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O Reino Unido é visto por outros países como um Estado insular “diferente”. Possui uma monarquia que dura há mais de um milênio e uma democracia parlamentarista que serve de modelo para o resto do mundo. O Reino Unido foi o berço de alguns dos maiores escritores universais, deu início à Revolução Industrial, originou a maior parte dos esportes mais conhecidos do mundo, além de produzir incontáveis itens tecnológicos responsáveis pelo avanço da qualidade de vida moderna. Tem realizado mais do que qualquer outra nação para unir os continentes, primeiro mediante seu grande império comercial e, depois, por meio do legado oferecido pelo inglês como língua mundial. Porém, com frequência, na direção das mudanças, os britânicos permanecem particularmente ligados ao passado. (Cultura Smart - Reino Unido)

3.1.1 Dados Gerais

Quadro 1 - Dados Gerais - Reino Unido

Nome oficial Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte

Membro permanente OTAN, União Europeia, G-7, G-8, OMC e Conselho de

Segurança da ONU Países que compõe o Reino

Unido

Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte Principal país do Reino Unido Inglaterra, Capital Londres (sendo a maior cidade da União

Europeia)

Etnia Brancos: 92,1%; Grupos étnicos minoritários: 7,9%

Principais grupos étnicos Indianos, paquistaneses, caribenhos e africanos de raça negra;

Composição familiar 2,4 membros por família

População acima dos 65 anos 15,8%

Religião Anglicana (Nacional Inglesa), Igrejas do País de Gales e da

Escócia (tradições protestantes), Principais religiões

minoritárias

Judaísmo, Hinduísmo, Islamismo

Idioma Inglês e Gales no País de Gales

Fonte: Elaborado pela autora com base em pesquisa bibliográfica.

3.1.2 Sobre a Constituição Inglesa

A formação da Constituição Inglesa, diferentemente da maioria dos Estados, se deu de uma maneira onde sua criação está fundamentada em dois momentos históricos descritos a seguir. Em 1215, no reinado de João I, ocorreu a assinatura de um acordo que limitaria os poderes da monarquia, denominado de Magna Carta. Este fato ocorreu devido as insatisfações dos barões ingleses quanto as últimas derrotas do rei, assim como a desavença entre este e a igreja católica. Além de limitar os poderes do monarca, a Magna Carta representou, também, a criação do Parlamento Inglês.

Este documento não tinha como objetivo a criação de uma unidade nacional ou de direitos para todos, mas sim apenas para uma minoria representada pelos senhores feudais. Este fato afastou a Inglaterra de ser um governo centralizado, pois privilegiou os feudos em detrimento do monarca. (Creado, 2010)

Contudo, as palavras contidas na Magna Carta, inspiraram movimentos democráticos em vários Estados e criaram os pilares de inúmeras constituições. O conceito de constituição se daria perante a composição de três características: escrita, divisão do Estado e garantia de liberdade aos cidadãos. (Creado, 2010)

“A constituição deve consagrar um sistema de garantias da liberdade (esta essencialmente concebida no sentido do reconhecimento de direitos individuais e da participação do cidadão nos atos do poder legislativo através do parlamento)” (Canotilho, 1994, p.151, apud, Creado, 2010)

Portanto, até a assinatura da Magna Carta não havia o elemento “garantia de liberdade aos cidadãos” pois está, como foi citado anteriormente, privilegiava apenas, um grupo especifico.

Já no final do século XIV, começaram as modificações estruturais na sociedade feudal inglesa, pois o sistema senhorial se encontrava enfraquecido pelo desenvolvimento do comércio, indústria e das cidades. Com esse cenário dá-se o fim do sistema feudal inglês.

Esse sistema caiu por volta de 1485 com o fim da Guerra das Rosas. Com a vitória dos Tudor e ascensão de Henrique VII como novo soberano, ficou estabelecido um governo central. O novo rei manteve o parlamento e ampliou os direitos da Magna Carta para toda a população, passando está a ser um documento de garantias.

Portanto, o ano de 1485 passa a ser o marco histórico da primeira constituição, pois apresentava as três características necessárias: escrita, representação de várias camadas na construção das leis e garantias individuais que se aplicavam aos cidadãos. (Creado, 2010)

De algum modo, apesar de ter dado origem aos princípios de devido processo legal e à igualdade de direitos, nos termos da Magna Carta, a Grã- Bretanha nunca chegou a codificar uma Constituição própria. Seu império veio e se foi, ela triunfou em guerras mundiais e, no entanto, nunca pareceu precisar de uma Constituição escrita pois seus fundamentos estão espalhados por séculos de direito consuetudinário, atos parlamentares, obrigações de tratados e convenções históricas. (Griff, 2015)

Para Griff (2015) as constituições surgem quando há grandes movimentos ou revoluções. E estes fatores nunca estiveram presentes na Grã-Bretanha. Portanto, para o autor, embora surjam desafios a serem enfrentados, até hoje, uma constituição não se fez necessária.

O Reino Unido, considerado o “berço da democracia”, apresenta em suas leis e decretos uma natureza democrática, e suas liberdades são usufruídas pelas pessoas como um processo contínuo. Além disso, a justiça legal britânica se baseia no que se denomina regra do precedente, ou seja, o que foi determinado anteriormente em uma situação semelhante, respeitando os regramentos legais, induz ao julgamento presente pois este se baseia, fundamentalmente, na história. (Norbury, 2013)

3.1.3 A formação politica

Segundo NORBURY (2013) no contexto político, o Reino Unido apresenta duas formas totalmente distintas de governo: primeiramente, no poder executivo, encontra-se a rainha. Embora seja chefe de Estado, possui um papel fundamentalmente cerimonial. Em termos legais, a rainha é parte integrante da legislatura governamental, chefe do judiciário e comandante-chefe de todas as Forças Armadas da Coroa. Também é a governadora suprema da Igreja Oficial. Cabem a ela três direitos principais: o direito a ser consultada, o direito de aconselhar e o direito de alertar.

Após as eleições legislativas da câmara baixa do Parlamento, o líder do partido majoritário ou o líder da coalizão majoritária normalmente é nomeado como primeiro-ministro pela rainha para um mandato de cinco anos. O primeiro-ministro é o chefe do governo e detém todos os poderes executivos, incluindo a implementação das leis no país e o gerenciamento dos assuntos corriqueiros. O Gabinete dos Ministros é nomeado pelo primeiro-ministro.

Já o poder legislativo no Reino Unido é bicameral. O Parlamento é formado pela Câmara dos Lordes (a câmara alta), com aproximadamente 625 membros vitalícios, 92 membros hereditários e 26 membros do clero; e pela Câmara dos Comuns (câmara baixa), com 646 cadeiras e cujos membros são eleitos por voto universal para mandatos de cinco anos. O governo responde diretamente ao Parlamento e é dependente dele.

Os três principais partidos políticos atuantes no Reino Unido são o Partido Trabalhista, de esquerda socialista e socialdemocrata; nasceu do movimento sindical do século XIX. O Partido Conservador, de centro-direita, acredita na economia de livre mercado, no fortalecimento militar e nos valores culturais tradicionais; e o Partido Liberal-Democrata, de centro, moderadamente pró-europeu e que se opôs à guerra no Iraque e é grande defensor dos direitos civis.

Os líderes políticos que atualmente se encontram no poder são a Rainha Elizabeth II, desde fevereiro de 1952, representando a monarquia e a primeira ministra Thereza May, desde julho de 2016, pertencente ao partido conservador.(Norbury, 2013)