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Da campanha de Portugal à empresa de Inglaterra.

Uma das primeiras preocupações das autoridades espanholas após a integração da Coroa de Portugal na Monarquia Hispânica foi procurar garantir a segurança dos navios das frotas das Índias ocidentais e da Carreira da Índia nas paragens do Cabo de S. Vicente; e para ajudar a cumprir esse desígnio estratégico no qual as duas Coroas se encontravam mutuamente empenhadas desde o início da década de 1550, para protecção da costa, da cidade de Lisboa (onde a Corte passou a residir), bem como para auxiliar na expugnação das ilhas rebeldes dos Açores, foi necessário reservar uma parte das galés de Espanha, que ficaram sob as ordens do marquês de Santa Cruz. As restantes doze unidades, a cargo de D. Francisco de Benavides, foram enviadas de regresso ao Puerto de Santa Maria para que guardassem a costa da Andaluzia e do Algarve (entre Cádis e o cabo de S. Vicente), procurando acudir a qualquer empreendimento das galés turcas, argelinas ou tunisinas, e dos corsários ingleses e bretões, para maior segurança das Carreiras de ambas as Índias321. E para reforçar este dispositivo, foram enviadas de Lisboa outras seis galés espanholas, a cargo de Francisco de Montes Doca, transportando seiscentos soldados de infantaria322.

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«[...] vais luego con esas doze galeras o las que dellas os pareciere que vastaran para su seguridad adonde se hallaren las naues de la dicha flota, y desde alli con las dichas galeras en su conserua y la asegureis hasta dexarla en el puerto de Sanlucar de Barrameda, quedando las demas galeras que no fueren a asegurarla en el dicho cauo y costa del Algarue a que aseguren la armada que viene de la Yndia, destos dichos rreynos de Portugal, y las galeras que fueren a asegurar la flota de Nueua España dexandola en el dicho puerto de Sanlucar, buelban luego con gran diligencia al dicho cauo de San Bicente y costa del Algarue y atiendan a la seguridad de la dicha armada de la Yndia y la aseguren conforme a lo que tengo ordenado»: carta de Felipe II a D. Francisco de Benavides (1582 Ago. 19, Lisboa); publicada in Bauer Landauer, Ignacio, Don Francisco de Benavides, cuatralvo de las galeras de España, Madrid, 1921, págs. 177-78.

322

Carta de Felipe II a D. Francisco de Benavides (1582 Ago. 31, Lisboa); publicada in Bauer Landauer,op. cit., págs. 179-80.

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Na longa e detalhada Instrução323 enviada ao marquês de Santa Cruz, «capitan general de las galeras despaña y del armada», nas vésperas da partida do monarca para Castela e da armada espanhola para os Açores, ficava claro que as galés que «quedaren en este río y puerto» (de Lisboa) deviam permanecer sob o seu comando, e que na sua ausência devia nomear em sua substituição um «caballero de tal calidad y prendas, que hincha el lugar decentemente». A mesma instrução não deixa dúvidas quanto ao seu estatuto de «galeras despaña que ay en el rrio y puerto desta ciudad de Lisboa»324, comandadas, guarnecidas e tripuladas por oficiais, soldados e marinheiros espanhóis (e italianos), e abastecidas por conta da Hacienda Real de Castela325; não obstante foi frequentemente designada por esquadra de galés da Coroa de Portugal.

Para evitar desinteligências entre a gente das galés e os da terra, Felipe II exigiu que fossem tomadas todas as diligências possíveis, incluindo a severa punição dos culpados, quer fossem «gente de las galeras», ou «gente natural de la tierra»326. As alterações (ou «pendencias») que opunham a população e a gente das companhias portuguesas aos soldados espanhóis e italianos que residiam ou frequentavam a cidade e o porto de Lisboa327, aconteceram com frequência ao longo do período filipino, ainda que raramente tivessem atingido proporções que pusessem em risco a segurança da capital, embora não deixassem de ser uma fonte de preocupação e conflitos jurisdicionais.

323

MN, Col. FN, tomo XLI: Instrução Real para o marquês de Santa Cruz (1583 Fev. 10, Lisboa); publicada in Fernández Duro, La conquista de las Azores en 1583, (Madrid, 1886), doc. 58, págs. 379-86.

324

Carta de Felipe II a D. Francisco de Benavides (1582 Out. 4, Lisboa); publicada in Bauer Landauer, op. cit., pág. 182.

325

Parágrafo 3º da referida Instrução: «La paga de la gente de las dichas galeras y el librar la vitualla para la provisión dellas, se ha de hacer por libranzas vuestras el tiempo que residiéredes aquí, y en vuestra ausencia por las de la persona que dejáredes con las que quedaren en este río y puerto; y cuando se hubieren de pagar, se me ha de enviar una relación privada de vuestro nombre y señalada del mi veedor y contador de las galeras de España, del dinero que será necesario para su paga [...] sacádola de las arcas que ha de haber aquí, del dinero que hobiere en ellas».

326

Idem, § 7º.

327

«[...] habiendo aquí dos mil soldados portugueses, y los de las galeras y los míos, sucedió que yo supiese tres ó cuatro pendencias con los de las galeras y los portugueses, y con los italianos de las naves. No entraron soldados de este tercio en estas ni fueron peligrosas, aunque mataron un soldado de galera en una; despues estos en otra pendencia mataron un portugués»: BNE, Ms. E 54, fol. 62 v: carta de D. Juan de Silva a D. Cristóvão de Moura (1594 Jul.); publicado in CODOIN, t. XLIII, págs. 536-42.

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A importância atribuída às galés neste período era tal, que quando as unidades que se encontravam em Lisboa integraram a expedição com que o marquês de Santa Cruz empreendeu a submissão da ilha Terceira (e das demais ilhas dos Açores ainda fiéis a D. António), deixando «solas las demas costas destos reynos», Felipe II considerou necessário fazer deslocar, de Itália para a Península, a esquadra de galés de Juan Andrea Doria328, para que as galés espanholas de D. Francisco de Benavides ficassem disponíveis para aguardar as frotas de Tierra Firme e de Nueva España no cabo de S. Vicente, e conduzi- las em segurança até à barra de Sanlúcar, como normalmente sucedia.

A acção das galés estava longe de se esgotar na execução destas missões; à esquadra de D. Francisco de Benavides era igualmente ordenado que escoltasse os navios que se enviavam de Lisboa com abastecimentos para as praças portuguesas em África329 (Ceuta, Arzila, Mazagão, e particularmente Tânger, então cercada pelos mouros), por causa da extrema necessidade que estas então padeciam (especialmente de trigo), agravada pelos constantes apresamentos de que eram vítimas os navios de socorro enviados desde o outro lado do Estreito330.

No princípio de Agosto de 1585, as seis galés da esquadra da Coroa de Portugal, de que era capitão geral D. Alonso de Bazán, largou de Lisboa em direcção ao cabo de S. Vicente para aguardar, tal como nos anos anteriores, para aguardar as frotas das Índias, levando a bordo setecentos e pessoas de «cabo e infantería» e abastecimentos para dois meses331. De regresso a Lisboa, as galés foram objecto de uma inspecção, juntamente com as restantes unidades da armada, acompanhada pessoalmente pelo marquês de Santa Cruz e pelo Cardeal Arquiduque, os quais puderam então constatar a boa

328

Archivo Doria Pamphilj (Roma), Bancone 65, nº 3 (cópia no AGS, Estado, Leg. 1417-131): carta de Felipe II a Juan Andrea Doria (1583 Abr. 24, Madrid); publicada in Vargas-Hidalgo, op.

cit., pág. 1115.

329

Carta de Felipe II a D. Francisco de Benavides (1583 Jul. 11, Madrid); publicado in Bauer Landauer, op. cit., págs. 198-99.

330Carta de Felipe II a D. Francisco de Benavides (1584 Abr. 26, Madrid); publicado in Bauer Landauer,op. cit., pág. 213.

331

AGS, GA, Leg. 178, docs. 89 e 92: relação anónima (1585 Ago. 1, Lisboa); publicado in BMO, vol. I, doc. 426, págs. 495-96.

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ordem em que aquelas se encontravam, mas também as debilidades decorrentes do elevado número de anos que contavam ao serviço da armada, agravadas por um avitualhamento insuficiente. Para remediar essa situação, o marquês de Santa Cruz solicitou a Felipe II que enviasse para Lisboa o capitão Gutierre de Arguello332, para «dar priesa a la maestranza de las galeras, que es lo que haze en el punto»333.

A necessidade de manter em Lisboa uma esquadra de galés com capacidade operacional para defender a barra do Tejo e as costas do Reino, tornou-se ainda mais indispensável a partir desse ano de 1585, em que se iniciaram as hostilidades entre a Espanha e a Inglaterra, para impedir que as armadas inglesas empreendessem alguma acção contra Lisboa, ou procurassem bloquear a sua barra, interrompendo e ameaçando as comunicações e o tráfego comercial entre a metrópole e as suas possessões ultramarinas, tal como o Adelantado prognosticou, e como veio de facto a ocorrer em 1587 e 1589334.

Mas apesar de todos os avisos e necessidades, na primavera seguinte o marquês de Santa Cruz informava Felipe II de que a esquadra não conseguia assegurar inteiramente a sua missão, porque o estado das galés não lhes permitia navegar até à Galiza, para «tener guardado y cortado el paso del cabo Finisterre»335, e aconselhava o monarca a ordenar a substituição das seis unidades de Lisboa por outras tantas da esquadra de Espanha336. No entanto,

332

O qual ainda permanecia em Lisboa em meados de 1595, data em que elaborou um parecer sobre as galés e galeaças do Tejo, a pedido de D. Juan de Silva (AGS, GA, Leg. 428-17).

333

Carta do Marquês de Santa Cruz a Felipe II (1585 Out. 16, Lisboa); publicado in BMO, vol. I, doc. 465, págs. 523-34.

334

«Y si en Lisboa no huviera galeras pudieran haver venido a Cascaes y dar fondo a largo de la artillería del castillo y señorear la voca del río y tener sitiada Lisboa, para que no entrara ni saliera ningún navío del río contra su voluntad, y esperar allí con comodidad a que vinieran las naos de la India, Malaca, Santomé, Cabo Verde y el Brasil, que suelen venir desde julio adelante, y esto no lo havrá osado hazer por las galeras que ay en el río de aquella ciudad, que donde las ay, las naos del enemigo no son para ningún efecto»: AGS, GA, Leg. 179-86: Memorial do Adelantado de Castela (1585 Out.); publicado in BMO, vol. I, doc. 478, págs. 531- 32.

335

MN; Ms. 501, col. FN, t. XLI, doc. 226: carta de Felipe II ao Marquês de Santa Cruz (1586 Abr. 2, S. Lourenço); publicado in BMO, vol. I, doc. 575, págs. 84-85.

336

«[...] podría Vuestra Magestad mandar que viniesen seis de las de España y que otras seis de éstas fuesen en su lugar al Andaluzía, pues para seruir este verano en aquellos mares y yr después a trocarse a Barcelona lo podrán hazer muy bien con el adovio que aquí se les hiziere, que será en quinze días»; Archivo de la Casa del Marqués de Santa Cruz, Leg. 11, pieza 18,

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nesse mesmo ano foi necessário enviar seis galés para guarda das Índias ocidentais (duas para Cartagena, duas para Santo Domingo e outras duas para Havana), o que reduziu significativamente os efectivos da esquadra de Espanha, já bastante afectada pela imobilização forçada de algumas unidades «innabegables», e inviabilizou a concretização do projecto de D. Álvaro de Bazán. E para não deixar de guardar convenientemente as costas da Andaluzia e de Portugal, Felipe II voltou a ordenar a Juan Andrea Doria que passasse a Espanha com a esquadra do seu comando337.

Na Primavera seguinte, 29 de Abril de 1587, a armada inglesa comandada por Sir Francis Drake apareceu sobre Cádis e, apesar da oposição de oito galés e uma galeota que comandava D. Pedro de Acuña338, entrou naquela baía com toda a armada, queimando e apresando vinte e quatro embarcações339; só a presença acidental de duas galés junto à ponte de Suazo, onde tinham ido

despalmar, impediu um desembarque que, a ser bem sucedido, poderia ter

causado graves dificuldades aos defensores da cidade. Apesar da incapacidade revelada pelas galés para impedir a acção da armada inglesa naquela baía, os cidadãos de Cádiz consideraram a sua presença e actuação indispensáveis para a segurança da cidade340.

Ao invés de se contentar com o sucesso militar já atingido, ou de se vangloriar com a importância dos danos causados ao comércio espanhol, ou com o atraso provocado nos preparativos empreendidos para a invasão de Inglaterra, Sir Francis Drake, depois de constatar pessoalmente a dimensão dos meios até então mobilizados em Lisboa e na Andaluzia, e de recolher informações sobre doc. 4: carta do marquês de Santa Cruz a Felipe II (1586 Abr. 9, Lisboa); publicado in BMO, vol. II, doc. 589, págs. 93-94.

337

Archivo Doria Pamphilj (Roma), Bancone 65, nº 4 (cópia em AGS, Estado, Leg. 1418-172): carta de Felipe II a Juan Andrea Doria (1586 Mai. 19, Odon); publicada in Vargas-Hidalgo, op.

cit., págs. 1183-84.

338

Lugar-tenente do Adelantado, e comandante interino da esquadra de Espanha durante a ausência deste.

339 Entre as embarcações afundadas pelos ingleses contavam-se quatro naus da frota de

Nueva España (já descarregadas), um galeão do marquês de Santa Cruz, e dois navios portugueses; AGS, GA, Leg. 197-182: relação anónima (1587 Mai.); publicada in BMO, vol. III, t. I, doc. 1583, pág. 245.

340

«Esta ciudad, con la poca gente [que] avía, con tan buena ayuda nos tenemos por fuera de peligro, del que sin duda pasaramos si las galeras de Vuestra Magestad en esta bahía no se hallaran»; AGS, GA, Leg. 197-126: carta da cidade de Cádis a Felipe II (1587 Abr. 30, Cádiz); publicada in BMO vol. III, t. I, doc. 1565, pág. 235.

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a contribuição e o auxílio que a Espanha esperava das suas possessões (americanas) e das potências aliadas, deu conhecimento ao Secretário Walsyngham da sua intenção de procurar «to intercept their meetings by all possible means we may»341.

Depois de abandonar Cádiz, a armada inglesa procurou provocar novos danos, desta feita na costa do Algarve: primeiro em Lagos, cujas fortificações foram consideradas suficientemente sólidas para resistir a um assalto, e forçaram o reembarque dos mil e cem soldados ingleses que procuravam surpreendê-la; e no dia seguinte, em Sagres, onde as forças ingleses se apoderaram da fortaleza, dos fortes da Balieira e Boliche, e do castelo e mosteiro de S. Vicente342, que incendiaram antes de abandonar o local343.

É possível que o plano de campanha então traçado por Drake, determinasse a permanência da armada inglesa nas paragens do cabo de S. Vicente, durante o maior espaço de tempo possível, (constituíndo aquilo a que Corbett denominou «a permanent station») aguardando pela chegada das frotas de Nueva España e Tierra Firme, e interceptando os reforços enviados para Lisboa. Mas quaisquer que fossem as suas intenções iniciais, Drake e os seus comandantes decidiram evitar o risco de serem surpreendidos pelas galés do

Adelantado, o qual, obedecendo a uma ordem de Felipe II, havia seguido a

armada inglesa até ao cabo de S. Vicente344. Foi este receio, aliás, que moveu

341State Papers, Domestic, CC, 46: carta de Sir Francis Drake a Walsyngham (1587 Abr., a bordo do Elizabeth Bonaventure); publicado in Corbett, Corbett, Julian Stafford (ed.), Papers

relating to the Navy during the Spanish war, 1585-1587, Aldershot, 1987, págs. 107-9.

342

«Auera noue annos e mejo que o Mosteiro de S. Vicente do Cabo no Algarue, desta Prouincia da Piedade, foi queimado e destruído pelos ingreses, iuntamente com as casas de V. Mag.de que iunto a elle estauão»; ANTT, CC, P. I, M. 113-106: Carta de Frei Estêvão de Campo Mayor (ministro provincial da Província da Piedade) a Felipe II (1596 Out. 6, Convento de S. Francisco de Vila Viçosa).

343«We landed about 1,100 men, which went before the town of Lagos within musket shot of the

walls thereof, but found it so strong that they retired back to our ships without any assault given to the same. The next day men were landed near Cape Sagres and marched to the castle thereof, which they assaulted, and it was yielded the same day. Likewise the same day the castle on Cape St. Vincent and two other forts near those castles were abandoned by the Portingals, whereof our men had the spoil. After that we also burnt a village of fishermen's cottages about 5 leagues to the eastward of Lagos»; Public Record Office, State Papers, Domestic, CCII, 14: carta de William Borough ao Lord Almirante de Inglaterra (1587 Jun. 15, ao largo de Dover, a bordo do “Lion”); publicado in Corbett, op. cit., págs. 142-43.

344

AGS, GA, Leg. 206-38: carta de Felipe II ao Adelantado (1587 Mai. 4, Aranjuez); publicado in BMO, vol. III, t. I, doc. 1624, pág. 268: «[...] os ordeno y mando que le vayáis a la cola, haziendo el que se pudiere hasta el cabo de San Vicente [...]».

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o vice-almirante William Borough a manifestar vigorosamente a sua oposição à pretensão do almirante de atacar as fortificações de Sagres, e de eventualmente estabelecer uma base em terra345.

A decisão de Drake de não permanecer no cabo de S. Vicente, poupou à armada inglesa um inevitável confronto com a armada que o Adelantado contava ter em breve à sua disposição, e que seria idealmente composta pela esquadra de Espanha (a que se haviam acrescentado algumas unidades que entretanto se haviam adereçado), pelas quatro galeaças napolitanas de D. Alonso de Luzón, pelo tercio de D. Diego Pimentel (que haviam chegado a Cartagena no final do mês de Maio), pelas vinte galés de Juan Andrea Doria que Felipe II mandara vir de Itália (caso chegassem a tempo), e/ou com a armada que o marquês de Santa Cruz aprestava em Lisboa346.

Do cabo de S. Vicente a armada inglesa rumou ao cabo Espichel, onde chegou no dia 19 de Maio, sem surpresa das autoridades portuguesas e espanholas, que já haviam tomado as medidas defensivas necessárias para impedir qualquer tentativa de desembarque. Talvez por isso, a armada inglesa pouco mais pode fazer do que «deixar-se ver à entrada do rio, frente a Cascais (à vista de Lisboa)» e das galés de D. Alonso de Bazán, como escreveu o Vice-

admiral William Borough, comandante do “Lion”, no relatório que enviou (alguns

dias mais tarde) ao Lord High Admiral de Inglaterra347.

345«[...] those galleys sent to lie upon this coast, to wait opportunity to take the advantage upon

us (as this night divers of my company said they saw three between us and shore even at the very instant when the gale began)? You know they may be upon the coast near at hand where they may see us, or have intelligence where we are, and what we do from time to time, and yet we not [able] to see them nor have any knowledge of their being. So may they wait for your landing, and cut you off and endanger the fleet (if it be calm and the ships at anchor where they cannot traverse to make play with them); yea, they may trouble us and do some mischief to our fleet, being calm, as of late it hath been, if we keep so near the shore scattered as yesterday and in former time we did, albeit we attempt not to land»; carta de William Borough a Sir Francis Drake, publicada in Corbett, op. cit., págs. 126-27.

346

«[...] es de esperar en Nuestro Señor llegarán en saluamento las galeaças y naos de Napoles con aquella infanteria; y entonces juntandose todo este cuerpo de fuerças que se presupone seran 24 naos, 20 galeras, pues con los remos que vendran se podran armar todas las de España y las quatro galeaças, camine todo y las galeras de Italia, que an de venir a junctarse con las de España si llegaren a tiempo la buelta de Lisboa, a buscar el enemigo traçando que al mismo tiempo salga el Marques de alli con su armada de naos, galeras y pataches y vengan a tomar el enemigo en medio […]»; AGS, GA, Leg. 196: consulta do Conselho de Guerra a Felipe II.

347

«Our fleet showed themselves at the entrance of the River Lisbon against Cascaes (in sight of Lisbon), where met us 7 galleys, in the which was the Marquis of Santa Cruz. These are the

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Os acontecimentos daqueles dias, tal como são relatados na relação enviada pelo Capitão Geral da Armada do Mar Oceano a Felipe II, confirmam a importância do papel desempenhado pelas galés no sistema defensivo das costas, barras, e portos peninsulares, e particularmente da cidade de Lisboa:

“Despues de scrita la que va con esta se tuuo auiso que el armada ynglesa venia la buelta de Secimbra a los XIX deste, y por ser aquel lugar auierto trate con el Señor Cardenal Archiduque lo que se debria hazer para que no lo saqueasen, y assi se acordo que yo ordenase luego a don Fernando de Agreda que con tres compañias con que esta en Setubar fuesse meterse en Seçimbra y estoruar el enemigo la desembarcaçion, y que don Alonso de Vaçan embarcasse en las galeras 200 arcabuzeros de los del castillo desta ciudad, y otros 500 hombres de la armada de