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A produção do conhecimento interdisciplinar para o estudo

Anexo IV: Parecer do Comitê e Ética em Pesquisa Anexo V: Declaração revisão ortográfica

APÊNDICES 439 Apêndice A: Esquema metodológico da pesquisa científica

1. INTRODUÇÃO O encontro com o tema

2.2. A produção do conhecimento interdisciplinar para o estudo

Dada a complexidade proposta por algumas questões, o que possibilita que a construção interdisciplinar seja difundida para que ocorra a compreensão de relações não explícitas, que por meio de modelos específicos não seriam compreendidas (SILVA, PINTO, 2009). Nessa direção, contribui o conhecimento interdisciplinar, pois, permitiu que diversos pontos citados na pesquisa fossem analisados pela ótica deste conceito. Por certo, vale ressaltar que os próprios termos e suas definições ainda são bastante discutidos e com diversas interpretações.

Consoante a esta afirmação, os termos multidisciplinaridade, interdisciplinaridade e transdisciplinaridade são frequentemente empregados de modo indistinto. Entretanto, possuem sutis, mas importantes, diferenças de sentido, conforme alertado por vários estudiosos sobre o assunto (ALVARGONZÁLEZ, 2011; CHOI, PAK, 2006; FAZENDA, 2015; POMBO, 2013; WEBB et al., 2011). Apreende-se, portanto, que muito já se disse acerca da interdisciplinaridade, todavia, é necessário entender que, ainda não foi possível formalizar um conceito capaz de unir epistemólogos, filósofos e educadores em torno de um consenso (ALVES, BRASILEIRO, BRITO, 2004)1.

Dentro deste universo, Frigotto (2008) considera que a necessidade da interdisciplinaridade na produção do conhecimento se funda no caráter dialético da realidade social. Por meio desse entendimento, este ao mesmo tempo, una e diversa da natureza intersubjetiva de sua apreensão. Logo, o caráter uno e diverso da realidade social nos impõe distinguir os limites reais dos sujeitos que investigam, dos limites do objeto investigado.

Esse discurso é repercutido na fala de Thiessen (2008) quando se refere a influência dos trabalhos de grandes pensadores modernos como Galileu, Bacon, Descartes, Newton, Darwin entre outros. Esse diálogo ocorre, pois, as ciências foram sendo divididas e, por isso, especializando-se. Assim, organizadas de modo geral sob a influência das correntes de pensamento naturalista e mecanicista.

O Naturalismo baseia-se no estudo e análise dos corpos, por meio da observação direta da natureza, o que revela a descrição exata do homem aceitando todas as características observadas e existentes (ZOLA, 1989). Já o mecanicismo foi, certamente, o grande movimento

1 De acordo com Lei (2011) não se aplica a multidisciplinaridade como sinônimo e ou base deste tipo de estudo,

pois, não implica em integração, mas superposição, entretanto, pode ser aplicado como um embasamento para tal.

2 Foi um movimento em que vários intelectuais partilharam do pensamento sobre uma determinada ideia de ‘Visão

de mundo”, não tendo seus pressupostos aceitos na íntegra por todos estes. Este fora definido a partir de cinco eixos básicos que envolvem entidades, modelos explicativos, instrumentos de análise, e a ações de relação e clara distinção entre coisas do “mundo humano e mundo natural mundo humano e mundo natural”.

intelectual do século XVII, do qual, com exceção dos escolásticos remanescentes, fizeram parte praticamente todos os grandes filósofos e cientistas da época” (BATTISTI, 2010, p. 29)2. Estes,

buscavam, já a partir da Renascença, construir uma concepção mais científica de mundo. Já em uma proposta de taxonomia de termos, Klein (1990) identifica como características definidoras da multidisciplinaridade a justaposição, organização em sequência e coordenação de disciplinas. Estes termos diferem da interdisciplinaridade que envolveria sua integração, interação, ligação, foco e mistura. Por fim, na transdisciplinaridade se daria a transcendência, transgressão e transformação.

Para o entendimento desta explanação é importante considerar que o nível de integração varia de parcial, na primeira, a total, na última. O grau de colaboração dos agentes tende ao compartilhamento, na primeira, à cooperação, na última. As três, contudo, podem ser consideradas tipologias da interdisciplinaridade, esta entendida como gênero comum das três espécies (KLEIN, 1990).

Ainda neste patamar Carvalho (2007), compreende que foi necessário um esforço conjugado de várias disciplinas para o alcance dos significados do objeto estudado, viabilizado por uma nova estratégia no trabalho de classificação epistemológica e interdisciplinar. Esta configuração habilita a equipe de trabalho, pois favorece a articulação entre parceiros ou associados, facilitando o alcance de propósitos ou objetivos comuns.

Assim, diferentemente destes pensamentos, na sociedade ocidental de acordo com Lattuca (2001), a separação em unidades cada vez menores das disciplinas, despontaram-se como esforços de compreensão do todo a partir das partes. Isto é observado em universidades e faculdades por meio de disciplinas acadêmicas, assim como de formações acadêmicas em outros níveis de formação.

Nesta direção segundo Klein (1990), há reflexões epistemológicas sobre interdisciplinaridade, que são primordiais para a reflexão sobre os pressupostos epidemiológicos e para a redefinição do conhecimento. Há variações do conceito para descrever a evolução de uma série de disciplinas e campos. Esta fala é confirmada por Apostel et al., (1983), quando relata a cooperação contínua das disciplinas específicas em determinados momentos, em função dos confrontos que exigem cooperação entre disciplinas, principalmente das ciências naturais e das ciências sociais e humanas. Observa-se, portanto, que estas discussões tendem a levar ao aparecimento de novas especialidades.

Fortalecendo esta ideia, Fazenda, Varella e Almeida (2013), consideram em seus estudos a relevância do estudo interdisciplinar baseado nos aportes teóricos de Fazenda (2006). Estes aportes ocorrem em relação ao diálogo que é permitido entre os diferentes conteúdos que

são oferecidos ao profissional permitindo-lhe ampliar seu campo de conhecimento. Amplia-se também da intensidade de trocas observada por Japiassu (1976) a este tipo de estudo, tendo em vista que estas incluem a integração de vários conteúdos.

Nestes termos, utilizar a interdisciplinaridade permitiu interagir entre diversos campos e deste modo apresentar abordagens a qual se pode conceber a interpretação da inserção do desenvolvimento em diversos espaços e grupos. Assim, foram realizadas reflexões por base de Karl Marx, assim como nos achados de Madeleine Leininger, edificados também por meio de outros aportes importantes para o objeto em estudo. Estas associações são essenciais para entender a própria constituição do objeto de estudo dentro da proposta de saúde coletiva.

Para efeito dessa escolha o estudo foi construído por meio da interdisciplinaridade contextualizada em campos como da Saúde Pública e Saúde Coletiva2 e demais áreas já citadas. Este direcionamento é necessário, pois, atualmente as equipes e toda a estrutura de saúde são compostas por equipes multidisciplinares. E de modo mais enfático, no que se refere a própria concepção da saúde coletiva e do SUS no Brasil, inclui-se os movimentos sociais, que envolvem as bases das ciências sociais, inclusive definindo socialmente os riscos à saúde. Logo a amplitude da saúde coletiva é definida por determinantes sociais que são pontuados:

(...) como desafios coletivos para a política médica, política e política de saúde pública, sistemas de crenças, pesquisa e prática que incluem uma série de organizações formais e informais, apoiadores, redes de cooperação e mídia (...) Estes movimentos abordam (a) o acesso aos serviços de saúde ou o seu fornecimento; (B) doença, experiência de doença, incapacidade e doença contestada; E (c) desigualdade de saúde e desigualdade com base na raça, etnia, sexo, classe e / ou sexualidade (BROWN, ZAVESTOSKI, 2004, p. 679 ).

Sendo assim, a saúde coletiva por si só já apresenta em seus delineamentos as características da interdisciplinaridade. Mais do que isso, percebendo essa configuração torna- se a abordagem dessa área primordial para discussões em uma amplitude aqui já definida. Portanto, os pontos elencados quanto aos diversos determinantes sociais e de saúde, expressam de modo pontual a amplitude da subárea.

2 Considera-se neste estudo a divisão conceitual sobre as áreas de Saúde Pública e Saúde Coletiva para termos de

identificação sobre suas funcionalidades e aportes teóricos durante a concepção da pesquisa. Para tal é notório confirmar que a saúde coletiva foi construída a partir da reflexão das práticas da saúde no campo social, sendo uma parte do campo da saúde que envolve saberes e práticas; movimento intelectual e moral (CAMPOS, 2000), tais definições são inerentes as vastas discussões deste campo nos países em desenvolvimento. Já o termo saúde pública proposto Winslow (1920) considera que as atividades que previnem, prologam e promovem saúde, incluso a organização dos serviços, diagnóstico, tratamento e demais mecanismos que assegurem a vida do indivíduo é definido como saúde pública. Contudo, Frenk (1992) afirma que o termo saúde pública é ambíguo, pois, pode referir tanto a atuação e/ou função governamental ou a participação da comunidade na saúde por meio de seus direitos à saúde.

A exemplo de Thiesen (2008), as bases conceituais apresentadas até o momento representam a afirmação que a interdisciplinaridade está baseada em princípios teóricos formulados por análises que criticam o modelo positivista das ciências. Afirma-se isto, pois, estes resgatam a totalidade do conhecimento pela construção de uma dimensão tanto epistemológica quanto pedagógica. O que vem justamente se contrapor as bases positivistas, buscando sempre ratificar suas contribuições teóricas em uma escala mais ampla.

Agrega nestes termos os estudos de Brandão (2009), onde há referência sobre o desafio de construir sentidos. Seus estudos revelam a construção destes entre a teoria disciplinar e a atitude da prática interdisciplinar, revelando-se que se exige tempo de reflexão sobre as teorias disciplinares envolvidas, incluindo a observação e análise do ambiente sociocultural. Logo, há linguagens que embasam as práticas profissionais, assim como dos espaços de encontros e trocas das experiências que envolvem indivíduos e profissionais.

Baseado nestas colocações, o estudo considerou de grande importância realizar uma pesquisa de caráter interdisciplinar. Para isso, a captação de dados por meio de várias técnicas e várias unidades de análise, possibilitam deste modo uma leitura mais ampla do objeto de estudo. Dessa forma, a interdisciplinaridade permeada pelas disciplinas da área da saúde e por meio de programas com base nas ciências sociais e humanas, concretiza as habilidades descritas teoricamente neste programa de pós-graduação interdisciplinar.

Versando a estes fatos, considera-se aqui a magnitude da discussão ao dissipá-la em vários cenários. Contudo, ainda que prevaleça tal ideia, cita-se que ao se trabalhar com saúde, sociedades, desenvolvimento e sustentabilidade, se propõe a construção da base deste estudo envolvido predominantemente, mas não exclusivamente, pelas ciências sociais e de saúde. Portanto, considera-se as relevantes contribuições das ciências da saúde, pois, por meio de suas interfaces propõe discutir de modo holístico a inserção do indivíduo na saúde coletiva. Nestes modos apresenta-se os fundamentos do projeto de pesquisa e o desenho que conduzirá as bases para o projeto de tese conforme Figura 01 e apêndice A respectivamente.

Figura 1: Fundamentos para o projeto de pesquisa.

Fonte: Elaborado pelo autor (2019)

2.3. Métodos

A todo modo a saber que a pesquisa será interdisciplinar e estruturada conforme delineamento proposto anteriormente, como estratégia de pesquisa os procedimentos e recortes metodológicos serão conforme estabelecido na Figura 2 e a conjuntura operacional total observada no Apêndice B. Ainda, como critério de julgamento da qualidade do projeto de pesquisa ao longo da sua condução, se identificou as suas propriedades específicas conforme Quadro 1, realizando deste modo a validade de constructo proposta por Yin (2015) por meio das várias fontes de evidências, estabelecendo encadeamento e informantes-chave. Logo, a escolha pertinente do instrumental técnico empírico é baseada na fundamentação teórica descrita nesta unidade temática e conforme estratégia de pesquisa proposta conforme Apêndice D. CAMPOS TEÓRICOS FUNDAMENTAÇÃO EPISTEMOLÓGICA OBJETO DE ESTUDO - Teorias sociológicas do desenvolvimento -Teorias antropológicas do desenvolvimento Interdisciplinaridade Manutenção da medicina popular por meio da resistência, transformações práticas e tensões sociais.

- Desenvolvimento e sustentabilidade - Políticas Públicas - Saúde coletiva - Populações tradicionais - Cultura popular - Tensões sociais E IXOS T E MÁ T IC OS

Figura 2: Medidas operacionais da pesquisa

Fonte: Elaborado pelo autor

QUADRO 1 – Estratégia de pesquisa qualitativa

COMPONENTES ESCOLHAS METODOLÓGICAS

1 Estratégia de pesquisa. Estudo de caso aplicado a mudanças sociais e populações tradicionais;

2 Componentes do projeto de pesquisa.

Questões de estudo, hipóteses e unidades de análise;

3 Critério para julgamento da qualidade do projeto de pesquisa.

Validade do constructo, validade externa e confiabilidade;

4 Tipologia do estudo de caso. Estudo de caso múltiplo integrado;

5 Unidades de análise. Área, Serviços de saúde, pessoas, arquivos de fotografias, organizações;

6 Fontes da coleta de dados / Instrumentos.

Entrevistas, observação participante, fotografias, documentos eletrônicos e jornais;

7 Critérios para escolha. Área de estudo e participantes; 8 Análise dos dados da coleta de

campo.

Análise de conteúdo;

Fonte: baseado em Neto, Barbosa e Cédon (2006).

ALEGAÇÃO DE CONHECIMENTO NATUREZA/ ABORDAGEM Qualitativa ESTRATÉGIA DE PESQUISA : - Antropologia visual - Entrevista - Observação participante ESTRATÉGIA DE PESQUISA - ESTUDO DE CASO: Múltiplo (Remanescentes quilombolas,

benzedeiros profissionais/técnicos de saúde, gestores municipais Mineração

2.3.1. Natureza da pesquisa

A pesquisa foi qualitativa explicativa, pois, considerou o uso de estruturas interpretativas/teóricas, fazendo relações com grupos e suas dinâmicas sociais. Este tipo de pesquisa ainda é primordial em função de atender as características da pesquisa sendo elas: os múltiplos métodos, o raciocínio complexo, projetos emergentes e habitat natural (CRESWELL, 2007). Sendo assim, a pesquisa apresenta requisitos pontuais que a definem dentro desta proposta3.

Nestes termos pleiteando a abordagem explicativa desta pesquisa, permite-se apreender que a compreensão do meio e suas variáveis, assim como a diversidade de métodos, ratifica o mosaico proposto por este modelo (GUTNTHER, 2006). Nessa lógica, já sinalizado dentro das questões da pesquisa o olhar sobre os problemas sociais, a pesquisa qualitativa ao considerar os universos dos mecanismos profissionais e de gestão se institui eficiente para avaliar programas e serviços (GROULX et al., 2008). Estas contextualizações aproximam da bricolage já evidenciada em outros parágrafos, e propositalmente inserida para fundamentar a inserção das relações entre os campos elencados.

Pondera-se, portanto, entender a preocupação quanto aos dados coletados sob a reflexão de Minayo (2013), pelo processo de entendimento das bases epistemológicas e do objeto de estudo. Fundamentado a isto, considera-se aqui o tripé entre teoria, técnica e método. Para isso foram construídos instrumentos que consigam alcançar os objetivos propostos de acordo com a natureza da pesquisa.

Ainda, considerando Minayo (2013), o verbo compreender foi pontual dentro da perspectiva global do estudo. Este verbo vem no sentido de colocar-se no lugar do outro a fim de considerar o âmbito da história coletiva, possibilitando contextualizações. Ainda, todo esse processo ampliou o entendimento da cultura dentro de uma perspectiva da inserção do espaço do próprio indivíduo e possibilitou um olhar holístico a pesquisa.

Vale ressaltar, portanto, que a pesquisa qualitativa possui uma amplitude e diversidade que a tornou relevante nos diversos campos profissionais pesquisados. Em virtude dessa configuração define-se, portanto, a pesquisa qualitativa dento de escopos que envolvem estudar

3 Nesta pesquisa não foram utilizados elementos quantitativos, haja vista que o foco do trabalho era a relação com

o ambiente e baseada nas realidades observadas ao longo do processo da pesquisa conforme Malinovisk. Sobretudo, pela logística de uso de dados de populações indígenas que requer autorização restrita.

a vida das pessoas, representar opiniões e perspectivas, apresentar contextos, revelar conceitos e a multiplicidade de fontes (YIN, 2015). Estes aportes foram características desta pesquisa em discussão, em fase deste método sistemático para o foco interdisciplinar.

Dentro desta perspectiva utilizando da reflexão de Marradi (2002), acerca de uma das definições da metodologia, se utilizou técnicas de modo estratégico. Todas as escolhas foram interligadas com as características do objeto estudado. Logo, foram desenvolvidos instrumentos que se organizam em uma proposta interdisciplinar e validados para uma eficiente coleta.

Ainda como critério de julgamento da qualidade do projeto de pesquisa ao longo da sua condução, identificou-se as suas propriedades específicas. Esse plano foi realizado de modo a ratificar a validade de constructo proposta por Yin (2015) por meio das várias fontes de evidências. O estabelecimento deste encadeamento e informantes-chave favorecem deste modo coerência ao planejamento.

Certamente, para dar poderio ao método, os instrumentos do estudo de caso deram vigor a condução desta pesquisa e suas normatizações. A escolha pertinente das técnicas foi proposta na fundamentação teórica descrita nesta unidade temática e conforme estratégia de pesquisa. Esses componentes foram inter-relacionados e considerados durante todo o processo, ainda que a base fundamental seja a questão central (MAXWELL, LOOMIS, 2003).

Mediante a isto, pelas multiplicidades de técnicas e de fontes de dados houve convergência das informações em categorias que precisamente atendam as questões do estudo. Como exemplo, temos a Figura 3, que demonstra a conversão dos dados para devida interpretação. Incluso nesta sequência, e entendendo que foi um estudo de caso múltiplo integrado como descrito a seguir, as categorias consistem em sustentar a tese central.

Coleta de dados Qualitativos ( com incorporação das diversas unidades de análise) Categorização INTERPRETAÇÃO Figura 3: Convergência das evidências em categorias

Fonte: Baseado em Creswell e Clarck (2013).

2.3.2. Método do estudo de caso múltiplo

O estudo de caso é um método de pesquisa usado para estudar fenômenos individuais, grupais, políticos, sociais e suas correlações, abrangendo áreas de saúde, humanas, e sociais, assim como suas subáreas (YIN, 2015). Mas, é um método que abrange questões “como” ou “por quê” a fenômenos contemporâneos. Logo, foi significante por possibilitar contribuir para complementaridade de outros estudos (YIN, 2015).

No arcabouço dos componentes do projeto de pesquisa, para compreensão da escolha deste método foi dada ênfase a (s) unidade (s) de análise, e estes componentes foram representados por entidades, grupos e até um indivíduo. Contudo, a definição real da unidade (s) de análise dependeu das questões da pesquisa, pois, as mesmas apontam para mais de uma unidade de análise (YIN, 2015). Logo, dentro desta orientação o projeto incluiu variadas unidades de análise como explícito no Quadro 1.

Tomando esta conjuntura, o método de estudo de caso que foi utilizado neste trabalho é o de casos múltiplos integrados. Isto é mostrado pela indicação de unidades múltiplas de análise, envolvendo subunidades que estão na composição do estudo, e que posteriormente foram analisadas para responder a questão central (YIN, 2015). Dessa forma, para seguir a proposição

do estudo, foram considerados cinco casos (Populações tradicionais, Benzedeiros urbanos4, Serviços de saúde, Gestão Municipal e Mineração Rio do Norte), que nos proporcionaram subsídios a hipótese inicial.

Os estudos de caso de acordo com Yin (2015), contribuiu para o conhecimento de fenômenos de indivíduos e grupos, o que justificou a aplicabilidade neste estudo. Tal procedimento auxiliou a uma visão holística quanto ao comportamento de grupos, pois, forneceu subsídios significativos para conduzir o objeto da pesquisa. Sobretudo pela multiplicidade de experimentos permitiu compreender como o fenômeno estudado se comportou em diferentes universos (YIN, 2015).

Outra lógica utilizada neste trabalho foi a da replicação. Esta escolha é fundamentada a partir do desenvolvimento da teoria, definindo cada etapa do projeto e utilizando-se do estudo de cada caso individualmente, para que durante a construção da pesquisa consiga se realizar a convergência de todos os casos em detrimento da conclusão (YIN, 2015). Ainda, considerando que: “Ao se usar um estudo de casos múltiplos, outra questão estudada refere-se ao número de casos considerados necessários ou suficientes para seu estudo (...) “seu julgamento foi discricionário e não seguirá uma formula” (YIN, 2015, p. 65).

Contudo, para ganhar informações precisas e relevantes foram pesquisados dados sobre o objeto de estudo em todos os grupos estudados. Nesta sequência foram considerados os achados do estudo piloto e as observações pontuais foram inseridas nos instrumentos de coleta de dados. Nesta direção, e de modo estratégico seguindo, a lógica da replicação se baseia em replicar um achado descoberto em um evento anterior, podendo ser duplicado até ser considerado relevante (YIN, 2015).

Revelado estes fatos, evidencia-se também que este estudo foi corroborado pela lógica da saturação, que em geral, são observados nas pesquisas das áreas de saúde conforme descrito no que segue:

Amostragem por saturação é uma ferramenta conceitual frequentemente empregada nos relatórios de investigações qualitativas em diferentes áreas no campo da Saúde, entre outras. É usada para estabelecer ou fechar o tamanho final de uma amostra em estudo, interrompendo a captação de novos componentes. (FONTANELLA, RICAS, TURATTO, 2008, p. 17).

Portanto, há de se considerar que foi utilizado os delineamentos da saturação, enfatizando-se registrar que o quantitativo das fontes foi realizado por meio de seleção qualificada. Esta proposta visa justamente destacar que as escolhas foram de acordo com as