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Apêndice I Políticas e Planos nacionais que se inter-relacionam com a gestão de recursos hídricos

I. 8 A Política Nacional de Segurança de Barragens PNSB

Foi estabelecida pela Lei nº 12.334, de 20 de setembro de 2010, que também criou o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB). A inter- relação com recursos hídricos e o estabelecimento de planejamento previstos nesta lei, podem ser encontrados na Tabela A.4 que apresenta estas referências (BRASIL, 2010b).

Tabela A.4 – Recursos hídricos e planos na Política Nacional de Segurança de Barragens

Artigo, parágrafo, Inciso

Conteúdo relativo ao planejamento e à inter-relação da Política Nacional de Segurança de Barragens com recursos hídricos.

Art.1º §único e Incisos de I a IV

Define que a lei se aplica a barragens destinadas à acumulação de água para quaisquer usos, à disposição final ou temporária de rejeitos e à acumulação de resíduos industriais que apresentem pelo menos uma das seguintes características: altura do maciço, contada do ponto mais baixo da fundação à crista, maior ou igual a 15m (quinze metros); capacidade total do reservatório maior ou igual a 3.000.000m (três milhões de metros cúbicos); reservatório que contenha resíduos perigosos, conforme normas técnicas aplicáveis; e categoria de dano potencial associado, médio ou alto, em termos econômicos, sociais, ambientais ou de perda de vidas humanas.

Art.2º, I Define como barragem: qualquer estrutura em um curso permanente ou temporário de água para fins de contenção ou acumulação de substâncias líquidas ou de misturas de líquidos e sólidos, compreendendo o barramento e as estruturas associadas.

Art.2º, II Define como reservatório: acumulação não natural de água, de substâncias líquidas ou de mistura de líquidos e sólidos.

Art.2º, III

Define como segurança de barragem: condição que vise a manter a sua integridade estrutural e operacional e a preservação da vida, da saúde, da propriedade e do meio ambiente.

Art.3º, I Estabelece como objetivos da PNSB: garantir a observância de padrões de segurança de barragens de maneira a reduzir a possibilidade de acidente e suas consequências;

Art.3º, VII Estabelece como objetivos da PNSB: fomentar a cultura de segurança de barragens e gestão de riscos.

Art.4º, I Define como fundamentos da PNSB que a segurança de uma barragem deve ser considerada nas suas fases de planejamento, projeto, construção, primeiro enchimento e primeiro vertimento, operação, desativação e de usos futuros.

Art.4º, IV Define como fundamentos da PNSB: a promoção de mecanismos de participação e controle social.

Art.5º, I Estabelece que a fiscalização da segurança de barragens caberá à entidade que outorgou o direito de uso dos recursos hídricos, observado o domínio do corpo hídrico, quando o objeto for de acumulação de água, exceto para fins de aproveitamento hidrelétrico, sem prejuízo da fiscalização dos órgãos do SISNAMA.

Art.5º, II Estabelece que a fiscalização da segurança de barragens caberá à entidade que concedeu ou autorizou o uso do potencial hidráulico, quando se tratar de uso preponderante para fins de geração hidrelétrica, sem prejuízo da fiscalização dos órgãos do SISNAMA.

Art.6º, II Define o Plano de Segurança de Barragem como instrumento da PNSB.

Art.7º Define que as barragens serão classificadas pelos agentes fiscalizadores, por categoria de risco, por dano potencial associado e pelo seu volume, com base em critérios gerais estabelecidos pelo CNRH.

Apêndice I - Políticas e Planos nacionais que se inter-relacionam com a gestão de recursos hídricos

Tabela A.4 – Recursos hídricos e planos na Política Nacional de Segurança de Barragens (continuação)

Artigo, parágrafo, Inciso

Conteúdo relativo ao planejamento e à inter-relação da Política Nacional de Segurança de Barragens com recursos hídricos.

Art.8º, Incisos de I e IX

Art. 10.

Estabelece que o Plano de Segurança da Barragem deve compreender, no mínimo: identificação do empreendedor; dados técnicos referentes à implantação do empreendimento, inclusive, no caso de empreendimentos construídos após a promulgação desta lei, do projeto como construído, bem como aqueles necessários para a operação e manutenção da barragem; estrutura organizacional e qualificação técnica dos profissionais da equipe de segurança da barragem; manuais de procedimentos dos roteiros de inspeções de segurança e de monitoramento e relatórios de segurança da barragem; regra operacional dos dispositivos de descarga da barragem; indicação da área do entorno das instalações e seus respectivos acessos, a serem resguardados de quaisquer usos ou ocupações permanentes, exceto aqueles indispensáveis à manutenção e à operação da barragem; Plano de Ação de Emergência (PAE), quando exigido; e relatórios das inspeções de segurança e revisões periódicas de segurança.

Define que deve ser realizada Revisão Periódica de Segurança de Barragem com o objetivo de verificar o estado geral de segurança da barragem, considerando o atual estado da arte para os critérios de projeto, a atualização dos dados hidrológicos e as alterações das condições a montante e a jusante da barragem.

Art.13. Institui o SNISB para registro informatizado das condições de segurança de barragens em todo o território nacional, que compreenderá um sistema de coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de suas informações, devendo contemplar barragens em construção, em operação e desativadas.

Art.16. IV Obriga o órgão fiscalizador, no âmbito de suas atribuições legais, a articular-se com outros órgãos envolvidos com a implantação e a operação de barragens no âmbito da bacia hidrográfica. Art.16.

§ 1º

Estabelece que o órgão fiscalizador deve informar imediatamente à ANA e ao Sistema Nacional de Defesa Civil (Sindec) qualquer não conformidade que implique risco imediato à segurança ou qualquer acidente ocorrido nas barragens sob sua jurisdição.

Art. 17. XI Obriga o empreendedor da barragem a manter registros dos níveis dos reservatórios, com a respectiva correspondência em volume armazenado, bem como das características químicas e físicas do fluido armazenado.

Art. 17.

XII Obriga o empreendedor da barragem a manter registros dos níveis de contaminação do solo e do lençol freático na área de influência do reservatório. Art. 17.

XIII

Obriga o empreendedor da barragem a cadastrar e manter atualizadas as informações relativas à barragem no SNISB.

Art. 20. Altera o art. 35 da Lei nº 9.433, de 08/01/1997, acrescendo os seguintes incisos a competência do CNRH: XI - zelar pela implementação da PNSB; XII - estabelecer diretrizes para implementação da PNSB, aplicação de seus instrumentos e atuação do SNISB; XIII - apreciar o Relatório de Segurança de Barragens, fazendo, se necessário, recomendações para melhoria da segurança das obras, bem como encaminhá-lo ao Congresso Nacional.

Fonte: Brasil, 2010b.

Em atendimento ao que prevê o art. 7° e o art. 20 da Lei n° 12.334, o CNRH aprovou, em 10 de julho de 2012, as Resoluções nº 143 e nº 144, que estabelece critérios gerais de classificação de barragens por categoria de risco, dano potencial associado e pelo volume do reservatório e estabelece diretrizes para implementação da PNSB, aplicação de seus instrumentos e atuação do SNISB, respectivamente (CNRH, 2012a e b).

O Plano de Segurança de Barragem, cuja responsabilidade de elaboração é do empreendedor, tem seu conteúdo mínimo definido pela Resolução nº 144, do CNRH, que determina ainda que cabe ao CNRH, anualmente, apreciar o Relatório de Segurança de Barragens, e se necessário, recomendar melhorias e encaminhar ao Congresso Nacional (CNRH, 2012b).

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