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2.4 Desempenho sustentável das empresas

2.4.2 Avaliação da sustentabilidade empresarial

2.4.2.3 Índices de Sustentabilidade

Além dos relatórios de sustentabilidade, o desenvolvimento de índices SRI (Socially Responsible Investiment) contribuiu fortemente para a incorporação dos conceitos da sustentabilidade nas empresas.

Os índices de mercado acionário são carteiras teóricas formadas pelo valor médio ponderado de um grupo de ações, definidas, em geral, pela sua representatividade no movimento total do mercado. Eles têm como finalidade sinalizar para a sociedade o comportamento do mercado como um todo ou de segmentos específicos.

A crescente preocupação dos investidores com aspectos não financeiros do desempenho empresarial levou, na década de 90, ao fortalecimento do chamado Investimento Socialmente Responsável ou SRI (Socially Responsible Investiment) através da criação de fundos denominados “éticos” ou “verdes” e de índices de mercado cujas carteiras são compostas com base em uma análise mais ampla, que considera também critérios ambientais e sociais, além dos aspectos econômico-financeiros. Seu objetivo é selecionar um conjunto de empresas mais comprometidas do que as outras com a responsabilidade social corporativa e com o desenvolvimento sustentável.

Segundo Monzoni (2006), o surgimento dos índices de sustentabilidade ajuda na formação de uma estrutura para comparação entre empresas e é resultado de uma tendência de reflexão sobre o papel das empresas e do setor financeiro na promoção do desenvolvimento sustentável. Entre os índices de sustentabilidade associados às bolsas de valores destacam-se: Dow Jones Sustainability Index (DJSI), Johannesburg Stock Exchange (JSE) Socially Responsible Investment Index, FTSE4GOOD e Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa.

O Dow Jones Sustainability Index (DJSI), lançado em 1999, foi o primeiro índice a acompanhar o desempenho financeiro de empresas consideradas líderes em sustentabilidade no mundo, tornando-se assim uma referência para os investidores. O questionário a ser respondido pelas empresas compreende as dimensões econômica,

ambiental e social, subdivididas em critérios gerais e específicos por setor. Dessa forma, as empresas são avaliadas em mais de vinte temas, por um questionário com cerca de 100 perguntas, com pesos variados. A avaliação inclui ainda informações obtidas de relatórios financeiros anuais, outros relatórios, websites, publicações na mídia, entre outras fontes. Além da avaliação de documentos, as informações e os resultados passam por um processo de auditoria (FOWLER, 2007).

A Bolsa de Londres e o Financial Times lançaram, em 2001, a série FTSE4Good, cujos critérios de seleção e metodologia são baseados em uma filosofia de Responsabilidade Corporativa ampla. Para inclusão, as empresas devem atender a critérios nas áreas de sustentabilidade ambiental, relacionamento com stakeholders, direitos humanos, condições de trabalho na cadeia de valor e exposição a situações que facilitem a prática de suborno. Nesta série de índices há exclusão prévia de empresas envolvidas nos setores de produção de tabaco, de armas e no setor de energia nuclear, tanto na produção de componentes, como na operação de usinas e na extração e processamento de urânio. Os critérios de inclusão no índice são regularmente revisados e atualizados através de um amplo processo de consulta, o que garante que reflitam a evolução do pensamento acerca da responsabilidade corporativa e as tendências do investimento socialmente responsável. Desta forma, as empresas são desafiadas, para permanecer no FTSE4Good, a melhorar constantemente o seu desempenho em função da elevação dos padrões e expectativas da sociedade.

A Bolsa de Valores de Joanesburgo (JSE) lançou seu Índice SRI em 2004, sendo a África do Sul o primeiro país emergente a procurar identificar as empresas preocupadas com os princípios da sustentabilidade, facilitando, deste modo, os investimentos em tais empresas. O Índice SRI é constituído por empresas que fazem parte do FTSE/JSE All Share Index, que são avaliadas, voluntariamente, por critérios definidos pela JSE junto com seu Comitê Consultivo. Tais critérios são revisados periodicamente para refletir o desenvolvimento contínuo dos conceitos e práticas de SRI e sustentabilidade. Os indicadores do índice são estruturados de acordo com os três pilares da sustentabilidade, introduzindo a categoria de governança corporativa. As dimensões avaliadas são ambiente, sociedade e governança, considerando as seguintes áreas: política e estratégia, gestão e desempenho e relatórios, sendo que a pontuação é função do grau de

cumprimento de cada critér mantendo, no entanto, as ca

O Índice de Sustentabilidad de 2005 e tem como objetiv empresas com reconhecid sustentabilidade empresaria empresarial brasileiro” (BM

Atualmente, são considera emissoras das 200 ações m um questionário construído implica em avaliação de integrada, com os critério dimensão ambiental o ques acrescentadas mais quatro: Mudanças Climáticas, esta critérios e estes, por sua vez questões. As respostas são grupos de empresas com desempenho geral. As resp documentos em base amost respostas informadas.

Figura 10: Estrutura do questioná Fonte: BMF&BOVESPA, 2009,

itério. Há uma tendência de alinhamento com características locais.

dade Empresarial (ISE) da Bovespa foi lançad tivos: “refletir o retorno de uma carteira compo cido comprometimento com a responsabilida

rial e também atuar como promotor das boas p M&FBOVESPA, 2009).

eradas elegíveis para a composição do índic mais líquidas. Estas empresas respondem, vol ído com base nas três dimensões da sustenta de elementos ambientais, sociais e econôm rios política, gestão, desempenho e cumprim uestionário diferencia-se por setor. A essas di tro: Governança Corporativa, Geral, Natureza sta a partir de 2010. Todas as dimensões vez, em indicadores, totalizando cerca de 60 in ão submetidas à análise de agrupamentos, qu m desempenho similar e apontam o grup espostas dadas também estão sujeitas a uma ostral ou em função de fatos relevantes não con

nário de avaliação do ISE-Bovespa, até 2009 9, p. 15

m o FTSE4Good,

ado em dezembro posta por ações de lidade social e a s práticas no meio dice as empresas voluntariamente, a ntabilidade, o que ômicos de forma rimento legal. Na dimensões foram eza do Produto e es dividem-se em indicadores e 120 que identifica os upo com melhor ma verificação de ondizentes com as

A metodologia, os critérios e os indicadores do índice foram desenvolvidos pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas, conforme princípios consagrados nas publicações sobre sustentabilidade empresarial, em especial as Diretrizes GRI já citadas. Todo o processo é revisado anualmente com participação de especialistas convidados e realização de audiência pública. Associações de classe, como a Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar, a Associação Nacional de Bancos de Investimento e a Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais, ONGs, como o Instituto Ethos e o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, o Ministério do Meio Ambiente e outros atores importantes, como o International Finance Corporation e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, fazem parte do Conselho Deliberativo do ISE, que tem por objetivo definir o escopo da avaliação e aprovar a seleção de empresas. Atualmente, a carteira do ISE é formada por 34 empresas emissoras de 43 ações de dezesseis setores da economia.