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COLBY

O

que você faria se sua melhor amiga saísse com um cara que você não conhece, não respondesse a mensagem na noite anterior e fosse almoçar com sua noiva?

Convide-se sem elas saberem?

É por isso que estou marchando em direção à mesa em que acabei de vê-los sentadas, com um traje de voo e as mangas arregaçadas. Antes de me intrometer, observo Ryan. Ela parece... normal. Nada fora do comum que eu possa ver daqui. Sage está usando suas calças típicas com uma blusa e salto bem feitos. Muito profissional. Enquanto Ryan está usando shorts cortados e uma camisa de ombro que revela seu sutiã preto por baixo. Seu cabelo está uma bagunça no topo de sua cabeça, e enormes óculos escuros cobrem seus olhos.

A única coisa semelhante entre as duas é o cabelo loiro e mesmo assim, o de Sage é muito mais branco, enquanto Ryan tem algumas mechas loiras sujas.

Eles não poderiam ser mais opostas. Sage é quieta e reservada, e Ryan é estranha e pronta para tudo. Olhando para elas juntas, catalogando apenas suas aparências, há um grande contraste entre as duas.

Eu ando em direção a elas, ambas sem saber que estou passando em seu almoço. Assim que me aproximo, posso ouvir Sage dizer: — Então, como foi seu encontro na noite passada?

— Sim, como foi o seu encontro? — Eu adiciono. Assustadas, as duas voltam sua atenção para mim.

— Colby, o que você está fazendo aqui? — Sage se levanta e dá um beijo suave na minha bochecha, mas eu mantenho meus olhos treinados em Ryan, que está curvada em sua cadeira, estourando um chiclete e se protegendo atrás dos óculos escuros, com um leve sorriso no rosto.

— Queria ouvir sobre esse novo cara e, como Ryan é a melhor em me ignorar atualmente, achei que deveria fazer uma surpresa para você.

— Eu não te ignoro. Eu apenas deixo você esperando. — Ela ajusta os óculos de sol, trazendo minha atenção para seu rosto, pescoço e, em seguida, para o ombro, onde há alguns hematomas.

Que porra?

Soltando Sage, levanto o queixo de Ryan com os dedos e examino seu pescoço e ombros. — O que diabos aconteceu com você? Ele fez isso?

— Fez o que? — ela pergunta, me afastando.

— Você tem hematomas por toda parte.

A menção de chupões imediatamente me leva de volta à noite que tive com Ryan - nossa noite sem compromisso - onde eu mesmo a marquei, não dando a mínima se ela tivesse que encobrir isso no dia seguinte. Tive orgulho em reivindicar meu território, pelo menos por aquela noite.

Uma raiva inesperada toma conta quando percebo que outro homem a marcou, um homem que não conheço, um homem que já detesto.

— Você fez sexo com ele ontem à noite?

— Maneira de pular para as coisas boas. Vamos, Colby, deixe-a pensar primeiro.

Sage puxa minha mão, me forçando a sentar. Ela une minha mão com a dela, mas estou muito nervoso para segurar por muito tempo.

— Ele é gostoso?

Casualmente, Ryan leva uma de suas pernas ao peito, apoiando o pé no grande assento. Ela cruza os braços sobre os joelhos e se inclina para frente, agindo como se tudo estivesse ótimo, quando há uma guerra feroz dentro de mim.

— Ele é muito gostoso. Equilibrado, um dono de restaurante com habilidade para deixar tudo saboroso. Comemos uma das melhores refeições que já tive e depois fomos para a casa dele. — Ela encolhe os ombros. — Foi uma boa noite.

— Eeep, parece tão romântico, — Sage jorra.

— Onde era a casa dele? — Eu rebato, ignorando a emoção na voz da minha noiva.

— Logo abaixo do restaurante.

— Ele te levou para seu apartamento de foda? — Eu fervi, ficando mais furioso a cada minuto.

— Colby, não seja tão vulgar, — diz Sage. Eu posso ouvir como ela está irritada comigo, mas eu não dou a mínima. Ele a levou para seu apartamento de foda. Ela o deixou levá-la para seu apartamento de foda.

Ryan toma um gole de sua água. — Está tudo bem, Sage. Foi totalmente foda, o que foi bom para mim, porque já se passou muito tempo desde que fiz sexo. — Ela olha na minha direção, e juro por Deus que se ela não usasse óculos, eu poderia trocar ideias entre nós.

A última vez que ela fez sexo foi comigo.

Ela deixa isso pairar no ar, balançando entre nós, me lembrando daquela noite, como ela se sentiu bem em meus braços - quão vulnerável ela estava - mas também aberta para fazer o que diabos eu quisesse. E na manhã seguinte, quando parti, nos separamos como amigos. Ela tornou isso fácil, quase fácil demais.

— Ele era bom? — Sage pergunta, parecendo tímido agora.

Uma pequena curva atinge os lábios de Ryan antes que ela acene. — Oh sim, ele era bom.

E isso manda uma chama de raiva explodir do topo da minha cabeça. Eu não deveria me importar, eu realmente não deveria, mas estou começando a perder a cabeça.

Eu a marquei com minha boca.

Eu era o único lá para ela. Que a fodeu quando ela precisava.

Ryan e Sage começam a falar sobre algo, calças curtas de negócios em homens, porra, não sei, mas não consigo me concentrar, não quando meu rosto está queimando, meu peito subindo e descendo a mil por hora e minhas mãos estão cerrando os punhos.

— Ugh, vocês me dão licença? Eu tenho que ir ao banheiro.

— Certo. Quer que eu peça aquele sanduíche de salada de frango para você se a garçonete vier pegar nosso pedido? — Ryan pergunta.

— Isso seria bom. — Sage decola, e ela não está nem mesmo a três metros de distância antes que eu atire adagas na direção de Ryan.

— Por que diabos você fodeu aquele cara noite passada? Recostado, um pouco atordoada, Ryan pergunta: — Como é?

A necessidade de socar algo é forte. — Por que você dormiria com ele? Achei que você estivesse procurando por alguém especial, alguém que se preocupasse com você, construindo um relacionamento. Você não pode foder alguém na primeira noite, Ryan.

— Engraçado— - ela se mexe na cadeira - — Eu não pedi sua opinião sobre quem eu fodo ou não, Colby.

— Talvez você devesse, então você não teria fodido esse cara, garantindo que ele perdesse todo o respeito por você.

Sua boca se abre e seus pés tocam o chão. — Você não sabe nada sobre ele.

— Você sabe? —Eu me oponho. — Porque quanto você poderia aprender sobre alguém durante o jantar?

— O suficiente para saber que eu queria seu pau dentro de mim. — Faíscas de raiva voam dela, veneno de seus lábios com cada palavra. — Felizmente, ele apagou o último cara que estava dentro de mim. — No caso dela achar que esqueci, ela acrescenta: — Foi você.

Meus dentes rangem; minha mente gira. — Então você está tentando se vingar de mim? É isso que é? Por quê? Por cuidar de você? Por estar lá para você? Por tentar ajudá-la a encontrar o caminho certo?

— Eu não preciso de sua ajuda, Colby. Tenho estado perfeitamente bem sozinha. Estou tão farta de você pairando sobre mim como a porra de uma mãe de helicóptero. Novidade. Sou uma menina crescida e sei cuidar de mim mesma.

— Não quando você cai da face da terra, perde peso e fode com um cara que é a última pessoa na terra que você deveria ver agora.

— Você não sabe disso. Você não pode fazer essa avaliação. Você não estava lá ontem à noite.

— Ok, qual é o sobrenome dele? — Ela fica em branco. — Exatamente meu ponto. Você vai se machucar de novo e vou ter que juntar os cacos.

— Bem, me desculpe, ter sido tão difícil para você ser meu amigo de merda.

— Não é uma dificuldade. — Eu arrasto minha mão sobre meu rosto. — Só não vejo quando você vai crescer.

Ela faz uma pausa, seu rosto registrado em choque. — Quando eu vou crescer? — Ela está furiosa, e posso dizer que ela não vai segurar o que quer que ela pense que precisa dizer. — Sabe, Colby, você não é a único com uma infância de merda, com um pai fodido; você não foi o único que sofreu. Eu tive que crescer cedo, muito cedo. Então,

porra, não me pergunte quando vou crescer. Quer falar sobre não saber nada sobre alguém? Tente aprender a falar com seu melhor amigo novamente, porque essa não é a maneira de fazer isso.

— Ryan-

— Você pode ir para o inferno, Colby. — Ela balança a cabeça e se levanta. — Estou tentando fazer algo com a minha vida, e se isso significa que tenho uma fantástica relação de uma noite com um homem que me fez gozar várias vezes em uma noite, que assim seja. Essa é minha escolha. Não é sua.

— Você vai se machucar.

— Tarde demais, — ela responde. — Você já fez isso.

Ela agarra sua bolsa e joga por cima do ombro. — Diga a Sage que sinto muito por ter que sair. Eu não posso ficar perto do noivo dela agora.

— Ryan, não vá embora.

— Dane-se, Colby. — E com isso, ela sai em direção ao estacionamento.

Porra. Porra. Porra.

Como isso foi tão ruim? Ela está sendo ridícula. Descuidada. Por que ela está fazendo isso? Por que ela não fala comigo?

Por que ela está tornando isso tão difícil?

C

olby: Você pode me ligar?

Colby: Ryan, sinto muito. Por favor, me ligue, porra.

Colby: Eu exagerei e fui um idiota. Eu já entendi isso. Você pode me ligar para que possamos conversar sobre isso?

Colby: Ryan, por favor.

D

uas semanas e nada. Sem mensagens de volta.

Nenhum telefonema retornado.

E quando a visitei em sua casa, ela não estava lá.

Eu parto para meu TDY em dois dias e quero consertar as coisas antes de decolar. É por isso que estou assistindo ao seu programa de variedades novamente com acesso aos bastidores, graças a Leah. Eu sei que os últimos dez minutos do show são bem lentos para Ryan - é quando ela começa a fazer as malas - então aproveito esse momento para fazer meu caminho para os bastidores antes que as coisas fiquem loucas com o final do show.

Mostro meu distintivo para o segurança, que gentilmente me agradece por meu serviço, e examino o espaço escuro e fechado em busca de uma pessoa.

Eu a vejo imediatamente perto da penteadeira de maquiagem, onde as grandes lâmpadas brilham sobre ela. Ela está vestindo jeans pretos justos, salto alto preto e uma camisa preta que cai na frente, mostrando uma abundância de decote. Parece que ela vai sair hoje à noite, e isso coloca um gosto amargo na minha boca.

Não querendo começar minha conversa soando como um idiota, eu respiro fundo e tento manter a calma enquanto me dirijo para ela. Ela olha no espelho e me vê. Eu espero que ela pelo menos pareça chocada, mas ela não parece. Seu rosto quase parece... sem vida, completamente desprovido de qualquer emoção.

Em uma voz monótona, ela pergunta: — O que você está fazendo aqui, Colby?

— Já que você não retornará nenhuma das minhas ligações ou mensagens de texto, achei que essa era a única maneira de fazer você falar comigo.

— Não tenho tempo para isso.

Não deixando minha raiva tomar conta, eu digo: — Eu queria me desculpar. Eu estava fora da linha e nunca deveria ter dito as coisas que disse.

— Está bem. — Ela embala seus pincéis.

— Obviamente não está, se você não olhar para mim.

Ela suspira e finalmente se vira para mim. - Colby, vamos apenas chamá-lo do que é, certo? Essa amizade não duraria muito de qualquer maneira. É claro que você tem suas opiniões sobre mim e tudo bem, mas não quero me sentir julgada toda vez que estou perto de você.

— Não estou julgando você, Ryan, estou cuidando de você.

— Não. — Ela balança a cabeça. — Você está me julgando. Um verdadeiro amigo nunca teria dito as coisas que você disse ou tirado conclusões precipitadas. Um verdadeiro amigo teria me ouvido, perguntado sobre minha noite antes de me castigar por sair com alguém que não conhecia.

— Eu fui um idiota, ok? Eu sinto Muito. — Ela está escapando, e isso está me assustando pra caralho. Não sei mais o que dizer. — Deixe-me tentar de novo. Vamos sair, comer uma sobremesa, conversar. Por minha conta.

— Não posso.

— Ryan, por favor, — eu imploro, me sentindo desesperado.

— Ela está ocupada, — uma voz profunda diz atrás de mim. Seu ombro roça o meu antes de entrar no espaço de Ryan e envolver seu braço em volta da cintura dela, colocando um beijo em seus lábios.

Ele é polido, no que só posso supor ser um terno de três mil dólares. Ele cheira como se sentasse em uma poça de colônia antes de vir aqui, e ele é muito bronzeado, fazendo-o parecer exatamente o idiota que eu pensei que ele seria.

Porra, esse não é o cara para Ryan. Que diabos ela está pensando?

— Pronta, boneca?

Boneca? Que porra de apelido é esse?

— Sim. — Ela sorri para ele. Olhando por cima do ombro, Ryan diz: — Você sabe como sair, certo, Colby?

Ela está brincando comigo agora? Ela nem vai dizer tchau?

— Eu parto para TDY em dois dias.

Ela faz uma pausa e se vira para mim. — Boa sorte.

Boa sorte? Que diabos?

E com isso, ela vai embora, me deixando sem palavras. E doeu pra caralho.