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EQUIPAMENTO /INSTALAÇÃO

4.4.2 As trilhas do PE Campos do Jordão

As trilhas estão dentre os atrativos turísticos mais frequentados pelos visitantes do Parque Estadual de Campos do Jordão. Cada uma delas apresenta níveis de dificuldade variados para sua execução e permitem ao visitante conhecer melhor a diversidade de flora e fauna existente no local. As trilhas que são analisadas nesse trabalho são aquelas efetivamente utilizadas pelos visitantes do parque, segundo os gestores da Unidade de Conservação.

Trilha Extensão Total55 Nível de

Dificuldade

Tempo Médio de Percurso

04 pontes 1.000 metros Baixo 1 hora

Rio Sapucaí 2.600 metros Alto 1h 30 minutos

Campos 3.000 metros Médio 1h 30 minutos

Cachoeira 4.700 metros Baixo 2 horas

Celestina 8.500 metros Alto 4 horas

Tabela 16- Trilhas disponíveis no PECJ. Fonte – Fundação Florestal, 2015.

Figura 55 - Trilhas disponíveis no Parque Estadual de Campos do Jordão Fonte – Fundação Florestal, 2015

Trilha das 04 pontes (extensão de 1.000 metros): margeia e transpõe o Rio Sapucaí por quatro vezes, através de quatro pontes, sendo duas delas pênseis. Considerada pela administração do Parque como de baixo nível de dificuldade para sua execução e seu acesso é fácil e rápido a partir do Centro de Visitantes, por isso ela é considerada uma das trilhas mais utilizada e conhecida pelos visitantes do PECJ, depois da Trilha da Cachoeira.

Figura 56 - Trilha das 04 pontes - PECJ Fonte: Trabalho de campo, 2019. Autor da foto: Pozati

Figura 57 - Detalhamento da Trilha das 04 pontes - PECJ Fonte: Fundação Florestal, 2015

Trilha do Rio Sapucaí (extensão de 2.600 metros): trilha na qual o visitante encontra diversas araucárias centenárias, observa campos de atitude e as corredeiras do rio Sapucaí. Considerada pela administração do Parque como de nível médio de dificuldade para sua execução. A vegetação no decorrer da trilha está bem conservada, mas faltam mais placas de sinalização com informações sobre o percurso percorrido/faltante, flora existente e tipo de fauna que costuma estar presente na região.

Figura 58 - Trilha do Rio Sapucaí – PECJ Fonte: Trabalho de campo, 2018. Autor das fotos: Pozati

Figura 59 - Detalhamento da Trilha do Rio Sapucaí - PECJ Fonte: Fundação Florestal, 2015

Trilha dos Campos (extensão de 3.000 metros): trilha que atravessa áreas de Mata Atlântica preservada, campos de altitude e reflorestamento de coníferas. Considerada pela administração do Parque como de médio nível de dificuldade para sua execução dada a sua extensão, tempo de percurso e declividade.

Figura 60 – Placa informativa de acesso a Trilha dos Campos - PECJ Fonte: Trabalho de campo, 2019. Autor da foto: Pozati

Figura 61 – Coníferas encontradas da Trilha dos Campos - PECJ Fonte: Trabalho de campo, 2019. Autor das fotos: Pozati

Figura 62 - Detalhamento da Trilha dos Campos - PECJ Fonte: Plano de Manejo PECJ – 2015

Assim como a Trilha do Rio Sapucaí, a vegetação no decorrer dessa trilha está bem conservada, mas faltam mais placas de sinalização com informações sobre o percurso percorrido/faltante, flora existente e tipo de fauna que costuma estar presente na região, e preocupação em não deixar lixo (embora não tenha sido encontrados restos de material consumido em toda a trilha). Essas ações poderiam ampliar a segurança em

percorrer a trilha sem monitores aliado a uma experiência que traga mais informações a respeito da natureza existente.

Trilha da Cachoeira: (extensão de 4.600 metros): no decorrer de toda sua extensão, essa trilha margeia o Rio e termina na Cachoeira do Galharda. Considerada pela administração do Parque como de baixo nível de dificuldade. Tem o mesmo nome do seu principal atrativo, localizado no final do percurso e inicia no Centro de Visitantes. Dentre seus atrativos estão a vegetação, o afluente do Rio Sapucaí-Guaçu que margeia toda a trilha, a Estação

Experimental de Salmonicultura, (administrada pelo Instituto da Pesca) e a própria cachoeira ao final da trilha.

Com vegetação em bom estado de conservação, carece, assim como as outras trilhas, de sinalização mais frequente e que pudesse oferecer aos visitantes mais informações sobre a flora e fauna local, com a descrição, por exemplo, do nome (popular e científico) das árvores existentes no decorrer da trilha.

Figura 63 – Trilha da Cachoeira - PECJ

Fonte: Trabalho de campo, 2019. Autor das fotos: Pozati

Ao longo de toda a trilha há a presença de curso d´água em suas adjacências. O tempo de percurso estimado para percorrer a trilha é de 02 horas. Segundo a administração do Parque, é a trilha mais utilizada dentre os visitantes em virtude de sua facilidade de

acesso e nível de dificuldade para percorrê-la já que trata de uma trilha de mata aberta largo pouco declividade.

Com uma altitude aproximada de 1520m em relação ao nível do mar. O trecho de Floresta Ombrófila Mista (também conhecido como mata-de-araucária ou pinheral), está conservado nesta trilha segundo o Plano de Manejo do PECJ, publicado em 2015, que conta ainda com a presença de grandes árvores de diversas espécies. Contudo, segundo o mesmo documento, em um Campo de Altitude localizado em sua adjacência houve um incêndio que danificou alguns trechos de mata, principalmente nas proximidades da cachoeira.

Figura 64 - Detalhamento da Trilha da Cachoeira- PECJ Fonte: Fundação Florestal, 2015.

Na trilha da Cachoeira é possível observar diversos visitantes trajados de forma inadequada para quem visita uma Unidade de Conservação e dispõe a fazer uma trilha em meio a uma área de natureza preservada. Nesse local foram observadas pessoas com salto alto, vestido ou camisas e calças inapropriadas para uma trilha, o que reforça a ideia de que muitos dos visitantes do PECJ tratam o local como mais um passeio dentre os

diversos atrativos de Campos do Jordão com a sensação de que estão num parque de diversões que se estivesse incrustado no meio urbano não faria a mínima diferença para esses visitantes.

Trilha da Celestina: (extensão de 8.500 metros): Apresenta relevo íngreme, tendo trechos que chegam a até 1.900m de altitude em relação ao nível do mar. É a trilha por onde é possível acessar o ponto mais alto do PECJ.

A Trilha da Celestina inicia no final da Trilha dos Campos e encontra ao final com a Trilha da Cachoeira. Seu trajeto leva a mirantes que permitem uma ampla visualização do Parque. O tempo de percurso é de aproximadamente 4 horas segundo percurso realizado in loco. Por ser íngreme e de mata mais fechada não costuma ser utilizada pelos turistas, o que favorece a conservação de sua vegetação, composta predominantemente por Floresta Ombrófila Densa Altomontana (Mata Atlântica) e importantes remanescentes de Campos de Altitudes.

Pelas observações obtidas na visita de campo, a Trilha Celestina pode ser considerada a de vegetação mais fechada e diversificada e ainda a melhor sinalizada, pois foram encontradas no decorrer da trilha diversas placas com informações sobre a vegetação existente, trajeto percorrido ou com alguma advertência sobre cuidados necessários para evitar acidente ou impactos ambientais, algo que poderia existir nas demais trilhas do PECJ.

Figura 65 - Detalhamento da Trilha Celestina - PECJ Fonte: Fundação Florestal, 2015

Figura 66 - Placa de aviso no início da Trilha Celestina Fonte: Trabalho de campo, 2019. Autor das fotos: Pozati

Nessa trilha é possível avistar com mais frequência animais silvestres como a onça suçuarana, principalmente à noite. Segundo a administração do Parque é obrigatório fazer a trilha acompanhado de um monitor do PECJ ou de um guia local (pago) tendo em vista a grande extensão, declividade e presença de animais que podem atacar o homem, como a onça, por exemplo, caso esse animais se sintam ameaçados.

Figura 67 - Placa informativas existentes na Trilha Celestina Fonte: Trabalho de campo, 2019. Autor das fotos: Pozati

Figura 68 - Paisagem e Flora encontradas no decorrer da Trilha Celestina Fonte: Trabalho de campo, 2019. Autor das fotos: Pozati

Além das trilhas e instalações descritas, há outros atrativos do Parque como o Lago das Carpas, Lago das Ninfeias e tanques para a produção de trutas (truticultura).

De acordo com as observações in loco, é possível afirmar que Parque Estadual de Campos do Jordão possui uma estrutura de visitação turística contextualizada ao espaço e preparada para receber visitantes nas instalações administradas pela iniciativa privada, por empresas detentoras de permissão para comercializar produtos e serviços dentro do parque, mas que para serem acessadas necessitam serem pagas, o que exclui muitos dos moradores do entorno aos equipamentos e serviços melhor estruturados.

Por outro lado, um aspecto favorável é que as empresas que atuam dentro do Parque em serviços como restaurante, cafeteria, oferta de passeio de tirolesa, locação de bicicletas e loja de artesanato pertencem a moradores que vivem no entrono do PECJ, beneficiando assim a comunidade localizada no entorno da Unidade de Conservação (UC) analisada.

Mas a estrutura de visitação do PECJ apresenta deficiências que merecem atenção especial e soluções em curto prazo para evitar eventuais problemas. Uma delas consiste na falta de um plano de contingência para eventuais acidentes que possam ocorrer com os visitantes, pois não foram observados no local ambulatório, brigada efetiva de corpo de bombeiros, ambulâncias ou quaisquer pessoas ou funcionários preparados para agir imediatamente em situações de emergência.