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2.1 UM ARQUIPÉLAGO DE HISTÓRIAS E PATRIMÔNIOS

2.1.2 Breve Etnohistória sobre os Marajoaras e sua Cerâmica

2.1.2.1 A Pesquisa de João Barbosa Rodrigues (1842-1909)

João Barbosa Rodrigues é um nome que figura entre os grandes cientistas brasileiros. Formado em engenharia, atuou em diversas áreas da ciência, entre elas, antropologia, arqueologia, paleontologia, linguística, botânica, química e farmácia, obtendo reconhecimento nacional e internacional. Foi o fundador do, então, Museu Botânico da Amazônia, o qual dirigiu por sete anos. Entres seus grandes feitos, além do que relato, consta a primeira denuncia sobre a diminuição de água potável no Brasil, em congresso científico na França, fato inacreditável na época. Também criou a etnolinguistica e a etnobotânica, métodos utilizados para classificar artefatos arqueológicos, que permanecem atuais. Durante os últimos dezenove anos de sua vida esteve na direção do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (Globo Ciência, 2009); Sá (2001).

A pesquisa de João Barbosa Rodrigues vem contribuir significativamente para a exposição da razão do interesse científico nos tesos e na cerâmica encontrada no Marajó. Seus registros em “Armas e Instrumentos de Pedra”, “Atterros Sepulchuraes” e “Arte Cerâmica”, do ensaio intitulado “Antiguidades do Amazonas” são o relatório de algumas das investigações que o cientista fez no vale Amazônico, onde encontrou cemitérios indígenas, dentre outros, tesos e sambaquis. Nestas

obras, Barbosa Rodrigues compara seus achados com os que outros pesquisadores haviam feito, sobretudo, em quatro “atterros” no Marajó, localizados no lago Guajará, nos campos da fazenda fortaleza; na Ilha de Camutins, no rio Anajás; e o Pacoval, no lago Arari.

Sá (2001) assinala que era característica das investigações de João Barbosa Rodrigues o aprofundamento nas teorias e descobertas feitas sobre a região onde pretendia desenvolver suas pesquisas. Os estudos apontados acima corroboram a percepção da autora, pois, neles, o cientista traz apontamentos fundamentados em registros históricos e obras de diversos outros estudiosos em âmbito nacional e internacional. Ao falar sobre contradições históricas e abordagens insuficientes a respeito das populações Amazônicas, sobretudo, aquelas que habitavam a Amazônia marajoara o autor registra:

Para mostrar os usos e costumes de uma geração extincta, fazer vêr o seu adiantamento, proponho-me dar uma relação das antiguidades Amazonicas assignalando a sua existencia, para mostrar que não é tão pobre, como o laconismo ou mesmo o silencio dos nossos historiadores, parece indicar (BARBODA RODRIGUES, 1876ª,23 p.103).

Barbosa Rodrigues observa que quando fez suas pesquisas, os “atteros” já haviam sido explorados por importantes cientistas da época, entre esses Frederick Hartt24 e Couto de Magalhães. O cientista diz que as evidências que encontrara o faziam abandonar a teoria – já existente – de que o povoamento da Amazônia se dera por povos vindos da região do Andes. Quanto aos poucos objetos de metal que encontrou, supunha que alguns andinos chegaram até ali, mas que já existiam povos habitando a região, quando isto ocorreu. Além disto, Barbosa Rodrigues informa que, tampouco achara evidências de que os amazônidas brasileiros conhecessem a fusão de metais, portanto, se fossem os andinos os seus precursores, teriam passado este conhecimento aos mesmos. O autor presume, então, que a origem do homem na Amazônia teria se dado com a chegada de povos

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As obras de Barbosa Rodrigues foram publicadas entre 1876 e 1879. Contudo, não há data específica para cada uma delas, apenas a sequência, assim, decidi classifica-las em a, b e c.

24 Segundo Kern (2010), este autor publicou, em 1885, “The Ancient Indian Pottery of Marajó” o

nórdicos à região25 e que os mesmos haviam se estabelecido no Marajó. Baseia isto, na semelhança entre o material arqueológico que encontrara e para os quais supôs datação igual a que os nórdicos utilizavam. Além disso, havia o fato de que não achou nos desenhos das urnas funerárias do Marajó qualquer similaridade com os traçados dos povos andinos.

Como embasamento de sua teoria, Barbosa Rodrigues (1976) aponta diversas pesquisas, então publicadas, que segundo o autor, haviam comprovado que algumas regiões dos Estados Unidos teriam abrigado povoamentos nórdicos, que teriam se dispersado, por volta do ano 1000, migrando para o México e para as regiões andinas. O referido autor traça percursos geográficos que possibilitariam a chegada desses povos ao Marajó, embasando-os em artes rupestres que ele mesmo encontrara na região do Rio Negro e em outras encontradas por Charles B. Brow na região da Guiana. Contudo, encontra fatos que, aparentemente o fizeram duvidar de sua teoria:

Se por um lado temos a correlação nos desenhos, por outro temos o encontro de uma tribu, habitando a ilha de Marajó com usos, costumes e linguagem, tudo differente das demais nações do Brasil. Tão difficil era o seu dialecto, que os Tupinambás deram-lhe o nome de Nhengaibas. (*)26 Tão numerosa era elIa, que occupava toda a ilha e tão poderosa, forte e guerreira que todos a temiam, até os portuguezes.

[...] D'onde veio esta nação, com uma linguagem desconhecida em todo o Brazil?

E' opinião geraI, que a civilisação extincta do Amazonas é andina, mas pela comparaçao que temos feito, não só dos costumes como das antiguidades vê-se que é differente. Além d'isso a civilisação andina e mexicana estavam mais adiantada, do que a dos normandos. (BARBOSA RODRIGUES p.125b).

Podemos perceber, no trecho acima, que o autor contrapõe sua teoria ao fato de que, à época da invasão portuguesa, a população que habitava o Marajó possuía linguagem e características distintas daquelas que habitavam as demais regiões do Brasil. Ao discorrer sobre os tesos em “Aterros Sepulchuraes” o autor diz:

25 Os trabalhos que li sobre arqueologia amazônica apontam bastante vagamente esta teoria, como em Schann (1996): “O método comparativo levou os estudiosos a buscar essa origem em lugares tão distantes como o Egito (Lisle du Dreneuc 1889) ou a Escandinávia (Barbosa Rodrigues, 1876)...”

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Desde o anno de 1616, estavam os Portuguezes senhores do Pará; tinham já sulcado as aguas do Amazonas até o Perú, porém, não conheciam ainda a ilha dos Nhangaybas, (*)27 porque uma barreira de ferro se antepunha aos seus desejos, a valentia dos seus habitantes.

[...] Diz o padre Antonio Vieira na sua carta de 11 de Fevereiro de 1660: « Por militas vezes quizeram os governadores passados e ultimamente André Vidal de Negreiros, tirar este embaraço tão custoso do Estado, empregando na empreza todas as forças delle, assim de índios como de portuguezes, com os cabos mais experimentados; mas nunca desta guerra se tirou outro efeito mais que o repelido desengano de que as nações Nhangaybas eram inconquistaveis, pela ousadia, pela cautella, pela astucia e pela constancia da gente, etc. » (BARBOSA RODRIGUES 1876b).

A partir da leitura deste trecho, encontrei a carta28 de Antônio Vieira, que Barbosa Rodrigues cita. Nela, o padre informa ao rei de Portugal sobre as conquistas da Companhia de Jesus. Vieira esclarece que a nação a que chama Nheengaíbas, na verdade, não era um só grupo étnico e, tampouco, falavam o mesmo idioma – mas que se comunicavam entre si. Vieira destaca, ainda, as relações comerciais entre esses povos e os holandeses, bem como a ameaça disto à posse portuguesa do Pará. Fala também que, quando os Nheengaíbas aceitaram a proposta de paz da coroa portuguesa, só na festa que marcou a data, estavam presentes 40.000 marajoaras, que junto com tribos dos arredores formavam mais de cem mil “almas”.

Em “História da Companhia de Jesus na Exctinta Provincia do Maranhão e Grão-Pará”, o Pe José de Moraes (1860) narra o naufrágio da nau que trazia o Pe jesuíta Pedro Teixeira nas proximidades da então “Ilha Grande dos Joannes”. Moraes relata que os sobreviventes deste naufrágio teriam sido comidos pelos Aroães (também Nheengaíbas) “o mais bárbaro e carniceiro daquella costa, mais deshumanos agora que o mesmo mar” (p.215). Porém – ao contrário dessa versão do Pe Morais – Vieira escreveu:

Ao principio recebèraõ eftas naçoens aos noffos Conquiftadores em boa amizade; mas defpois que a larga experiência lhes foy moftrándo que o nome de falfa paz com que entravaõ, fe convertia em declarado cativeiro, tomàraõ as armas em defenfa da liberdade, e começarão a fazer guerra aos Portuguezes em toda a parte. VIEIRA (1660, p.22).

27 “Hoje de Marajó”. Esta nota é a mesma do autor citado.

28 Me parece que Shaan se refere à mesma em seu livro “cultura marajoara” sobre a qual falo

Barbosa Rodrigues (1876) também cita o que teria dito um pajé, quando Antônio Vieira o fez jurar fidelidade: “sempre foram os indios amigos é servidores dos portuguezes, mas se esta amizade e a obediencia se quebrou, foi por parte delIes, por isso, isto que nos dizes, vai dizei-o aos portuguezes, pois são elIes e não nós quem tem falIa do a fé e a amizade” (p.12).

Além desta carta, Barbosa Rodrigues se refere a diversos relatos históricos antes de concluir que “o contacto primitivo foi com um povo industrioso, que emigrado, fugitivo, ou aqui chegado, por um acaso, como chegaram os descobridores deste sólo, tratou como amigo o povo encontrado, porque assim era mister e não como senhores e conquistadores”( BARBOSA RODRIGUES, 1876b, p.95 ).

Barbosa Rodrigues teoriza que os “atterros sepulchraes” investigados possuíam data anterior às primeiras vitórias portuguesas sobre os Nheengaíbas, em 1658. E, sobre isto, o autor discorre: “foram seus antepassados que fizeram. E quem seriam eles? De quem descenderia esse povo fallando outra lingua, bravo, como nenhum do Amazonas, ousado, intelligente e tão inimigo da escravidão?” (BARBOSA RODRIGUES, 1976b, p. 14). O cientista argumenta que Emílio Goeldi, já havia encontrado evidências de que, ao contrário do que divulgaram os portugueses, não encontraram selvagens no Marajó. Segundo Barbosa Rodrigues, esta pesquisa de Goeldi estaria registrada na constituição de 1874 e que o então diretor do Museu Histórico Nacional29, se aproveitara dessas informações e publicado no Jornal do Comércio “suas” conclusões de pesquisa:

Naquella ilha quer me parecer, que se fixou por largos annos a tribu mais industriosa e mais culta de quantas povoavam ao principio o Brazil e, tenho que alli é que por mais tempo se hão conservado os vestigios e as pallidas tradições da civilisação Andina transferida para essa porção da America, etc. (BARBOSA RODRIGUES, 1976b, p. 13).

A partir das análises expostas, Barbosa Rodrigues passa a comparar as evidências encontradas com os costumes dos ‘selvagens’ ainda existentes na região do amazonas. A razão para tal comparação com a finalidade de descobrir eventos e

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Ladslau Netto. Encontrei diversas referências, nos trabalhos de arqueologia que li, a que Netto teria plagiado algumas das descobertas de Goeldi.

costumes passados é corroborada na ideia que o autor traz em “Armas e Instrumentos de Pedra”:

Como distinguirem-se uns dos outros se, á avaliarmos pelos costumes modernos, que só nos guiam, os gentios não dão um passo sem ser imitativo? O progresso não existe entre eles, por conseguinte a alteração da fórma não apparece senão quando ha um modelo, A fórma de seus intrumentos é sempre a mesma; não tendo elles senão a deixada pelos seus antepassados não podiam modifical-a, visto ser índole d'esse povo não fazer mais do que imitar, como que respeitando a herança de seus avoengos. Como na geologia, na ethnographia, os factos modernos nos explicam os antigos. (BARBOSA ROGRIGUES, 1876c, p.102).

Quando estive na região indígena Trombetas-Mapuera, desenvolvendo pesquisas do projeto “Análises e Perspectivas para o Turismo no Município de Oriximiná e Adjacências”, tive a oportunidade de permanecer entre os membros das etnias que habitam aquela região, sobretudo os Wai-Wai. As mudanças que o “desenvolvimento” traz para a cultura desses povos é uma das maiores preocupações das lideranças, com as quais conversei sobre o tema. Seus argumentos sobre a questão corroboram o apontamento de Barbosa Rodrigues, colocado acima. Os líderes veem como um profundo desrespeito aos seus antepassados as mudanças adotadas, sobretudo, por sua população jovem.

Apesar das análises feitas e das diferenças dos primitivos habitantes do Marajó, em relação ao restante do Brasil, ao menos nas obras lidas, Barbosa Rodrigues não conseguiu desenvolver outra teoria que não a de que foram os povos nórdicos que iniciaram o povoamento. Entre outras falas, o mencionado autor diz que, em sua opinião, o dialeto era a única chave que poderia revelar a verdade, mas que este desaparecera. Barbosa Rodrigues, então, aprofundou suas análises sobre a cerâmica marajoara, sobre a qual supunha existir algo mais a ser interpretado, pois “a mão que gravou a rocha a ser contemporânea da que cinzelou a argilla, affastou-se do estylo para representar uma idéa” (BARBOSA RODRIGUES, 1976b, p.39).

Desde o século XIX até nossos dias, as pesquisas arqueológicas sobre a cerâmica marajoara vêm tentando interpretar uma suposta linguagem iconográfica para seus desenhos. A teoria de que estes representavam uma forma de comunicação social, também fora ponderada por Barbosa Rodrigues e autores mencionados por ele, como Ladislau Netto. Além de outros pontos (comumente

apresentados como análises recentes) o autor também pensou aspectos como a considerada falsa noção de simetria dos desenhos, as contradições sobre as teorias de status social30, a relação que as “inscrições” teriam com os mitos amazônicos.

Dentre os trabalhos que avançam neste sentido cito Schaan (a partir de 1996), Roosevelt31 (2001), Alves (2011) e diversos outros autores.

Os estudos sobre a pré-história amazônica, a partir da cerâmica marajoara, versam sobre estabelecimentos cronológicos baseados na sofisticação das técnicas aplicadas à decoração, a estética e os componentes utilizados na produção das mesmas. As escavações nos tesos do Marajó, reiniciadas no período pós-guerra com Meggers e Evans (1957), trouxeram a classificação de nossa cerâmica em cinco estilos, supostamente cronológicos. Estes estariam relacionados a cinco supostas fases da ocupação primitiva no arquipélago: Ananatuba, Mangueiras, Formiga, Marajoara e Aruã e, destas, a penúltima seria a de maior duração (entre 400 e 1300 D.C. segundo Roosevelt, 2001). Entretanto, “apesar das tentativas de agrupar estilos em termos de horizontes, na medida em que o conhecimento tem se avolumado, também tem crescido a variedade e complexidade dos estilos, rompendo os agrupamentos estilísticos anteriormente definidos” (ROOSEVELT, 2001, p.66).

A hipótese de que, durante a história pré-colombiana, o Marajó teria abrigado etnias sucessivas e desvinculadas umas das outras, proposta por Meggers e Evans (1957), é dada como ultrapassada por correlações e novas classificações. Contudo, a proposta parece ter gerado um preconceito contra os nativos, que agora são acusados de não saberem o que seria a “verdadeira” cerâmica marajoara, já que apenas uma das fases é considerada pelos cientistas como cerâmica marajoara32. Acusação que me parece sem validade, já que quando Meggers deu sua classificação à cerâmica do Marajó, o marajoara já existia como tal.

Quanto às descobertas e redescobertas a partir da cerâmica arqueológica marajoara, os registros, datações e interpretações do material cerâmico têm

30 Barbosa Rodrigues se opõe a esta ideia. O autor argumenta: “A admittir-se que só ahi se

sepultavam os que tinham honras e distinções havemos de admittir ou que toda a tribu ahi existente era illustre, porque não só os homens o eram, como as mulheres e as crianças, ou então era uma especie de exercito de generaes commandados por alguns soldados, como indica os milhares de individuas ahi enterrados” p.62.

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As pesquisas desta autora iniciaram nos anos 1980. Ignoro de quando datam as relativas à iconografia.

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avançado no sentido de comprovar a existência de uma sociedade complexa no Marajó – a “marajoara”. Os dados de alguns desses estudos supõem um sistema político organizado em “cacicados” comandado por um cacique principal e articulado pela liderança de outros caciques. Além disso:

Novos resultados de testes radiocarbônicos mostram que as terras baixas tiveram prioridade cronológica sobre as áreas montanhosas no desenvolvimento da cerâmica e das ocupações sedentárias. Existe um consenso em torno das evidências recentes que confirmam a hipótese de que a influência proveniente das terras baixas tropicais contribuiu para o desenvolvimento da agricultura e da complexidade cultural dos Andes (Burguer 1894, 1989; Sauer 1952; Lathrap 1970, 1971, 1974, 1977; Towle, 1961; Lanning 1967; Stone, ed.,1984). [...] As mais antigas culturas complexas da América do Sul ainda parecem ter se desenvolvido na área andina, no período cerâmio tardio, cerca de 2500-1000 a.C. [...] Entretanto, apesar de as sociedades complexas da Amazônia aparecerem mais tarde que as andinas, não é mais possível tratá-las como proveniente dos Andes. (ROOSEVELT, 1992, p. 54).

Tendo em conta a estrutura e o emprego deste trabalho, não coube discorrer amplamente sobre questões a respeito das particularidades da cerâmica arqueológica marajoara. Porém, foi possível trazer alguns apontamentos, como base para a discussão sobre o olhar do caboco marajoara, inserido em meio aos registros acadêmicos. A predileção por um cientista, em particular, João Barbosa Rodrigues, deveu-se ao fato de haver sido uma grata surpresa encontrar em uma obra tão antiga argumentos e teorias que, ao que parece, só recentemente voltaram a ser supostos. Contudo, a partir do relato deste autor foi possível encontrar e confrontar informações igualmente validadas como fontes históricas, entre elas, a visão dos padres Antônio Vieira e José de Moraes sobre os Aroães. Também foi possível concluir sobre a existência de diversas versões de nossa história, sobretudo, a história da Amazônia, e, ainda, sobre as controvérsias da arqueologia.

Quanto a presença de vestígios da pré-história amazônica no Marajó, o trabalho de Schaan (2010) registrou 169 sítios e 30 “ocorrências arqueológicas na região. A identificação destas ocorrências estão relacionadas ao processo de preservação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. A região do Arari abriga grande parte dos sítios identificados e, por isso, continua a ser campo de pesquisas. Mas, embora a ciência esteja presente na região – há séculos – seus habitantes ainda não usufruem os benefícios trazidos pelas descobertas sobre e a partir de seu mundo.