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A purificação do tem plo, v 13— 17.

A Palavra magnificada e justificada

2. A purificação do tem plo, v 13— 17.

“ E stando próxima a Páscoa dos judeus, Jesus subiu a Jeru­ salém. E achou no templo os que vendiam bois, ovelhas e pombas, e também os cam bistas ali estabelecidos; e, tendo feito um azor- rague de cordas, lançou todos fora do templo, bem como as ovelhas e os bois; e darramou o dinheiros dos cam bistas, e virou-lhes as m e sa s; e disse aos que vendiam as p om b as: tirai daqui estas c o is a s ; não façais da casa de Meu Pai casa de negócio. Lembraram-se então os Seus discípulos de que está escrito: O zêlo da T ua casa Me devorará”, v. 13— 17.

O que o S enhor faz aqui é um ato de au to rid a d e divina, vindo dA q u ele que é m aior do que o tem plo, M ateus 12:6, e que põe ordem em S ua casa, lançando fora os que traficam com a religião. J á no V elho T estam e n to , reis fiéis tin h am procedido da m esm a fo rm a : E zequias, 2 Crônicas 29:15— 17; Josias, 2 Crônicas 34: 1— 8. Sob a a n tig a aliança, o tem plo devia ser o lu g a r onde p a ira v a a g ló ria de D eus, 1 Reis 8:10,11. E ra o privilégio bem com o o dever dos reis piedosos defender-lhe a honra. O v e rd a ­ d e iro R ei de Isra e l —■ m uito m aior — e n tra em Seu tem plo, 1 :49; •diante de ta m a n h a decadência, com o p oderia p ro ced er de m odo ■diferente?

E s ta p rim eira purificação do tem plo devia ser rep etid a no fim de S ua vida, após a e n tra d a triu n fa l em Jerusalém , Marcos 1 1 :15— 17. Aqui Êle diz: “ Não façais da casa de M eu Pai casa de negócio” ; mas no fim de , Sua vida, alguns dias depois da segunda purificação, Êle a designa assim : “ Eis aí, abandonada vos é a vossa casa”, M ateus '23:38. A ssim ficam os hom ens avisad os sôbre o que pode p ro d u z ir o

uso falso d u m a in s titu iç ã o d iv in a: a infid elid ad e dos hom ens a to rn a sem elh an te a um a fachada que lem bra bênçãos passadas m as que esconde coisas co n trá rias à sua aparência. L er Marcos 13:1,2; Lucas 2 1 :5 ,6 ; A tos 7:48,49.

N unca, como do tem po de Jesu s C risto, o culto de D eus fôra ■envolvido por ta n to fausto, ta n ta observância legal, .ta n ta trad ição

e ta n ta s leis h um anas. N unca”" D eus estiv era tã o au se n te dêsse- culto. ( n )

C ontudo, há m ais n este ato divino. M ais do que em, q u a lq u e r um dos o u tro s E van g elh o s, a n a rra ç ã o de Jo ão in siste sôbre as fe sta s dos ju d eu s, 2:13; 5,:1; 6:4; 7:2; 11:55; 18:28. Só João fa la do C ordeiro de D eus, o Sacrifício exigido desde o p rin cíp io ; mas. D eu s tam b ém exigira que to d o fe rm en to fôsse tira d o das d^sas de Seus filhos, Êxodo 12:15. E eis S u a casa cheia da corrupção e das m arcas da decadência d u m a relig ião que os hom ens tin h am m ud ad o e desacred itad o com sua tradição. O p ró p rio C ordeiro tira-lh e o ferm ento, cp. 1 Çoríntios 5:6— 8.

Êsse ato do Senhor m anifestando Seus direitos divinos e messiâ­ nicos, segundo Isaías 56:7, tem dois resultados imediatos-.

Em primeiro lugar Seus discípulos, ainda que se encontrassem' cheios de incompreensão e tardos em crer, lembram-se de que está escrito: "O zêlo de Tua casa M e devorará”. E sta profecia é tirada do Salm o 69 onde os sofrim entos e o opróbrio de D avi p re fig u ram os de C risto. Q u a tro fa to s são nêle anunciados com relação a S ua hum ilhação v o lu n tá ria : Seus so frim entos, 8— 10; 20— 22; a ceg u eira m oral que fere Seus inim igos religiosos, 23—2 7 ; o juízo- de D eus que lhes é reserv ad o , 28— 29; a in terv en ção de D eu s e o« reino de C risto, 30— 37.

3. Jesus anuncia Sua m orte e ressurreição, v. 18—22. “ Protestaram , pois, os judeus, perguntando-Lhe: Que sinal de autoridade nos mostras, uma vez que fazes isto? Respondeu-lhes Jesus: Derribai êste santuário, e em três dias o levantarei. D is­ seram, pois, os ju d eu s: Em quarenta e seis anos foi edificado êste santuário, e T u o levantarás em três dias? Mas Ê le falava do santuário de Seu. corpo. Quando, pois, ressurgiu dentre os m ortos, Seus discípulos se lembraram de que dissera isso, e creram- na Escritura, e na palavra que Jesus havia dito”, v. 18—22.

O segundo resultado imediato da purificação do templo é êsse pedido dos judeus que querem ver um sinal e a resposta de Jesus.

(11) Na dispensação atual, “o Altíssimo não1 habita em templos feitos, por mãos de homens, como diz o -profeta: O céu é o Meu trono, e a terra, o escabêlo dos Meus pés. Que casa Me edificareis, diz o Senhor, ou qual será o lugar do Meu repouso? Não fêz, porventura, a Minha mão tòdas estas c o isa s? ... Atos ’7:48-50. Êle habita “onde dois de vós na terra concordarem acêrca de qualquer coisa que -pedirem, e isso lhes será feito por Meu Pai que está nos céus. Pois onde se acham dois ou três reunidos em Meu Nome, aí estou Eu no meio dêles,” Mateus 18:19, 20. O templo de Deus é um edifício espiritual. Jesus Cristo é dêle a pedra principal de es­ quina e Seus resgatados, as pedras vivas, 1 Pedro 2:4-6; Efésios 2:20-22.,

O Evangelho segundo João

Ê sses ju d eu s sabiam p erfeitam en te o que as E sc ritu ra s dizem do tem plo e o que deveria ser. A sua p e rg u n ta revela ao m esm o tem p o m á v o n tad e e consciência culpada e adorm ecida.

A re sp o sta do S enhor é a seg u n d a m enção de S ua m o rte feita n este E vangelho, cp. 1 :29, e é e sta re sp o sta que Seus m atad o res em pregaram , torcendo-lhe o sentido no processo que precedeu a crucificação, M ateus 26:61; Marcos 14:58. D isseram e n tã o : " N ós Lhe ouvimos dizer: E u destruirei êste templo, construído por mãos de h o m e m .. . ” M as Jesus dissera: “Derribai êste santuário, e em três dias o levantarei”. É o que acontece no decorrer dos séculos: ■os hom ens seguem êsse exem plo e p ro c u ram ju stific a r suas in ­ venções religiosas e tradições, to rcen d o o sentido das E sc ritu ra s que os condenam ; m as o fazem p ara sua p ró p ria perdição, 2 Pedro 3:16.

“ Disseram, pois, os ju d e u s: Em quarenta e seis anos fòi edifi- cado êste santuário, e T u o levantarás em três dias? M as Êle falava do santuário de Seu corpo”, v. 20,21. A im portante verdade aqui ex pressa e que as E p ísto las confirm am é que desde então tudo está concentrado nÊ le. o Chefe da Ig re ja , que é Seu corpo, o tem plo do qual Êle é a pedra da esquina. S ôbre essa pedra, o F ilh o de D eus edifica S ua Ig re ja , c o n tra a qual as p o rtas do inferno não urevalecerão, Mateus 16:16— 18.

E ssas p alav ras do S enhor têm im p o rtân cia tão gran d e que João. in sp irad o pelo E sp írito Santo, ac re sc e n ta : “ Q uando, pois, resurgãu d en tre os m ortos, Seus discípulos se lem b raram de que dissera isso. e creram na E sc ritu ra , e na p a la v ra que Je su s havia d ito .” , v. 22. r 12). A ssim é fe ita a ligação en tre as E s c ritu ra s do A^elho T e sta m e n to e as p alav ras do S alvador, e isso u m a vez p o r tô d as; N ão necessitam os de n en h u m a o u tra prova nem de o u tra autoridade.

D êsse m odo te rm in a esta seg u n d a seção da p rim eira p a rte do E v an g elh o de João. E la coloca os leito res no te rre n o firm e da roch a inab aláv el das S an tas E s c ritu ra s das quais o S en h o r Jesu s C risto é a C have e o In té rp re te .

(12) A palavra “ Escritura” encontra-se cinqüenta e cinco vêzes no Novo Testamento, vinte e quatro vêzes nos Evangelhos, doze vêzes em João. Cada vez esta palavra significa as Escrituras do Velho Testamento, a Palavra de Deus, 2 Timóteo 3:16.

S E G U N D A SEÇAO