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As conseqüências da ressurreição de Lázaro.

No documento O Evangelho Segundo João – H. E. Alexander (páginas 197-200)

A ssim com o o capítulo 10 conta os^ re su ltad o s esp iritu ais do “ sin a l” do capítulo 9, o capítulo 12 conta os re su ltad o s e sp iritu áis do “ s in a l” do capítulo 11.

Jesu s C risto revelou ser a R essu rreição e a V ida. O s versículos 1— 19 do capítulo 12 m o stram os efeitos dessa revelação, em p ri­ m eiro lu g a r'e m B etânia, depois em Jeru sa lém . A p a rtir do v. 20, Jesu s revela como, p o r Sua m o rte e ressurreição, Sua vida divina e ab u n d a n te d ará fru to no m undo pagão, cp. v. 20—32 e 3:16.

1.

Jesus em Betânia, v. 1-8.

“V eio, pois, Jesus seis dias antes da Páscoa, a Betânia, onde estava Lázaro, a quem Êle ressuscitara dentre os mortos. Deram - lhe aí uma ceia; Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com Êle. E ntão Maria tomando uma libra de bálsam o de nardo puro, de grande preço, ungiu os pés de Jesus, e os enxugou com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do bálsam o”, v. 1— 3.

Q ue m u d an ça de cena! A s lág rim as estancaram -se, a m o rte foi expulsa, e aquêle que estav a m o rto está ali, vivo e h o n ra n d o seu Senhor. D e fato, “ L ázaro era um dos que estavam à m esa com Ê le ”, q u ad ro profético do restab elecim en to de Israel, e tam - befn im agem da com unhão p re sen te do S en h o r com os Seus que, vivificados e re ssu scitad o s ju n ta m e n te com C risto, E fésios 2:1— 6, MCrvem-nO e gozam da união b en d ita com A quêle que é a R esu r- reição e a V ida.

Seu p o d er divino lib erta a v id a do cren te da lei do pecado e da m orte, Rom anos 8 :1 ,2 ; 2 Pedro 1:4, e S ua vida divina tra n s ­ forma-a. L ib e rto daquilo que p erte n ce ao sepulcro, vivendo da vida do R essu scitad o , o crente an d a em novidade de vida, Romanos

196 O Evangelho segundo João

6:4; Salmo 16:5— 11. D e n o ssa co m unhão com Êle depende nosso serviço p a ra Êle.

. "M arta servia”. E ra o seu lugar, aquêle que a E scritura lhe con fere; m as d esta vez serve sem inquietude, sem agitação. Suas respo n sab ilid ad es tão g ra n d es não lhe fazem esquecer privilégios dum ta l serviço, nem seu lu g ar de serv a do Senhor. L e r Lucas 10:38— 42. E ra ela q uem a b rira su a casa, ao S enhor, que fôra ao en co n tro de Jesu s, 11:20, e a ela o S en h o r pro m ete que verá a g ló ria de D eus, 11:40. E s s a g ló ria ela a viu, e tam b ém o poder tra n sfo rm a d o r dessa g ló ria com eçou a tocá-la e in flu ir em seu se r­ viço. C om parai 1:14, 16,18; 2:11. Ê sse serviço já não depende de seu;s únicos recursos, nem da boa v o n tad e que a a n im a ; sai de o u tra fo n te : o p ró p rio Senhor. O exem plo de M a rta nos-é dado p a ra encorajar-nos. i(55)

A g o ra M arta está p re p ara d a p a ra com p reen d er a nova e' im ­ p o rta n te declaração que o S enhor ia fa zer no v. 26: “S e alguém M e quiser servir, siga-M e; e, onde E u estiver, ali estará também o M eu servo."

P a ra ela tam bém , estav a tu d o m udado. A insp iração e as condições de seu serviço dependiam desde en tão exclusivam ente de seu S alv ad o r glorificado. E la segue-O n essa h ora som bria de S ua re je iç ã o ; identifica-se À quele cu ja m o rte estão tram an d o , está onde Ê le está, e é p o r isso que 0 P a i a honra.

E M aria? M ostro u -se ab a tid a d iante da m orte, sucum biu sob o fardo de sua tris te z a ; ei-la, tam bém , lev an ta d a de novo e tra n s ­ form ada :

“E ntão Maria, tomando uma libra de bálsam o de nardo puro, de grande preço, ungiu os pés de Jesus, e os enxugou com os seus

cabelos", v. 3. ,

O amor de seu coração que desabrochara quando estava sentada aos pés de Jesus, deve agora transform ar-se em realidade, pois discer­ niu até onde o, amor dÊIe iria: até à morte. A consagração de seu ser inteiro exprime-se em seu gesto de amor, de grande preço e signi- ' ficativo, vendo o que estava para acontecer. O amor é previdente; ■ o amor inspira o dom de si. P o r isso está dito que “encheu-se a casa

do cheiro do bálsamo” v. 3 que era de grande preço.

(55) Temos nesses versículos uma das cinco ceias servidas ao Senhor (antes daquela da última Páscoa) de que os Evangelhos fazem a narração pormenorizada, Lucas 5:27-32; 7:36-50; 11:37-54; 14::l-24.

A s conseqüências da ressurreição de Lázaro 197 T a l a ttiu d e de coração é o que D eus reclam a dos S eu s: “ O e n fe ite in te rio r e íntim o do coração, n o in co rru p tív e l tra je de um e sp írito m anso e tran q ü ilo , é precioso d ian te de D e u s ”, 1 Pedro

3 :4. .

Assim é que Lázaro tipifica o crente m orto e ressuscitado pelo poder de Deus e que vive em novidade de vida. M arta tipifica o crente •dado ao serviço de seu M estre. Maria tipifica o crente animado do v erdadeiro espírito de am o r e consagração — trê s aspectos dos fru to s da v id a re ssu scitad a, trê s v irtu d e s que devem c a ra c te riz a r

c a d a filho de D eus. ■

M as onde está o hom em , n ada é perfeito. S ôbre essa ín tim a «e bela cena, p ro jeta -se u m a s o m b ra : a o b ra do tra id o r, do lad rão -que chega a p ro fa n a r o dom de M aria. '

Ju d a s pleiteia p a ra “ os p o b re s” — m ais um a 'm entira. L an ça a dúvida sôbre a o p o rtu n id ad e do ato de M aria. S ua defesa dos pobres serve de fachada à su a cupidez, às cobicas de su a alm a da­ nada. N ad a escapa ao S e n h o r; Êle ainda não denuncia a Ju d as, m as a h o ra vem em que êste não poderá m ais s u p o rta r a san ta presença do F ilh o de D eus, L e r 1.3:21— 30.

A in terv en ção do Senhor, tão te rn a quão firm e, v o lta a pôr as coisas em seu lu g a r”. Respondeu, pois, J esu s: Deixa-a, a fim tle que eía faça isso em preparação para o dia da Minha sepultura. Porque os pobres sempre os tendes convoscos; mas a Mim nem sempre Me tend es”, v. 7, 8.

O ato de M aria que se identifica à m o rte de seu Senhor, não uòm ente a honra, m as re ssa lta aquilo que e stá escondido no cora- *<,;ão dos outros. S egundo Marcos 14:3— 9, uns exp rim iram en tre si a sua in d ig n a ç ã o ; o u tro s irrita ra m -se c o n tra ela. D eu s pede aos que têm o N om e de Seu F ilh o que a Êle se identifiquem , que üomem p a rte em Seu opróbrio de S enhor re je ita d o e que saibam ■sofrer p o r Êle. É êsse o segrêdo da v id a a b u n d a n te que é bênção

p ara o m undo. 1

“ M as o que p a ra m im era lucro p assei a considerá-lo como perda p o r am or de C risto ; sim, n a v erdade, ten h o tam b ém com o perda tô d as as coisas pela excelência do conhecim ento de C risto losus, m eu S enhor ; pelo Q ual sofri a p erd a de tôd as estas coisas, »• as considero com o refugo, p a ra que possa g a n h a r a C risto, a '.aber, a ju stiç a que vem de D eus pela fé ; p ara conhecê-lO , e o poder da S ua re ssu rreiçã o e a particip ação dos Seus sofrim entos, * unform ando-m e com Êle n a S ua m o rte ” , Filipenses 3:7— 10. .

198 O Evangelho segundo João

2.

A multidão dos judeus cercá a Jesus em Betânia e

em Jerusalém, v. 9-19.

“ E grande número dos judeus chegou a saber que Êle estava ali; e afluíram, não só por causa de Jesus, mas tam bém para verem a Lázaro, a quem Êle ressuscitara dentre os mortos", v. 9.

Ê sse m ovim ento é in sp irad o m ais p ela curiosidade de v e r aq u ê­ le que fô ra o o bjeto de tão g ra n d e m ila g re do que pelo fato de te r enfim com preendido que Je su s é o F ilh o de D eus. Q ue c o n tra ste com os hom ens de S icàr que, p o r causa do testem u n h o da m u lh er, creram em J e su s e d eram -L h e gló ria! Cp. 4:39— 42.

“ Mas os principais sacerdotes deliberaram matar tam bém a L á zaro ; porque m uitos, por causa dêle, deixavam os judeus e criam em Jesus", v, 10, 11.

N o capítulo 11:53 os chefes do povo tom am a decisão de fazer m o rre r A quêle que, a seu ver, era d em asiadam ente puro, dem a­ siad am en te verd ad eiro e d em asiadam ente in cô m o d o ; m as ag o ra decidem tam b ém o hom icídio de L á z a ro que, ressuscitado, é a con­ firm ação viva de tu d o o que Jesu s fêz e disse. O m esm o ódio, a m esm a anim osidade vão a tin g ir os discípulos de Jesu s depois de S ua m orte. A Ig re ja p rim itiv a conheceu im ed iatam en te as p eíse- g u iç õ e s ; o livro dos A tos nos dá n arraçõ es a respeito. Ao desen­ ro la r da h istó ria da Ig re ja , os que servem fielm ente o S enhor co­ nhecem a com unhão de Seus sofrim entos, oriundos de m odo g eral da m esm a fonte, 15:20; 16:1— 4; 2 T im óteo 3:12.

O s versículos 12 a 15 resum em o que ôs três 'E vangelhos pre­ cedentes tam b ém contaram , Mateus 21:1— 11; Marcos 11:1— 10; Lucas 19:29, 44.

A s E s c ritu ra s deviam ser cum pridas. A inda que re jeitad o , o M essias e n tra em Sua cidade. É m enosprezado, desprezado pelos chefes, porém a m u ltid ão re n d e-L h e h o n ras como a o ,R e i de Isra el, na v ésp e ra de ser coroado, porém de esp in h o s; e pelos h om ens q u e colocarão em S uas m ãos um a cana, M ateus 2 7 :29, até que volte com o Ju iz dêles, com um cetro de fe rro p ara q u eb rar tô d a a re sis­ tên cia e ju lg a r o pecado da nação ju d ia e das o u tra s nações, Apo­ calipse 2:26.27; Salmo 2 e 110. (*)

Oâ v. 16— 19 descrevem o que se p assa no coração dos discí­

No documento O Evangelho Segundo João – H. E. Alexander (páginas 197-200)