• Nenhum resultado encontrado

A s bodas de Caná na Galiléia, v 1— 12.

A Palavra magnificada e justificada

1. A s bodas de Caná na Galiléia, v 1— 12.

Caná está mencionada três vêzes no presente E vangelho: no- cap. 2-.1, quando o F ilh o de D eus m an ifesta Sua glória pelo " s i n a r >

A s bodas de Caná 51 d a ág u a tra n sfo rm a d a em v in h o ; no cap. 4 :46, quando Êle vo lta p a r a C aná e dali vai p ara C afarnaum c u ra r q filho dum oficial ro m a n o ; no cap. 21:2, onde está. dito que N atan ael, êsse “ israe lita

sem d o lo ” era de Caná.

O sèn tid o profético dessa n arraç ão se percebe na com paração co m Jeremias 31:1— 3 e Oséias 1:1— 9; 2:7— 25. Isra e l vagueando no deserto de su a rebelião, o bjeto do am or de D eus, ser-L h e-á tra z id o de novo, quando D eus o tiv e r lib ertad o de suas infideli­ d ad e s. A ssim “ aquêle que não era m ais u m p o v o ” v o lta rá a ser

S eu povo.

“Três dias depois, houve um casam ento em Caná na Galiléia, € estava ali a mãe de Jesus; e foi tam bém convidado Jesus com Seus discípulos para o casamento. E, tendo acabado o vinho, a tnãe de Jesus Lhe disse: Ê les não têm vinho. Respondeu-lhes Jesu s: M ulher que tenho E u contigo? Ainda não é chegada a Minha hora. D isse então Sua mãe aos serventes: F azei tudo quanto Êle vos d isser”, v. 1— 5.

A m ãe de Jesu s está m encionada trê s vêzes n esta passagem , v. 1,3 e 12. Jesu s é convidado p ara o casam en to com os discípulos, cp. Mateus 22:1— 14. O' “ que aleg ra q coração do ho m em ”, Juizes 13:13; Provérbios 31:6,7, veio a fa lta r, im agem da insuficiência de •tudo o que é te rre stre , com o disso se apercebeu Israel.

M as a m ãe de Jesu s sabe a Q uem se dirigir, ainda que ig n o ­ ra n d o o que seu F ilh o vai fazer! D eus h o n ra a fé por m ais fraca •que seja, quando se dir,ige a Êle, e som ente a Êle!

Responde o Senhor: "M ulher, que tenho E u contigof A inda não é chegada a M inha hora”, v. 4. A resposta de Jesus é, não somente

in stru ctiv a, m as ainda, com ela, estabelece a relação ex isten te en tre Ê le e aquela que fôra escolhida por D eus p ara ser o cam inho hum ano pelo q u al “ a so m b ra do A ltíssim o ” , Salmo 91:1; Lucas 1 :35, d aria ao m undo o F ilh o divino e eterno . D esde então, ela já sabia qual era sua posição p e ra n te Êle, ler Lucas 1 :46— 49, e nosso S en h o r sem pre m an tev e essa posição pelas Suas p a la v ra s ■e pela S ua átitu d e. N o G ólgota, em prega u m a segunda vez o têr- m o : “ m u lh e r” , estabelecendo um a relação esp iritu al que será su a p ro teç ão , João 19:26, 27. (8)

“ M ulher, que ten h o E u c o n tig o ? ” Com o an tig am en te no te m ­ plo, Êle responde à Sua mãe com o apenas o F ilh o de D eu s podia

(8) Que Maria tenha sido “bendita entre as mulheres”, certamente Deus o declarou, o crente o sabe e o reconhece, mas a glória e a adoração isão devidas a Deus, e só a Êle, Éxodo 20:3-5. Ver C. "C. B. N.° 4, O 'Evangelho segundo Lucas, páginas 17, 18.

52 O Evangelho segundo João

fazê-lo, Lucas 2 :49, e de conform idade ao que os o u tro s E v an g e lh o s dizem de S ua relação com Seus p aren tes te rre stre s, Marcos 6:4; L ucas 4:24, M ais tard e , Jo ão fala da in credulidade de Seus ir­ m ãos, 7 :5. M esm o os Seus p aren tes O acusavam de e s ta r “ fora de s i” , Marcos 3:21; foram êles que co rta ra m as relações com Jesus. M as foi então que o S en h o r anunciou a nova relação espi­ ritu a l que ocupa, dorav an te, o prim eiro lu g ar na vida dos discí­ pulos, Marcos 3:21— 35.

“ N ão é chegada a M inha h o r a . . . ” F ilho subm isso à v o n tad e do P ai, sabe que ninguém L h e tira rá a vida, m as que a d ará de Si m esm o, João 10:18. N enhum hom em podia obrigá-10 a fa z e r o que q u er que fôsse ou fazê-lO desviar do cam inho. João acen tu a especialm ente êsse fato, 2:4; 7:6— 8; 8:20; 12:23,27; 13:1. V eio a S ua hora, e Êle M esm o a anunciou ao P ai, 1 7 :1 .( 9)

“ D isse então Sua mãe aos serventes: Fazei tudo quanto Êle vos d isser”, v. 5. A ssim é que ela se su bm ete à Sua P a la v ra e e x o rta os dem ais a fazerem o m esm o. , O cren te sabe, pois, o que tem de fazer, e isto p o r meio das pró p rias E sc ritu ra s. A atitu d e da m ãe de Jesu s foi sem pre a n íesm a; quando do anúncio do anjo1 G abriel, ela d iz: “ E is aqui a serva do S e n h o r; faça-se em mim segundo a T u a p a la v ra !” Lucas 1:38.

“ Ora, estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purifi­ cações dos judeus, e em cada uma cabiam duas ou três m etretas”, v. 6.

E ssas seis talh as, núm ero de hom em , núm ero incom pleto, eram u sad as p a ra a purificação dos judeus, segundo sua trad ição , Marcos 7 :4. O s serv en tes obedecem , e a ág u a to rn a d a em vinho é traz id a ao m estre-sala v. 7 ,8 , que, “não sabendo donde era, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado a água, chamou ao noivo, e disse-lhe: Todo homem põe primeiro o vinho bom, e, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o vinho bom" v. 9, 10.

É assim que João com eça a n arraç ão do m in istério do S en h o r p o r êsse sinal, em c o n tra ste com o da ág u a to r n a d a , sangue, m ila­ g re pelo quál M oisés com eçou o m in istério de ex ecutor dos juízos de D eus sôbre F ara ó a fav o r de Israel, Êxodo 7:20. P ro fé tica -

(9) E foL então, que nosso Senhor disse a Seus inimigos estas palavras de Lucas 22:53: “esta é a vossa hora e o poder das trevas”, esta hora que corresponde ao “ dia do hom em ”, 1 Coríntios 4*:3, lit.: onde o mundo está livre de decidir de sua sorte, rejeitando a Palavra de Deus e o Evangelho de Seu amor. O tempo presente da graça, o tempo da paciência de Deus, 2 Pedro 3:9, chegará ao seu fim no dia de Sua vingança, Isaías 61:2; 34-1-8.

As bodas de Caná

m ente falando, tr a t a se aqui dum ato do poder do S enhor a fa v o r de Isra e l que ac ab ará por se to rn a r bênção p a ra o m undo inteiro. “ E far-te-ei um a g ra n d e nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o te u n om e; e tu serás um a bênção. E abençoarei os que te a b e n ­ çoarem , e am aldiçoarei os que te a m a ld iç o a re m ; e em ti serão ben­ d itas tô d as as fam ílias da t e r r a ” , Gênesis 12:2,3.

“A ssim deu Jesus início aos Seus sinais ( 10) em Caná da Gali- léia, e m anifestou a Sua glória; e os Seus discípulos creram riÊle", v. 11.

Notai que João é inspirado em falar aqui da glória do Senhor, o que constitui o tema principal de seu■ livro. Se os judeus O rejeitam com o M essias, S ua glória de F ilh o de D eus se m an ifesta com poder m aior à fé que aceita Sua P a la v ra e se inclina p e ra n te a Sua au to ­ ridade. N o cap. 1, S ua glória eterna, cp. 1:1; 17:5, aparece logo- no in íc io ; ela vem do céu e se m an ifesta no F ilh o único do P ai pela encarnação. E m seg u id a ela se destaca sôbre o fundo n e g ro da incredulidade e da rebelião dos judeus.

O sinal dado n este capítulo leva o cren te a olhar p ara o dia glorioso da seg u n d a v in d a de Jesu s à te rra , anu n ciad a pelos p ro ­ fetas e a m aior p a rte dos Salm os m essiânicos. L e r Salm os 4 5 :7 ,8 ; 46; 47.

M as, n essa espectativa, a m anifestação dessa glória é re se r­ v ada aos discípulos que nÊ le crêem, e p a rtilh a m de Sua rejeição p resente. Êle Se dá a conhecer a êles, e êles podem , por sua vez, a firm a r: “ V im os a Sua g l ó r i a ... todos nós recebem os da Sua plenitude, e g ra ça sôbre g ra ç a ” , 1:14,16. P o r que perm anecerm os na po.breza e na fraqueza, na penúria e na sequidão, quando ta l p lenitúde é oferecida àqueles a quem deu o direito de serem feitos filhos de D eus, Seus herd eiro s m esm os, os co-herdeiros de Seu F ilh o ? Romanos 8:17; Gálatas 4:6,7.

“ D epois disso desceu a Cafarnaum, Êle, Sua mãe, Seus irmãos, e Seus discípulos; contudo não ficaram ali muitos dias”, v. 12.

Saindo de Caná, nosso Senhor vai a Cafarnaum, Sua cidade, M ateus 9:1. Cp. Marcos 2:1— 12. Êle m o rav a com Sua m ãe, irm ãos,

(10). João descreve com pormenores oito dêsses sinais operados pelo Senhor, tendo cada um significado espiritual preciso: 2:1-11; 4:47-54; 5:1-16; 6:5-15; 6:16-21; 9:1-38; 11:1-46; 21:1-8. Em A tos 2:22 o apóstolo Pedro fala dos poderes, prodígios e sinais (ver também Hebreus 2:4) que Jesus operou no meio do povo. Estas três palavras são empregadas para descrever os meios que o Anticristo usará para seduzir o mundo, 2 Tessa- lonicenses 2:9; cap. Apocalipse 13. Êle alcançará o poderio universal contrafazendo em tudo a Jesus Cristo; seu alvo será submeter todos os moradores da terra à sua ditadura satânica. Tomemos para nós esta advertência! ,

51 O Evangelho segundo João

João 7 :3— 5, e d isc íp u lo s; m as ficaram ali poucos dias. E ssa ci­ dade, onde ta n to s m ilagres tin h a feito o M essias, já O havia re­ jeitado. E sco lh era a p ró p ria so rte ; su a condenação e stav a escrita n o céu. N ão h av ia m ais lu g a r p ara Êle nessa c i d a d e ... u m a ci­ dade após o u tra h á de re jeitá-1 0 até que o m undo acabe cruci- ficando-O .