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A União Europeia é um bloco econômico, único, composto atualmente, por 28 países que, juntos, abrangem boa parte do continente europeu. Ela foi criada como consequência da Segunda Guerra Mundial, pois ao final desta, os Estados europeus estavam ansiosos para encontrar uma forma que evitassem novos conflitos.

Os objetivos iniciais que levaram à criação deste bloco foram o de promover a cooperação econômica baseada na ideia de que os países que comercializassem entre si tornar-se-iam economicamente interdependentes e assim, mais propensos a evitarem conflitos. Contudo, o que começou com uma união que tinha como pauta principal a economia, evoluiu para um agrupamento de Estados voltados para as mais diferentes áreas, tais como: política externa, segurança e defesa, desenvolvimento e ajuda humanitária, mudanças climáticas, meio ambiente e saúde, relações externas e segurança, justiça e migração. (Costa, 2017).

O primeiro estágio dessa unidade comum foi a criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, em 1951, que tinha como objetivo reunir a Alemanha Ocidental, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo e Holanda em torno de uma relação comercial de carvão e aço que evitasse assim novos conflitos.

Em um passo seguinte foi criado a EURATOM, que era um tratado para a produção de energia nuclear para uso dos civis.

Em ambos os casos, a ideia era integrar os recursos necessários para a fabricação de armamentos em uma estrutura que impedisse seu uso para fins militares e promovesse a cooperação entre as elites e a coexistência pacífica das nações europeias. O objetivo era criar uma solidariedade tangível entre os europeus que fosse além de mero diálogo diplomático e trocas econômicas. (Costa, 2017, p. 31)

O segundo motivo que levou os Estados a verem com bons olhos esta união foi o desejo e a possibilidade de promover a reconstrução e o desenvolvimento da Europa. Estas razões estavam pautadas em duas vertentes econômicas: o intervencionismo dos Estados, principalmente no setor agrícola, e o liberalismo, aplicado nos demais setores.

Portanto, estas duas propostas tiveram como objetivo principal a realização do sonho de unificação da Europa baseada inicialmente no interesse

econômico comum e no reconhecimento das percepções mistas de seus membros quanto a seus propósitos, métodos e fronteiras. (COSTA, 2017)

A União Europeia evoluiu com as portas abertas à adesão de novos Estados europeus. Em todo esse período de integração, verificou-se um processo crescente de adesões que ampliou o espaço comum com a aproximação de novos Estados-Membros aos seis que já compunham esta organização.

O primeiro alargamento, após 1951, ocorreu em 1973, com o ingresso do Reino Unido, da Irlanda e da Dinamarca. O Reino Unido já havia recusado o convite para participar da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA). O governo britânico mudou de ideia e apresentou a candidatura em 1961 e em 1967, mas teve suas pretensões rechaçadas ambas as vezes pelo líder francês Charles de Gaulle. Tendo em vista que a entrada de um novo membro exigia o voto afirmativo de todos os membros do Conselho, a oposição francesa conseguiu bloquear o ingresso de Londres.

Ao longo do tempo houve sucessivas adesões de outros países, que estão apresentados no quadro abaixo ordenados cronologicamente pela adesão:

Quadro 2 - Adesões à União Europeia

Fonte: Elaborado pela Autora.

1957: O Tratado de Roma e a Europa dos 6 O Núcleo Fundador da Integração

França, Alemanha Ocidental, Itália, Bélgica, Luxemburgo, Holanda

1973: A Europa dos 9 O primeiro Alargamento

Reino Unido, Irlanda, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Bélgica, Luxemburgo, Holanda

1981/1986: A Europa dos 12 A Incorporação da "Periferia ocidental"

Grécia (1981) Portugal e Espanha (1986)

Reino Unido, Irlanda, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Bélgica,

Luxemburgo, Holanda

Demais Adesões

Áustria, Finlândia e Suécia (1995)

Polônia, Hungria, República Tcheca, Eslováquia, Estônia, Letônia, Lituânia, Eslovênia, Malta e Chipre (2004)

Romênia e Bulgária (2007) Croácia (2013)

A criação da União Europeia e as sequentes reformas do Tratado de Amsterdã equivalem ao surgimento de uma nova organização internacional governamental, que tem seu reconhecimento identificado como sendo um ator no sistema internacional. Com o objetivo de fortalecer as ações desse bloco através de suas políticas comuns, o período compreendido entre 1992 a 1997, representou a busca pelo fortalecimento dos laços entre os Estados-membros, que tiveram sua sustentação nas iniciativas de reestruturação institucional e o reconhecimento da importância de uma identidade sociocultural europeia.

O objetivo destas iniciativas era a criação de um conjunto de medidas político-sociais, sustentável para a integração, que conduzisse à uma unificação de ações e identidades. Esta construção no bloco tinha como objetivo incorporar procedimentos decisórios governamentais (prevalecendo a soberania do Estado) a supranacionalidade, bem como a cidadania europeia. O resultado disto foi o surgimento de um sistema decisório com alta complexidade e com alta sensibilidade às pressões nacionais, assim como a tentativa de estabelecer o equilíbrio entre o particular e o geral em termos sociais, cuja a aceitação popular se modifica conforme o país e as suas condições sociais, econômicas, culturais, e a situação política presente no momento. (Pecequilo, 2014).

A União Europeia não é um agente estático, mas sim dinâmico, que evolui de acordo com o ritmo do contexto internacional. A crise econômica e financeira impactou a capacidade da União Europeia de participar do cenário internacional, especialmente em um momento de ocorrência de grandes mudanças geopolíticas. A definição de uma nova ordem mundial, com poderes não ocidentais ocupando posições melhores, força a União para que redefina sua posição no mundo e suas prioridades em relação às ações externas. (Costa, 2017).

3.2.1 Estrutura Política da União Europeia

Figura 1 - Estrutura Política da União Europeia

Fonte: europarl.europa.eu.