrota. — Você não pode, o que torna a situação muito pior. Pelo menos se eu odiasse a namorada dele, eu poderia possivelmente jogá-lo em um laço e contar a ele sobre meus sentimentos, saber se por acaso ele se sente da mesma maneira..., mas não posso fazer isso com Sage.

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— Você realmente não pode, e você não pode fazer isso com Colby. Ele está apaixonado por ela, Ryan, e quer se casar com ela.

— Sim, obrigada pelo lembrete. — Eu enxugo minhas lágrimas e respiro fundo. — Eu não sei o que fazer.

Leah torce os lábios para o lado e me encara, seus olhos procurando os meus. O olhar. — Não há realmente nada que você possa fazer, querida. — Eu sabia que não ia gostar do que ela tinha a dizer. — Você não quer machucar nenhum deles, então você vai ter que superá-lo.

— Superá-lo? Bem desse jeito? Como isso é possível quando ele quer sair comigo? Antes dele ficar noivo, quando percebi o que sentia por ele, foi difícil o suficiente. Eu nunca estive apaixonada por alguém antes, então tento agir como se tudo estivesse normal... Foi horrível. Mas agora — - eu balanço minha cabeça -—Eu simplesmente não posso. — Eu não posso fingir.

— Então o que você vai fazer? Parar de falar com ele? Você realmente acha que ele vai deixar você fazer isso?

Eu balanço minha cabeça, sabendo que não é uma opção.

— Eu não sei Leah. Talvez eu encontre um novo emprego, um novo lugar para morar e começar de novo. — Novamente.

— Mas você não está aqui há um ano. Você deve pelo menos completar um ano antes de seguir em frente.

— Então, como você acha que eu posso combater esses sentimentos? Não consigo ficar cinco minutos sem querer chorar. A vida realmente não é justa, sabe? Por que eu não posso tê-lo? Eu me concentrei tanto em ser perfeita. Eu tentei tanto ser digna de amor. Por que demorei tanto para encontrar ele? Por que isso teve que acontecer dessa maneira? Com alguém que não posso ter?

— Porque a vida é uma merda e não funciona como os contos de fadas que costumávamos assistir quando éramos pequenas. A vida é complicada, uma montanha russa de emoções que nos desnuda e expõe todas as nossas inseguranças. Posso te fazer uma pergunta?

— Certo. — Eu me sinto esgotada, o que é mais uma pergunta neste momento?

— Você honestamente, em seu coração, acha que pode fazer algo sobre isso? Olhando além de seus sentimentos e desejos, é realista dizer que isso pode mudar? Esse Colby poderia ser seu?

Ele poderia ser meu? Em um mundo de fantasia aonde tudo vai do meu jeito, com certeza. Mas no mundo real...

Desinflada, eu balanço minha cabeça. — Não vejo como.

Leah aperta minha mão. — Então acho que você precisa de um tempo e tentar aceitar isso.

— Mais fácil falar do que fazer.

— O amor nunca é fácil, querida. — Ela me traz para um abraço, envolvendo os braços em volta dos meus ombros. E embora eu ame e aprecie Leah, seu abraço reconfortante não é tão maravilhoso quanto o de Colby.

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Quando ela se afasta, ela enxuga uma lágrima da minha bochecha e diz: — O amigo de Tyler ainda é solteiro e ele seria perfeito para você.

— Não, Leah.

— Vamos, — ela pressiona. — Ele é tão gostoso, tem toda aquela vibração de cabelos e olhos escuros, meio Colby, mas este homem é outra coisa. Realmente suave. Ele facilmente tiraria você dessa rotina. — Se fosse apenas uma rotina.

— Não. Não quero entrar em um relacionamento porque estou com o coração partido. Isso é pedir encrenca. — E provavelmente doeria tanto. Eu preciso endurecer meu coração. Essa é a única maneira de superar isso. Voltar a me sentir... desprovida de tudo de bom. Vazia.

— Quem disse alguma coisa sobre um relacionamento? Divirta-se um pouco. Você merece, e ainda vai lhe dar uma desculpa de por que você não está saindo tanto com Colby.

Ugh.

Ela é o demônio. Leah é a reencarnação do demônio, porque aquele raciocínio aí mesmo me dá vontade de dizer sim. A palavra está na ponta da minha língua, pronta para pular de cabeça nos braços do amigo de Tyler. Seria tão fácil. D

Me divertir, fazer sexo muito necessário e me perder em um homem enquanto tento esquecer aquele que é dono do meu coração. Seria tão fácil voltar aos velhos tempos, cair na tentação de se perder em outro relacionamento ruim. Mas estou tentando melhorar, estou tentando melhorar meu amor-próprio e sair com o amigo de Tyler não é a maneira de fazer isso.

E também, por alguma razão irritante, penso em Colby e no que ele pode pensar. O que ele me disse uma e outra vez. Eu mereço mais. Eu mereço alguém que me trate bem. Quem sabe, talvez Donovan seja essa pessoa, mas não acho que esteja pronta para correr esse risco, especialmente com o quão frágil me sinto agora.

Tomando uma decisão, eu balanço minha cabeça. — Não, eu estou bem. Eu vou pensar em algo.

— Você tem certeza? — Não.

— Sim, tenho certeza.

Leah dá um tapinha na minha perna e se levanta, limpando a mesa de jantar. — Se mudar de ideia, você sabe onde me encontrar.

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CAPÍTULO TRÊS

RYAN

A

mesa de metal embaixo da minha mão treme, meu café balançando levemente enquanto minha perna balança para cima e para baixo de puro nervosismo.

Três ligações não atendidas, incontáveis mensagens de texto e uma mensagem de voz raivosa me levaram a este ponto, onde estou sentado do lado de fora de uma lanchonete esperando Colby e Sage aparecerem para um pequeno “papo”.

Ainda não sei o que vou dizer a eles. O que alguém realmente diz a alguém por quem está apaixonada, alguém que está evitando? Desculpe, eu não consigo tirar você da minha mente, e minha alma fria e negra está estilhaçando com cada pensamento em você? Não muito.

É por isso que tentei evitar esta reunião, mas havia poucas vezes que eu poderia perder uma mensagem de texto ou telefonema antes que Colby viesse correndo para meu apartamento procurando por mim.

E é por isso que estou sentada nesta mesa, esperando por eles, um maldito presente de noivado ao meu lado, e o sorriso mais falso que consigo reunir estampado no rosto.

Estou feliz por eles.

Eles são perfeitos um para o outro.

Você não o ama.

Repito meu novo mantra várias vezes em minha cabeça, tentando me convencer de que sim, acredito em tudo que estou dizendo.

Mas quando eu olho para cima, meu mantra é jogado pela janela no momento em que meus olhos pousam em Colby, caminhando em minha direção em um par de jeans perfeitamente ajustados, uma camiseta branca justa que se agarra a cada músculo em seu peito e estômago, e um par de aviadores que cobrem aqueles olhos profundos e misteriosos dele, os olhos que eu costumava olhar sem chorar.

Seu passo é decidido enquanto ele caminha em minha direção, seus ombros tensos e firmes com sua caminhada, um relógio em seu pulso esquerdo, robusto e grosso, adicionando ao seu apelo de piloto de caça de tirar o fôlego. Tudo sobre ele grita alfa, desde a mandíbula recém-barbeada e esculpida, até o ar áspero que o cerca. Um olhar para ele e as pessoas sabem que não devem mexer com ele, e ainda assim, ele é gentil, doce e atencioso. Uma combinação letal que consumiu minha alma inteira.

Quando ele chega à mesa, ele tira os óculos escuros e lança aqueles olhos escuros em mim, com raiva e aliviado.

— Você vai apenas sentar aí? Dê-me a porra de um abraço.

De repente, eu me levanto e círculo meus braços ao redor de Colby, sentindo seu perfume masculino e a forma como seus braços me protegem de tudo ao nosso redor. Eu não deveria ter tanto prazer neste abraço, ou a maneira como estar perto dele

(14)

novamente acende um fogo dentro de mim, mas sendo a sádica que sou, passo alguns segundos extras pressionando minha bochecha em seu peito e absorvendo cada segundo em seus braços.

Sua grande mão segura a parte de trás da minha cabeça enquanto ele pressiona um beijo doce no topo do meu cabelo, murmurando: — Senti sua falta, Ryan. — Senti sua falta mais do que você jamais saberá.

Eu aperto meus olhos fechados e tento conter as lágrimas. Aqui não. Não agora.

Respirações profundas.

Você consegue fazer isso.

Deixando o ar fluir pelos meus pulmões, permitindo que algumas respirações passassem, eu finalmente digo: — Senti sua falta também.

Quando ele se afasta, meu coração aperta, apertado. Com a perda de seus braços, quase parece que estou tendo um ataque cardíaco, respiração curta, dores agudas... o desejo por mais um segundo. Ele se senta e eu também, endireitando minha camisa grande e larga, tentando reunir minhas forças antes de olhar para ele novamente. Quando finalmente sou corajosa o suficiente, sou atingida por seu olhar penetrante.

— Você perdeu peso. — Não é uma pergunta, é uma declaração. Tentei usar algo um pouco mais folgado para que ele não notasse, mas aparentemente não fiz um trabalho bom o suficiente.

— Mesmo? — Eu pergunto, estupidamente. É óbvio que perdi peso e, por mais que eu tente me alimentar, não estou com fome. Meu estômago está doente demais para comer. É como se eu estivesse tendo uma tristeza pós-término sem experimentar o término. Embora no meu coração... é a pior separação que já suportei.

— Sim, você perdeu. O que está acontecendo, Ryan? Por que você está me evitando?

Porque estou desesperadamente apaixonada por você e não suporto que se case com outra pessoa.

Não respondendo o porquê, honestamente, não sei o que dizer, olho em volta e digo: — Onde está Sage? Achei que ela estava vindo também.

— Ela está um pouco atrasada. Agora responda minha pergunta. Por que você está me evitando? — Seu olhar é tão sério que posso me sentir derretendo em meu assento.

Tenho que mentir, mas não sei o que usar como desculpa a não ser...

— Eu, uh, levei o noivado com dificuldade. — Seu rosto se suaviza. — Como você sabe, não tenho muita sorte quando se trata de homens. Rory se casou recentemente e agora você, então foi difícil para mim. — A mentira sai da minha língua um pouco mais fácil do que o esperado. Possivelmente porque muito disso é verdade. — Isso me torna uma amiga de merda, e eu sinto muito.

— Achei que poderia ter sido isso. — Oh Colby, se você soubesse. — Eu sinto muito. Eu deveria ter percebido isso antes de incluir você em tudo. Eu sei que não pode ser fácil para você.

— Não, estou feliz por ter feito parte disso. Eu só tinha que ser uma adulta sobre isso, só isso. Desculpe por ter demorado tanto.

— Não se desculpe. Estou feliz que você voltou. — Ele faz uma pausa. — Você está de volta, certo? Chega de me evitar?

Eu engulo em seco, mantendo meus olhos treinados nele. — Chega de evitar você.

(15)

Uma sensação de alívio o invade quando ele pega minha mão na sua. — Bom, porque senti falta da sua boca atrevida e dos nossos almoços de burrito. — Eu perdi tudo. Ver você, saber que você estava disponível para mim, saber que você era meu melhor amigo.

— Você não está com raiva de mim?

— Raiva? Talvez por um tempo, mas não agora. Agora eu sei por que você não estava falando comigo. Você tem que ser honesta comigo, Ryan. — Ele me olha de cima a baixo. — E você tem que comer, porra.

Conscientemente, visto minha camisa. — Sim, não se preocupe com isso. Vou comer um donut depois disso.

— E panquecas? Eu não tenho nada

— Ugh, eu sinto muito, — diz Sage, correndo até nós em saltos pretos, seu cabelo em um rabo de cavalo alto balançando para frente e para trás de um jeito tão bonito só Sage consegue ser. Dane-se ela. Ela rapidamente cumprimenta Colby com um toque em seu braço e um beijo em sua bochecha antes de se virar para mim e me puxar para um abraço gigante. — Ah, estou tão feliz por finalmente ver você. Sentimos sua falta, Ryan.

— Sentimos sua falta, Ryan. Eles são totalmente um nós agora.

Eu círculo seu corpinho e a abraço de volta, querendo odiá-la, mas fisicamente não posso. Deus, ela é tão legal.

Depois que ela me solta, ela se senta e gesticula para que eu me sente também. Colocando sua bolsa no chão, ela cruza as mãos e me olha nos olhos. — Como você tem estado? — Há uma curiosidade pura e genuína vindo dela. Claro, se ela fosse uma mulher condescendente, ela teria perguntado isso com piedade em sua voz.

Mas não Sage.

Ela é real, e eu sei que é por isso que Colby a ama tanto.

— Eu tenho estado bem. Você sabe, trabalhar e tal. Acabei de conversar um pouco com Colby.

— Ela parou de nos evitar. — Ele pisca para mim de brincadeira e, embora eu saiba que ele está trazendo humor para a situação, não posso deixar de me sentir envergonhada por eles conversarem sobre mim juntos. Sei que é isso que os casais fazem, mas me deixa constrangida. O que mais eles conversaram quando se trata de mim?

Sage, a pessoa mais legal de todas, cutuca Colby no lado com o cotovelo, repreendendo- o. — Não a faça se sentir uma idiota. Se ela queria um tempo longe de nós, principalmente de você, essa é a escolha dela. — Ela se inclina conspirativamente em minha direção e diz: — Acredite em mim, eu gostaria de poder dar um tempo com esse cara de vez em quando.

Inferno, se isso não me faz querer dar um soco bem no nariz dela. Ela não percebe o quão sortuda ela é? Quanto eu trocaria imediatamente de lugar com ela?

Ok, talvez Sage tenha um cheque na coluna ruim. Apenas um... por enquanto.

— Eu só estou brincando com ela. Estamos bem, certo, Ryan?

Eu concordo. — Sim. — Eu olho entre os dois, me sentindo estranha, então eu me abaixo e pego o presentinho que comprei para eles. — Aqui, comprei um presente de noivado para vocês.

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As sobrancelhas de Colby se erguem, o canto de seus lábios se erguendo assim que o choque passa, um sorriso doce acariciando seus lábios. — Você nos comprou um presente?

— Não é nada muito especial. Apenas uma pequena lembrança, — eu respondo, me sentindo além de tímida agora, especialmente com a maneira como Colby está olhando para mim.

— Você é tão doce. — Sage pega o presente e começa a abri-lo. Eu a observo, o tempo todo sentindo os olhos de Colby em mim, meu corpo esquentando com seu olhar. — Oh meu Deus, eu adoro isso. Olha, Colby, são os pequenos copos de vidro do Sr. e Sra. Pint Eles são tão fofos. Obrigado, Ryan.

— De nada. Achei que já que eu não poderia ir para a festa de noivado, eu iria compensar vocês de alguma forma. Também estou oferecendo cupons para aconselhamento gratuito quando o planejamento ficar difícil.

Por que diabos eu acabei de dizer isso?

Oh Deus, estou compensando por me sentir estranha e desconfortável. Preciso ficar de boca fechada, porque a última coisa que quero fazer é ajudar no planejamento deste casamento. Isso seria um pesadelo absoluto. Não estou apenas apaixonada pelo noivo, mas também ajudando a noiva a planejar o maldito casamento? Há algo de completamente errado nisso.

Não, obrigado.

Vou ficar o mais longe possível dessa merda.

— Isso significa muito para nós, — diz Sage, pegando minha mão na dela. — O que me lembra, eu tenho algo para te perguntar. — Seus olhos brilham, um sorriso nervoso aparece em seus lábios.

Uh-oh, eu não gosto desse visual.

Dou uma rápida olhada em Colby, que parece ter o mesmo olhar esperançoso. Eu realmente não gosto da expressão em seu rosto também.

— Eu estava conversando com Colby e pedi sua permissão. Eu não queria roubar sua melhor amiga dele, mas como eu realmente não tenho nenhuma amiga aqui, eu esperava que você possivelmente fosse minha dama de honra?

Pooooooorra.

Sim, eu sabia que não iria gostar de onde isso estava indo.

Antes que eu pudesse responder, Colby interrompe. — Comigo indo para o TDY em breve por três meses e Sage tendo ninguém além de Balboa, que não dá a mínima para planejar um casamento, nós esperávamos que você pudesse ser a mão direita dela. Isso se você se sentir confortável com isso. Eu sei que você estava se sentindo um pouco-

— Estou bem, — digo a ele rapidamente antes que ele possa elaborar, não querendo entrar em meus - sentimentos - com Sage aqui. — Eu vou ficar bem.

— Então você vai fazer isso? — Sage pergunta, parecendo tão animada que quase me mata.

Ser sua dama de honra? Sentar aí e vê-la experimentar vestidos? Dar uma despedida de solteira para ela? Ficar ao lado dela no altar e assistir alguém tão precioso para mim entregar seu coração a outra mulher?

(17)

Não acho que sou forte o suficiente para passar por isso, para passar por todo o processo ilesa, com um coração feliz e saudável.

Não, isso vai me destruir.

Mas quando eu olho para Colby, vejo uma súplica em sua expressão, eu sei naquele momento que, embora passar por isso vá destruir minha alma, eu vou fazer isso, porque é o que ele quer.

Eu vou fazer isso por ele.

Respirando fundo, volto para Sage e aceno com a cabeça. — Eu ficaria honrada, — eu engasgo antes que ela me puxe para um abraço.

— Ryan, você realmente acabou de fazer o meu dia. Muito obrigada. E eu prometo que não serei aquela noiva chata. Eu quero manter isso pequeno, e vamos fazer isso acontecer rapidamente, então não vou arrastar você junto com todos os meus planos. Planejamos nos casar neste inverno.

— Este inverno? — Eu quase engasgo com minha própria saliva. — Você quer dizer em alguns meses?

Sage acena com a cabeça. — Colby será transferido em breve, e queremos ter certeza de que estamos casados antes que isso aconteça, porque sua próxima estadia será no exterior.

— O que? — Eu chicoteio minha cabeça em direção a Colby. — Você está se mudando para o exterior?

— Ainda não está definido, mas é uma grande possibilidade já que minhas duas últimas estações foram aqui nos Estados Unidos.

Casado e indo para o outro lado do mundo? O que está acontecendo com minha vida agora? Mudando para o exterior... Eu nunca vou vê-lo. Eu provavelmente mal terei notícias dele com sua agenda já maluca e a diferença de fuso horário. O que isso significaria para nossa amizade?

Teríamos uma?

Ou ele logo me esqueceria enquanto vive sua vida cheia de sonhos com sua linda e doce noiva?

Ela será sua melhor amiga, Ryan.

Não haverá lugar para você.

É hora de aceitar isso.

Basicamente, é como se o universo estivesse me enviando um sinal, nos separando de todas as maneiras, e mesmo que eu não esteja pronta para aceitar isso, preciso perceber que Colby é uma possibilidade fictícia na minha cabeça. Nunca houve uma chance dele ser meu, e esta notícia é o prego no caixão.

Eu preciso seguir em frente.

— Uau, eu não tinha ideia. Acho que às vezes esqueço que você está no exército e sua vida é imprevisível.

— Sim, estou à mercê da Força Aérea.

— Mas vai ficar tudo bem, — Sage diz, entrelaçando seus dedos com Colby. — Teremos um ao outro e será uma jornada incrível.

Alguém me bata na cabeça com um taco de beisebol. Por favor. Qualquer pessoa!

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Eu olho para o meu telefone e estremeço. — Uh, eu devo ir. Tenho que me preparar para o trabalho hoje à noite. — Eu me levanto da minha cadeira. — Mas foi ótimo conversar com vocês. Eu tenho saudades de vocês. — E essa é a verdade. Eu tenho. Senti falta da amizade de Sage, embora eu seja um monstro ciumento no que diz respeito a ela e Colby, inferno, é quase impossível respirar, é o quanto eu sinto falta dele.

Não querendo demorar, dou um abraço rápido nos dois e começo a andar para trás enquanto digo tchau.

— Te mando uma mensagem. Isso funciona? — Sage pergunta.

— Funciona bem. — Eu torço meus dedos. — Eu vou falar com vocês mais tarde.

Antes que eu possa me virar totalmente, Colby diz: — Obrigado, Ryan, por tudo. E não me ignore de novo.

Eu rio. — Eu não vou.

—Espero que faça isso. — Ele me dá uma piscadela e depois se vira para Sage, onde dá um beijo rápido em sua bochecha.

Eu foco minha atenção para frente. É hora de seguir em frente, seguir em frente. Eu penso na pergunta de Leah e tenho minha resposta.

— Você honestamente, em seu coração, acha que pode fazer algo sobre isso? Esse Colby poderia ser seu?

Não. Colby está se mudando para o exterior com sua esposa.

Não achei que ainda houvesse muita vida em meu coração, mas isso destruiu qualquer sombra de esperança. Ele está feliz. Ele está indo embora. Não há absolutamente nada que eu possa fazer a respeito.

Então, é hora de reconstruir a fachada de indiferença e ser a alegre Ryan Collier novamente. Eu olho para a tatuagem no meu pulso, desejando não tê-la como um lembrete... do que nunca será.

Tenho um telefonema a fazer.

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CAPÍTULO QUATRO

RYAN

— V

ocê está nervosa?

— É claro que estou nervosa, — respondo, arrumando meu vestido e passando a língua na frente dos dentes.

Leah me dá uma olhada. — Bem, você parece quente como o pecado. Por que você não perdeu peso nos seios? Isso é realmente irritante.

— Não tenho ideia, mas eu sinto que eles estão um pouco exagerados para esta noite. É um primeiro encontro; eu realmente deveria estar quase mostrando o mamilo?

— Donovan vai adorar, pois ele é um homem de peitos. Você é o tipo dele.

Essa não é a primeira vez que Leah menciona que sou o tipo de Donovan. Ela está tentando me fazer sair com esse cara há semanas, e eu nunca quis dizer sim, mas depois da minha pequena reunião com Sage e Colby, eu sabia que tinha que fazer algo, mesmo que seja me perder em outra pessoa até que eu tenha que passar pelo casamento.

Donovan parece a fuga perfeita.

— Oh, aí estão eles. — Leah afofa o cabelo e caminha até Tyler, que não tão sutilmente agarra sua bunda em um grande punhado e a traz para perto de sua aparência impecavelmente vestida. Eu encontrei Tyler algumas vezes, e ele não só é inteligente, bonito e pode encantar qualquer pessoa, mas ele tem um senso de moda incrível. Adora vestir Leah, me lembra Kim e Kanye. Leah é a boneca Barbie pessoal de Tyler, que aparentemente fode bem, algo que Leah também me disse algumas vezes.

Se Donovan for parecido com seu amigo, ficarei grata pela distração tão necessária.

Falando em Donovan, eu tiro meus olhos da demonstração pública de afeto muito flagrante e vejo o homem parado perto deles, olhando fixamente, uma mão no bolso, a outra coçando o lado de sua mandíbula enquanto me estuda. Pele bronzeada, cabelo escuro e ondulado, olhos castanhos e uma barba na mandíbula que parece que poderia causar algum dano decadente na parte interna das minhas coxas.

Seus ombros largos estão envoltos em um terno cinza que parece muito caro e uma camisa branca de botões, o comprimento da calça termina nos tornozelos, o tecido é justo e feito sob medida, mostrando o que eu só posso imaginar ser um par de mocassins muito caros.

Donovan exala apelo sexual. Ele é o tipo de cara por quem me atrai instantaneamente, o tipo de cara que geralmente me causa problemas e, mais importante, o tipo de cara de que preciso agora.

Uma distração.

Sem falar, ele caminha até mim, arrogante a cada passo, seus olhos fixos em mim, problemas espreitando atrás de suas pupilas.

Ele estende a mão e com uma voz suave, ele diz: — Você deve ser Ryan.

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Colocando minha melhor cara de jogo - hora de começar meu flerte - eu aceno e pego sua mão na minha. — E você deve ser o amigo sexy de Tyler sobre a qual Leah vive falando.

— Donovan. — Ele sorri e traz sua boca para a minha mão, colocando um leve beijo na parte de trás dos meus dedos antes de dar a todo o meu corpo outra apreciação. Sinto uma pequena pontada por sua falta de elogio recíproco. Embora, talvez Tyler não se incomodou em dizer a Donovan nada sobre mim. Ou Donovan encontrou seu tipo, e ela não precisa de elogios...

— Parece que vocês dois se conheceram, — diz Leah, removendo os lábios de Tyler por um breve momento. — Devemos ir?

Mantendo sua atenção em mim, Donovan balança a cabeça. — Ryan e eu vamos por conta própria. Vocês dois se divirtam. — Donovan desliza sua mão na minha e entrelaça nossos dedos, enviando um pequeno arrepio pela minha espinha.

Ok, talvez fosse uma boa ideia, exatamente o que eu precisava.

— Oh, ok, — Leah responde com um grande sorriso no rosto. — Seja bom para minha garota; ela é especial.

— Ela é, não é? — Donovan pergunta antes de dar a Tyler uma sacudida rápida de bro e me guiar para fora do saguão do cassino em direção a um banco de elevadores.

Ehh, ok, esse cara é gostoso, mas não tão gostoso. Não estou pronta para pular na cama com ele imediatamente. Pelo menos me compre uma taça de vinho primeiro. Será que ele acha que eu sou tão fácil?

Um pouco apreensiva com seus planos, pergunto: — Para onde estamos indo?

Ele aperta o botão de subir dos elevadores com o polegar grosso antes de se virar para mim. — Para o topo do hotel, Bar Eleven, vista deslumbrante. Tudo bem?

A primeira impressão de Donovan é que ele é um empresário extremamente atraente que consegue o que deseja com um olhar de aço. Agora posso ver que há um lado mais suave dele, uma preocupação em sua voz, uma tentativa de me deixar confortável segurando minha mão e pedindo minha opinião sobre seus planos.

— Parece bom para mim. Eu nunca estive lá.

— Você vai adorar, a menos que goste de bife?

— Adoro.

Ele pisca para mim quando o elevador abre. — Então este é o lugar para você. — Ele pressiona o último andar e se vira para mim, um pé apoiado no elevador, o outro firmando seu corpo grande.

— Então, como você conhece Leah?

— Trabalhamos juntas, mas também nos conhecíamos no ensino médio. Eu sou a maquiadora do show de variedades.

— Ah. — Ele concorda. — Você faz um bom trabalho.

—Obrigada. É uma paixão minha que estou tentando transformar em algo. Vamos ver para onde vai. Experiência é a primeira coisa.

— Já pensou em sua própria linha de maquiagem?

Posso sentir que estou começando a me iluminar e estou meio que impressionada que esse cara - que, francamente, parece cheio de si pela maneira como se denomina e pelo

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ar rico ao seu redor - esteja realmente interessado no que eu faço e em minhas aspirações. Chegando a este encontro, eu esperava algo um pouco diferente, alguém um pouco mais parecido com Tyler, que está mais envolvido consigo mesmo do que prestando atenção nas necessidades de Leah. Funciona para eles.

Eu estive lá, fiz isso, não o que eu quero.

Mas Donovan... ele está realmente mostrando potencial. Donovan pode ser uma boa maneira de esquecer meus sentimentos por um momento.

— Isso seria um sonho, mas é um tiro no inferno ser capaz de realizar algo assim.

— Nunca se sabe até você tentar, — ele diz com uma piscadela enquanto as portas do elevador se abrem, revelando um restaurante incrivelmente elegante, todo o espaço revestido de preto com velas esparsamente colocadas fornecendo luz por toda parte.

— Uau, — eu respiro maravilhada.

Quando ele se inclina mais perto, eu pego um cheiro de sua colônia com cheiro sexy que me faz sentir fraqueza. Ele sussurra: — Eu te disse, este lugar é incrível. Um segredinho no último andar.

Ele não estava brincando. Seguimos para a estação de hostess, onde uma bela mulher usando um vestido preto, nos guia até uma mesa ao lado da janela, nos oferecendo uma bela vista da vida noturna de Las Vegas, as luzes visíveis a quilômetros.

Donovan puxa minha cadeira e me ajuda a sentar enquanto coloco um guardanapo no colo.

— Isso é absolutamente lindo. Uau, você pode ver tudo daqui de cima.

— Um dos meus lugares favoritos para comer. — Donovan se recosta na cadeira, parecendo confiante e cheio de orgulho. — Você se sentiria confiante em me deixar pedir para você? Posso lhe mostrar uma boa refeição e ganhar sua confiança?

Eu sorrio para ele. — Você acha que pode fazer um bom trabalho?

Ele coloca a mão na mesa e se inclina para frente, um sorriso malicioso curvando o canto de seus lábios. — Eu vou te dar uma experiência boa pra caralho esta noite.

Por que acho que ele não está falando apenas de comida?

— A

bra sua boca e feche os olhos.

Minha sobrancelha levanta quando pergunto: — Você quer me alimentar?

— Confie em mim.

Eu coloco minhas mãos no meu colo, fecho meus olhos e abro minha boca. Quando o primeiro prato chegou à nossa mesa, Donovan moveu sua cadeira para perto da minha, em vez de atravessá-la, tornando nosso jantar mais íntimo. Sua colônia inebriante está me levando para este mundo opulento que ele está criando ao nosso redor.

Ele se inclina, seus lábios a centímetros da minha orelha. — Inale. — Eu faço o que ele me diz, observando o bife aromático que está em seu garfo. — Agora dê uma mordida.

— Ele coloca o bife na minha língua, e eu juro por Deus que ele derrete na hora. Não é

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necessário mastigar. Mantendo a boca perto do meu ouvido, enviando uma onda de arrepios pelo meu braço, ele diz: — Aprecie o sabor, a experiência. Este é o melhor bife que você vai comer.

Ele não está brincando. Acho que nunca comi nada tão refinado e lindamente cozido em minha vida.

Quando termino de mastigar e engolir, meus olhos se abrem, o quarto escuro mal afetando minhas pupilas. Eu observo o homem ao meu lado, o brilho de conhecimento em seus olhos, o sorriso arrogante brincando em seus lábios. Ele me pegou e sabe disso.

— Bom?

Eu lambo meus lábios, gostando de como seus olhos estão treinados no movimento. — O melhor bife que já comi.

— Espere até a sobremesa.

— Por que eu sinto que você tem outros planos para a sobremesa?

— Talvez porque você é linda pra caralho, Ryan, e eu não consigo tirar meus olhos de você.

Um rubor sobe pela minha bochecha. — Obrigada.

O garfo e a faca parecem tão pequenos em suas mãos grandes enquanto ele corta o resto do bife, me dando mordidas, trocando entre nós dois. Fico fascinada com essas mãos, como seriam a sensação em meu corpo quando se espalharem pela minha pele quente e suada, mergulhando no meu abdômen até minha boceta, onde ele pressionaria habilmente meu clitóris, girando o polegar sobre a pequena protuberância até que eu ' estou gritando seu nome de paixão. Mas então, o rosto de Colby ressoa em minha mente - seus lábios, aqueles olhos, o tique controlado em sua mandíbula quando ele está ligado. Nossa noite apaixonada se transforma na fantasia de ter Donovan em cima de mim, mas em vez do homem que está me alimentando com bife, tudo em que consigo pensar é no homem por quem estou desesperadamente apaixonada.

— Ei, você está bem? — Donovan pergunta, me puxando para fora do meu devaneio.

— Oh sim, desculpe. Só me perdi lá por um segundo.

— Espero que tenha sido uma boa perda.

Eu sorrio, o movimento não alcançando todo o seu potencial. — Me perdendo na sobremesa.

Seus olhos se estreitam, promessas ocultas por trás de suas pupilas, promessas que sei que vão me ajudar a esquecer, se não pela noite, pelo menos por alguns minutos.

E isso é tudo que posso pedir agora. Alguns minutos de suspensão do homem que está consumindo cada pedaço de mim.

Porque com este homem, não vou envolver meu coração.

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— L

eah não me contou muitos detalhes sobre você, — digo enquanto tomo um gole de vinho tinto. A mão de Donovan repousa na minha coxa, seu polegar fazendo

círculos tortuosos enquanto ele bebe dois dedos de conhaque tão casualmente. — Tudo

o que ela disse foi que você é amigo de Tyler e é extremamente bonito.

Ele gira o copo preso entre os dedos enquanto lentamente inclina a cabeça para o lado. — E ela foi precisa em sua descrição?

— Ela foi. — Eu bebo meu vinho, lambendo meus lábios, uma ação que percebi que ele realmente gosta.

— Quão precisa? — ele pressiona, procurando elogios.

Com meu dedo indicador, eu o corro sobre seu queixo esculpido até seus lábios, onde mal puxo o inferior antes de me afastar. — Extremamente precisa.

Seus olhos escurecem e sua mão desliza mais alto na minha coxa, causando uma pulsação surda dentro de mim.

Preciso.

Anseio.

Um desejo de escapar.

Quero isso. Não é o toque do homem que eu quero muito, mas me faz sentir bem, então estou permitindo que meu corpo simplesmente sinta.

Eu quero esquecer.

Mas preciso brincar um pouco com ele antes de pegar o que quero.

— Então, o que é que você faz, Donovan? — Eu me inclino um pouco para frente, dando a ele uma ótima visão do meu vestido muito revelador, e assim como eu suspeito, seus olhos vão direto para o meu decote. Eu vejo em fascinação como ele se ajusta em sua cadeira, suas calças apertadas o suficiente para que eu possa ver um contorno de sua protuberância.

Impressionante.

— Por um lado, este restaurante é meu.

Isso me pega desprevenida, fazendo-me piscar algumas vezes. — Você é o dono deste restaurante?

Ele concorda. — Eu tenho um monte na cidade, os lugares mais quentes da Strip. O Bar Eleven foi meu primeiro, meu bebê, a experiência gastronômica que mais valorizo. É o ambiente aqui — - ele olha ao redor -— a iluminação ambiente que cria uma sensação sexy e pecaminosa, e a comida, tudo, algum tipo de jogo com sexo e a experiência das preliminares.

Eu penso em nossa refeição. As ostras eram um dado adquirido, o gaspacho de melancia fresco e espumoso, o bife sedoso e macio, o vinho tornando a noite mais

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relaxante - era tudo um cenário, um cenário lindamente definido. Ele é bom em sedução.

— Você trás todos os seus encontros aqui?

Não respondendo de imediato, ele bebe de seu copo, em seguida, vira aquele olhar elétrico para mim.

— Não.

Eu inclino meu cotovelo na mesa, a taça de vinho ainda na mão, meu peito prestes a cair do meu vestido. — Você conta isso para todas?

Sua mão corre mais para cima na minha coxa, seu polegar cavalgando perigosamente perto do centro, seus golpes longos e lânguidos, imitando como seria se sua cabeça estivesse entre minhas pernas. — Uma coisa que você precisa saber sobre mim? Eu não minto para impressionar. Eu não preciso. Minhas realizações falam por si.

— Então é a verdade? — Eu chego um pouco mais perto e movo minha mão para sua coxa forte e com músculos. Esse cara deve passar horas na academia diariamente para ter esse corpo.

Ele morde o lábio inferior e um estrondo baixo escapa dele quando minha mão se move ainda mais perto. Ele move a mão da minha coxa para o meu cabelo, onde ele enrola uma longa mecha em seu dedo.

— É a porra da verdade, — ele range fora.

Eu chego ainda mais perto; estamos praticamente um em cima do outro, o resto do restaurante bloqueado. — Posso te fazer outra pergunta?

Ele balança a cabeça, seus olhos se tornando inebriantes, minha palma, quente, em suas calças.

— Como você é dono de um restaurante em um hotel que não é proprietário?

Sorrindo bruscamente, ele responde: — Eles alugam o espaço para mim. Meu portfólio de restaurantes chama mais atenção para o hotel, então eles não têm escolha a não ser fazer um acordo comigo.

— Você é tão arrogante sobre o seu negócio?

Ele balança a cabeça. — Eu sou muito bom.

— Em que mais você é bom? — Eu movo minha mão para mais perto de sua protuberância, meus dedos dançando levemente sobre ela.

Ele respira fundo antes de tomar outro gole de álcool. — Você está brincando com fogo, Ryan. Vá mais longe e veja o que acontece.

Querendo testar sua vontade - e querendo parar de se sentir tão desolada - eu o seguro, seu comprimento grosso e longo contra sua perna. Deus, sim, ele definitivamente pode me ajudar a evitar a dor. Deus, ele definitivamente pode me ajudar a esquecer. Não quero nada mais além deste homem lindo me levando para um quarto e me fodendo até que eu desmaie na cama, adormecendo com o pensamento de absolutamente nada.

Mantendo meus olhos treinados nele, eu aperto minha mão, fazendo com que ele balance seus quadris e afine seus lábios.

— Foda-se, — ele resmunga, olhando para mim, sabendo o quão travessa estou sendo. Ele respira fundo e se senta, fazendo minha mão cair. Ele também se inclina sobre a mesa e fica a centímetros do meu rosto.

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Ele solta a mecha de cabelo que estava enrolando e muito lentamente roça minha pele com a ponta de seu dedo, traçando minha mandíbula até minha clavícula e mais abaixo até o volume dos meus seios. Seu dedo dança ao longo da borda do meu vestido, tão perto do meu mamilo que meu corpo reage ao seu toque.

— Eu quero foder essas tetas, Ryan.

Simples e honesto; é ainda mais excitante para mim.

— O que mais você quer fazer? — Eu pergunto, pegando sua mão e passando-a pela minha lateral até minhas costas.

— Eu quero saber como são seus lábios no meu pau, sugando enquanto eu gozo em sua boca. Eu quero ver seus olhos se arregalarem quando eu enfiar meu pau dentro de você pela primeira vez. Eu quero sentir sua boceta me apertar com tanta força, puxando até a última gota do meu gozo.

— E como você vai me dar prazer, Donovan?

— Você precisa perguntar?

Eu estendo a mão e aperto sua camisa entre meus dedos, correndo por todo o comprimento, batendo nos botões, sentindo a crista de seu abdômen. — É quando eu não sei como você está na cama.

Sua sobrancelha dispara antes que ele se torne um pecador brincalhão. — Você é uma provocadora do caralho, não é?

— Só uma garota que sabe do que gosta. Eu gosto de sexo, Donovan, sexo bom pra caralho. O tipo de sexo que me faz gritar sem me preocupar que outras pessoas me ouçam. O tipo de sexo que me faz esquecer tudo em meu mundo, mas me obriga a sentir. O tipo de sexo que me faz gozar com tanta força que vejo estrelas por dias. — Quando minha mão alcança a fivela de seu cinto, eu agarro e me inclino ainda mais perto, trazendo meus lábios perto dos dele, nossos narizes quase se tocando. — Você acha que isso é algo que você pode fazer, Donovan? Você pode me foder até eu perder os sentidos?

Ele lambe os lábios. — Novamente, você tem que perguntar?

— Então prove isso. — Eu me levanto da cadeira e viro para que minha bunda fique bem no nível dos olhos. Olho por cima do ombro e digo: — Presumo que você tenha um quarto aqui?

Ele bebe o resto do conhaque e se levanta, tirando algumas notas de cem dólares da carteira e jogando-as sobre a mesa. Pressionando a mão no ponto logo acima da minha bunda, ele diz: — Quando entrarmos no quarto, você é minha, entendeu? Você é minha, porra.

Um arrepio corre pela minha espinha enquanto ele me guia para fora do restaurante e para as margens do elevador novamente, seu corpo pressionado bem atrás de mim, escondendo sua ereção dos espectadores. Enquanto esperamos pelos elevadores, ele envolve seu braço em volta da minha cintura e me puxa contra seu corpo forte, seu pau enterrando-se contra mim. Inclinando-se para frente, ele move meu cabelo para o lado e pressiona seus lábios contra meu pescoço, e a sensação de sua boca quente acende algo dentro de mim.

Paixão.

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— Espero que você não planeje ir a lugar nenhum esta noite, Ryan.

Deixei escapar um zumbido baixo. — Sou todo sua para fazer o que quiser.

— Tenha cuidado com o que você diz. — Ele belisca meu pescoço e eu derreto nele.

Deus, que melhor maneira de superar alguém do que ficar por baixo de outra pessoa.

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CAPÍTULO CINCO

COLBY

— O

brigado por esperar por mim. Eu queria colocar minhas calças confortáveis. — Sage vem passeando em minha casa vestindo calça de pijama xadrez

rosa, uma blusa rosa combinando e seu cabelo amarrado em um nó apertado no topo da

cabeça. Seu rosto foi lavado recentemente, um pouco vermelho de tanto esfregar, e seus

óculos de aro grosso estão no lugar normal, apoiados em seu nariz. Ela é adorável.

— Não é um problema. Venha aqui. — Estendo meu braço para ela e ela se aconchega perto do meu peito. — Aquele programa de culinária que você gosta está passando; quer assistir?

— Claro, podemos colocá-lo em segundo plano enquanto conversamos sobre algumas coisas. Você se importa em falar sobre o casamento? Eu não quero ser essa noiva, mas achei que deveríamos fazer um pouco de planejamento.

— Eu não me importo. Posso não ajudar em nada. Eu não sei merda nenhuma sobre casamentos. Só sei que quero que seja pequeno.

— Quão pequeno? — Ela olha para mim e estremece.

— O que foi?

— Bem. — Ela se senta e cruza as pernas, de frente para mim. — Eu estava conversando com minha mãe e ela não se importa em fazer o casamento no Colorado. Ela acha que vai ser lindo no inverno, mas estava preocupada com as opções de local, por estar tão longe de um aeroporto.

— É um pouco longe, sim, mas você não estava interessada em se casar no tribunal.

Ela torce o nariz e balança a cabeça. — Então, não como eu imaginei o casamento.

— Alguns dos melhores casamentos começam em um tribunal. — Eu coço minha nuca, ficando sério. — Quantas pessoas você estava pensando?

— Bem, eu meio que fiz uma lista hoje no trabalho.

— Ok, inteligente. — Eu concordo. — Quantos estão na lista?

Ela torce as mãos no colo enquanto suas sobrancelhas franzem. — Hum, tipo duzentas.

Meus olhos se abrem quando me sento no sofá, segurando a borda. — Duzentas? Do seu lado? — Ela concorda. — Como diabos você conhece duzentas pessoas? — Ela disse a Ryan que só queria um casamento pequeno. Este não é um casamento pequeno.

— São meus pais, e Rocky tem um monte de caras que ele quer convidar.

— Foda-se Rocky. Ele não tem uma palavra a dizer.

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Sage pressiona a mão contra minha coxa para me acalmar. — Ele é meu irmão, Colby, e disse que ajudaria a pagar o casamento.

— Eu não preciso dele para pagar o casamento. Eu posso pagar pelo maldito casamento sozinho.

Um pouco chocada com meu tom, ela se recosta e me avalia. - Você não precisa ficar com tanta raiva, Colby.

— São duzentas pessoas, Sage. Por que precisamos de tantas pessoas em nosso casamento? Não quero um bando de estranhos nos observando casar.

— Eles não são estranhos para mim, — ela responde humildemente, e eu me sinto como uma babaca gigante.

Eu arrasto minha mão sobre meu rosto e solto um suspiro longo e frustrado. — Me desculpe, é só que... — Eu paro, me sentindo um idiota. — Eu realmente não tenho família, certo? É difícil para eu entender por que você está convidando tantas pessoas quando eu realmente não terei ninguém lá além dos meus amigos mais próximos. É apenas um lembrete de tudo que perdi.

A compreensão surge sobre ela e antes que eu perceba, ela está subindo no meu colo e segurando meus ombros, seu calor imediatamente descongelando meu exterior frio.

— Eu sou uma idiota. Nunca pensei nisso. Eu sinto muito. Esqueça a lista de convidados. Vamos mantê-la bem pequeno. Apenas melhores amigos e família.

Agora me sinto um estupido. Haverá uma tonelada de concessões no que diz respeito ao nosso casamento, especialmente da parte de Sage. Ela vai ter que aturar minha agenda agitada, longas noites sem mim, implantações, TDYs e as múltiplas bases entre as quais teremos que flutuar, nunca sendo realmente capaz de criar uma casa até depois de eu me aposentar. Ela vai ser a única a se sacrificar; eu deveria ser capaz de dar a ela o casamento que ela quer.

Cedendo, eu balanço minha cabeça. — Não, você vai desistir de estar comigo, então se você quiser convidar duzentas pessoas, tudo bem.

— Não se isso vai te deixar desconfortável. É o seu casamento também, Colby.

Eu seguro sua nuca e a trago para mais perto, pressionando um beijo casto contra seus lábios. — Eu sei, mas eu quero que você seja feliz. Se isso é importante para você, é importante para mim.

— Mesmo? — ela pergunta, quicando no meu colo.

Eu retardo seus quadris. — Sage, não faça isso, porra, a menos que queira que eu tire a calça do seu pijama em segundos.

Ela revira os olhos. — Não temos tempo para sexo, Colby, temos um plano para fazer.

— Uh, sempre há tempo para sexo.

Agora que ela mencionou, quando foi a última vez que fizemos sexo? Essa deve ser uma pergunta real que eu preciso fazer? Esta é a primeira noite em um tempo que realmente passamos juntos, já que estamos vivendo em horários opostos agora, nossas missões sendo focadas no treinamento noturno.

Como eu poderia não perceber isso?

Merda. Uma semana. O que?

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Estou perdida em pensamentos, tentando descobrir o que diabos há de errado comigo - e com esta situação - quando Sage murmura algo sobre Ryan que eu não entendo.

Sacudindo meus pensamentos, eu digo: — O quê?

— Oh, só que Ryan e eu deveríamos nos encontrar amanhã de manhã, mas ela acabou de me mandar uma mensagem e só vai poder ir mais tarde. Eu disse a ela que poderíamos fazer um almoço rápido se ela pudesse me encontrar na base. Esperando a opinião dela. Vamos conversar sobre algumas coisas do casamento.

— Por que ela não pode se encontrar com você de manhã? — Ryan não trabalha de manhã e, embora diga que está bem, ainda a estou vigiando, especialmente por causa da perda de peso. Isso me assusta. Ela realmente não tem mais peso para perder, e pelo que Rory me disse, Ryan tem a tendência de agir como se tudo fosse perfeito por fora quando, na realidade, ela está desesperadamente doendo por dentro.

Acendendo-se, Sage balança as sobrancelhas para mim. — Ela está em um encontro esta noite, e parece que as coisas estão indo bem.

— Ela está em um encontro? — Eu praticamente grito, sem querer soar tão alto.

— Sim, com um cara com quem Leah armou para ela.

Minha mente imediatamente volta para uma conversa que tive com Ryan. Leah está tentando conectá-la com esse cara há muito tempo, mas tenho quase certeza de que parecia que o cara era um tipo de idiota e ela não queria arriscar sair com outro fracasso.

Então, por que ela está saindo com ele agora?

— Ela disse o nome dele? — Uma rápida pesquisa no Google vai me ajudar a aprender um monte de merda sobre esse cara.

— Não, — Sage diz com um estalo, virando-se para um caderno que ela começa a folhear. — Só que ela estava saindo com um cara super gostoso e provavelmente vai chegar tarde, então perguntei se podemos mudar a reunião para almoço. — Distraída, Sage continua enquanto escreve algo em seu caderno. — Estou animada por ela. Desde que a conheço, ela não tem mais um encontro. Ela precisa sair dessa.

— Não, ela não precisa, — Eu rebato, ficando irritado.

— Sim, ela precisa. Ela está acertada com seu novo emprego, então é hora de começar a namorar.

— Você não a conhece como eu, — digo um pouco rápido demais, chamando a atenção de Sage. — O que quero dizer é que ela não teve muita sorte no passado com rapazes. Ela precisa de um bom, não de um idiota...

— Você não sabe que ele é um idiota, porque você nem sabe o nome dele.

— Se for o amigo do namorado de Leah, ele é um idiota. Você conheceu Tyler? O idiota só anda com caras que têm babaca tatuada na testa. Ryan não precisa de um idiota.

Sage me estuda, inclinando a cabeça para o lado. — Então deixe-me ver se entendi. Você não vai deixar Ryan namorar Rowdy, Rocky, Bent ou Colt, nem vai deixar que ela namore o amigo do namorado de Leah. Ela tem permissão para namorar alguém, Colby?

Minha reação imediata é dizer não - não até que ela esteja completamente confiante e confortável com sua pele, o que ela não está - mas também pareço um pouco

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autoritário. Isso não me dá uma boa imagem com minha noiva, então respondo: — Sim, mas ela precisa de alguém que a respeite, alguém que seja uma força sólida em sua vida. Ela tem um coração danificado e acho que precisa de alguém que possa costurá-lo bem de volta e mantê-lo assim.

— Você realmente se preocupa com ela, não é? Quer dizer, eu sei que ela é sua amiga, mas você realmente se preocupa com ela.

— Sim. — Eu uno minha mão com a de Sage e beijo seus dedos. — Eu quero que ela tenha o que nós temos. Acho que ela foi usada demais em relacionamentos anteriores e precisa de alguém que cuide dela e a ajude a ter o melhor de si mesma. — O lado esquerdo. Mas não digo isso, porque acho que Sage não entenderia e não tenho vontade de explicar algo tão importante para Ryan. Ryan ficou muito quebrada quando ela compartilhou isso comigo. Tão real. Não é minha função compartilhar sua batalha interna.

— Talvez uma das duzentas pessoas que convidamos para o casamento seja perfeita para ela. Eu tenho alguns primos realmente respeitáveis.

De volta a isso...

— Eles não são idiotas?

Ela torce os lábios para o lado, pensando em sua resposta. — Bem, talvez um deles seja. Ele gasta muito dinheiro em sapatos, Air Jordans, porque diz que eles são a vida dele.

— Isso não é idiota. Isso é apenas um desperdício de dinheiro.

— E gastar dinheiro em aeromodelos não é? — Ela ri antes de voltar para seu caderno, folheá-lo e fazer algumas anotações. Minha mente congela e minha pele se arrepia com um tipo de raiva que nunca experimentei com Sage.

Ela não sabe. Eu não contei a ela sobre meus planos e por que eles são tão importantes para mim, a ligação que eles me fornecem com meu pai e meu avô.

E talvez isso seja algo que eu deveria ter dito a ela há um tempo, algo que eu deveria ter compartilhado com ela, mas por algum motivo nunca foi mencionado. Nunca pensei em tocar no assunto.

Ao meu lado, ela cantarola uma musiquinha para si mesma, presa em seu mundinho, inconsciente da ansiedade que rola dentro de mim.

Levanto-me do sofá e vou até a cozinha, onde pego uma cerveja. Abro a tampa e me inclino contra o balcão, observando-a pensativamente. Se eu contasse a ela agora o quanto seu comentário me atingiu com força no peito, ela se sentiria tão incrivelmente culpada e chateada que passaríamos a noite revisando meu passado e as coisas de merda que tive que suportar. E não estou com vontade.

Inferno, nunca estou com vontade de reviver algumas das minhas piores experiências. Prefiro manter as coisas fáceis e relaxadas.

Em vez de voltar para o sofá, fico na cozinha e pego meu telefone do bolso, enviando uma mensagem rápida para Ryan, embora ela esteja em seu encontro. Uma parte de mim espera que ela me envie uma mensagem de volta.

Colby : Sage me contou sobre seu encontro. É melhor você me explicar amanhã.

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Devolvendo meu telefone ao bolso, me preparo e tento não pensar sobre a noite que Ryan está tendo. É melhor ele ser bom pra caralho com ela.

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CAPÍTULO SEIS

RYAN

A

porta se fecha atrás de Donovan. Sua mão viaja sobre a curva da minha bunda enquanto ele passa, deixando-me arrepiada com seu toque.

Eu o vejo tirar sua jaqueta e colocá-la no sofá; a suíte de hotel cara combina com tudo sobre ele. Linhas limpas, cores escuras, superfícies lisas. É como se esta sala fosse inspirada nele. Enquanto ele caminha para o bar, eu ando até as janelas e admiro o horizonte que agora chamo de lar.

Crescendo com as montanhas sempre a oeste, nunca pensei que me afastaria do Colorado, muito menos me mudaria para Las Vegas, mas aqui estou eu, em uma suíte de hotel, com um homem muito poderoso que tem os olhos postos em uma coisa e apenas uma coisa: sexo.

Isso vibra em seu toque, no tom profundo de sua voz, na maneira como seus olhos continuam a me observar, me arrastando para cima e para baixo. Ele me quer.

É um olhar que recebi muitas vezes na vida. Eu me esforcei muito para ganhar aquele olhar dos homens, o tipo de olhar que deveria me fazer sentir melhor, me fazer sentir desejada. Infelizmente, por algum motivo, isso nunca aliviou aquele buraco profundo dentro de mim. Nada aliviou.

Até Colby.

Eu aperto meus olhos fechados, desejando que ele deixe minha mente. Aqui não. Não agora.

Ele está se casando com Sage. Ele está se mudando. Ele nunca será meu.

Esta noite pode ser um ato equivalente a voltar aos velhos hábitos quando se trata de homens, mas não consigo pensar em nenhuma outra maneira de conter essa dor ardente dentro do meu peito toda vez que penso em Colby.

— Posso trazer-lhe alguma coisa para beber? — Donovan pergunta, puxando-me dos meus pensamentos.

Sem me virar, eu balanço minha cabeça. — Eu estou bem. — Lembrando-me de estar presente, acrescento: — Esta é uma vista tão bonita. Esta é sua suíte pessoal?

Ele vem por trás de mim, envolvendo os dois braços em volta da minha cintura; uma de suas mãos segura um copo pequeno com um líquido âmbar. Seu nariz roça meu cabelo antes de seus lábios caírem na curva do meu pescoço. — É, — ele responde antes de mover sua boca pela minha pele. Arrepios explodem em meu corpo. — Mas não é minha residência permanente, se é isso que você está pensando.

Ah, então seu bloco de merda.

Eu deveria estar ofendida, realmente insultada, mas não estou. Não me importo o suficiente com a situação para ficar ofendido. Provavelmente sou uma das muitas que ele leva a seu restaurante chique, dá comida e depois traz aqui para foder.

Referências

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