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A PRAÇA DO FERREIRA E O JARDIM SETE DE SETEMBRO

URBANO NA PAISAGEM DAS CIDADES BRASILEIRAS NA PASSAGEM DO SÉCULO XIX PARA O

1.6 A PRAÇA DO FERREIRA E O JARDIM SETE DE SETEMBRO

Dentre as praças mais antigas da cidade está a Praça do Ferreira, que há muito ocupa papel de destaque na paisagem de Fortaleza e no imaginário da população. Sua origem remonta ao século XIX, em um espaço de formato irregular, sem pavimentação e cortado por um beco, denominado de “Beco do Cotovelo”. Em 1828, o local era denominado de Largo das Trincheiras, sendo conhecido também como “Feira Nova” em contraposição à feira que era realizada em uma praça próxima, a Praça Carolina, uma das mais antigas do núcleo urbano (Figura 1.18). Nesse momento, o local onde hoje se situa a Praça do Ferreira era considerado “quase fora da cidade” (ADERALDO, 1989, p.35) e, portanto, propício para abrigar atividades de comercialização de produtos agrícolas vindos do interior do estado.

Figura 1.18 – Localização das Praças existentes em 1875 em Fortaleza, com destaque para a Praça do Ferreira. Autora: Julia Miyasaki. Mapa base: Planta da

cidade de Fortaleza e subúrbios, elaborada por Adolfo Hebster em 1875.

Fonte: José Liberal de Castro, 1994.

Em 1842, durante a gestão de Antônio Rodrigues Ferreira11 – conhecido

como Boticário Ferreira – a Praça recebe uma das suas primeiras intervenções com a eliminação do “Beco do Cotovelo” e tem início a sua retificação, passando a ser oficialmente denominada Praça Dom Pedro II.

Ao longo do século XIX, a Praça começa a se configurar como um espaço central na cidade, especialmente após a ocupação do seu entorno imediato por edifícios comerciais, sobrados residenciais e importantes edifícios

11 Antônio Rodrigues Ferreira esteve à frente da Câmara Municipal de 1842 a

1859 e foi responsável por muitas ações de melhorias urbanas em Fortaleza. A ele é atribuída a origem da praça “como espaço público ordenado” (PAIVA, 2005, p.99)

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públicos como a Intendência Municipal. A presença dessa edificação ocasionou a primeira mudança de nomenclatura do logradouro, que passou a se chamar Praça Municipal em 1856. No decorrer do século supracitado, o local recebeu nomenclaturas diversas, como Praça da Municipalidade (1873), Praça do Ferreira (1888) e Praça Muncipal (1890), até voltar a se chamar Praça do Ferreira novamente em 1891, em homenagem ao Boticário Ferreira (Quadro 1.1).

Quadro 1.1 - Nomenclaturas da Praça do Ferreira

Data Nomenclatura

1842 Praça Dom Pedro II

1856 Praça Municipal

1873 Praça da Municipalidade

1888 Praça do Ferreira

1890 Praça Municipal

1891 Praça do Ferreira

Fonte: Julia Miyasaki

Entretanto, nesse mesmo período, o local sofreu poucas intervenções, permanecendo com o piso sem calçamento e com a distribuição periférica de árvores como as Mongubeiras (Pachira aquática) e as Castanholeiras (Terminalia catappa). A maior intervenção efetuada até o momento de seu ajardinamento em 1902 foi a construção de uma cacimba para abastecimento da cidade durante a seca de 1877 a 1879. Conforme afirma Barroso (1962, p. 283), “na terrível sêca de 1877 a 1879, abriram no centro daquela quadra um cacimbão com aduelas de pedra lioz, que vinha de Lisboa como lastro dos veleiros e não custava caro”. Raimundo Girão, em seu livro Geografia Estética do Ceará (1979, p. 129) descreve o estado do local naquele momento:

Até então, cercada de copadas mongubeiras, a área da Praça não era revestida sequer de um calçamento tosco. Prestavam-se essas árvores ao mister de postes para amarrar animais, dos comboios que traziam, para os negociantes dali, mercadorias do sertão. No centro, uma cacimba para serventia pública, de cantaria portuguesa, qual novo e mal comparado poço de Jacó, atraindo uma multidão de samaritanas mestiças a encher os seus

cântaros de cerâmica barata, entretidas em conversarolas de assuntos ingênuos e frívolos.

Em 1896, a Praça passou a assumir cada vez mais o caráter de espaço da sociabilidade que veio a ser sua marca, com a construção de três cafés em suas esquinas – os Cafés Comércio, Java (Figuras 1.19 e 1.20, respectivamente) e Iracema. As construções, pequenos quiosques de madeira, compunham espaços mais estruturados para o lazer das pessoas que já se concentravam ali.

Figura 1.19 - Café do Comércio, um dos maiores existentes na Praça do Ferreira, localizado na esquina da Rua Major Facundo com Rua Municipal.

Fonte: Acervo Nirez

Figura 1.20 - Café Java, localizado na esquina da Rua Floriano Peixoto com Rua Municipal

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O logradouro teve a sua primeira grande transformação em 1902, com a execução de obras de organização e aformoseamento do espaço, durante a gestão do Prefeito Guilherme Rocha. Tal obra foi parte de um conjunto de intervenções empreendidas com o fito de projetar uma imagem mais moderna para a cidade e identificada por Raimundo Girão como “o melhor impulso dado ao progresso da Praça” (1979, p. 129).

O jardim público construído no interior da Praça e denominado de Sete de Setembro era um representante do paisagismo eclético desenvolvido na época nas grandes cidades brasileiras (Figura 1.21).

Estendia-se em uma parte da Praça delimitada por um gradil (Figura 1.22) sendo composto por oito tanques, uma caixa d’água, um cata-vento, estátuas e fontes (Figura 1.23). Mozart Soriano Aderaldo (2017, p. 63) apresenta uma breve descrição do jardim:

Na parte sul do quadro, entre os Cafés Iracema e Elegante, erguia-se belo chafariz com quatro torneiras. No cento do quadrilátero, um cata-vento puxava água para um depósito que abastecia oito tanques destinados a manter viridentes os canteiros floridos, situados nas partes em que se dividia o trecho central, cercado de gradis e cortado por dois passeios em cruz, em cujas extremidades havia quatro portões de ferro. Vinte e oito lampeões a gás clareavam o jardim interno, enquanto fora deste mas vinte combustores auxiliavam na iluminação de todo o quadrilátero. Os quiosques concorriam para a melhor claridade do ambiente e, consequentemente, uma maior circulação dos pedestres.

Os cataventos, como já mencionado anteriormente, eram um marco na paisagem da cidade e nos jardins públicos construídos no período. O equipamento existente na Praça fazia parte das soluções de aclimatação dos jardins, combinado à caixa d’água e ao conjunto de tanques ali edificados. Alguns desses equipamentos marcaram as memórias de alguns cronistas, como Otacílio de Azevedo (1980, p. 24), que relata uma visita à Praça do Ferreira:

No outro dia, sol a pino, visitamos a Praça do Ferreira, onde tomamos um refresco no Café do Comércio, artístico quiosque feito de mandeira. Havia outros, um em cada esquina da Praça [...] No centro do passeio, à falta de óleo, gemia um velho cata-vento, sobre uma cacimba gradeada. Enchia uma imensa caixa-dágua pintada de roxo-terra.

Figura 1.21 - Exercício de reconstituição da planta baixa da Praça do Ferreira com o Jardim Sete de Setembro em 1911, realizado sobre mapa base de Margarida

Andrade.

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Figura 1.22 - Gradis da Praça do Ferreira.

Fonte: Acervo Nirez

Figura 1.23 - Jardim Sete de Setembro na Praça do Ferreira, aproximadamente 1910. Em primeiro plano vê-se dois tanques, em segundo, mais dois tanques e a

caixa d’água e no terceiro, o cata-vento.

Fonte: Acervo Nirez

No que diz respeito ao uso da vegetação, observa-se que as árvores pré- existentes já mencionadas, como as Mongubeiras (Pachira aquática) e Castanholeiras (Terminalia catappa), permaneceram, somadas a algumas espécies nativas como o Cajueiro (Anacardium occidentale), cujo

representante mais famoso era o “Cajueiro Botador”, localizado nas proximidades da Rua Floriano Peixoto, junto ao Café Java.

Essa árvore é um dos mais famosos personagens da Praça, sendo um dos principais componentes da “paisagem sentimental” da cidade até hoje. Popularmente conhecida como “Cajueiro Botador” (Figura 1.24) pelo fato de produzir frutos ao longo do ano inteiro, também recebia a alcunha de “Cajueiro da Mentira” por abrigar em sua sombra um famoso campeonato de mentiras, muito representativo do espírito moleque cearense. Sempre presente nas obras de cronistas do Período, tem sua história bem representada nas palavras de Raimundo Girão (1979, p. 118):

Era o cajueiro da mentira. Melhor: o suporte da urna em que se elegiam os mitômanos graduados, todos os anos, a 1º de abril, considerado dia nacional da potoca. A sua sombra, como um pálio, resguardava a “mesa eleitoral”, que recebia os votos populares no mais animado e vero dos pleitos, tudo ornamentado de bandeirinhas de papel e agitado de foguetes, banda de música e bombas de estouro.

Figura 1.24 - Grupo reunido sob o "Cajueiro Botador" na Praça do Ferreira.

Fonte: Acervo Nirez

A presença de vegetação exótica como a Agave (Agave gigantea) e a Palmeira Areca (Dypsis lutescens) foi identificada pela pesquisadora Aline de Figueirôa Silva (2016) com a colaboração do agrônomo Joelmir Marques da Silva (Ver quadro-síntese no Apêndice C). Alguns cronistas, como Otacílio de Azevedo (1980, p. 23) descrevem a presença de canteiros floridos na parte interna aos gradis do Jardim Sete de Setembro (Figura 1.25), numa configuração

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característica do paisagismo eclético, quando era frequente a mistura de espécies nativas e exóticas:

O centro, cercado por grades de ferro pintadas imitando bronze, oferecia aos meus olhos um belíssimo jardim – rosas, dálias, papoulas – enfim uma imensa variedade das mais belas flores que vira em toda a minha vida.

Figura 1.25 - Herbáceas existentes no Jardim Sete de Setembro na Praça do Ferreira.

Dessa forma, apesar do traçado dominante apresentar-se de forma axial, com o cruzamento de dois caminhos maiores marcando a divisão do espaço, percebe-se que a configuração do espaço apresentava características do paisagismo eclético, como mostra a síntese abaixo (Quadro 1.2).

Quadro 1.2 - Síntese das características da Praça do Ferreira em 1902 Elementos paisagísticos Usos Edificações do entorno Traçado: axial e simétrico (conformado pelos canteiros) Recreativo Artístico Intendência Municipal Escola Residências Edifícios comerciais Vegetação: canteiros com herbáceas, árvores distribuídas no jardim e perifericamente.s Mobiliário: bancos de madeira e ferro fundido, postes de ferro fundido, esculturas Elementos aquáticos: cata-vento, caixa d’água, cacimba, tanques e fontes Elementos construídos: gradil e pilares de alvenaria e

cafés com estrutura de madeira.

Fonte: Julia Miyasaki

Nesse momento, houve uma modificação das atividades exercidas no logradouro, deixando de ser um centro comercial e tornando-se um locus da vida social. Atividades como o footing eram as mais comuns no interior do jardim. Fora dos limites dos gradis, a animação ficava por conta dos cafés pré-existentes que se somaram ao Café Elegante (Figura 1.26), construído nesse momento, como atesta Silva Filho (2002, p. 44):

Os quiosques da Praça do Ferreira concorriam para uma intensa circulação de pedestres no local. Assim fortalecia- se na praça, o momento de lazer. Os cafés se constituíram em focos de atração, tornando-se pontos de discussões, diversões, locais de convívio social.

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Figura 1.26 - Café Elegante, localizado na esquina sudeste da Praça do Ferreira.

Fonte: Acervo Nirez

Observa-se uma gradual mudança de uso e ocupação do solo no entorno imediato da Praça quando, a partir de 1911, não se verifica mais a existência de residências (ANDRADE, 2012). Esse fato é muito significativo, uma vez que a maciça presença do comércio veio a influenciar no redesenho do espaço ao longo de sua história. Nesse contexto, observa-se que os cinemas, como o Cine Polytheama (1910) e o Cine Majestic (1917), lojas e cafés situados no entorno concorreram para o aumento da atratividade da Praça.

A partir de 1913, a Praça passou a ser também um centro para o meio de transporte urbano, quando começa a concentrar as linhas de bondes elétricos em seu entorno imediato, articulando esse ponto da cidade com outros bairros (ANDRADE, 2012). Tais fatos contribuíram para que a Praça se tornasse o principal espaço de lazer e convívio da cidade, suplantando até mesmo o Passeio Público, fato evidenciado por Liberal de Castro (2009, p. 101):

Nas primeiras décadas do Século XX, novos hábitos e novas formas de lazer passaram a valorizar a praça do Ferreira, carrossel de passagem de todas as linhas de bondes elétricos, animada com suas vitrinas, cafés, cinemas, clubes, cabarés, edifícios novos ou velhos

reformados, obras de arquitetura eclética, símbolos de modernidade.

No decurso da primeira década do século XX, a Praça não sofreu intervenções até 1920, quando foram demolidos os quiosques e retirados os gradis (Figura 1.27). Os caminhos entre os jardins deram lugar a uma alameda contínua com a construção de seis canteiros simétricos de formato retangular (1.28), nos quais foram plantadas espécies como a Tamareira (Phoenix canariensis) e pequenos arbustos e herbáceas (ver Apêndice C).

Essa reforma foi finalizada em 1925, com a construção do coreto em alvenaria e estrutura metálica, característico do período eclético, erguido no lugar de um dos jardins (Figura 1.29). Vegetações de diversos estratos, como árvores, arbustos e herbáceas foram plantadas no lugar. Essas intervenções, ocorridas durante a gestão do Prefeito Godofredo Maciel, modificaram bastante o espaço e, apesar de afastá-lo da linguagem anterior, não foram capazes de trazer um imediato ar de modernidade.

Figura 1.27 - Praça do Ferreira em 1920, sem o coreto. Percebe-se ao fundo o Palacete Iracema, situado na esquina das Ruas Floriano Peixoto com Guilherme

Rocha. Dentro dos canteiros, é possível perceber algumas Palmeiras Phoenix canariensis.

Fonte: Arquivo Nirez

A iconografia mostra que foi promovido o tamponamento da cacimba e dos tanques e a demolição de fontes, esculturas e caixa d’água, bem como a retirada do catavento e de parte da arborização existente, incluindo o “Cajueiro Botador”.

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Figura 1.28 - Exercício de reconstituição cartográfica da Praça do Ferreira em 1920, após reforma para demolição do Jardim Sete de Setemebro e dos quiosques.

Mapa base: Margarida Andrade

Figura 1.29 - Exercício de reconstituição cartográfica da Praça do Ferreira em 1925, após a construção do coreto. Mapa base: Margarida Andrade.

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Andrade (2012, p. 218) destaca algumas das intervenções promovidas na Praça em 1925, encontradas no Relatório dos Serviços, Obras e Melhoramentos executados pelo Poder Municipal no período compreendido entre 1924 e 1928:

a) Substituição do piso de cimento por mosaicos, com uma superfície total de 4.458,00 m2;

b) Na parte norte, cortada pela passagem da rua Cel. Guilherme Rocha, houve um recuo de 5,45m para descongestionamento do tráfego;

c) Nos lados leste e oeste, foram construídos salva vidas , com 85,0m de comprimento por 3,24m de largura, “os quais servem não só para refúgio de pedestres, como

também para espera segura de bondes e automóveis

(PMF, 1927:90).

d) “Separando a avenida dos salva-vidas foram construídas para uso de automóveis duas alamedas de 5,25 de largura por todo o comprimento da praça”. (PMF, 1927:91).

e) No interior da praça foram distribuídos sete canteiros gramados, medindo cada um 14,0m por 3,0m, e sendo construído um coreto para retretas, “com colunas e balaustradas de cimento armado e forma octogonal alongada” (PMF, 1927:91).

O coreto, construído apenas em 1925 (Figura 1.30), passou a desempenhar um papel fundamental na vida cultural da cidade ao sediar as bandas de música das animadas retretas e também dar lugar a discursos inflamados, principalmente de cunho político (Figura 1.31):

Os seus bancos não poucas vezes serviram de tribuna aos oradores de todo matiz que, após 1920, a encontrariam mais favorável e firme no palanque do

coreto – o tão famanaz coreto, grosso, acaçapado e

desgracioso, que o Prefeito Godofredo Maciel mandara erguer, para lugar de concerto das filarmônicas [...]. Comícios e ajuntamentos os mais dísperes dali sacudiram milhares de ouvintes atentos a discursos inflamadíssimos – propagandas políticas, protestos, concitamentos cívicos, regozijos, estudantadas e também parlapatices. Se fora possível, teria sido indispensável guardar intacto o coreto no silêncio duma sala de museu, como sugestivo atestado de uma época de agitações patrioteiras que se estenderia [...] desde as intentonas goradas de 1922 e 1924 à revolução vitoriosa de 1930 (GIRÃO, 1979, p. 132-133; itálico do original).

Figura 1.30 - Praça do Ferreira em 1925, após a construção do coreto. Fotografia tirada a partir da face oeste do logradouro. Ao fundo, percebe-se o Palacete Iracema no lado direito e a sede da Intendência Municipal no lado esquerdo.

Fonte: Acervo Nirez

Figura 1.31 - Reunião em torno do coreto, 1931. Ao fundo, nota-se o edifício da Intendência Municipal, situado à Rua Guilherme Rocha. Também ao fundo,

percebe-se o Palacete Iracema, no canto direito.

Fonte: Acervo Nirez

É interessante observar que, embora a reforma promovida em 1925 tenha sido efetuada com o intuito de modernizar a Praça, desvinculando-a da imagem anterior, representativa de valores e hábitos de outras épocas, a própria escala da cidade não permitiu uma associação tão forte à modernização.

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A Praça, emoldurada por edificações de pequeno porte em sua maioria, com um coreto que ainda era característico do Ecletismo e vegetações arbustivas em seus canteiros, acabou preservando um ar romântico, enfatizado pelo mobiliário composto pelos bancos e os postes de iluminação a gás. Apesar do porte da obra de reforma, algumas características foram mantidas, especialmente as que dizem respeito ao uso e ao entorno, como se pode ver na síntese abaixo (Quadro 1.3).

Quadro 1.3 - Síntese das características da Praça do Ferreira em 1925 Elementos paisagísticos Usos Edificações do entorno Traçado: axial (definido por alamedas) Recreativo Artístico Cívico Intendência Municipal Clube Cinemas Edifícios comerciais Vegetação: canteiros com herbáceas, arbustos, árvores localizadas perifericamente; palmeiras distribuídas de maneira aleatória dentro dos canteiros Mobiliário: bancos de madeira e ferro fundido, postes de ferro fundido Elementos aquáticos suprimidos Elementos construídos: coreto de alvenaria e estrutura metálica..

Fonte: Julia Miyasaki

O próprio uso da Praça, que não se modificou drasticamente após a reforma, também contribuía para lhe dar um ar interiorano: retretas, comícios, discursos e anedotas compartilhavam o espaço com o ir-e-vir dos passageiros dos transportes públicos que ali se concentravam.

Pode-se afirmar que o logradouro, apontava, então, na direção da modernidade, condição reforçada em 1933, com a demolição do coreto e construção da Coluna da Hora, monumento vertical de linguagem Art Déco, que a consagrou como “Coração da Cidade”.

A MODERNIDADE DA PRAÇA