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Elaboração, envio e retorno dos questionários da 1ª iteração

Volume IV – Programas nacionais e metas

6 APLICAÇÃO DO MÉTODO DELPH

6.2 Elaboração, envio e retorno dos questionários da 1ª iteração

Com a finalidade de permitir uma interpretação correta das avaliações dos painelistas nos questionários do método Delphi de políticas são comumente utilizadas as escalas de avaliação. Na representação mínima da informação coletada e sua adequada avaliação, em estudos com Delphi de políticas, necessariamente devem ser utilizadas as escalas de: aceitação, viabilidade, importância e confiabilidade (TUROFF, 1975). Estas escalas foram empregadas e testadas em diversos trabalhos que comprovaram sua adequação à metodologia do Delphi de políticas (DE LÖE, 1995; O’LOUGHIN e KELLY, 2003, LIBÂNIO, 2006).

Nesta pesquisa foi adotado, o que é recomendado pela literatura, ou seja, para premissas e justificativas de posições políticas empregam-se as escalas de importância e confiabilidade e para as soluções para as questões políticas utiliza-se como escalas de votação a aceitação e viabilidade (TUROFF, 1975). Para a interpretação das categorias foram utilizadas as escalas de avaliações de Libânio (2006) adaptada a partir de Turoff (1975). A neutralidade não contribui no debate político por isso as questões do Delphi de políticas visam gerar a contraposição de ideias e esclarecimento de opiniões, razão pela qual as escalas utilizadas não permitem posições neutras, sendo duas positivas e duas negativas e para o caso de indecisão foi facultado a possibilidade de abstenção de voto com a opção “nenhum julgamento” que difere da neutralidade (TUROFF, 1975; DE LÖE, 1995; O’ LOUGHLIN e KELLY, 2003; LIBÂNIO, 2006).

O processo de elaboração das questões obedeceu as seguintes fases: primeiramente foram escolhidas as mais recorrentes nas entrevistas; na sequência foram incorporadas algumas outras consideradas mais polêmicas ou relevantes, de forma a garantir uma maior diversidade de assuntos e questões e, ainda, testar a validade ou não das hipóteses; e por fim foi submetido o grupo das questões selecionadas pelo autor à análise e revisão dos orientadores da pesquisa, procedendo-se então à definição e elaboração do meio suporte do questionário. O questionário final ficou formulado com 45 questões, com duas opções de resposta para cada, a partir dos temas relevantes retirados das entrevistas, das quais em 34 perguntava sobre a confiabilidade e importância das avaliações retrospectivas e prospectivas constatadas relativamente aos períodos definidos, anterior e posterior à aprovação do PNRH, e nas outras 11 perguntava sobre a aceitação e viabilidade das propostas apresentadas.

Segundo Marconi e Lakatos (1982), os questionários devem conter 20 a 30 perguntas e demorar cerca de 30 minutos para ser respondido e ressaltam que estes números não são fixos podendo variar em função do tipo de pesquisa e dos informantes. Libânio (2006) utilizou em suas duas linhas de investigação dois questionários com 45 e 42 questões, respectivamente, e para facilitar o preenchimento com redução do tempo optou por construí-los, em meio digital, mesmo procedimento adotado na interação do autor com os painelistas, via e-mail.

Considerando o número de 45 questões formuladas e assegurar maior agilidade ao processo optou-se por seguir este mesmo caminho compondo o questionário e disponibilizando-o na web, a partir da criação de formulário próprio utilizando o roteiro do Google (GOOGLE, 2013). Para a elaboração, envio, recebimento das respostas e consolidação dos resultados dos questionários em planilhas foi utilizado as seguintes ferramentas gratuitas do Google:

• Google Disco Drive; • Google Docs;

• Google spreadsheet (planilha); • Google Form (formulário).

O acesso ao questionário on-line pelos painelistas foi realizado a partir do endereço eletrônico específico que foi enviado a cada um deles, por meio digital, que funcionou apenas no período da pesquisa. O endereço era específico para cada fase e foi desativado assim que expirava o prazo estabelecido para retorno de cada iteração. O questionário foi estruturado em 4 planilhas, apresentadas nos Apêndices III.2, III.3, III.4, III.5 e identificadas com os seguintes títulos:

• Apresentação, instruções e demais informações;

• Avaliação qualitativa do processo de implementação do PNRH (questionário); e

• Anexo do questionário – Interpretação das categorias da escala de avaliação; e

• Formulário de identificação dos especialistas.

A primeira planilha apresentou: o tema do trabalho; a identificação da instituição e do programa de pós-graduação ao qual o pesquisador está vinculado e seus orientadores; a forma de elaboração do questionário; o uso sigiloso e exclusivo das informações para a pesquisa acadêmica; as opções de voto e a maneira de avaliar as questões; e por fim os contatos do autor para outras informações, se necessário. A segunda inicia com algumas das informações contidas na primeira e apresenta o questionário propriamente dito, estruturado em questões: de avaliações retrospectivas, sendo 9 questões para o período anterior a 2006 e 21 para o período de implementação do PNRH de 2006 a 2102; de avaliações prospectivas para o período de 2013 a 2016 com 4 questões; e 11 questões com avaliações sobre as propostas apresentadas.

A terceira apresenta como anexo do questionário conceitos para a interpretação das quatro categorias da escala de avaliação e a quarta planilha foi apresentada uma ficha com identificação dos painelistas para serem respondidas por eles com vistas a permitir a elaboração do perfil completo dos respondentes à pesquisa para fins de análise, sobretudo quanto ao nível de conhecimento, ocupação profissional, participação em organismos colegiados e representatividade dos especialistas. As questões foram organizadas em campos sequenciais: número e enunciado de acordo com os registros obtidos da ideia principal dos entrevistados; opções de voto na primeira escala de avaliação; opções de voto na segunda escala de avaliação e espaço para observações e justificativas de votos, cujo preenchimento era opcional. A Figura 6.1 retrata, como exemplo, uma questão com os respectivos campos.

Figura 6.1 – Exemplo da questão nº 2 com respectivos campos para votação

Essas opções direta de voto, sem necessidade de digitação ou de abertura de qualquer outra janela, contribuíram certamente em maior profundidade do exame do conteúdo das questões, possibilitando, ainda, maior agilidade e respostas a todas as questões por todos os painelistas. Ressalte-se que foi dada a oportunidade de manifestação, de forma aberta, às questões para

múltipla escolha com esta aberta, possibilitando a obtenção de mais informações sobre o assunto pesquisado, sem prejuízo da organização dos resultados (MARCONI e LAKATOS, 1982; LIBÂNIO, 2006).

A ferramenta disponibilizou, ainda, o acompanhamento ao pesquisador das respostas ao questionário, demonstrando a partir de gráficos e valores reais as estatísticas das respostas por pergunta. A Figura 6.2 apresenta este processo de acompanhamento com um resultado parcial, em uma questão, das respostas dos doze primeiros que responderam a pesquisa.

Figura 6.2 – Resultado parcial da questão nº1

Os questionários, com formato objetivo e de fácil resposta, foram enviados por meio digital para 90 especialistas que, dos 190 consultados por convite feito por e-mail, aceitaram preenchê-lo. Foi feita uma cobrança, via digital e por telefone, buscando ampliar o retorno das respostas e aumentar a representatividade dos setores na pesquisa. Ao todo, 55 especialistas

responderam o questionário, representando 61,11% de retorno. Esta etapa foi realizada nos meses de dezembro/2012 e janeiro/2013 dentro do prazo estabelecido, sem prorrogação, por considerar-se que a devolução, acima de 60%, foi suficiente para prosseguimento da pesquisa.