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O conhecimento científico é aquele produzido segundo regras do método científico. Segundo Costa, “é o conhecimento baseado na realidade, sendo testável, reprodutível e fortemente determinista”(COSTA, 2001, p.10). Para Costa, ainda;

[...]o conhecimento científico é organizado, metódico e sistemático. É organizado pois é hierarquizado e articulado funcionalmente. É metódico pois segue caminhos pré-determinados. Traça-se um plano de ação e busca-se recursos para que se chegue às melhores conclusões. É também sistemático no sentido de que as idéias, os conceitos, as teorias e os recursos de que se vale pertencem todos a uma família lógica de declarações e conclusões (COSTA, 2001).

A caracterização metodológica empregada na pesquisa apresentou uma dificuldade inicial por tratar-se de fatores de natureza qualitativa.

Pesquisa de abordagem científica e que pode, segundo Silva & Menezes (2000, p.20), ser classificada: quanto aos seus objetivos, quanto à forma de abordagem, quanto à natureza, e quanto aos procedimentos adotados. Gil afirma que,”[...]embora as pesquisas geralmente apontem para objetivos específicos, estas podem ser classificadas em três grupos: estudos exploratórios, descritivos e explicativos “(GIL, 1991, p.46).

Quantos aos objetivos a presente pesquisa situa-se como Pesquisa Exploratória, devido a pouca exploração do assunto abordado. De acordo com Chizzotti (1995, p.104),

[...] a pesquisa exploratória objetiva, em geral, ‘provocar o esclarecimento de uma situação para tomada de consciência”. Segundo o mesmo autor, “um estudo exploratório ocupa o primeiro de cinco níveis diferentes e sucessivos, sendo indicado [...] quando existe pouco conhecimento sobre o fenômeno”.

Pesquisas exploratórias têm como suporte o levantamento bibliográfico, e as entrevistas com pessoas dentro de organizações que possuem vivência prática com o problema pesquisado e que colaborem, através de exemplos, com a sua compreensão. Gil coloca que,

[...]este tipo de estudo visa proporcionar um maior conhecimento para o pesquisador acerca do assunto, a fim de que possa formular problemas mais precisos ou criar hipóteses que possam ser pesquisadas por estudos posteriores (GIL,1994, p.39).

O presente trabalho tem característica de uma pesquisa qualitativa, coincidindo com o enfoque de Godoy (1995, p.58) sobre pesquisas qualitativas:

· “considera o ambiente como fonte direta dos dados e o pesquisador como instrumento chave;

· possui caráter descritivo;

· o processo é o foco principal de abordagem e não o resultado ou o produto;

· a análise dos dados é realizada de forma intuitiva e indutivamente pelo pesquisador;

· não se utiliza de técnicas e métodos estatísticos; e,

· tem como preocupação maior avaliar e interpretar os fenômenos e os resultados obtidos”.(GODOY, 1995)

Embora a abordagem seja qualitativa, verifica-se a utilização de indicadores de desempenho para mensurar estágios, comparações e evoluções de processos. Triviños (1990, p.111) esclarece, ”[...] a análise qualitativa, pode ter apoio qualitativo, mas geralmente prescinde de análise estatística, ou seu emprego não é sofisticado”.

Costa (2001, p.39) sugere que “[...] a pesquisa qualitativa é globalizante, holística. Procura captar a situação ou fenômeno em toda a sua extensão. Em lugar de identificar a priori algumas variáveis de interesse, trata de levantar todas as possíveis variáveis existentes, numa tentativa de enxergar, na sua interação, o verdadeiro significado da questão em exame”.

[...]ser classificado como uma pesquisa aplicada, devido a seu objetivo de servir de apoio ao gerenciamento de recursos de organizações considerando como enfoque a relação homem-natureza. Segundo as autoras, uma pesquisa aplicada, além de envolver verdades e interesses locais, ‘objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática em solução de problemas específicos’.

A pesquisa tem um cunho de uma pesquisa bibliográfica, ou seja, foi elaborada a partir de material já publicado e com suporte em livros, artigos de periódicos, e material disponível na Internet. “Uma pesquisa bibliográfica ainda pode ser dita de varredura pelo procedimento do pesquisador em relação ao material disponível”(COSTA, 2001, p.34).

A pesquisa bibliográfica amplia os horizontes do pesquisador de várias maneiras

· amplia sua visão do problema;

· ajuda-o a encontrar teorias que iluminem o trabalho;

· possibilita a formulação de hipóteses ajustadas à realidade.(COSTA, 2001, P.34. grifos nossos)

Gil (1994) cita, que a vantagem da pesquisa bibliográfica consiste

[...] no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma ampla gama de fenômenos, muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente”. Para Gil, embora “[...] não existam regras fixas para realização de pesquisas bibliográficas [...] há algumas tarefas que a experiência demonstra serem importantes, tais como: exploração das fontes bibliográficas, leitura do material, elaboração de fichas, ordenação e análise das fichas e conclusões” (GIL, 1991, p.71-72).

A etapa de campo teve por objetivo colher as percepções de que o tema da pesquisa está recebendo da realidade prática. Sua aplicação colaborou com os resultados obtidos na pesquisa bibliográfica, chegando de certa forma a referendá-los.

Assim a abordagem do estudo foi a de vários casos, ou seja, multicaso. O estudo multicaso é, segundo Chizzotti (1995, p.28) “um método que implica no recolhimento e registro de dados sobre um caso ou casos, para a preparação de um informe, do tipo relatório, ou a apresentação de um ou mais casos modelares “.

Não se consegue vislumbrar a natureza e seus ecossistemas sem que seja através de um enfoque norteador sistêmico. Conforme Triviños (1990, p.81)

[...]o enfoque sistêmico, que tem suas raízes na Teoria Geral dos Sistemas elaborada por Ludwig von Bertalanffy (1901-1972), que permite o estudo dos fenômenos que constituem os sistemas [...] parte da idéia de que existem numerosas relações no interior do objeto que se estuda, mas que também está ligado ao meio externo por um conjunto de intercâmbios.