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2 A PROBLEMÁTICA DA MOBILIDADE URBANA NA CIDADE DE SÃO PAULO

2.5 A FROTA CIRCULANTE DE VEÍCULOS E TENDÊNCIAS

A frota circulante em São Paulo é um dos desafios que a cidade tem e está diretamente ligada com os congestionamentos diários. O monitoramento, fiscalização e controle são fundamentais para se ter conhecimento da quantidade de veículos que se tem registrado na cidade e o quanto destes veículos efetivamente circulam na cidade. O tamanho da frota também diverge de acordo com as fontes pesqui- sadas.

A frota registrada na cidade de São Paulo é considerada por meio da base de dados do DETRAN de São Paulo. Se for utilizado a base de dados no período que foi feita a inspeção ambiental veicular nos anos 2010, 2011 e 2012, estes números são bem menores, tornando um entendimento mais realista

da frota circulante que mantém os tributos e conservação do veículo em relação aos cadastrados na base de dados do DETRAN.

Há também uma terceira forma de se medir a frota, porém são considerados os veículos com os tributos em dia e atrasados em até dois anos. Neste estudo os números são mais amplos, sendo possível comparar apenas os valores gerais por estados no Brasil.

Tomando como referência o estado de São Paulo, a frota cadastrada no DETRAN teve no final de 2017 a quantidade de 29.164.426 veículos, sendo que, na pesquisa feita, teve no mesmo período uma quantidade de 18.654.322 veículos; isto é, há uma diferença de 10.510.104 veículos ou 64,0% da frota do Estado de São Paulo [15, 93].

Conforme a Tabela 2.5, há valores da frota segmentada que fizeram a inspeção ambiental vei- cular nos anos de 2010 a 2012.

O primeiro ponto a ser observado é que proporcionalmente não houve maior ou menor adesão de veículos cadastrados na cidade de São Paulo neste período de três anos. Utilizando os três valores por ano da frota, pode se assumir um desvio padrão de ± 1,20% e uma média aritmética destes três anos de 42,90%. Em suma, com base nessas proporções é possível afirmar que não houve acréscimo ou decréscimo da frota neste período que fizeram inspeção ambiental veicular.

Tabela 2.5: comparativo frota da cidade de São Paulo referente ao número de veículos cadastrado no DETRAN – SP [15] e que fizeram inspeção ambiental veicular no mesmo período.

Ano 2012 [96] 2011 [95] 2010 [94] Automóvel 2.646.258 2.719.241 2.662.482 Motocicleta 263.925 268.188 266.205 Total Otto 2.910.183 2.987.429 2.928.687 Diesel leve 61.645 59.763 55.018 Ônibus 20.177 19.872 20.961 Caminhões 74.082 53.347 58.816 Total Diesel 155.904 132.982 134.795 Total veículos 3.066.087 3.120.411 3.063.482 Frota DETRAN-SP 7.379.534 7.207.165 6.973.958 % Frota regular 41,50% 43,30% 43,90% Média 42,90% % Desvio Padrão ±1,20%

O segundo ponto observado, é que mesmo em um período em que as vendas de veículos esta- vam em alta e que antecederam uma crise econômica no país, não houve um aumento de frota neste período, mas sim, como indica, uma renovação de veículos.

Os números levantados na figura 2.36 [15], somente com a base de dados do DETRAN, conti- nuaram a aumentar, independentemente dos efeitos econômicos na sociedade, na produção de veículos e na responsabilidade de manter os veículos com os tributos em dia. Por este motivo há uma grande oportunidade para a regularização da frota na cidade de São Paulo.

De acordo com a Mobilidade no Sistema Viário Principal de 2016, a composição da frota de acordo com o volume de veículos, é composta por: 80,0% de automóveis; 15,4% de motocicletas; 1,4% de caminhões; 2,3% de ônibus urbano; 0,5% de ônibus fretado; e 0,5% de bicicletas [97].

Figura 2.36: quantidade de veículos registrados na base do DETRAN – SP.

Nos últimos anos há uma crescente demanda na locação de veículos que são impulsionados por aplicativos como Uber, Easy e 99. Os profissionais autônomos têm a função de prestar o serviço de mobilidade individual ou compartilhada sem a necessidade de se ter o bem.

Esta modalidade representou no final do ano de 2018 a participação de 20% da locação de veículos na empresa Unidas e 10% na empresa Localiza. As ações cresceram 11% no índice da Ibo- vespa de 2018 e deve atrair investidores para este segmento [98].

Ao contrário no que ocorreu na economia do país, entre os anos de 2016 a 2017, o número de pessoas empregadas diretamente ao setor de locação passou de 76.598 para 80.378, um crescimento de

5%. A média de idade está em torno de 37 anos neste mesmo período, caracterizando pessoas da gera- ção Y. Destes, 59% representam funcionários com escolaridade com ensino médio completo. Somente 9% tem ensino superior completo [99].

Outro ponto interessante está na concentração de veículos alugados em um único estado do país com um número superior aos demais, não sendo o estado com mais concentração de automóveis. O estado Minas Gerais é responsável por 67,0% da frota e 77,5% dos emplacamentos realizados em 2018. Este número reflete no número de empresas, das 13.182 empresas de locação de veículos existentes no país, 2.022, isto é, 15,3%, operam no estado [100].

A cidade de Belo Horizonte tem aproximadamente 1% da população no Brasil, mas em 2018 foi responsável por 16% das vendas dos veículos no país. Não porque o crescimento regional foi repre- sentativo, mas porque há um benefício fiscal referente à redução de alíquota do Imposto sobre a Pro- priedade de Veículos Automotores (IPVA) aos veículos registrados como pessoa jurídica [101].

Um automóvel nacional tem uma alíquota de 4% no IPVA enquanto que, as locadoras com sede no estado de Minas Gerais, uma alíquota de 1%, que direciona um grande volume de vendas em apenas um estado. Este benefício se estende para os estados de Goiás, Tocantins e Distrito Federal. O fato é que há uma incoerência na arrecadação do imposto se o princípio estivesse relacionado às melhorias das vias por onde o veículo circularia, visto que não necessariamente estão rodando no estado de ori- gem.

Por outro lado, nota-se que os benefícios fiscais são indicadores de relevância e podem alterar o hábito das pessoas e, consequentemente, é uma possibilidade para melhorar a mobilidade urbana no centro expandido da cidade de São Paulo.

Além da frota registrada na cidade de São Paulo, há também a frota de veículos que utilizam diariamente as estradas para se chegar na cidade. Diariamente houve uma circulação de 360.419 auto- móveis, 22.530 motocicletas e 14.594 entre ônibus e vans no ano de 2017 [30].

3 OS SISTEMAS CIBER FÍSICO COMO MEIO DE REDUÇÃO DOS CONGESTIONA-