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5 ANÁLISE DO PROFUNCIONÁRIO OFERTADO NO POLO CAUCAIA:

5.3 Os alunos em foco: suas falas e percepções sobre o curso

Nesta seção trataremos de evidenciar as percepções que os alunos na condição de egressos com êxito, egressos sem êxito e matriculados possuem sobre o Profuncionário e em particular sobre o curso Técnico em Secretaria Escolar ofertado no Polo Caucaia.

A análise é resultado da aplicação dos questionários aos atores envolvidos no programa tomando como base os dados quantitativos e qualitativos compreendidos nesses instrumentais a partir de temas relacionados ao ensino, à aprendizagem, às motivações da escolha do curso, aos atendimentos das expectativas em relação à formação ofertada, à continuidade dos estudos e à perspectiva de melhoria salarial e profissional.

Como já mencionado na página 28 da seção 1.2 deste trabalho, do total de 258 alunos que se matricularam no curso, 50 responderam a aplicação do primeiro questionário com respostas objetivas. Por se tratar de uma aplicação de questionários online, evidenciamos que uma das causas em não se conseguir obter mais participações deu-se por conta dos e-mails inválidos ou inexistentes dos participantes registrados no sistema acadêmico do IFCE.

A distribuição das respostas objetivas por situação de matrícula foi a seguinte: 21 responderam na condição de egressos com êxito, 21 na condição de matriculados e 8 na condição de egressos sem êxito. É valido ressaltar que houve muita proximidade nas respostas dos funcionários escolares nessas três categorias. As vinte e cinco questões foram distribuídas

em quatro blocos: perfil profissional, experiência na educação a distância, avaliação sobre as atividades realizadas no curso e aperfeiçoamento das práticas profissionais.

Considerando as informações contidas no perfil profissional, o vínculo empregatício da maioria daqueles que responderam está na categoria de servidor público efetivo, embora pelo menos dois deles assinalaram estar sem ocupação. Daqueles que estão trabalhando, grande parte concentra-se nas escolas e cinco desses estavam exercendo atividades em secretarias de educação ou na condição de trabalhadores autônomos. Os cargos e funções ocupados estão majoritariamente nas categorias de secretaria escolar, agente administrativo e auxiliar de serviços gerais. Concluindo as questões sobre o perfil profissional, a escolaridade dos alunos egressos com êxito e matriculados está concentrada no nível médio. Em contrapartida, a maioria dos egressos sem êxito possuem graduação.

Sobre o ensino a distância, um pouco mais da metade dos alunos já possuía alguma experiência nessa modalidade de ensino e 80% consideraram totalmente satisfatória sua aprendizagem no curso diante dessa modalidade. Considerando o computador como ferramenta essencial à realização das atividades, quarenta e um alunos afirmaram possuir tal ferramenta e desse total, somente dois não tinham acesso à internet. Os recursos mais utilizados nessa modalidade foram os programas de escritório (editor de textos, planilhas e apresentador de slides) e os e-mails.

Em relação às atividades do curso, 38 alunos avaliaram que os materiais impressos (cadernos das disciplinas) eram de fácil compreensão os quais auxiliaram seus aprendizados. Já 66% afirmaram que não encontraram problemas no acesso às aulas e nas tarefas propostas nas disciplinas ofertadas no ambiente Moodle. As atividades da PPS trabalharam integralmente os conteúdos relacionados às situações e atividades práticas da secretaria escolar, conforme a afirmação da metade dos alunos. Quanto ao acompanhamento dos tutores a distância no ambiente virtual de aprendizagem, quarenta e três alunos afirmaram terem recebido satisfatoriamente o retorno dado de suas atividades realizadas no Moodle.

A estrutura física do polo foi também um elemento presente na avaliação. Mais da metade dos alunos respondeu que as salas de aula dispõem de espaço físico suficiente pra atender a turma, mas apresentam problemas de acústica, climatização, conservação e/ou iluminação. Esse mesmo quantitativo de alunos também evidenciou que nos laboratórios de informática a quantidade de computadores não foi suficiente para o número total de usuários ou até mesmo não foram sequer utilizados.

Os encontros presenciais foram considerados por 72% dos alunos como momentos relevantes sob o ponto de vista da aprendizagem. Ao serem indagados sobre sua autoavaliação, 37 alunos afirmaram que estão plenamente satisfeitos considerando a aprendizagem no curso relacionada com as atividades desenvolvidas no ambiente de trabalho. Aproximadamente 90% dos alunos avaliou como ótimo ou bom o curso Técnico em Secretaria Escolar ofertado no Polo Caucaia.

O último bloco de perguntas tratou de questões relativas ao aperfeiçoamento das práticas profissionais. Um pouco acima da metade dos alunos atuava na mesma área da habilitação pretendida. Mesmo considerando que aproximadamente a outra metade dos alunos assinalou atuar em área próxima ou completamente diferente a do curso pretendido, 90% do total dos alunos responderam que os conteúdos estudados no curso são aplicáveis no contexto do trabalho. Ao serem indagados sobre a contribuição do curso para a atividade profissional desenvolvida no ambiente de trabalho, 48% alunos na condição de egressos com êxito e egressos sem êxito sinalizaram que o curso contribuiu fortemente para a execução das atividades. Já 81% dos alunos na condição de matriculados indicou essa mesma contribuição no exercício de suas atividades no trabalho.

Por fim, foi solicitado aos alunos participantes desse questionário que elencassem os desafios encontrados na trajetória de suas atividades em relação ao curso. As cinco maiores dificuldades pela ordem de relevância foram: 1º) distância da residência em relação ao Polo Caucaia; 2º) elaboração da atividade do Memorial; 3º) tempo para conciliar estudo e trabalho; 4º) elaboração da PPS; e 5º) participação nos fóruns em tempo hábil.

O segundo e último questionário constitui-se de quatro perguntas que abordaram sobre as seguintes temáticas: interesse pela formação ofertada, atendimento das expectativas do curso no exercício da habilitação pretendida, continuidade dos estudos e ascensão profissional e salarial. Do total dos 50 alunos que haviam participado do primeiro questionário, recebemos o retorno de 12 alunos nesse segundo questionário com respostas descritivas, as quais serão evidenciadas a seguir.

Sobre as motivações que levaram os alunos a matricularem-se no curso Técnico em Secretaria Escolar do Polo Caucaia, podemos evidenciar a oportunidade de aprimorar os conhecimentos e busca por melhorias salariais.

Aprimorar conhecimento e com isso poder crescer profissionalmente, contribuir de maneira mais segura o conhecimento para o público. Ser reconhecido financeiramente (Aluno 1).

O meu interesse em realizar esse curso foi para poder crescer profissionalmente, e poder obter mais respeito por parte de muitos funcionários que nos trata com desprezo. E mesmo fazendo isso nos trata como meros funcionários que está ali só para servi-lo esquecendo que todos trabalhamos por um bem comum que é servir a comunidade (Aluno 4).

Primeiramente veio o convite em 2012 pelo IFCE do curso de Secretario Escolar e não era só esse curso que tinha mais tinha outros que não me lembro até porque todos ficaram mais interessados no de Secretaria Escolar até porque era o que se precisava mais para a nossa região de Guaiúba [CE]. Aí como já era nossa área só faltava ter um nível técnico a maioria se escreveu, nem todos concluíram por motivo de força maior mais graças a Deus eu e mais 4 amigos concluirmos (Aluno 5).

Além do polo ser o mais próximo de minha residência, a vontade de crescer junto ao meu trabalho (Aluno 6).

O primeiro motivo a aprendizagem, o aprimoramento profissional e a melhoria profissional no mercado de trabalho (Aluno 12).

Compreendemos que além das questões relacionadas ao desenvolvimento das competências e habilidades inerentes ao saber do ofício, assim como a justa valorização do trabalho por meio do incremento no ganho salarial, percebemos, como apontado pelos autores Monlevade (2009) e Gonçalves Filho (2004), que a justificativa dessa procura pelo programa ocorreu por conta da busca pelo reconhecimento e pela identidade profissional em contraposição à invisibilidade social.

Em relação às expectativas considerando a contribuição da formação ofertada para se atingir o objetivo de assumir a função de secretário(a) escolar, todos os alunos evidenciaram que o curso atendeu o propósito de capacitá-los no exercício dessa função:

No meu caso já exerço a função a 7 anos. Só somei conhecimentos (Aluno 2). Sim. porque já trabalhava na função só precisava do curso e o diploma (Aluno 3). Todas as minhas expectativas são significativas por esta formação de exercer a função de Secretária Escolar pelo Profuncionário, na Instituição IFCE-Polo Caucaia. Sou muito realizada depois que conclui meu curso, Hoje sou uma profissional da Escola Diferenciada Indígena Ita-Ara (Aluno 7).

Além de ensinar as atribuições e responsabilidades do Secretário, trabalhou muito bem a questão de que somos todos educadores dentro da escola; que muitas vezes nossas atribuições vão além do papel. arquivo e computador (Aluno 8).

O curso de secretariado escolar foi de grande importância para o meu desenvolvimento profissional e pessoal, além de adquirir conhecimento nos assuntos ligado a secretária, aprendi a lidar com o público de forma receptiva, cordial e sempre tendo atitudes respeitosas com as pessoas que buscam atendimento na escola (Aluno 11).

Afora a formação técnica da apropriação das competências, outro aspecto relevante contido nos pressupostos filosóficos, políticos e pedagógicos do Profuncionário, apontado nas respostas, é de conceber os funcionários não docentes como educadores das instituições de ensino, independente da função exercida (BRASIL 2012, 2014).

A busca pelo curso Técnico em Secretaria Escolar, principalmente pelos funcionários escolares que estavam exercendo funções alheias a essa habilitação, tinha como motivação a mudança que esse cargo poderia provocar na possibilidade de ganho no campo profissional e financeiro, como já evidenciamos na seção nas páginas 105 e 106 da seção 4.2 deste trabalho. No entanto, os alunos ao serem indagados sobre tais melhorias, revelaram que esse processo não ocorreu de maneira imediata, após a formação ofertada pelo programa:

Ainda não, pois no município onde trabalho Caucaia no plano de cargos e carreiras não entra técnico. Que é um absurdo (Aluno 4).

Nenhuma melhoria salarial, o que ocorreu foi a melhoria e aprendizado do meu eu profissional (Aluno 6).

Exercendo a função de Secretária Escolar, tenho uma gratificação, junto com meu salário, o curso mudou minha prática e contribui na minha vida como pessoa e cidadã (Aluno 7).

Ainda não. Ainda não consegui ser promovida a Secretária Escolar, porém em meu município não há carência deste cargo (Aluno 8).

Nesses relatos destacamos em alguns relatos a percepção da “falsa” promessa carregada no discurso vigente, o qual afirma que ao concluir um curso qualificante o sujeito estará automaticamente empregado, “feito na vida”. O que percebemos no entanto é um relação inversamente proporcional entre a inclusão na formação e a exclusão do mundo do trabalho (KUENZER, 2005).

Um último aspecto abordado no questionário foi investigar se o curso motivou os alunos a darem continuidade na qualificação profissional com cursos de aperfeiçoamento, graduação ou pós-graduação. Todos indicaram o interesse em prosseguir, assim como já há alguns alunos nesse processo de continuidade dos estudos:

Sim. Penso em me graduar. Também numa faculdade que ofereça cursos a distância (Aluno 2).

Sim, cada conhecimento adquirido é algo a mais, assim posso elevar o meu conhecimento e crescer cada vez mais. Agora correr atras de fazer uma graduação! (Aluno 6).

Estou estudando para concursos e recentemente fui aprovada para cadastro reserva do concurso para Secretário Escolar da Secretaria de Educação de Fortaleza [Aluno 8]. Sim. Como já sou graduada, pretendo fazer uma pós graduação dentro de uma área afim (Aluno 9).

Sim me motivou bastante, pretendo continuar a me qualificar (Aluno 11).

Os relatos aqui apresentados pelos alunos do Profuncionário oriundos do curso Técnico de Secretaria Escolar do Polo Caucaia revela que apesar dos desafios encontrados no âmbito do programa e baixa efetivação da ascensão profissional e financeira, a formação ofertada no referido curso conseguiu capacitá-los nas atividades realizadas no ambiente escolar, apesar das atividades exercidas pelos alunos nem sempre estarem atreladas exclusivamente às relacionadas com a secretaria escolar.

Compreendemos o Profuncionário, no âmbito da gestão do IFCE no Polo Caucaia partindo da oferta do curso Técnico de Secretaria Escolar, apesar dos desafios percebidos, um programa inovador e inclusivo considerando o público-alvo atendido, possibilitando dentre outros aspectos, as experiências relacionadas ao uso das tecnologias de informação e comunicação, o acesso à conhecimentos inerentes ou não ao seu fazer laboral e a continuidade dos estudos e consequentemente um incremento no nível de escolaridade.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A formação e profissionalização dos funcionários não-docentes das escolas públicas municipais e estaduais do ensino básico esteve ausente da pauta das ações governamentais desde a implantação das primeiras unidades escolares no país. As atividades desenvolvidas pelos funcionários que não atuavam na docência foram compreendidas como um trabalho estritamente operacional, portanto, com pouca relevância ao processo educativo.

Essa compreensão legitimou uma relação de subordinação às práticas políticas que por vezes criaram verdadeiros feudos de trabalhadores os quais se submeteram aos baixos salários, terceirização dos serviços, pouca formação escolar, precariedade das condições de trabalho e ausência do reconhecimento profissional. Diante desse cenário, a figura do funcionário escolar esteve mais centrada nos bastidores das instituições de ensino com atuação sob o prisma da invisibilidade social.

As políticas públicas propostas à educação, em particular, à modalidade do ensino profissional foram implementadas no início do Século XX com o objetivo de alocar

principalmente as crianças e jovens de baixa renda em instituições que pudessem ensinar qualquer atividade de trabalho que requisitasse técnica e habilidade específicas.

Além disso, constitui-se numa educação marcadamente centrada no atendimento às necessidades das configurações dos sistemas produtivos com o foco na aquisição de competências em detrimento à formação de trabalhadores autônomos e capazes de refletir sobre suas condições materiais na perspectiva de modificá-las.

A alternativa diante dessa conjuntura foi a organização da própria classe trabalhadora na categoria dos funcionários escolares na composição de associações e sindicatos pela busca da valorização profissional, das condições dignas de trabalho, da melhoria salarial e da formação vinculada ao seu ambiente de trabalho.

Dos esforços envidados nessa luta, conquistas foram alcançadas no plano legal a partir do reconhecimento da categoria dos funcionários escolares não-docentes enquanto trabalhadores da educação. Outro marco fundamental nesse processo foi a iniciativa de alguns estados na oferta da qualificação profissional a essa categoria de trabalhadores.

O Profuncionário é resultado desse coletivo de forças instituindo-se como política pública na oferta da formação técnica de nível médio prioritariamente aos servidores efetivos das escolas públicas municipais e estaduais com exercício nas funções administrativas de manipulador de alimentos (merendeira), secretário escolar, auxiliar de serviços gerais e técnicos audiovisuais lotados nas bibliotecas e laboratórios de informática.

O processo de implantação do programa no âmbito do IFCE passou por momentos de conquistas por espaços no sentido de garantir uma visibilidade dentro da própria instituição de ensino. Isso por conta dos pressupostos do programa Profuncionário que balizam a formação centralizada, tanto nos aspectos gerais com disciplinas voltadas a conteúdos pedagógicos, como nos aspectos específicos com disciplinas que contemplam conteúdos direcionados a cada habilitação, por se tratar de uma formação de profissionais que atuam diretamente na escola.

Portanto, bem diferente do perfil profissional que é trabalhado nos cursos técnicos já historicamente ofertadas no IFCE. Nesse caso ocorreram tensionamentos e ajustes internos até que pudesse ser possível o início da sua oferta em atendimento às necessidades da coordenação do programa do curso e da coordenação técnico-pedagógica do IFCE.

Como evidência desses arranjos, podemos citar a elaboração das matrizes curriculares dos cursos ofertados pela instituição de ensino as quais sofreram modificações em

relação à matriz original do programa a partir da inclusão e exclusão de disciplinas, assim como o aumento da carga horária da maioria das disciplinas da matriz curricular.

Há de se considerar que embora haja a autonomia da instituição em realizar tais modificações, estas deveriam passar por aprovação do conselho estadual do programa com anuência da Setec. Não houve indicação durante a elaboração deste trabalho que houve submissão da matriz proposta pelo IFCE às referidas instâncias.

É perceptível pelos dados apresentados e narrativas dos gestores institucionais que, conforme o programa ia se constituindo na oferta de formação técnica de nível médio no estado do Ceará, o número de polos e consequentemente o número de alunos matriculados ia aumentando. De certa forma esse incremento das matrículas conjuntamente com a experiência acumulada a partir das ofertas inicias estimularam uma revisão e aprimoramento da gestão do programa, num constructo da sua própria identidade perante ao IFCE. Fato esse revelado pela mudança dos procedimentos avaliativos das atividades realizadas pelos alunos onde passou-se a utilizar memoriais descritivos no lugar das provas escritas.

Ainda em conformidade com essas referências quantitativas e qualitativas, percebemos que no cômputo geral a partir do montante de matrículas realizadas, o número de alunos evadidos foi superior ao número de alunos que se formaram nas quatro habilitações ofertadas em todos os polos do IFCE no período de 2012.1 a 2017.1.

Alguns fatores que motivaram a saída sem êxito dos alunos concentraram-se nos aspectos relacionados à gestão municipal e à gestão escolar. O primeiro pela dificuldade na oferta do transporte aos alunos não residentes nos polos de encontro presencial. O último pela indisponibilidade dos diretores em liberar os alunos para a realização das atividades do curso no ambiente escolar ou nos encontros presencias. Isso revela que embora essas entidades se constituam parceiras do programa, o processo de aceitação por parte das instâncias públicas não ocorreu na sua plenitude.

O programa na gênese de suas normativas legais foi instituído na oferta da formação do ensino técnico nível médio aos servidores técnico-administrativos efetivos das escolas públicas do ensino básico dos estados e municípios com exercício na função da habilitação pretendida. Evidenciamos que ocorreu uma flexibilização no ingresso dos alunos nos cursos ofertados sob a coordenação do IFCE por conta do não preenchimento do perfil previsto originalmente no programa, o que comprova que a terceirização dos serviços de apoio escolar

continua evidente mesmos após a implantação do programa há quase dez anos no estado do Ceará.

O estudo deste trabalho foi focado na formação ofertada no curso Técnico em Secretaria Escolar no Polo Caucaia, buscando aproximar as ações planejadas e resultados alcançados tomando como base os dados referentes às características dos alunos quanto às questões socioeconômicas, as situações de matrícula com base nos índices dos egressos com êxito e egressos sem êxito e às narrativas dos próprios alunos sobre o programa.

O PPC como documento norteador das ações pedagógicas buscou evidenciar os pressupostos estabelecidos no programa quanto aos objetivos estabelecidos na oferta do referido curso procurando valorizar o papel do trabalhador da educação por meio do aperfeiçoamento de sua prática. É possível perceber, conforme os alunos, que o curso conseguiu atingir esse propósito, assegurando um aprimoramento nas atividades executadas no ambiente de trabalho mesmo quando os alunos não atuavam diretamente na secretaria escolar.

Embora os dados relativos à evasão discente e conclusão dos estudos no referido polo e curso tenham tido resultados melhores que os dados gerais institucionais, o índice dos alunos egressos sem êxito foi bastante elevado se considerarmos que a cada grupo de dez alunos, cinco conseguiram se formar e quatro desistiram dos estudos.

A educação a distância foi validada satisfatoriamente enquanto modalidade de ensino que possibilita a aprendizagem, conforme os relatos registrados. Em contrapartida nos polos de encontro presencial e nos laboratórios de informática foram evidenciados problemas quanto à sua estrutura física ou mesmo subutilizados contrariando o que está determinado nas normativas legais e no próprio PPC em relação à constituição desses espaços, gerando possíveis prejuízos nas atividades presenciais.

Além do problema que os alunos enfrentaram para deslocamento ao Polo Caucaia, a conciliação do tempo de estudo e de trabalho do curso foram elementos que dificultaram a realização das atividades por tratar-se de uma oferta de formação em serviço onde o funcionário escolar assume pelo menos dois papéis nesse processo: o de trabalhador nas atribuições inerentes às funções desempenhadas no ambiente escolar com carga horária semanal entre 40 e 44 horas e de aluno na execução das tarefas no ambiente virtual e nos encontros presenciais