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SAGE

— P

or que a cara triste? — Rowdy pergunta, abrindo uma cerveja e sentando ao meu lado no sofá.

— Eu não estou com uma cara triste.

Ele toma um gole de sua cerveja, lambendo os lábios assim que toma um gole. Ele aponta para o meu rosto, acenando com o dedo. — Sim, é triste, beicinho e essa merda toda. O que está acontecendo?

— Eu não estou fazendo beicinho. — Cruzo os braços sobre o peito e olho para a TV, onde está passando um programa de reforma de casas.

— Você tem a porra de um beicinho. E você sabe como eu sei, além da expressão no seu rosto? Seu confiável caderno não está em lugar nenhum. Desista, Sage. Eu te conheço muito bem para saber quando você está fazendo beicinho.

— Eu não estou fazendo beicinho, — eu atiro de volta, minha voz crescendo com raiva. As sobrancelhas de Rowdy sobem até a linha do cabelo em choque quando ele se senta no sofá e vira seu corpo completamente em minha direção.

— Uau, tudo bem, isso é sério se você vai levantar a voz. — Ele se inclina para a mesa de centro, pega o controle remoto e desliga a TV. — Estou ouvindo.

— Quem disse que eu quero conversar? — Eu me levanto quando ele agarra minha mão e me puxa de volta para o sofá.

— Você vai embora, eu te sigo. Poupe-nos tempo e energia e derrame o feijão, porque nenhum de nós vai dormir antes de você.

Eu realmente odeio o quão persistente Rowdy pode ser às vezes. Ele não me deixa escapar de nada, e é irritante. Ele está constantemente me pressionando para falar, para fazer mais, para me abrir. E se eu estiver bem com onde estou? E se eu quiser manter tudo para mim? Eu não deveria ter esse direito?

Não perto de Rowdy.

— Melhor seguir em frente. Eu tenho um dia cedo amanhã, e eu vou ser um filho da puta mal-humorado se você me fizer ficar acordado até tarde.

Eu me inclino contra o encosto do sofá e solto um suspiro profundo. — Você é realmente irritante.

— Sim. Agora vá em frente. O que está acontecendo?

Nem uma única alma sabe o que estive pensando, o que está me comendo viva nas últimas semanas, o que não consigo tirar da minha cabeça, não importa o quanto eu tente. Mas finalmente está me alcançando.

Se eu não contar a alguém, posso perder minha cabeça. Preciso de ajuda, da opinião de outra pessoa sobre o assunto, de alguém que não esteja envolvido...

— Você já se sentiu como— - engulo em seco, tão além do nervosismo - — hum, só para esclarecer, isso fica entre nós?

— Claro. — Ele revira os olhos. — O que você acha que eu vou fazer? Fofoca sobre o que você me diz no bebedouro amanhã de manhã? Gosto de você, Sage, mas tenho coisas melhores para fazer na minha vida.

— Você não precisa ser insensível.

A expressão de brincadeira em suas feições rapidamente cai. — Eu não queria ser insensível, Sage, mas acho que neste ponto você deve saber que quando fala comigo, isso fica entre nós.

— Eu sei, mas estou apenas nervosa.

— Fale, e talvez isso o deixe menos nervosa. — Ele me cutuca com o dedo e, em seguida, faz um gesto com a mão. — Você já se sentiu assim...

Cada osso do meu corpo está me dizendo para não dizer uma maldita coisa, mas meu coração está gritando para tirar isso do meu peito, para parar de sufocar em minha própria dor e finalmente compartilhar o que está me atormentando.

Respirando fundo, eu digo: — Você já se sentiu como se estivesse vivendo em um relacionamento feito para outra pessoa?

Sua sobrancelha se franze, seus olhos se estreitando. — O que você quer dizer?

Eu limpo minhas mãos suadas nas pernas da minha calça, tentando absorver meus nervos. — É difícil de explicar, mas eu sinto que estou neste relacionamento incrível com Colby, noiva dele, pronta para me casar, e ainda, eu não sinto que sou a pessoa que deveria estar passando por isso. Quase me sinto como uma substituta, e não como a pessoa que realmente vai se casar.

— Por que você se sente assim? É Colby?

— Mais ou menos, mas sou eu também. Eu só... Eu não sei. Eu sinto que talvez não estejamos com as pessoas com quem estamos destinados. E não me entenda mal, eu o amo e acho que ele é um dos melhores homens que já tive o privilégio de conhecer, mas somos estranhos juntos. Quando falo com ele ao telefone, é quase como se não soubéssemos sobre o que falar, ou que estivéssemos apenas percorrendo as etapas de uma conversa, em vez de realmente conversar.

Rowdy coloca sua cerveja na mesa de centro e se mexe em sua cadeira, passando a mão forte pelo queixo quadrado. — Ele sabe que você se sente assim?

— Não. — Eu balancei minha cabeça vigorosamente. — Eu não disse nada, mas também acho que talvez ele saiba que as coisas estão estranhas entre nós. Elas estão estranhas há um tempo.

— O que você quer dizer com estranhas?

— Tipo... tensão preenchida. E estive pensando — - olho para ele -— sobre o que você disse na confeitaria. —

— Sage, — ele suspira. — Eu estava apenas sendo um idiota. Eu não quis dizer nada disso.

— Não minta para mim, Rowdy. Você quis dizer parte disso, não é? Porque é verdade. Nós somos chatos. — Eu me recomponho e respiro fundo. — Acho que somos muito parecidos. Nossas personalidades são as mesmas, organizadas e um pouco

rígidas às vezes. Não somos o tipo de pessoa que sai de nossa zona de conforto ou deseja tentar algo novo, a menos que seja forçado a isso. Nós sabemos do que gostamos e continuamos com isso.

— Você não é o yin para o yang dele.

— Sim, exatamente. — Soltei um longo suspiro, aliviada por Rowdy ter entendido. —

Você acha que isso é um problema? Você acha que isso vai nos machucar mais tarde na vida? Como se estivéssemos caindo em um caminho que nos leva a não ser mais felizes porque não estamos sendo desafiados? —Por favor, seja honesto comigo, Rowdy. Eu preciso saber a verdade.

— Eu não sei, Sage. Eu gostaria de ter uma resposta para você, mas eu realmente acho que você tem que pensar sobre o que você quer na vida em primeiro lugar. Você está bem em estar contente com o que você tem? Ou você acha que vai querer mais? Colby é meu garoto, você sabe disso, e ele é um dos melhores caras que conheço. Ele já passou pelo inferno e voltou...

— E isso é outra coisa. Ele não vai me contar sobre seu passado. Quando eu pergunto, ele fica bravo ou me ignora completamente.

Isso atordoa Rowdy, sua expressão de preocupação e surpresa. — Mesmo?

— Sim. Eu sinto que todo mundo sabe, menos eu. Ele não confia em mim?

— Eu não sei. — Rowdy coça o lado do queixo, olhando para o colo.

— É preocupante, não é? — Eu mordo o lado da minha bochecha, odiando pensar que já sei a resposta. — Você sabe o que eu penso de vez em quando?

— O que é isso?

Eu descanso minha cabeça contra o encosto da almofada do sofá e olho para o teto, incapaz de olhar Rowdy nos olhos. — Eu acho que Colby não deveria ser meu, mas sim de Ryan.

— O que?

— Você os viu juntos? Eles são... ugh, eles são perfeitos. Ela o leva a fazer coisas diferentes. Ele brinca e provoca ela. Quando eu disse que me sentia como se estivesse sentado no lugar de outra pessoa, falei sério. Acho que Ryan deveria estar na minha posição, a noiva de Colby. — E dói dizer isso. Demorei um pouco para realmente aceitar essa percepção. Muitas noites, ficando acordada, contemplando minha situação. E mesmo que Colby seja o homem perfeito, o tipo de homem que eu adoraria manter, eu sei, no fundo, que não sou a mulher com quem ele deveria estar.

Rowdy agarra minha mão e a puxa até que eu viro minha cabeça para o lado, olhando para ele. Nunca o vi tão sério. Quase como se ele odiasse o que está prestes a dizer. —

Se ele quisesse Ryan, ele a teria escolhido. Mas ele escolheu você, Sage.

Lágrimas brotam dos meus olhos e eu rolo nervosamente meus dentes sobre meu lábio inferior. — E se eu quiser que ele escolha outra pessoa?