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NEGÓCIOS. Engenheiro Coelho, SP 2º Semestre de 2017 Volume 1 Número 2 FORMAÇÃO PROFISSIONAL DISCENTE E GESTÃO CONTÁBIL-FINANCEIRA

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Editor: Rodrigo Follis

Conselho Editorial: José Paulo Martini, Afonso Cardoso, Elizeu de Sousa, Francisca Costa, Adolfo Suárez,

Emilson dos Reis, Rodrigo Follis, Ozéas C. Moura, Betania Lopes, Martin Kuhn A Unaspress está sediada no Unasp, campus Engenheiro Coelho, SP. Centro Universitário Adventista de São Paulo

Fundado em 1915 — www.unasp.edu.br

Missão: Educar no contexto dos valores bíblicos para um viver pleno e para a excelência no serviço a Deus e à humanidade.

Visão: Ser uma instituição educacional reconhecida pela excelência nos serviços prestados, pelos seus elevados padrões éticos e pela qualidade pessoal e profissional de seus egressos.

Administração da Entidade

Mantenedora (IAE) Diretor Presidente: Domingos José de SouzaDiretor Administrativo: Élnio Álvares de Freitas Diretor Secretário: Emmanuel Oliveira Guimarães Diretor Depto de Educação: Antonio Marcos Alves

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Pró-Reitor Administrativo: Andrenilson Marques Moraes

Pró-Reitor de Relações, Promoção e Desenvolvimento Institucional: Allan Novaes Secretário Geral: Marcelo Franca Alves

Diretor de Desenvolvimento Espiritual: Jael Enéas de Araújo

Faculdade Adventista de Teologia Diretor: Reinaldo Wesceslau Siqueira

Coordenador de Pós-Graduação: Vanderlei Dorneles Coordenador de Graduação: Ozeas Caldas Moura

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Diretora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão: Francisca Pinheiro S. Costa Diretor de Graduação: Francislê Neri de Souza

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Campus Hortolândia Diretor Geral: Lélio Maximino Lellis Diretor Administrativo: Claudio Knoener

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Diretor de Desenvolvimento Espiritual: Jael Enéas de Araújo Diretor de Desenvolvimento Estudantil: David Prates dos Reis

Campus São Paulo Diretor Geral: Douglas Jeferson Menslin Diretor Administrativo: Denilson Paroschi Cordeiro

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Campus Virtual Diretor Geral: Ivan Albuquerque de Almeida Gerente Acadêmico: Everson Muckenberger

Gerente de Desenvolvimento Institucional: Sâmela de Carvalho Lima Gerente de Processos: Valcenir do Vale Costa

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Acta Negócios é um periódico acadêmico das áreas de administração e contábeis com publicação se-mestral, sendo elaborada pelos cursos de graduação em Administração e Ciências Contábeis do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp).

Visão: Ser uma revista reconhecida pela excelência, pelos seus elevados padrões éticos e pela relevante contribuição técnica e científica na área de negócios.

COMISSÃO EDITORIAL DE PERIÓDICOS ACADÊMICOS:

Cleverton Borba, Elias Ferreira Porto, Ellen Marques de O. Rocha Prates, Everson Muckemberg, Lelio Lellis, Ozeas Caldas Moura, Roberto Cézar Azevedo, Rodrigo Follis, Rogério Teixeira da Silva, Tânia Denise Kuntze, Marcos Natal Costa, Francisca Pinheiro Costa, Eli Rocha Prates, Andressa Oliveira e Paiva.

SISTEMA DE AVALIAÇÃO DE TRABALHOS

As contribuições são apreciadas, em primeiro lugar, pelo editor e editor associado, objetivando a verificação dos requisitos formais de apresentação de trabalhos. Uma vez aceitos em primeira instância, os textos, sem identificação de autoria, são submetidos a dois pareceristas, membros do Conselho Editorial Consultivo. Em caso de pareceres contrários, o texto é submetido a um terceiro avaliador. Os resultados são comunicados aos autores, tanto em caso de rejeição, como de aprovação ou aprovação com necessidade de ajuste.

COMITÊ EDITORIAL EDITORES

Dr. Waggnoor Macieira Kettle e Me. Wilton Moisés Modro CONSELHO EDITORIAL CONSULTIVO

Dr. Antonio Marcos Favarin – Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) Dra. Elaine Cristina Carraro – Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp) Dr. Gideon Carvalho de Benedicto – Universidade Federal de Lavras (UFLA) Dr. Israel Ferreira Júnior – Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp) Dr. Ivam Ricardo Peleias – Universidade de São Paulo (USP)

Dra. Mônica de Aguiar Mac-Allister da Silva – Universidade Federal da Bahia (UFBA) Dr. Roberto Sussumu Wataya – Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp) Dr. Samuel Carvalho de Benedicto – Pontifícia Universidade Católica de Campinas

(PUC-Campinas)

Dr. Silvio Dobelin – Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unas Dr. Wanderley Carneiro – Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp)

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A Revista Acta Negócios utiliza o Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas (SEER), soft-ware desenvolvido para a construção e gestão de publicações periódicas eletrônicas, traduzi-do e customizatraduzi-do pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT).

Esta revista se encontra sob a Licença Creative Commons Attribution 4.0.

O Conselho Editorial não assume a responsabilidade pelo material publicado nesta revista. Os trabalhos publicados representam o pensamento dos autores.

Acta Negócios — Centro Universitário Adventista de São Paulo, v. 1, n. 2. (set-dez. de 2017). Engenheiro Coelho: Unaspress — Imprensa Uni-versitária Adventista, 2017.

Semestral ISSN: 2594-7680 1. Administração 2. Contábeis

3. Ciências Sociais Aplicadas A1882

FICHA CATALOGRÁFICA

UNASPRESS

Editoração e Normatização: Rodrigo Follis e Nathália Lima Projeto gráfico: Fábio Roberto

Diagramação: Ana Paula Pirani Follis Revisão: Mauren Fernandes

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7 EDITORIAL

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PARECERISTAS 2017

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EPISTEMOLOGIA DO MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS:

CONSIDERAÇÕES SOBRE ASPECTOS HISTÓRICOS E

MÉTODOS DE ENSINO

Waggnoor Macieira Kettle Submissão: 07/04/2017 Lucas Barros Kettle Aceite: 27/04/2017

33

ÂNCORAS DE CARREIRAS E GERAÇÕES —

INGRESSANTES E EGRESSOS NUMA IES

Adayne Candido Maciel

Alan Aquino Monberger Submissão: 07/04/2017 Thompson Augusto dos Reis Aceite: 28/04/2017 Graziela Graziano Oste Cremonezi

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55

GESTÃO CONTÁBIL NAS MPES: RELEVÂNCIA PARA OS

FORMANDOS EM ADMINISTRAÇÃO

Renate Würzler de Oliveira Pinheiro Cangussú

Edilei Rodrigues de Lames Submissão: 10/04/2017 Liliane da Costa Jacobs Lames Aceite: 30/04/2017

79

INFLUÊNCIA DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO NAS FINANÇAS

PESSOAIS DE SEUS ALUNOS

Rafael de Souza Accorsi

Johnny Roger Machado Lopes Submissão: 10/04/2017 Edilei Rodrigues de Lames Aceite: 30/04/2017 Ricardo de Queiroz Machado

Liliane da Costa Jacobs Lames

107

GESTÃO PÚBLICA E PRESTAÇÃO DE CONTAS:

UMA ANÁLISE DO ÍNDICE DE TRANSPARÊNCIA

Juliana Tammy Koga Bezerra Submissão: 11/04/2017 Ricardo de Queiroz Machado Aceite: 22/04/2017

Levi Morgan

José Francisco Calil

129

PROCEDIMENTOS DE PREVENÇÃO DE FRAUDE

CONTÁBIL NUMA EMPRESA DE COMÉRCIO EXTERIOR

Viviane Fernandes Pereira Submissão: 08/04/2017 Adilson das Neves Santos Aceite: 28/04/2017 Luis Fernando da Rocha

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A Revista Acta Negócios, veículo de divulgação de pesquisas de docentes e discentes dos cursos de Administração e Ciências Contábeis do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), adentra à segunda edição de 2017, com artigos cuja ênfase reside na "Formação Profissional Discente e Gestão Contábil-Financeira". A perspectiva desta edição é divulgar pesquisas que, de alguma forma, possam: 1) contribuir na formação e desenvolvimento profissional de estudantes da área de negócios; 2) motivar docentes das Ciências Sociais Aplicadas a refletirem sobre o seu papel na formação profissional de estudantes, no tocante aos aspectos educativos e da formação técnica; e 3) atribuir relevância à Gestão Contábil-Financeira no contexto organizacional.

A formação de futuros profissionais da área de negócios, seja no curso de Administração quanto de Ciências Contábeis, requer dos seus docentes uma visão ampla do processo educativo, seja no aspecto do ensino, bem como da aprendizagem. Para tanto faz-se necessário que se abram oportunidades para a reflexão individual e coletiva, em que o processo educativo seja pensado e repensado, uma vez que as gerações, juntamente com a sociedade, se alteram cada vez mais rápido, isto é, as exigências são múltiplas e cada vez mais inten-sas, incluindo a educação. Assim, a Acta Negócios, nesta edição, se propõe a contribuir nesta perspectiva. Portanto, estende o convite aos interessados e/ou

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curiosos para se debruçarem sobre seus artigos a fim de multiplicarem a refle-xão, o compartilhamento e até o debate sobre novas ideias.

Do mesmo modo, a propagação de pesquisas voltadas para a Gestão Con-tábil-Financeira pretende enfatizar e destacar o papel da gestão no âmbito da Contabilidade como ciência do patrimônio, exercendo sua função de gerar in-formação suficiente, necessária e útil para o processo de tomada de decisão. Assim também a área financeira que, em parceria com a Contabilidade, exerce

uma função relevante no contexto organizacional, ambas visando o desenvol-vimento dos negócios, sejam aqueles que originalmente têm a finalidade de lucro, mas também aqueles que tão somente, e até por sua natureza jurídica, administram o orçamento público.

No âmbito de uma política editorial aberta às diversas correntes de pensamento da comunidade acadêmica, a Acta Negócios recebe artigos com abordagens diversificadas no contexto das Ciências Sociais Aplicadas, parti-cularmente, com a ênfase voltada para temas vinculados à Administração e às Ciências Contábeis. Que este instrumento de divulgação científica possa abraçar a pesquisa de qualidade e oferecer oportunidades de desenvolvimen-to para os seus usuários!

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PARECERISTAS 2017

Me. Airton Adelar Bauermann — Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp); Me. Bassiro So — Faculdade Adventista de Hortolândia (Unasp);

Me. Edilei Rodrigues de Lames — Faculdade Adventista de Hortolândia (Unasp); Dra. Elaine Cristina Carraro — Faculdade Adventista de Hortolândia (Unasp);

Dr. Fábio Vinícius de M. Bérgamo — Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp); Me. Luciano Aparecido dos Santos — Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp); Me. Luís Fernando da Rocha — Faculdade Adventista de Minas Gerais (Fadminas); Me. Patrícia Fernandes Frauches — Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp); Me. Ricardo de Queiroz Machado — Faculdade Adventista de Hortolândia (Unasp); Dr. Silvio Dobelin — Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp);

Dr. Wanderley Carneiro — Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp);

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Waggnoor Macieira Kettle1

Lucas Barros Kettle2 Submissão: 07/04/2017

Aceite: 27/04/2017

Resumo: Este artigo tem por objetivo apresentar algumas reflexões

so-bre a epistemologia do Método das Partidas Dobradas (MPD), em seus aspectos teórico-conceituais e históricos, bem como métodos utilizados no processo de ensino e aprendizagem. Por meio de levantamento bi-bliográfico, de abordagem descritiva e qualitativa, o artigo expõe algu-mas teorias oriundas de estudos que fundamentaram o MPD em seus primórdios. Isto se apresenta no contexto da Escola Europeia, a qual antecedeu a Escola Norte-Americana que, por sua vez, adotou o MPD como uma mera convenção contábil verificada e aceita pelas empresas

1 Doutor em Educação com ênfase na Educação Contábil. Docente no Centro Universitário

Adventista de São Paulo (Unasp). E-mail: waggnoor.kettle@unasp.edu.br.

2 Graduando em Ciências Contábeis pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo

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até os dias atuais. Aspectos sobre o ensino também tiveram o seu lugar no artigo, no tocante a métodos adotados no processo educativo e de formação dos futuros contadores. Métodos como o do aluno participa-tivo; o da sequência dos pontos; aplicação e origem de recursos; jogos de empresas; e causa e efeito.

Palavras-chave: Educação contábil; Método das partidas dobradas;

Forma-ção profissional; Teoria contábil; Métodos de ensino.

EPISTEMOLOGY OF THE METHOD OF DOUBLE MATCHES:

CONSIDERATIONS ON HISTORICAL ASPECTS AND METHODS OF EDUCATION

Abstract: This article aims to present some reflections on an

epistemo-logy of the Method of double matches (MPD), in its theoretical and con-ceptual concepts and historical. Through a bibliographical survey, with a descriptive and qualitative approach, the article exposes some theo-ries from studies that founded MPD in its early days. This is presented in the Context of the European School, which preceded the American School which in turn adopted the MPD as a mere accounting conven-tion verified and accepted by companies to this day. Aspects about the teaching of work in his article, regarding methods adopted in the educa-tional process and training of future accountants. Methods such as the participatory student; The sequence of points; Application and origin of resources; Business games; And cause and effect.

Key words: Accounting education; Method of double matches; Professional

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Introdução

Como ciência que processa dados com o fim de gerar informações de natureza fiscal e gerencial a partir da existência de um patrimônio, a conta-bilidade possui, dentre suas ferramentas e técnicas, o Método das Partidas Dobradas (MPD), o qual desde a sua criação no século 15, vem contribuin-do para o desenvolvimento desta ciência, na medida em que, por meio dele, executa os registros dos fatos contábeis, gerando assim as demonstrações que são fonte de informação para o processo decisório das organizações.

Nesta área do conhecimento, o artigo considera o MPD como objeto das considerações, em seus aspectos históricos e conceituais, bem como os métodos adotados para o seu ensino. Portanto, há de se levar em conta que se trata de um tema que merece atenção, não apenas no contexto epis-temológico, mas, sobretudo, no âmbito educacional, pois é neste viés que o processo ensino-aprendizagem ocorre e contribui de forma relevante para a formação dos futuros profissionais da Contabilidade.

Assim, surge a questão a ser respondida devido a relevância do tema e que toma o seu devido lugar, ainda que de forma sucinta e objetiva: quais aspectos da epistemologia do método das partidas dobradas são abordados pela literatura pertinente no contexto do ensino, tendo em vista a formação de futuros profissionais da Contabilidade?

O presente artigo se propõe a, inicialmente, apresentar seus pres-su¬postos teórico-conceituais e históricos sobre o MPD, fundamentado em Melis (1950), Lira (2009; 2011), Sá (2008), Iudícibus (2000), Gomes (2000) e Franco (1993). Em segundo plano, o artigo apresenta, sucintamente, méto-dos de ensino do MPD adotaméto-dos para que o processo ensino-aprendizagem aconteça com maior facilidade e, para tanto, foram citados autores como Marion (2001), Favarin (2000), Martinelli (1987) e Ijiri (1989).

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Método

A partir de um levantamento bibliográfico, o artigo é de natureza descri-tiva e adota uma abordagem qualitadescri-tiva. Utiliza-se de análise essencialmente literária, uma vez que os resultados são oriundos exclusivamente da literatura contábil pertinente, ou seja, de referências históricas e da educação contábil.

As informações extraídas da bibliografia foram organizadas de tal for-ma que possibilitaram a ufor-ma visão bem clara quanto ao alcance do objetivo principal do estudo, quer seja: apresentar aspectos relevantes sobre a episte-mologia do método das partidas dobradas no contexto do ensino, tendo em vista a formação de futuros profissionais da Contabilidade.

As fontes bibliográficas — livros e artigos — foram analisados com o pro-pósito de verificar se a temática correspondia, de fato, ao método das parti-das dobraparti-das em suas nuances epistemológicas e, consequentemente, oferecia contribuição relevante para o acadêmico e/ou profissional da Contabilidade no tocante à sua formação e/ou desenvolvimento profissional. Ademais, foram de-tectados na literatura métodos de destaque quanto ao processo de ensino.

Aspectos epistemológicos do MPD

O Método das Partidas Dobradas (MPD) — também denominado “mé-todo digráfico” — refere-se a um mé“mé-todo de registro/escrituração adotado pela Ciência Contábil no decorrer de sua história. Tais registros são mencionados por estudiosos como equivalentes às mais antigas formas de registro da civiliza-ção humana. Referindo-se ao elemento central do controle patrimonial, a conta, Melis (1950, p. 3) evidencia: “A contabilidade e sua principal e mais característi-ca manifestação — a conta — é tão antiga quanto a civilização construída pelos

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17 homens”. Na antiga civilização romana os registros contábeis já eram feitos de

tal forma que Lira (2009) se refere a eles num contexto de certa confusão feita por historiadores no que tange à identificação de documentos:

[…] a análise de documentos contabilísticos induziram em erros alguns his-toriadores antigos, observando que estes confundiram a coluna dupla —

ac-ceptorum et expensorum — utilizada pelos romanos, com a dupla coluna de

débito e crédito utilizado no método digráfico. Mas em qualquer sistema de Contabilidade, mesmo o de mais simples concepção, a dupla coluna é um elemento quase inseparável, já que diz respeito a lançamentos de receitas e despesas comuns em quaisquer registros de movimentos de economia (p. 38).

Em relação a tais registros, no Brasil, Sá (2008) comenta:

Os signos, desenhos e pinturas que foram identificados nas grutas de Montalvânia, no Vale do Peruaçu, em Minas Gerais, aquelas das lápides em Pedra Furada no Parque das Antas no Piauí, evidenciam uma vida primitiva muito antiga, possuindo, todavia, acentuada semelhança com os signos das grutas europeias (p. 16).

Esses achados históricos são amostras de um tipo de escrita que faz parte da civilização humana há muito tempo, tem sua utilidade e relevância para o desenvolvimento da sociedade. Do ponto de vista da materialização e forma-lidade da escrita contábil, vale salientar os livros/arquivos desses registros que figuraram a época de seus primeiros passos. Segundo Lira (2011),

[…] na escritura dobrada são usados os seguintes livros gerais […]: Borrador, Diário e o Razão. Esta convenção está de acordo com o apresentado por Luca

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Paciolo, no seu Tractactus de computis et scripturis, integrado na sua obra de-nominada Summa de Arithmetica, Geometria Proportioni et Proportionalita, publicada em Veneza em 10 de Novembro de 1494, onde o método digráfico foi exposto pela primeira vez em forma de obra impressa (p. 54).

A escrita contábil vem, ao longo da história, sustentada por teorias que, am-paradas em suas escolas, procuraram explicar os porquês da forma de se fazer tal escrita. A Escola Europeia, que teve por objetivo disseminar o controle da riqueza patrimonial e, para tanto, sua metodologia de ensino consistia em partir dos registros contábeis, por meio dos razonetes, culminando com a elaboração das demonstrações contábeis, teve como principal pesquisador e escritor Fran-cisco D’Auria, e, com base em seus escritos, Iudícibus (2002) resume tais teorias:

a) Teoria das Cinco Contas Gerais: Edmond De Granges é tido como o cria-dor desta teoria. Seu filho, de mesmo nome, atribuiu ao pai a criação do método digráfico, ou partidas dobradas. Contudo, historiadores afirmam que a assertiva de Granges Filho é falsa.

De Granges afirmara que para se fazer uma ideia das contas, não é preciso ver nelas outra coisa senão as do comerciante do qual se escrituram os livros e é preciso conceber que debitar uma dessas contas, é debitar o próprio co-merciante sob o nome dessa conta em particular e que todas as dificuldades na arte das contas se vencem debitando a pessoa que recebe, ou a conta do objeto que se recebe; e creditando a pessoa que fornece ou a conta do objeto que se fornece. As “contas gerais” são cinco: Capital, Lucros e Perdas, Caixa, Mercadorias, Créditos e Débitos, aludindo à larga subdivisão que cada uma dessas contas se faz na prática. Em suma, De Granges formulou uma regra que ganhou foros de axioma: Debitar aquele que recebe e creditar aquele que

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fornece. Como as relações de débito e crédito são pessoais, De Granges ima-ginou que todas as contas representam o comerciante e, por isso, ele é “deve-dor” quando recebe e “cre“deve-dor” quando fornece (p. 234).

b) Teoria Personalista: em princípio, a teoria das cinco contas gerais não deixa de ser personalista, porquanto as contas representam pessoas. Nesta cor-rente incorporou-se o publicista Giovanni Rossi. Ele proclamou “o grande princípio da personalidade de todas as contas” (p. 234). Ele sentenciava:

[…] para a arte das contas, todo o direito, seja real ou pessoal, deve ser con-siderado pessoal, e argumentava: onde há deve e haver, é claro que há uma pessoa que deve e outra que tem haver donde o princípio: cada conta é aberta a uma pessoa, ou a uma personalidade da qual representa os direitos e as obrigações. Esta teoria funda-se no fato jurídico dos direitos e obrigações em oposição: Direito é crédito; Obrigação é débito; Diminuição de direito é dé-bito; Diminuição de obrigação é crédito. Tal princípio, desde que apoiado em relações de direito, é perfeitamente coerente. A tradicional divisão da conta em seção de débitos e seção de crédito é corroborada suficientemente por essa teoria, porquanto débito e crédito são situações jurídicas ajustadas às relações de direitos e obrigações entre pessoas (p. 234-235).

c) Teoria Materialista: nesta teoria “a dualidade débito — crédito é abolida, substituída pela carga — descarga, mais — menos, positivo — negativo, mutação ativa — mutação passiva, salvo quando se consideram as relações jurídicas entre pessoas” (p. 236).

O princípio que preside ao registro dos fatos é o do aumento ou diminuição das espécies materiais. Tudo aquilo que se adiciona a uma espécie positiva

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corresponde a débito — tomando este vocábulo em seu sentido técnico de valor ativo, e tudo aquilo que se deduz de uma espécie correspondente a cré -dito — como diminuição de valor ativo. Em que, porém, não haja uma

es-pécie ativa, a teoria admite o conceito jurídico do crédito a pessoas — o que corresponde a valor negativo, ou passivo patrimonial. Esta exceção quebra o princípio diretivo do registro, privando-o do conceito universal que deve ser característico nas concepções teóricas (p. 236).

d) Teoria Matemática: Clitofonte Bellini, em seu Trattato Elementare teó-rico-pratico di Ragioneria Generale, de 1910, expôs a “teoria matemá-tica da conta”, a qual tinha por essência: “qualquer que seja o conceito de conta, em seu significado concreto, é sempre o de uma entidade matemática, isto é, uma grandeza, pondo em evidência o valor de uma coisa e as variações nele havidas” (p. 236). Por esta teoria, “débito é quantidade positiva e crédito, negativa, em relação a cada elemento ativo (bens e direitos), e vice-versa em relação a cada elemento passi-vo”(p. 237). […] “Esta teoria admite a substituição de débito e crédito pelos sinais + e -, transformando-se a função em puras operações arit-méticas de adição e subtração” (p. 237).

e) Teoria Econômica: assentam-se nesta teoria o controlismo, o positivismo e o patrimonialismo, “porquanto é a riqueza em ação, e riqueza individuali-zada — patrimônio — a matéria ou objeto sobre que incide qualquer desses três sistemas teóricos” (p. 238). Na teoria econômica,

[…] débito representa, convencionalmente, a existência de valores ativos e também a diminuição de elementos passivos e diferenciais. O princípio tor-na-se artificioso, adotando-se débito e crédito. Mais racionais seriam os sinais

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mais e menos, passando a ter fundamento matemático, mais conforme com o

materialismo fundamental dessa teoria (p. 238).

f) Teoria Patrimonial: esta teoria focaliza a conta fundamental “Patrimônio”,

[…] que é positivo ou negativo, aumenta ou diminui. Quando se cria ou au-menta um valor ativo, o fato é positivo para o patrimônio — há um débito; quando se diminui, o fato é negativo — há um crédito; quando se cria ou au-menta um valor passivo, o fato é positivo — há um crédito, passivo; quando diminui, o fato é negativo — há um débito, passivo; quando se enriquece o patrimônio, o fato é positivo — há um crédito; quando se empobrece, o fato é negativo — há um débito (p. 239).

g) Teoria Positiva: Esta teoria tem como personagem principal Dumarchey que publicou a obra Teoria Positiva da Contabilidade, em 1914.

O autor francês vinha, de longa data, fazendo estudos matemáticos a respeito de assuntos de Contabilidade. Mas o conceito que se revela em sua citada obra é o das “unidades de valores que constituem as contas”. Assim, positiva é a sua teoria, porque, de fato, são as unidades de valor que a Contabilidade contempla em sua elaboração. Mas tão positiva é esta teoria quanto o são ou-tras que conceituam o objeto de modo diverso, mas não menos real (p. 240).

Após fazer a demonstração matemática da conta (bens + direitos - obriga-ções = patrimônio líquido), conclui:

[…] uma vez que a soma algébrica da expressão é nula, torna-se evidente que a soma de todos os termos positivos é igual à soma de todos os termos

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negativos. Na mesma conta, a coluna da esquerda deverá ser destinada aos termos que entram no Balanço com o sinal +; e a coluna da direita, aos termos que entram no Balanço com o sinal — . Dumarchey chama débito, dever ou entrada a todas as importâncias inscritas na coluna da esquerda de uma conta; crédito, haver ou saída a todas as importâncias inscritas na coluna da direita e enuncia este, por assim dizer, teorema de Conta-bilidade: num Balanço, em qualquer instante, a soma das importâncias referentes a débito, a dever ou a entrada, é igual à soma das importâncias referentes a crédito, a haver ou a saída (p. 241).

A Escola Norte-Americana, cuja base metodológica de ensino consistia na apresentação da estrutura das demonstrações contábeis e, por último, o exercí-cio do MPD com os registros dos fatos econômicos, apresentou-se no Brasil,

[…] basicamente introduzida pela obra Contabilidade Introdutória, por uma equipe de professores da FEA/USP, o que trouxe representativa simplificação para o estudante de Contabilidade, uma vez que esta Es-cola dispõe que as denominações débito e crédito são simplesmente con-venções contábeis (p. 242).

Para melhor explicitação destas convenções, admite-se a existência da conta mediante o razonete (figura em forma de T) na qual os registros são feitos em contas individualizadas. Assim, em vez de se chamar “lado esquer-do esquer-do razonete”, denomina-se débito; em vez de se chamar “laesquer-do direito esquer-do razonete”, denomina-se crédito. Poder-se-ia chamar débito-crédito de Adi-ção-Subtração. Contudo, em decorrência dessas denominações, conclui-se que lançar (registrar) qualquer valor no lado esquerdo de uma conta é

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23 Norte-Americana carrega em sua metodologia dose significativa de

pragma-tismo, uma vez que, praticamente, despreza as teorias da Escola Europeia e se justifica por “regrar” as formas de registro mediante o débito-crédito. O méto-do desenvolviméto-do pelo Frei Luca Paciolo, na Itália (século 15), universalmente aceito, dá início a uma nova fase para a Contabilidade e perdura até os dias atuais. O método em si consiste em que, para qualquer operação (transação que afete o patrimônio da entidade), haverá um débito e um crédito de igual valor; ou, um débito (ou mais débitos) de valor idêntico a um crédito (ou mais

créditos). Portanto, no método das partidas dobradas não há débito(s) sem crédito(s) correspondente(s) (IUDÍCIBUS, 2002).

Embora os europeus tenham, por séculos, discutido os termos

débito-cré-dito, criando para isto várias teorias sem conseguir harmonizar totalmente os

conceitos, pode ter sido a causa que levou os americanos a tratarem do tema de forma pragmática, ou seja, como mera convenção contábil.

Atualmente no Brasil, segundo a legislação pertinente, os livros oficiais obrigatórios de escrituração contábil são o Diário e o Razão. São eles que re-cebem os registros oriundos das ocorrências dos fatos econômicos e que, por meio da Contabilidade, são efetivados mediante a escrituração que, por sua vez, vale-se do método das partidas dobradas (método digráfico). Gomes (2000, p. 14) menciona: “é geralmente aceito que o método digráfico é caracterizado pela

existência de lançamentos simultâneos e antitéticos, de igual valor absoluto, em contas que constituem um sistema fechado”.

Diante do arcabouço conceitual preconizado pelos teóricos da ciência con-tábil, vale explicitar que a escrita concon-tábil, fundamentada na representação

débi-to-crédito, é sustentada por uma lógica que, em conformidade, principalmente,

com as Teorias Europeias, — destacadamente a Matemática, a Patrimonial e a Positiva —, se harmonizam com as “regras gerais” estabelecidas pela Escola Norte-Americana, ao que denominou de convenções.

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Assim, partindo-se do pressuposto da existência de contas3 que

represen-tam controles patrimoniais (bens, direitos e obrigações), bem como daquelas que representam controles de resultado (despesas e receitas), a lógica consiste em que o termo débito representa adição/acréscimo às contas representativas de bens, direitos (elementos positivos patrimoniais) e também às despesas (elemen-tos negativos de resultado); o termo crédito, por sua vez, representa efeito inver-so nesses mesmos elementos, ou seja, subtração/decréscimo aos bens, direitos e despesas. Situação oposta ocorre na medida em que o termo crédito representa adição/acréscimo às contas representativas das obrigações (elementos negativos do patrimônio), patrimônio líquido e também às receitas (elementos positivos de resultado). Para estes, o termo débito representa subtração/decréscimo.

O quadro 1 resume a adoção e interferência dos termos nos respecti-vos grupos de contas:

QUADRO 1: Efeito/interferência do débito e do crédito nas contas

pa-trimoniais e de resultado.

Natureza das Contas Débito Crédito

Contas patrimoniais

Bens e direitos Aumenta Diminui

Obrigações com terceiros e Patrimônio Líquido Diminui Aumenta

Contas de resultado

Despesa Aumenta Diminui

Receita Diminui Aumenta

Fonte: Organizado pelo autor.

3 Legenda ou nome que se dá a cada componente patrimonial ou de resultado — quer ele seja

um ativo (bens e direitos), um passivo (obrigações com terceiros) ou patrimônio líquido (aplicações dos proprietários na empresa), uma despesa ou uma receita — e que aglutina os respectivos valores (CORRÊA, 1991; MARION, 2009).

(25)

25 Percebe-se que, pelo fato do registro interferir positiva ou negativamente nas

contas envolvidas nos fatos econômicos, poder-se-ia utilizar outra nomenclatura como adição/subtração, mais/menos, entrada/saída, ou, termos equivalentes. No entanto, de acordo com a Escola Americana, convencionou-se adotar os termos usuais débito e crédito como sustentação ao MPD para a escrituração contábil.

O estudo sobre o método das partidas dobradas, portanto, é inquietante para os docentes de Contabilidade, pois se trata de tema desafiador no contexto ensino-aprendizagem, e o mesmo se apresenta significativo para a formação ini-cial de futuros profissionais da Contabilidade. Assim é que o contador, mesmo sendo razoável profissional, dificilmente poderá sobressair-se na profissão, ou ser doutrinador da Contabilidade, se não conhecer os fundamentos básicos dessa ciência (FRANCO, 1993). Lira (2011) dá ênfase ao estudo do tema afirmando que:

[…] muitas das regras apresentadas e dos cuidados a ter na escritu-ração e elaboescritu-ração do Balanço e do Razão ainda hoje fazem sentido e são válidas. […] O seu espírito continua presente na Contabilidade atual, não obstante o fato de se inserirem numa perspectiva de maior complexidade, serem realizadas através de outros métodos […] (p. 61).

A investigação sobre o MPD, em seus aspectos epistemológicos, levou os pes-quisadores a avançarem quanto à identificação de métodos/técnicas adotados no âmbito do ensino da Contabilidade, os quais são mencionados no próximo tópico.

Métodos de ensino do MPD

No contexto do ensino da Contabilidade e, mais especificamente, do en-sino do MPD, é muito comum encontrar docentes valendo-se de uma gama

(26)

26

de métodos e técnicas na tentativa de fazer fruir o processo de ensino-apren-dizagem, aliás, esse conjunto de alternativas faz parte, naturalmente, do pro-cesso de ensinar o MPD: o discurso (aula expositiva ou aula dialogada); os materiais didáticos como livros de escrituração (manuais e/ou virtuais). Na composição da aula é muito comum, quiçá para todos, o uso do símbolo de-nominado razonete, que tem por objetivo auxiliar na compreensão concei-tual e, por conseguinte, na adoção do débito e do crédito na escrita contábil.

Sendo este símbolo em forma de “T”, ele representa o conceito dialético entre o débito e o crédito. Enquanto o débito, assinalado do lado esquerdo do razonete significa: aumento de ativos, redução de pas-sivos e aumento de despesas; o crédito, assinalado do lado direito do

razonete significa: redução de ativos, aumento de passivos e aumento de

receitas. Não fora este símbolo [T], provavelmente, a compreensão des-ses conceitos/convenções contábeis se tornaria muito mais dificultada, principalmente, para os iniciantes da área.

Ao apresentar contribuições para o ensino da Contabilidade, Marion (2001) destaca alguns aspectos metodológicos, dos quais dois são salientados:

a) A participação do aluno no processo de aprendizagem: o aluno como agente passivo no método tradicional de ensino, ou seja, aquele que se limita a ab-sorver tudo o que o professor lhe transmite (conhecimentos e experiências); o aluno como agente ativo, isto é, o processo que desenvolve no educando o espírito crítico, o que torna o processo de aprendizagem mais dinâmico; b) Sequência dos pontos: esta linha metodológica considera dois

méto-dos, em que o primeiro opta por desenvolver, no início do programa de ensino, a teoria do débito e do crédito, suas aplicações e, por fim, as de-monstrações contábeis (Escola Italiana); o segundo parte de uma visão

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27 da estrutura das demonstrações para, em seguida, estudar os registros

contábeis que originaram essas demonstrações (Escola Americana). Ambas são maneiras de proceder que podem desencadear no aluno maior significado, ou não, a depender de fatores como domínio epistemo-lógico do docente, interação com o estudante, dentre outros.

Outro método alternativo para dar significado ao MPD é por meio da ex-planação do débito e crédito como aplicação e origem de recurso. Nesse método, o registro a débito significa aplicar recursos em bens ou direitos, ou também em algum tipo de consumo (despesa/custo); enquanto o registro a crédito significa explicar a origem do recurso que foi aplicado, que pode ser por meio de um ele-mento passivo (obrigações exigíveis ou não exigíveis), ou também pelas receitas.

Os Jogos de Empresas representam outra metodologia que pretende incutir no aluno, mediante símbolos e simulações, os conceitos da Contabi-lidade — inclusive do MPD — levando autonomia e dinâmica no processo ensino-aprendizagem. Segundo Marion e Marion (2006, p. 48) “Os jogos de empresa são um método de ensino simulado que permite ao aluno aprender numa realidade imitada. Neles, o aluno é levado a aprender pela realização de tarefas nas mesmas condições que são encontradas na realidade”.

Favarin (2000, p. 53) apresenta os Jogos de Empresa como instrumento de aprendizado em Contabilidade, afirmando que eles “procuram reprodu-zir, de alguma forma, os conflitos entre os agentes econômicos, particulari-zando aspectos que se pretende que os seus participantes ‘jogadores’ apren-dam, servindo com um instrumento de aprendizado”. O autor destaca o aspecto pedagógico no contexto dos Jogos de Empresas ao asseverar que:

A natureza do trabalho docente é a mediação da relação cognoscitiva en-tre o aluno e as matérias de ensino, trabalho que não se resume na

(28)

trans-28

missão de conhecimentos, mas que envolve a própria organização das atividades de estudos dos alunos, as quais serão bem sucedidas quando houver adequação dos objetivos propostos pela escola e pelo professor aos objetivos da aprendizagem do aluno, e quando essa aprendizagem prevê o desenvolvimento de suas forças intelectuais (p. 56).

Segundo o autor, a ênfase dos Jogos de Empresas, no contexto do en-sino de Contabilidade, consiste no “relacionamento da empresa com o seu ambiente, de maneira mais ampla possível” (p. 54), e salienta as recomen-dações de Martinelli (1987) no tocante à inserção de

[…] variáveis subjetivas introduzidas de surpresa e que teriam influên-cia sobre o ambiente da empresa; questões de inflação, negoinfluên-ciações salariais, flutuação de produção relacionadas à capacidade produtiva, prazos de pagamentos, inclusão de percentagens sobre títulos não re-cebidos, impostos, greves etc. (p. 55).

O registro contábil ainda tem sido explorado sob a forma de causa

e efeito. Esta teoria, desenvolvida por Ijiri (1989) é uma proposta

diferen-ciada para a Contabilidade de partidas dobradas, a qual consiste num sistema de Contabilidade de tripla entrada. Basicamente, a tentativa de mudança, em relação ao que se pratica há séculos (MPD), consiste em al-terar o modo de se fazer projeções econômico-financeiras, a partir apenas da utilização de dados históricos, e avançando para uma entrada de natu-reza orçamentária, para se efetivar tal projeção. Logo, as demonstrações financeiras elaboradas sob esse método dariam ao analista os dados ne-cessários para estimar resultados futuros fundamentados nas operações presentes e futuras, e não apenas em dados históricos.

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29

Considerações Finais

Tendo em vista, portanto, aspectos epistemológicos da área contábil e, particularmente, do método das partidas dobradas, julga-se de extrema importância a visualização deste cenário histórico e teórico-conceitual, pelo fato de oferecer aos acadêmicos — futuros profissionais da Contabilidade — um viés de conhecimento que fundamenta uma prática recorrente nas operações da escrituração contábil. A Escola Europeia e a Norte-Americana exerceram papel importante nesse contexto, uma vez que, a partir das teorias advindas da Escola Europeia, avançando para a Norte-Americana com sua interpretação e adoção do MPD como convenção, a ciência contábil atual pode olhar para o passado e verificar os esforços e contribuições de pesquisadores e estudiosos para o desenvolvimento da escrita contábil e, notadamente, para o desenvolvimento dos profissionais que representam e assumem a Contabilidade das organizações.

Assim, fica a sugestão para que outros estudos sejam desenvolvidos no contexto da teoria contábil, no intuito de disponibilizar aos futuros profissionais da Contabilidade, fundamentos que venham contribuir para uma prática contábil ainda mais sólida e consciente, no tocante às opera-ções informacionais que, por sua vez, podem levar os gestores a decisões cada vez mais consistentes.

Referências

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tran-sações aplicado ao ensino da Contabilidade Geral. 2000. 315 f. Tese

(30)

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(33)

Adayne Candido Maciel1 Alan Aquino Monberger2 Thompson Augusto dos Reis3 Graziela Graziano Oste Cremonezi4 Submissão: 07/04/2017 Aceite: 28/04/2017

Resumo: O propósito deste estudo teve como finalidade correlacionar as

gera-ções e as âncoras de carreiras ilustradas por Edgar H. Schein. As informagera-ções estatísticas geradas beneficiaram os membros participantes, a Instituição es-tudada e as organizações que compõem a Região Metropolitana de Campinas

1 Bacharel em Administração pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp).

E-mail: adayne.maciel@gmail.com

2 Bacharel em Administração pela Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp).

E-mail: monberger90@gmail.com

3 Mestrando do programa de pós-graduação em Administração da Unimep e Professor do

Curso de Administração Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp). E-mail: thompson.reis@ucb.org.br

4 Doutora em Administração e Professora do Programa de Pós-Graduação em Administração

(34)

34

(RMC). A pesquisa fora aplicada em dois grupos de alunos, sendo eles ingres-sos e egresingres-sos do curso de Administração, do Centro Universtiário Adventista de São Paulo (Unasp), em Hortolândia, em que, por meio de 267 alunos, foi permitida a identificação do perfil mais predominante frente às gerações X, Y e Z. Os resultados apresentados indicam que, independente das gerações, a ânco-ra de carreiânco-ra mais frequente é o estilo de vida, o que apresenta que os futuros profissionais estão em busca de não somente manter uma relação fiel com o mundo profissional, mas também no âmbito famíliar, saúde e lazer — o verda-deiro equilibrista. Para assuntos subsequentes, pode-se abordar as diferenças entre os níveis de perfis dos alunos ingressantes e egressos estudados, e como os fatores sociais podem contribuir para com estes resultados.

Palavras-chave: Âncoras de carreiras; Gerações; Administração; Estilo de vida.

CAREERS ANCHORS AND GENERATIONS — COLLEGE FRESHMEN AND SENIOR

Abstract: The purpose of this study was to find a correlation in between the

generations X, Y and Z with career anchors illustrated by Edgar H. Schein. The statistical information was generated with the intend to benefit the participants, the institution in which the studied was realized and the organizations that make up the metropolitan region of Campinas. The survey was applied to two groups of students, one including students that just entered college and the other group seniors that are about to graduate from the Institution of Higher Education Adventist of Hortolândia, where 267 students were allowed to iden-tify the most prevalent profile in the generations X, Y and Z. The results presen-ted indicate that, regardless of the generations, the most frequent career anchor is the Lifestyle, which shows that future professionals are looking not only to maintain a faithful relationship with the professional world, but also in the fa-mily, health and leisure — the real juggler. Subsequently one can approach the

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35 differences between the levels of profiles of freshmen and senior students that

were studied and how social factors can contribute to these results.

Keywords: Career anchors; Generations; Administration; Lifestyle.

Introdução

Nos anos de 1970, o acadêmico psicólogo Edgar H. Schein defendeu a teoria das âncoras de carreiras, que consiste em oito fatores comportamen-tais presentes em todos os indivíduos, tendo eles percentual de relevância em cada indivíduo. No entanto, o sistema corporativo se adaptou com a modernidade empresarial que, segundo Casanova (2013, p.8), é uma trans-formação de processos organizacionais, sendo eles tecnológicos, econômi-cos e comunicativos. Os profissionais sofrem diretamente todos os abalos, porquanto dão prioridades a atender as necessidades do mercado e/ou ne-cessidades pessoais, deixando de cultivar o verdadeiro “eu”.

Schein (1996), afirma que âncoras de carreiras são as verdadeiras identida-des profissionais dos indivíduos, que são decorrentes de um conjunto de habili-dades, valores e competências, que podem direcionar cada profissional ao rumo apropriado de carreira. Para tanto, elaborou um teste que possui a finalidade de impulsionar psiquicamente os indivíduos para as suas áreas de maior afinidade.

Este estudo é relevante pois o resultado torna mais visíveis os melhores caminhos a serem seguidos profissionalmente, tais como: competência técnica/ funcional, competência gerência geral, autonomia/independência, segurança/ estabilidade, criatividade empreendedora, serviço/dedicação a uma causa, puro desafio e estilo de vida, o qual trabalharemos no desenvolvimento do trabalho. Augusto et al. (2013, p. 2), argumentam que as gerações se difundem por meio de um conjunto de valores, dentre eles: social, econômico e po-lítico, em geral, o que atribui fortemente para o desenvolvimento e ciclo

(36)

36

de vida. Ao correlacionarmos a teoria das gerações X, Y e Z às âncoras de carreiras, conseguiremos identificar quais carreiras mais predominam em quais gerações e gêneros.

Esta pesquisa tem como foco os alunos ingressantes e egressos do curso de Administração do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), em Hortolândia, através do teste de Edgar H. Schein. Os objetivos gerais são correlacionar as âncoras de carreiras vinculados às gerações X, Y e Z e analisar quais são as carreiras que mais predominam e em quais

gerações e gêneros. Pensando nisso, o teste utilizado auxilia a direcionar os alunos aos seus perfis psíquicos, mitigando os riscos dos mesmos se de-dicarem a carreiras errôneas, obtendo o evolucionismo empresarial, que apregoa a transformação no ato decisório profissional. Segundo Casanova (2013, p. 24), o profissional deixa de ser influenciado pela organização para ser protagonista da sua própria história acadêmica e profissional.

Metodologia

Caso a ser estudado

A pesquisa foi aplicada no Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), em Hortolândia, situado na Região Metropolitana de Cam-pinas (RMC), que é composta por um parque industrial de 300 empresas e indústrias de grande e médio porte, dentre elas: Bosch, DELL, IBM, SA-MINA, DOWN CORNING, HONDA, RHODIA e 3M (NASCIMENTO, 2011, p.40-42). O desenvolvimento destas organizações reflete benefícios para o campus estudado, tornando crescente a entrada de alunos no curso de Administração, adquirindo reconhecimento do Ministério da Educação (MEC), com nota quatro em sua última avaliação.

(37)

37

Gráfico 1: Alunos ingressos e egressos do curso de Administração na

Faculdade Adventista de Hortolândia Fonte: (Revista de divulgação da Fa-culdade Adventista de Hortolândia/UNASP-HT, 2016).

2012 94 209 2013 64 191 2014 84 176 2015 92 125 2016 92 118 64 64 94 64 84 92 92 171 197 209 191 176 125 118 0 50 100 150 200 250 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Egressantes Ingressantes

Surgimento do curso de administração na IES estudada

Segundo PPC (2014, p.7)5 e Barreto (2016), o curso com modalidade

bacharelado foi implementado no campus de Hortolândia (SP) em agosto de 2006, tendo como seu primeiro coordenador o professor Dr. Holbert Schmidt. Atualmente, possui 500 alunos e tem a missão de transformar estudantes em empreendedores, capacitando-os para futuras atuações no mercado de trabalho, com qualidades gerenciais, moralidade ética, ensi-nando a integração social.

5 Projeto Pedagógio de Curso: Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp),

(38)

38

Processo da pesquisa

A pesquisa molda-se como descritiva-analítica (TRIVIÑOS, 1987), com a visão de identificar quais são os perfis com maior e menor frequ-ência e predominância, para as diferentes gerações e níveis acadêmicos de cada aluno participante.

Por meio de pesquisa de campo fundamentaremos os argumentos propostos no trabalho. O instrumento de pesquisa utilizado foi um ques-tionário com 43 questões, elaboradas por Edgar Schein, com a seguinte or-dem: (1) informações pessoais tais como sexo e ano de nascimento, para enquadramento das gerações; (2) questionário com a numeração de 1 a 6 (sendo os menores números para nenhuma/pouca identificação e números maiores para muita identificação com as questões); (3) nesse âmbito foram apresentados os resultados de cada participante, sendo duas âncoras com as maiores habilidades de cada um e uma âncora de menor habilidade.

O processo de coleta de dados foi estatístico-descritivo, aplicado por meio de software Excel, uma ferramenta do pacote office — proposta pela

Mi-crosoft, de forma que os alunos tiveram acesso ao formulário via computador

e, ao completar a pesquisa, o recurso já fornece os resultados, indicando quais as âncoras que mais se adequam ao perfil do participante. Sendo assim, ad-quirimos com facilidade a coleta de dados, com agilidade no processo de ela-boração de gráficos e análise de dados gerados (VASCONCELOS et al. 2010).

A pesquisa foi aplicada nos grupos de ingressantes e egressos do curso de Administração. Obtivemos 267 membros que construíram para base dos nossos dados. Segundo Schein (1996), essa categorização de ân-coras objetiva e auxilia na carreira, pois talentos e habilidades são pontos em que é necessário "escutar a voz do coração", para que seus principais valores não sejam abandonados e encarados caminhos que não trarão re-gozijo na caminhada profissional.

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39

Revisão Teórica

Carreiras

Segundo Silva et al. (2012, p.3-4), o âmbito de carreiras tem origem eti-mológica do latim ‘‘carraria’’ que, em português, tem por significado ‘‘correria’’ e que pode ser interpretado como ‘‘os caminhos profissionais percorridos por indivíduos numa organização’’. Edgar Henry Schein, foi um dos primeiros pes-quisadores que desenvolveu e conceituou o assunto abordado. No passado, os profissionais tinham a visão de que a empresa devia moldar seu percurso de acordo com as necessidades propostas e em troca, tinham seu emprego seguro. Desde então, o desenvolvimento e a globalização trouxeram influên-cias para este padrão, então, o pensamento social passa a ser moldado, de forma que os indivíduos buscam um bem comum, o desejo de se realizar profissionalmente, de forma independente. Dutra (2009), um pesquisador mais atual, trouxe em seus estudos que a ‘‘carreira’’ passou por uma fase revolucionária, deixando de ser algo guiado e supervisionado internamente pelas organizações, que tinham em vista buscar apenas poder de competi-tividade. Os indivíduos, então, partem para exploração e autonomia de seus caminhos profissionais, seja dentro ou fora de uma organização.

Âncoras de Carreiras

Com base nos textos de Vasconcelos et al. (2010, p. 232-233); Gomeset al. (2011, p. 21-22) e Maurer (2013, p. 43-47), constam os oito fatores denominados como âncoras de carreiras, as quais possuem características e valores difenciados. ◆ Competência técnica-funcional (TF): os recursos deste perfil bus-cam por meios de estudos se especializarem numa área ou profissão

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40

determinada, visando alta competência e habilidade do quesito esco-lhido. Não são obstinados às posições gerenciais gerais, pois prezam pelo desenvolvimento, engajamento, promoção, liderança e satisfação em sua área de especialização.

◆ Competência gerencial (CG): os fatores que contribuem com esta âncora compõem os recursos que possuem capacidades analíticas me-ticulosas. Identificando, revolucionam problemáticas. Se permitem en-tusiasmar com excelentes relações interpessoais, comemorando com liderados e equipe seus resultados, valorizando o equilíbrio emocional. ◆ Autonomia e Independência (AI): os indivíduos que se

relacio-nam à autonomia e independência propendem aos cargos autôno-mos, pois alvejam liberdade de se auto organizar profissionalmente, relacionando e flexibilizando de acordo com sua vida pessoal. ◆ Segurança e Estabilidade (SE): ter estabilidade empregatícia e

finan-ceira são pontos alvos. Os profissionais buscam estar com "os pés no solo", preferem o certo ao incerto, almejam organizações reconhecidas no mercado, que fornecem benefícios, faixa salarial adequada, funções que possam ser rotineiras e, para se sentirem motivados, buscam ter um bom vínculo com a empresa e assumem recompensas como dedi-cação, tempo e promoções.

◆ Criatividade empreendedora (CE): têm por necessidade a ino-vação, possuem habilidades de criação e visam lucros para que os projetos possam atingir status (sejam empreendidos e apropria-dos às constantes mudanças propostas no mercado).

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41 ◆ Desafio puro (DP): enquanto uns buscam a facilidade, estes

buscam a dificuldade, a sensação de diagnosticar problemas irre-solúveis, chegar a uma solução e se sentir vencedor, é a realização. ◆ Estilo de vida (EV): classificada como equilibrista, estilo de vida vem com a função de dar flexibilidade aos âmbitos: empre-sarial, carreira, vida pessoal e familiar. Os profissionais que se enquadram neste padrão têm a vida profissional atrelada à vida pessoal, ou seja, buscam conciliar a atenção a todos os quesitos, não deixando a desejar em nenhum componente do ciclo.

◆ Serviço ou dedicação a uma causa (SD): são pessoas que visam o bem comum como prioridade, fazem ou defendem algo por saber que estão fazendo o bem, prezam por valores, princípios. Exemplo: ajuda a uma causa da nação. Este tipo de habilidade não necessariamente precisa ser voluntariamente ou por pretensões a cargos, mas sim para saber que o seu trabalho está correlacionado ao bem da sociedade. Profissionais com esta qualidade têm grande chance de crescimento profissional, segundo Schein.

Fatores que influenciam na carreira

Segundo Fátima et al. (2009), a carreira é a forma na qual os indivídu-os planejam seus passindivídu-os profissionais. Historicamente, esses passindivídu-os eram determinados pelas organizações. Hoje, tudo é moldado com base nos so-nhos, desejos e necessidades do profissional. Todavia, todo e qualquer ser sofre com as influências que vão muito além das organizações, são fatores macroscópicos: o sistema cultural (valores dominantes); a estrutura social; a estrutura econômica e o sistema político.

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42

Casanova (2013) argumenta que, ao tratar das interações da so-ciedade na carreira dos profissionais, traz inviabilidades, pois são questões nas quais não se possuem certos controles. Cabe então aos indivíduos buscarem constantemente pelo desenvolvimento, qualifi-cando-se em busca do seu autoconhecimento e autoavaliação. Já o pa-pel das organizações e dos gestores é oferecer estímulos para que as necessidades possam se complementar, tanto na realização dos quesi-tos pessoais do profissional, quanto na contribuição que esses conhe-cimentos podem agregar à organização.

Martins (2001, p. 70-72), também cita alguns fatores externos que podem influenciar na decisão proposta de carreiras dos profissionais, tais como:

◆ A família, que influencia a escolha inicial, direta ou indiretamente, e as escolhas de redefinição de carreira; a influência pode ser tanto moti-vadora quanto impeditiva.

◆ A sociedade, que influencia as escolhas tanto pelas características da comunidade onde se vive — como clima e expectativa de crescimento de uma atividade, por exemplo —, quanto por interferências diretas do grupo ou classe social, que definem o que é prestígio e o que é uma ocupação "sem futuro".

◆ A cultura, que tem caráter "invisível" afeta decisões através dos vá-rios "juízos de valor" emitidos e pelo significado atribuído às opções de carreira disponíveis.

Schein (1996) conclui que, independente das circunstâncias ou bar-reiras apontadas para influenciar carbar-reiras, a resposta é o profissional

(43)

43 estar em constante desenvolvimento de performance, ou seja, não deve se

estagnar. Buscar se especializar, se estimular ao longo processo de apren-dizagem e, consequentemente, trará benefícios e excelentes ofertas, po-dendo se manter frente à competitividade. As organizações, então, pode-rão aproveitar desse conhecimento para estar em constante crescimento competitivo de mercado.

Gerações X, Y e Z

A geração X é composta por profissionais com média de nascimento entre os anos de 1965 a 1977. Estes refletem a geração anterior, conhecida como Baby Boomers, que enfrentou a Segunda Guerra Mundial. Entre-tanto, eles se autorrevolucionam devido a causa do desemprego que os ancestrais sofreram, reavaliaram as políticas que foram criadas e abriga-ram novos valores (buscando conhecimentos voltados às áreas econômica e administrativa), se desenvolveram na era da informação, priorizaram a hierarquia informal, méritos, salários, benefícios e independência. Em meio a tanta instabilidade, o objetivo era atingir equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, uma das características mais marcantes da era, de acordo com Hamilton e Flink (2012, p. 4).

Neto e Franco (2010, p. 14) argumentam que os que compõem a geração Y são nascidos por volta dos anos 1978 a 1989, frutos da tecnologia e do desenvolvimento da mesma. São profissionais que vi-venciam a globalização devido à facilidade que a tecnologia propor-cionou. Prezam pelo bem-estar profissional e buscam oportunidades que lhes valorize, desejando sucesso na carreira. Ademais, Hamilton e Flink (2012, p. 4-5) complementam que é a geração do milênio e possui como características: estado proativo, visão holística, ambição,

(44)

44

facilidade para trabalhar em equipe, são autodidatas e possuem alta facilidade com o âmbito virtual.

Em contrapartida, a geração Z, composta por profissionais nascidos em meados dos anos 90, possui características totalmente opostas às gera-ções anteriores. Traz a letra “Z” como nome por derivar de um termo em inglês ‘‘zapear’’, que tem como conceito a rapidez e forma de adaptação constante, segundo Hamilton e Flink (2012, p. 6-7). Com características marcantes, eles são denominados como multitarefas, possuem habilidades de fazer inúmeras atividades ao mesmo tempo, são imediatistas, pensam e logo agem, são munidos de equipamentos eletrônicos e estão saturados com tanta informação apresentada. No mercado de trabalho eles buscam organizações que valorizam suas qualidades, tais como conectividade, ex-pansão, liberdade de expressão e competência para caminhar junto à globa-lização, explica Maurer (2013, p. 34-38).

Análise de Dados

Com um montante de 267 participantes, através da primeira etapa da pesquisa, chegou-se ao resultado percentual de indivíduos por gênero se-xual, composto por 34% elementos masculinos e 66% femininos. Segundo Mello e Mauro (2015, p.24-25), o crescimento da figura feminina no ramo administrativo tem obtido disseminação desde o ano de 1995, com porcen-tagem inicial de 21%, atingindo em 2015, 34%. Já a figura masculina está em decréscimo, iniciando com 79% e concluíndo com 66% na última pesquisa. A amostra desenvolvida com base nas gerações dos indivíduos participantes foi composta pelas gerações X, Y e Z e a cada grupo obteve-se o seguinte: X com 13, Y com 95 e, dentre elas, a mais predominate, geração Z com 159 elementos. Segundo Filho e Lemos (2008, p. 16), esta geração

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45 vem com um marco digital e possui a capacidade de se adaptar, rompendo

inúmeros paradigmas. Todavia, a mídia por sua vez, soube aproveitar com subjetividade as fortes conexões, contribuindo em massa no poder de escolhas, apresentando consecutivos reflexos econômicos.

Um parâmetro determinado nesta pesquisa foi a âncora de maior e menor presença entre os membros participantes, como apresentado no gráfico 2. A âncora de maior presença é estilo de vida, composta por 69 pessoas que, por sua vez, é predominante desde a década de 90, conceituando a valorizarização e a circunfusão no trabalho, na família ou até mesmo no ato individual (CHRISTINA et al. 2007, p.6). Em contrapartida, a menor âncora foi apresentada por meio de 89 pessoas, em Competência Gerencial, de modo que se integram por pendores analíticos, interpessoal e intergrupal conforme Cardoso e Amorin (2010, p.242).

Gráfico 2: Âncora de carreira com maior e menor presença

DP EV SD TF CE CG AI SE Maior 20 69 38 22 37 14 31 36 Menor 28 10 2 18 46 89 21 23 20 69 38 22 37 14 31 36 28 10 2 18 46 89 21 23 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 DP EV SD TF CE CG AI SE Maior Menor

No gráfico 3, a âncora e o gênero sexual com maior presen-ça de referência ao estilo de vida é de 52 membros femininos. Com

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procedência da idade média, as mulheres foram rotuladas de incapa-zes de atuar no ambiente corporativo, sofrendo com a falta de valor no mercado de trabalho. Portanto, com um projeto de reverter esta situação, na década de 90 ocorreu o pico com percentual de mulheres criando sua identidade escolar e profissional, o que reflete aos dias atuais. Por tal situação justifica-se a ligação entre mulheres, ensino superior e a busca pela especialização em uma certa profissão, dei-xando seu antepassado, à procura de traçar seus caminhos, em busca de trabalhos gratificantes e possibilidades de elevar seu estilo de vida segundo Betiol e Tonelli (1991, p.18) e Souza e Santos (2014, p.3).

Gráfico 3: Âncoras com maior presença em relação ao gênero sexual

DP EV SD TF CE CG AI SE Masculino 8 17 7 10 15 6 16 12 Feminino 12 52 31 12 21 8 15 24 8 17 7 10 15 6 16 12 12 52 31 12 21 8 15 24 0 10 20 30 40 50 60 70 80 DP EV SD TF CE CG AI SE Masculino Feminino

As gerações X, Y e Z não só mudam de características com o pas-sar dos anos, como também alteram a forma de como os indivíduos encaram as circunstâncias de trabalho, ou seja, seus perfis segundo Silva et al. (2012, p.5). O gráfico 4 demonstra a geração "X" em prol dos seus perfis e gêneros, respectivamente: a maior âncora no gênero

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47 feminino é Estilo de Vida (EV), e a menor, Criatividade e

Empreende-dora (CE). Já no gênero masculino, o maior perfil apresentado é Auto-nomia e Independência (AI), e o menor, Estilo de Vida (EV).

Gráfico 4: Âncoras de carreiras e a geração X

SE AI CG CE TF SD EV DP Masculino 0 2 0 0 0 0 1 0 Feminino 2 0 0 1 0 2 5 0 0 2 0 0 0 0 1 0 2 0 0 1 0 2 5 0 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 SE AI CG CE TF SD EV DP Masculino Feminino

Neste e no próximo tópico abordaremos o mesmo assunto descrito anteriormente, no entanto, com cada geração subsequente. Primeira-mente, com a geração Y, através do gráfico 5, com os perfis e gêneros a seguir: a maior âncora no gênero feminino continua sendo Estilo de Vida (EV), a menor Comportamento Gerencial (CG). Do lado masculi-no, a maior âncora, Criatividade Empreendedora (CE), e a menor, Ser-viço ou Dedicação a uma causa (SD). Neto e Franco (2010, p.14) citam que esta é uma geração marcada pela revolução tecnológica, que busca o sucesso profissional e a capacidade de se encaixar em uma organização, a qual atribui os benefícios desejados.

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Gráfico 5: Âncoras de carreiras e a geração Y

SE AI CG CE TF SD EV DP Masculino 6 2 2 8 5 1 7 9 Feminino 8 5 2 7 4 9 21 5 6 2 2 8 5 1 7 9 8 5 2 7 4 9 21 5 0 5 10 15 20 25 SE AI CG CE TF SD EV DP Masculino Feminino

No gráfico 6, identificamos as âncoras de carreiras e a geração "Z", que o gênero feminino permanece com os mesmos resultados da geração anterior "Y", tendo a maior âncora em Estilo de Vida (EV) e a menor Competência Gerencial (CG). No gênero masculino, a maior âncora foi Autonomia e Independência (AI) e a menor, Competência Gerencial (CG). Segundo Maurer (2013, p.34-38), esta geração traz para si habilidades de imediatistas, pensam e logo agem, tais como conectividade, expansão, liberdade de expressão, subsequente da pesquisa.

Gráfico 6: Âncoras de carreiras e a geração Z

SE AI CG CE TF SD EV DP Masculino 6 12 4 7 5 6 9 5 Feminino 14 10 6 13 8 20 26 7 6 12 4 7 5 6 9 5 14 10 6 13 8 20 26 7 0 5 10 15 20 25 30 SE AI CG CE TF SD EV DP Masculino Feminino

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Considerações Finais

Em tempos em que as organizações deixam de atuar no fator decisório profissional e os recursos entram num processo transitório em busca de suas verdadeiras âncoras, com intuíto de se beneficiar, o presente estudo, tem como essência a cognição de âncoras de carreiras, gêneros e gerações dos alunos ingressos e egressos de Administração.

A correlação das âncoras de carreiras e as gerações nesta pesquisa, via-bilizaram um diferencial. O perfil mais predominante frente às gerações X, Y e Z é o Estilo de Vida, que possui como característica o poder do equilíbrio entre escolhas pessoais, familiares e profissionais, quebrando o paradigma de que os administradores têm por necessidades habilidades de competência gerencial, o que pressupõe novos comportamentos profissio-nais diante o mercado futurístico.

Distante de concluir algo, este assunto traz inúmeras formas de seguir com pesquisas relevantes, contribuindo para o desenvolvimento dos profissio-nais ajuntamente às organizações. Em pesquisas subsequentes pode-se abordar as diferenças entre os níveis de perfis dos alunos ingressantes e egressos estuda-dos e como os fatores sociais podem contribuir para com estes resultaestuda-dos.

Referências

CARDOSO, P. A; AMORIN, M. C. Liderança e Âncoras de Carreira: Uma experiência de identificação dos perfis dos líderes. Revista Pensamento &

Realidade. São Paulo: PUC-SP, v.25, n. 1, 2010.

AUGUSTO, A. A. S; MARQUES, C. S; MORÉ, R. P. O. A Gestão da quali-dade de Ensino Superior e as expectativas da geração digital. Repositório

Referências

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