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O IFCE, enquanto instituição de ensino profissionalizante pertencente à Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, tem sua origem a partir do Decreto nº 7.566, sancionado em 23 de setembro de 1909 pelo então Presidente da República, Nilo Peçanha, mediante a criação de 19 Escolas de Aprendizes Artífices distribuídas em todas as capitais do país (BRASIL, 1909).

Conforme Sidou (1979), no ano seguinte após a promulgação do decreto presidencial, a Escola de Aprendizes Artífices é oficialmente instalada no Ceará em 24 de maio de 1910 na atual Avenida Alberto Nepomuceno s/n, no prédio da Escola de Aprendizes Marinheiros, hoje prédio da Secretaria de Finanças do Estado do Ceará (Sefaz).

A partir do conteúdo disposto na Revista Pedagógica9 sobre as informações

referentes à Escola de Aprendizes Artífices do Ceará, temos a tabela a seguir que contém o quantitativo de alunos(as) matriculados por oficinas e cursos ofertados em 1916:

Tabela 1 - Cursos e matrículas na Escola de Aprendizes Artífices no Ceará

Oficinas / Cursos Nº de alunos(as) matriculados

Tipografia 49 Alfaiataria 39 Marcenaria 97 Ferraria 21 Sapataria 12 Total 218

Fonte: Elaborada pelo próprio autor a partir do atigo de Sidou (1979).

A Escola de Aprendizes Artífices precisou mudar algumas vezes de sede por conta do aumento do número dos alunos, dos cursos e das oficinas existentes. Além disso, como esteve sediada provisoriamente no prédio da Escola de Aprendizes Marinheiros, esta foi extinta10 por meio do Decreto nº 20.607, de 5 de novembro de 1931 (BRASIL, 1931).

Em 1939 transferiu-se para o prédio deixado pelo Liceu do Ceará. Nesse mesmo período, a Escola de Aprendizes Artífices passou a ser denominada de Liceu Industrial de Fortaleza por conta da Lei nº 378, de 13 de janeiro de 1937. Essa escola, em 1940, muda para a Rua 24 de Maio, nº 230, no centro da cidade onde funcionava a Sede Beneficente da Rede de Viação Cearense. No ano seguinte, em 28 de agosto ocorre modificação do nome para Liceu Industrial do Ceará mediante despacho de Gustavo Capanema, Ministro da Educação e Saúde (SIDOU, 1979).

O Decreto nº 4.127, de 25 de fevereiro de 1942 (BRASIL, 1942b) traz nova modificação na nomenclatura, passando de Liceu Industrial do Ceará para Escola Industrial de Fortaleza. O país, nos anos 1940, participou da Segunda Guerra Mundial como aliado dos

9 Revista de publicação bimestral editada pela Escola de Aprendizes Artífices referente aos meses de janeiro e fevereiro de 1917 (SIDOU,1979)

10 A Escola de Aprendizes Marinheiros do Ceará esteve desativada no período de 5 de novembro de 1931 a 26 de maio de 1940, sendo restabelecida nesta última data. Disponível em: https://www.marinha.mil.br/eamce/node/23

Estados Unidos que, por sua vez, concedeu empréstimo para impulsionar a indústria nacional, pois com a Europa se reconstruindo no período do pós-guerra, o velho continente não possuía condições de exportar produtos industrializados.

Diante desse contexto, em conformidade com Sidou (1979), “Assim é que, com esse objetivo, foram modernizadas as Escolas da rede Federal, com a introdução de novos equipamentos e a fixação da sede em prédios definitivos, construídos em conformidade com os fins a que se destinavam.”

Para que ocorressem essas mudanças nos aspectos estruturais, Francisco de Menezes Pimentel, interventor Federal no Ceará, doou um terreno localizado no bairro do Prado,11 atual bairro Benfica. Por conta dessa doação, foi construído o prédio situado à Avenida

13 de Maio, nº 2081 para abrigar as novas instalações as quais acabaram por ficar em definitivo nesse endereço a partir de 1952 até os dias atuais (SIDOU,1979).

Passados vinte e três anos, a nomenclatura de Escola Industrial de Fortaleza foi modificada por força da Lei nº 4.759, de 20 de agosto de 1965 (BRASIL, 1965), denominando- se de Escola Industrial Federal do Ceará. Essa denominação foi modificada próximo ao final dos anos 1960, uma vez que segundo Sidou (1979): “[...] a Portaria Ministerial nº 331, de 6 de junho de 1968, altera-lhe o nome para Escola Técnica Federal do Ceará.”

Note-se que essa alteração ocorreu quase dez anos após a promulgação da Lei nº 3.552 (BRASIL, 1959), a qual transformou as Escolas Industriais e Técnicas em autarquias denominadas de Escolas Técnicas Federais com personalidade jurídica própria e autonomia didática, administrativa, técnica e financeira.

A Escola Técnica Federal do Ceará (ETFCE) ofertou, no período entre 1968 e 1997, marcado pela transição dos momentos históricos relacionados à ditadura militar e ao processo de redemocratização do país, os seguintes cursos técnicos: Edificações, Estradas, Química Industrial, Eletrotécnica, Mecânica de Máquinas, Telecomunicações, Turismo, Informática Industrial e Segurança do Trabalho. Esses cursos variavam numa média de carga horária entre duas mil e quatro mil horas-aula (FIGUEREDO, 2008).

No final dos anos 1990 com a política de ajustes neoliberais em atendimento à demanda por uma formação cada vez mais especializada e flexibilizada do trabalhador, ocorreu

11 O terreno doado serviu anteriormente de alguns espaços: praça de esportes, albergue dos retirantes da seca e acampamento para os “soldados da borracha” (SIDOU, 1979).

nova mudança na nomenclatura da instituição passando de Escola Técnica Federal do Ceará para Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará (Cefet/CE) através do Decreto s/n, de 22 de março de 1999 (BRASIL,1999).

Perceba-se o tardio processo da “cefetização” ocorrido no estado do Ceará, haja vista que iniciou anteriormente em 1978 com a transformação de três Escolas Técnicas Federais dos estados do Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro em Cefets. Em 1994 ocorreu a segunda transformação gradativa e, finalmente em 1999, esse processo fora concluído com as demais instituições federais de ensino profissional, a exemplo do Cefet/CE.

No intervalo entre a institucionalidade dos Cefets em 1994 e a efetiva implantação do Cefet/CE em 1999, foram criadas duas Unidades de Ensino Descentralizadas (UNEDs), uma no município de Juazeiro do Norte e outra no município do Cedro com o objetivo de possibilitar a oferta dos cursos técnicos no interior do estado do Ceará.

No ano 2000, conforme o Relatório de Gestão (IFCE, 2000) apresentado ao MEC, o Cefet/CE contabilizava o seguinte quantitativo de alunos(as) matriculados por suas respectivas modalidades, de acordo com a tabela a seguir.

Tabela 2 - Tipos de modalidade e quantidade de alunos(as) matriculados no Cefet/CE Modalidade Nº de alunos(as) matriculados Nível Integrado 1.339 Nível Médio 1.097 Nível Técnico 1.263 Nível Tecnológico 418 Total 4.117

Fonte: CEFET/CE. Relatório de Gestão, 2000.

A partir da criação dos Cefets, incorporam-se novas formas de ofertas de ensino, conforme os objetivos descritos no artigo 3º, inciso da Lei nº 8.711, de 28 de setembro de 1993 (BRASIL, 1993), que alterou os objetivos contidos na Lei nº 6.545, de 30 de junho de 1978 (BRASIL, 1978), a saber:

O art. 2° da Lei n° 6.545, de 30 de junho de 1978, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 2° Os Centros Federais de Educação Tecnológica de que trata o artigo anterior têm por finalidade o oferecimento de educação tecnológica e por objetivos:

I - ministrar em grau superior:

a) de graduação e pós-graduação lato sensu e stricto sensu, visando à formação de profissionais e especialistas na área tecnológica;

b) de licenciatura com vistas à formação de professores especializados para as disciplinas específicas do ensino técnico e tecnológico;

II - ministrar cursos técnicos, em nível de 2° grau, visando à formação de técnicos, instrutores e auxiliares de nível médio;

III - ministrar cursos de educação continuada visando à atualização e ao aperfeiçoamento de profissionais na área tecnológica;

IV - realizar pesquisas aplicadas na área tecnológica, estimulando atividades criadoras e estendendo seus benefícios à comunidade mediante cursos e serviços."

Com base nesse dispositivo e normativas afins, a oferta de cursos e dos níveis de ensino do Cefet/CE ampliou-se consideravelmente a partir das modalidades de cursos técnicos, tecnológicos e licenciaturas. É possível evidenciarmos isso a partir do que consta no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), elaborado pelo Cefet/CE, referente ao período de 2005 a 2009 e sumarizado na tabela a seguir.

Tabela 3 - Ofertas de cursos por nível, área e carga horária no Cefet/CE

Área Curso CH

Nível Médio (Técnico)

ARTES Música 1.000

CONSTRUÇÃO CIVIL Edificações 2.000

SAÚDE Segurança do Trabalho 1.700

INFORMÁTICA Conectividade 1.126

Desenvolvimento de Software 1.126

TELECOMUNICAÇÕES Telecomunicações 2.000

QUÍMICA Química Industrial 2.500

TURISMO E

HOTELARIA Agenciamento e Guia Hotelaria 2.000 2.000

INDÚSTRIA Eletrotécnica (com ênfase em sistemas

eletrônicos industriais)

2.000 Eletrotécnica (com ênfase em sistemas

elétricos industriais) 2.000 Mecânica Industrial 2.000 Manutenção Automotiva 2.000 Nível Superior (Tecnologia) TELEMÁTICA Telemática 2.850 Informática 2.850 Telecomunicações 3.760

MECATRÔNICA Mecatrônica industrial 2.850

Eletrotécnica 4.100

Mecânica 4.100

AUTOMÁTICA Automática 3.700

ARTES Artes Plásticas 2.400

Artes Cênicas 2.400

CONSTRUÇÃO CIVIL Saneamento e Recursos

hídricos 2.850 Vias e Transportes 2.850 Produção Civil 2.850 LAZER E DESENVOLVIMENTO SOCIAL Desporto e Lazer 2.340 TURISMO E HOSPITALIDADE Gestão em Empreendimentos Turísticos 2.850 Tecnologia em Hospedagem 2.340 QUIMICA E MEIO AMBIENTE Gestão em Processos Químicos 2.860

Tecnologia Ambiental 2.440 Nível Superior (Licenciatura) CIENCIAS E TECNOLOGIA Física 2.850 Matemática 3.480

Fonte: Elaborada pelo próprio autor a partir do PDI do IFCE de 2005 a 2009.

A amplitude na oferta da graduação, principalmente nos cursos voltados para áreas tecnológicas, assumindo nessa perspectiva uma identidade de instituição de ensino superior, por parte dos Cefets, no início dos anos 2000, desencadeou a iniciativa de transformarem-se em Universidades Tecnológicas.

Esse processo se fortaleceu principalmente quando o Cefet Paraná (Cefet/PR) de fato conseguiu obter êxito nessa proposta, transformando-se na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) através da Lei nº 11.184, de 7 de outubro de 2005.

Em consulta à exposição de motivos12 apresentada pelo Cefet/PR ao Presidente

Lula, podemos destacar as justificativas fundamentadas nas seguintes normativas: (i) o Cefet/PR se constitui em autarquia em regime especial ofertante de Educação Tecnológica, conforme a Lei nº 6.545/78; (ii) estabelecimentos de prerrogativa de criação a partir do conceito de universidade especializada se dá conforme o parágrafo único do artigo 52 da Lei nº 9.394/96; (iii) criação de tal espécie de instituições de ensino superior à comprovação da existência de atividades de ensino e pesquisa, tanto em áreas básicas como nas áreas aplicadas, conforme o Decreto nº 3.860, de 9 de julho de 2001.

Nessa perspectiva, é possível evidenciar mediante consulta disponibilizada pelo endereço eletrônico da Câmara dos Deputados13 que a exemplo da criação da UTFPR, outros

Cefets buscaram, a partir das normativas anteriormente expostas, essa mesma intenção de modificarem-se para Universidades Tecnológicas, conforme o quadro a seguir:

Quadro 4 - Cefets que requisitaram transformação em universidades tecnológicas

Cefet pretendente Universidade Tecnológica pretendida

Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

Universidade Federal Tecnológica de Minas Gerais (BRASIl, 2011c)

Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro (Celso Suckow)

Universidade Federal Tecnológica do Rio de Janeiro (BRASIL, 2014)

Centro Federal de Educação Tecnológica de Bento Gonçalves

Universidade Federal Tecnológica da Serra Gaúcha (BRASIL, 2006b)

Centro Federal de Educação Tecnológica de Nilópolis

Universidade Tecnológica do Rio de Janeiro (BRASIL, 2004b)

12 Disponível em http://www.camara.gov.br/sileg/integras/242779.pdf

Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina

Universidade Tecnológica Federal de Santa Catarina (BRASIL, 2007b)

Centro Federal de Educação Tecnológica do Amazonas

Universidade Tecnológica Federal do Amazonas (BRASIL, 2005d)

Fonte: Elaborado pelo próprio autor a partir do endereço eletrônico da Câmara dos Deputados.

Vale ressaltar que dos processos requisitados, somente a UTFPR foi criada até o presente momento. Como forma de conter essa demanda de solicitações para conversão de Cefets em Universidades Tecnológicas, foi instituído o Decreto nº 6.095, de 24 de abril de 2007, estabelecendo as “[...]diretrizes para o processo de integração de instituições federais de educação tecnológica, para fins de constituição dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia - IFET, no âmbito da Rede Federal de Educação Tecnológica” (BRASIL, 2007c).

No entanto, o processo de “ifetização” não ocorreu num todo harmonioso pela forma como foi apresentado. No contexto desse evento, Sobrinho (2009, p.1) afirma que,

Tendo em vista que o decreto foi editado sem prévio debate com a rede federal, esse fato suscitou, como seria de esperar, uma babel de reações semânticas, ideológicas, políticas e outras, típica dos processos de construção psicossocial, quando uma novidade se insere em determinado universo simbólico. Ora, antes do decreto, a discussão que vinha se desenrolando, em alguns espaços da rede, dizia respeito à transformação de alguns Cefets em Universidade Tecnológica. Por essa razão, a figura do Instituto passou a se constituir, do ponto de vista representacional, numa estranha novidade. Se a representação social (o sentido coletivo) da instituição universitária e a configuração jurídica da mesma são sentidos “palpáveis” para a sociedade e a rede, em particular, porque produtos de uma construção histórica, o sentido social do Instituto inexiste e a sua configuração jurídica é algo por construir.

Os atores pertencentes da Rede Federal de EPCT precisavam, de fato, compreender a nova institucionalidade que se propunha com a emissão do decreto. Nesse sentido, Sobrinho (2009, p.6) indica um dos elementos motivacionais a partir dessa “redefinição identitária”:

Embora tendo se espelhado sempre na instituição universitária, a rede precisa agora tomar consciência disso e buscar uma configuração própria (ou dar forma social própria) às particularidades que lhes distinguem do mundo acadêmico. Os Cefets não devem se transformar em universidades, desde que isto signifique reproduzir, no essencial, a configuração social e jurídica, a missão e práticas das instituições acadêmicas nacionais, modelo inadequado para uma rede de instituições historicamente comprometidas com a oferta de EPT a grupos e segmentos sociais com dificuldades de acesso e permanência nos sistemas formais de ensino e maior necessidade de engajamento imediato no mundo do trabalho e voltada para o desenvolvimento local e regional.

Decorrido pouco mais de um ano da emissão do Decreto nº 6.095/2007, essa normativa aplainou o terreno para a sedimentação das bases legais que constituíram a implantação da Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008, a qual além de ter instituído a Rede

de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, criou os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia.

A partir da promulgação dessa lei, os Cefets, as escolas agrotécnicas federais e as escolas técnicas vinculadas às universidades federais foram transformados em institutos federais de educação, ciência e tecnologia, definidos como:

[..]instituições de educação superior, básica e profissional, pluricurriculares e multicampi, especializados na oferta de educação profissional e tecnológica nas diferentes modalidades de ensino, com base na conjugação de conhecimentos técnicos e tecnológicos com as suas práticas pedagógicas, nos termos desta Lei. (Artigo 2º da Lei 11.892/2008)

Cabe destacar que nem o Cefet/RJ tampouco o Cefet/MG aderiram ao processo de transformação supracitado. A razão principal alegada por estas instituições para a não transformação em institutos federais foi devido ao interesse em transformarem-se em universidades tecnológicas, conforme exposições de motivos apresentadas,14 dentre as quais

destacam-se: (i) fazer parte dos três primeiros Cefets criados, conforme a Lei nº 6.545/78, constituindo-se desse jeito num centro de excelência na oferta da educação tecnológica; (ii) valer-se de prerrogativas legais a exemplo da criação das universidades especializadas, conforme o artigo 52 da LDB nº 9.394/96; e (iii) pela transformação do Cefet-PR em UTFPR. Nesse contexto, o IFCE transformou em campi as unidades de ensino descentralizadas já existentes de Fortaleza, Cedro e Juazeiro, além das escolas agrotécnicas federais do Crato e de Iguatu. Estas últimas merecem destaque quanto à evolução de suas institucionalidades, carecendo de aprofundamento de estudo específico.

A Escola Agrotécnica do Crato surge, inicialmente, por meio do Decreto nº 22.470, de 20 de janeiro de 1947, que possibilitou a criação dos estabelecimentos de ensino agrícola no Brasil, sendo criada no município do Crato em 1954. Por meio do Decreto nº 53.558, de 13 de fevereiro de 1964, ela passa a ser denominada de Colégio Agrícola do Crato. Em 1979, com o Decreto nº 83.935, de 4 de setembro de 1979, passou a ser denominada de Escola Agrotécnica Federal do Crato.

A Escola Agrotécnica de Iguatu, por sua vez, seguiu um percurso diferente, iniciando suas atividades em 1955, por meio da criação do Curso de Extensão de Economia

14 Exposição de motivos do Cefet/RJ disponível em: http://www.cefet-

rj.br/attachments/article/98/projeto_abril_2009.pdf. Exposição de motivos do Cefet/MG disponível em: http://opencms.dri.cefetmg.br/galerias/arquivos_download/alunos/Projeto_UT_abril_2009.pdf

Doméstica Rural em Iguatu (MAPA, 1955). Inicialmente chamada de Escola Técnica de Economia Doméstica Rural de Iguatu, sua nomenclatura foi modificada por meio do Decreto nº 83.935/79, quando passa a ser chamada de Escola Agrotécnica Federal de Iguatu.

Diante da síntese desses fatos históricos que constituem a Rede Federal de EPCT, segue um esquema que representa a linha do tempo da criação das instituições federais de ensino profissionalizante no país, bem como sua devida efetivação no estado do Ceará.

Figura 1 - Histórico de criação dos institutos federais de educação, ciência e tecnologia

Fonte: Elaborada pelo próprio autor.

Adicionalmente à transformação de unidades descentralizadas e de escolas agrotécnicas federais em campi, o IFCE nos últimos nove anos inaugurou mais 25 unidades de ensino, perfazendo até o início de 2017, o total de 30 campi distribuídos em todas as regiões do estado, conforme ilustrado na figura a seguir.

Figura 2 - Unidades de ensino do IFCE

Fonte: Elaborada pelo próprio autor.

A Rede Federal de EPCT, enquanto componente da plataforma de governo nas gestões do Presidente Lula e da Presidenta Dilma, vivenciou períodos de franca expansão, contando atualmente com mais de seiscentas e quarenta unidades de ensino (campi) no país, conforme demostra a figura que segue:

Figura 3 - Expansão da Rede Federal de EPCT (em unidades de ensino)

De 2009 até o primeiro semestre de 2017, o IFCE vem ampliando suas bases quantitativas (IFCE, 2015) em diferentes segmentos, sejam estes nos cursos ofertados, nas matrículas discentes, nas modalidades e níveis de ensino, conforme as informações contidas na Tabela 4. A referida tabela apresenta as formas de oferta do curso técnico conforme prevê a LDB nº 9.394/96, a saber: (i) articulada com o Ensino Médio (Integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído o ensino fundamental com matrícula única na instituição de ensino; ou Concomitante, oferecida a quem ingresse ou esteja cursando o ensino médio, efetuando-se matrículas distintas para cada curso); e Subsequente ao Ensino Médio, em cursos destinados a quem já tenha concluído essa etapa do ensino (BRASIL, 1994).

Tabela 4 - Quantidade de matrículas no IFCE, por níveis e modalidades de ensino

NÍVEIS DE ENSINO FORMAS DE

OFERTA

MODALIDADE DE ENSINO

PRESENCIAL A DISTÂNCIA

BÁSICO Formação Inicial e

Continuada 1.4747 778 TÉCNICO Concomitante 14.050 395 Integrado 11.109 0 Subsequente 13.021 7.008 GRADUAÇÃO Bacharelado 9.685 0 Licenciatura 10.595 1.665 Tecnologia 13.688 1.210 PÓS-GRADUAÇÃO Aperfeiçoamento 0 706 Especialização 861 1.950 Mestrado 519 0

Total de alunos(as) matriculados 88.275 13.712

Fonte: Elaborada pelo próprio autor a partir dos dados coletados no sistema acadêmico do IFCE.

Nesse pouco mais de um século de existência, o IFCE tem vivenciado desafios pertinentes à uma instituição de ensino ofertante de educação profissional. Dentre os desafios percebidos registra-se o fenômeno comum a todas as redes de ensino no país, no caso, a evasão, a qual se caracteriza pela não conclusão dos estudos pelos(as) alunos(as), ora denominados de egressos sem êxito. As ações que visam superar essa situação referente à saída dos alunos sem conclusão dos seus estudos, estão contidas no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) referente ao período de 2014 a 2018 (IFCE, 2014).

Em 2015, a Setec recomendou que todas as instituições vinculadas à Rede Federal de EPCT elaborassem um plano estratégico com o objetivo de fortalecer a qualidade do ensino mediante ações de incentivo à permanência discente e à promoção acadêmica.

A partir disso, a Pró-reitoria de Ensino do IFCE realizou um levantamento diagnóstico junto à comunidade acadêmica em todos os campi da instituição considerando os motivos que poderiam levar os alunos(as) a abandonarem os estudos. Colheu com base nesse

material, informações relevantes que se tornaram um dos fundamentos do documento intitulado “Plano Estratégico para Permanência e Êxito dos Estudantes do IFCE – 2017 - 2024” (IFCE, 2017). Considerando as propostas sugeridas pelos diversos atores da instituição, estes serão corresponsáveis pela implementação e acompanhamento das atividades a serem executadas até o final da vigência do Plano Nacional de Educação (PNE) em 2024.

Constituindo-se historicamente na expertise da oferta de educação profissional nos diversos níveis e nas modalidades de ensino, o IFCE em 2012, por conta da mudança na gestão do programa no MEC ter passado da Secretaria de Educação Básica (SEB) à Setec, assumiu a execução do programa Profuncionário a partir dos cursos destinados à formação dos técnicos administrativos das escolas públicas municipais e estaduais do Ceará.