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5 ANÁLISE DO PROFUNCIONÁRIO OFERTADO NO POLO CAUCAIA:

5.2 Dados acadêmicos: resultados alcançados pelos alunos

Todos os estudantes matriculados no IFCE são registrados no sistema acadêmico da instituição. Neste sistema encontram-se desde os dados pessoais de cada estudante (nome, CPF, RG, filiação, data de nascimento, endereço, entre outros) até seus dados acadêmicos (número de matrícula, curso, período de estudo, entre outros).

Ao ingressar no IFCE, o estudante realiza a sua matrícula inicial – ato formal pelo qual se dá a vinculação acadêmica do estudante à instituição - e recebe um número que o identifica unicamente entre os demais alunos. Periodicamente o estudante precisa renovar sua intenção de continuar vinculado ao curso em um processo conhecido como renovação de matrícula.

A renovação da matrícula de um curso com periodicidade semestral deverá ser realizada a cada semestre, enquanto que para os cursos com periodicidade anual, a renovação só precisará ser realizada uma vez a cada ano letivo.

O estudante que não solicita a renovação de sua matrícula é considerado desistente, tendo sua situação de matrícula alterada para “Abandono” no sistema acadêmico. Dessa forma, utilizamos o campo situação de matrícula para categorizar os estudantes do Profuncionário em quatro categorias distintas, a saber:

1. Egressos sem êxito: compreende todos os estudantes que deixaram de frequentar o curso, ato sinalizado pela não renovação semestral (ou anual) de sua matrícula;

2. Egressos com êxito: compreende todos os estudantes que concluíram o curso, independentemente do tempo que passaram estudando.

3. Em curso: compreende todos os estudantes regularmente matriculados que continuam estudando.

4. Integralizados em fase escolar: compreende todos os estudantes que integralizaram a carga horária de disciplinas e estão em fase final de conclusão, dependendo de um trabalho de conclusão de curso ou de um estágio obrigatório. Cabe destacar que na categoria “Egressos sem êxito” agrupamos os alunos que deixaram de frequentar o curso (abandono) e os que tiveram suas matrículas canceladas (de forma compulsória ou voluntária).

Para que possamos compreender os números relativos ao curso Técnico em Secretaria Escolar do Polo Caucaia, devemos ter como referência a situação de matrícula dos alunos agrupados da seguinte maneira: alunos matriculados em todos os polos nas quatro habilitações; alunos matriculados em todos os polos na habilitação de Secretaria Escolar; alunos matriculados no Polo Caucaia nas quatro habilitações; e por fim, alunos matriculados no Polo Caucaia na habilitação de Secretaria Escolar. Cabe ressaltar que todos são cursos ofertados pelo Profuncionário sob a coordenação do IFCE no período entre 2012.2 e 2017.1.

Iniciamos a análise pela Tabela 10 onde podemos evidenciar que do total de 2.798 alunos matriculados em todos os cursos vinculados a todos os polos do programa, obteve-se o resultado de aproximadamente 42% de alunos com os estudos concluídos e 52% de alunos com os estudos interrompidos.

Tabela 10 - Situação de matrícula dos alunos do Profuncionário entre 2012.2 e 2017.1

Situação da matrícula Categoria Total

Egressos com êxito Concluído 1.168

Egressos sem êxito Abandono 1.371

Cancelamento compulsório 46 Cancelamento voluntário 43 Transferido interno 6 Em curso Matriculado 124 Integralizados Concludente 40 Total 2.798

Fonte: Elaborada pelo próprio autor, com dados do sistema acadêmico do IFCE.

A saída sem êxito foi ocasionada por fatores de diversas origens os quais podemos considerar como obstáculos em relação à continuidade e conclusão dos estudos nos cursos do Profuncionário, a exemplo do que podemos verificar nos relatos dos gestores a seguir.

Os desafios foram diversos, porém os mais significativos foram:

 A dificuldade dos alunos em relação ao manuseio dos computadores;  A não liberação por parte das chefias em liberar os alunos para estudos;  A não liberação de transportes para o translado dos alunos de outros

municípios para os encontros presenciais (Gestor 1 – IFCE).

Os motivos foram vários. Dentre eles posso destacar a questão de tempo [do aluno] para acompanhar isso [as atividades do curso] na escola, no seu ambiente de trabalho. Prá alguns [alunos], eu falo da minoria, o fator tecnológico foi limitação Não tinha [computador] em casa. Não podia ir para o polo que era distante. O dinheiro do salário era comprometido. Não tinha incentivo para ir. Tinha aluno que morava duzentos quilômetros distante do polo. Ia tirar sessenta ou cem reais por quinzena do seu salário já minguado de técnico pra ir prum curso? (Gestor 2 – IFCE).

Percebemos na fala dos gestores, situações-problema que poderiam ter sido diagnosticadas em tempo hábil e potencialmente resolvidas por meio de algumas ações, tais como: acompanhamento sistemático dos dados relativos à frequência e rendimento acadêmico dos alunos e sensibilização junto aos gestores locais (gestão municipal e escolar) na garantia do acesso ao local da formação e da disponibilidade de espaço e tempo no próprio local de trabalho para a resolução das atividades do curso.

Temos agora na Tabela 11 a situação de matrícula dos alunos em todos os polos de oferta do curso Técnico em Secretaria Escolar. Como já apontado na seção 5.1, esse curso representa aproximadamente 62% do total das vagas disponibilizadas no programa pelo IFCE. Em números relativos, comparando a situação de matrícula em todos os cursos ofertados conforme tabela anterior, tanto a taxa de evasão é menor, girando em torno de 48%, como a taxa de conclusão é maior, por volta de 46% no referido curso, o que não significa

necessariamente um resultado animador, haja vista a permanência do índice elevado de alunos egressos sem êxito.

Tabela 11 - Situação de matrícula dos alunos dos polos do curso Técnico em Secretaria Escolar entre 2012.2 e 2017.1

Situação da matrícula Categoria Total

Egressos com êxito Concluído 793

Egressos sem êxito Abandono 800

Cancelamento compulsório 17 Cancelamento voluntário 21 Transferido interno 6 Em curso Matriculado 63 Integralizados Concludente 23 Total 1.723

Fonte: Elaborada pelo próprio autor, com dados do sistema acadêmico do IFCE.

Esse comportamento dos dados referentes a uma procura maior pelo curso Técnico em Secretaria Escolar no IFCE, parece resultante de uma motivação pela mudança da profissão exercida na escola por conta do reconhecimento social da função de secretário escolar, conforme citado pelo Gestor 2 do IFCE nas páginas 105 e 106 da seção 4.2 deste trabalho.

No entanto, os funcionários escolares ao perceberem que essa mudança de função não iria ocorrer de forma automática, conforme o relato do gestor a seguir, acabaram por vezes desistindo dos estudos, onde é possível perceber na referida tabela, a preponderância do número de alunos evadidos sobre o número de alunos com estudos concluídos.

Uma das coisas que eu sinto que eles se queixam muito é a quebra de perspectiva funcional. Eles entram no Profuncionário com a perspectiva de ascensão porque eles são antigos, querem se firmar, querem melhorar, querem ter uma valorização profissional e acaba como o Profuncionário foi aberto para qualquer técnico administrativo escolher o curso que queria, às vezes um zelador queria ser secretário escolar e às vezes a escola viu que na prática não era possível porque teria que ter um plano de carreira e um concurso para entrar. E acaba que muito desse pessoal nem concurso tem. Está há vinte, trinta anos na escola sem concurso. Então pra mudar de função tinha que fazer concurso. Então eles [alunos] viram depois que não era automático e achavam que o Profuncionário vinha prá reorganizar eles na escola. O nosso papel é formar. Eu não posso garantir que ele vai para a função que ele tá fazendo[...]. Inclusive tinha pessoas que entravam orientadas pelo sindicato que iria ter uma efetivação automática. Sabemos que isso é inconstitucional. O aluno só sabia dessa realidade depois que entrava no curso. Tivemos a felicidade que alguns municípios colocaram nos planos de cargos e carreiras as funções do curso, principalmente a função de secretaria escolar e já fizeram seleção e concurso para essa habilitação (Gestor 2 – IFCE).

O que se revela na fala do Gestor 2 do IFCE é a ausência de um plano de cargos e carreiras dos funcionários escolares nos municípios onde ocorreram as ofertas dos cursos. Daqueles municípios que promoviam concursos públicos, o cargo de secretário escolar era o

mais ofertado em detrimento das demais funções a exemplo da manipuladora de alimentos (merendeira) e auxiliar de serviços gerais (zelador).

Diante dessa situação e enxergando uma possibilidade de melhoria salarial e estabilidade na carreira, justificava-se a procura pelo curso Técnico em Secretaria Escolar pelos funcionários que não atuavam nessa função. Revela-se ainda no relato do gestor que houve uma falha na comunicação do sindicato com os alunos numa perspectiva de “efetivação automática” sem concurso, o que de fato, fere o inciso II do artigo 37 da constituição federal que trata sobre a investidura na cargo ou emprego público por meio de concurso público (BRASIL,1988).

Os dados obtidos no Polo Caucaia são referentes à situação de matrícula dos alunos em todos os cursos ofertados. Se comparados aos índices gerais do IFCE, os resultados do polo foram melhores em relação ao quantitativo de egressos sem êxito e egressos com êxito. Contudo, de acordo com a Tabela 12, ainda permaneceu elevado o número de alunos que não conseguiram concluir seus estudos. Com 562 alunos matriculados, as taxas de evasão e conclusão estiveram em torno de 46% e 44% respectivamente.

Tabela 12 - Situação de matrícula dos alunos do Polo Caucaia entre 2012.2 e 2017.1

Situação da matrícula Categoria Total

Egressos com êxito Concluído 249

Egressos sem êxito Abandono 235

Cancelamento compulsório 23 Cancelamento voluntário 3 Transferido interno 0 Em curso Matriculado 46 Integralizados Concludente 6 Total 562

Fonte: Elaborada pelo próprio autor, com dados do sistema acadêmico do IFCE.

Sobre os dados contidos na Tabela 12 em relação aos egressos sem êxito de todos os cursos ofertados no Polo Caucaia, razões vinculadas à ausência de gestão democrática nos espaços escolares podem ser apontadas como elementos motivadores à desistência do curso, principalmente no curso Técnico em Alimentação Escolar, conforme segue o relato do gestor do polo:

Alimentação Escolar é o mais propenso [à evasão] em virtude da clientela assistida. São merendeiras e com muitas dificuldades em relação aos recursos e atividades exigidas nas escolas. Alguns diretores não colaboram com esse servidor, infelizmente [...]. Mas essa questão gritante em se tratando dos dirigentes escolares tem fundamentação na gerência tradicionalista. Os diretores ainda se comportam na sua maioria como donos dos servidores e das escolas. Seria ideal que o Profuncionário

também implantasse cursos com essa clientela num futuro próximo, se possível. A técnica gerencial mais eficaz é a democrática (Gestor – Polo).

Pelo relato, o direito à formação dos funcionários escolares garantida pela normativa de criação do Profuncionário, acaba sendo negado pela prática da gestão autoritária implementada pelos gestores escolares, a exemplo do que ocorreu nas instituições de ensino do município de Caucaia.

Os dados dos alunos egressos com êxito e egressos sem êxito do curso Técnico em Secretaria Escolar ofertado no Polo Caucaia, em comparação às situações de matrícula dos demais cursos ofertados evidenciadas nas tabelas desta seção, apontaram que o referido curso nesse polo obteve a maior taxa de conclusão dentre todos os cursos ofertados com aproximadamente metade dos alunos diplomados. Embora tenha alcançado o menor índice de evasão dentre os demais cursos ofertados no polo com 42%, demonstra a permanência de um elevado quantitativo de alunos que desistiram do curso, conforme consta na Tabela 13.

Tabela 13 - Situação de matrícula dos alunos do Polo Caucaia do curso Técnico em Secretaria Escolar entre 2012.2 e 2017.1

Situação da matrícula Categoria Total

Egressos com êxito Concluído 127

Egressos sem êxito Abandono 101

Cancelamento compulsório 5 Cancelamento voluntário 3 Transferido interno 0 Em curso Matriculado 19 Integralizados Concludente 3 Total 258

Fonte: Elaborada pelo próprio autor, com dados do sistema acadêmico do IFCE.

Podemos observar na Tabela 14 como foram distribuídos os dados sobre a evasão e conclusão discente a partir do ingresso dos alunos e previsão de término, considerando a situação das matrículas, no Polo Caucaia, do curso Técnico em Secretaria Escolar.

Tabela 14 - Situação de matrículas por previsão de término do curso Técnico em Secretaria Escolar do Polo Caucaia

Matrícula iniciada Previsão de término Matriculados Evadidos Formados Total

2012.2 2014.1 1 20 22 43

2013.1 2014.2 7 31 55 93

2014.2 2016.1 7 42 29 78

2015.2 2017.1 7 16 21 44

Total 22 109 127 258

Conforme a Tabela 14, podemos concluir que o maior índice alcançado de alunos que conseguiram terminar seus estudos refere-se àqueles que ingressaram em 2013.1 com aproximadamente 60% de egressos com êxito. Já o maior índice de egressos sem êxito está concentrado nas matrículas iniciadas em 2014.2 com aproximadamente 54% de evasão.

Também é possível identificar que todos os alunos na situação de matriculados estão na condição de alunos retidos, ou seja, alunos que já ultrapassaram além do prazo mínimo previsto para conclusão do curso, provavelmente tendo de cursar as disciplinas no semestre de 2017.2.

Os índices alcançados no programa a partir das situações de matrícula a cada semestre provocaram na coordenação do curso ações que foram planejadas, visando garantir o acompanhamento dos alunos com vistas à permanência e ao êxito discentes, assim como a busca por soluções que minimizassem a evasão e a reprovação.

Há duas equipes que visam sanar esses problemas:

- a coordenação de tutoria, que trabalha com o acompanhamento do trabalho dos tutores a distância, identificando no ambiente virtual de aprendizagem, quais estão cumprindo bem seu papel. Caso o trabalho não ocorra como o esperado, a equipe intervém.

- a equipe de designers educacionais, que, entre outras atribuições, acompanha o trabalho dos formadores, que também acompanham o trabalho dos tutores a distância, pois estes estão direta e diariamente com os alunos.

A cada final de semestre, em um trabalho colaborativo entre as equipes citadas e formadores e tutores, busca-se verificar quais alunos não atingiram o perfil para a aprovação. Após esse levantamento, é feito um trabalho de recuperação paralela, na qual os alunos podem, caso queiram, recuperar a disciplina.

Os tutores presenciais também desempenham um papel essencial neste processo: eles são o elo entre o tutor a distância e o aluno quando o ambiente virtual de aprendizagem não é suficiente (Gestor 2 – IFCE).

Além disso, o processo avaliativo do programa coordenado pelo IFCE foi sofrendo modificações ao longo do tempo conforme as evidências relacionadas ao desempenho acadêmico dos alunos. Isso resultou numa remodelagem na oferta de atividades que ampliaram o referencial avaliativo até então vigente no ensino técnico a distância no instituto federal, buscando, conforme relato do gestor do IFCE a seguir, evidenciar o conhecimento trazido pelo aluno mediante valorização do seu saber por conta da própria natureza do programa Profuncionário.

Nós aprendemos com a prática. Quando nós chegamos, o e-Tec e o instituto tinham seu desenho institucional. Há aquela preocupação de testar os alunos, de ver o que ele aprendeu. Nós estamos numa escola técnica, de origem técnica e temos os nossos vícios inclusive. Então existia aquele desenho, e todos nós éramos doutores em áreas das ciências “duras” que foram convidados a colaborar com a gente. Então numa

perspectiva de um desenho dos cursos ofertados pelo e-Tec que se exigia provas e toda semana, um fórum e uma atividade, não podia sair disso sem saber para onde ir e tinha que seguir o que a casa [IFCE] oferecia e aí percebi que a gente tava entrando na contramão do que era a filosofia do programa. Estou tentando oportunizar a aprendizagem de um servidor que está há mais de vinte anos em exercício. Quem sou eu? Quem somos nós prá dizer como é que um servidor que está há vinte anos fazendo aquilo, refaça tudo que está errado porque não é desse jeito. [...]. O que é que a gente está testando nesses nossos alunos? Testando o quê? O que a gente está dando a ele? É nosso papel estimular os nossos alunos a aperfeiçoar os processos com base na nossa teoria ou com base na prática. Então não era justo a gente ter um conteúdo que foi elaborado por gente da outra parte do mundo e cobrar aquilo que tava lá e nossos alunos só forem aprovados se conseguir ser igual ao que tava lá. Não! Vamos favorecer aquilo que o aluno pode nos dar considerando sua prática no dia a dia. Então nós tiramos as avaliações. Não tem mais aquele teste de marcar, de responder, aquela pressão da prova. Isso foi resultado depois de muitas reflexões após dois anos da oferta inicial dos cursos. Isso com a resistência muito grande do e-Tec porque nas reuniões do colegiado não entendia o motivo do Profuncionário não ter prova, como seria testado os alunos. E aí eu já tinha o amadurecimento suficiente como representante da equipe para defender nossos profissionais como agentes pedagógicos na escola e não como um técnico que vai arrochar parafuso e vai consertar, mas um educador. Tive que explicar que o aluno desses cursos [e-Tec] talvez não seja um educador, não vão estar nas escolas e se o prédio cair, a culpa é dele. Lá na escola, não. Ele [funcionário escolar] vai ajudar o aluno a conservar o prédio que alguém construiu e fez por ele. Ele não tem o papel de construir o prédio, mas de conservar, ensinar os alunos com sua prática a importância de se conservar aquele prédio. Então acima de tudo ele é um educador. Então, resistimos a essa prova. Tiramos a prova. Tiramos a avaliação teste para uma atividade qualitativa, fortalecendo as discussões nos fóruns e os relatos da aprendizagem significativa do aluno, do servidor através dos memoriais. Ele vai dizer, do jeito que achar melhor o que ele aprendeu e como essa aprendizagem está interferindo na vida dele e no trabalho através do relato. E tem relato até poético com memorial feito em cordel (Gestor 2 – IFCE).

Em relação ao desempenho acadêmico a partir das disciplinas vinculadas a um determinado curso, o IFCE tem como referencial o Índice de Rendimento Acadêmico (IRA) o qual é obtido através da média ponderada das notas de cada componente curricular cursado ao longo da oferta de um determinado curso. Essa média é composta de todas as aprovações e reprovações das disciplinas cursadas.

Partindo-se do princípio que para obter aprovação nas disciplinas o aluno deveria atingir a média 6,0, além da frequência mínima de 75%, temos a seguir na Tabela 15, o IRA dos alunos do curso Técnico em Secretaria Escolar do Polo Caucaia por situação de matrícula.

Tabela 15 - Índice de Rendimento Acadêmico por situação de matrícula

Situação de matrícula IRA

Total 0,0 a 5,9 6,0 a 6,9 7,0 a 7,9 8,0 a 8,9 9,0 a 9,5

Matriculados 16 3 2 1 0 22

Egressos com êxito 4 9 25 53 36 127

Egressos sem êxito 100 4 0 3 2 109

Cabe ainda destacar na referida tabela que na situação dos alunos matriculados, 16 destes obtiveram IRA abaixo de 6,0. Para reverter essa situação, a coordenação do curso precisaria realizar um trabalho de recuperação da aprendizagem desses alunos. Caso contrário, permaneceria a situação da reprovação das disciplinas, aumentando os índices de evasão do curso.

No caso dos egressos com êxito temos 4 alunos nessa mesma situação com o índice de rendimento abaixo da média. Esse índice obtido pelos alunos, pode ter sido resultado de sucessivas reprovações por nota ou por falta, o que não foi fator de impedimento para que esses mesmos alunos conseguissem concluir seus estudos. Já na situação dos alunos egressos sem êxito, o quantitativo de alunos com IRA abaixo da média, cerca de 92% desse total, acabou se concretizando na taxa de evasão do curso.

Ainda sobre os dados dos alunos egressos sem êxito, a Figura 13 ilustra o número de períodos cursados pelos 109 estudantes pertencentes a esse grupo, onde podemos encontrar no topo da coluna a quantidade de alunos evadidos, e na sua base, o número relativo ao período (semestre) cursado. A partir disto é possível observar que 41% dos alunos que se evadiram, ou seja 49 do total de 109, o fizeram logo no primeiro período letivo do curso. Entretanto, esta figura também nos permite visualizar que os outros 59% de alunos prosseguiram estudando por 2 a 7 períodos letivos, demonstrando variados níveis de persistência na continuidade de seus estudos.

Figura 13 - Número de períodos cursados por alunos que desistiram do curso

Fonte: Elaborada pelo próprio autor a partir do sistema acadêmico do IFCE.

Esse comportamento no quantitativo de alunos desistentes concentrado com maior índice no primeiro período do curso tem afinidade com os índices de reprovação nas disciplinas ofertadas nesse mesmo período.

É possível evidenciar isso na Figura 14, considerando que ao longo de toda a oferta