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Relações entre aptidão fisica, sexo, idade, nivel de atividade fisica e supervisão dos exercicios em individuos fisicamente ativos de 50 a 79 anos de idade

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(1)

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Campinas

2008

ROSANE BELTRÃO DA CUNHA CARVALHO

RELAÇÕES ENTRE APTIDÃO

FÍSICA, SEXO, IDADE, NÍVEL DE

ATIVIDADE FÍSICA E

SUPERVISÃO DOS EXERCÍCIOS

EM INDIVÍDUOS FISICAMENTE

ATIVOS DE 50 A 79 ANOS DE

IDADE

(2)

Tese de Doutorado apresentada à Pós-Graduação da Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas para obtenção do título de Doutor em Educação Física.

Campinas

2008

ROSANE BELTRÃO DA CUNHA CARVALHO

RELAÇÕES ENTRE APTIDÃO

FÍSICA, SEXO, IDADE, NÍVEL DE

ATIVIDADE FÍSICA E

SUPERVISÃO DOS EXERCÍCIOS

EM INDIVÍDUOS FISICAMENTE

ATIVOS DE 50 A 79 ANOS DE

IDADE

(3)

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA

BIBLIOTECA FEF - UNICAMP

Carvalho, Rosane Beltrão da Cunha.

C253a Relações entre aptidão física, sexo, idade, nível de atividade física e supervisão dos exercícios em indivíduos fisicamente ativos de 50 a 79 anos de idade / Rosane Beltrão da Cunha Carvalho. - Campinas, SP: [s.n], 2008.

Orientadores: Vera Aparecida Madruga.

Tese (doutorado) – Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas.

1. Envelhecimento. 2. Aptidão física. 3. Saúde. 4. Atividade física. 5. Qualidade de vida. I. Madruga, Vera Aparecida. II. Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação Física. III. Título.

Título em Inglês: Health-related physical fitness analysis in individuals of 50-79 years of age who practice physical activity.

Palavras-chave em inglês (Keywords): Aging; Physical fitness; Health; Physical activity; Quality of life. Área de Concentração: Atividade Física, Adaptação e Saúde.

Titulação: Doutorado em Educação Física.

Banca Examinadora: Hildete Prisco Pinheiro. Maria da Consolação Gomes Cunha Fernandes Tavares. Paulo de Tarso Veras Farinatti. Sebastião Gobbi.

(4)

Este exemplar corresponde à redação final da Tese de Doutorado defendida por Rosane Beltrão da Cunha Carvalho e aprovada pela Comissão julgadora em: 21/08/08.

Campinas 2008

ROSANE BELTRÃO DA CUNHA CARVALHO

RELAÇÕES ENTRE APTIDÃO FÍSICA,

SEXO, IDADE, NÍVEL DE ATIVIDADE

FÍSICA E SUPERVISÃO DOS EXERCÍCIOS

EM INDIVÍDUOS FISICAMENTE ATIVOS

DE 50 A 79 ANOS DE IDADE

Vera Aparecida Madruga

(5)

COMISSÃO JULGADORA

Profa. Dra. Vera Aparecida Madruga Orientadora

Prof. Dr. Sebastião Gobbi

Prof. Dr. Paulo de Tarso Veras Farinatti

Profa. Dra. Hildete Prisco Pinheiro

(6)

Dedicatória

Dedico este trabalho a DEUS, meu criador e sustentador, que, através de seu inexplicável amor, tem me dado novas e grandes oportunidades e me

(7)

Agradecimentos

Agradeço a

Eduardo,

grande companheiro. Obrigada pelo seu amor e pelo incentivo que você me proporciona em minhas realizações pessoais e profissionais, mesmo quando eu não acredito mais. O seu apoio não se restringe a palavras de incentivo, mas se pauta em ações, como, por várias vezes, viajar sozinho com as crianças para que eu pudesse me concentrar nos estudos. Sem o seu apoio seria muito difícil chegar até aqui.

Amanda, Natan e Caio,

minhas jóias, meus adornos. Sinto-me completa com a presença de vocês em minha vida. Estive ausente em alguns momentos e vocês parecem sempre entender isso muito bem, com a

sabedoria própria das crianças. Obrigada por saberem dividir a atenção e o tempo da mamãe quando é preciso. Tenham certeza que vocês são o maior estímulo para as minhas conquistas. Tenho muito orgulho de vocês!!!!

O projeto da pós-graduação não foi pessoal, mas familiar e todos tiveram que entrar nesse circuito. Vocês quatro formam minha família e são o maior presente que recebi de DEUS. Vocês completam minha realização como pessoa, esposa, mãe e profissional. Pessoas tão especiais merecem um agradecimento especial.

(8)

Profa. Dra. Vera Aparecida Madruga

Muito obrigada por ter tido confiança em mim e ter-me dado a oportunidade de estudar e pesquisar em sua companhia. Além da relação orientadora/orientada, conseguimos cultivar também uma relação de amizade, respeito e admiração. Mesmo fora da rotina acadêmica, sempre pude contar com a sua ajuda e isso fez toda a diferença.

(9)

 Aos meus pais Orly e Namir e meus irmãos Julio e Marcelo;

 A todos os membros de minha família que, de uma forma ou outra, me incentivaram a

prosseguir, em especial às avós Cosete e Namir, que por tantas vezes tiveram que vir do Rio de Janeiro para ficar com os netinhos para que eu pudesse concluir a coleta de dados, escrever, participar de congressos e tantas outras atividades da vida acadêmica;

 Ao Dr. José Antônio Caldas Teixeira, grande profissional, amigo, companheiro de

trabalho e incentivador. Obrigada pelos seus ensinamentos por todos esses anos e pela idéia inicial deste trabalho. A convivência com você me fez crescer muito no campo pessoal e profissional;

 Aos meus idosos queridos, parentes, alunos ou amigos, que me possibilitaram a

oportunidade de desfrutar de suas companhias e aprender como é rico e bonito o mundo das pessoas com maior tempo de experiência de vida. Em especial, minha avó Áurea, sábia, saudável, bonita e já não tão lúcida em seus 94 anos bem vividos, um ícone em nossa família;

 Aos membros da minha equipe de trabalho, que tanto se dedicaram à realização desta

pesquisa: Ana Paula Martins Vicentin, Breno Fiori Bertazzoli, Claudinei Ferreira dos Santos, Ewerton Rodrigo Gassi, Flávia Sattolo Rolim (Duda), Francisco Paulino de Abreu Neto (Chico), Ivana Cinchya de Moraes da Silva, José Cláudio dos Santos (Dega), Josué Yoshiya Suwa, Juliana Paula Leite, Juliana Martuscelli da Silva Prado, Kelly Regina Azevedo, Laura Gianolla Pimenta, Leonardo José Mataruna dos Santos, Rafael Zoppi Campane, Rui Ferreira Afonso, Suzete dos Anjos Calvete (Suzi). Sem vocês eu não alcançaria o grande número de voluntários que alcançamos. Vocês foram demais!!!

 Aos voluntários que participaram de nossa pesquisa, pelo tempo que dispensaram

conosco. Sem a participação de vocês seria, literalmente, impossível a realização deste trabalho;

(10)

 à Universidade Estadual de Campinas;

 à Faculdade de Educação Física que nos possibilitou a realização desta pesquisa;

 Aos professores formais e informais que tive ao longo da minha vida, que me ensinaram a

ser gente;

 Em especial aos meus professores do Instituto de Educação Física e Desportos da UERJ,

que tanto influenciaram a minha formação, aos quais tenho carinho e respeito;

 Aos professores da pós-graduação que deram sua contribuição para que cumpríssemos

mais essa etapa em nossa vida. Prefiro não citar nomes para não correr o risco de omitir alguém;

 À professora Hildete Prisco Pinheiro, do Instituto de Matemática e Estatísitica da

UNICAMP, por sua colaboração no planejamento estatístico da pesquisa, bem como seus alunos Raquel Lebre Poloni e Rafael Pimentel Maia, que me auxiliaram na execução da análise estatística;

 Aos colegas Claudinei Ferreira dos Santos e Cleiton Augusto Libardi pelo tempo

despendido na leitura do material para a revisão final;

 Aos companheiros estudantes da pós-graduação que foram tão solidários comigo em meus

momentos de altos e baixos. Nossa convivência foi muito rica e divertida para mim;

 Aos membros da Banca examinadora por aceitarem ao convite e pela colaboração na

conclusão deste trabalho;



A todos que de alguma forma contribuíram com meu crescimento, o meu muito

(11)

“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria...” Provérbios 9.10b (Bíblia Sagrada).

(12)

CARVALHO, Rosane Beltrão da Cunha. Relações entre aptidão física, sexo, idade, nível de atividade física e supervisão dos exercícios em indivíduos fisicamente ativos de 50 a 79 anos de idade. 2008. 144f. Tese.

(Doutorado em Educação Física)-Faculdade de Educação Física. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2008.

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar os componentes da aptidão física relacionada à saúde (resistência cardiorrespiratória, força/resistência muscular, flexibilidade e indicadores antropométricos associados à composição corporal) e analisar as associações com sexo, idade, local de prática e nível de atividade física (AF). A amostra foi composta por 989 pessoas de ambos os sexos, com idade entre 50 e 79 anos, sendo 743 mulheres e 246 homens, habituados à prática de AF no tempo livre. Testes e medidas utilizados: indicadores antropométricos – IMC e cincunferência de cintura; Teste de caminhada em 6 minutos; testes de resistência muscular localizada (RML) em membros inferiores (MMII) e superiores (MMSS); Teste de sentar e alcançar no Banco de Wells. As características (variáveis independentes) de interesse neste estudo foram categorizadas como: sexo (feminino e masculino); idade (50-59, 60-69 e 70-79 anos); local de prática de AF (com supervisão - LCS e sem supervisão profissional - LSS) e nível de AF (suficientemente ativo e insuficientemente ativo). A pesquisa é de corte transversal e na análise estatística o nível de significância assumido foi de 5%. Na amostra há predomínio do sexo feminino (75,1%). Nos LCS, o maior número de representantes eram mulheres e nos LSS os percentuais entre homens e mulheres eram equivalentes. Os suficientemente ativos foram maioria na amostra (53,0%). A maior parte dos homens, em qualquer faixa etária, teve maiores percentuais na classificação de suficientemente ativos. Nos LCS há predomínio dos indivíduos insuficientemente ativos. A característica sexo foi significante na medida de circunferência da cintura (as mulheres com menores médias), na flexibilidade e na RML para MMSS, com as mulheres apresentando melhores resultados, comparadas aos homens. A característica local de prática foi significante para o Teste de caminhada em 6 min, onde os que praticavam AF em LSS tiveram melhor desempenho. Também na flexibilidade e RML em MMSS, o local foi significante, com os que praticavam em LCS mostrando melhores resultados. O nível de AF e a idade foram significativos em todos os testes de desempenho motor, onde os suficientemente ativos tiveram melhores resultados e, em relação à idade, os resultados tiveram declínio à medida que as faixas etárias avançavam. A interação entre idade e local foi significativa para a flexibilidade, RML em MMSS e MMII, mostrando declínio mais acentuado, considerando as faixas etárias, para os que praticavam AF em LSS. Com esses resultados, pode-se concluir que, para a amostra estudada, o nível de AF foi determinante nos resultados dos testes de desempenho motor, com os melhores resultados obtidos pelos suficientemente ativos. Também é possível inferir que, em idades mais avançadas, talvez pelo declínio da capacidade física, ou pelo menor volume de AF a que se submetem, ou os dois fatores combinados, a AF praticada com acompanhamento profissional é mais eficiente para manter bons níveis de aptidão física, comparada à prática de AF sem a supervisão de um profissional.

(13)

CARVALHO, Rosane Beltrão da Cunha. Relations between fitness, gender, age, physical activity level and exercise supervision in individuals of 50-79 years of age who practice physical activity. 2008. 144f. Tese.

(Doutorado em Educação Física)-Faculdade de Educação Física. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2008.

ABSTRACT

The purpose of this study was to evaluate the health-related physical fitness components (cardiorespiratory endurance, muscular strength/resistance, flexibility and anthropometric measurements associated to body composition) and to analyze gender, age, place of physical activity (PA) practice and PA level. This study is based on a sample of 989 individuals (743 women and 246 men), of both genders, aged 50-79, and accustomed to practicing PA during their leisure time. The physical performance tests and measurements used were: 6-min walk; arm curl in 30-s, 30-s chair stand, the sit-and-reach, BMI and waist circumference. The independent variables of interest were gender (male and female), age (50-59, 60-69, 70-79 years of age), place of PA practice (with professional supervision and without professional supervision), PA level (sufficiently and insufficiently active). This was a cross-sectional study and the level of statistical significance was set at 5%, for statistical analyses. Results showed a female predominance in the sample (75.1%). In locations with professional supervision, male and females were balanced. Sufficiently active individuals predominated (53.0%). Of those classified as sufficiently active, men predominated in all age ranges. In locations without professional supervision, there was a predominance of insufficiently active individuals. The gender was significant for waist circumference (the females presented a lower mean value), for flexibility and muscular arm resistance, where the females showed better results compared to males. The place of PA practice was significant for the 6-min walk test (those that practiced in locations without professional supervision showed a better performance) and for flexibility and arm muscular resistance (those that practiced PA in locations with professional supervision had better results). The PA level and age were significant for all physical performance tests. Results showed that the sufficiently active had better scores. With regard to age, the physical components decreased with advancing age. The interaction among age and place of PA practice was significant for flexibility, and arm and leg muscular resistance, with a larger decrease, considering age, in those that practiced PA in locations without professional supervision. Considering the results presented, it may be concluded that, for the sample of this study, the PA level was very important for the results of physical performance tests, with better levels shown by the sufficiently active. Data indicate that individuals of advanced age presented better levels of physical fitness maintenance when they practiced physical activity with professional accompaniment, especially in the most advanced age ranges, perhaps due to the decrease in physical activity practice, or possibly due to the decrease in physical fitness, or both.

(14)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Parte da equipe de avaliadores, devidamente uniformizados e treinados para a

realização da entrevista e testes propostos na pesquisa. 34

Figura 2 - Medida da massa e da estatura corporal em um dos voluntários participantes

da pesquisa. 41

Figura 3 - Parte da rotina de aquecimento e alongamento dos grupos musculares

envolvidos nos testes físicos. 41

Figura 4 - Percurso utilizado no teste de caminhada em 6 min, tendo as medidas

padronizadas em metros (m) 43

Figura 5 - Aplicação do teste de caminhada em 6 min em um grupo de voluntárias. 44

Figura 6 - Teste de sentar e alcançar em um dos voluntários num parque da cidade. 47

Figura 7 - Distribuição da amostra segundo o local de prática de AF e o sexo. 54

Figura 8 - Distribuição dos homens segundo o local de prática de AF, por faixa etária. 55

Figura 9 - Distribuição das mulheres segundo o local de prática de AF, por faixa etária. 56

Figura 10 - Distribuição dos homens por faixa etária, segundo o nível de AF. 57

Figura 11 - Distribuição das mulheres por faixa etária, segundo o nível de AF. 58

Figura 12 - Distribuição dos homens segundo o nível de AF, faixa etária e local de

prática de AF. 59

Figura 13 - Distribuição das mulheres segundo o nível de AF, faixa etária e local de

prática de AF. 60

Figura 14 - Gráfico de caixas com distribuição da amostra no teste de caminhada em 6

min. 67

Figura 15 - Distribuição da amostra no teste de caminhada em 6 min, considerando a

interação sexo e nível de AF. 68

Figura 16 - Distribuição da amostra considerando a interação entre idade e local, para a

variável RMLMS. 71

Figura 17 - Gráfico de caixas com distribuição da amostra para a variável RMLMI. 73

Figura 18 - Distribuição da amostra considerando a interação entre idade e local, para a

variável RMLMI. 75

Figura 19 - Distribuição da amostra considerando a interação entre idade e local para a

(15)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Resultados dos testes de associação entre os fatores analisados 52

Tabela 2 - Distribuição da amostra segundo a faixa etária e o sexo 52

Tabela 3 - Distribuição da amostra segundo a faixa etária e o local de prática de atividade

física 53

Tabela 4 - Distribuição da amostra segundo a faixa etária e o nível de AF 57

Tabela 5 - Resultados da medida da circunferência da cintura para todas as variáveis

independentes de interesse 61

Tabela 6 - Distribuição da amostra segundo o sexo e a classificação de IMC 62

Tabela 7 - Resultados da medida da circunferência da cintura para todas as variáveis

independentes de interesse 63

Tabela 8 - Resultados da medida da circunferência da cintura para todas as variáveis

independentes de interesse 63

Tabela 9 - Distribuição da amostra segundo classificação de risco proposta para a medida

de circunferência da cintura em homens e mulheres 64

Tabela 10 - Modelo de regressão logística para avaliação do risco à saúde em homens e

mulheres, tomando por base a medida de circunferência de cintura 65

Tabela 11 - Resultados do teste de caminhada em 6 min para todas as variáveis

independentes de interesse 65

Tabela 12 - Modelo refinado da ANOVA para a variável resistência cardiorrespiratória 66

Tabela 13 - Resultados da RMLMS para todas as variáveis independentes de interesse 69

Tabela 14 - ANOVA para a variável RMLMS (modelo refinado) 69

Tabela 15 - Resultados da RMLMI para todas as variáveis independentes de interesse 72

Tabela 16 - ANOVA para a variável RMLMI (modelo refinado) 73

Tabela 17 - Valores médios de RMLMI, considerando sexo e idade 75

Tabela 18 - Resultados da flexibilidade para todas as variáveis independentes de interesse 76

Tabela 19 - ANOVA para a variável flexibilidade (modelo refinado) 76 Tabela 20 - Valores médios de flexibilidade, considerando sexo e faixa etária 78

(16)

Tabela 21 - Valores médios de flexibilidade, considerando sexo, faixa etária e local 78 Tabela 22 - Valores médios de flexibilidade, considerando sexo, faixa etária e nível de AF 78

(17)

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AAHPERD American Alliance for Health, Physical Education, Recreation

and Dance

ACSM American College of Sports Medicine

AF Atividade Física

ANOVA Análise de Variância

CELAFISCS Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São

Caetano do Sul

CDC Center for Disease Control

cm centímetro

CONEP Comissão Nacional de Ética em Pesquisa

CUCA Corredores Unidos de Campinas

CVI Centro de Vivência de Idosos

dp desvio-padrão

FC Freqüência Cardíaca

FEF Faculdade de Educação Física

g grama

IMC Índice de Massa Corporal

IPAQ International Physical Activity Questionnaire

kg kilograma

m metro

min minuto

MMII Membros Inferiores

MMSS Membros Superiores

número

OMS Organização Mundial de Saúde

PA Pressão Arterial

RML Resistência muscular localizada

RMLMS Resistência muscular localizada em membros superiores

RMLMI Resistência muscular localizada em membros inferiores

s segundo

SESC Serviço Social do Comércio

(18)

UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

VO2 máx. Consumo máximo de oxigênio

(19)

SUMÁRIO

1 Introdução 21

1.1 Envelhecimento: aspectos demográficos e de qualidade de vida 21

1.2 Benefícios da atividade física e o processo de envelhecimento 22

1.3 Aptidão física relacionada à saúde e seus componentes 28

2 Objetivos 31

3 Métodos 33

3.1 Planejamento geral 33

3.2 Questionário e testes aplicados 38

3.2.1 Indicadores antropométricos 40

3.2.1.1 Massa corporal e estatura 40

3.2.1.2 Circunferência da cintura 42

3.2.2 Resistência cardiorrespiratória 42

3.2.3 Força/Resistência muscular de MMSS e MMII 44

3.2.4 Flexibilidade 46

3.3 Nível de atividade física 47

3.4 Análise dos dados 49

4 Resultados 51

4.1 Análise descritiva 51

4.2 Variáveis de aptidão física relacionada à saúde 61

4.2.1 Indicadores antropométricos 61

4.2.1.1 Índice de massa corporal - IMC 61

4.2.1.2 Circunferência de cintura 62 4.2.2 Resistência cardiorrespiratória 65 4.2.3 Força/Resistência muscular 68 4.2.3.1 RMLMS 68 4.2.3.2 RMLMI 71 4.2.4 Flexibilidade 75 5 Discussão 79

5.1 Seleção e características da amostra 79

(20)

5.3 Local de prática 82

5.4 AF e gênero, um olhar especial 82

5.5 Faixa etária, local de prática e nível de AF 85

5.6 Análise da aptidão física relacionada à saúde 87

5.6.1 Indicadores antropométricos 87 5.6.1.1 IMC 87 5.6.1.2 Circunferência da cintura 89 5.6.2 Resistência cardiorrespiratória 92 5.6.3 Força/resistência muscular 95 5.6.3.1 RMLMS 96 5.6.3.2 RMLMI 98 5.6.4 Flexibilidade 100

5.7 Desempenho das capacidades motoras e idade 103

5.8 Nível de AF e resultados nas variáveis de aptidão física relacionada à saúde 105

6 Conclusão 107

7 Referências 109

Anexo 131

(21)

1 Introdução

1.1 Envelhecimento: aspectos demográficos e de qualidade de vida

O fenômeno do envelhecimento populacional tem ocorrência mundial e os idosos representam a parcela da população que mais cresce (KALACHE, 1996). O Brasil não constitui uma exceção à regra e, segundo Veras (1994), a expectativa de vida dobrou em nosso país ao longo do século passado. Após 1960, o segmento populacional representado pelas pessoas com idade igual ou superior a 60 anos é o que mais cresce em nosso país (SILVESTRE et al., 1996).

Estimativas têm sido levantadas, sinalizando que no ano de 2020 a população mundial com idade superior a 65 anos estará aumentada em 82% em relação à atual

(MATSUDO, 2001). É esperado também que em 2025 as pessoas com mais de 60 anos

representem um terço da população total em países desenvolvidos (WORLD HEALTH ORGANIZATION [WHO], 2002). Projeções das Nações Unidas estimam que 32,5% terão 65 anos ou mais em 2050 (DEMIRKAN, 2007). Na medida em que as sociedades se desenvolvem, aumenta-se a probabilidade de existir um maior número de idosos na população, pois a longevidade é uma conquista do desenvolvimento (SALGADO, 1982).

Em nosso país os idosos representam 9,1% da população brasileira (IBGE, 2002; MINISTÈRIO DA SAÙDE, 2004). Estima-se que a proporção de idosos chegue a 16% em 2030 (IBGE, 2002). A mudança do perfil demográfico no Brasil e no mundo exige uma demanda de estudo e planejamento, pois o aumento da expectativa de vida da população impõe desafios de nível social, político e econômico, tornando-se foco de atenção, para que sejam minimizados problemas futuros (BERQUÓ, 1996; KALACHE, 1996).

Uma das razões para o envelhecimento da população são as menores taxas de mortalidade/natalidade nas últimas décadas, resultando em mais idosos e menos crianças, sendo expressivo o número de pessoas em faixas etárias medianas, levando a projeção de um grande número de idosos no futuro (BERQUÓ, 1996; KALACHE, 1996). Essas alterações foram

(22)

ocorrendo paulatinamente. As menores taxas de natalidade foram acontecendo à medida que as mulheres foram alcançando níveis educacionais mais altos (KALACHE, 1996). Além disso, as menores taxas de mortalidade seriam uma conseqüência do maior controle sobre doenças infecto-contagiosas, que vitimavam muitos indivíduos no passado (SALGADO, 1982; MATSUDO, MATSUDO, 1992; VERAS, 1994; KALACHE, 1996), além das melhores condições de saneamento, trabalho e moradia, que foram sendo conquistadas com o progresso (KALACHE, 1996). De grande importância também nesse contexto são as mudanças de atitude em relação à saúde, principalmente o que tange ao estilo de vida (MATSUDO, 2001).

Portanto, pode-se dizer que vários fatores têm contribuído para aumentar a expectativa de vida da população: as vacinas, a descoberta da cura para várias doenças, o melhor saneamento básico, a urbanização das cidades, os cuidados de higiene pessoal e com a alimentação, e o maior acesso à informação sobre cuidados da saúde, principalmente através dos meios de comunicação de massa (KALACHE, 1996; CARVALHO, BARBOSA, 2003).

1.2 Benefícios da atividade física e o processo de envelhecimento

O envelhecimento ou senescência é freqüentemente explicado como sendo um processo que se direciona para a perda progressiva da adaptabilidade fisiológica (SHARKEY, 1987; CHACON, 1993; CHACON-MIKAHIL, 1998), levando o organismo a uma capacidade cada vez menor de manter sua homeostase, tornando-se mais vulnerável (FARINATTI, 2002; JECKEL-NETO; CUNHA, 2006). É um processo biológico inevitável e é caracterizado pela deterioração progressiva de muitas funções fisiológicas, podendo reduzir a capacidade funcional (FIGUEIREDO et al., 2006). Tem sido evidenciado que o envelhecimento de um sistema fisiológico em particular tem influência sobre o envelhecimento de outros sistemas. Sendo assim, o envelhecimento, como um todo, deve ser entendido e interpretado como um processo multifatorial (FIGUEIREDO et al., 2006; DUARTE; APELL, 2007).

Nos dias atuais, os benefícios à saúde pela prática regular de atividade física (AF) são bem difundidos e documentados. Quando se fala em hábitos de AF uma reflexão é necessária, pois o conceito para padrões de AF vem sofrendo modificações com o passar do

(23)

tempo. Uma das definições estabelecidas para caracterizar um indivíduo fisicamente ativo já teve sua formulação baseada na execução de AF intensa nos últimos três meses, três vezes por semana com duração de, no mínimo, 15 min por sessão (ACSM, 1987). Por outro lado a classificação dos indivíduos já assumiu nomes variados como sedentários, intermediários e ativos (SALLIS et al., 1992), ou ainda: inativo, ativo irregular, ativo regular não intenso e ativo regular intenso (CASPERSEN; MERRITT, 1995).

Atualmente outra conceituação defende que o indivíduo ativo caracteriza-se por fazer AF leve a moderada, preferencialmente todos os dias da semana, por pelo menos 30 min de duração, podendo ser de forma cumulativa durante todo o dia (NAHAS, 1999; ACSM, 2000; MATSUDO, 2001). Ou ainda considerando o metabolismo das atividades e suas intensidades (moderadas e vigorosas), com freqüência e duração mínimas para a obtenção dos benefícios ao condicionamento físico e à saúde (HASKELL et al., 2007).

Dentre os ganhos conseqüentes de um estilo de vida ativo, destacam-se a prevenção e controle de algumas doenças como a hipertensão, diabetes mellitus (tipo II), osteoporose e as doenças cardiovasculares, bem como diminuição na prevalência destas últimas e do risco morbimortalidade por qualquer doença (ARAÚJO, 1986; PAFFENBARGER et al., 1986; WHITE, 1987; GIBBONS; BLAIR, 1989; BARRY; EATHORNE, 1994; SHEPHARD, 1994; FLETCHER et al., 1995; MCARDLE, KATCH; KATCH, 1998; AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE [ACSM], 2000; HEATH, 2001). Logo, são muito bem documentados os benefícios oriundos da prática de atividades físicas pelas pessoas em geral e, em especial, os idosos (ACSM, 1998a; BRASSINGTON et al., 2002; HASKELL et al., 2007). Além disso, a prática de AF não esporádica ajuda no prolongamento do período do viver independente, a melhora da saúde geral, física e psicológica; a contribuição na modificação de perspectivas estereotipadas da velhice (WHO, 1996; GOBBI, 1997).

Também tem sido enfatizada a redução da gordura corporal, com aumento da massa muscular e da densidade mineral óssea após período de prática de AF. Alguns autores relatam que ocorre uma melhora do perfil lipídico sangüíneo (FOX, MATHEWS, 1983; HURLEY, HAGBERG, 1998), bem como aumento na função do sistema imunológico, principalmente por reduzir o estresse, entre outros fatores (NIEMAN; BERK; SIMPSON-WESTEMBERG, 1989; BACURAU et al, 2000; COSTA ROSA; VAISBERG, 2002). A maior

(24)

tolerância ao esforço e redução ou suspensão de alguns medicamentos também são relatadas em diversas pesquisas (MATSUDO, MATSUDO, 1992; POZZAN, 1988).

O estilo de vida ativo pode prolongar também o tempo de vida independente no idoso e colaborar com o melhor desempenho na realização das atividades de vida diária – AVDs (GOBBI, 1997; HURLEY, HAGBERG, 1998; GOBBI; VILLAR; ZAGO, 2005). Também tem sido mencionada em outras publicações; a redução da ansiedade, depressão e estresse, bem como

a melhora do sono, do auto conceito e da auto-imagem (BRAZÃO, 1998; ACSM, 1999;

OLIVEIRA FILHO et al., 1999).

A questão de uma maior longevidade, em conseqüência da prática regular de atividades físicas, é defendida por alguns autores, embora seja ainda muito questionada (MATSUDO, MATSUDO, 1992; BARRY, EATHORNE, 1994; YOUNG, DINAN, 1995; MORAGAS, 1997; NÓBREGA et al., 1999, HEATH, 2001; SHARKEY, 2006).

A melhora nos indicadores de saúde relacionados à AF são reais e reconhecidos. Parece não ser possível atualmente prevenir ou minimizar os efeitos adversos do envelhecimento sem que seja incluída a prática da AF, além das medidas gerais de saúde (MATSUDO; MATSUDO; BARROS NETO, 2000). Por outro lado, o sedentarismo é um dos fatores de risco para o desenvolvimento de algumas doenças crônico-degenerativas, sendo relacionado à morbidade e mortalidade (POLLOCK, WILMORE, 1990; HURLEY, HAGBERG, 1998; ACSM, 1999; OLIVEIRA FILHO et al., 1999; DIPIETRO, 2001), sendo um fator de risco independente importante para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (PAFFENBARGER et al., 1986; FLETCHER et al., 1995).

Segundo Moragas (1997) o estilo de vida é responsável por mais danos ao organismo do que a soma de todas as doenças infecciosas do passado. Lessa (1999) admite a importância do estilo de vida, dentre outros fatores, na manifestação de doenças crônicas não-transmissíveis. Para McArdle, Katch e Katch (1998), o sedentarismo pode levar a perdas na capacidade funcional tão significantes quanto os efeitos do próprio envelhecimento. Além disso, o sedentarismo tem alta prevalência na população mundial e brasileira (GHORAYEB, CARVALHO, LAZZOLI, 1999; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005; KONSTANTINOS, BARKOUKIS, TSORMPATZOUDIS, 2007; ZAITUNE et al., 2007) e tem sido considerado como problema de saúde pública por sua associação com obesidade e um maior risco para

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KONSTANTINOS, BARKOUKIS, TSORMPATZOUDIS, 2007). Especialmente no Brasil, cerca de 29% da população total é sedentária (MINISTÉRIO DA SAÙDE, 2008).

O envelhecimento pode ser marcado por perdas funcionais (LEITE, 1996; ACSM, 1998a, 1998b; MCARDLE, KATCH, KATCH, 1998; WILMORE, COSTILL, 1999; SPIRDUSO, 2005). Que ocorrem de forma diferente de uma pessoa para outra e até no mesmo indivíduo, onde pode ocorrer envelhecimento de alguns órgãos e/ou tecidos em diferentes velocidades (CLARK, MURRAY, 1992; NERI, 1995; BEE, 1997; ROBERGS, ROBERTS, 2002; GEIS, 2003; SPIRDUSO, 2005; FIGUEIREDO et al., 2006; DUARTE, APELL, 2007).

Acredita-se que o processo de envelhecimento possa ser geneticamente pré-programado (ROSE; GRAVES, 1989; PU, NELSON, 2001; FARINATTI, 2002). As alterações fisiológicas decorrentes da idade tornam-se evidentes a partir dos 30 anos de idade (SALTIN, ROWELL, 1980). Porém, vários fatores influenciam esse processo, como a boa nutrição, a herança genética, a ocorrência de doenças e a prática de AF, assim como outras atitudes relacionadas ao estilo de vida. Portanto, a dimensão do declínio fisiológico pode variar muito, fazendo com que os indivíduos, à medida que envelhecem, tornem-se mais heterogêneos,

dificultando ainda mais as possíveis classificações (PU, NELSON, 2001; CARVALHO,

BARBOSA, 2003).

É importante termos em mente o fato de que idade cronológica e idade funcional não são, necessariamente, equivalentes, por isso existem pessoas de mesma idade, mas com aparência física e características fisiológicas bastante diferentes. Por todas essas razões, não é possível estabelecer precisamente a idade biológica ou funcional dos indivíduos (SALTIN, ROWELL, 1980; HAYFLICK, 1996; ROBERGS, ROBERTS, 2002).

Alguns autores apontam que as alterações morfofuncionais que ocorrem durante o processo de envelhecimento podem ser o resultado da associação de três fatores: o próprio fenômeno do envelhecimento, a ocorrência de doenças, e as atitudes que compõem o estilo de vida, especialmente o sedentarismo crônico (MATSUDO, MATSUDO, 1992; MATSUDO, 2001; PU, NELSON, 2001).

Um conceito bem conhecido e difundido é o de que uma vida longa e sadia depende da carga genética herdada dos ancestrais, uma boa dose de “sorte” e, em grande parte, ao estabelecimento de um estilo de vida sadio (BARRY, EATHORNE, 1994). Alguns pesquisadores acreditam que um terço do processo de envelhecimento é dependente da hereditariedade e de

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outros fatores biológicos, enquanto dois terços são resultados de opções no estilo de vida (THOMPSON, HOEKENGA, 1998). Outros autores pontuam ainda a contribuição das condições e estilo de vida no processo de envelhecimento (SALGADO, 1982, p.30):

[...] a decadência física, inerente ao organismo na época da velhice resulta, em boa parte, não dos anos acumulados de vida de cada indivíduo e, sim, de condições inadequadas a que foi submetido o organismo em etapas anteriores da própria vida e da espécie.

A separação precisa entre o que é conseqüência do típico processo de envelhecimento do que é resultado do descondicionamento crônico ou situações patológicas é praticamente inviável (SKINNER, 1993; NÓBREGA et al., 1999; ACSM, 2000; PU, NELSON, 2001).

Apesar de ser um processo inevitável, tem sido defendido que, no envelhecimento, a velocidade e o potencial de reversibilidade podem ser alterados com medidas de intervenção. Uma delas seria a aquisição de um estilo de vida ativo (NIEMAN, 1999; ACSM, 2000; MATSUDO, 2001; SPIRDUSO, 2005). Essas intervenções são importantes, pois as modificações morfofuncionais resultantes do envelhecimento alteram de maneira especial o olhar subjetivo do indivíduo sobre sua identidade e sua relação com o mundo (LÉGER, TESSIER, MOUTY, 1994).

As faixas etárias a partir da meia idade são marcadas por profundas transformações na vida dos indivíduos, onde fatores como: aposentadoria, saída dos filhos de casa, menopausa, dentre outras, que poderão contribuir para essas mudanças (BEE, 1997; FORTI, 1993, 1999; HAREVEN, 1998). Por outro lado, a AF, por desencadear modificações positivas no estado físico e psíquico, mostra-se de grande valia para esta população, com melhoras na condição de saúde, qualidade de vida e inserção social (LEITE, 1990; MATSUDO, MATSUDO, 1992; GOBBI, 1997; BRAZÃO, 1998; HURLEY, HAGBERG, 1998; MCARDLE, KATCH, KATCH, 1998; NÓBREGA et al., 1999; OLIVEIRA FILHO, 1999).

A prática de exercícios físicos realizados por pessoas que estão envelhecendo não pode ser considerada como um acontecimento novo. Há relatos bem antigos sobre a prática de exercícios físicos por pessoas idosas nas civilizações da Antiga China, Grécia e Roma (KAMENETZ, 1977). O que se apresenta como um fato relativamente novo é o crescente número de publicações de estudos científicos envolvendo AF e envelhecimento (GOBBI, 1997). Parece que as razões para este interesse, seriam: o crescimento da população idosa no mundo, o custo

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econômico e as implicações sociais referentes a faixas etárias mais avançadas e o conhecimento do que as atividades físicas podem proporcionar aos indivíduos, em termos de ganhos em saúde e em qualidade de vida (GOBBI, 1997, THOMPSON, HOEKENGA, 1998; ACSM, 2000). Mas foi a partir dos anos de 1970 que a imagem dos esportes e exercícios físicos sofreu visíveis alterações, sendo anteriormente restritos a uma minoria, tornaram-se atividades preconizadas para todos, inclusive idosos, sendo parte integrante de programas de lazer e convivência (POLL, 2007). Além disso, como os meios de comunicação têm relatado amplamente que a AF colabora com a aquisição e manutenção de bons níveis de saúde, o homem moderno voltou a concentrar

mais atenção na prática regular de exercícios físicos, também incluindo-se adultos mais velhos

(THOMPSON, HOEKENGA, 1998).

Apesar da crescente propagação dos benefícios da AF à saúde, muitos adultos em todo o mundo levam uma vida não ativa (WHO, 2002). Na verdade, a inatividade física é mais presente nos idosos do que em qualquer outra faixa etária (ACSM, 2000) e essa é uma realidade também no Brasil (WHO, 2003; MINISTÈRIO DA SAÚDE, 2008). Mais especificamente, as pessoas acima dos 50 anos representam o grupo mais sedentário da população adulta (KING, REJESKI, BUCHNER, 1998). Justamente nesse grupo, em função das perdas morfo-funcionais que o mesmo apresenta, as alterações conseqüentes da prática de atividades físicas, como aumento da força, massa muscular e flexibilidade são bastante expressivas (NÓBREGA et al., 1999). Sendo assim, os idosos representam o grupo que potencialmente mais se beneficiaria da prática de AF (NIEMAN, 1999; NÓBREGA et al., 1999).

Uma idéia bastante propagada é a de que a melhor maneira de se preservar a capacidade física na fase adulta e na velhice é iniciar a prática de AF na infância e dar continuidade à mesma durante toda a vida (KRAUS, 1977). Mas é importante ressaltar que a AF pode trazer benefícios à saúde independente da idade em que se inicia a sua prática (SKINNER, 1993; MCARDLE, KATCH, KATCH, 1998).

A prática de AF tem sido indicada como uma opção simples, eficaz e de baixo custo para melhora da qualidade de vida da população e redução dos gastos com saúde (BORN, 1992; GOBBI, 1997; NÓBREGA et al., 1999). Também tem sido defendida como uma medida benéfica à saúde individual e uma boa estratégia para melhorar os níveis de saúde pública, visto que o sedentarismo apresenta-se como um grande vilão, sendo fator de risco para o aparecimento de várias doenças crônicas (ACSM, 2000; WEINECK, 2000; MATSUDO, 2001). Porém, ainda

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faz-se necessário esclarecer vários detalhes sobre a extensão e o mecanismo pelo qual o exercício e AF influenciam positivamente na melhora da saúde, na qualidade de vida, na capacidade funcional e nos níveis de autonomia e independência da população (ACSM, 1998a; HASKELL et al., 2007).

1.3 Aptidão física relacionada à saúde e seus componentes

A conceituação para a aptidão física segundo a literatura adquire diferentes formas de expressão. O conceito utilizado pelo (ACSM, 2000, p. 57) resume que aptidão física seria “uma série de atributos que as pessoas têm ou adquirem que se relacionam com a capacidade de realizar atividade física”.

É importante frisar que a aptidão física não é determinada exclusivamente pela AF. Outros fatores interagem significativamente no processo de aquisição de aptidão física, como os ambientais, genéticos e sociais. Ela pode variar bastante também em função da idade, raça, gênero e nível social (MAZO; LOPES; BENEDETTI, 2001). De qualquer forma, é interessante notar que a realização de atividades físicas rotineiras requer um certo nível mínimo de aptidão física (VAN HEUVELEN et al., 1998).

No século passado, por volta dos anos de 1950, um fato começou a chamar a atenção: a mortalidade por doenças infecciosas diminuía, enquanto aumentava a incidência de doenças associadas ao estilo de vida (como por exemplo, as doenças cardiovasculares e o câncer), tornando-se estas as principais causas de morte, mesmo em países menos desenvolvidos (MORRIS; CRAWFORD, 1958; WEINECK, 2000). No final da década de 1960, por sugestão de alguns autores, aconteceu a dupla categorização da aptidão física, sendo uma relacionada a habilidades motoras e outra relacionada à saúde (NAHAS; CORBIN, 1992a).

A aptidão física voltada às habilidades motoras inclui a aquisição e preservação de capacidades biomotoras e habilidades atléticas direcionadas às técnicas esportivas e à performance física. Já a relacionada à saúde, objeto deste estudo, tem como componentes: a força/resistência muscular, a flexibilidade, a resistência cardiorrespiratória e a composição corporal. Estes itens têm íntima relação com a capacidade de executar tarefas da vida diária e à

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prevenção de doenças (GIBBONS; BLAIR, 1989; HURLEY; HUGBERG, 1998; BRAZÃO, 1998; NÓBREGA et al., 1999, ACSM, 1999 e 2000).

Em outras palavras, a aptidão física relacionada à saúde estaria representada pelos componentes que têm algum aspecto que possa ser parâmetro de boa saúde e/ou com o baixo risco para desenvolvimento prematuro de doenças, especialmente as hipocinéticas – aquelas associadas à inatividade física (MCARDLE; KATCH; KATCH, 1998; ACSM, 1999 e 2000).

A baixa aptidão física e funcional em qualquer um de seus componentes ou de forma geral, provavelmente, aumenta as chances de um indivíduo ter incapacidade ou maiores dificuldades para a realização de tarefas da rotina cotidiana (ZAGO; GOBBI, 2003), tendo repercussões na saúde e auto-estima pessoal, na dinâmica familiar e no convívio social. Diante dessas constatações, torna-se importante o estudo da aptidão física relacionada à saúde e seu impacto na vida dos indivíduos no processo de envelhecimento, com o objetivo de que sejam reunidas mais informações que possam colaborar para a melhora da saúde e qualidade de vida da população.

Pensando em todas essas considerações, este estudo teve por foco a avaliação de componentes da aptidão física relacionada à saúde em indivíduos de 50 a 79 anos, praticantes de AF no tempo livre, residentes na cidade de Campinas/SP, numa amostra de número considerável. A idéia foi verificar como se comportam as variáveis de aptidão física relacionada à saúde em indivíduos ativos, sob diferentes aspectos, considerando a faixa etária, o sexo, a supervisão dos exercícios e o nível de AF nesta amostra em especial.

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2 Objetivo

Geral:

• O presente estudo teve por objetivo investigar a relação entre a aptidão física

relacionada à saúde (força/resistência muscular, flexibilidade, resistência cardiorrespiratória e indicadores antropométricos relacionados à composição corporal) e o sexo, idade, nível de atividade física e supervisão dos exercícios em adultos ativos de 50 a 79 anos, residentes na cidade de Campinas/SP.

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3 Métodos

3.1 Planejamento geral

Os critérios para inclusão na amostra foram estabelecidos da seguinte forma: os indivíduos deveriam ter no mínimo 50 anos de idade, de ambos os sexos, sendo habituados à prática de AF no tempo livre, como forma de lazer (não sendo consideradas atividades profissionais ou domésticas) há, pelo menos, dois meses corridos, em, no mínimo, dois dias na semana não consecutivos, com duração mínima da atividade de 45 minutos (min). Outro critério era ser residente na cidade de Campinas/São Paulo/Brasil. A amostra original foi composta por 1004 indivíduos. Neste estudo, os indivíduos de 80 anos ou mais foram suprimidos, em função do pequeno número de representantes dessa faixa etária (15 indivíduos), pois isso dificultaria a análise no modelo proposto. Dessa forma, a amostra final foi de 989 pessoas de ambos os sexos, com idade entre 50 e 79 anos, sendo 743 mulheres e 246 homens.

Respeitando as normas de conduta para pesquisa com seres humanos, o projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), órgão responsável nesta Universidade para emitir pareceres com base nas Resoluções 196/96 e 251/97 da CONEP (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa). O material enviado à CONEP continha a descrição detalhada dos testes a serem utilizados, bem como a metodologia de aplicação, além da caracterização dos voluntários a serem envolvidos no estudo. O projeto foi aprovado sob o parecer nº 074/2001 (ANEXO A). Os voluntários foram informados sobre os objetivos da pesquisa e os métodos a serem utilizados durante os protocolos de avaliação. Após esse procedimento, quando concordavam em participar, assinavam um termo de consentimento livre e esclarecido, onde autorizavam a utilização dos dados coletados (APÊNDICE A).

Para que os dados coletados na pesquisa tivessem rigor científico e fidedignidade uma equipe foi preparada para auxiliar na aplicação das entrevistas e na realização dos testes de aptidão física. Vários cartazes foram afixados em diferentes pontos da Faculdade de

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Educação Física (FEF) da UNICAMP, convidando os interessados em participar de um projeto de pesquisa envolvendo AF e envelhecimento (APÊNDICE B). Após manifestação dos interessados era enviado um folheto explicativo sobre a pesquisa via correio eletrônico (APÊNDICE C), também possibilitando o agendamento das entrevistas individuais onde todo o plano de trabalho era exposto. Dessa maneira, formou-se um grupo com 18 avaliadores que eram alunos da graduação, especialização, mestrado ou doutorado da FEF/UNICAMP.

Toda a equipe que auxiliou nas coletas de dados recebeu treinamento teórico-prático em duas sessões em dias diferentes. O planejamento e objetivo do estudo foram explanados, bem como informações direcionadas à aplicação da entrevista e do protocolo de avaliação utilizado no projeto, tendo como meta otimizar a coleta e preservar a qualidade dos dados obtidos.

Após o planejamento e treinamento, foram agendados os locais de coleta. Ao chegar nesses locais os membros da equipe eram então designados para uma determinada estação de teste. Para maior segurança dos voluntários que estavam sendo avaliados, toda a equipe se apresentava devidamente identificada com uniforme da FEF/UNICAMP e crachás (Figura 1).

Figura 1: Parte da equipe de avaliadores, devidamente uniformizados e treinados para a realização da entrevista e

testes propostos na pesquisa.

Para a escolha dos locais onde seriam efetuadas as coletas de dados, foi realizado um levantamento prévio dos centros comunitários que apontaram a presença de pessoas com idade igual ou superior a 50 anos, praticantes de atividades físicas de forma habitual. A

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Prefeitura da cidade de Campinas foi procurada, através da Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer, permitindo oficialmente o acesso aos Centros Comunitários para realização das entrevistas e aplicação dos testes (a carta enviada à Prefeitura Municipal de Campinas encontra-se no APÊNDICE D). Esses locais, que desenvolvem trabalhos envolvendo atividades físicas, preferencialmente na modalidade de ginástica localizada com indivíduos de meia-idade e idosos, localizam-se em vários pontos da cidade (tanto na região central quanto na periferia), sendo este trabalho orientado por profissionais de Educação Física, contratados pela prefeitura. Foram obtidas informações sobre os centros comunitários que tinham maior freqüência de adultos para a prática de AF. Outra informação recebida foi a de que os centros comunitários que funcionavam em praças ou outro local não coberto, via de regra, tinham assiduidade não muito regular. Estes foram então excluídos como pontos de coleta de dados, pois as alterações climáticas como calor ou frio intenso, chuva e vento são determinantes na freqüência regular dos indivíduos e até na possibilidade ou não da realização de AF.

Também foi obtida permissão da Secretaria Municipal, para aplicarmos o mesmo protocolo nos Parques Municipais (do centro e da periferia da cidade), onde, normalmente, as pessoas praticam atividades físicas sem orientação específica, ou seja, sem supervisão de um profissional qualificado. A prefeitura nos informou quais eram os parques onde havia local disponível para a prática de AF para adultos e que eram bem freqüentados.

Além da Prefeitura Municipal de Campinas, outras instituições colaboraram com o desenvolvimento da pesquisa, dentre elas, o SESC e o SESI de Campinas. Outros locais disponibilizaram sua estrutura e o universo de pessoas atendidas para a efetuação dos testes, mas não foi possível atender a todas, em virtude do tempo planejado para a coleta de dados. Dessa forma, 18 estabelecimentos foram visitados, sendo estes:

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Locais com supervisão de profissionais de Educação Física (11)

1. CVI – Centro de Vivências de Idosos (Taquaral);

2. CC – Centro Comunitário Barão Geraldo;

3. CC – Centro Comunitário Boa Vista;

4. CC – Centro Comunitário Nova York;

5. CC – Centro Comunitário;

6. CC – Centro Comunitário Rogê Ferreira;

7. CC – Centro Comunitário Parque Industrial;

8. FEF/UNICAMP;

9. SESI – Amoreiras;

10. SESI – Santos Dumont;

11. SESC – Campinas;

Locais sem supervisão de profissionais de Educação Física (07)

1. Bosque Hermógenes de Freitas Leitão - Barão Geraldo;

2. Bosque dos Jequitibás;

3. Bosque São José;

4. Parque Portugal – Taquaral;

5. Parque Valença;

6. Parque dos Guarantãs;

7. Praça Ulisses Guimarães - Pedreira do Chapadão.

Neste estudo, utilizou-se a nomenclatura de locais com supervisão de profissional de Educação Física (LCS) para os centros comunitários municipais e instituições que ofereciam AF com orientação de profissionais especializados. Por outro lado, as praças e parques públicos foram nomeados como locais sem supervisão de profissional de Educação Física (LSS), onde é comum as pessoas se exercitarem fisicamente, geralmente sem orientação de profissional qualificado. Todos os locais eram situados na cidade de Campinas/SP na região central e periferia.

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Esta pesquisa é, portanto, de corte transversal baseada numa amostragem por julgamento (MALHOTRA, 2001; LEVIN; FOX, 2004), por isso não pode ser considerada representativa da população de Campinas, que tenha o perfil estudado neste trabalho, embora o número de pessoas avaliadas seja considerável. Os filtros utilizados como julgamento para a amostra foram a idade mínima de 50 anos e, especialmente, a prática de atividade física de forma habitual, realizada no tempo livre com padrões mínimos de freqüência e duração, já comentados anteriormente. Foram avaliadas muitas pessoas em vários locais de prática de AF, mas seria inviável, na prática, sabermos quantas pessoas freqüentam os parques públicos com assiduidade e tampouco o levantamento de todos os locais que oferecem prática de AF para a faixa etária acima dos 50 anos, para então efetuar o cálculo de tamanho mínimo da amostra.

Um compromisso foi firmado junto às instituições, de que após a análise dos testes realizados seria enviado um relatório com os resultados gerais e as devidas recomendações. Os voluntários participantes da pesquisa receberam também os resultados dos testes aplicados, que foram entregues aos profissionais de educação física responsáveis por cada turma, nas próprias instituições. Também foi firmado um compromisso com os participantes da pesquisa avaliados nos parques de que receberiam seus resultados na forma da ficha individual de coleta de dados, onde constariam os valores de referência para sexo e faixa etária. Anexada à ficha individual com os resultados, também foi enviada uma carta explicativa sobre os dados pesquisados (o modelo da carta enviada aos voluntários encontra-se no APÊNDICE E). No caso dos voluntários avaliados nos parques municipais, o envio das fichas individuais com os resultados foi efetuado através dos Correios ou por correio eletrônico – e-mail. Muitos voluntários retornaram agradecendo o recebimento dos resultados, ou dos aconselhamentos prestados, como orientação para procura de auxílio e avaliação médica, ou orientações básicas sobre exercício, sono e/ou alimentação.

O período de coleta de dados compreendeu os meses de junho a setembro de 2002. Uma das razões para essa escolha foi o fato de que, sabidamente, nessa época as temperaturas tendem a ser mais amenas, o que representa um dado importante, visto que os testes aplicados foram realizados no local e horário habitual em que os voluntários praticavam sua AF, visando assim, o melhor desempenho dos mesmos.

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3.2 Questionário e testes aplicados

Depois de uma vasta busca por entrevistas e questionários propostos na literatura sobre AF e saúde, incluindo uma publicação específica no assunto (KRISKA; CASPERSEN, 1997) decidiu-se elaborar uma ficha própria de questionamentos, incorporando algumas recomendações da literatura, uma vez que, nenhum dos questionários consultados atendia plenamente aos objetivos da pesquisa proposta. Para a avaliação do instrumento piloto, 50 pessoas praticantes de AF com idade igual ou superior a 50 anos foram submetidas às questões propostas, voltadas para informações sobre a AF praticada, presença de doenças, uso de medicamentos e outras questões pertinentes à prática de AF, saúde e qualidade de vida. Após esse processo, poucos ajustes tiveram de ser realizados. No APÊNDICE F encontra-se o modelo da entrevista utilizada com o título de “Questionário de Informações Gerais”, com questões fechadas e abertas. É importante salientar que os questionamentos foram realizados na forma de entrevista, ou seja, os avaliadores faziam as perguntas e anotavam no formulário, não sendo permitido aos voluntários participantes o preenchimento dos questionários.

Os testes físicos aplicados estão relacionados às medidas das variáveis ligadas à aptidão física relacionada à saúde (força/resistência muscular, flexibilidade, resistência cardiorrespiratória e composição corporal. A componente composição corporal, por conceito, seria “o fracionamento do peso corporal em seus diferentes componentes como gordura, músculo, osso, órgãos e outros tecidos em menor proporção” (GUEDES; GUEDES, 1997, p.50). Na impossibilidade de avaliarmos a composição corporal, foram utilizadas nesse estudo algumas medidas antropométricas que dizem respeito à quantidade e distribuição da gordura corporal:

massa corporal (kg) e estatura (m) para cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC)e medida de

circunferência da cintura (cm).

Como indicador da flexibilidade foi utilizado o Teste de Sentar e Alcançar realizado no Banco de Wells e para a força/resistência muscular foram escolhidos dois testes: Levantar da cadeira em 30 s, para porção inferior do corpo, notadamente os membros inferiores (MMII) e Flexão de cotovelo com halteres em 30 s, contemplando os membros superiores (MMSS), onde contava-se o máximo de repetições no tempo estipulado. A avaliação da variável resistência cardiorrespiratória foi realizada utilizando-se o Teste de caminhada em 6 min.

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A aplicação dos testes físicos seguiu a ordem proposta pelo ACSM (2000) para uma única sessão de avaliação. As variáveis coletadas no pré-esforço: massa corporal, estatura e medida de circunferência da cintura foram efetuadas primeiramente. Após as medidas pré-esforço, foram aplicados os testes para as capacidades biomotoras, na seguinte ordem: avaliação da resistência cardiorrespiratória, teste(s) de força/resistência muscular e, finalizando, o teste de flexibilidade.

O ACSM (2000) defende que a razão para essa ordem de aplicação baseia-se no fato de que um teste cardiorrespiratório, aplicado após uma avaliação de força muscular, poderia ser influenciado pela elevação prévia da freqüência cardíaca (FC), o que resultaria na obtenção de um resultado não muito fiel, especialmente no caso de teste submáximo. Porém, no caso deste estudo, pouco ou nada seria afetado, em função da ordem de aplicação, pois os testes de força escolhidos não exigem força máxima (contemplam apenas a resistência muscular localizada) e demandam pouco tempo para a execução, sendo o metabolismo energético restabelecido em poucos minutos.

Dessa forma, a seqüência estabelecida foi a seguinte:

1. aplicação da entrevista (questionário);

2. medidas da FC e pressão arterial no pré-esforço;

3. medidas antropométricas: massa corporal (kg), estatura (m) e

circunferências da cintura e do quadril (cm);

4. aquecimento e rotina geral de alongamento;

5. teste de caminhada em 6 min para avaliação da resistência

cardiorrespiratória;

6. testes de força/resistência muscular para MMSS e MMII;

7. teste de sentar e alcançar para a flexibilidade.

Faz-se necessário esclarecer que, apesar do nº da amostra para este estudo ser de 989 indivíduos, há falta de informação para alguns deles em determinadas variáveis. Por isso o n considerado é indicado em cada análise no decorrer do texto.

(38)

3.2.1 Indicadores antropométricos

3.2.1.1 Massa corporal e estatura

Para a coleta de dados dos indicadores antropométricos (massa e estatura corporal) foram utilizadas uma balança mecânica da marca Filizola com precisão de 100 g e uma toesa metálica afixada em uma régua graduada em centímetros (cm), acoplada à balança com precisão de 0,5 cm. Seguindo a padronização que a literatura recomenda (POLLOCK; WILMORE, 1993; MATSUDO, 2000), os indivíduos foram orientados a manterem-se sobre a balança, posicionando-se de costas para a mesma.

Os voluntários estavam descalços, com os braços soltos ao longo do corpo e com o menor volume de roupas possível. Dessa forma eram obtidos os valores para a variável peso. Em seguida, os mesmos eram orientados para que permanecessem com o olhar fixo na horizontal, possibilitando a posição da linha do queixo paralela ao solo. A toesa tocava a parte mais alta da cabeça no plano sagital e a coleta da medida da estatura era então efetuada tendo por base a régua graduada.

Como as coletas de dados para esta pesquisa foram realizadas em locais públicos, não foi possível manter o voluntário com trajes sumários, como é usualmente recomendado (POLLOCK; WILMORE, 1993; MATSUDO, 2000). Comumente os voluntários trajavam bermuda ou calça confortável para a prática de exercícios físicos e camisa ou camiseta de malha, como se pode visualizar na Figura 2.

(39)

Figura 2 - Medida da massa e da estatura corporal em um dos voluntários participantes da pesquisa.

Após a aplicação dos questionários e as medidas no pré-esforço era realizada uma rotina geral de aquecimento e alongamento. Na Figura 3, pode-se visualizar parte dessa rotina aplicada a todos os voluntários participantes da pesquisa antes da execução dos testes físicos, tendo como objetivo aquecer os grupos musculares envolvidos, como preconiza o ACSM (2000).

(40)

3.2.1.2 Circunferência da cintura

A circunferência de cintura foi medida utilizando-se uma fita antropométrica da marca TBW, com precisão de 0,1 cm. Foram utilizados dois critérios: primeiramente identificava-se a parte mais delgada do tronco (região da cintura) para se efetuar a medida. No caso de não ser possível a visualização desse ponto, a opção era localizar o ponto médio entre a borda inferior da última costela e a crista ilíaca (HEYWARD; STOLARCZYK, 2000).

3.2.2 Resistência cardiorrespiratória

A metodologia a seguir para avaliação da capacidade cardiorrespiratória baseou-se no protocolo publicado por Rikli e Jones (1999a) e Matsudo (2000), no qual os voluntários percorriam a maior distância possível no tempo total de 6 min, num percurso de 45,72 m, submarcada em segmentos de 4,57 m (Figura 4).

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Figura 4 - Percurso utilizado no teste de caminhada em 6 min, tendo as medidas padronizadas em metros (m).

Adaptado de MATSUDO, 2000, p.36.

A realização deste teste ocorria em terreno plano, sendo o percurso delimitado por cones e os segmentos com fita crepe, giz ou traçados fortes marcados no chão. Os materiais utilizados foram: cones, trena, cronômetros, freqüencímetros de pulso da marca POLAR®, palitos de sorvete, giz, fita crepe e cadeiras.

O percurso do teste de caminhada em 6 min deveria ser cumprido com o voluntário caminhando o mais rápido possível, sem correr. Durante o teste o avaliador responsável por cada voluntário utilizava palavras encorajadoras, como “Você está indo bem!”,

“Não desanime!”. Ao final de cada minuto o voluntário era solicitado a informar qual o valor de

FC que estava sendo indicado em seu freqüencímetro. Com o objetivo de ajudar a determinação do ritmo de passadas empregado pelo voluntário o avaliador dava informações de quanto tempo

41,13

∆∆∆∆

36,56

∆∆∆∆

32

∆∆∆∆

27,42

∆∆∆∆

22,85

∆∆∆∆

∆∆∆∆

0

∆∆∆∆

45,72

∆∆∆∆

4,57

∆∆∆∆

9,14

∆∆∆∆

13,71

∆∆∆∆

18,28







(42)

faltava para o final do teste no 3o, 4o e 5o minutos do teste, assim como nos últimos segundos (s) restantes.

A cada volta completada o avaliado recebia um palito de sorvete, e, ao final, o local de término do teste era demarcado, sendo o voluntário então liberado para um breve repouso ativo, antes de sentar-se. Os palitos eram então contados, sendo assim determinado de forma prática a visualização do trecho percorrido. Seguindo normas de segurança recomendadas por Matsudo (2000) e Morrow Jr. et al. (2000), algumas cadeiras foram colocadas próximas ao percurso, visando a possibilidade de algum voluntário querer descansar durante o teste, ou mesmo interrompê-lo, ou para o caso de alguém apresentar sinais de tontura, náuseas, dor ou algum outro tipo de mal estar, mas não houve nenhuma intercorrência. A Figura 5 mostra algumas voluntárias realizando o teste de caminhada em 6 min.

Figura 5 - Aplicação do teste de caminhada em 6 min em um grupo de voluntárias.

3.2.3 Força/Resistência muscular de MMSS e MMII

De acordo com algumas abordagens sobre força publicadas no ACSM (2000), os testes utilizados neste estudo como indicadores da força/resistência muscular são destinados à avaliação da resistência muscular localizada (RML). A RML foi escolhida em detrimento de outras manifestações de força por esta ser, a princípio, mais presente na rotina diária dos

(43)

indivíduos, em especial na faixa etária considerada. Assim, os testes selecionados para a avaliação da RML foram: Teste de flexão do cotovelo em 30 s (para MMSS) e Teste de levantar da cadeira em 30s (para MMII). Para a realização de ambos, foi utilizada uma cadeira com encosto reto e sem braços, de assento não acolchoado, com distância do chão ao assento de 43 cm.

Especificamente para medida em MMSS a padronização recomendada por Rikli e Jones (1999a) para população acima de 60 anos é estabelecida em libras, correspondendo em kilogramas a 2,27 kg para mulheres e 3,63 kg para homens. Nesse protocolo de avaliação para MMSS houve dificuldade em adotar essa padronização, por não haver halteres com essas características disponíveis comercialmente. Dessa forma, optou-se pela utilização de halteres de 2 kg para mulheres e 4 kg para homens, seguindo recomendações de Matsudo (2000). Foram utilizados também cronômetro manual da marca Sport Line® – model 222 para o controle do tempo de 30 s exigido pelo teste.

Para o teste de RML em MMSS (RMLMS), os voluntários permaneceram sentados na cadeira com as costas retas tocando o encosto e os pés apoiados no chão, tomando o cuidado de posicionar o lado dominante mais próximo à extremidade da cadeira. O movimento consistia na execução de rosca bíceps com supinação. A posição inicial compreende os braços estendidos ao longo do corpo e ao lado da cadeira, perpendicularmente ao chão, com o peso sendo segurado de lado com a mão fechada.

Ao comando verbal de iniciar dado pelo avaliador, o avaliado flexiona o cotovelo girando a palma da mão para cima (supinação). Orientou-se que todo ângulo de movimento fosse cumprido, assim como o retorno à posição inicial com o cotovelo completamente estendido. O avaliador mantinha-se ajoelhado próximo ao voluntário, tocando levemente a região biciptal do avaliado, visando a estabilidade da parte superior do braço durante o movimento e assegurar que a flexão fosse completa. Eventualmente era necessário que o avaliador precisasse tocar também no cotovelo do avaliado, para orientá-lo quanto à extensão total da articulação do cotovelo. Após uma rápida demonstração por um dos membros da equipe, o voluntário fazia uma tentativa de duas ou três repetições para verificação da maneira adequada para a realização do movimento. Depois dessas orientações, ao sinal do avaliador, o voluntário executava o máximo de repetições em 30 s. Foram contadas as repetições corretas e completas até o final dos 30 s. No caso do avaliado ter realizado mais da metade do movimento ao final dos

Referências

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