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3 Atividade Turística em Unidades de Conservação

3.1 Influência dos meios de transportes e tecnologia da informação na atividade turística em Unidades de Conservação

3.1.2 A tecnologia da informação frente a pratica do turismo em UCs

A tecnologia da informação e consequente globalização também podem ser consideradas outras grandes responsáveis por estimular o fluxo de turistas entre os países. Segundo Santos (1999) as maiores empresas do mundo não são apenas multinacionais, mas empresas globais, onde todas as estratégias, responsabilidades e recursos são integrados, desde a concepção do produto, fabricação até sua distribuição.

Atualmente, essa tecnologia da informação tem como destaque a Internet, que permite, dentre outras vantagens, que destinos, hotéis, agências, operadoras, empresas de transporte, locadoras e até mesmo parques instalados em qualquer Unidade de Conservação de qualquer lugar do mundo possam ser facilmente observados, conhecidos, reservados e divulgados por qualquer pessoa em qualquer lugar.

Como a Internet tornou-se o canal de vendas e relacionamento com o cliente, a medição de desempenho de sites de turismo está se tornando uma questão estratégica, fundamental para o marketing on-line. (PLAZA, 2011, p. 10)

Tudo isso provoca um sensível aumento no desejo e segurança para viajar, uma vez que as pessoas passaram a ter a possibilidade de se informarem, reservarem e comprarem todos os itens relacionados à sua viagem em questão de minutos, na sua língua local, a partir da sua própria residência, sem grandes custos de comunicação ou tempo, ou até mesmo sem o risco de escolherem um hotel, destino ou passeio de forma incorreta, o que poderá levar o viajante a inconvenientes indesejados, já que hoje a rede de indicações estabelecida em um Trip Advisor, por exemplo, permite saber com mais precisão e segurança o que fazer ou evitar no destino pretendido por meio de relatos de outros viajantes, aumentando ainda mais a segurança em se viajar e a certeza de ter feito a escolha correta. Segundo Blumrodt e Palmer (2013) (...) há uma crescente demanda por conectividade e integração motivada por clientes cujos negócios tornam-se cada vez mais baseados na colaboração e interação.

Com a evolução da tecnologia da informação, os próprios prestadores de serviços turísticos foram condicionados a inserirem no mundo digital por meio de sites,

19 O PECJ está a 10 km do Centro de Campos do Jordão enquanto que o PEMCJ dista 5 km do mesmo local.

portais, Sistemas Globais de Distribuição – GDS (como Sabre ou Amadeus, ou páginas em redes sociais. É como se a inexistência em uma dessas plataformas digitais impedisse os turistas de conhecê-los, acessá-los ou reservá-los e finalmente consumi-los.

De acordo com Lin e Huang (2006), a Internet se tornou o principal canal de busca e divulgação de informação de destinos e atrativos turísticos. Para esses autores (...) um site eficaz pode chegar a um público global, sendo acessíveis 24 horas por dia em qualquer lugar do mundo. Até mesmo os administradores das Unidades de Conservação, como no caso do Parque Estadual de Campos do Jordão, utilizada aqui como estudo de caso, entenderam ser necessário colocar as informações pertinentes a esses locais em sites oficiais a fim de facilitar o conhecimento e visitação ou para facilitar o estudo sobre a área para os pesquisadores.

Associado ao avanço da tecnologia da informação no Brasil e no mundo temos o advento das redes sociais, com destaque para o Facebook (97,6% de nível de utilização pelos internautas) e Instagram (63,3% de utilização pelos internautas), que estão entre as 10 mais utilizadas pelos brasileiros na atualidade20, como pode se observar na Figura 12.

Por conta de seu alto nível de utilização dentre os que acessam a Internet no Brasil (102 milhões de pessoas (58% da população) segundo a Pesquisa TIC Brasil21) redes sociais como Facebook e Instagram se transformaram num grande meio de divulgação dos destinos e serviços turísticos, graças às páginas oficiais dos próprios destinos e atrativos, sejam eles naturais, culturais, público ou privados e principalmente por meio das fotos e relatos dos viajantes, que muitas vezes até por uma questão de status e reconhecimento social fazem questão de compartilhar cada foto de cada destino que visitam.

20 De acordo com a pesquisa elaborada pela Social Media Trends 2017. Disponível em http://marketingdeconteudo.com/redes-sociais-mais-usadas-no-brasil/. Acesso em 21 de julho de 2017

21Pesquisa TIC Brasil, promovida pela CETIC – Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento

da Sociedade da Informação. Disponível em

http://www.cetic.br/media/analises/tic_domicilios_2015_coletiva_de_imprensa.pdf. Acesso em 221 de julho de 2017.

Figura 12 – Principais redes sociais utilizadas pelos brasileiros

Fonte – Disponível em http://marketingdeconteudo.com/redes-sociais-mais-usadas-no-brasil/.Acesso em 21 de julho de 2017.

As fotos e relatos disponibilizados por meio dos usuários das redes sociais geram milhares de visualizações e comentários, que por sua vez são novamente compartilhados, gerando assim um novo ciclo de visualização e comentários por novas pessoas. De acordo com Brown e Chalmers (2003), a tecnologia de turista a mais bem sucedida é a câmera, projetada especificamente para este “relembrar da viagem em casa”.

Esse processo possibilita destinos antes pouco conhecidos e de certa forma ainda com seus elementos da natureza conservados por conta desse desconhecimento de grande parte das pessoas, como ainda ocorre em muitas Unidades de Conservação brasileiras passem a ser objeto de cobiça de milhares de viajantes potenciais, o que pode a médio e longo prazo comprometer a própria conservação desses lugares se não houver uma política pública que preveja essa eminente crescimento de demanda impulsionado pelas redes sociais.

As redes sociais permitiram ainda cultivar amizades com pessoas de lugares distantes, já que sem esse meio de comunicação dificilmente manteriam suas relações ou até mesmo se conheceriam. Tais contatos geram desejo de visitar pessoalmente o amigo distante, o que gera novos deslocamentos, além de possibilitar a troca de informações sobre lugares visitados de um ou de outro, gerando assim novas indicações para se visitar lugares até então desconhecidos.

Além disso, destinos com difícil acesso ou com estrutura de serviços turísticos muito rudimentares, como o que ocorre em muitas Unidades de Conservação passam, a partir da disseminação de suas belezas cênicas por meios eletrônicos de comunicação, a sensação de ser possível visitar um desses lugares em um próximo feriado ou férias, já que o seu colega da rede social informou ter ido e recomenda fortemente que você conheça aquele lugar. Tal comportamento tende a provocar a aceleração do processo de

esgotamento de lugares que ainda nem foram mercantilizados pela prática da atividade turística.

A situação citada por Lin e Huang (2006) ilustra bem o poder das redes sociais na divulgação de destinos e atrativos:

Um engenheiro que trabalhava para United Microelectronics Corp. (UMC) em Taiwan, Justin retornou do mar Egeu e 124 fotos escolhidas de entre as fotos de 1400 que ele tirou durante suas férias no site do Yahoo-Kimo em maio de 2003. Justin simplesmente pretendia compartilhar suas fotos com amigos, e ele colocá-los no site, porque eram demasiado grandes para enviar por email. No primeiro dia, mais de 6000 visitantes lotados o site. O tráfego anormal causada Yahoo-Kimo fechar o site temporariamente. Depois de Yahoo-Kimo reativado o site, os níveis de visitante aumentou diariamente para dezenas de milhares. Talvez através de um desejo de compartilhar com outros amigos, muitos amigos entusiastas encaminhada a mensagem linda do site por e- mail. Durante várias semanas 40 a 60 mil visitantes visualizaram o site diariamente. Mais 1 milhão de visitantes visitaram o website durante o primeiro mês, e quase 2 milhões visitaram o site ao longo de um período de 6 meses. Locus, uma editora, aproveitou a oportunidade para publicar um livro de fotos, calendário de mesa de 2004 e quebra-cabeças com fotos do Justin. (LIN e HUANG, 2006, p.1201)

A página do Facebook associada ao PECJ com maior número de visitas22 não é a oficialmente administrada pelo gestor da UC. É uma página de caráter comercial que estimula o visitante a conhecer os elementos da natureza existente do local e, principalmente, praticar as atividades pagas comercializadas na própria UC, como aluguel de bicicletas e prática de arborismo. Foi observado nessa página um total de 97.622 visitas com 407 curtidas em um período de um ano (2018).

Na maior parte dos posts e comentários foram observadas associações positivas, por texto ou imagem, do contato dos visitantes com a natureza, prática de trilhas, prazer na utilização dos serviços comercilializados e até fotos e relatos de apresentações e consursos culturais no PECJ, representando assim uma forma de divulgação com considerável retorno para a imagem e conhecimento do Horto e empresas que comercilizam produtos e serviços na UC e no seu entorno, como restaurantes por exemplo.

Por outro lado, por ser uma página não gerenciada pelo gestor da UC, nada do que se publica tem o devido controle ou participação da administração do Parque sobre o tipo e veracidade das informações estão sendo diivulgadas, nem tão pouco sobre quais práticas estão sendo estimuladas para os potenciais visitantes que acessam a página em questão, assim como as demais páginas do Facebook associadas ao PECJ e classificadas como não oficiais.

22 Página do Facebook denominada Horto Florestal de Campos do Jordão. Disponível em https://www.facebook.com/pages/Horto-Florestal-Campos-do-Jord%C3%A3o/1762104497430393. Acesso em 08 de abril de 2019

A qualidade de sites de destino do turismo pode refletir a qualidade da colaboração entre as principais partes interessadas. Deficiências nessa interação entre as partes interessadas — tipicamente Municipal, posto de turismo, operadores de turismo do setor privado e webmaster — pode ser uma fonte do site do destino, dando-lhe uma desvantagem competitiva. (BLUMRODT e PALMER, 2013, p. 2)

Será então que esse admirável mundo novo, onde uma grande quantidade de pessoas desloca rapidamente por vários quilômetros em equipamentos e vias cada vez mais rápidas e seguras ou conectam por tudo o mundo trocando informações, imagens, vídeos e depoimentos com outras pessoas próximas ou distantes, conhecidas ou não, pode de alguma forma influenciar na dinâmica das Unidades de Conservação ou, no nosso caso em especial, alterar a prática da atividade turística nessas unidades?

Penso que a evolução dos meios de transportes e a tecnologia da informação podem influenciar, e muito, a dinâmica da prática da atividade turística em Unidades de Conservação tanto ou até mais quanto influenciaram, como exposto até aqui, o turismo de uma forma geral. Pois assim como o turismo, esses elementos podem ajudar a aumentar sensivelmente a quantidade de visitantes reais ou potenciais para essas Unidades de Conservação, assim como a forma como esses turistas visitam, permanecem e enxergam esses lugares, o que, dependendo da forma como essa nova demanda é tratada pelos gestores das UCs pode ser benéfica ou não para sua conservação e valorização. A nova questão passa a ser então se a melhoria das condições de acesso, meio de transporte ou tecnologia da informação pode contribuir de fato para a conservação da própria unidade em questão.

Se as políticas públicas relacionadas às Unidades de Conservação considerar o aprimoramento dos meios de transporte como algo somente capaz de permitir um número maior de visitantes e por consequência um aumento da arrecadação proveniente de ingressos ou empregos relacionados à oferta de serviços nessas UCs há uma perspectiva que pode, em um primeiro momento, até contribuir para a melhoria da situação financeira nessas unidades, o que até vai ser benéfico para sua conservação caso essas novas divisas provenientes dos ingressos sejam revertidas para a UC em si.

Por outro lado, o mesmo aumento de fluxo de visitantes pode, a médio e longo prazo, comprometer o estado de conservação das próprias UCs, tendo em vista a maior dificuldade sobre o controle dos visitantes, o aumento da quantidade de dejetos e a alteração sobre a fauna e flora local, pois por mais consciente do ponto de vista ambiental seja um visitante, a sua presença, sua respiração, caminhar, fala e atendimento a suas necessidades básicas são capazes de alterar por completo o ecossistema presente.

Controlar ou inibir essas alterações ficam mais difíceis de ocorrer quanto mais visitantes existirem, ou seja, há a possibilidade de pagar um preço alto, muito maior do

qualquer dividendo financeiro, ao facilitar por demais o acesso dos visitantes as Unidades de Conservação.

A regularização do acesso às Unidades de Conservação por meio da determinação do número de entradas, o efetivo monitoramento do fluxo de visitantes dessas entradas utilizadas, associado à determinação e cumprimento do número máximo de veículos, pessoas por veículos e ainda tipo de equipamentos de alimentação e recreação (bicicletas, churrasqueiras, alimentos, boias, carvão etc.) que podem entrar nas Unidades de Conservação classificadas pelo SNUC como Parques, associado a uma campanha de conscientização, por meio de folhetos entregues na entrada aos visitantes, por exemplo, podem de fato contribuir para a mudança de hábito do visitante a favor da conservação do lugar, além de possibilitar um controle maior sobre o número de visitantes, cujo valor e acesso às áreas das UCs devem ser estudados e determinados com antecedência pelos gestores, por meio dos seus planos de manejo e que deve obrigatoriamente incluir estudos de capacidade de carga de visitantes, independente do tipo de Unidade de Conservação em questão.

Outro aspecto a ser considerado deve ser o tipo de transporte que poderá ingressar na Unidade de Conservação. No PEMCJ, há relato de acesso por motos especialmente adaptadas para trilhas. Mas o Parque está oficialmente fechado para visitação e não existe nenhum estudo até agora dos impactos no meio ambiente gerado por esses equipamentos de transporte nem tão pouco um controle por parte das autoridades a respeito. Esses veículos podem provocar sensíveis mudanças no ecossistema local, já que seu movimento altera o solo, emitem dióxido de carbono e provocam poluição sonora dentre outros aspectos.

Além disso, esse equipamentos são de preço médio alto para aquisição e manutenção (considerando o valor dos veículos e motos em geral), cuja posse limita a pessoas de alto poder aquisitivo em um país onde ter um veículo, por mais básico que seja já é um privilégio para a minoria da população. Essa situação acaba por valorizar o ingresso no local apenas de pessoas de maior poder aquisitivo provocando assim desigualdade em termos de acessibilidade e uso de um patrimônio público, cujo direito de uso é igual para todos, independentemente da sua condição social.

No Parque Estadual de Campos do Jordão não existem informações precisas, nem tão pouco há uma definição clara de quantos ônibus, motos ou veículos de passeio podem ou ingressam por dia na Unidade de Conservação estudada. Essa falta de definição pode gerar um desequilíbrio do número de visitantes ou do poder aquisitivo desse visitante, pois os ônibus em excesso podem permitir e estimular o ingresso de pessoas de menor poder aquisitivo, o que por um lado é bom se entendermos que o acesso à UC deve ser um direito de todos e que os ônibus facilitam esse acesso, mas é ruim se considerarmos que o

ingresso de ônibus compromete o controle sobre como os visitantes se comportarão no local ou que vão retirar dessas Unidades visitadas, caso não haja um efetivo controle e conscientização um a um quando houver o desembarque ou embarque desses ônibus no local visitado.

Uma solução adotada por Unidades de Conservação consiste na limitação ou até mesmo impedimento de entrada de ônibus nesses locais, embora essa decisão possa reduzir o número ou aumentar o controle sobre visitantes, é uma solução que pode excluir aquelas pessoas que não tem poder aquisitivo para possuir ou utilizar um veículo particular, o que elitiza a prática da atividade turística nesses locais.

Nesse caso, uma possibilidade mais sensata seria a definição e respeito a um número máximo por tipo de veículos, tendo em vista a capacidade de carga previamente determinada, o que representaria a possibilidade de controle do número de visitantes, sem necessariamente excluí-los ou selecioná-los por poder aquisitivo.

Figura 13 – Estacionamento de veículos dos visitantes do PECJ Fonte: Trabalho de campo, 2016. Autor da foto: Pozati

Figura 14 – Entrada principal do PECJ

Fonte: Trabalho de campo, 2016. Autor da foto: Pozati

A tecnologia da informação, por sua vez, não apresenta uma influência tão perceptível quanto a que os meios de transporte exercem, seja na prática do turismo, seja na visitação às Unidades de Conservação, mas seu poder de influência e alteração frente à atividade turística das UCs pode ser até maior que a influência exercida pela evolução dos meios de acesso e transporte a esses locais, já que em todas as pesquisas realizadas com os visitantes de qualquer local, a resposta é sempre a mesma ao questionar sobre o que mais influenciou o visitante a demonstrar interesse pelo local: a indicação de amigos e parentes.

Em termos de conteúdo de websites, a estrutura tradicional do turismo de sol e mar-areia, turismo de compras e turismo urbano estão sendo transformadas em um novo quadro de demanda de turismo impulsionado por elementos de tecnologia, ecologia/meio ambiente, educação e entretenimento delegadas para webmaster. (BLUMRODT e PALMER, 2013, p. 10)

É uma revolução silenciosa, sem um aparente resíduo físico, mas que é capaz de aumentar consideravelmente o número de interessados em conhecer determinada UC por meio de relatos postados nas redes sociais de outras pessoas sobre o local visitado, sem que essas pessoas sejam necessariamente nossas conhecidas.

De acordo com Rita (2000) a decisão de visitar o destino é baseada principalmente em informações disponibilizadas para esse turista em potencial, os quais estão explorando a riqueza do material poveniente da Internet como fonte primária de informações de destino. Para o o mesmo autor (...) a internet permite informações a serem apresentadas em formas poderosas, interativas e visuais, que podem ser muito importantes para os viajantes. Nesse caso, um vídeo postado por algum visitante ou disponibilizado por meio dos sites dos destinos pode ser fundamental para que o visitante queira ir um determinado local nas suas próximas férias, final de semana ou feriado prolongado.

Esses relatos e, principalmente, fotos postadas, nos motivam a também conhecer o local podendo assim aumentar consideravelmente sua visitação. Mas esse novo movimento capaz de provocar mudanças em nossos hábitos nos inquieta e nos leva a refletir mais uma vez: isso é bom?

Ao analisarmos os comentários dos visitantes no site Trip Advisor a respeito do Parque Estadual de Campos do Jordão, foram observados, em primeiro lugar, um expressivo número de avaliações (6.473), das quais 5.587 (86%) foram positivas (experiência excelente ou muito bom) e outras 811 (12,5%) avaliações foram desfavoráveis (experiências razoável, ruim ou horrível) a imagem do PECJ23.

Dentre as avaliações positivas prevalecem comentários como lugar lindo, beleza natural; próximo à natureza; local para relaxar ou descansar; passeio imperdível ou até mesmo parece que estamos em outro país. Já dentre os comentários negativos prevalecem opiniões como: lugar grande, sem grandes atrativos, e até mesmo inacreditáveis parque público estadual administrado por incompetentes sanguessugas. Inadequado, decadente e dispensável ou bastava que alguém plantasse flores diversas que com certeza já se tornaria interessante, pelo menos para fotos ou ainda não acredito! não pude entrar com meu animal doméstico.

A julgar pelo baixo número de reclamações comparado a quantidade de elogios, associado ao tipo de reclamações existentes como as demonstradas aqui, (geralmente proveniente de pessoas que desconhecem ou parecem não estarem adequadas ao esperado e oferecido em um Parque radicado em uma Unidade de Conservação) há de fato um excelente posicionamento (imagem) do local frente ao visitante. Esse fato gera uma opinião pública favorável da Unidade de Conservação estudada, o que pode contribuir para uma política pública interessada em investir na sua preservação e melhor preparação para atender ao público visitante, obviamente aspectos favoráveis à Unidade de Conservação estudada.

23 Levantamento realizado no site Trip Advisor em 08 de abril de 2019. Disponível em https://www.tripadvisor.com.br/Attraction_Review-g303607-d2427126-Reviews-Horto_Florestal- Campos_Do_Jordao_State_of_Sao_Paulo.html.

Tornar o usuário do parque um aliado requer apenas um comprometimento mínimo com a função primária que essa área protegida tem de preservar a natureza. (TERBORGH, John; SCHAIK, Carel Van, 2002, p. 30)

O oposto também poderia ocorrer, caso a Unidade de Conservação tivesse um número de críticas negativas superiores a quantidade de elogios haveria uma política pública interessada em preservar o local? A questão é que os gestores das UCs não tem controle sobre a opinião dos visitantes, que muitas vezes está pautada em aspectos que não são de responsabilidade direta do local, mas que ocorrem em virtude do próprio perfil