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A Palavra encarnada e revelada, 1:1-

O Átrio: N osso Senhor no Mundo

I. A Palavra encarnada e revelada, 1:1-

1. A Palavra eterna

“N o princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. 1 Êle estava no princípio com D eus’’, 1 :1 ,2 . ,

N enhum hom em p o d eria sab e r isto e fa la r dêsse modo. M as n ad a é im possível a D eus, L u ca s 1 :37. O E v an g e lh o segundo Jo ão não tem intro d u ção com o as trê s dem ais n a rra tiv a s da vida do Senhor. Coloca desde logo seu leito r na presen ça dA quele que é etern o e m o stra-O em seguida en tre os hom ens, tra b a lh a n d o pela sua salvação.

E sta passagem é um a revelação apocalíptica. Enquanto a. Bíblia começa pela visão apocalíptica do primeiro capítulo do Gênesis e ter­ mina pela visão dos acontecimentos futuros descritos no Apocalipse, Deus levanta aqui, para o crente, o véu do infinito das eternidades do passado: êste princípio no qual se achava a Palavra. Notai que êste têrm o: “ a P alav ra” -implica a expressão perfeita dos pensamentos de Deus. Não somente a P alavra estava com Deus, mas ela era D e u s; outrossim, a afirm ação de que a P alavra estava com Deus indica um a Pessoa divina distinta, o mistério da Trindade, embora o Espírito Santo ainda não esteja mencionado.

A ssim com o D eus concede a João, h a ilha de P atm o s, a rev e­ lação de Jesus Cristo como Juiz, Senhor e Rei, revelação que se estende a um fu tu ro ilim itado, A pocalipse 1 :4— 20, assim tam b ém

34 O Evangelho segundo João

Ê le lhe dá e sta revelação ú n ica de Je su s C risto C riador, “ D eus b en d ito e te rn a m e n te ” n a p erp etu id ad e de S ua p reexistência.

v N ecessitam os do socorro do E sp írito S anto, cujo m in istério consiste em m ag n ifica r o F ilh o de D eus, p a ra com preenderm os u m a ta l revelação, E fésio s 3:16— 18; 1 Coriíntios 2:9— 14. Sem o d om necessário e v ita l d essa revelação, o le ito r d a B íblia p erm a­ nece v com o N icodem os e m uitos o u tro s n a incom preensão e n a igno rân cia d ian te do F ilh o de D eus.

A origem divina e, eterna do Filho de Deus responde às necessi­ dades mais profundas de todo homem quer êle queira ou não. De sua fé em Jesus Cristo, como D eus no-10 revela, depende sua salvação presente, e eterna ou sua perdição presente e eterna. O apóstolo Paulo escreve aos Colossenses :• ,

“ . . . dando graças ao P a i que vos to rn o u dignos de p a rtic ip a r da h eran ça dos san to s na luz, e que nos tiro u do po d er das trev as, e nos tra n s p o rto u p ara o reino de Seu F ilh o am a d o ; em Q uem tem os a redenção, a 's a b e r, a rem issão dos p ecad o s; o Q ual é im a­ gem do D eus invisível, o P rim o g ên ito de tô d a a cria ção ; p o rque n Ê le foram criadas tô d as as coisas n os céus e n a te rra , as visíveis e as invisíveis, sejam tro n o s, sejam dom inações, sejam principados, sejam p o te sta d e s; tu d o foi criado p o r Êle e p a ra Êle. Êle é an tes de tô d as as coisas, e nÊ le su b sistem tô d as as co isas; tam b ém Êle é a cabeça do corpo, isto é, da I g r e j a ; é o princípio, o P rim o g ên ito d e n tre os m ortos, p ara que em tu d o te n h a a preem inência, p o rque ap rouve a D eus que nÊ le h ab itasse tô d a a plenitude, e que, havendo p o r Êle feito a paz pelo sangue de Sua cruz, p o r m eio dÊle recon­ ciliasse consigo m esm o tô d as as coisas, ta n to as que estão n a te rra com o as que estão nos cé u s” . C olossenses 1:12— 20.

2. A relação d a P a la v ra ete rn a com o m undo físico, v. 3. Se, em p rim eiro lu g ar, João revela o fato da divindade ete rn a de nosso Senhor, em segundo lu g a r êle in siste sôbre o fato de que não som ente Jesu s C risto não foi criado, m as que Êle m esm o é o C riad o r: “ T ô d as as coisas foram feitas p o r Ê le, (O V e rb o ), e sem Ê le n a d a do que foi feito se fê z” , v. 3. " Êle é o P rim eiro, Isa ía s 4 1 :4 ; 4 4:6; 48:12; A pocalipse 1:18; 2 :8 ; 22:13; Êle será o Ú ltim o, “ o M esm o ontem , e hoje, e e te rn a m e n te ” , H e b re u s 1:4-—13; 13:8.

M oisés afirm ou que D eus “ no p rin cíp io ” criou os céus e a te r r a ; a E p ísto la aos H e b re u s declara que foi p o r Êle que “ os m u n ­ dos foram cria d o s”, lit. “ as e te rn id a d e s” 11:3. Jo ão o precisa e a p resen ta êste D eus das etern id ad es (S alm o 9 0:2; G ênesis 21:33; Isa ía s 40:21,27— 31), A quêle que criou as extrem idades da te rra .

A Palavra encarnada e revelada 35 M as Ê le vai m o strá -lO e n tra n d o no m undo — êste m undo que se to rn o u rebelde — p a ra revelar-S e a êle. A parecendo assim en tre os hom ens, o F ilh o de D eus a rra n c a rá a m ásca ra da filosofia h u ­ m ana que O d esn a tu ro u , e d e rru b a rá os erros d um a trad iç ão que O desfigurou.

Cheio de g raça, m as tam b ém de verdade, desce a té ao hom em em seu pecado e sua pena, p a ra oferecer-lhe “ um a tão g ra n d e sa l­ v a ç ã o ”, H ebreus 2:2,'.

3. A relação do Verbo eterno com o homem, v. 4, 5. “ Nfèle estava a vida, e a vida era a luz dos hom ens; e a luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela”, v. 4,5.

E m nossos dias onde a b lasfêm ia é erigida, em filosofia e onde a v erdade é ch am ad a fábula, D eus assim m esm o, re serv a os Seus d ire ito s : Só Êle é a vida, só Êle dá a vida, em bora sejam os a d v e r­ tidos de que o A n ticristo , na plen itu d e de Seu poder, d a rá um a ap arên cia de vida à im agem da besta, Apocalipse 13:15; será a pro v a su p re m a im p o sta aos san to s que p ag arão com o m artírio e sua recu sa em ad o rá -la ; m as será tam b ém o sinal do fim , q uer ;dizer, do ju lg am en to do m undo pelo céu.

A v id a não criada, divina e e te rn a está n a P alav ra , e “ a vida era a luz dos h o m e n s” . S egundo o tem po do verbo em pregado, esta luz sem pre b rilh o u ; m as ao co n tato das tre v a s m orais do hom em , houve choque, antag o n ism o , n u m a p a la v ra : recusa. N ão q uer dizer que o hom em não a te n h a compreendido, m as sim qué êle não a recebeu; João, 3:19; 5:40 e 12:39 nos dizem porque.

Vida e luz, eis como se revela a Palavra para um mundo morto em seus delitos e em seus pecados, E fésios 2:1; M ateus 4:16. O E v an g e lh o segundo Jo ão p.ede ao hom em , desde logo, que tom e o lu g a r de pecador, sob pena de p erd er tô d a a esperan ça de sa l­ vação. P o is D eus, revelando a g ra ç a p ela verdade, oferece perdão g ra tu ito ao culpado m antendo, porém , S ua ju stiç a com re sp eito ao pecado. A verdade de D eu s é insep aráv el de Sua g ra ç a e S ua g raça não dim inui em n ad a a culpabilidade do pecado.

Primeiro parêntese. ' . '

A primeira das quatro menções de João Batista, y. 6-8, cp. v. 15, 19-37; 3:22-36.

“ H ouve um homem enviado de D eus, cujo nom e era João. Ê ste veio como testemunha, a fim de dar testem unho da lu z; para

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que todos cressem por meio dêle, êle não era a luz; mas veio para dar testem unho da lu z ”, v. 6— 8.

E s ta p alav ra com pleta a de Sim eão em Lucas 1 :76-79. João B atista , êsse p rofeta de D eus, cum pre sua m issão d istin ta para p re p a ra r os coraçoes a receberem a salvação de D eus que só o F ilh o de D eus podia dar. O s trê s dem ais ev an g elistas falaram do p re c u rso r do Senhor,

M ateus 3 :1— 12 m ostra-o , p reg an d o o reino dos céus, ch am an ­ do os condutores do povo ao arrep en d im en to , m o stran d o que o m achado já feriu a árv o re do judaísm o em su a ra iz e an unciando que A quêle que vem após êle c o n tin u ará e;sta o b ra de julgam ento.

Marcos 1:1— 8 ap re se n ta o p re c u rso r do perfeito S ervo em