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Anexo IV: Parecer do Comitê e Ética em Pesquisa Anexo V: Declaração revisão ortográfica

APÊNDICES 439 Apêndice A: Esquema metodológico da pesquisa científica

3.3. Desenvolvimento na Amazônia e a dinâmica populacional

Não distante da sustentabilidade e sociodiversidade, a questão populacional é um tema discutido amplamente, pois, reflete diretamente na economia e meio ambiente. Nestes termos, apreende-se a lógica em que o modo de vida é de acordo com situação que o ambiente oferece e por envolvimento de elementos sociais a ambientais (FONTANA, 2015). Para entendimento

desta afirmativa, busca-se duas correntes de pensamento que discutem abordagens sobre população, a de Malthus e de Karl Marx, ambas polêmicas e discutidas até a atualidade.

Com sentidos inteiramente diferentes, temos uma de caráter individual e moral, e outra que depende dos processos mais objetivos que envolvem todo o processo de trabalho e o capital (GENNARI, 2016). Compreendendo esses contextos, e direcionando-se a questão central deste trabalho e se distanciando da teoria malthusiana, considera-se a dinâmica populacional pelos pressupostos de Karl Marx, pela ocorrência de bases conjuntas que envolvem relações sociais e processos históricos sob influência deste pelo tempo, condicionadas pelas transformações neste contexto (VIANA, 2006).

Inicialmente apreende-se sobre a compreensão da teoria econômica de Marx, e o esclarecimento dos objetivos do capitalismo sobre o proletariado. Considera-se, portanto, a afirmativa de Engels (1990) sobre as condições deste modelo no sentido mais ampliado que pondera que a economia e política depende do tempo, local, geração e das particularidades que possuem os países em seus tempos históricos.

Além destas bases conceituais, é contemplável os processos redistributivos da população como a ocupação da fronteira e concentração urbana, que modificam a dinâmica urbana de acordo com os ciclos econômicos, e as atividades econômicas aliadas a globalização (MARTINE, 1994). Nesta lógica, se deve identificar as várias possibilidades de agregação destes dois pontos já elencados, como no caso em que a mobilidade urbana em fronteiras ocorre por um processo econômico, em que ambas permitem modificações socioespaciais em vista a globalização (COSTA, 2013). Ainda, considerando estes dois argumentos, Caiado (2005, p. 55) aponta no cenário brasileiro a seguinte alocução:

O processo brasileiro de expansão urbana apoiou-se em uma sociedade com distribuição de renda bastante desigual, tendo como resultado a concentração de renda e população nas grandes cidades, surgindo uma estrutura urbana fragmentada social e espacialmente, com generalização das periferias urbanas, principalmente – mas não apenas – nos grandes centros urbanos.

Esta fragmentação é percebida quando se compreende o processo de industrialização e urbanização como proposta de integração no Brasil, pois, há uma concentração econômica na região sudeste, apesar da expansão da malha rodoviária e telecomunicações com as demais regiões do país (VIEIRA et al., 2015). Nesse âmbito, a região amazônica dentro do fluxo de escoamento econômico, se industrializou dentro do modelo de produção baseado em políticas públicas regionais que visavam fomentar o capital nacional e internacional (CHAVES, PENA, 2013). Esse processo foi fruto da lógica do desenvolvimento capitalista, o qual a região Norte passa a ter uma economia ativa devido seus recursos naturais (COSTA, 1990).

Logo, apesar desta fragmentação, no sentido de dinamizar a economia considera-se que:

Na criação de alternativas que permitissem a captação de recursos para dar cabo desta empreitada, projetam-se sobre a estrutura produtiva da Amazônia ações governamentais direcionadas ao fomento e a concepção de projetos que pudessem ser implementados com relativa rapidez e que produzissem em larga escala, direcionando sua produção para o mercado externo, o que alargava a importância da valorização dos recursos minerais da Amazônia (CHAVES, PENA, 2013, p.6).

Ainda nestes direcionamentos as ações governamentais implementaram-se por meio dos Planos de Desenvolvimento da Amazônia (PDAs) que tinham o objetivo de integrar esta região ao crescimento econômicos nacional e para isso adotava planos que viabilizavam estratégias e orçamentos para sua concepção (NAHUM, 2012). Segundo Becker (2001b), o estado por meio de investimentos na infraestrutura consolidou a ocupação da região. Politicamente essas ações de ocupação e desenvolvimento foram construídas a luz de uma política de fronteira agrícola, mineral e da biotecnologia (NAHUM, 2012).

Monteiro (2005), sinaliza os grandes investimentos ocorridos justamente após essas ações, explicitando seu início com a exploração das reservas de minério de manganês da Serra do Navio, no então Território Federal do Amapá. Também, há de se referir a criação do Programa de Pólos Agropecuários e Agrominerais da Amazônia – Polamazônia com a exploração da bauxita da região do Trombetas e do caulim da Amazônia no Amapá. Ademais, há também a viabilização de infra-estrutura, tais como a construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, que viabilizou a implantação de empresas voltadas à produção de alumina e alumínio primário e ainda a exploração das minas da Serra dos Carajás Empresas sídero-metalúrgicas

Como reordenação o Plano Regional de Desenvolvimento da Amazônia – PRDA atualmente constitui-se de diversas ações. Precisamente, entre elas há a redução da extrema pobreza na Amazônia Legal, a promoção do crescimento econômico regional; o incentivo e apoio ao desenvolvimento e consolidação do sistema regional de ciência, tecnologia e inovação; a conservação do meio ambiente da Amazônia Legal; a promoção da integração econômica intra e interregional na Amazônia Legal e a excelência na gestão para garantir o provimento de bens e serviço (SUDAM, 2014). De todo modo, vale entender que o desenvolvimento da Amazônia brasileira envolve dois períodos distintos de acordo com a fala de Serra e Fernandéz (2004, p. 107):

O primeiro corresponde ao regime autoritário; nele, várias estratégias de desenvolvimento foram implementadas com o objetivo de maximizar ganhos imediatos, sendo elas responsáveis por consideráveis impactos socioambientais adversos. Já o período seguinte, a partir do início dos anos 1990, difere significativamente do primeiro. Caracteriza este período o reconhecimento, por parte do governo, do caráter predatório do modelo anterior. Todavia, os esforços do governo federal para conciliar uso produtivo e conservação ambiental colidem com sua estratégia de criar “Eixos de Desenvolvimento”, cujos objetivos para a Amazônia são o de integrá-la ao resto do país, vinculando-a ao mercado mundial.

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Baseado neste binômio, Silva, Pena e Oliveira (2015) referem que para o desenvolvimento econômico e a preservação do meio é necessária a aplicação em curso da floresta ainda ativa. Nestes termos, as ações que modificam os espaços naturais são coibidas de fato. Ainda dentro das duas perspectivas, se deve perceber as potencialidades em termos de biodiversidade e recursos naturais que a região oferece e agregá-las as necessidades do mercado e a sustentabilidade. Discorre para isso, o plano tático-operacional, neste a Amazônia Sustentável estava contemplada por meio da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) (SUDAM, 2014).

Dentro de todo essa dinâmica, é necessário ressaltar o pensamento direcionado ao desenvolvimento e a sociedade. Dentro deste contexto, segundo Pereira (2013) os aspectos que envolvem o espaço, seus recursos e a sociedade devem ser inseridas na contextualização urbanização/industrialização. Assim, considera-se a fala de Alves e Rizek (2012, p. 150):

A cidade contemporânea, como fenômeno cultural, responde a parâmetros que assinalam características próprias de uma época de transição. Nela, embora o espaço da cidade seja produto e reprodutor das dinâmicas que regem o seu tempo, a experiência da vida urbana, a relação de pertencimento ao espaço urbano, à sua cidade, persistem em meio a um conjunto de transformações que incidem nas dimensões técnicas e tecnológicas, nos aspectos sociais e ambientais, na desvalorização do espectro de ação do Estado, na desconfiança nos sistemas institucionais, na concentração de renda e disfunções de atividades, no empobrecimento dos sistemas simbólicos, na polarização social e retração das formas de vida coletiva, instrumentalização dos espaços de ação e redução do valor do público.

Assinalando esta passagem considera-se por Santos (2014) quando este reitera o conceito de espaço nacional da economia internacional, em que o espaço nacional se condiciona em função das transformações mundiais em virtude do modelo capitalista e suas influências. O que difere da configuração de território absoluto com sua identidade e exclusividade. E, ainda dentro desta reflexão, estes espaços possuem funcionalidade dentro do sistema capitalista e se transformam continuamente.

Por conseguinte, nos leva a entender que o reconhecimento da relação de subordinação com atores em escala não regional deve continuar sob conflito (SILVA, 2015). Por certo, toda esta transformação vem sendo implantada desde os anos de 1950 por meio de planos e políticas

que realizaram no espaço ações que viabilizariam o desenvolvimento (BRITO, COSTA, 2006). Nestes termos é interessante saber que:

No Brasil, as áreas protegidas incluem diversas categorias, tais como Terras Indígenas (TI) e Unidades de Conservação (UC) que integram o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Essas últimas são divididas em dois grupos, conforme sua categoria de manejo: as unidades de Proteção Integral (Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Parque Estadual, Monumento Natural e Refúgio de Vida Silvestre) e as unidades de Uso Sustentável (Área de Proteção Ambiental, Área de Proteção Ambiental Estadual, Área de Relevante Interesse Ecológico, Floresta Nacional, Floresta Estadual, Reserva de Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentável, Reserva Particular do Patrimônio Natural e Reserva Extrativista) (CASTRO, OLIVEIRA, 2016, p. 439).

Vale ressaltar que estas ações devem considerar a população envolvida, ainda que de forma mínima. Tal relevância ocorre, pois, os valores locais devem ser levados em consideração, a julgar por que na ausência disto haveria possibilidades de mudanças nos aspectos culturais locais. Assumido esta postura se evitaria o rompimento com estruturas e/ou organizações tradicionais (FREITAS, FARIAS, MACIEL, 2014).

Todas essas condições exigem enveredar-se dentro da perspectiva antropológica de Recanses e Barcelona (2000). Suas percepções cintam que apesar das relações e/ou definições que há entre a economia, qualidade de vida e desenvolvimento, seus resultados não têm sido satisfatórios para eliminação de condições sociais baixas frente o processo de modernização. A inserção destes empreendimentos no mais têm ocasionado tensões e resistência, pois, os acordos firmados não são cumpridos, gerando episódios de violência nos territórios que atuam (ANJOS, JÚNIOR BRUSTOLIN, 2016).

Conflitos com essas características são percebidos também em populações da Amazônia, e destacam-se nas populações tradicionais. Estes traços são reflexos de legislações que não reproduzem as necessidades dessas sociedades tradicionais, pois se mostram incapazes de se adaptar as suas culturas (GARCIA et al., 2014). Essas ocorrências também são pertinentes no interior de Unidades de Conservação (UC), que por mais que sejam locais reservados e com função de conservar a biodiversidade, parecem não considerar as populações residentes em seu interior e que usam de seus recursos naturais, o que impeli a conflitos com base no direito de uso destes bens (ANDRADE, IANDAZA, 2016; GARCIA et al., 2014; SOUSA, ROUSE, OLIVEIRA, 2017).

Nesse sentido, as políticas públicas seriam a opção para que conflitos desta magnitude não ocorressem. Em teoria, estas seriam destinadas a superar essas problemáticas, pois, iriam proporcionar fortalecimento e expansão das UC, por meio de respostas e ações sobre os desafios percebidos (ANDRADE, IANDAZA, 2016). Contudo, para que isto ocorra é necessário a

participação efetiva dos atores sociais envolvidos nesses territórios como citam alguns autores (ANDRADE, IANDAZA, 2016; QUADROS et al., 2015; SOUSA, ROUSE, OLIVEIRA, 2017).

Vale ressaltar, porém, que há vários casos de expulsão de populações tradicionais que residiam em UC agravando estes problemas. Essas condições têm se explicitado por conflitos internos gerados pela obrigatoriedade de adoção de uma única etnia, desprovendo as diferenças étnicas e culturais. Também ocorrem pela realocação e reassentamento destes povos pelas políticas criadas desde a ditadura militar que vem se contrapondo aos Decreto nº 6.040 de 7 de fevereiro de 2007 e com a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho10 (ALMEIDA, REZENDE, 2013).

Ainda dentro deste escopo, há conflitos também observados nas Reservas Extrativistas (RESEX) encontradas na Amazônia. Tais divergências ocorrem entre o governo municipal e as lideranças destes territórios e possibilitam que comunidades locais sejam prejudicadas. Esta é uma questão ligada a conservação de tradições11 e sua valorização frente a modernização dos espaços, atrelada ao desinteresse das gerações que irão assumir esses espaços, incluso também nisto a própria expropriação dos moradores já percebida pelas vendas das terras devolutas (SOUZA, 2013).

Corroborando a isto, Castro e Oliveira (2016) evidenciam atitudes de interferência negativa pelo Estado nas RESEX. Estas organizações estatais não têm considerado as realidades vivenciadas por estas comunidades propondo regras que não se enquadram em seus cotidianos. Este fato por si só já evidencia contra as propostas defendidas por essas reservas extrativistas. Versando a isto, estudos vem apontando que também as TI vem sendo constantemente alvo dos empreendimentos capitalistas, principalmente os de mineração. Conforme Rolla e Ricardo (2013), apesar da ausência de regulamentação de exploração de recursos minerais em terras indígenas, há diversos processos em andamento para que esta atividade seja realizada. Neste cenário está incluído projetos de leis em trâmite no senado federal12.

É pertinente refletir, portanto, que por estas condições que há várias discussões acerca das TI, seja pela antropologia, como pelo Estado e cada uma com suas razões. Tais ponderações

10Segundo este decreto “os povos interessados não deverão ser retirados das terras que ocupam” (artigo 16º,

parágrafo 1º). Já em relação ao reassentamento, qualquer movimentação destes povos deve ser realizada por meio de procedimentos legais de diversos patamares, incluso a consulta pública, além do consentimento e conhecimento deste pelos povos envolvidos (BRASIL. Decreto nº 5.051, de 19 de abril de 2004, artigo 16º, parágrafo 2º, grifos nossos)

11 Segundo o mesmo autor, há regras de convívio nas comunidades da RESEX mãe Grande, que estão atreladas a

natureza e permeadas por relações de trabalho de base familiar, sendo esta incipiente ao modelo capitalista.

12 Há um decreto em que se propõe que terras indígenas já demarcadas e reconhecidas sejam contestadas por "interessados", e esta está condicionada à PEC 215, apoiada pela bancada ruralista (VALENTE, 2016).

envolvem a importância destas terras pelo processo histórico, étnico-cultural, assim como pela integridade do território e suas biodiversidades. Ademais, o que se percebe é que frente a tudo isso, a grande necessidade é a proteção dos povos tradicionais que usufruem destas, a julgar por que estão sendo impactados por projetos de desenvolvimento nacionais (FERREIRA, 2015).

Considerando estes fatos, percebe-se que o desenvolvimento na Amazônia vem sendo proposto por intervenções de projetos e políticas. Corroborando a isto, Binsztok e Carneiro (2015) reiteram que estes empreendimentos estão atrelados a grades projetos que vem impactando a Amazônia e estão atrelados a condições sócio-espaciais. Como anúncio destas afirmativas reconhece-se a falta de adaptação à realidade das comunidades locais, levando as mesmas a situações de pobreza e instituindo também nesse cenário impactos ambientais.

Acerca destes elementos, a teoria de Marx confirma essa dinâmica sobre a relação capital, desenvolvimento e social. Afirma-se isto, pois, percebe-se que os empreendimentos capitalistas pela necessidade de escoamento de seus produtos e/ou atividades, buscam a expansão por meio de implantação de suas atividades em outros espaços, onde quer que seja. Neste cenário é imprescindível compreender que também há lutas de minorias e envolvem assim, interesses de minorias ou movimentos de minorias, como já identificado desde os seus manuscritos (MARX, ENGELS, 2012).

Ainda, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o indivíduo dentro das concepções de Marx sobre posição socioeconômica dentro dos pressupostos da definição de classe social, é dotado e definido pelos “meios de produção”. Nesse seguimento tais relações são caracterizadas por conflitos, sendo estes inerentes entre aos envolvidos no processo de produção. Estes fatos explicitam bem que uma classe não é definida a priori por condições individuais, mas sim de relações sociais concebidas pelas sociedades (WHO, 2007)

Sobre isto, considerando a relação de interdependência entre os vários setores de produção, no qual se condiciona os indivíduos humanos, e que as potencialidades individuais dependem destas relações, e ainda, que os produtos produzidos estão inerentes a seu modo de vida, é necessário entender que isso condiciona a possibilidade da longevidade humana. Ratifica-se, portanto, que apesar da condição de ser biológico, essas relações sociais são observadas no modo em que a vida humana se produz, tendo em conta que se organizam em sociedade (ALBUQUERQUE, SILVA, 2014).

Essa organização se reflete pelo modo de produção e distribuição dos meios de sobrevivência. Dependem, portanto, assim da própria qualidade do desenvolvimento e seguidamente nestes patamares pela organização em sociedade (ALBUQUERQUE, SILVA,

2014). Sobre esse alcance, é percebido o quanto o a condição humana se estabelece pelos meios de produção e de suas possibilidades (MARX, 1965).

Continuamente a isto, por meio do documento “A Conceptual Framework for Action on the Social Determinants of Health” percebe-se entre as diversas correntes teóricas tais relações sociais no campo da saúde, que justamente são resultados destas presunções. Em tese, aponta- se os seguintes determinantes sociais em saúde (SDH – Social Determinants of Health): 1. Abordagem psicossocial; 2. Produção social da doença/ política econômica da saúde; e 3. Teoria ecossocial e quadros de vários níveis (ecosocial theory and related multilevel frameworks) (WHO, 2007).

Portanto, considerando que há várias dinâmicas13 da população apontadas na região amazônica em detrimento da instalação do capital (CAVALCANTE et al., 2011; CAVALCANTE et al., 2008; CORTÊS, 2012) entende-se que as alterações espaciais são resultadas das intervenções econômicas destes empreendimentos (CASTRO, 2008). É imprescindível apontar que dentro destas dinâmicas, as mobilidades em geral estão atreladas pela perspectiva de melhores condições de vida (BECKER, 2001a; CAVALCANTE et al., 2011). Logo, as mobilidades populacionais sobressaem-se em fatos condicionados aos espaços de “fronteira” na Amazônia como se segue:

No caso específico da Amazônia, é peculiar a observação de como o processo de urbanização e transformações rurais (com a extensão, para estas, de serviços e infraestrutura tipicamente urbanos) tem produzido uma diversidade de novas formas espaciais que tem requisitado novas formas de conceber as categorias tradicionais de “cidade” e “ campo”, ou “urbano” e “rural” (BARBIERI, 2015, p. 40).

Ainda dentro deste seguimento, é pertinente apontar outros fatos que estabelecem outras relações dentro destas mobilidades na Amazônia, sendo estes nas fronteiras internacionais. Estas situações de realidade da dinâmica populacional internacional são pertinentes pela condição que “os brasileiros continuam a migrar para países limítrofes em função da ausência de alternativas de sobrevivência no Brasil para os pobres” (CORBIN, 2012, p. 114). Esta consideração é importante, tendo em vista que, implica em arranjos dentro da Pan-Amazônia, e justamente por Oriximiná ser um município de fronteira com a Guiana e Suriname.