• Nenhum resultado encontrado

A necessidade do novo nascim ento, v 3— 13.

O homem perante o seu Salvador

2. A necessidade do novo nascim ento, v 3— 13.

“ Respondeu-lhe Jesus: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de D eu s.”,

v. 3. J

Jesus não discute, não Se detém a ouvir as palavras vãs de N i­ codemos. Êle é o Salvador dos homens, e também dêste homem! E êste homem deve nascer de novo, senão não poderá ver o reino de D eus. E s ta p alav ra do S enhor d em o n stra a cegueira de N i­ codem os, que ig n o ra to ta lm e n te os desígnios de D eus que o F ilh o veio revelar. L e r 1 Coníntios 2:6— 16.

A re sp o sta de N icodem os pro v a a sua ignorân cia assim com o a su a incapacidade e s p iritu a is :

“ Com© pode um homem nascer, sendo velho? Porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer? Jesus res-

A necessidade do novo nascimento 63 pohdeu: E m verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de D eus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. N ão te admires de te haver dito: N ecessário v o s é nascer de n ovo.” v. 4— 7.

A q u i nosso S en h o r fala do reino de D eus, não do reino dos céus que não é o te m a de. João, m as sim o de M ateus. O rein o d e D eu s se e n c o n tra onde a v o n tad e de D eus é reconhecida e acei­ ta. (* ) Porém aqui, trata-se de ver o reino, e até mesmo de nêle en­ trar, o que é impossível para o homem natural. T rata-se duma facul­ dade espiritual -que o homem só pode possuir pelo novo nascimento. A revelação dêsse grande fato espiritual ultrapassa de muito o intelec- tualismo dum Nicodemos, doutor da lei, chefe em Is ra e l! Nem' a sua educação, nem o seu cargo o tinham preparado a tornar-se um menino. L e r L ucas 18:17.v M as Je su s veio a fim de d e rrib a r as falsas p o ­ sições em que os hom ens se confiam p a ra a p ró p ria p erd iç ão ; veio p a ra colocar o hom em p e ra n te o único m eio de salvação ofereci­ do p o r g ra ç a so b eran a “ a todos q u an to s O re ceb e m ”, 1 :12.

Em Sua resposta, Jesus acentua que é preciso nascer da água e do Espírito, palavra que um chefe em Israel deveria ter compreendido ( 13). N ão diziam as E sc ritu ra s: “ Então espalharei água pura sôbre vós, e íicareis purificados; de tôdas as vossas imundícias e de todos os vos­ sos ídolos vos purificarei. E vos darei um coração novo, e porei den­ tro de vós um espírito no v o ; e tirarei o coração de pedra da vossa ca rn e, e vos darei um coração de c a rn e .” ? E zequiel 36:25,26.

Nas Escrituras, a água é sempre o símbolo da Palavra vivificante e purificadora. “ Vós já estais limpos, pela P alavra que vos tenho fa ­ la d o ”, João 15:3. F alan d o da :obra de santificação que o Senhor cum pre em Sua Igreja, o apóstolo Paulo d iz : a fim de a santificar, ten d o -a purificado com a lavagem da água, pela P alav ra , p a ra a p re ­ sentá-la a Si mesmo .Igreja gloriosa, sem m ancha,1 nem ruga, nem qual­ quer coisa semelhante, mas santa e imaculada.” E fésios 5:26,27. “ N o q u a l vós tam bém , ten d o ouvido a p alav ra da v e rd a d e ,. o E v a n g e ­

(*) Ver C. C. B. N.° 4. 0 Evangelho segundo Lucas, o contraste entre os têrmos reino dos céus” e “ reino de Deus”, pág. 114 e 134.

(13) Forçar o sentido do texto e pretender que João 3:5 contém uma alusão ao batismo,* é cair numa confusão injustificável. O batismo significa sempre, e apenas, o sepultamento com Cristo, segundo Romanos 6:4-6; Colossenses 2:11-13. Deus fala a Nicodemos duma vida que somente Deus pode dar e criar e isto pelos meios por Êle escolhidos: Sua Palavra e S e u Espírito de vida; êstes dois fatores divinos do novo nascimento devem operar um e outro —• e não um sem o outro — no coração e na consciência daquele •que os recebe, 1:12. cp. Éfésios 5:26 e Tito 3:5.

G4 O Evangelho segundo João

lho da vossa salvação, e tendo nêle tam b ém crido, fôstes selad o s com o E sp írito S anto da p ro m e ssa ” , E fésios 1:13.

G raças à vinda de Jesu s Cristo, o F ilh o de D eus, — so m en te pelo dom de Sua g raça soberana, e p o r u m ato de Seu po d er c ria ­ dor do qual Êle possu i o segredo e a ad m in istraçã o — o hom em pode perceb er e r,eceber as coisas de D eus. D eus pede ao ho m em fé em S ua P a la v ra e obediência a tu d o o que ela diz, 5:24. E n - • tão, quando o hom em confundido se arrep e n d e e se chega à cruz, •recebendo o F ilh o de D eus com o S alvador, o S en h o r cu m p re • nêle êsse milagre do novo nascimento, cuja posse e certeza lhe são da­

das pela P alav ra , 1 Pedro 1:23; 1 João 5:10— 13.

P o r “ s u rp re e n d e n te ” (v. 7) que seja p a ra o hom em “ m o rto era seus pecados e o fe n sas” , e e n tre g u e à p ró p ria piedade, contu­ do o fato é: “Necessário vos é nascer de novo” . (14) A posse da , g ra ça cria d o ra é um a ce rteza b en d ita p ara todo o que crê, Efésios-

1:13. ^

"O vento sopra onde quer, e ouves a sua v o z; mas não sabes donde vem nem para onde vai; assim é todo aquêle que é nascido do Espírito", v, 8.

O S enhor com para êsse fenôm eno do m undo físico à o b ra do E sp írito S an to que opera liv rem en te e sem ser lim itado. Isso tam bém êsse d o u to r em Isra e l devia tê-lo sabido, já que o m es­ mo p ro feta an u n c ia ra o d esp e rta m e n to nacional de Isra el com o sen ­ do o re su ltad o da ação do sôpro do E sp írito S anto, E zequiel 37:1— 14.

Ê ste v ento bendito, êste sôpro divino, opera em re sp o sta à obediência da fé, em re sp o sta ao o lhar lançado ao sacrifício da cruz. O E sp írito S an to dá testem u n h o à cruz. O nde são aceitos o S alvador divino e Seu sacrifício expiatório, o sôpro de D eu s re s­ ponde, a vida nasce. A ação do E sp írito S anto assem elha-se a um sôpro ben d ito ou a um v ento f o r te : o d esp e rtam en to que so­

m ente D eus pode p roduzir. >

“ Como pode ser isso ? ” v. 9.

A luz com eça a p e n e tra r em N icodem os que reconhece a p ró ­ p ria ig n o rân c ia; é isso que D eus espera de todo hom em , “ porque

(14) Oito vêzes neste Evangelho, achamos estas expressões imperativas: “ É necessário” “Importa que” . Cinco vêzes o Senhor o diz referindo-Se a Si próprio, 3:7,14; 4:24; 9:4; 10:16; 12:34. Falando do novo nascimento, 3:7, da expiação, 3:14; da adoração verdadeira, 4:24; da obra que o Filho- de Deus devia'cumprir, 9:4; das outras ovelhas que hão de ouvir o Evangelho, 10:16; ver também 12:34; 20:9. Ai dos homens que, com leviandade, ouvem a Palavra de Deus e Suas declarações imperativas! Mas felizes são todos os que a ela submetem suas vidas!

Nicodemos 65